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Numero do processo: 10925.721990/2011-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3101-000.372
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Fez sustentação oral o Dr. João Henrique Gonçalves Domingos, OAB/SP 189.262, advogado do sujeito passivo. Julgamento antecipado para 22/7/2014, às 9 horas, a pedido do sujeito passivo.
Rodrigo Mineiro Fernandes Presidente substituto e relator.
EDITADO EM: 20/08/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri (Suplente), Glauco Antonio de Azevedo Morais, José Mauricio Carvalho Abreu (Suplente) e Rodrigo Mineiro Fernandes.
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Fez sustentação oral o Dr. João Henrique Gonçalves Domingos, OAB/SP 189.262, advogado do sujeito passivo. Julgamento antecipado para 22/7/2014, às 9 horas, a pedido do sujeito passivo. Rodrigo Mineiro Fernandes – Presidente substituto e relator. EDITADO EM: 20/08/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mônica Monteiro Garcia de Los Rios, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri (Suplente), Glauco Antonio de Azevedo Morais, José Mauricio Carvalho Abreu (Suplente) e Rodrigo Mineiro Fernandes. Relatório O processo trata de Recurso Voluntário contra o Acórdão DRJ/FNS nª 0726.781, de 25 de novembro de 2011, exarado pela 4ªTurma da DRJ de Florianópolis, que julgou improcedente em parte a impugnação apresentada, mantendo os Autos de Infração lavrados, por meio dos quais foram exigidas as quantias de R$ 8.955.964,22 e R$ 1.944.386,94 a título de, respectivamente, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins e de Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, não cumulativas, apuradas na RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 25 .7 21 99 0/ 20 11 -1 4 Fl. 1572DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES Processo nº 10925.721990/201114 Resolução nº 3101000.372 S3C1T1 Fl. 4 2 recorrente acima identificada, correspondentes a fatos geradores ocorridos entre 01/08/2006 a 30/09/2006, acrescidos de multa de ofício e juros de mora calculados. A Sadia S.A. apresentou dois pedidos, PER/DCOMPs ns.º39397.71537.261006.1.1.091672 e 02882.68917.261006.1.1.085196 e como conseqüência foram realizados procedimentos de análise e conferência do direito creditório pleiteado. O trabalho de análise do direito creditório culminou na elaboração dos Despachos Decisórios nº 0936/2011 – SAORT/DRF/JOA constante no processo administrativo nº 10925.905144/201066 e nº 0937/2011 – SAORT/DRF/JOA constante no processo administrativo nº 10925.905143/201011. O referido acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/08/2006 a 30/09/2006 REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CONCEITO DE INSUMOS. No regime da nãocumulatividade, consideramse insumos passíveis de creditamento as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado, e os serviços prestados por pessoa jurídica, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS COM AQUISIÇÕES DE PARTES E PEÇAS DE REPOSIÇÃO E SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO. As despesas efetuadas com a aquisição de partes e peças de reposição em veículos, máquinas e equipamentos empregados diretamente na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, pagas à pessoa jurídica domiciliada no País, geram direito a créditos a serem descontados da Contribuição para o PIS e da Cofins, desde que às partes e peças de reposição não estejam incluídas no ativo imobilizado. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESPESAS COM COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. Somente geram direito a crédito no âmbito do regime da NÃO CUMULATIVIDADE as aquisições de combustíveis e lubrificantes utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Fl. 1573DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES Processo nº 10925.721990/201114 Resolução nº 3101000.372 S3C1T1 Fl. 5 3 REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS DE DESPESAS COM EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO. Despesas efetuadas com o fornecimento equipamentos de proteção aos empregados, adquiridos de outras pessoas jurídicas ou fornecido pela própria empresa, não geram direito à apuração de créditos a serem descontados da Contribuição para o PIS e da Cofins, por não se enquadrarem no conceito de insumos aplicados, consumidos ou daqueles que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida no processo de fabricação ou na produção de bens destinados à venda. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS. Por não integrar o conceito de insumo utilizado na produção e nem ser considerada operação de venda, os valores das despesas efetuadas com fretes contratados para as transferências de mercadorias (produtos acabados ou em elaboração) entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram direito a créditos da Cofins e da Contribuição ao PIS. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. AQUISIÇÕES NÃO TRIBUTADAS. Não é permitido descontar créditos decorrentes de aquisições de insumos não tributados na operação anterior, mesmo que utilizados na produção ou fabricação de produtos destinados à venda. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DACON. ALTERAÇÃO DO CRÉDITO. A utilização dos créditos da Contribuição ao PIS e da Cofins, apurados na sistemática da NÃOCUMULATIVIDADE, é estabelecida pelo contribuinte por meio do Dacon, não cabendo a autoridade tributária, em sede do contencioso administrativo, assentir com a inclusão, na base de cálculo desses créditos, de custos e despesas não informados ou incorretamente informados no respectivo Dacon. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. ATIVIDADES AGROINDUSTRIAIS. ALÍQUOTA APLICÁVEL EM RELAÇÃO AO INSUMO ADQUIRIDO. As pessoas jurídicas sujeitas à sistemática de nãocumulatividade da Cofins e da Contribuição ao PIS que produzirem mercadorias relacionadas no caput do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, desde que atendidos todos os requisitos exigidos pela legislação tributária, poderão usufruir crédito presumido, na forma disposta nesse artigo e respectivos parágrafos, calculado sobre o valor dos bens adquiridos de Fl. 1574DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES Processo nº 10925.721990/201114 Resolução nº 3101000.372 S3C1T1 Fl. 6 4 pessoa física ou de outros fornecedores descritos no § 1º do mencionado artigo, sendo a alíquota definida pela natureza do insumo adquirido. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESPESAS COM DEPRECIAÇÃO. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. Apenas os bens do ativo permanente que estejam diretamente associados ao processo produtivo geram direito a crédito, a título de depreciação, no âmbito do regime da nãocumulatividade. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. TRATAMENTO DOS CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS. No regime da NÃOCUMULATIVIDADE, a utilização de créditos não aproveitados à época própria (créditos extemporâneos) deve ser precedida da revisão da apuração confronto entre créditos e débitos do período a que pertencem tais créditos. Os créditos extemporâneos devem ser utilizados para desconto, compensação ou ressarcimento em procedimentos referentes aos períodos específicos a que pertencem. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/2006 a 30/09/2006 REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CONCEITO DE INSUMOS. No regime da NÃOCUMULATIVIDADE, consideramse insumos passíveis de creditamento as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado, e os serviços prestados por pessoa jurídica, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS COM AQUISIÇÕES DE PARTES E PEÇAS DE REPOSIÇÃO E SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO. As despesas efetuadas com a aquisição de partes e peças de reposição em veículos, máquinas e equipamentos empregados diretamente na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, pagas à pessoa jurídica domiciliada no País, geram direito a créditos a serem descontados da Contribuição para o PIS e da Cofins, desde que às partes e peças de reposição não estejam incluídas no ativo imobilizado. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESPESAS COM COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. Fl. 1575DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES Processo nº 10925.721990/201114 Resolução nº 3101000.372 S3C1T1 Fl. 7 5 Somente geram direito a crédito no âmbito do regime da NÃO CUMULATIVIDADE as aquisições de combustíveis e lubrificantes utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS DE DESPESAS COM EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO. Despesas efetuadas com o fornecimento equipamentos de proteção aos empregados, adquiridos de outras pessoas jurídicas ou fornecido pela própria empresa, não geram direito à apuração de créditos a serem descontados da Contribuição para o PIS e da Cofins, por não se enquadrarem no conceito de insumos aplicados, consumidos ou daqueles que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida no processo de fabricação ou na produção de bens destinados à venda. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS. Por não integrar o conceito de insumo utilizado na produção e nem ser considerada operação de venda, os valores das despesas efetuadas com fretes contratados para as transferências de mercadorias (produtos acabados ou em elaboração) entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram direito a créditos da Cofins e da Contribuição ao PIS. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. AQUISIÇÕES NÃO TRIBUTADAS. Não é permitido descontar créditos decorrentes de aquisições de insumos não tributados na operação anterior, mesmo que utilizados na produção ou fabricação de produtos destinados à venda. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DACON. ALTERAÇÃO DO CRÉDITO. A utilização dos créditos da Contribuição ao PIS e da Cofins, apurados na sistemática da NÃOCUMULATIVIDADE, é estabelecida pelo contribuinte por meio do Dacon, não cabendo a autoridade tributária, em sede do contencioso administrativo, assentir com a inclusão, na base de cálculo desses créditos, de custos e despesas não informados ou incorretamente informados no respectivo Dacon. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. ATIVIDADES AGROINDUSTRIAIS. ALÍQUOTA APLICÁVEL EM RELAÇÃO AO INSUMO ADQUIRIDO. As pessoas jurídicas sujeitas à sistemática de NÃOCUMULATIVIDADE da Cofins e da Contribuição ao PIS que produzirem mercadorias Fl. 1576DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES Processo nº 10925.721990/201114 Resolução nº 3101000.372 S3C1T1 Fl. 8 6 relacionadas no caput do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, desde que atendidos todos os requisitos exigidos pela legislação tributária, poderão usufruir crédito presumido, na forma disposta nesse artigo e respectivos parágrafos, calculado sobre o valor dos bens adquiridos de pessoa física ou de outros fornecedores descritos no § 1º do mencionado artigo, sendo a alíquota definida pela natureza do insumo adquirido. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESPESAS COM DEPRECIAÇÃO. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. Apenas os bens do ativo permanente que estejam diretamente associados ao processo produtivo geram direito a crédito, a título de depreciação, no âmbito do regime da NÃOCUMULATIVIDADE. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. TRATAMENTO DOS CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS. No regime da NÃOCUMULATIVIDADE, a utilização de créditos não aproveitados à época própria (créditos extemporâneos) deve ser precedida da revisão da apuração confronto entre créditos e débitos do período a que pertencem tais créditos. Os créditos extemporâneos devem ser utilizados para desconto, compensação ou ressarcimento em procedimentos referentes aos períodos específicos a que pertencem. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/08/2006 a 30/09/2006 COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE É ônus do contribuinte a comprovação minudente da existência do direito creditório. ARGUIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. Os procedimentos levados a efeito junto à contribuinte fizeram parte da verificação de ofício dos PER/Dcomp, bem como das bases de cálculo da contribuição para o PIS e da COFINS apuradas pela ora recorrente, no terceiro trimestre de 2006. Como conseqüência do procedimento de ofício foi recomposta a apuração das bases de cálculo (débitos e créditos) de PIS e COFINS dos períodos fiscalizados em dois atos distintos: (1) os despachos decisórios, nos quais foram analisados os créditos de PIS e COFINS apurados pela contribuinte; e (2) os autos de infração, por meio dos quais foram constituídos de ofício os Fl. 1577DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES Processo nº 10925.721990/201114 Resolução nº 3101000.372 S3C1T1 Fl. 9 7 créditos tributários relativos aos débitos que não foram declarados ou foram omitidos pela contribuinte. Devido às normas procedimentais, esses atos, embora tratem da mesma matéria fática e sejam suportados pelos mesmos elementos de prova, foram acostados em processos administrativos apartados: o presente processo tratou dos Autos de Infração lavrados; os processos 10925.905144/201066 e 10925.905143/201011 trataram da análise dos créditos. Os processos 10925.905143/201011 e 10925.905144/201066 já foram julgados pela 2ª Turma Ordinária da 3ªCâmara desta Seção de Julgamento em 23 de abril de 2013 (Acórdãos nº 3302002.026 e 3302002.027, respectivamente), que deram provimento parcial ao Recurso Voluntário. Entretanto, foram interpostos Recursos Especiais pela Fazenda Nacional em 19 de junho de 2013, e os referidos processos encontramse na Câmara Superior de Recursos Fiscais aguardando sua análise. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator. Conforme acima relatado, os fatos apreciados no presente processo encontram se vinculados ao direito creditório apreciado nos processos 10925.905143/201011 e 10925.905144/201066, que se encontram na Câmara Superior de Recursos Fiscais aguardando a apreciação do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Portanto, tendo em vista a vinculação entre os processos, devese aguardar o resultado definitivo dos processos 10925.905143/201011 e 10925.905144/201066, para o devido retorno do presente processo, para julgamento. Convertese, dessa forma, o presente julgamento em diligência, com retorno dos autos à unidade de origem, para aguardar o resultado definitivo dos processos 10925.905143/201011 e 10925.905144/201066, anexando aos presentes autos, cópia das decisões definitivas dos processos acima referidos. Concluída a diligência, retornem os autos para julgamento. Sala das sessões, em 22 de julho de 2014. [Assinado digitalmente] Rodrigo Mineiro Fernandes – Relator Fl. 1578DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 20/08 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 10380.013655/2001-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Aug 18 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3401-000.816
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, converter o presente julgamento em diligência nos votos da relatora.
Júlio César Alves Ramos Presidente
Ângela Sartori - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Julio Cesar Alves Ramos, Robson José Bayerl, Cláudio Monroe Massetti, Ângela Sartori e Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira
RELATÓRIO
Cuida-se de Pedido de Ressarcimento de saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados no montante de R$ 29.026,62 (vinte e nove mil vinte e seis reais e sessenta e dois centavos), referente ao segundo trimestre de 2001, 04 a 06/2001, cumulado com pedido de compensação.
Segundo relata a diligência fiscal realizada no intuito de verificar a legitimidade do crédito pleiteado, fls. 169/175, a contribuinte procedeu com diversas irregularidades na escrituração de seu Livro Registro de Apuração do IPI LRAIPI (especificadas no documento), de modo que a fiscalização precisou realizar a reconstituição do livro fiscal, lavrando, consequentemente, o Auto de Infração nº 10380.011374/2004-19.
Após a dita reconstituição, foi verificado saldo credor para o período requerido, no valor de R$ 11.809,85 (onze mil oitocentos e nove reais e oitenta e cinco centavos), tendo sido deferido parcialmente o pedido de ressarcimento, conforme Informação Fiscal, fls. 177/179.
Irresignado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade que, após a análise dos argumentos ali contidos, a 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém, DRJ/BEL, proferiu o Acórdão nº 01-11.289, fls. 246/257, na qual consignou o indeferimento da solicitação, conforme ementa a seguir transcrita:
Assunto: Impostos sobre Produtos Industrializados IPI
Período de apuração: 01/04/2001 a 30/06/2001
Ementa:
IPI. RESSARCIMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO. QUESTÃO PREJUDICIAL. O auto de infração que reconstitui a escrita fiscal do IPI configura-se como questão prejudicial ao pedido de ressarcimento do saldo credor deste tributo. Por este motivo, o resultado do pedido de ressarcimento é determinado pelo resultado do julgamento do auto de infração.
Solicitação Indeferida
Irresignada, a empresa interpôs Recurso Voluntário, fls. 259/266, alegando, em síntese, que foi lavrado o Auto de Infração nº 10380.011374/2004-19, reconstituindo a escrita fiscal do IPI, abrangendo, inclusive, o período objeto do pedido de ressarcimento, de modo que, em prol dos princípio da verdade material, assim como a economia e celeridade processual, deveria haver o apensamento do processo em epígrafe à autuação em questão.
É o breve relato do necessário.
VOTO
Nome do relator: ANGELA SARTORI
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade, converter o presente julgamento em diligência nos votos da relatora. Júlio César Alves Ramos – Presidente Ângela Sartori Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: : Julio Cesar Alves Ramos, Robson José Bayerl, Cláudio Monroe Massetti, Ângela Sartori e Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 80 .0 13 65 5/ 20 01 -6 3 Fl. 295DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10380.013655/200163 Resolução nº 3401000.816 S3C4T1 Fl. 6 2 RELATÓRIO Cuidase de Pedido de Ressarcimento de saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados no montante de R$ 29.026,62 (vinte e nove mil vinte e seis reais e sessenta e dois centavos), referente ao segundo trimestre de 2001, 04 a 06/2001, cumulado com pedido de compensação. Segundo relata a diligência fiscal realizada no intuito de verificar a legitimidade do crédito pleiteado, fls. 169/175, a contribuinte procedeu com diversas irregularidades na escrituração de seu Livro Registro de Apuração do IPI – LRAIPI (especificadas no documento), de modo que a fiscalização precisou realizar a reconstituição do livro fiscal, lavrando, consequentemente, o Auto de Infração nº 10380.011374/200419. Após a dita reconstituição, foi verificado saldo credor para o período requerido, no valor de R$ 11.809,85 (onze mil oitocentos e nove reais e oitenta e cinco centavos), tendo sido deferido parcialmente o pedido de ressarcimento, conforme Informação Fiscal, fls. 177/179. Irresignado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade que, após a análise dos argumentos ali contidos, a 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém, DRJ/BEL, proferiu o Acórdão nº 0111.289, fls. 246/257, na qual consignou o indeferimento da solicitação, conforme ementa a seguir transcrita: Assunto: Impostos sobre Produtos Industrializados – IPI Período de apuração: 01/04/2001 a 30/06/2001 Ementa: IPI. RESSARCIMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO. QUESTÃO PREJUDICIAL. O auto de infração que reconstitui a escrita fiscal do IPI configurase como questão prejudicial ao pedido de ressarcimento do saldo credor deste tributo. Por este motivo, o resultado do pedido de ressarcimento é determinado pelo resultado do julgamento do auto de infração. Solicitação Indeferida Irresignada, a empresa interpôs Recurso Voluntário, fls. 259/266, alegando, em síntese, que foi lavrado o Auto de Infração nº 10380.011374/200419, reconstituindo a escrita fiscal do IPI, abrangendo, inclusive, o período objeto do pedido de ressarcimento, de modo que, em prol dos princípio da verdade material, assim como a economia e celeridade processual, deveria haver o apensamento do processo em epígrafe à autuação em questão. É o breve relato do necessário. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10380.013655/200163 Resolução nº 3401000.816 S3C4T1 Fl. 7 3 VOTO Conselheira Ângela Sartori O recurso é tempestivo e preenche os demais pressupostos para a sua admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Conforme verificado na diligência fiscal, ratificado pela Informação Fiscal e asseverado pela DRJ, é incontroversa a existência de saldo credor de IPI em relação ao período requerido pelo contribuinte, no importe de R$ 11.809,85 (onze mil oitocentos e nove reais e oitenta e cinco centavos). Entretanto, posteriormente ao pedido de ressarcimento, foi realizada fiscalização, a qual, em virtude das irregularidades verificadas, se procedeu à reconstituição do Livro Registro de Apuração do IPI, compreendendo o período em questão. Oriundo da dita atividade fiscal, foi lavrado o Auto de Infração nº 10380.011374/200419, na qual se exige outras competências. Portanto, o saldo credor a favor do contribuinte está estritamente condicionado à ulterior decisão definitiva nos autos do processo nº 10380.011374/200419, de modo que apenas subsistirá acaso seja reconhecida a total improcedência da autuação ou parcial procedência em valor inferior ao saldo credor, oportunidade em que será compensado até o limite do montante remanescente. Portanto, entendo que a Recorrente deverá ter seu pleito analisado juntamente com o Processo Administrativo 10380.011374/200419: tendo em vista que um processo está relacionado com o outro. Neste sentido dispõe o artigo 6 do Regimento Interno do CARF: “Art. 6° Verificada a existência de processos pendentes de julgamento, nos quais os lançamentos tenham sido efetuados com base nos mesmos fatos, inclusive no caso de sujeitos passivos distintos, os processos poderão ser distribuídos para julgamento na Câmara para a qual houver sido distribuído o primeiro processo.” Diante do exposto, entendo que o referido processo deverá retornar a origem para diligencia para anexar a decisão definitiva do Processo Administrativo 10380.011374/200419: para evitar decisões conflitantes. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10380.013655/200163 Resolução nº 3401000.816 S3C4T1 Fl. 8 4 Fl. 298DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2014 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10166.720119/2008-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2003
TRIBUTAÇÃO REFLEXA OU DECORRENTE
Aplica-se à CSLL, no que couber, o disposto em relação ao IRPJ exigido de ofício com base na mesma matéria fática e elementos de prova.
RO Negado e RV Provido
O imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre as receitas computadas na determinação da base de cálculo do imposto devido por estimativa, pode ser deduzido na apuração do imposto a pagar.
ESTIMATIVAS. MULTA ISOLADA. IMPOSIÇÃO APÓS A APURAÇÃO ANUAL.
Após a apuração do tributo devido no balanço do final do ano-calendário, o lançamento da multa isolada pode ser feito somente se ficar constatado que houve parcela daquele tributo devido que deixou de ser paga na forma de antecipação (quando deveria ter sido paga nesta forma), mas foi paga no ajuste. A base para a imposição da multa corresponderá exatamente ao valor da mencionada parcela. Não se admite, por óbvio, que tal base supere o valor do tributo devido apurado.
Numero da decisão: 1102-001.183
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. Por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros João Otávio Oppermann Thomé (relator) e José Evande Carvalho Araujo, que davam parcial provimento ao recurso, para reduzir os valores das multas isoladas por falta de recolhimento de estimativas em razão da possibilidade de utilização dos valores do imposto retido na fonte demonstrados no voto do relator. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ricardo Marozzi Gregório.
Documento assinado digitalmente.
JOÃO OTÁVIO OPPERMANN THOMÉ Presidente e Relator.
Documento assinado digitalmente.
RICARDO MAROZZI GREGÓRIO Redator designado.
Participaram do julgamento os Conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregório, João Carlos de Figueiredo Neto, e Antonio Carlos Guidoni Filho.
Nome do relator: JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. Por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros João Otávio Oppermann Thomé (relator) e José Evande Carvalho Araujo, que davam parcial provimento ao recurso, para reduzir os valores das multas isoladas por falta de recolhimento de estimativas em razão da possibilidade de utilização dos valores do imposto retido na fonte demonstrados no voto do relator. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ricardo Marozzi Gregório. Documento assinado digitalmente. JOÃO OTÁVIO OPPERMANN THOMÉ Presidente e Relator. Documento assinado digitalmente. RICARDO MAROZZI GREGÓRIO Redator designado. Participaram do julgamento os Conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregório, João Carlos de Figueiredo Neto, e Antonio Carlos Guidoni Filho.
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CSLL. ISENÇÃO. Recorrentes CASA DA MOEDA DO BRASIL FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003 ESTIMATIVAS. MULTA ISOLADA. DECADÊNCIA. A contagem do prazo decadencial, para constituição de crédito tributário relativo à multa aplicada isoladamente, em razão da falta de recolhimento das estimativas, deve ser feita na forma do art. 173, I, do CTN. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS. ESCRITA CONTÁBIL. ÔNUS DA PROVA. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. O regime jurídico da compensação tributária, a partir do advento da Lei n° 10.637/2002, exige, obrigatoriamente, a apresentação da Declaração de Compensação, não podendo mais ser aceita a compensação quando realizada apenas na escrituração da empresa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 ATIVIDADES MONOPOLIZADAS OU DELAS DECORRENTES. EXCLUSIVIDADE. FABRICAÇÃO DE PAPEL MOEDA E MOEDA METÁLICA. IMPRESSÃO DE SELOS POSTAIS E FISCAIS FEDERAIS. ISENÇÃO. A Casa da Moeda do Brasil, empresa pública de direito privado vinculada ao Ministério da Fazenda, exerce a fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal. São atividades monopolizadas, caracterizadas como serviço público próprio, de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, razão pela qual se encontram albergadas por isenção de tributos federais referente ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 01 19 /2 00 8- 29 Fl. 4376DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.377 2 APURAÇÃO DO IMPOSTO A PAGAR POR ESTIMATIVA. DEDUÇÃO DO IRRF. O imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre as receitas computadas na determinação da base de cálculo do imposto devido por estimativa, pode ser deduzido na apuração do imposto a pagar. ESTIMATIVAS. MULTA ISOLADA. IMPOSIÇÃO APÓS A APURAÇÃO ANUAL. Após a apuração do tributo devido no balanço do final do anocalendário, o lançamento da multa isolada pode ser feito somente se ficar constatado que houve parcela daquele tributo devido que deixou de ser paga na forma de antecipação (quando deveria ter sido paga nesta forma), mas foi paga no ajuste. A base para a imposição da multa corresponderá exatamente ao valor da mencionada parcela. Não se admite, por óbvio, que tal base supere o valor do tributo devido apurado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 TRIBUTAÇÃO REFLEXA OU DECORRENTE Aplicase à CSLL, no que couber, o disposto em relação ao IRPJ exigido de ofício com base na mesma matéria fática e elementos de prova. RO Negado e RV Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. Por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros João Otávio Oppermann Thomé (relator) e José Evande Carvalho Araujo, que davam parcial provimento ao recurso, para reduzir os valores das multas isoladas por falta de recolhimento de estimativas em razão da possibilidade de utilização dos valores do imposto retido na fonte demonstrados no voto do relator. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ricardo Marozzi Gregório. Documento assinado digitalmente. JOÃO OTÁVIO OPPERMANN THOMÉ – Presidente e Relator. Documento assinado digitalmente. RICARDO MAROZZI GREGÓRIO –Redator designado. Participaram do julgamento os Conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregório, João Carlos de Figueiredo Neto, e Antonio Carlos Guidoni Filho. Fl. 4377DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.378 3 Relatório De início, esclareçase que todas as indicações de folhas a seguir dizem respeito à numeração digital do eprocesso. Tratase de recursos de ofício e voluntário contra acórdão proferido pela 2ª Turma de Julgamento da DRJ/BrasíliaDF, que concluiu pela procedência parcial do lançamento de ofício efetuado. Em procedimento de revisão interna da DIPJ referente ao anocalendário de 2003, constatou a Fiscalização que a contribuinte, optante do lucro real anual, apesar de ter apurado IRPJ e CSLL a pagar em todos os meses do ano calendário 2003, não efetuou nenhum recolhimento e tampouco informou quaisquer valores em DCTF. Intimada a prestar esclarecimentos quanto às divergências encontradas, informou a fiscalizada que os débitos relativos a IRPJ e CSLL a pagar por estimativa informados em DIPJ teriam sido compensados com créditos oriundos de pagamentos a maior realizados nos anos de 1993, 1994 e 1995. Acrescentou ainda que, devido a sucessivos prejuízos fiscais, as compensações de tais créditos passaram a ser efetuadas a partir de 1997, e apresentou relatórios contábeis extraídos do SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal. Uma vez que as compensações, apesar de registradas na contabilidade, não foram formalizadas em PER/DCOMP, procedimento obrigatório a partir de 30/09/2002, a fiscalização procedeu ao lançamento das multas isoladas sobre as estimativas devidas de IRPJ e CSLL que haviam sido informadas na DIPJ, e também desconsiderou, na apuração anual, os valores que ali haviam sido informados a título de estimativas recolhidas durante o ano, do que resultou, no caso do IRPJ, lançamento de ofício também por este motivo (no caso da CSLL, mesmo com este ajuste permaneceu situação de tributo retido na fonte a maior que o devido no ajuste, não gerando lançamento). Por bem sintetizar a controvérsia a partir da impugnação, adoto parcialmente o relatório da decisão recorrida: “Cientificada dos lançamentos, em 03/12/2008 (Extrato de comprovante de entrega da ECT de fl. 31), a interessada apresentou a impugnação de fls. 1253/1297, em 30/12/2008, cujas razões encontramse sintetizadas a seguir. Da Decadência. Os fatos geradores ocorridos até o dia 30/11/2003 estão extintos por força da decadência, conforme contagem estabelecida pelo art. 150, § 4º do CTN. Ainda, no caso em tela, não se poderia aplicar o art. 173, inciso I, do CTN, porque não existe dispositivo legal que permita ampliar o prazo decadencial nos casos em que o contribuinte apure prejuízo fiscal ou simplesmente não faça o pagamento do tributo devido. Da Multa Isolada. A base de cálculo exigida da multa de ofício e da multa isolada é a mesma, razão pela qual jurisprudência do Conselho de Contribuintes considera incabível a aplicação concomitante das infrações. Também não cabe o lançamento de multa isolada após o encerramento do anocalendário, ou seja, o Fl. 4378DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.379 4 balanço final é prova suficiente para afastar a penalidade decorrente da falta de recolhimento da estimativa. Da Isenção de Tributos Federais Concedida pela Lei nº 5.895/1973. A Casa da Moeda foi transformada em empresa pública de direito privado, com patrimônio próprio e autonomia administrativa, ainda que vinculada ao Ministério da Fazenda, e tem por finalidade, em caráter de exclusividade, a fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal, conforme arts. 1º e 2º da Lei nº 5.895, de 1973. O mesmo diploma legal, no art. 11, isentou de tributos federais os serviços prestados pelo impugnante vinculados às suas atividades monopolizadas ou delas decorrentes. Tal isenção já foi expressamente reconhecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil por meio da Nota Cofis/GAB nº 2005/00042, de 14 de abril de 2005: “Os serviços prestados pela Casa da Moeda do Brasil vinculados às atividades monopolizadas, gozam de isenção de tributos federais, conforme dispõe, ainda, o art. 11 da Lei nº 5.895, de 1973”. Ademais, restou igualmente reconhecido que o conceito de tributos federais abrange o PIS e a Cofins. O entendimento foi ratificado pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional por meio dos Pareceres PGFN/CAT nº 907/2005 e PGFN/CAT nº 2338/2007. Portanto, competia à Fiscalização apurar a receita isenta auferida pelo impugnante, decorrente da fabricação de papel moeda e moeda metálica e da impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal. Com efeito, somente após tal procedimento de auditoria é que seria possível determinar a receita tributável e, conseqüentemente, proceder à lavratura dos autos de infração de IRPJ e de CSLL ora em comento. Desta forma, compete à autoridade julgadora analisar os documentos ora apresentados e, depois de constatada a isenção do contribuinte dos tributos federais, declarar a improcedência da presente autuação, na parte que tange ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às atividades monopolizadas da empresa ou delas decorrentes, pois inexiste fato gerador do IRPJ e da CSLL. Considerando a grande quantidade de documentos contábeis, como por exemplo, de notas fiscais de compra e de venda e comprovantes de despesas, solicitamos a realização de diligência fiscal, com fulcro no art. 16, § 4º, do Decreto n° 70.235, de 1973, para se confirmar a receita isenta auferida pelo impugnante. Da Imunidade Concedida pelo Art. 150 da Constituição. A empresa pública Casa da Moeda do Brasil, além de explorar atividade econômica, tem por finalidade precípua a prestação de serviços públicos no que toca à fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal. Aliás, é mister informar que compete à União a emissão de moeda e a manutenção do serviço postal, conforme art. 21, incisos VII e X, da Constituição Federal de 1988. Por outro lado, é evidente que a Constituição de 1988, por intermédio do art. 150, inciso VI, "a”, dispõe ser vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Já o seu parágrafo segundo estende a imunidade ora em comento às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, ou seja, não é possível a Fl. 4379DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.380 5 cobrança de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às dela decorrentes. A doutrina jurídica moderna entende que as empresas públicas e as sociedades de economia mista delegatárias de serviços públicos não se sujeitam à tributação por intermédio de impostos, justamente porque são a longa manus das pessoas políticas que, por meio de lei, as criam. A circunstância de serem revestidas da natureza de empresa pública ou de sociedade de economia mista não lhes retira a condição de pessoas administrativas, que agem em nome do Estado, para a consecução do bem comum. Por sua vez, a Casa da Moeda do Brasil, empresa pública, entende que ao confeccionar moeda, papel moeda e selo postal, realiza serviço público por delegação do Estado, visto que são serviços de competência exclusiva da União Federai, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) exposto no RE 94.126RJ. Conseqüentemente, o impugnante é imune ao IRPJ, no se refere à prestação de serviços públicos monopolizados, ou seja, quanto à receita oriunda da fabricação de papel moeda e moeda metálica e da impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal. Notase, inclusive, que o entendimento da Casa da Moeda do Brasil foi abraçado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, por intermédio do julgamento do Recurso de Apelação em Mandado de Segurança, autuado sob o n° 2001.02.01.0470372. É importante destacar que nessa ação judicial discutiase apenas a possibilidade de cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS), apesar de seus argumentos serem aplicáveis ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Em 26/03/2009, ao analisar as argumentações da impugnante, decidiu a DRJ/Brasília encaminhar diligência à unidade preparadora, por meio do Despacho de fls. 1523/1524, para: 1. Confrontar os dados informados no “Demonstrativo das Receitas de Exclusividade” (fl. 438) com a escrituração contábil da autuada, a fim de comprovar se seus registros contábeis respaldam a segregação dos montantes informados no referido demonstrativo como sendo decorrentes do exercício de atividade monopolizada passível de isenção tributária; 2. Verificar a existência dos alegados créditos decorrentes de recolhimentos efetuados a maior a título de estimativa mensal de IRPJ e CSLL nos exercícios de 1993, 1994 e 1995, desde sua origem, bem como dos créditos por retenções na fonte efetuadas por órgãos públicos a partir de 1997, informados pelo contribuinte em sua impugnação; 3. Verificar se foram efetuados os controles dos referidos créditos no LALUR a fim de comprovar a efetiva disponibilidade dos mesmos para compensação na DIPJ2004, certificandose, com base em seus registros contábeis/fiscais, que não teria havido a utilização dos referidos valores em outras compensações. Fl. 4380DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.381 6 Por sua vez, após intimar o contribuinte e analisar os documentos apresentados pelo fiscalizado, a DRF/Brasília, por meio da Informação Fiscal de fls. 3821/3825, esclareceu que: 3. Com relação ao solicitado por esta Fiscalização no item 4 do Termo de Intimação (demonstrativo de existência dos créditos, conforme especificado no item 1.B desta informação), o contribuinte limitase a informar que “os créditos decorrentes de recolhimentos efetuados a maior a título de estimativa mensal de IRPJ e CSLL em 1993, 1994 e 1995 não foram utilizados em função dos prejuízos fiscais nos respectivos exercícios. Os respectivos créditos foram sendo utilizados nas DIPJ’s seguintes, assim como as retenções efetuadas por Órgãos Públicos”. E ainda esclarece: “o que pretendemos esclarecer em nossa defesa foi a origem do crédito, quando ele nasceu e o porque do mesmo.” Assim, o contribuinte não apresentou a documentação solicitada nos itens 4 e 5 do Termo de Intimação nº 035/2009. [...] 6. Em 08/09/2009, conforme acertado por telefone com o Sr. Ruy Reis, procurador da Casa da Moeda do Brasil, por não possuir acervo digitalizado, foram entregues a esta Fiscalização os originais de todas as NFF emitidas pela CMB no ano de 2003 (no volume de aproximadamente 17000 unidades) e cópias de todas as NFF emitidas a clientes com vendas monopolizadas. 7. Com base no cotejo individual das cópias apresentadas com os originais foram elaboradas as planilhas constantes às fls. 1701/1706, que indicam os valores mensais das receitas de exclusividade. 8. As cópias utilizadas foram anexadas às fls. 712/1699. 9. A contabilização no SIAFI das referidas NFF constam do CD anexo às fls. 1700 e do relatório de fls. 560/710, em forma de livro razão. O contribuinte foi cientificado do resultado da diligência em 28/03/2011, não tendo se manifestado a respeito. Nesse sentido, os autos do presente processo foram remetidos para a DRJ/Brasília em 18/07/2011, Em nova análise, a autoridade julgadora da 2ª Turma da DRJ/Brasília, no dia 02/08/2011, solicitou nova diligência, de fls. 3835/3839: Ocorre que os documentos constantes dos autos não são suficientes para a apuração das estimativas mensais de IRPJ e CSLL devidas, bem como do IRPJ devido no anocalendário de 2003, haja vista que os valores das receitas totais, os quais deverão ser reduzidos pelo montante validado de receitas isentas, não restaram demonstrados. Em face do exposto, e diante da impossibilidade de formação de convicção com vistas ao deslinde do litígio, proponho que este processo seja devolvido ao órgão preparador, nos termos do que Fl. 4381DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.382 7 dispõe o art. 18 do Decreto nº 70.235/72, para que seja verificada a repercussão do resultado da diligência nos autos de infração lavrados, com a consequente demonstração do valor realmente devido a título de IRPJ relativo ao anocalendário de 2003, bem como dos valores devidos a título de estimativa de IRPJ e CSLL desse mesmo anocalendário. A DRF/Brasília, em atendimento à diligência solicitada, intimou a contribuinte a apresentar planilha contendo número, destinatário e valor de todas as notas fiscais emitidas no anocalendário de 2003, totalizadas por mês e com somatório anual representativo da Receita Bruta auferida em 2003 (sem a dedução das receitas isentas). Como resposta à Fiscalização, a contribuinte apresentou a planilha de fls. 3857/4225, denominada Demonstrativo da Receita Bruta. Em 16/02/2012, a unidade preparadora encaminhou a Informação Fiscal de fl. 4227, no qual dispôs o seguinte: 1. Conforme determinação da 2a Turma da DRJ/BSB, constante às. fls. 1714 a 1716 destes autos, o processo supracitado foi devolvido a este órgão preparador para sanar falta de informações, tendo em vista que no processo o douto julgador não pode obter dados suficientes para a apuração das estimativas mensais de IRPJ e CSLL devidas, bem como do IRPJ devido do anocalendário de 2003 pelo contribuinte Casa da Moeda do Brasil. 2. Com este objetivo, o contribuinte em epígrafe foi intimado em 16/09/2011, a receber em devolução suas Notas Fiscais do ano calendário de 2003 e informar sua receita bruta mensal e anual do mesmo período. 3. Em 22/11/11 a Casa da Moeda do Brasil apresentou o relatório com os dados solicitados por esta Fiscalização (fls.1725 a 1918). 4. Informamos que em sede de diligência não cabe a esta Fiscalização fazer juízo de valor acerca da repercussão, nos autos de infração, da informação juntada ao processo, para que não haja risco de interferência na liberdade de decisão do julgador. 5. Assim, tendo informado os dados necessários para a apuração dos tributos descritos no item 1, dáse por cumprida a diligência solicitada. É o relatório.” A DRJ afastou a decadência alegada ao fundamento de que a multa isolada estabelecida no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, sujeitase à regra de contagem do prazo decadencial prevista no art. 173, I, do CTN. No mérito, reconheceu a isenção das receitas decorrentes de fabricação de papel moeda e moeda metálica e de impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da divida pública federal, efetuando os necessários ajustes aos valores lançados, do que decorreu o cancelamento do lançamento do IRPJ devido no ajuste e a redução dos valores devidos por estimativa, ou seja, a redução dos valores das multas isoladas lançadas em face da falta de recolhimento daquelas antecipações (em diversos meses, até inclusive zerar Fl. 4382DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.383 8 o valor da multa). Em face da exoneração de crédito tributário em valor superior ao limite de alçada, de sua própria decisão recorreu de ofício ao CARF. A decisão está assim ementada: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2003 ATIVIDADES MONOPOLIZADAS OU DELAS DECORRENTES. EXCLUSIVIDADE. FABRICAÇÃO DE PAPEL MOEDA E MOEDA METÁLICA. IMPRESSÃO DE SELOS POSTAIS E FISCAIS FEDERAIS. ISENÇÃO. A Casa da Moeda do Brasil, empresa pública de direito privado vinculada ao Ministério da Fazenda, exerce a fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da dívida pública federal. São atividades monopolizadas, caracterizadas como serviço público próprio, de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, razão pela qual se encontram albergadas por isenção de tributos federais referente ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados. MULTA ISOLADA. DECADÊNCIA. O prazo decadencial para o lançamento de ofício da multa exigida isoladamente quando a pessoa jurídica não antecipa o pagamento do IRPJ ou da CSLL estimados é de cinco anos contados na forma do art. 173, I, do CTN. MULTA ISOLADA. CABIMENTO APÓS O ENCERRAMENTO DO PERÍODO. Não tendo o contribuinte efetuado os recolhimentos mensais a que estão obrigadas as pessoas jurídicas optantes pela tributação com base no lucro real anual, cabível a aplicação da multa isolada, mesmo após o encerramento do exercício, e ainda que seja apurado prejuízo fiscal. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. NATUREZA DIVERSA. A multa exigida isoladamente sobre a falta de recolhimento das estimativas mensais é de natureza diversa da multa proporcional incidente sobre a insuficiência de recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, no regime do lucro real anual. LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO. Aplicase à CSLL o disposto em relação ao lançamento do IRPJ, por decorrer dos mesmos elementos de prova e se referir à mesma matéria tributável.” Cientificada desta decisão, interpôs o contribuinte recurso voluntário, no qual reprisa seus argumentos relativos à decadência e à impossibilidade de exigência da multa isolada, seja em face da concomitância, seja em face da impossibilidade de sua exigência após o encerramento do período de apuração. E acrescenta que “os valores encontrados pelo julgador a quo não refletem o real valor a ser recolhido a título de tributo pela recorrente, visto que as tabelas demonstrativas constantes do corpo do acórdão partem de valores distintos daqueles apontados na Demonstração do Resultado do Exercício de 2003, ora anexado.” Fl. 4383DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.384 9 Apresenta três planilhas alternativas, as quais pede que, sucessiva e alternativamente, sejam levadas em consideração caso o colegiado entenda pela manutenção das multas em questão: “A planilha n° 01 corresponde comparativos do cálculo do IRPJ e CSLL da Receita Federal e da CMB, com fulcro na Demonstração do Resultado do Exercício de 2003, com compensações. Por sua vez, a planilha n°. 02 compreende o cálculo, também com fulcro na Demonstração do Resultado do Exercício de 2003, com expurgo de compensações de exercícios anteriores. A planilha n°. 03 se trata de uma terceira possibilidade das Bases de Cálculo, contemplando os valores da CMB iguais aos valores obtidos pelo Fisco. Neste caso, a única diferença entre as bases de cálculo da Recita Federal e da CMB é no que se refere à dedução (Imposto de Renda Sobre Operações Financeiras), que na ocasião do Cálculo mensal (2003) não foi utilizado, apesar de constar esta utilização na Declaração de Imposto de Renda Anual.” É o relatório. Voto Vencido Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé Os recursos preenchem os requisitos de admissibilidade, deles tomo conhecimento. Inicialmente, de se observar que o lançamento fiscal, em realidade, se afigurava bastante singelo. Os valores que foram considerados para a aplicação da multa isolada foram aqueles que a própria fiscalizada reconhecera como devidos, a título de estimativa, e que não recolhera nem providenciara apresentação de PER/DCOMP para efetuar a compensação com alegados créditos de períodos anteriores. E, com relação ao ajuste anual, o lançamento decorreu tão somente da glosa dos valores considerados como estimativas recolhidas, em face da não comprovação dessa mesma referida compensação. Contudo, já em sede de impugnação trouxe o contribuinte à baila a informação de que há tempos vinha buscando o reconhecimento administrativo da isenção concedida pela Lei n° 5.895/1973, a qual afinal fora expressamente reconhecida pela Nota Cofis/GAB n° 2005/00042, de 14 de abril de 2005, e também pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, por meio dos Pareceres PGFN/CAT/No 907/2005 e PGFN/CAT/ No 2338/2007. Em razão deste fato, os valores por ele originalmente declarados não mais se afigurariam corretos. A DRJ reconheceu a existência desta isenção e, neste contexto, determinou a realização de diligências com vistas à apuração dos ajustes a fazer nos valores lançados, que se amparavam nas informações originalmente prestadas pelo contribuinte sem considerar qualquer isenção. Fl. 4384DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.385 10 Neste aspecto, correta a análise jurídica da questão, feita pela DRJ com amparo nas manifestações da douta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, cujos fundamentos subscrevo como se aqui transcritos estivessem. Para resumir, basta observar que a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional já se manifestou duas vezes sobre a matéria, a segunda vez inclusive em resposta a provocação da Receita Federal para que revisse o posicionamento anteriormente esposado, contudo, a PGFN ratificouo com relação aos serviços públicos próprios desenvolvidos em caráter de exclusividade (monopólio), assim considerados aqueles em que demonstrada a absoluta pertinência entre a atividade desenvolvida e a supremacia do interesse público sobre o privado, podendose sintetizar o pensamento externado no seguinte parágrafo do Parecer PGFN/CAT nº 2338/2007: “Revelase evidente, quanto às atribuições da Casa da Moeda do Brasil, que somente a ‘fabricação de papel moeda e moeda metálica e a impressão de selos postais e fiscais federais e títulos da divida pública federal” podem ser caracterizadas como serviço público próprio e apenas sobre elas incide a regra imunizatória. Ora. uma vez que essas “outras atividades’ não se realizam sob o regime da exclusividade, aplicaselhes a vedação da concessão de privilégios não extensíveis às empresas do setor privado (art. 173, §2º).” Contudo, mesmo com a revisão feita pela DRJ, remanesceram valores devidos a título de multas isoladas sobre as estimativas que deveriam ter sido pagas. Com relação a estas, no recurso voluntário alegase: a decadência, a impossibilidade de exigência da multa isolada, ou, por fim, a incorreção nos valores apurados pela DRJ. Decadência Defende o contribuinte que a decadência da multa isolada deve seguir a regra decadencial do tributo ao qual ela está afeta. Contudo, por se tratar de penalidade isolada, a qual somente pode ser aplicada de ofício, simplesmente não há a figura da antecipação espontânea do pagamento prevista no art. 150 do CTN, ou seja, não há a previsão de autopunição por parte do contribuinte. Assim, não há como a multa isolada seguir o disposto no § 4º do art. 150 do CTN, uma vez que não caracteriza constituição de ofício de tributo em substituição ao lançamento por homologação que não teria sido realizado pela recorrente. A contagem do prazo decadencial, portanto, deve ser feita de acordo com a regra do artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Neste sentido, a seguinte jurisprudência do CARF e da Câmara Superior de Recursos Fiscais: DECADÊNCIA – ESTIMATIVAS – MULTA ISOLADA Se a Fazenda Pública denegar a homologação ao pagamento realizado pelo contribuinte, o limite temporal para a realização do lançamento de ofício para cobrar o tributo é estabelecido pelo prazo de cinco anos previsto no art. 150. § 4º, do CTN, já que, Fl. 4385DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.386 11 findo esse prazo, é considerado extinto o crédito tributário. Contudo, não há falar em lançamento por homologação no caso de falta de recolhimento de estimativas. O valor pago a esse título não tem a natureza de tributo, eis que, juridicamente, o fato gerador do Imposto sobre a Renda e da CSLL só será tido por ocorrido ao final do período anual (31/12). A regra geral para contagem do prazo decadencial para constituição do crédito tributário, inclusive no caso de penalidades, está prevista no artigo 173 do CTN. Recurso especial provido. (Acórdão CSRF/0105.653, Sessão de 27 de março de 2007, Relatora Ivete Malaquias Pessoa Monteiro) DECADÊNCIA. MULTA ISOLADA. ESTIMATIVAS NÃO RECOLHIDAS. A regra geral para contagem do prazo decadencial para constituição do crédito tributário, no caso de penalidades, está prevista no artigo 173, I do CTN, apresentandose regular a exigência formalizada dentro deste prazo. Por sua vez, em relação aos tributos, havendo antecipação de recolhimentos o prazo é contado na forma do art. 150, §4o. do CTN. (Acórdão 1402001.217, Sessão de 4 de outubro de 2012, Relator Antônio José Praga de Souza) No caso, portanto, não ocorreu a decadência com relação a nenhum dos períodos lançados. Impossibilidade de exigência da multa isolada Aduz a recorrente que a multa em questão não pode ser exigida, seja em face da concomitância com a multa de ofício aplicada sobre o tributo, seja em face da impossibilidade de sua exigência após o encerramento do período de apuração. Não concordo com os fundamentos apresentados pela recorrente. A multa isolada aplicada tem o seu fundamento legal no artigo 44 da Lei nº 9.430/96, que possui a seguinte redação (grifos acrescidos): “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) a) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo Fl. 4386DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.387 12 negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) § 1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) § 2º Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1º deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) (...)” Cediço que a regra de apuração do IRPJ e da CSLL com base no lucro real, consoante o art. 1º da Lei nº 9.430, de 1996, é de períodos de apuração trimestrais. A apuração anual é uma alternativa oferecida pela Lei nº 9.430, de 1996, a qual, para o seu exercício, requer pagamentos mensais calculados sobre base de cálculo estimada, isto é, determinados mediante a aplicação de diferentes percentuais sobre a receita bruta auferida mensalmente, conforme a atividade econômica praticada. Exercida a opção por esta forma de apuração, com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou do início de atividade, a pessoa jurídica somente poderá suspender ou reduzir os recolhimentos devidos em cada mês se demonstrar, através de balanços e balancetes mensais, que o valor acumulado já recolhido excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. De se observar que a opção por esta forma de apuração, uma vez exercida, é de caráter irretratável para aquele ano calendário. Da leitura do dispositivo acima transcrito, sobressai que a exigência da multa isolada decorre exatamente da falta de recolhimento das estimativas a que se obriga a pessoa jurídica que, por vontade própria, opta pela apuração anual do imposto, e, ainda, que tal exigência não guarda nenhuma consonância com o quantum apurado ao final do ano calendário, caso contrário não faria sentido a parte final da alínea b do inciso II do caput (“...ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica”). É preciso ficar claro que o que se está a cobrar do sujeito passivo é a penalidade pelo cometimento de uma infração, e não qualquer imposto ou contribuição que possa, posteriormente, se demonstrar passível de restituição. A circunstância de as estimativas não recolhidas se revelarem, ao final do período de apuração, indevidas, é completamente irrelevante, e não pode servir de fundamento ao afastamento da incidência da norma legal no caso concreto. Aliás, pela própria natureza da sistemática, o normal é que os recolhimentos mensais se materializem a menor ou a maior que o devido, dando azo, respectivamente, ao saldo de imposto a pagar ou ao saldo de imposto a ser restituído ou compensado. Fl. 4387DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.388 13 Tampouco se constata existir, no dispositivo legal que prevê a discutida penalidade, limitação temporal para o seu lançamento, no sentido de que sua aplicação só poderia ser feita no decorrer do ano em curso. Pelo contrário, a expressa previsão legal de que o lançamento seja feito mesmo quando apurado resultado fiscal negativo ao final do período de apuração claramente sinaliza para o fato de que a multa isolada pode ser lançada após o encerramento do respectivo ano calendário. Com relação à alegação de que estaria a pessoa jurídica sendo duplamente penalizada por uma única suposta infração, e que, portanto, não poderia haver concomitância da multa isolada com a multa de ofício, cumpre observar que, conforme restou acima exposto, as motivações que dão azo à aplicação de uma e de outra penalidade são completamente distintas, sendo também distintos os seus fundamentos legais (a multa isolada tem por base legal o art. 44, inciso II, da Lei nº 9.430/96, e a multa de ofício tem por base legal o art. 44, inciso I, e §§ 1o e 2o da Lei nº 9.430/96). Além disto, observo serem também distintas as suas bases de cálculo, pois, enquanto a base de cálculo da multa isolada é o valor das estimativas mensalmente devidas, e não recolhidas a tempo próprio, a base de cálculo da multa de oficio é o valor do tributo devido ao final do ano calendário e porventura não recolhido. As estimativas, ordinariamente, são calculadas com base na aplicação de percentuais sobre a receita bruta da pessoa jurídica. Já o IRPJ e a CSLL devidos ao final do ano são calculados com base no lucro líquido contábil ajustado pelas adições, exclusões e compensações prescritas na legislação. Assim, apenas em circunstâncias muito específicas haverá coincidência de valores entre a base de cálculo da multa isolada e a base de cálculo da multa de ofício. A circunstância de isto eventualmente vir a ocorrer, de qualquer sorte, não autoriza a conclusão de que estaria havendo dupla apenação por uma mesma infração, posto que a motivação e o fundamento legal que amparam cada uma das penalidades impostas permanecem sendo distintos. Ademais, ainda que se admitisse que, no caso, uma única infração estivesse sendo submetida a duas penalidades distintas, não se vislumbraria, neste fato, qualquer irregularidade ou motivo para cancelamento de uma delas, em prol da outra. Vale dizer, não possui aplicabilidade, no Direito Tributário, o denominado princípio da consunção, existente no Direito Penal, argumento este que também tem sido frequentemente invocado para justificar o cancelamento da multa isolada aplicada. De fato, são inúmeros os casos na legislação tributária em que uma única infração pode gerar diversas penalidades. Cito apenas um exemplo, para ilustrar o ponto: a exposição à venda de cigarro estrangeiro sem selo de controle acarreta ao infrator a cobrança do imposto sobre produtos industrializados que deixou de ser pago, acrescido da multa de 150%, além da pena de perdimento da mercadoria, e de multa igual ao valor comercial da mercadoria. Neste caso, poderseia dizer que estão sendo impostas três penalidades sobre uma única infração. Vejamos como um caso destes é julgado pela 3a Seção do CARF: “CIGARROS NACIONAIS DESTINADOS À EXPORTAÇÃO, ENCONTRADOS EM SITUAÇÃO IRREGULAR NO PAÍS. Nos termos do artigo 494 do Decreto n°4.544, de 26 de janeiro de 2002 — RIPI/2002, "será exigido do proprietário do produto encontrado na situação inegular descrita nos arts. 277 e 284, Fl. 4388DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.389 14 o imposto que deixou de ser pago, aplicandoselhe, independentemente de outras sanções cabíveis, a multa de cento e cinqüenta por cento de seu valor (Lei n° 4.502, de 1964, art. 80, e Lei n° 9.430, de 1996, art. 45, inciso II)." CIGARROS ESTRANGEIROS ENCONTRADOS SEM SELO DE CONTROLE A venda ou a exposição à venda de cigarros estrangeiros sem o selo de controle sujeita a mercadoria à pena de perdimento e o proprietário da mesma à penalidade prevista no art. 33 do Decretolei n° 1.593, de 1977, com a redação dada pelo art. 52 da Lei n° 10.637, de 29 de agosto de 2002, qual seja, multa igual ao valor comercial da mercadoria, não inferior a RS 1.000,00 (mil reais). NEGADO PROVIMENTO POR UNANIMIDADE.” (Acórdão 30236.775, sessão de 13 de abril de 2005, relatora Elizabeth Emílio de Moraes Chieregatto) Rejeitase com isto os argumentos no sentido da impossibilidade de concomitância de multas sobre uma mesma infração (bis in idem) e/ou da aplicabilidade do princípio da consunção ao caso. Tampouco podem ser acatados em sede de julgamento administrativo, quando aventados, os argumentos acerca da abusividade ou confiscatoriedade da penalidade imposta, ou de afronta a outros princípios, como os da razoabilidade e proporcionalidade, pois cediço que o julgador administrativo é mero aplicador da lei ao caso concreto, e dela não se pode afastar, com base em suposta violação a princípios de ordem constitucional. Tal entendimento hoje encontrase estampado tanto na Súmula CARF nº 2, quanto no art. 62 do atual Regimento Interno do CARF, ambos de observação obrigatória no âmbito deste Colegiado. Contudo, sabedor de que a posição acima exposta ordinariamente não é acolhida pelo colegiado, em razão dos mais variados argumentos, cumpre registrar, especificamente com relação ao caso concreto, o seguinte: no que toca ao argumento concomitância, cumpre observar que somente houve lançamento de tributo devido no ajuste anual com relação ao IRPJ, no montante de R$1.936.532,87 (reduzido a zero pela DRJ, e por este voto confirmado), e não houve lançamento de tributo devido no ajuste anual com relação à CSLL, pelo que insubsistente o argumento; no que toca ao argumento relativo à limitação da base de cálculo sobre a qual incidem as multas isoladas ao montante do tributo devido ao final do ano, o qual sequer foi levantado pela recorrente, registrese que não há tributo devido ao final do ano, pois tanto com relação ao IRPJ, quanto com relação à CSLL, o montante das retenções superou o valor que afinal seria devido, ou seja, a apuração acusa saldo negativo de IRPJ e de CSLL. Incorreções nos valores apurados pela DRJ Acaso resulte vencedora a proposta de manutenção das multas isoladas, cumpre analisar os derradeiros argumentos de mérito da recorrente, no que diz respeito às alegadas incorreções nos valores apurados pela DRJ. Fl. 4389DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.390 15 Uma vez que a “Planilha n° 01” considera a maior quantidade de ajustes demandados pela recorrente, sendo a “Planilha n° 02” e a “Planilha n° 03” variantes da primeira, com menos ajustes, a análise da “Planilha n° 01” permite abranger a totalidade dos pleitos recursais. Conforme visto, a “Planilha n° 01” elaborada pela recorrente compreende os cálculos do IRPJ e CSLL por ela feitos a partir dos valores constantes da sua Demonstração do Resultado do Exercício de 2003. Neste sentido, confrontandose os valores ali apresentados com aqueles que foram utilizados pela DRJ, verificase haver divergência com relação aos valores da Receita de Venda de Produtos (total, incluindo as isentas) e aos valores das Receitas Isentas. Contudo, considerandose que a apuração dos montantes dessas receitas foi objeto da realização de duas diligências solicitadas pela DRJ, das quais foi cientificada a recorrente, não é razoável, no atual estágio processual, intentarse promover alteração nos valores destas grandezas, mormente sem uma demonstração clara e precisa, acompanhada de provas, de onde (em que notas fiscais) se encontrariam as supostas incorreções, as quais somente poderiam ser eventualmente confirmadas, portanto, em nova diligência. De se observar que as eventuais incorreções constatadas pela DRJ no levantamento efetuado em sede de diligência, que foi discriminativo (nota a nota), já foram objeto de identificação e correção por aquela autoridade, conforme tabela integrante do acórdão recorrido às fls. 42584259 (situações envolvendo notas fiscais que constavam no demonstrativo como isentas, mas que não integravam o demonstrativo da receita bruta total, notas fiscais em duplicidade, etc). Ademais, os valores agora reclamados pela recorrente nesta “Planilha n° 01” afiguramse diversos daqueles que ela mesma informou ao fisco, quando da realização das diligências em questão (vide fls. 4225). Devem ser mantidos, portanto, os valores de receita utilizados pela DRJ. Noutro giro, confrontandose os valores apresentados na “Planilha n° 01” com aqueles que foram utilizados pela DRJ, no tocante às informações relativas a “Deduções de Incentivos Fiscais” e “IR Retido na Fonte por Órgãos Públicos”, verificase também haver divergência. Contudo, mais uma vez não foi demonstrado com precisão onde estariam os equívocos com relação à informação utilizada pela DRJ, que nada mais é do que a informação que originalmente havia sido prestada pela própria contribuinte. Ademais, no que toca à informação do IR Retido na Fonte por Órgãos Públicos, os valores originalmente informados pelo contribuinte são os que mais se aproximam daqueles que constam nas Declarações do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – DIRF apresentadas pelas fontes pagadoras (fls. 6084), e, no que toca às deduções de incentivos fiscais, as alterações propostas pela recorrente na “Planilha n° 01” seriam quando muito uma confissão de que os valores originalmente informados eram superiores aos que efetivamente faria jus, contudo, tal situação não foi objeto de apuração pela autoridade fiscal. Devem ser mantidos, portanto, os valores utilizados pela DRJ. Fl. 4390DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.391 16 A recorrente demonstra, ainda, na “Planilha n° 01”, as compensações a que teria direito de fazer, utilizando seus pretensos créditos de IRPJ e CSLL oriundos de anos anteriores, para quitar as estimativas devidas ao longo do ano de 2003. Contudo, tal raciocínio não pode prosperar, por duas razões. Em primeiro lugar, conforme bem observado pela fiscalização, a partir da entrada em vigor da Lei nº 10.637, de 2002, não mais existe a possibilidade da compensação registrada tão somente na escrita do contribuinte, ao amparo das normas editadas com base no art. 66 da Lei nº 8.383, de 1991, sendo necessária a apresentação da Declaração de Compensação, inexistente no caso. Neste sentido, a jurisprudência do CARF: COMPENSAÇÃO ESCRITA CONTÁBIL AUSÊNCIA DE DCOMP IMPOSSIBILIDADE A compensação não pode ser realizada diretamente pela Escrituração Contábil da empresa, posto que o art. 49 da Lei n°. 10.637/2002 exige, obrigatoriamente, a apresentação da Declaração de Compensação. (Acórdão 105 16.927, sessão de 16 de abril de 2008, relator Alexandre Antonio Alkmim Teixeira) Em segundo, porque, conforme observou a DRJ, quando da realização da primeira diligência por ela solicitada, a fiscalizada não apresentou a documentação solicitada nos itens 4 e 5 do Termo de Intimação nº 035/2009, que possuíam a seguinte redação: “4. Apresentar demonstrativo da existência dos créditos decorrentes de recolhimentos efetuados a maior a título de estimativa mensal de IRPJ e CSLL nos exercícios de 1993, 1994 e 1995, desde a sua origem, bem como dos créditos por retenções efetuadas por órgãos públicos a partir de 1997, informados em sua impugnação; 5. Apresentar LALUR onde conste controle de utilização dos créditos referidos no item.” Ademais, cientificada do resultado desta diligência e instada a, querendo, sobre ela manifestarse (fls. 3827), deixou transcorrer in albis o prazo de 30 dias concedido, nada fazendo para comprovar o seu pretenso direito creditório. Portanto, não procede a compensação pleiteada pela recorrente. Por fim, a recorrente demonstra, ainda, por meio da “Planilha n° 01”, o aproveitamento do imposto de renda retido na fonte sobre as suas operações financeiras ocorridas em 2003. Neste aspecto, nada obstante a própria recorrente reconheça que não fez uso destas retenções para reduzir o montante devido quando originalmente apresentou os demonstrativos de cálculo mensal dos tributos em 2003, e nada obstante tampouco tenha apresentado quaisquer provas efetivas dessas retenções, limitandose a afirmar que as mesmas já constavam na Declaração de Imposto de Renda Anual (na ficha relativa à apuração anual), concedo que as mesmas sejam aproveitadas para a redução dos valores das estimativas devidas (bases de cálculo para a aplicação das multas isoladas lançadas). Fl. 4391DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.392 17 Isto porque é possível verificar, nas DIRF apresentadas pelas fontes pagadoras e constantes dos autos (fls. 6084), que o montante anual dos valores retidos do imposto (código 6800 – IRRF sobre aplicações financeiras em fundos de investimento de renda fixa, no valor de R$ 1.405.392,70) confere com o somatório dos valores mensais que a recorrente pleiteia (desconsiderada uma diferença praticamente imaterial, de R$180,20). E as correspondentes receitas financeiras, por tudo o quanto consta nos autos, foram consideradas na apuração das estimativas devidas, o que justifica, portanto, o aproveitamento do respectivo imposto retido. Em conclusão, dou parcial provimento ao recurso voluntário, para que, dos valores das estimativas devidas (bases de cálculo para a aplicação das multas isoladas lançadas), conforme apuradas pela decisão recorrida, sejam descontados os valores do imposto retido na fonte que a recorrente pleiteia, conforme demonstrado na tabela abaixo, e, nesta conformidade, sejam recalculadas as multas isoladas devidas: Tabela 1: IRRF a considerar MÊS IRRF JAN 89.128,35 FEV 43.239,31 MAR 36.318,08 ABR 71.441,96 MAI 76.691,32 JUN 107.754,29 JUL 163.905,61 AGO 180.305,91 SET 189.060,86 OUT 168.045,42 NOV 142.908,34 DEZ 136.773,45 TOTAL em 2003 1.405.572,90 E, quanto ao recurso de ofício, nego provimento. É como voto. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator Fl. 4392DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.393 18 Voto Vencedor Conselheiro Ricardo Marozzi Gregório Na sessão de julgamento deste processo, ousei divergir do posicionamento do Ilustre Relator no tocante à imposição da multa isolada após o encerramento do ajuste anual, entendimento que prevaleceu pela maioria dos votos da Turma. Quanto à matéria, sigo o entendimento majoritário da Câmara Superior de Recursos Fiscais que somente concorda com a aplicação da multa isolada se ficar constatado que houve parcela do tributo devido que deixou de ser paga na forma de antecipação (quando deveria ter sido paga nesta forma), mas foi paga no ajuste. Nesse sentido, pela clareza da argumentação empreendida, peço vênia para reproduzir trecho, conquanto extenso, do voto proferido pela ilustre Conselheira Karem Jureidini Dias no julgamento realizado em 15/08/2012 (Acórdão nº 910101.455): A MULTA ISOLADA POR NÃO RECOLHIMENTO DAS ANTECIPAÇÕES A multa isolada, aplicada por ausência de recolhimento de antecipações, é regulada pelo artigo 44, inciso II, alínea “b”, da Lei nº 9.430/96, verbis1: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (...) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica.” A norma prevê, portanto, a imposição da referida penalidade quando o contribuinte do IRPJ e da CSLL, sujeito ao Lucro Real Anual, deixar de promover as antecipações devidas em razão da disposição contida no artigo 2º da Lei nº 9.430/96, verbis: 1 Redação Original: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente. Fl. 4393DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.394 19 “Art.2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. §1º O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento. §2º A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais)ficará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. §3º A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma deste artigo deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipóteses de que tratam os §§1º e 2º do artigo anterior. §4º Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: I dos incentivos fiscais de dedução do imposto, observados os limites e prazos fixados na legislação vigente, bem como o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; II dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro da exploração; III do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real; IV do imposto de renda pago na forma deste artigo.” A natureza das antecipações, por sua vez, já foi objeto de análise do Superior Tribunal de Justiça, que manifestou entendimento no sentido de considerar que as antecipações se referem ao pagamento de tributo, conforme se depreende dos seguintes julgados: “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. CSSL. RECOLHIMENTO ANTECIPADO. ESTIMATIVA. TAXA SELIC. INAPLICABILIDADE. 1. "É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no Fl. 4394DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.395 20 art. 2° da Lei n. 9430/96" (AgRg no REsp 694278RJ, relator Ministro Humberto Martins, DJ de 3/8/2006). 2. A antecipação do pagamento dos tributos não configura pagamento indevido à Fazenda Pública que justifique a incidência da taxa Selic. 3. Recurso especial improvido.” (Recurso Especial 529570 / SC Relator Ministro João Otávio de Noronha Segunda Turma Data do Julgamento 19/09/2006 DJ 26.10.2006 p. 277) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IRPJ E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO CSSL APURAÇÃO POR ESTIMATIVA PAGAMENTO ANTECIPADO OPÇÃO DO CONTRIBUINTE LEI N. 9430/96. É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no art. 2° da Lei n. 9430/96. Precedentes: REsp 492.865/RS, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ25.4.2005 e REsp 574347/SC, Rel. Min. José Delgado, DJ 27.9.2004. Agravo regimental improvido.” (Agravo Regimental No Recurso Especial 2004/01397180 Relator Ministro Humberto Martins Segunda Turma DJ 17.08.2006 p. 341) Do exposto, inferese que a multa em questão tem natureza tributária, pois aplicada em razão do descumprimento de obrigação principal, qual seja, falta de pagamento de tributo, ainda que por antecipação prevista em lei. Debates instalaramse no âmbito desse Conselho Administrativo sobre a natureza da multa isolada. Inicialmente me filiei à corrente que entendia que a multa isolada não poderia prosperar porque penalizava conduta que não se configurava obrigação principal, tampouco obrigação acessória. Ou seja, mantinha o entendimento de que a multa em questão não se referia a qualquer obrigação prevista no artigo 113 do Código Tributário Nacional, na medida em que penalizava conduta que, a meu ver à época, não podia ser considerada obrigação principal, já que o tributo não estava definitivamente apurado, tampouco poderia ser considerada obrigação acessória, pois evidentemente não configura uma obrigação de caráter meramente administrativo, uma vez que a relação jurídica prevista na norma primária dispositiva é o “pagamento” de antecipação. Nada obstante, modifiquei meu entendimento, mormente por concluir que tratase, em verdade, de multa pelo não pagamento do tributo que deve ser antecipado. Ainda que tenha o contribuinte declarado e recolhido o montante devido de IRPJ e CSLL ao final do exercício, fato é que caberá multa isolada quando o contribuinte não efetua a antecipação deste tributo. Tanto assim que, até a alteração Fl. 4395DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.396 21 promovida pela Lei nº 11.488/07, o caput do artigo 44 da Lei nº 9.430/96, previa que o cálculo das multas ali estabelecidas seria realizado “sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição”. Destaco trecho do voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, no julgamento do Recurso nº 105139.794, Processo n° 10680.005834/200312, Acórdão CSRF/0105.552, verbis: “Assim, o tributo correspondente e a estimativa a ser paga no curso do ano devem guardar estreita correlação, de modo que a provisão para o pagamento do tributo há de coincidir com valor pago de estimativa ao final do exercício. Eventuais diferenças, a maior ou menor, na confrontação de valores geram pagamento ou devolução do tributo, respectivamente. Assim, por força da própria base de cálculo eleita pelo legislador – totalidade ou diferença de tributo – só há falar em multa isolada quando evidenciada a existência de tributo devido”. É bem verdade que melhor seria se a penalidade em comento fosse tratada como uma pena aplicada pela postergação do pagamento de imposto ou contribuição, mas existe regra específica para o caso de ausência de pagamento ou pagamento a menor de antecipação devida de IRPJ e CSLL, sobrepondose, portanto, à regra da postergação. Adotada a premissa de que a imputação da multa isolada tem por fundamento norma primária sancionadora, em cuja hipótese está o descumprimento de obrigação principal, então a multa isolada é prevista para as hipóteses de não recolhimento ou recolhimento a menor do tributo na forma antecipada. Entendo que não há como se admitir que o valor da antecipação seja, após o encerramento do anocalendário, um tributo isolado. A antecipação não é inconstitucional, nem ilegal. Isto porque, como o próprio nome enseja, é mera antecipação de tributo – IRPJ e CSLL – apurado de forma definitiva após o encerramento do anocalendário, no caso de apuração na forma de lucro real anual. O disposto no artigo 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 veicula norma que estabelece a imputação de penalidade isolada pelo não recolhimento de IRPJ e CSLL, de forma antecipada. Dado o fato do não recolhimento do tributo no prazo estipulado para sua antecipação, deve ser imputada a multa isolada. No conseqüente desta norma resta claro que, como critério pessoal, temse de um lado o contribuinte sujeito ao pagamento da antecipação, de outro a União como sujeito ativo. Como critério quantitativo temse o percentual atual de 50% do tributo devido e não pago. Utilizase o termo tributo porque a sanção é aplicada sobre o descumprimento de obrigação principal. Neste passo, até o encerramento do anocalendário o que se tem por tributo devido é o IRPJ e a CSLL, apurados conforme cálculo previsto para antecipação. Já após o encerramento do anocalendário e apuração do IRPJ e CSLL pelo lucro real, não há como negar que o montante do tributo devido é aquele definitivamente apurado, após as adições, exclusões e compensações previstas em lei. Considerando que o IRPJ e a CSLL são auferidos ao final do anocalendário, sendo provisório o montante calculado nas antecipações, concluise que: Fl. 4396DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.397 22 i) Quando a multa isolada é aplicada durante o anocalendário, a base é o tributo até então apurado, conforme cálculo das antecipações, já que outro não existe a substituílo por definitividade naquele momento. ii) Quando a multa isolada é imputada após o encerramento do anocalendário e apuração definitiva do tributo devido, sem dúvida a hipótese de aplicação é a mesma, falta de recolhimento das antecipações, não obstante, sua base de incidência terá por limite o valor do tributo definitivamente apurado. Nem há que se imaginar que se nega vigência à norma em questão. O que ocorre é a eliminação, pela interpretação, de eventual contrariedade. Ressaltese que não se trata sequer de contradição, mas de mera e aparente contrariedade. Isto porque, tanto a multa isolada, quanto a multa de ofício têm seu lugar, bem como a multa isolada pode ser aplicada inclusive após o encerramento do anocalendário, mas, em se tratando de multa de natureza tributária, a base é o tributo que deixou de ser recolhido. Este tributo – IRPJ e CSLL – é aquele apurado conforme cálculo de antecipação até o encerramento do período e é aquele apurado pelo lucro real após o encerramento do período. Neste ponto, peço vênia para novamente transcrever trecho do voto do brilhante Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, proferido no julgamento do recurso nº 105139.794, já mencionado anteriormente, verbis: “(...) Vale dizer, após o encerramento do período, o balanço final (de dezembro) é que balizará a pertinência do exigido sob a forma de estimativa, pois esse acumula todos os meses do próprio anocalendário. Nesse momento, ocorre juridicamente o fato gerador do tributo e podese conhecer o valor devido pelo contribuinte. Se não há tributo devido, tampouco há base de cálculo para se apurar o valor da penalidade.(...).” Se o lançamento é efetuado antes do fim do exercício – portanto antes dos ajustes / apuração do lucro, base de cálculo do IRPJ e da CSLL devidos – a base para imposição da sanção é aquela devida por antecipação e calculada até aquele momento. Naquele momento, inclusive, não há autorização para constituição de obrigação principal definitiva – tributo – especialmente porque o mesmo ainda não se quantificou definitivamente porque não concluído o fato gerador. Nestes termos dispõe o caput do artigo 15 da Instrução Normativa nº 93/97, verbis: “Art. 15. O lançamento de ofício, caso a pessoa jurídica tenha optado pelo pagamento do imposto por estimativa, restringirseá à multa de ofício sobre os valores não recolhidos.” De outra feita, em momento posterior ao encerramento do anocalendário, já existe quantificação do tributo devido definitivamente pelos ajustes determinados em legislação de regência, então esta é a limitação ao critério quantitativo da imposição de multa isolada. Vale destacar a lição de Marco Aurélio Greco a respeito do tema, verbis: “(...) mensalmente o que se dá é apenas o pagamento por imposto determinado sobre base de cálculo estimada (art. 2º, caput), mas a materialidade tributada é o lucro real Fl. 4397DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.398 23 apurado em 31 de dezembro de cada ano (art. 3º do art. 2º). Portanto, imposto e contribuição verdadeiramente devidos, são apenas aqueles apurados ao final do ano. O recolhimento mensal não resulta de outro fato gerador distinto do relativo período de apuração anual; ao contrário, corresponde a mera antecipação provisório de um recolhimento, em contemplação de um fato gerador e uma base de cálculo positiva que se estima venha ou possa vir a ocorrer no final do período. Tanto é provisória e em contemplação de evento futuro que se reputa em formação – e que dele não pode se distanciar – que, mesmo durante o período de apuração, o contribuinte pode suspender o recolhimento se o valor acumulado pago exceder o valor calculado com base no lucro real do período em curso (art. 35 da Lei n° 8.891/95)”. (In:“Multa Agravada em Duplicidade” São Paulo, Revista Dialética de Direito Tributário n° 76, p. 159). Tampouco é de se questionar esta interpretação com base no fato de que a multa em questão é aplicável até mesmo em casos de apuração de base negativa da CSLL e de prejuízo fiscal no anocalendário correspondente, conforme dispõe a alínea “b”, do inciso II, do artigo 44, da Lei nº 9.430/96, anteriormente capitulado no § 1º do citado artigo. O direito, in casu, deve ser analisado à luz da relação de coordenação existente entre a norma veiculada pelo artigo 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 e aquela veiculada pelo artigo 39, parágrafo segundo, da Lei nº 8.383/91, verbis: “Art. 39. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderão optar pelo pagamento, até o último dia útil do mês subseqüente, do imposto devido mensalmente, calculado por estimativa, observado o seguinte: (...) § 2° A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto mensal estimado, enquanto balanços ou balancetes mensais demonstrarem que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto calculado com base no lucro real do período em curso.(...)” Referido dispositivo, conforme é possível constatar, autoriza que o contribuinte interrompa ou reduza os pagamentos devidos por antecipação desde que demonstre, por meio de balancete mensal, que o valor da estimativa anteriormente paga e, portanto, acumulada no período, excede o valor do tributo apurado com base no lucro ajustado no período em curso. Assim, a exegese que se extrai dos comandos legais contidos no artigo 44 da Lei nº 9.430/96, mesmo após as alterações inseridas pela Lei nº 11.488/07, é aquela segundo a qual o lançamento da multa isolada pode ser feito em duas hipóteses: (i) Antes da apuração do tributo devido no balanço do final do ano calendário, quando a base para a imposição da multa observará um dos seguintes critérios: (i.1) Fl. 4398DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.399 24 o valor correspondente às antecipações não pagas calculadas a partir da margem setorial (o percentual definido em lei) da receita bruta acumulada; ou (i.2) o valor correspondente às antecipações não pagas calculadas a partir do balanço de redução ou suspensão (neste último caso, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa da CSLL). (ii) Após a apuração do tributo devido no balanço do final do anocalendário, somente se ficar constatado que houve parcela daquele tributo devido que deixou de ser paga na forma de antecipação (quando deveria ter sido paga nesta forma), mas foi paga no ajuste. A base para a imposição da multa corresponderá exatamente ao valor da mencionada parcela. Não se admite, por óbvio, que tal base supere o valor do tributo devido apurado. Assim, há que se verificar se os valores de estimativa a pagar foram deduzidos na apuração anual. Em caso positivo, isto significa que o tributo devido não foi recolhido nem como estimativa nem como resultado do ajuste, portanto, não se trata de cobrar mula isolada, mas, sim, de cobrar o tributo acompanhado da multa proporcional. Em caso negativo, isto significa que o tributo não foi recolhido como estimativa, mas foi recolhido como resultado do ajuste, portanto, é cabível a multa isolada. Contudo, a base para a imposição da multa deverá corresponder ao valor da estimativa não paga que deixou de ser deduzida na apuração anual do imposto devido. Não se admite, também, que essa base supere o valor do imposto devido calculado na apuração anual. A impossibilidade de lançamento da multa isolada concomitantemente com a multa proporcional é explicada na sequência do voto: CONCOMITÂNCIA DA MULTA ISOLADA E DA MULTA DE OFÍCIO Por tudo quanto exposto na interpretação da norma que dispõe sobre a multa isolada em razão do não pagamento, ou pagamento a menor de antecipações, concluise que esta é devida e calculada sobre a obrigação principal até então apurada. O mesmo ocorre com a multa de ofício que acompanha o lançamento referente à totalidade ou diferença de tributo que deixou de ser constituído pelo contribuinte, ao final do anocalendário. Verifico identidade quanto ao critério pessoal e material de ambas as normas sancionatórias, pois ambas alcançam o contribuinte – sujeito passivo – e têm por critério material o descumprimento da relação jurídica que determina o recolhimento integral do tributo devido. Inevitável, portanto, concluirse que impor sanção pelo não recolhimento do tributo apurado conforme lançamento de ofício que apura IRPJ e CSLL devidos ao final do anocalendário e impor sanção pelo não recolhimento ou recolhimento a menor das antecipações devidas, relativamente aos mesmos tributos, é penalizar o mesmo contribuinte duas vezes por ter deixado de recolher integralmente o tributo devido. Portanto, nestes casos, uma penalidade é excludente da outra. Se o que prevalece para fins de quantificação da obrigação principal é o valor decorrente da apuração final, consolidada e definitiva do tributo – justamente porque as antecipações são apurações provisórias do mesmo tributo – também assim deve ser em relação a aplicação das penalidades: prevalece a multa aplicada quando o contribuinte não recolhe o tributo devido em conformidade com a apuração definitiva. Além disso, é inegável que no caso em análise a aplicação da multa isolada é mera penalização de conduta meio de deixar de recolher tributo, uma vez que, por Fl. 4399DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.400 25 meio do mesmo lançamento, foi constituída, também, multa de ofício pelo não recolhimento de tributo apurado quando da consolidação da obrigação principal devida no exercício e não constituída/recolhida pelo contribuinte. Neste ponto vale destacar outro trecho do bem elaborado voto proferido pelo Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, em julgamento já referido, realizado nesta mesma Turma, a respeito da matéria ora sob análise, tratando do princípio da consunção da condutameio pela condutafim, verbis: “Quando várias normas punitivas concorrem entre si na disciplina jurídica de determinada conduta, é importante identificar o bem jurídico tutelado pelo Direito. Nesse sentido, para a solução do conflito normativo, devese investigar se uma das sanções previstas para punir determinada conduta pode absorver a outra, desde que o fato tipificado constitui passagem obrigatória de lesão, menor, de um bem de mesma natureza para a prática da infração maior. No caso sob exame, o não recolhimento da estimativa mensal pode ser visto como etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. A primeira conduta é, portanto, meio de execução da segunda. Com efeito, o bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do ano calendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. Assim, a interpretação do conflito de normas deve prestigiar a relevância do bem jurídico e não exclusivamente a grandeza da pena cominada, pois o ilícito de passagem não deve ser penalizado de forma mais gravosa que o ilícito principal. É o que os penalistas denominam “princípio da consunção”. (Recurso do Procurador nº 105139.794– Primeira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais – Rel. Marcos Vinícius Neder de Lima – Sessão de 04/12/2006) Adicionalmente, vale notar que é possível valorar as duas penalidades e estabelecer qual delas deve ser aplicável porque, em casos como o ora analisado, senão em razão da identidade de critérios pessoal e material das duas penalidades, ou por força da impossibilidade de se apenar conduta meio e conduta fim, também porque a lei que estabelece as referidas multas não determina expressamente que deve haver concomitância. A lei não estabelece concomitância, não se tratando in casu de contradição. E como não há determinação legal de que ambas sejam aplicadas, o que vemos é um caso de aparente contrariedade. Ou seja, há aplicação normativa por excludência, segundo o que se determina a aplicação de uma ou de outra penalidade, a depender do caso, da valoração do bem maior a ser protegido, e das condutas incorridas pelo contribuinte. Se somente houve falta de recolhimento das antecipações esta é a conduta fim. Se, por outro lado, o contribuinte além de não recolher as antecipações, também deixou de constituir/recolher o tributo devido conforme a apuração Fl. 4400DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10166.720119/200829 Acórdão n.º 1102001.183 S1C1T2 Fl. 4.401 26 definitiva, ocorrida após o encerramento do anocalendário, então aquela é conduta meio desta que é a condutafim. Destarte, há concomitância se multas isolada e proporcional forem aplicadas como consequência da não antecipação de parcela do tributo devido que também não foi paga no ajuste. Isso ocorre, por exemplo, quando se verifica uma omissão de receita. A receita excluída no cálculo da estimativa é uma etapa preparatória do não pagamento do tributo devido no balanço final do mesmo anocalendário. O mesmo fenômeno ocorre quando se efetua uma glosa de despesa que havia sido incluída no cálculo da estimativa apurada em balanço de suspensão ou redução. O impacto que a não antecipação causa na apuração do tributo devido é devidamente penalizado pela multa proporcional. No caso em apreço, o próprio relator atestou que não se trata de concomitância. Ademais, pelo que pode ser verificado nos extratos da DIPJ juntados aos autos (fls. 36 e 41 do processo em papel), o contribuinte havia deduzido na apuração anual os valores de estimativa originalmente declarados. Portanto, não se trata de hipótese na qual, de acordo com o entendimento supra, seja cabível o lançamento de multa isolada. Foram essas as razões porque a Turma Julgadora, por maioria de votos, entendeu por cancelar as multas isoladas por falta de recolhimento das estimativas. Ricardo Marozzi Gregório – Redator designado Fl. 4401DF CARF MF Impresso em 08/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 04/09/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/09/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME
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Numero do processo: 10880.962375/2008-16
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO ALEGADO PELO CONTRIBUINTE.
Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito do pedido de ressarcimento é fundamental a comprovação da materialidade do crédito pleiteado. Diferentemente do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CONCEITO DE PROVA. PLANILHAS INTERNAS OU RESUMOS DA APURAÇÃO.
Na tarefa de comprovar a materialidade do crédito, não se insere no conceito de prova a mera apresentação de planilhas e resumos internos da apuração. As planilhas devem constituir um resumo destinado a visualizar e analisar a prova juntada, sendo esta compreendida por documentos fiscais e/ou contábeis oponíveis ao fisco.
Numero da decisão: 3802-002.259
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, CONHECER do Recurso Voluntário para NEGAR-LHE o provimento.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Francisco Jose Barroso Rios (Presidente), Mara Cristina Sifuentes, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Waldir Navarro Bezerra e Solon Sehn.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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PEDIDO DE RESSARCIMENTO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO ALEGADO PELO CONTRIBUINTE. Por mais relevantes que sejam as razões de direito aduzidas pelo contribuinte, no rito do pedido de ressarcimento é fundamental a comprovação da materialidade do crédito pleiteado. Diferentemente do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CONCEITO DE PROVA. PLANILHAS INTERNAS OU RESUMOS DA APURAÇÃO. Na tarefa de comprovar a materialidade do crédito, não se insere no conceito de prova a mera apresentação de planilhas e resumos internos da apuração. As planilhas devem constituir um resumo destinado a visualizar e analisar a prova juntada, sendo esta compreendida por documentos fiscais e/ou contábeis oponíveis ao fisco. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, CONHECER do Recurso Voluntário para NEGARLHE o provimento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 96 23 75 /2 00 8- 16 Fl. 185DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 20/0 8/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim – Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Francisco Jose Barroso Rios (Presidente), Mara Cristina Sifuentes, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi, Waldir Navarro Bezerra e Solon Sehn. Relatório Tratase de recurso voluntário que chega a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais em razão da insurgência do contribuinte em epígrafe contra Acórdão lavrado pela 6ª Turma da DRJ de São Paulo, que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pela interessada. Em momento prévio à análise das motivações recursais, é conveniente que sejam revisitados os atos e fases processuais já superados. Por bem resumir a controvérsia até a respectiva fase processual, tomo emprestado a descrição fática lançada no acórdão da instância a quo acima referido (fls. 42 e seguintes): 1. A interessada acima qualificada apresentou Declaração de Compensação n° 38335.89078.101104.1.3.044235 em 10/11/04 (fls. 06/10), pleiteando a compensação de débitos de PIS, com créditos de PIS, decorrentes de suposto pagamento a maior ou indevido efetuado em 14/06/02. 2. Por meio do Despacho Decisório Eletrônico de fl. 01, emitido em 11/12/08, a compensação pleiteada não foi homologada, sob o fundamento de que a partir das características do DARF por meio do qual teria ocorrido o pagamento a maior ou indevido, o pagamento foi integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. 3. Cientificado da decisão em 05101/09 (fls. 04/05), o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 11/14) alegando, em síntese, que: 3.1 Como se pode observar no demonstrativo da composição das bases de cálculo, o crédito de PIS utilizado para sua compensação referese A parcela da contribuição Fl. 186DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 20/0 8/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10880.962375/200816 Acórdão n.º 3802002.259 S3TE02 Fl. 184 3 indevidamente paga sobre valores relativos As saídas gratuitas ("brindes") de seus produtos. 3.2 Se a base de cálculo tanto do PIS quanto da COFINS é constituída pela receita ou pelo faturamento, não há que se falar em ocorrência do fato gerador sobre o valor de notas fiscais de saída de mercadorias, sem que haja de fato ou de direito a correspondente receita ou faturamento. 3.3 Ao compor a base de cálculo das contribuições, cometeu equivoco de incluir valores que não constituíam sua receita ou faturamento, e deveria ter apresentado retificações de suas declarações para excluir destas bases de cálculos do PIS e da COFINS estes valores. 3.4 Em determinados casos, suas declarações não foram retificadas, e assim, cometeu erro de fato no procedimento tendente A apresentação desta PER/DCOMP. 3.5 Tal equivoco não macula seu direito à obtenção dos créditos, de fácil apuração, caso a autoridade administrativa competente tivesse cumprido sua obrigação legal e diligenciado ao estabelecimento da ora requerente, como determina o artigo 24 da IN SRF 600/2005. 3.6 Não procedendo assim, o despacho decisório representa ofensa aos princípios da moralidade administrativa, da razoabilidade, da finalidade e da oficialidade, além de ensejar o enriquecimento sem causa da União, ferindo o capuz do artigo 37 da Carta Magna, e os artigos 2°, 3°, inciso I, e 50, inciso I da Lei 9.784/99. 3.7 Requer a reforma do Despacho Decisório, reconhecendo seu direito creditório na sua totalidade e homologando a compensação do PER/DCOMP. 4. É o relatório. Ao analisar a reclamação, a 6ª Turma da DRJ/SPO entendeu pela improcedência da Manifestação de Inconformidade, mantendo a glosa do crédito requerido pela contribuinte e proferiu o seguinte acórdão: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA PIS Anocalendário: 2002 DIREITO CREDITÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da existência do crédito declarado, para Fl. 187DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 20/0 8/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 possibilitar a aferição de sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. NÃO COMPROVAÇÃO. EFEITO. A falta de comprovação do crédito objeto da Declaração de Compensação apresentada impossibilita a homologação das compensações declaradas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O julgador de 1ª instância entendeu que as provas apresentadas pelo contribuinte (balancete e resumo da apuração) não eram suficientes para demonstrar o direito creditório suscitado. Em seu Recurso Voluntário (fls. 67 e seguintes), que ora é objeto de exame, o sujeito passivo se insurge contra o acórdão a quo, sob o argumento de que, ao contrário do indicado na decisão recorrida, a DRJ não deveria ter indeferido de plano seu pedido ante a suposta ausência de provas, pois cabe a ela verificar a materialidade do crédito suscitado; e que, ainda que se entendesse pela possibilidade de a DRJ negar o pedido ante a ausência de provas, o Recorrente apresenta, além das provas acostadas à manifestação de inconformidade, cópias dos Livro Registro de Saídas do ICMS, demonstrando a veracidade das suas alegações. Com base nos argumentos apresentados, a Recorrente pede a procedência do Recurso Voluntário para que seja reformada a decisão de 1ª instância e, consequentemente, homologadas as compensações efetuadas. Voto Conselheiro Bruno Maurício Macedo Curi, Relator O presente recurso é tempestivo e, ausentes outras questões preliminares, passo à análise de mérito. Tratase de processo de revisão de compensação, em que o contribuinte embasa seu pleito na alegação de que teria, equivocadamente, submetido à tributação de PIS e COFINS diversas saídas de brindes. No caso em tela, instado pela DRJ a apresentar provas cabais da materialidade de seu crédito, a Recorrente apresentou uma série de documentos – basicamente, além das informações do balancete que apresentou em sede de manifestação de inconformidade, consta um demonstrativo das notas fiscais do período envolvido no seu pedido e uma cópia do Livro Registro de Saídas do ICMS, que indica que as notas fiscais foram efetivamente escrituradas. Acontece que as provas apresentadas ainda não são suficientes para demonstrar a materialidade dos créditos do Recorrente. Vejase. Fl. 188DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 20/0 8/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10880.962375/200816 Acórdão n.º 3802002.259 S3TE02 Fl. 185 5 O balancete apresentado pelo sujeito passivo apresenta os saldos das contas contábeis, com ênfase para as contas referentes às saídas a título gratuito. Além do balancete, foi acostado um relatório indicando as notas fiscais de CFOP referente a tais saídas. No entanto, esse relatório não indica totalização para fins de conferência dos saldos das contas indicadas no balancete apresentado. Outrossim, o Livro Registro de Saídas não indica o CFOP apresentado pelo sujeito passivo, o que não permite a aferição das informações apresentadas em seu relatório. Somase a isso o fato de que não há cópia de sequer uma nota fiscal no processo, o que permitiria verificar cabalmente os dados informados naquele documento fiscal. Ora, no rito do processo de análise de pedidos de compensação ou ressarcimento, o sujeito passivo deve demonstrar a materialidade de seu crédito. No caso em tela, o Recorrente não me parece ter demonstrado, de modo cabal, a verdade material que lhe assiste. Nesse sentido, importante destacar que o julgador não pode se basear em planilhas internas apresentadas pelo contribuinte. Vale repisar, diferentemente do processo de revisão do lançamento tributário, em que o ônus da prova compete ao fisco (demonstrando cabalmente as razões pelas quais o tributo deve ser exigido), no pedido de ressarcimento o contribuinte deve demonstrar cabalmente as razões pelas quais ele deve ser restituído no montante pleiteado. Em que pese a juntada de planilhas, temse que estas são nada além de um arrazoado na forma esquemática, ou mesmo matemática. Mas sempre arrazoado, não prova. Prova é a documentação, oponível ao fisco, que redunde em demonstração inequívoca do direito de crédito. Sobre essa prova é que deverão ser elaboradas planilhas resumo; porém é certo que as planilhas, em si, não constituem prova. Friso ainda que, com relação à afirmação do Recorrente, de que há presunção de veracidade nas declarações apresentadas, que mais do que declarações, é necessário que o conjunto fáticoprobatório dos autos é fundamental para se assegurar o direito de crédito suscitado em DCOMP. A presunção de boa fé nas informações, da maior importância para todo o ordenamento jurídico, não pode se sobrepor à necessidade de instrução probatória (ou seja, documental e não meramente informativa) no rito da revisão de compensação. Destarte, oriento meu voto no sentido de que seja mantida a decisão de primeira instância, mantendo a glosa das compensações, pois o Recorrente não demonstrou cabalmente a origem dos créditos de PIS/COFINS a serem compensados. Conclusão Isto posto, CONHEÇO do Recurso Voluntário para NEGARLHE o provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 189DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 20/0 8/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 Fl. 190DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 20/0 8/2014 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 19515.004586/2010-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Sep 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
CLASSIFICAÇÃO FISCAL.
A classificação fiscal de placas indicadoras, no caso de não apresentarem qualquer informação, tais como letras, números ou sinais, deve respeitar as regras correspondentes ao material preponderante de que são fabricadas.
OMISSÃO DO VALOR DO IMPOSTO A SER DESTACADO NA NOTA FISCAL DE SAÍDA. Omissão do lançamento. Exigibilidade do imposto. Incidência de multa de ofício.
È legal a exigência do IPI e da multa de ofício incidente sobre o v alor devido e não pago quando o contribuinte deixou de destacar o imposto na nota fiscal.
DECADÊNCIA. IPI. SALDOS CREDORES. APURAÇÃO.
Consoante art. 124, III do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados - RIPI, aprovado pelo Decreto nº 4.544/02, a apuração de saldo credor decorrente da dedução entre débitos e créditos equivale a pagamento, de modo que, admitidos os créditos escriturados no livro fiscal próprio, conta-se a decadência na forma do art. 150, § 4º do Código Tributário Nacional.
NULIDADE. PRESSUPOSTOS.
Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3401-002.642
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria, em reconhecer a decadência com relação aos períodos de apuração anteriores a dezembro/2005. Vencido o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Por unanimidade, em negar provimento quanto ao período de dezembro/2005. Designado o Conselheiro Robson José Bayerl quanto à decadência.
Julio Cesar Alves Ramos - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Robson José Bayerl - Redator designado.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Cláudio Monroe Massetti.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. A classificação fiscal de placas indicadoras, no caso de não apresentarem qualquer informação, tais como letras, números ou sinais, deve respeitar as regras correspondentes ao material preponderante de que são fabricadas. OMISSÃO DO VALOR DO IMPOSTO A SER DESTACADO NA NOTA FISCAL DE SAÍDA. Omissão do lançamento. Exigibilidade do imposto. Incidência de multa de ofício. È legal a exigência do IPI e da multa de ofício incidente sobre o v alor devido e não pago quando o contribuinte deixou de destacar o imposto na nota fiscal. DECADÊNCIA. IPI. SALDOS CREDORES. APURAÇÃO. Consoante art. 124, III do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados - RIPI, aprovado pelo Decreto nº 4.544/02, a apuração de saldo credor decorrente da dedução entre débitos e créditos equivale a pagamento, de modo que, admitidos os créditos escriturados no livro fiscal próprio, conta-se a decadência na forma do art. 150, § 4º do Código Tributário Nacional. NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Recurso voluntário negado.
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A classificação fiscal de placas indicadoras, no caso de não apresentarem qualquer informação, tais como letras, números ou sinais, deve respeitar as regras correspondentes ao material preponderante de que são fabricadas. OMISSÃO DO VALOR DO IMPOSTO A SER DESTACADO NA NOTA FISCAL DE SAÍDA. Omissão do lançamento. Exigibilidade do imposto. Incidência de multa de ofício. È legal a exigência do IPI e da multa de ofício incidente sobre o v alor devido e não pago quando o contribuinte deixou de destacar o imposto na nota fiscal. DECADÊNCIA. IPI. SALDOS CREDORES. APURAÇÃO. Consoante art. 124, III do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados RIPI, aprovado pelo Decreto nº 4.544/02, a apuração de saldo credor decorrente da dedução entre débitos e créditos equivale a pagamento, de modo que, admitidos os créditos escriturados no livro fiscal próprio, contase a decadência na forma do art. 150, § 4º do Código Tributário Nacional. NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 45 86 /2 01 0- 90Fl. 580DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria, em reconhecer a decadência com relação aos períodos de apuração anteriores a dezembro/2005. Vencido o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Por unanimidade, em negar provimento quanto ao período de dezembro/2005. Designado o Conselheiro Robson José Bayerl quanto à decadência. Julio Cesar Alves Ramos Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Robson José Bayerl Redator designado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Cláudio Monroe Massetti. Relatório Este processo trata de auto de infração de fls. 305/314, para exigir R$ 410.087,13 referente a multa de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não lançado com cobertura de crédito, originalmente no percentual de 150%, uma vez que o contribuinte promoveu a saída de produtos tributados com falta de lançamento desse imposto. Segundo o levantamento fiscal, o contribuinte atribuía classificação fiscal e alíquota erradas para as placas de identificação de veículos, placas de trânsito e identificação de ruas, que não traziam qualquer informação, sendo, de fato, apenas placas cortadas nas dimensões da legislação de trânsito. A empresa também comercializara postes para instalação de semáforos, semáforos propriamente ditos, entre outros produtos. O Termo de Verificação Fiscal, de fls. 286/299, informa que a recorrente promoveu a saída desses produtos no código de classificação fiscal 8310.00.00 "Placas indicadoras, placas sinalizadoras, placasendereços e placas semelhantes, números, letras e sinais diversos, de metais comuns, exceto os da posição 94.05", cuja alíquota de IPI é zero por cento (0%). A autoridade fiscal definiu que esta classificação não seria a correta, quando os produtos não apresentam qualquer informação (tais como letras, números ou sinais); a seu ver, a classificação adequada na TIPI deve respeitar as regras correspondentes ao material preponderante de que são fabricadas. Após tomar ciência do auto de infração, a recorrente impugnouo, alegando, conforme síntese constante do Relatório de Julgamento da 1ª Instância reproduzido a seguir, que: “a) Ocorreu a decadência do direito de constituir o crédito tributário dos fatos geradores ocorridos no período de janeiro de 2005 a novembro de 2005, conforme o disposto no art. 150, § 4° do Código Tributário Nacional CTN, tendo em vista que a lavratura do auto de infração se deu em 16/12/2010. Caso assim não se entenda, é preciso que se verifique o teor de norma especifica ao IPI, art. 78 da Fl. 581DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.004586/201090 Acórdão n.º 3401002.642 S3C4T1 Fl. 581 3 Lei 4.502/64, que determina que o direito de impor penalidade extinguese em cinco anos contados da data da suposta infração; b) Toda a fundamentação legal da cobrança que aqui se discute foi fundamentada em legislação revogada, portanto inválida. Portanto, em nome do principio da legalidade, bem como do devido processo legal, requer que seja o auto de infração julgado nulo; c) A reclassificação fiscal se deve ao uso do termo "comportar utilizado na norma que orienta tanto o contribuinte como o fisco em suas atribuições. Conforme se denota da NESH, a posição 8310 compreende as placas de metais que comportem palavras. letras, números etc. Também diz que esta posição deve ser utilizada para os mais diversos tipos de placas, inclusive os números, letras e motivos avulsos para a fabricação das placas acima mencionadas; d) Para o Auditor Fiscal, "comportar deve ser entendido como ter . no entanto, esta não representa a melhor interpretação do vocábulo. A correta interpretação do termo é "poder ter , conforme significado nos principais dicionários da língua portuguesa; e) O IPI é um imposto extrafiscal, isto 6, sua função é além da arrecadação, cujo objetivo principal é tributar com maior peso produtos supérfluos e CO1T1 menor intensidade os ditos necessários. Desta forma, sempre que depararmos com a análise deste tributo, é de fundamental importância ter esta particularidade em mente; f) Não se pode dar tratamento à impugnante igual ao de uma metalúrgica, cuja atividade é bastante especifica. A impugnante não fabrica chapa de metal, sua produção visa abastecer o mercado de placas sinalizadoras, que podem sair já gravadas com algum número, como, por motivos de segurança, ser gravada no local de entrega; g) Cumpre ainda destacar que, as obras do Capitulo 82 e 83 estão excluídas dos Capítulos 72 a 76 e 78 a 81, ou seja, as placas do Capitulo 83 não se enquadram nas posições definidas pelo Auditor Fiscal porque são placas indicadoras e sinalizadoras que contém as indicações essenciais (corte exato de uma placa, pintura cinza, vermelha, verde ou azul, furos e revestimento refletivo); h) É necessário esclarecer que alguns outros itens, como os materiais destinados as armações, configuramse como acessórios da placa e devem seguir a mesma sorte; i) Ao final, requer a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, bem como a produção de todos os meios de provas admitidos, inclusive perícia e juntada de documentos que sejam necessários para comprovar o exposto.” A respeitável 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto – SP, analisou o processo e a impugnação e chegou às seguintes considerações e conclusões: 1. Não acolheu o pedido de realização de diligência e realização de provas, pois, em conformidade com o disposto no art. 18 do Decreto n°70.235/72 (PAF), a autoridade julgadora pode e deve rejeitar o pedido de diligência quando já estejam nos autos todos os elementos necessários ao julgamento da lide. Que seria o caso deste processo. Fl. 582DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 2. Não acolheu a alegação de decadência, pois, neste caso em apreciação, em concreto, não houve pagamento antecipado em nenhum dos períodos de apuração do ano de 2005, e não há o que se falar em homologação tácita ou expressa, e a análise da decadência deve ser feita como no lançamento de oficio, que é regido pelo art. 173, I, do CTN. a contagem do prazo da decadência iniciase a partir de 1° de janeiro de 2006, encerrandose em 31 de dezembro de 2010. Corno a impugnante tomou ciência do lançamento em 16/12/2010, não ocorreu a decadência como erroneamente alegado pela contribuinte. 3. Não acolheu, ainda, a alegação da impugnante que invoca o art. 78 da Lei 4.502/64, que determina o prazo máximo de cinco anos para o direito de impor penalidade contados da data da suposta infração. A turma julgadora entendeu que esta norma é anterior ao CTN (Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966) e não se aplica ao presente caso. Além do mais, o prazo de cinco anos é passível de interrupção, conforme estabelecidos nos parágrafos desse dispositivo de Lei. 4. Não acolheu o pedido de declaração de nulidade pois, as eu ver, o auto de infração se encontra lavrado e assinado por pessoa competente. dentro da estrita legalidade, não sendo possível cogitar a nulidade pela ocorrência de incompetência do signatário da lavratura. Além dessa hipótese, também não ocorre preterição do direito de defesa, pois já está pacificado o entendimento de que quando estão presentes todos os requisitos formais, e a descrição dos fatos permite a contribuinte exercer plenamente o direito de defesa, não há motivos para a nulidade do auto de infração. No caso em tela, os fatos estão descritos no termo de verificação fiscal de fls. 286/299, e a recorrente havia demonstrado total conhecimento dos fatos a ela imputados. . 5. Com relação à multa, o seu enquadramento legal foi o art. 80, inciso I, da Lei no 4.502/64, com a redação dada pelo art. 45 da Lei no 9.430/96 combinado com o art. 69, inciso I, alínea "b", da Lei n° 4.502/64. Contudo, em seu entendimento o citado art. 69 da Lei n° 4.502/64 foi revogado pela Lei n° 11.488/2007. Concluíram os julgadores de 1ª Instância que, ao principio da retroatividade benigna, gravada no art. 106 do Código Tributário Nacional, leva à definição que a multa lançada no percentual de 150% deve ser reduzida para 75%, por força revogação do art. 69 da Lei n° 4.502/64. 6. Quanto à questão da classificação fiscal dos produtos, “segundo o Termo de Verificação Fiscal, o produto da empresa só poderia ser classificado na posição 8310.00.00 quando apresentasse informações necessárias para ser uma placa indicadora. No caso do produto ser uma placa lisa, por exemplo, a informação não está presente e, portanto, não seria possível classificar na posição pretendida. Neste caso a classificação adequada na TIPI deveria respeitar as regras correspondentes ao material preponderante de que são fabricadas.” Continuando em suas ponderações, os Julgadores afirmam: Para o produto ser classificado nesta posição, conforme estabelecem as Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH), deve satisfazer as seguintes condições: (i) comportar palavras, letras, números ou desenhos, esmaltados, envernizados, impressos em baixo ou alto relevo, gravados, perfurados, estampados, moldados , formados ou obtidos por qualquer outro processo; e (ii) ter todas as indicações essenciais que devem figurar numa placa indicadora, numa placa sinalizadora. numa placa de anúncio, numa placa de endereço ou em qualquer outra placa semelhante. Fl. 583DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.004586/201090 Acórdão n.º 3401002.642 S3C4T1 Fl. 582 5 De plano, podemos constatar que os produtos devem conter os caracteres de informação, tais como, placas com as indicações das letras e números impressos ou placas de trânsito com sinais. Não é opcional, mas sim obrigatória a existência de letras, números ou sinais nos produtos. A segunda condição deixa claro que placas lisas , sem qualquer informação, não podem ser classificadas na posição 8310. Assim, a classificação adequada na TIPI de uma placa sem qualquer informação deve respeitar as regras correspondentes ao material preponderante de que são fabricadas. Ao final, decidem pelaa procedência parcial do crédito tributário, para aplicar a redução do percentual da multa de 150% para 75%, conforme quadro abaixo: Período de apuração Valor não lançado Multa s/ valor não lançado (75%)) 31/01/2005 49.792,57 37.344,42 28/02/2005 48.128,04 36.096,03 31/03/2005 49,682,80 37.262,10 30/04/2005 18.895,24 14.171,43 31/05/2005 24,733,49 18.550,11 30/06/2005 14.692,23 11.019,17 31/07/2005 6.230,80 4.673,10 31/08/2005 10.354,49 7.765,86 30/09/2005 6,673,02 5.004,76 31/10/2005 6.773,53 5.080,14 30/11/2005 18,952,58 14.214,43 31/12/2005 18.482,65 13.861,98 TOTAL 205.043,53 A Ementa do Acórdão n. 1434.654, de 26/07/2011, ficou assim redigida: “ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. Fl. 584DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 A classificação fiscal de placas indicadoras, no caso de não apresentarem qualquer informação, tais como letras, números ou sinais, deve respeitar as regras correspondentes ao material preponderante de que são fabricadas. ERRO DE ALIQUOTA. OMISSÃO DO VALOR DO IMPOSTO A SER DESTACADO NA NOTA FISCAL DE SAÍDA. O erro na classificação fiscal levou ao erro de aplicação de alíquota zero, menor do que a devida, para o cálculo do imposto (IPI) a ser destacado nas notas fiscais de saída dos produtos do estabelecimento industrial. DECADÊNCIA. A modalidade de lançamento por homologação se dá quando o contribuinte apura o montante tributável e efetua o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa. Na ausência de pagamento não há que se falar em homologação, regendose o instituto da decadência pelos ditames do art. 173 do CTN. • PROVAS. OPORTUNIDADE Sob pena de preclusão temporal, o momento processual para o oferecimento da impugnação, ou da manifestação de inconformidade, é o marco para apresentação de provas e alegações com o condão de modificar, impedir ou extinguir a pretensão fiscal, consideradas as exceções previstas no estatuto processual tributário. APURAÇÃO DO TRIBUTO. APLICAÇÃO DA LEI. A legislação aplicável na apuração\ do tributo é aquela vigente à época do fato gerador, ainda que posteriormente modificadas ou revogadas. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTARIA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Tratandose de ato não definitivamente julgado aplicase retroativamente a lei nova quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo do lançamento (CTN, art. 106, II, "c"). NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte” O contribuinte apresenta Recurso Voluntário por meio do qual alega, em, resumo: · Nulidade dos atos administrativos por escapulirem à moralidade, impessoalidade, eficiência e legalidade estritas expressas constitucionalmente, pois, sob a dúvida em qualquer situação, como a de enquadramento técnico tarifário, base de cálculo, etc, deveria o auditor fiscal buscar instruções necessárias e até mesmo, na impossibilidade, seguir em favor do administrado. · A NESH não poderia ser usada para justificar a decisão de autuar e indeferir sua manifestação de inconformidade. Fl. 585DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.004586/201090 Acórdão n.º 3401002.642 S3C4T1 Fl. 583 7 · A empresa não é fabricante metalúrgica. Afirma que a empresa foi declarada como não contribuinte do ICMS pela fazenda Estadual de São Paulo, tendo em vista o tipo de atividade que exerce. Argumenta, portanto, que ela não pode sofrer classificação diferente em diferentes esferas, realizando a mesma atividade, pois o fundamento que motiva a não contribuição do mencionado imposto é a mesma. · O acórdão deve ser declarado nulo por que lhe falta motivação explicita, clara e congruente e também por que implicou em preterição do direito de defesa quando indeferiu o pedido de produção de provas feito pelo contribuinte. · Requer o reconhecimento da prescrição do crédito em discussão, que não houve erro de classificação e que houve lançamento sem conhecimento seguro do fato gerador. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira, Relator O recurso é tempestivo (AR fls. 472 e extrato do processo às fls. 577) e foram atendidos os requisitos de admissibilidade. Com relação à prescrição e/ou decadência, que teria ocorrido na opinião da recorrente, constato nas notas fiscais juntadas aos autos que o contribuinte não efetuou o lançamento do IPI, e que não efetuou nenhum pagamento desse tributo no período sob apreciação. O julgamento do Recurso Especial nº 973.733/SC pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, afetado à sistemática dos recursos repetitivos (artigo 543C do CPC), pacificou o entendimento acerca do prazo decadencial para a constituição do crédito tributário, no que tange aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, nos seguintes termos: "PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, Fl. 586DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (...). 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (...). 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543 C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008". (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) Dessa forma, é a existência de antecipação do pagamento o que determina a aplicação do prazo de cinco anos a contar do fato gerador (artigo 150, §4º), com a sua ausência determinando a aplicação do termo a quo do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, previsto no inciso I do artigo 173 do CTN. Portanto, para este caso, não se pode aceitar a ocorrência da decadência. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado Também não procede a arguição de nulidade do auto de infração e do acórdão recorrido por escapulirem à moralidade, impessoalidade, eficiência e legalidade estritas expressas constitucionalmente, pelo fato de, sob o ponto de vista da recorrente, sob a dúvida em qualquer situação, como a de enquadramento técnico tarifário, a autoridade deveria buscar instruções ou, na impossibilidade, seguir em favor do administrado. Entendo que as autoridades administrativas respeitaram a legislação que disciplina os procedimentos de fiscalização, de autuação e de formação e condução da lide, e trouxeram ao conhecimento do contribuinte e aos autos as informações necessárias para o seu prosseguimento. Não há conflito, a meu ver, entre o interesse público um dos fundamentos e diretrizes da legislação e de sua aplicação, e que conduz o procedimento em curso e a condição do autuado; não procede, assim, a afirmação de que a autoridade administrativa deveria seguir em favor do administrado. O interesse público é em favor do administrado. Também não pode ser acolhida a alegação de que a recorrente não poderia ser autuada pelo fato de não ser fabricante metalúrgica. A recorrente é contribuinte de IPI por força do que estabelece a Lei. Ela foi intimada durante a fiscalização e apresentou os seus registros fiscais e contábeis, procurando demonstrar que ela atende as prescrições legais em relação a esse tributo. A base legal para a autuação foi clara, não restando dúvida à empresa o fato dela ser contribuinte do IPI ao longo de todos os anos de sua existência. A base legal constante do auto de infração explicita essa condição: IPI Arts. 15, 16, 17, 24 inciso II, art 34, inciso II, 122, 124, 125, inciso III, 127, 130, 199, e pará g rafo único, 200, inciso III, Fl. 587DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.004586/201090 Acórdão n.º 3401002.642 S3C4T1 Fl. 584 9 inciso IV, 202, inciso III, inciso V, do Decreto no 4.544/02 (RIPI/02). Outro ponto atacado em seu recurso, a multa, objeto deste processo, tem sua razão no fato do contribuinte não ter efetuado o lançamento e o pagamento do IPI no período em discussão. A recorrente demonstrou claro conhecimento deste fato em sua impugnação, não sendo admissível arguir em seu recurso voluntário que houve lançamento sem conhecimento seguro da sua motivação e base legal. A recorrente reiterou em suas razões recursais a anulação do auto de infração alegando que houve cerceamento de defesa quando os Julgadores de 1ª Instância não aceitaram seu pedido de realização de diligência e de produção de provas. Entretanto, devo concordar com a decisão a quo, visto ser totalmente improcedente a alegação da contribuinte, pois não houve ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa. O aludido cerceamento se dá quando se embaraça o conhecimento dos fatos e das razões de direito a uma ou mais dos que participam do processo, ou quando se cria óbice de acesso ao processo, impedindo uma das partes de se manifestar sobre os documentos e provas nele produzidos. Da leitura dos atos constituintes deste processo, vejo que a autoridade fiscal descreveu os fatos, motivou e apresentou o enquadramento legal. A impugnação reuniu argumentos e informações congruentes, consideradas suficientes pelos julgadores para apreciar a lide. Condição prevista na lei que regula o processo administrativo. Ela também pede a declaração de nulidade do acórdão por entender que lhe faltou motivação explícita, clara e congruente. Mas não encontro no decisum a falta de clareza, congruência ou positividade sugeridas pela recorrente. Ao contrário, a sua leitura evidencia, de plano, que cada um dos pontos analisados e decididos pelos Julgadores de 1ª Instância está acompanhado da apreciação das alegações do impugnante e da correspondente motivação. Não tem fundamento a afirmação do recorrente que a NESH não poderia servir para fundamentar a autuação e a decisão do colegiado a quo de indeferir sua impugnação. As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) foram aprovadas e entronizadas em nosso ordenamento jurídico e a legislação prevê que elas possam constituir elemento subsidiário de caráter fundamental para a correta interpretação do conteúdo das posições e subposições, (Decreto n°435, de 28 de janeiro de 1992, e Instrução Normativa SRF n° 157, de 10 de maio de 2002). Com relação à classificação fiscal dos produtos, apesar da recorrente pedir para se invalidar o ato fiscal e a decisão da Turma de Julgamento a esse respeito, ela não apresenta qualquer argumento para contraditar as conclusões do Acórdão. Considero que se trata de matéria não contestada. Deve se manter, assim, a decisão da Turma de 1ª Grau pelos seus méritos. Proponho negar o recurso voluntário e confirmar o crédito tributário no valor definido no Acórdão. Eloy Eros da Silva Nogueira Fl. 588DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 10 Voto Vencedor Conselheiro Robson José Bayerl, Redator Designado. Com as vênias de estilo, divirjo da bem lançada argumentação tocante à decadência do direito à inflição da multa ora exigida, correspondente ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não lançado com cobertura de crédito, ao passo que o contribuinte promoveu a saída de produtos tributados com falta de lançamento desse imposto. Notese que o imposto não foi exigido justamente em função da existência de saldo credor suficiente à sua cobertura, como reconhecido pela própria autoridade administrativa autuante, não havendo qualquer discussão acerca da procedência dos créditos escriturados. Pois bem, diante deste cenário e nada obstante a ausência de recolhimentos no período, o que, em tese, atrairia a aplicação do art. 173, I do CTN, segundo o quanto julgado no REsp 973.733/SC (art. 62A do RICARF), não se pode olvidar que o Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados aprovado pelo Decreto nº 4.544/02, RIPI/02, apresenta regulamentação específica sobre a matéria, verbis: Art. 124. Os atos de iniciativa do sujeito passivo, no lançamento por homologação, aperfeiçoamse com o pagamento do imposto ou com a compensação do mesmo, nos termos dos arts. 207 e 208 e efetuados antes de qualquer procedimento de ofício da autoridade administrativa (Lei nº 5.172, de 1966, art. 150 e § 1º, Lei nº 9.430, de 1996, arts. 73 e 74, e Medida Provisória nº 66, de 2002, art. 49). Parágrafo único. Considerase pagamento: I o recolhimento do saldo devedor, após serem deduzidos os créditos admitidos dos débitos, no período de apuração do imposto; II o recolhimento do imposto não sujeito a apuração por períodos, haja ou não créditos a deduzir; ou III a dedução dos débitos, no período de apuração do imposto, dos créditos admitidos, sem resultar saldo a recolher. Portanto, nos termos do art. 124, III, acima reproduzido, a dedução dos débitos pelos créditos sem resultar saldo a recolher, isto é, a apuração da saldo credor na escrita fiscal, corresponde a pagamento, o que, a meu sentir, afasta a aplicação do REsp 973.733/SC, julgado na sistemática do recurso repetitivo. No caso vertente, apurados saldos credores no período, devese contar a decadência pelas disposições do art. 150, § 4º do CTN, de modo que, ciente o contribuinte do auto de infração em 16/12/2010, o único período de apuração a remanescer neste lançamento, ainda não colhido pela decadência, é dezembro/2005. Outrossim, considerando que a operação original envolvia o exame de pedidos de ressarcimento e declarações de compensação (fls. 286/287), cumpre registrar que a presente decisão não influencia diretamente o exame e julgamento dos aludidos PER/DCOMPs, pois em debate, nesta assentada, tãosomente o lançamento da multa em epígrafe. Fl. 589DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 19515.004586/201090 Acórdão n.º 3401002.642 S3C4T1 Fl. 585 11 Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário e reconhecer a decadência dos períodos de janeiro a novembro/2005, inclusive. Robson José Bayerl Fl. 590DF CARF MF Impresso em 12/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 20/ 08/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 02/09/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 15374.919707/2008-86
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 22 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1803-000.087
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converterem o julgamento na realização de diligência, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Walter Adolfo Maresch, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Victor Humberto da Silva Maizan, Artur José André Neto e Carmen Ferreira Saraiva.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converterem o julgamento na realização de diligência, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Walter Adolfo Maresch, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Victor Humberto da Silva Maizan, Artur José André Neto e Carmen Ferreira Saraiva. RELATÓRIO A Recorrente formalizou os Pedidos de Ressarcimento ou Restituição/Declarações de Compensação (Per/DComp) nº 36902.76383.300307.1.7.039100 e nº 41212.48327.300307.1.7.031088 ambas em 30.03.2007, fls. 7798, utilizandose do crédito relativo ao saldo negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no valor de R$712.672,37 apurado pelo regime de tributação com base no lucro real no anocalendário de 2004, para compensação dos débitos ali confessados. Em conformidade com o Despacho Decisório Eletrônico, fls. 99106, as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo deferimento em parte do pedido: RE SO LU Çà O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 53 74 .9 19 70 7/ 20 08 -8 6 Fl. 215DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 216 2 Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado que a soma das parcelas de composição do crédito informadas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação da contribuição social devida e a apuração do saldo negativo, verificouse: PARCELAS DE COMPOSIÇÃO DO CRÉDITO INFORMADAS NO PER/DCOMP PARC. CRÉDITO RETENÇÕES FONTE PAGAMENTOS SOMA PARC. CRÉDITO PER/DCOMP 110.529,39 602.142,98 712.672,37 CONFIRMADAS 56.008,08 602.142,98 658.151,06 Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito: R$712.672,37. Valor na DIPJ: R$712.672,37. Somatório das parcelas de composição do crédito na DIPJ: R$712.672,37. CSLL devida: R$0,00 Valor do saldo negativo disponível = (parcelas confirmadas limitado ao somatório das parcelas na DIPJ – (CSLL devida) limitado ao menor valor entre saldo negativo DIPJ e PER/DCOMP, observado que quando este cálculo resultar negativo, o valor será zero. Valor do saldo negativo disponível: 658.151,06. Informações complementares da análise do crédito estão disponíveis na página internet da Receita Federal, e integram este despacho. O crédito reconhecido foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo, razão pela qual HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP 36902.76383.300307.1.7.039100. Assim, o crédito relativo ao saldo negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do anocalendário de 2004 está discriminado na Tabela 1. Tabela 1 – Saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2004 Descrição (A) Valor Per/Dcomp R$ (B) Valor Despacho Decisório R$ (C) CSLL Apurada 0,00 0,00 () CSLL Retida na Fonte – Código 6190 (110.529,39) (56.008,08) () CSLL Determinada sobre a Base de Cálculo Estimada (602.142,98) (602.142,98) (=) CSLL a Pagar (712.672,37) (658.151,06) Fl. 216DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 217 3 Para tanto, cabe indicar o seguinte enquadramento legal: art. 168 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN) e art. 6º, art. 28 e art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, bem como art. 4º e art. 36 da Instrução Normativa RFB nº 900 de 30 de dezembro de 2008. Cientificada, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade, fls. 0214, com os argumentos a seguir discriminados. Faz um relato sobre a ação fiscal e suscita que o Despacho Decisório é nulo, uma vez que: De acordo com o artigo 37, da Constituição Federal, o princípio da legalidade rege a atividade administrativa, sendo requisitos do ato administrativo, "o exame do ato administrativo revela nitidamente a existência de cinco requisitos necessários à sua formação, a saber: competência, finalidade, forma, motivo e objeto." Portanto, ao prolatar a decisão recorrida, ato administrativo, o d. Auditor Fiscal deveria ter observado todos os princípios que regem a Administração Pública, pelo que lhe é vedado olvidarse quanto à observação da finalidade do processo. Com efeito, no processo administrativo buscase em si a verdade material. Não por outro motivo, todos os meios de defesa admitidos em Direito são aceitos no processo administrativo. Vale dizer, a prova documental e a eventual realização de diligência não só são direitos da Requerente, como também dever da Administração Pública. Assim, não examinar as provas inerentes ao caso é cercear o direito de defesa da Requerente, impedindolhe o pleno acesso às instâncias judicantes da esfera administrativa. [...] Portanto, se a Uma. Fiscalização atua em busca da verdade material quando da análise dos pedidos apresentados nos referidos PER/DCOMP's, diligência, promovendo de ofício as investigações necessárias à elucidação da verdade. Sem a apreciação minuciosa da declaração entregue a Receita Federal, qual seja a DIPJ 2005 [...] terseá cerceamento do direito à ampla defesa e ao contraditório assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LV e na própria legislação tributária federal, artigo 12, II, do Decreto n.° 7.574, de 29 de setembro de 2011. Isto porque, o próprio d. Auditor Fiscal apurou o valor do crédito na DIPJ 2005 no montante de R$712.672,[...], contudo, ao final reconheceu o direito crédito de valor inferior a este para o anocalendário de 2004. Ressaltase que o d. Auditor Fiscal sequer preocupouse em realizar diligências a fim de averiguar suposta diferença, restando violados os princípios da eficiência, moralidade, informalismo, legalidade e da prevalência da verdade material. [...] Portanto, poderá este órgão, com observância dos princípios da legalidade, do informalismo, da moralidade pública, daquele que veda o locupletamento e da busca pela verdade material examinar as provas colecionadas, todas elas. Isso tudo em consonância com o disposto no Parágrafo Único do artigo 142 do Código Tributário Nacional, mediante o qual ao Fisco não é dado exigir tributo que sabe não lhe ser devido. No que se refere à confirmação dos valores retidos de CSLL e não validados pela RFB argui que: Fl. 217DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 218 4 O Despacho decisório n° 013484801 decidiu que "o crédito reconhecido foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo, razão pelo qual HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP n° 36902.76383.300307.1.7.039100." [...] Todavia, merece reforma a decisão quanto ao não reconhecimento de parte dos valores retidos de CSLL da Requerente pelas referidas Fontes Pagadoras no anocalendário de 2004 devidamente declarados no PER/DCOMP n° 41212.48327.300307.1.7.031088. Isto porque, o CSLL retida na fonte da Requerente no anocalendário de 2004 e declarada no presente pedido de compensação foi devidamente informada na DIPJ 2005 [...]. Para tanto e objetivando corroborar todo o exposto, a Requerente anexa à presente, os informes de rendimentos emitidos pelas Fontes Pagadoras 00.001.180/000207 (00.001.180/000126), 00.394.411/000109, 33.000.167/000101, 37.115.367/003348 (37.115.367/000160) [...], o que torna indubitável as retenções ocorridas no ano de 2004, e, desde logo verdadeiros os créditos de CSLL. Outrossim, a Requerente pugna pela posterior juntada dos outros informes de rendimentos, comprobatório da existência da retenção, bem como dos demais documentos fiscais e documentos que suportam o crédito. Não se pode olvidar que os informes de rendimentos emitidos pelas fontes pagadoras demonstram a retenção da CSLL, valendo como prova hábil para a composição do crédito apontado pela Requerente. [...] Desta forma, não se pode rejeitar a força da prova ora pretendida e não realizada pelo d. Auditor Fiscal mediante a apresentação de informes de rendimentos que comprovam os valores de CSLL retidas. Lembra a Requerente que o código 6190 mencionado nos Informes abrange receitas de IR, CSLL, COFINS, e PIS, tal como previsto no Anexo I, da IN SRF nº 306/2003. É, ainda, imprescindível para o deslinde da questão, a realização de diligência fiscal nas Fontes Pagadoras. Em geral, o recolhimento dos tributos decorrentes de fatos geradores verificados incumbe ao contribuinte que deu causa ao fato. Esta regra, todavia, possui uma exceção, pois a legislação brasileira, pode, nos termos dos artigos 121 e 128, do Código Tributário Nacional atribuir a outrem a responsabilidade pelo recolhimento do tributo [...]. No caso dos serviços prestados pela Requerente e de seus rendimentos, há expressa previsão para que o tomador do serviço promova a retenção e íc»ça o recolhimento da CSLL, deduzindo tal montante do valor efetivamente pago a ela. Com total observância de tal norma, no anocalendário de 2004, observase que, de fato, houve a retenção. Tanto houve a retenção que os tomadores de serviços encaminharam à Requerente os Informes de Rendimentos com anotações de tais valores, ou realizaram pagamentos em valores diferenciados daqueles constantes das Notas Fiscais/Boletos. Pois bem, foram estes exatos Informes de Rendimentos e pagamentos que a Requerente considerou em sua DIPJ, exercício 2005. E, com base nestes documentos encaminhados pelas próprias Empresas pagadoras é que a Requerente fundamentou seu pedido de restituição/compensação. Fl. 218DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 219 5 Então, estáse diante da seguinte situação: a Recorrente sofre a retenção, recebe um Informe de Rendimentos emitido pelo RESPONSÁVEL tributário legalmente fixado atestando esta retenção, mas não pode utilizar o valor retido. [...] Tendo em vista tratarse de erro que pode comprometer contribuinte que possui documentação idônea é que cumpre a este Colegiado determinar a realização da diligência fiscal, para o fim de determinarse a intimação das fontes pagadoras abaixo relacionadas a apresentar esclarecimentos sobre a retenção ou não da CSLL da Requerente. Portanto, a diligência se faz indispensável para que sejam averiguados os valores, bem como a real retenção dos mesmos. Uma vez demonstrada a existência do crédito decorrente de Saldo Negativo do exercício de 2005, pugnase pelo direito à restituição e à compensação, com a reforma do despacho decisório n° 013484801, a fim de que sejam homologadas in totum as compensações pleiteadas pela ora Requerente. [...] Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui: Ante todo o exposto, é presente para requerer a) a realização de diligência fiscal nas Fontes Pagadoras e 2) o reconhecimento do crédito de saldo negativa de CSLL exercício de 2005, a fim de que seja homologada in totum a compensação objeto do PER/DCOMP n° 36902.76383.300307.1.7.039100. Termos em que, P. Deferimento. Está registrado como resultado do Acórdão da 15ª TURMA/DRJ/RJO I/RJ nº 1249.517, de 14.09.2012, fls. 112124: “Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte”: Vistos, relatados e discutidos os autos do processo em epígrafe, ACORDAM os membros da Turma, nos termos do relatório e do voto que passam a integrar o presente julgado: a) Por unanimidade de votos, REJEITAR a argüição de nulidade suscitada pela Interessada; b) Por unanimidade de votos, INDEFERIR o pedido de realização de diligência formulado pela Interessada; c) Por decisão da maioria: — RECONHECER, em favor da Interessada, um direito creditório adicional no valor de R$2.349,91 [...]; e HOMOLOGAR as compensações dos débitos remanescentes informados na DCOMP de nº 36902.76383.300307.1.7.039100, até o limite do crédito aqui reconhecido. Restou ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2012 Fl. 219DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 220 6 NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não cabe declarar nulidade de Despacho Decisório lavrado nos termos da legislação afeta ao procedimento e que expõe devidamente os motivos da não homologação da compensação pleiteada, motivos estes perfeitamente compreendidos pelo contribuinte, tanto assim que amplamente questionados em sua manifestação de inconformidade. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. Indeferese o pedido de diligência quando tenha por objetivo a produção de provas que já deveriam ter sido apresentadas pelo sujeito passivo, no momento de apresentação de sua manifestação de inconformidade. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2007 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA Incumbe ao interessado a demonstração, através de documentos hábeis e idôneos, da existência do crédito, líquido e certo, que alega possuir junto à Fazenda Nacional, nos termos do art. 170 do CTN. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2004 SALDO NEGATIVO DE CSLL. COMPROVAÇÃO PARCIAL DOS VALORES DE CONTRIBUIÇÃO RETIDA NA FONTE. Tendo sido parcialmente confirmados os valores de CSLL Retida na Fonte pleiteados pelo interessado, com base nos informes de rendimentos fornecidos pelas respectivas fontes pagadoras, cumpre reajustar o saldo negativo de CSLL apurado pelo contribuinte, reconhecendo, assim, em favor do mesmo, o correspondente direito creditório. Notificada em 29.04.2013, fl. 129, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 28.05.2013, fls. 133143 e 197, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge, reiterando os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Acrescenta que o recurso voluntário é apresentado tempestivamente. Suscita que: Ocorre que, conforme será amplamente demonstrado a seguir, merece reforma o acórdão em comento quanto ao não reconhecimento de parte dos valores retidos de CSLL da Recorrente pelas referidas Fontes Pagadoras no anocalendário de 2004 devidamente declarados no PER/DCOMP n° 36902.76383.300307.1.7.039100. Isto porque, a CSLL retida na fonte da Recorrente no anocalendário de 2004 e declarada no presente pedido de compensação foi devidamente informada na DIPJ 2005 [...]. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 221 7 Para tanto e objetivando corroborar novamente com o ora exposto, a Recorrente anexa à presente, outros informes de rendimentos emitidos pelas Fontes Pagadoras, tornando indubitável as retenções ocorridas no ano de 2004, e, desde logo verdadeiros os créditos de CSLL [...], quais sejam: CNPJ 00.394.445/000101 00.394.544/000851 00.402.552/000126 00.489.828/000317 00.662.270/000320 02.270.669/000129 02.313.673/000208 03.353.358/000196 04.898.488/000177 26.989.175/002407 33.000.167/000101 33.376.989/000191 34.028.316/000103 42.441.758/000105 42.540.211/000167. Outrossim, a Recorrente pugna pela posterior juntada dos outros informes de rendimentos, comprobatórios da existência da retenção, bem como dos demais documentos fiscais e documentos que suportam o crédito. Não se pode olvidar que os informes de rendimentos emitidos pelas fontes pagadoras demonstram a retenção da CSLL, valendo como prova hábil para a composição do crédito apontado pela Recorrente. [...] Desta forma, não se pode rejeitar a força da prova ora pretendida e não realizada pelo d. Auditor Fiscal mediante a apresentação de informes de rendimentos que comprovam os valores de CSLL retida. Lembra a Recorrente que o código 6190 mencionado nos Informes abrange receitas de IR, CSLL, COFINS, e PIS, tal como previsto no Anexo I, da IN SRF n° 306/2003, conforme bem destacado pela Uma. Relatora do acórdão em comento. Em relação à necessidade de realização de diligência fiscal junto as fontes pagadoras, diz que: Ocorre que, conforme será demonstrado, é imprescindível para o deslinde da questão, a realização de diligência fiscal nas Fontes Pagadoras. [...] No caso dos serviços prestados pela Recorrente e de seus rendimentos, há expressa previsão para que o tomador do serviço promova a retenção e faça o recolhimento da CSLL, deduzindo tal montante do valor efetivamente pago a ela. Com total observância de tal norma, no anocalendário de 2004, observase que, de fato, houve a retenção. Tanto houve a retenção que os tomadores de serviços encaminharam à Recorrente os Informes de Rendimentos com anotações de tais valores, ou realizaram pagamentos em valores diferenciados daqueles constantes das Notas Fiscais/Boletos. Pois bem, foram estes exatos Informes de Rendimentos e pagamentos que a Recorrente considerou em sua DIPJ, exercício 2005. E, com base nestes documentos encaminhados pelas próprias Empresas pagadoras é que a Recorrente fundamentou seu pedido de restituição/compensação. Então, estáse diante da seguinte situação: a Recorrente sofre a retenção, recebe um Informe de Rendimentos emitido pelo RESPONSÁVEL tributário legalmente fixado atestando esta retenção, mas não pode utilizar o valor retido. [...] De fato, destacase o voto do E. Conselheiro Leonardo Couto que do alto de sua experiência afirma que aos contribuintes é dado apenas o Informe de Rendimentos, jamais o comprovante do recolhimento ou mesmo a informação que constou da DIRF. Portanto, não sendo inidôneo o documento de Informe de Rendimentos, este deve ser considerado. Fl. 221DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 222 8 É o caso presente. Diferente do entendido pela Uma. Autoridade Fiscalizadora, parece à Recorrente que o prudente é a conversão do julgamento em diligência para que se intime as Fontes Pagadoras cujos recolhimentos foram apresentados, mas que os pagamentos não foram localizados [...]. Tendo em vista tratarse de erro que pode comprometer contribuinte que possui documentação idônea é que cumpre a este Colegiado determinar a realização da diligência fiscal, para o fim de determinarse a intimação das fontes pagadoras abaixo relacionadas a apresentar esclarecimentos sobre a retenção ou não da CSLL da Recorrente. Portanto, a diligência se faz indispensável para que sejam averiguados os valores, bem como a real retenção dos mesmos. Uma vez demonstrada a existência do crédito decorrente de Saldo Negativo do exercício de 2005, pugnase pelo direito à restituição e à compensação, com a reforma parcial do acórdão n.° 1249.517, a fim de que sejam homologadas in totum as compensações pleiteadas pela Recorrente. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui: Ante todo o exposto, é o presente para requerer a) a realização de diligência fiscal nas Fontes Pagadoras e b) o reconhecimento do crédito de saldo negativo de CSLL exercício de 2005, a fim de que seja homologada in totum a compensação objeto do PER/DCOMP n° 36902.76383.300307.1.7.039100. Termos em que, P. Deferimento. Toda numeração de folhas indicada nessa decisão se refere à paginação eletrônica dos autos em sua forma digital ou digitalizada. É o Relatório. VOTO Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional (§ 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996). A parcela litigiosa devolvida para reexame nessa segunda instância de julgamento administrativo restringese ao crédito no valor de R$52.171,40 não reconhecido Fl. 222DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 223 9 relativo ao saldo negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) do ano calendário de 2004 que está discriminado na Tabela 2. Tabela 2 – Saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2004 Descrição (A) Valor Per/Dcomp R$ (B) Valor Despacho Decisório R$ (C) Valor Decisão da DRJ R$ (D) CSLL Apurada 0,00 0,00 0,00 () CSLL Retida na Fonte – Código 6190 110.529,39 56.008,08 58.357,99 () CSLL Determinada sobre a Base de Cálculo Estimada 602.142,98 602.142,98 602.142,98 (=) CSLL a Pagar 712.672,37 658.151,06 660.500,97 A Recorrente alega que os atos administrativos são nulos. Os atos administrativos que instruem os autos foram lavrados por servidor competente com a regular intimação para que a Recorrente pudesse cumprilos ou impugnálos no prazo legal, ou seja, com observância de todos os requisitos legais que lhes conferem existência, validade e eficácia. As formas instrumentais adequadas foram respeitadas, os documentos foram reunidos nos autos do processo, que estão instruídos com as provas produzidas por meios lícitos. Na atribuição do exercício da competência da RFB, em caráter privativo, cabe ao AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil, no caso de verificação do ilícito, constituir o crédito tributário pelo lançamento, cuja atribuição é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional1. As garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes foram observadas. Ademais os atos administrativos estão motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos decidam recursos administrativos de modo explícito, claro e congruente. O enfrentamento das questões na peça de defesa denota perfeita compreensão da descrição dos fatos e dos enquadramentos legais que ensejaram os procedimentos de ofício, que foi regularmente analisado pela autoridade de primeira instância. A proposição afirmada pela defendente, desse modo, não tem cabimento. A Recorrente solicita a realização de todos os meios de prova. Sobre a matéria, vale esclarecer que no presente caso se aplicam as disposições do processo administrativo fiscal que estabelece que a peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses e instruída com os todos documentos em que se fundamentar, precluindo o direito de a Recorrente praticar este ato e apresentar novas razões em outro momento processual, salvo a ocorrência de quaisquer das circunstâncias ali previstas, tais como fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, 1 Fundamentação legal: inciso LIV e inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, art. 142 do Código Tributário Nacional, art 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2001, art. 10 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 224 10 refirase a fato ou a direito superveniente ou se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos2. Embora lhe fossem oferecidas várias oportunidades no curso do processo a Recorrente não apresentou a comprovação inequívoca de quaisquer fatos que tenham correlação com as situações excepcionadas pela legislação de regência. A realização desses meios probantes é prescindível, uma vez que os elementos probatórios produzidos por meios lícitos constantes nos autos são suficientes para a solução do litígio. A justificativa arguida pela defendente, por essa razão, não se comprova. A Recorrente suscita que o Per/DComp deve ser deferido. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição, pode utilizálo na compensação de débitos. A partir de 01.10.2002, a compensação somente pode ser efetivada por meio de declaração e com créditos e débitos próprios, que ficam extintos sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Também os pedidos pendentes de apreciação foram equiparados a declaração de compensação, retroagindo à data do protocolo. Posteriormente, ou seja, em de 30.12.2003, ficou estabelecido que a Per/DComp constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados, bem como que o prazo para homologação tácita da compensação declarada é de cinco anos, contados da data da sua entrega. Ademais, o procedimento se submete ao rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. 3. O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor dela dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais4. Instaurada a fase litigiosa do procedimento, cabe à Recorrente detalhar os motivos de fato e de direito em que se basear expondo de forma minuciosa os pontos de discordância e suas razões e instruindo a peça de defesa com prova documental préconstituída imprescindível à comprovação das matérias suscitadas. Por seu turno, a autoridade julgadora, orientandose pelo princípio da verdade material na apreciação da prova, deve formar livremente sua convicção mediante a persuasão racional decidindo com base nos elementos existentes no processo e nos meios de prova em direito admitidos. Para que haja o reconhecimento do direito creditório é necessário um cuidadoso exame do pagamento a maior de tributo, uma vez que é absolutamente essencial verificar a 2 Fundamentação legal: art. 16 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. 3 Fundamentação legal: art. 165, art. 168, art. 170 e art. 170A do Códido Tributário Nacional, art. 9º do Decreto Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, 1º e art. 2º, art. 51 e art. 74 da Lei nº 9.430, de 26 de dezembro de 1996, art. 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. 4 Fundamentação legal : art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 6º e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 37 da Lei nº 8.981, de 20 de novembro de 1995, art. 6º e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 1º e art. 2º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 224DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 225 11 precisão dos dados informados em todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal. No que se refere à dedução de CSLL determinada sobre a base de cálculo estimada, temse que a pessoa jurídica que adota o regime de tributação do lucro real pode optar pela sua apuração anual, o que lhe impõe o pagamento destes tributos em cada mês, determinados sobre base de cálculo estimada, ainda que venha a apurar prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa no balanço encerrado em 31 de dezembro do anocalendário. Em relação à dedução de tributo retido na fonte, a legislação prevê que no regime de tributação com base no lucro real a pessoa jurídica pode deduzir do valor apurado no encerramento do período, o valor retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo correspondente5. Para tanto, as pessoas jurídicas qualificadas como fontes pagadoras são obrigadas a prestar aos órgãos da RFB, no prazo legal, informações sobre os rendimentos que pagaram ou creditaram no anocalendário anterior, por si ou como representantes de terceiros, com indicação da natureza das respectivas importâncias, do nome, endereço e número de inscrição no CNPJ, das pessoas que o receberam, bem como o imposto de renda retido da fonte, mediante a Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF). Também as pessoas jurídicas que efetuarem pagamentos com retenção do tributo na fonte devem fornecer à pessoa jurídica beneficiária, até o dia 31 de janeiro, documento comprobatório, em duas vias, com indicação da natureza e do montante do pagamento, das deduções e do imposto retido no anocalendário anterior, que no caso é o Informe de Rendimentos. Assim, o valor retido na fonte somente pode ser compensado se a pessoa jurídica possuir comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora para fins de apuração do saldo negativo de IRPJ no encerramento do período6. Ademais, na apuração do saldo negativo da CSLL, a pessoa jurídica poderá deduzir da CSLL devida o valor retido na fonte, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do tributo (Súmula CARF nº 80). A CSLL deve ser apurada conforme os critérios previstos na legislação tributária e a pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real pode deduzir da CSLL devida no encerramento do período o fonte incidente sobre as receitas computadas na sua determinação, inclusive como antecipação do IRPJ devido referente ao código de arrecadação nº 6190 a título de receita proveniente de prestação de serviços a órgãos, autarquias e fundações da administração pública federal7. Para esse código de pagamento, a Tabela de Retenção constante no Anexo I da Instrução Normativa SRF nº 480, de 15 de dezembro de 2004, que vigora à época, dispunha que a alíquota a ser aplicada na retenção sobre o rendimento é de 9,45%, do qual 4,80% corresponde ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ, 1,0% corresponde à CSLL, 3,00% corresponde à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins e 0,65% corresponde a Contribuição para o PIS/PASEP. Atualmente a matéria está regulamentada pela Instrução Normativa RFB nº 1.234, 11 de janeiro de 2012, que dispõe ainda: 5 Fundamentação legal: Lei 10.833 de 29 de dezembro de 2003. 6 Fundamentação legal: art. 86 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, art. 11 do DecretoLei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982 e art. 10 do DecretoLei nº 2.065, de 26 de outubro de 1983. 7 Fundamentação legal: art. 64 da Lei 9.430, de 1996 e art. 34 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Fl. 225DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 226 12 Art. 37. O órgão ou a entidade que efetuar a retenção deverá fornecer, à pessoa jurídica beneficiária do pagamento, comprovante anual de retenção, até o último dia útil de fevereiro do ano subsequente, podendo ser disponibilizado em meio eletrônico, conforme modelo constante do Anexo V a esta Instrução Normativa, informando, relativamente a cada mês em que houver sido efetuado o pagamento, os códigos de retenção, os valores pagos e os valores retidos. § 1º Como forma alternativa de comprovação da retenção, poderá o órgão ou a entidade fornecer, ao beneficiário do pagamento, cópia do Darf, desde que este contenha a base de cálculo correspondente ao fornecimento dos bens ou da prestação dos serviços. § 2º Anualmente, até o último dia útil de fevereiro do ano subsequente, os órgãos ou as entidades que efetuarem a retenção de que trata esta Instrução Normativa deverão apresentar à RFB Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf), nela discriminando, mensalmente, o somatório dos valores pagos e o total retido, por contribuinte e por código de recolhimento. Assim, o Comprovante Anual de Retenção, cópia do DARF e a DIRF são documentos idôneos para comprovar a retenção da CSLL na fonte. Feitas essas considerações normativas, tem cabimento a análise da situação fática tendo em vista os documentos já analisados pela autoridade de primeira instância de julgamento e aqueles produzidos em sede de recurso voluntário. Compulsando os presentes autos, resta constatado que não se encontram em condições de julgamento, pelas razões que passo a expor. Analisando as DIRF e os Informes de Rendimentos juntados aos autos relativamente à CSLL retida na fonte, código 6190, no anocalendário de 2004, inclusive aqueles anexados ao recurso voluntário, fls. 182196, temse que todos os valores estão discriminados na Tabela 3. Tabela 3 – Valores da CSLL retida na fonte, código 6190, no anocalendário de 2004 Fonte Pagadora – CNPJ (A) Valor CSLL Retida Per/DComp R$ (B) Valor CSLL Retida – Confirmado R$ (C) Valor CSLL Não Confirmado R$ (D) 00.000.000/000191 18.648,39 1,49 18.646,90 00.000.000/119245 35,65 0,00 35,65 00.038.174/000577 259,22 259,22 0,00 00.073.957/000168 34,88 34,88 0,00 00.001.180/000207 7.381,94 0,00 7.381,94 00.038.166/000105 18,44 18,43 0,01 Fl. 226DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 227 13 00.322.818/002174 77,96 0,00 77,96 00.348.003/010850 26,25 0,00 26,25 00.352.294/000110 934,53 934,53 0,00 00.357.038/000116 1.439,30 1.439,30 0,00 00.360.305/000104 11.206,42 11.206,42 0,00 00.394.411/000109 2.219,58 2.219,58 0,00 00.394.429/000291 54,72 54,72 0,00 00.394.429/002316 129,12 93,06 36,06 00.394.429/004360 29,18 15,02 14,16 00.394.429/011064 125,87 125,87 0,00 00.394.437/000319 23,65 23,65 0,00 00.394.445/000101 694,24 619,27 74,97 00.394.452/002220 32,40 32,40 0,00 00.394.452/038763 18,24 5,01 13,23 00.394.460/001113 74,34 74,34 0,00 00.394.478/000224 13,82 13,82 0,00 00.394.502/000810 75,20 75,20 0,00 00.394.502/002198 15,84 0,00 15,84 00.394.502/034391 62,76 22,20 40,56 00.394.528/000516 888,96 888,96 0,00 00.394.536/000643 339,65 0,00 339,65 00.394.544/000851 4.159,77 3.759,93 399,84 00.394.544/017150 144,40 144,40 0,00 00.394.544/019285 73,27 73,27 0,00 00.394.544/020291 21,89 0,00 21,89 00.396.895/000125 33,75 33,75 0,00 00.402.552/000126 92,15 62,20 29,95 00.489.828/000317 610,51 71,62 538,89 00.530.279/000115 280,17 0,00 280,17 00.530.352/000159 485,22 485,22 0,00 00.662.270/000320 179,13 175,35 3,78 01.263.896/000598 18,24 18,24 0,00 01.567.601/000224 18,24 18,24 0,00 02.030.715/000112 654,82 654,82 0,00 02.270.669/000129 316,69 211,11 105,58 02.313.673/000127 60,83 0,00 60,83 02.313.673/000208 836,41 768,57 67,84 02.341.467/000201 189,70 0,00 189,70 02.973.091/000177 33,75 33,75 0,00 03.112.386/000111 65,66 65,66 0,00 03.353.358/000196 73,98 0,00 73,98 03.589.068/000146 819,59 819,59 0,00 03.659.166/000102 27,36 27,36 0,00 03.659.166/004795 21,89 21,89 0,00 03.659.166/004876 25,54 25,54 0,00 03.659.166/005171 13,13 0,00 13,13 04.053.755/000105 43,78 0,00 43,78 04.079.233/000182 37,75 37,75 0,00 04.355.657/000122 183,62 0,00 183,62 04.374.067/000147 22,50 0,00 22,50 04.407.029/000143 36,48 36,48 0,00 04.440.413/000148 94,84 0,00 94,84 Fl. 227DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 228 14 04.884.574/000120 101,58 101,58 0,00 04.892.707/000100 371,03 371,03 0,00 04.892.707/001425 43,92 15,00 28,92 04.898.488/000177 963,20 954,56 8,64 04.902.979/000144 167,24 167,24 0,00 04.903.587/000108 340,12 340,12 0,00 05.457.283/000208 51,79 51,79 0,00 07.237.373/000120 610,29 610,29 0,00 23.274.194/000119 16.878,58 16.878,58 0,00 26.989.715/002407 12,96 6,72 6,24 29.507.878/000108 955,66 955,66 0,00 29.979.036/021903 2.155,15 0,00 2.155,15 32.243.347/000151 471,37 471,37 0,00 32.479.123/000143 30,00 30,00 0,00 33.000.167/000101 22.129,12 7.013,10 15.116,02 33.376.989/000191 1.242,62 996,76 245,86 33.663.683/004618 13,44 0,00 13,44 33.657.248/000189 1.271,42 1.271,42 0,00 33.741.794/000101 27,03 27,03 0,00 33.749.086/000290 43,78 43,78 0,00 34.028.316/000103 4.070,77 1.500,11 2.570,66 34.164.319/000506 128,60 0,00 128,60 37.115.342/000400 67,51 67,51 0,00 37.115.367/003348 2.345,13 131,33 2.213,80 42.357.483/000126 213,35 116,74 96,61 42.422.253/000101 429,06 429,06 0,00 42.441.758/000105 170,74 80,56 90,18 42.521.088/000137 262,18 0,00 262,18 42.540.211/000167 315,99 0,00 315,99 83.876.003/000110 58,36 0,00 58,36 83.880.427/000159 26,25 0,00 26,25 92.787.118/000120 25,54 25,54 0,00 Total 110.529,39 58.358,99 52.170,40 Examinando o conjunto probatório produzidos nos autos verificase que o valor R$58.358,99 já foi considerado como correto no Despacho Decisório e na decisão de primeira instância de julgamento. Ressaltese que os documentos comprobatórios anexados ao recurso voluntário, fls. 182196, já foram considerados e compõem os valores discriminados na Tabela 3, em conformidade com a Tabela 4. Tabela 4 – Valores da CSLL retida na fonte, código 6190, no anocalendário de 2004, apresentados em sede de recurso voluntário. Fonte Pagadora – CNPJ (A) Valor CSLL Retida Per/DComp Valor CSLL Retida – Confirmado Valor CSLL Não Confirmado Fl. 228DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 229 15 R$ (B) R$ (C) R$ (D) 00.394.445/000101 694,24 619,27 74,97 00.394.544/000851 4.159,77 3.759,93 399,84 00.402.552/000126 92,15 62,20 29,95 00.489.828/000317 610,51 71,62 538,89 00.662.270/000320 179,13 175,35 3,78 02.270.669/000129 316,69 211,11 105,58 02.313.673/000208 836,41 768,57 67,84 03.353.358/000196 73,98 0,00 73,98 04.898.488/000177 963,20 954,56 8,64 26.989.715/002407 12,96 6,72 6,24 33.000.167/000101 22.129,12 7.013,10 15.116,02 33.376.989/000191 1.242,62 996,76 245,86 34.028.316/000103 4.070,77 1.500,11 2.570,66 42.441.758/000105 170,74 80,56 90,18 Verificase que os documentos comprobatórios anexados ao memorial composto de Informes de Rendimentos e Darf Siafi, fls. 200213, não foram considerados por não constarem no Per/DComp formalizados nos presentes autos, não foram examinados e não compõem os valores discriminados na Tabela 3, em conformidade com a Tabela 5. Tabela 5 – Valores da CSLL retida na fonte, código 6190, no anocalendário de 2004, apresentados em sede de memorial. Fonte Pagadora – CNPJ (A) Valor CSLL Retida Não Consta no Per/DComp R$ (B) Valor CSLL Retida Confirmado Informe de Rendimentos e Darf Siafi R$ (C) 00.396.253/000126 26,25 26,25 00.001.180/000207 781,16 00.394.536/000136 379,88 379,88 00.394.492/002316 27,75 27,75 00.394.492/002316 18,01 18,01 00.394.492/002316 23,65 23,65 34.164.319/000174 103,07 103,07 42.357.483/000126 21,89 21,89 42.357.483/000126 94,85 94,85 Sobre a matéria temse: a) não foi apresentado o informe de rendimentos, bem como na consta na DIPJ e a Recorrente não comprova o oferecimento da receita à tributação; valor de R$7.381,94 retido pela fonte pagadora CNPJ 00.001.180/000207; Fl. 229DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 230 16 b) na consta na DIPJ e a Recorrente não comprova o oferecimento da receita à tributação: valor de R$248,09 retido pela fonte pagadora CNPJ 00.396.253/000126; valor de R$3.589,83 retido pela fonte pagadora CNPJ 00.394.536/000136; valor de R$262,24 retido pela fonte pagadora CNPJ 00.394.492/002316; valor de R$170,19 retido pela fonte pagadora CNPJ 00.394.492/002316; valor de R$223,53 retido pela fonte pagadora CNPJ 00.394.492/002316; valor de R$973,97 retido pela fonte pagadora CNPJ 34.164.319/000174; valor de R$206,85 retido pela fonte pagadora CNPJ 42.357.483/000126; e valor de R$896,31 retido pela fonte pagadora CNPJ 42.357.483/000126. A apresentação desses elementos novos podem ser admitidos para exame, tendo em vista o §4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Ainda que não tenham sido listados no Per/DComp, no processo administrativo fiscal é privilegiado o princípio da verdade material. Por causa da premissa de que na apuração do saldo negativo da CSLL, a pessoa jurídica poderá deduzir da CSLL devida o valor retido na fonte, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do tributo (Súmula CARF nº 80), fazse necessária a realização de diligência no sentido de: a) verificar se as retenções de todos os documentos apresentados são suficientes para justificar o crédito remanescente ainda não considerado como comprovado, observando se o referido valor já não foi considerado anteriormente conforme as Tabela 3 e 5. b) com base nas retenções acatadas verificar se houve o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do tributo. Em assim sucedendo e com observância do disposto no art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, voto por converter o julgamento na realização de diligência para que a autoridade preparadora da Unidade da Receita Federal do Brasil que jurisdicione a Recorrente verificar, em relação à apuração do saldo negativo da CSLL, em que a pessoa jurídica poderá deduzir da CSLL devida o valor retido na fonte, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do tributo, a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do tributo, conforme documentos constantes nas fls. 200 213, e os dados resumidos na Tabela 5. A autoridade fiscal designada ao cumprimento da diligência solicitada deverá cotejar a escrituração da Recorrente com os dados constantes nos registros internos da RFB para aferir a verossimilhança, bem como elaborar relatório circunstanciado e conclusivo dos trabalhos executados com o fim de atender à presente solicitação. A Recorrente deve ser cientificada dos procedimentos referentes às diligências efetuadas e do relatório circunstanciado e conclusivo para que, desejando, manifestese a Fl. 230DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 15374.919707/200886 Resolução nº 1803000.087 S1TE03 Fl. 231 17 respeito dessas questões com o objetivo de lhe assegurar o contraditório e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes8. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva 8 Fundamentação legal: inciso LV do art. 5º da Constituição da República. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 22/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/04/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Numero do processo: 10980.008572/2007-89
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002, 2003, 2004
MULTA QUALIFICADA. SÚMULA CARF N. 14.
A simples omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, devendo a autoridade fiscal fundamentar a caracterização do evidente intuito de fraude do sujeito passivo, não podendo os órgãos julgadores suprirem tal falta, conforme já consagrado no enunciado da Súmula CARF n 25: A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-003.281
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo Presidente
(Assinado digitalmente)
Manoel Coelho arruda Junior Relator
EDITADO EM: 08/08/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Gustavo Lian Haddad, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Ronaldo de Lima Macedo (suplente convocado), Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justicadamente, o Conselheiro Marcelo Oliveira.
Nome do relator: MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Manoel Coelho arruda Junior Relator EDITADO EM: 08/08/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Gustavo Lian Haddad, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Ronaldo de Lima Macedo (suplente convocado), Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justicadamente, o Conselheiro Marcelo Oliveira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1597; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 8 1 7 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10980.008572/200789 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202003.281 – 2ª Turma Sessão de 30 de julho de 2014 Matéria IRPF Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado MARI ELEN CAMPOS DE ANDRADE ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002, 2003, 2004 MULTA QUALIFICADA. SÚMULA CARF N. 14. A simples omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, devendo a autoridade fiscal fundamentar a caracterização do evidente intuito de fraude do sujeito passivo, não podendo os órgãos julgadores suprirem tal falta, conforme já consagrado no enunciado da Súmula CARF n 25: A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 85 72 /2 00 7- 89 Fl. 577DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/08/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo – Presidente (Assinado digitalmente) Manoel Coelho arruda Junior – Relator EDITADO EM: 08/08/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Gustavo Lian Haddad, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Ronaldo de Lima Macedo (suplente convocado), Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justicadamente, o Conselheiro Marcelo Oliveira. Relatório A Fazenda Nacional, inconformada com o decidido no Acórdão de n° 2202 00.292, proferido em 29/10/2009, interpõe, através do seu representante legal, Recurso Especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, com fulcro nos artigos 67 e 68, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, visando a revisão do julgado. Ciente, formalmente, daquele acórdão em 31/08/2010, conforme Intimação constante à fl. 441, a digna representante da Fazenda Nacional protocolizou, tempestivamente, o seu Recurso Especial, em 31/08/2010, isto é, dentro do prazo de 15 (quinze) dias fixado pelo caput do artigo 68 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009. Suscita a digna representante da Fazenda Nacional que, nos termos do art. 67 do Regimento Interno, compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. Em sessão plenária de 29/10/2009, a 2a Turma Ordinária da 2a Câmara da 2a Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, julgou o Recurso Voluntário n" 163.340, proferindo a decisão consubstanciada no Acórdão n° 220200.292, assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Ano calendário: 2002, 2003, 2004 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante Fl. 578DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/08/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10980.008572/200789 Acórdão n.º 9202003.281 CSRFT2 Fl. 9 3 documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. INTIMAÇÃO PRÉVIA. A intimação prévia do titular da conta é requisito essencial para a caracterização da omissão de rendimentos decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada prevista no art. 42 da Lei na 9.430, de 1996, sem a qual a presunção não se conforma. EXCLUSÃO DA BASE TRIBUTÁVEL. DEPÓSITOS INDIVIDUALMENTE IGUAIS OU INFERIORES A R$12.000,00. Para efeito de determinação dos rendimentos omitidos, somente não devem ser considerados os depósitos de valor individual igual ou inferior a R$12.000,00, desde que o seu somatório, dentro do anocalendário, não ultrapasse o valor de R$80.000,00, em relação a todas as contas bancárias movimentadas pelo contribuinte. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2002, 2003, 2004 DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NULIDADE. A simples contrariedade do recorrente com a motivação esposada na decisão de primeira instância não constitui qualquer vicio capaz de incorrer em sua desconsideração, mormente quando o julgado a quo abordou todos os argumentos da impugnação e expôs seus motivos para acatar ou não as alegações da defesa. PEDIDO GENÉRICO DE PRODUÇÃO DE PROVAS. Descabe o pedido genérico de produção de provas, devendo ser avaliado quando da situação em concreto, mormente quando presentes nos autos todos os elementos necessários para que a autoridade julgadora forme sua convicção. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2002, 2003, 2004 MULTA QUALIFICADA A simples omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, devendo a autoridade fiscal fundamentar a caracterização do evidente intuito de fraude do sujeito passivo, não podendo os órgãos julgadores suprirem tal falta. Preliminares argüidas rejeitadas. Recurso parcialmente provido. A decisão foi assim resumida: Acordam os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares argüidas pela Recorrente e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso para: (1) excluir a exigência o anocalendário de 2002; (2) — excluir da exigência, relativo ao anocalendário 2004, o valor de R$ Fl. 579DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/08/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 4 6.200,00 e (3) — desqualificar a multa de lançamento de oficio, reduzindoa ao percentual de 75%, nos termos do voto do Relator. O recurso está manejado quanto a discussão da possibilidade de se caracterizar divergência jurisprudencial nos casos de desqualificação da multa de ofício (percentual reduzido de 150% para 75%), pela inexistência de conduta material. Qualificação da multa baseada, tãosomente, em informações divergentes, movimentação bancária desproporcional aos rendimentos declarados, conduta reiterada e movimentação desproporcional. Seguem abaixo os acórdãos paradigmas apresentados seguidos de suas respectivas ementas : 10196446 NULIDADE SIGILO BANCÁRIO APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR 105/2001 INOCORRÊNCIA Não cabe alegação de quebra de sigilo bancário no caso de entrega espontânea à fiscalização de extratos das respectivas contas obtidos pelo sujeito passivo diretamente dos bancos de que é cliente. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta corrente de depósitos ou investimentos, mantida junto a instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PROVAS As provas somente alcançadas após a impugnação devem ser consideradas em grau de recurso, e sua confirmação pela fiscalização produz o efeito de reduzir a matéria tributável. MÚTUO. COMPROVAÇÃO A efetividade da realização de mútuo há que ser comprovada mediante prova da transferência dos recursos financeiros mutuados. LANÇAMENTOS CONEXOS. EFEITOS DA DECISÃO RELATIVA AO LANÇAMENTO PRINCIPAL Em razão da vinculação entre o lançamento principal e os que lhe são conexos, as conclusões relativas ao lançamento do IRPJ devem prevalecer na apreciação da CSLL, do PIS e da COFINS, exceto quanto às arguições ou elementos de prova específicos. PIS E COFINS BASE DE CÁLCULO FATURAMENTO Para poder pleitear a exclusão, da base de cálculo, das receitas omitidas, cumpre ao contribuinte provar que não são oriundas da atividade fim da empresa. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. É aplicável a multa de oficio qualificada de 150 %, naqueles casos em que restar constatado o evidente intuito de fraude. A conduta ilícita reiterada ao longo do tempo, descaracteriza o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso tendente à fraude. JUROS DE MORA SELIC Fl. 580DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/08/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10980.008572/200789 Acórdão n.º 9202003.281 CSRFT2 Fl. 10 5 A partir de 1" de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula 1" CC n" 4) 105158747 ANOCALENDÁRIO: 1997, 1998 DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS RETIFICAÇÃO Ficando provado nos autos, quer por laudo da Policia Federal, quer pelo conjunto de fatos analisados, a impossibilidade da Recorrente haver entregue as declarações de rendimentos retificadoras, deve ser mantido o lançamento tomandose como base as declarações originais, mormente quando existe a obrigação de serem tais declarações entregues na unidade local da Secretaria da Receita Federal que jurisdiciona o domicilio fiscal da declarante. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA LUCRO PRESUMIDO Auferindo o contribuinte receita de diversas atividades, com percentual de presunção de lucro diferentes, cabe a aplicação do percentual relativo a atividade de maior taxação em caso de lançamento de omissão de receitas por falta de contabilização de depósitos bancários não justificados. MULTA QUALIFICADA APLICABILIDADE E PERCENTUAL Caracterizado o evidente intuito de fraude, pela prática reiterada de omitir receitas através da falta de contabilização da movimentação bancária, é aplicável a multa de oficio qualificada no percentual legalmente definido de 150%. Instado a se manifestar, o i. Presidente da 2ª Câmara da Segunda Seção resolveu dar seguimento ao Recurso Especial interposto, por meio do Despacho n. 220200.272 [fls. 454 e ss]: [...] Assim, no caso em discussão "possibilidade de desqualificação da multa de ofício, nos casos de inexistência de conduta material. Qualificação da multa baseada, tãosomente, em informações divergentes, movimentação bancária desproporcional aos rendimentos declarados, conduta reiterada e movimentação desproporcional", é de se dizer que do confronto entre os acórdãos recorrido e paradigmas, é possível se concluir que ouve o dissídio jurisprudencial. Isso porque se trata da mesma matéria fática e a divergência de julgados, nos termos Regimentais, referese a interpretação divergente em relação ao mesmo dispositivo legal, aplicado a um mesmo fato, que no caso em questão é a discussão sobre a aplicabilidade da multa de lançamento de ofício qualificada quando restar caracterizado a prática reiterada de omissão de rendimentos. Assim, leitura dos acórdãos recorrido e paradigmas permite concluir que são acórdãos divergentes, pois tratam de matérias tributárias iguais, de fato e de direito, de forma diferente. Ou seja, tipificam tratamentos diferenciados, vez que, no acórdão recorrido entendeuse, que a prestação de informações ao fisco Fl. 581DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/08/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 6 divergente de dados levantados pela fiscalização, bem como a falta de inclusão, na Declaração de Ajuste Anual, de rendimentos, bens ou direitos, mesmo que de forma reiterada, por si só, não caracteriza evidente intuito de fraude, que justifique a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no inciso II, do artigo 44, da Lei n° 9.430, de 1996, já que ausente conduta material bastante para sua caracterização. Por sua vez, nos paradigmas, ao contrário do que se concluiu no recorrido, considerouse cabível a multa qualificada de 150% nos casos de prática reiterada de infrações definidas como falta de recolhimento e/ou de declaração inexata, por diversos anos seguidos, caracteriza indício veemente da ocorrência de irregularidades definidas nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 1964 e justifica a aplicação da multa qualificada. Intimado para se manifestar, a Contribuinte restou silente. É o relatório. Voto Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade, sendo tempestivo e acatadas pelo ilustre Presidente da 2ª Câmara da 2ª Seção do CARF as divergências suscitadas pela Contribuinte, conheço do Recurso Especial e passo ao exame das razões recursais. Conforme se depreende da análise do Recurso Especial, pretende o recorrente a reforma do Acórdão em vergasta, alegando, em síntese, que as razões de decidir ali esposadas contrariaram outras decisões à respeito da mesma matéria. Como dito acima, o recurso está manejado quanto à discussão da possibilidade de se caracterizar divergência jurisprudencial nos casos de desqualificação da multa de ofício (percentual reduzido de 150% para 75%), pela inexistência de conduta material. Qualificação da multa baseada, tãosomente, em informações divergentes, movimentação bancária desproporcional aos rendimentos declarados, conduta reiterada e movimentação desproporcional. Quanto à aplicação da multa de ofício, verdade é que, em se tratando de falta de pagamento ou recolhimento de tributo, apurada em procedimento de ofício, a autoridade lançadora deve aplicar a multa de lançamento de ofício, prevista no art. 44 da Lei n2 9.430, de 27 de dezembro de 1996, não podendo deixar de aplicála ou reduzir seu percentual ao seu livre arbítrio. No que tange à qualificação da multa, há que se fazer algumas observações. O art. 44 da Lei 9.430/1996 estabelece dois percentuais distintos para aplicação da multa de ofício: 75% e 150%. Para que se aplique a multa qualificada de 150%) é necessário que o contribuinte tenha praticado ação ou omissão dolosa sobre o fato gerador da obrigação tributária, devendo esta ser plenamente caracterizada e comprovada pelo fisco. No presente processo, a fiscalização fundamentou a aplicação da multa qualificada nos seguintes termos (fl. 337 volume II): Fl. 582DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/08/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10980.008572/200789 Acórdão n.º 9202003.281 CSRFT2 Fl. 11 7 Tendo em vista que a pessoa física ora fiscalizada deixou de comprovar a efetiva origem da movimentação financeira apontada, evidenciase o caso de evidente intuito de fraude, definido nos artigos 71, 72 e 73 da Lei na 4.502, de 1.964, o que implica a exigência da multa qualificada de 150% (Cento e Cinqüenta por cento) sobre os tributos e contribuições devidos. [Grifo nosso] Ora, o fato de a contribuinte não comprovar a origem dos depósitos tem como conseqüência legalmente prevista o lançamento por omissão de rendimentos, entretanto, por si só, não é suficiente para que se qualifique a multa de ofício. Caberia ao autuante trazer outros elementos que evidenciassem o intuito de fraude por parte da recorrente. Neste sentido, têmse a Súmula CARF n2 25: Súmula CARF nº 25: A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. A DRJ manteve a qualificação da multa, trazendo novos elementos (fls.. 425 e 426 volume II): Quanto à pretensão de afastamento da multa e outras penalidades, não há como acatar. O dolo é a vontade consciente orientada para um determinado resultado buscado pelo agente, e, sendo de natureza subjetiva, se não for confessada, só pode ser perquirida através da sua manifestação exterior. Nesse sentido, no presente caso, encontrase perfeitamente caracterizada a conduta dolosa da contribuinte, quando se compara o valor das bases de cálculo que declarou, R$ 10.050,00, R$ 10.004,53 e R$ 42.601,89, com as infrações apuradas de R$ 152.027,43, R$ 233.331,93 e R$ 337.311,87, referentes aos anoscalendário de 2002 a 2004, respectivamente. A magnitude das diferenças, e a reiteração, são provas irrefutáveis no sentido de afastar qualquer possibilidade de tratarse de mero erro, fazendo com que se conclua tratarse de conduta intencional. A omissão de quase a totalidade dos seus rendimentos, declarando apenas ínfima parcela do que efetivamente auferiu, fez com que deixasse de recolher os tributos devidos, em montante significativo. Correta, pois, sob todos os aspectos, a aplicação da multa qualificada. Dito isso, entendo que o decisum recorrido não merece reparo, pois entendo que não havendo a adequada fundamentação da conduta dolosa da contribuinte por parte da autoridade autuante, não cabe aos órgãos julgadores, quer de primeira ou segunda instância, suprirem tal falta, razão pela qual há que se afastar a qualificação da multa de ofício, reduzindo o percentual aplicado de 150% para 75%. Fl. 583DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/08/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 8 DISPOSITIVO Por todo o exposto, CONHEÇO DO RECURSO ESPECIAL DO PROCURADOR, para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Júnior Fl. 584DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2014 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/08/2 014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 19/08/2014 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10925.901457/2012-15
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ERRO DE FATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. COMPENSAÇÃO NÃO-HOMOLOGADA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.252
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Sidney Eduardo Stahl, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório.
(assinado digitalmente)
Flávio De Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2007 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ERRO DE FATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. COMPENSAÇÃO NÃO-HOMOLOGADA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Sidney Eduardo Stahl, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório. (assinado digitalmente) Flávio De Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
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ERRO DE FATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Sidney Eduardo Stahl, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório. (assinado digitalmente) Flávio De Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 14 57 /2 01 2- 15 Fl. 48DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.901457/201215 Acórdão n.º 3801004.252 S3TE01 Fl. 49 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 49DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.901457/201215 Acórdão n.º 3801004.252 S3TE01 Fl. 50 3 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos, em razão do princípio da economia processual: Trata o presente processo de Declaração de Compensação – PER/Dcomp nº 21653.40657.181209.1.3.040135, por meio da qual a contribuinte, acima identificada, intenta compensar débito próprio com crédito relativo a pagamento indevido ou efetuado a maior a título de Contribuição para o PIS não cumulativa, com apuração em 30/11/2007. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil – DRF pela não homologação da compensação (Despacho Decisório juntado aos autos), fazendo o com base na constatação da inexistência do crédito informado, pois o valor do “DARF discriminado no PER/DCOMP” havia sido “integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Irresignada com a não homologação de sua compensação, a contribuinte manifestouse alegando: que retificou o Dacon do período para efetuar a inclusão de todos os créditos a que tinha direito, anteriormente não declarados; que no ajuste entre débitos e créditos verificou que efetuara pagamentos a maior da contribuição; e que para, recuperar tal valor, protocolou pedido de restituição e, posteriormente, utilizou o crédito em compensação de débitos próprios. Assim, defende que o crédito utilizado na Dcomp em debate pode ser confirmado no Dacon retificador do período e que não se justifica sua não homologação sob a alegação de falta de crédito, considerando que não foi analisado o pedido de restituição referente ao Darf pago a maior e, tampouco, o Dacon retificador que demonstra os valores de débitos e créditos. Requer o acolhimento da manifestação de inconformidade e homologação da compensação.. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) julgou improcedente a manifestação de inconformidade sob o argumento de que o recolhimento alegado como origem do crédito estava alocado para a quitação de débito confessado e que só a partir da retificação da DCTF é que a contribuinte passa a ter o pretendido crédito contra a Fazenda devidamente conformado na forma da lei: Inconformada, a contribuinte apresentou recurso voluntário repisando, na essência, as razões apresentadas por ocasião da manifestação de inconformidade. É o Relatório. Fl. 50DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.901457/201215 Acórdão n.º 3801004.252 S3TE01 Fl. 51 4 Voto Conselheiro Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. A recorrente sustenta que o seu direito creditório decorre da apuração do PIS e da Cofins não cumulativos que teriam sido pagos a maior. Alega ainda que ao descobrir o erro procedeu a retificação da respectiva DACON. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. Diante da inexistência do crédito, a compensação declarada não foi homologada. Por certo, a análise automática do crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior pleiteado em restituição ou utilizado em declaração de compensação é realizada considerando o saldo disponível do pagamento nos sistemas de cobrança, não se verificando efetivamente o mérito da questão, o que será viável somente a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. A recorrente alega que o crédito em debate teve origem na correta constituição de créditos de PIS e Cofins autorizados pelas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, os quais a Recorrente havia constituído apenas parcialmente na Dacon original, que retificou a Dacon do período para a inclusão dos créditos e que não retificou as DCTFs por julgar o Dacon o documento demonstrativo suficiente para este fim. De fato, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, que ademais é um dos princípios que regem o processo administrativo, não havendo norma procedimental condicionando a apresentação de PER/DCOMP à prévia retificação de DCTF, embora seja este um procedimento lógico, devendo ser consideradas as declarações apresentadas como indício de prova dos créditos sem no entanto conferir a liquidez e certeza necessários ao reconhecimento do direito creditório advindo do pagamento a maior e a homologação das compensações. No entanto, o Recorrente não trouxe aos autos elementos suficientes para comprovar a origem do seu crédito. Não apresentou nenhuma prova do seu direito creditório, em especial, a escrituração fiscal e contábil do período de apuração em que se pleiteou o crédito. Se limitou, tãosomente, a argumentar que houve um erro no preenchimento da DACON original e que, por isso, faz jus ao reconhecimento do crédito. Para que se possa superar a questão de eventual erro de fato e analisar efetivamente o mérito da questão, deveriam estar presentes nos autos os elementos comprobatórios dos créditos alegados e necessários para que o julgador possa aferir a pertinência do crédito declarado, o que não se verifica no caso em tela. Fl. 51DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.901457/201215 Acórdão n.º 3801004.252 S3TE01 Fl. 52 5 No mais, considerandose que as informações prestadas na DCTF ou na DACON situamse na esfera de responsabilidade do próprio contribuinte, cabe a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (...) Assim, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, falta ao crédito indicado pelo contribuinte certeza e liquidez, que são indispensáveis para a compensação pleiteada. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, para NÃO HOMOLOGAR o pedido de compensação. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 52DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10972.720025/2012-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2402-000.413
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Julio Cesar Vieira Gomes - Presidente.
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Carlos Henrique de Oliveira, Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Julio Cesar Vieira Gomes Presidente. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Carlos Henrique de Oliveira, Thiago Taborda Simões, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 72 .7 20 02 5/ 20 12 -3 1 Fl. 781DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES Processo nº 10972.720025/201231 Resolução nº 2402000.413 S2C4T2 Fl. 782 2 Relatório Tratamse de autos de infração constituídos em 17/04/2012 (fl.194), para exigência de contribuição previdenciária a cargo da empresa incidente sobre serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho no período de 01/2008 a 12/2008, bem como de multa por ter a empresa apresentado a GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, relativamente aos serviços prestados por cooperativas de trabalho, no período de 02/2008 a 11/2008. A Recorrente apresentou impugnação (fls. 199/508) requerendo a total improcedência da autuação. A d. Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora/MG – DRJ/JFA julgou improcedente a impugnação, mantendo integralmente a autuação (fl. 510/522), entendendo, em suma, que: (i) não cabe apreciação, pela instância administrativa, de alegações de ilegalidade e/ou inconstitucionalidade de leis e atos normativos em vigor, a qual incumbe ao Poder Judiciário; (ii) não houve nulidade do lançamento, que atendeu as formalidades legais; (iii) a contribuição a cargo da empresa é de quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativa de trabalho; (iv) constitui infração tributária a apresentação de declaração na GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias; (v) indeferese o pedido de realização de diligência, quando esta se mostrar prescindível para a formação de convicção pela autoridade julgadora. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 526/776) alegando, em síntese, que: (i) é inconstitucional o artigo 22, inciso IV da Lei nº 8.212/1991, com redação dada pela Lei nº 9.876/99, sendo impossível a incidência de contribuição previdenciária sobre prestação de serviços por pessoa jurídica; (ii) há a necessidade de Lei Complementar para a alteração da base de cálculo constante do art. 195 da Constituição Federal, sem a qual a contribuição previdenciária ora exigida é ilegal; (iii) a exação fiscal foi baseada em Nota Fiscal sem a discriminação do que foi caracterizado como ato principal ou ato auxiliar, o que fere o princípio do contraditório e da ampla defesa; (iv) a incidência da contribuição social atacada deverá ser apenas sobre os serviços efetivamente prestados pelos cooperados da Unimed/Uniodonto baseada somente nos honorários médicos pagos mês a mês; (v) há a necessidade de sobrestamento do presente processo, em razão da ADI nº 2594, promovida pela Confederação Nacional da Indústria – CNI em janeiro de 2002; e (vi) há possibilidade de declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo por parte dos tribunais administrativos. Requer ao final o provimento do recurso voluntário e o cancelamento da autuação. É o relatório. Fl. 782DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES Processo nº 10972.720025/201231 Resolução nº 2402000.413 S2C4T2 Fl. 783 3 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Primeiramente, cabe mencionar que o presente recurso é tempestivo e preenche a todos os requisitos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Analisando as questões suscitadas no presente processo, observase que existe óbice ao julgamento do recurso interposto. A Recorrente defende, entre outros argumentos, que houve equívocos na apuração da base de cálculo, de modo que a incidência da contribuição social atacada deveria ocorrer apenas sobre os serviços efetivamente prestados pelos cooperados, baseada tão somente nos honorários médicos pagos mês a mês. De acordo com a motivação que levou ao presente lançamento, conforme descrição contida no Relatório Fiscal (fl. 17/18), temse que, ao contrário do que alega a Recorrente, os valores contidos no “ato principal” da Unimed correspondem às verbas destinadas a cobrir os atendimentos realizados por seus associados cooperados, através do contrato de assistência à saúde (serviços efetivamente realizados pelos cooperados). Vejase: “4. DA APURAÇÃO DAS BASES DE CÁLCULO 4.1 Mediante análise da documentação apresentada pelo contribuinte e de informações disponíveis nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB, e considerandose: a legislação aplicável, acima citada, e os esclarecimentos prestados pela UNIMED Uberaba Cooperativa de Trabalho Médico Ltda. no item ‘02’ de seu expediente de 15/12/2011 – Anexo 3 – definindo que os valores contidos no ‘Ato principal’ de suas Notas Fiscais Fatura correspondem às verbas destinadas a cobrir os atendimentos realizados por seus associados cooperados, através do contrato de assistência à saúde, para a execução dos seus objetivos sociais, concluímos que as bases de cálculo para incidência das contribuições previdenciárias correspondem aos valores lançados na rubrica ‘ATO PRINCIPAL’ das Notas Fiscais Faturas, emitidas pela prestadora dos serviços, UNIMED Uberaba Cooperativa de Trabalho Médico Ltda. Quanto às faturas da UNIODONTO da Uberaba Cooperativa de Trabalho Odontológico, as Bases de Cálculo são apuradas mediante a aplicação da alíquota de 60% (sessenta por cento) sobre o valor bruto dos serviços, uma vez que não há discriminação entre os serviços prestados pelos cooperados e pelas demais pessoas físicas e jurídicas e os materiais fornecidos. (...) 5.1 AUTO DE INFRAÇÃO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL (...) 5.1.2 As bases de cálculo das contribuições lançadas correspondem aos valores constantes da coluna ‘Base de Cálculo a Lançar’ do Anexo 4 – Demonstrativo de Apuração das Bases de Cálculo UNIMED e Demonstrativo de Apuração das Bases de Cálculo – UNIODONTO e foram agrupadas nos Levantamentos ‘CP – SERVIÇOS COOPERATIVAS TRABALHO’, ‘CP1 – SERVIÇOS COOPERATIVAS TRABALHO’, ‘CP2 – SERVIÇOS COOPERATIVAS TRABALHO’, ‘CT – SERVIÇOS COOP TRAB UNIODONTO’, ‘CT1 – SERVIÇOS COOP Fl. 783DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES Processo nº 10972.720025/201231 Resolução nº 2402000.413 S2C4T2 Fl. 784 4 TRAB UNIODONTO’ E ‘CT2 – SERVIÇOS COOP TRAB UNIODONTO’ conforme relatório DD – Discriminativo do Débito.” Outro não foi o entendimento demonstrado na r. decisão recorrida (fl. 521/522): “Desta forma, agiu corretamente a autoridade lançadora quando considerou no lançamento: para as Notas Fiscais emitidas pela Unimed Cooperativa de Trabalho Médico, o valor do Ato Cooperativo Principal discriminado nas Notas Fiscais de Prestação de Serviços e para as Notas Fiscais emitidas pela Uniodonto – Cooperativa de Trabalho Odontológico, o percentual de 60% (sessenta por cento) sobre as Notas Fiscais emitidas, considerando as peculiaridades de cobertura do contrato de prestação de serviço, aplicandose a alíquota de 15% sobre a base de cálculo apurada em função da cobertura contratual.” Assim, constatase que no caso da Unimed o lançamento tomou como base de cálculo os valores discriminados nas faturas de prestação de serviços correspondentes aos serviços médicos (“ato principal”). Conforme se pode verificar na IN SRP nº 03/2005 vigente à época, a depender das características dos contratos coletivos firmados com cooperativas de trabalho na área da saúde, a forma de apuração da base de cálculo será dada de forma diferente. Vejamos: “Art. 291 Nas atividades da área de saúde, para o cálculo da contribuição de quinze por cento devida pela empresa contratante de serviços de cooperados intermediados por cooperativa de trabalho, as peculiaridades da cobertura do contrato definirão a base de cálculo, observados os seguintes critérios:(Revogado pela Instrução Normativa nº 971, de 13 de novembro de 2009) I nos contratos coletivos para pagamento por valor predeterminado, quando os serviços prestados pelos cooperados ou por demais pessoas físicas ou jurídicas ou quando os materiais fornecidos não estiverem discriminados na nota fiscal ou fatura, a base de cálculo não poderá ser: a) inferior a trinta por cento do valor bruto da nota fiscal ou da fatura, quando se referir a contrato de grande risco ou de risco global, sendo este o que assegura atendimento completo, em consultório ou em hospital, inclusive exames complementares ou transporte especial; b) inferior a sessenta por cento do valor bruto da nota fiscal ou da fatura, quando se referir a contrato de pequeno risco, sendo este o que assegura apenas atendimento em consultório, consultas ou pequenas intervenções, cujos exames complementares possam ser realizados sem hospitalização; II nos contratos coletivos por custo operacional, celebrados com empresa, onde a cooperativa médica e a contratante estipulam, de comum acordo, uma tabela de serviços e honorários, cujo pagamento é feito após o atendimento, a base de cálculo da contribuição social previdenciária será o valor dos serviços efetivamente realizados pelos cooperados. Parágrafo único. Se houver parcela adicional ao custo dos serviços contratados por conta do custeio administrativo da cooperativa, esse Fl. 784DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES Processo nº 10972.720025/201231 Resolução nº 2402000.413 S2C4T2 Fl. 785 5 valor também integrará a base de cálculo da contribuição social previdenciária.” Analisando os autos, constatase que, aparentemente, no caso da Unimed a fiscalização se valeu do critério de apuração previsto no inc. II acima, haja vista que buscou aplicar a alíquota de 15% sobre o que seria o valor dos serviços efetivamente realizados pelos cooperados (no caso, descrito na nota fiscal como “ato principal”). No entanto, verificase que não foi realizada a análise das características dos contratos firmados entre a Recorrente e a Unimed, para fins de enquadramento nas hipóteses previstas na norma acima. Como consequência disso, há dúvidas se os referidos contratos devem mesmo ser enquadrados na hipótese prevista no inc. II acima, mormente quando não houve qualquer informação da fiscalização sobre as modalidades dos contratos coletivos da Unimed, se são para pagamento por valor predeterminado ou por custo operacional, se se referem a contratos de grande risco ou de risco global ou contratos de pequeno risco, o momento do pagamento dos valores dos serviços (se antes ou após o atendimento), as cláusulas aplicáveis etc. Pela forma como o lançamento foi fundamentado, em que pese haver a discriminação do “ato principal” (serviços médicos) e do “ato auxiliar” (despesas auxiliares/complementares necessárias à prestação do serviço médico) nas notas fiscais faturas de prestação de serviços da Unimed (Anexo 7, fl. 64/113), seria possível entender, numa análise preliminar dos contratos, que tais quantias podem se referir a valores predeterminados pagos mensalmente, o que ensejaria a aplicação da hipótese prevista no inc. I do art. 291 supratranscrito e, consequentemente, na apuração de uma base de cálculo diferente. Daí a necessidade da análise pormenorizada dos contratos coletivos de saúde da Unimed objetos do presente processo e das suas formas de pagamento, para fins de vinculação inequívoca com as hipóteses previstas no dispositivo acima referido, o que não foi demonstrado claramente pela fiscalização. Havendo previsão de bases de cálculos especiais e diferenciadas especificamente nas atividades de saúde, nos termos do art. 291 da IN SRP nº 03/2005 vigente à época, devem elas ser apontadas com precisão e de maneira fundamentada pela fiscalização. Ressaltase que tais análises e respectivos valores já deveriam constar no processo desde a lavratura do auto de infração, de forma inclusive a possibilitar ao contribuinte a ampla defesa e o contraditório, o que não foi feito, limitandose a fiscalização em mencionar genericamente o art. 291 acima referido. Diante disso, entendo que especificamente no caso da Unimed, deve ser realizada diligência para que a fiscalização se manifeste quanto aos requisitos previstos no art. 291 da IN SRP nº 03/2005, destacando, com a devida fundamentação e para cada contrato da Unimed: (i) se os contratos coletivos de saúde da Unimed objetos deste processo se inserem na modalidade de pagamento “por valor predeterminado” ou “por custo operacional”, e quais as cláusulas contratuais que sustentam a respectiva conclusão; (ii) se os pagamentos para a Unimed são feitos antes ou após o atendimento, e quais as cláusulas contratuais que sustentam a respectiva conclusão; (iii) em sendo o contrato “por valor predeterminado”, se se refere a contrato de grande risco ou de risco global, ou contrato de pequeno risco, e quais as cláusulas contratuais que sustentam a respectiva conclusão. Fl. 785DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES Processo nº 10972.720025/201231 Resolução nº 2402000.413 S2C4T2 Fl. 786 6 Ante o exposto, voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para que o auditor fiscal verifique as questões expostas acima. Após a realização da diligência, e independentemente do seu resultado, deve ser obrigatoriamente aberto prazo de 30 dias para manifestação do contribuinte, em atenção ao princípio do contraditório e da ampla defesa, após o qual deverão retornar os autos para julgamento neste Conselho. É o voto. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Fl. 786DF CARF MF Impresso em 17/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 19/08/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES
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Numero do processo: 10166.003682/2003-24
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 13 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998
DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO. RENDIMENTOS OMITIDOS.
Tratando-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso do IRPF, comprovado o pagamento parcial do imposto, afasta-se a controvérsia sobre a regra decadencial aplicável.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-000.712
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Nome do relator: Julio Cesar Vieira Gomes
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TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO. RENDIMENTOS OMITIDOS. Tratando-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso do IRPF, comprovado o pagamento parcial do imposto, afasta-se a controvérsia sobre a regra decadencial aplicável. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros d. colegiado por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. t4 6/1' CARLOS ALBERTO • • ITAS ul" ETO- Presidente ) I ) JULIO C ‘ SA VIEIRA 4 OMES — Relator EDITADO EM: 31 t, Ai 2010 - Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Caio Marcos Candido, Gonçalo Bonet Allage, Mio César Vieira Gomes, Manoel Coelho Arruda Junior, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Francisco de Assis Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Trata-se de recurso especial de divergência, interposto pela Fazenda Nacional, contra Acórdão no qual se decidiu por dar provimento ao recurso voluntário, adotando-se a regra do artigo 150, §4° do Código Tributário Nacional — CTN mesmo quando comprovado nos autos a falta de pagamento parcial. Eis a ementa do acórdão recorrido: IRPF — DECADÊNCIA — DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM ORIGEM COMPROVADA - O imposto de renda pessoa fisica é tributo sujeito ao regime do denominado lançamento por homologação, sendo que o prazo decadencial para a constituição de créditos tributários é de cinco anos contados do fato gerador, que, no caso da presunção de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários sem origem comprovada ocorre no mês dos créditos, a teor do artigo 42, § 40, da Lei n° 9.430/96. Ultrapassado esse lapso temporal sem a expedição de lançamento de oficio opera-se a decadência, a atividade exercida pelo contribuinte está tacitamente homologada e o crédito tributário extinto, nos termos do artigo 150, § 40 e do artigo 156, inciso E ambos do CTN. IRPF — OMISSÃO DE RENDIMENTOS — DEPÓSITOS BANCÁRIOS - O artigo 42 da • Lei n 9.430196 encerra uma presunção de omissão de rendimentos que se aplica quando o contribuinte não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores creditados em conta de depósito ou de investimento de que seja titular. Recurso parcialmente provido. E trechos do relatório trazido no acórdão recorrido; A matéria em litígio está relacionada, unicamente, à presunção de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários sem origem comprovada, prevista no artigo 42 da Lei n°9.430/96. Além das questões de mérito levantadas pelo recorrente, ou seja, a tentativa de comprovação da origem dos depósitos relacionados pela autoridade fiscal, também deve ser apreciada pelo Colegiada zpreliminar de decadência, que teria atingido os fatos geradores ocorridos em janeiro e em fevereiro de 1998. 2 Processo n° 10166.003682/2003-24 CSRF-T2 Acórdão 18° 9202-00.712 Fl. 2 A ciência do lançamento se deu em 27/03/2003 e, portanto, estão atingidos pela decadência os fatos geradores ocorridos nos meses de janeiro e de fevereiro de 1998; E do relatório da decisão de primeira instância: Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado por auditor da Delegacia da Receita Federal em Brasília, o auto de infração de fls. 10/26, referente ao imposto de renda pessoa física, cinta-cio 1999, ano-calendário 1998, do qual tomou ciência em 27.03.2003. Dos Acórdãos paradigmas acima, para comprovar a divergência jurispmdencial, basta analisar o Acórdão n° 104-21.484, que restou assim ementado: Processo no. : 10840.000251/2004-98 Matéria: 1RPF - &Cs» 1999 Sessão de : 23 de março de 2006 Acórdão n°. : 104-21.484 DECADÊNCIA - O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos, contados de 31 de dezembro de cada ano-calendário questionado. Recurso provido. O Acórdão paradigma afirma que o fato gerador do imposto de renda decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada se aperfeiçoa no último dia do ano-calendário, sendo este o termo de inicio do qüinqüênio decadencial, estando em cristalino confronto com o Acórdão recorrido Em contra-razões o interessado reiterou seus argumentos trazidos em suas peças recursais. É o Relatório. ty? , Voto 'bfrjty Conselheiro JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Relator A controvérsia se instaurou em face de entendimentos divergentes quanto à regra decadencial aplicável para os tributos sujeitos a lançamento por homologação quando o sujeito passivo sequer realizou pagamento parcial. Seria a regra do artigo 150, §4° do Código Tributário Nacional — CTN ou do artigo 173, I? Acrescenta-se, ainda, que a tal divergência se acrescenta outra: tratando-se de imposto lançado por homologação com fatos geradores complexivos e havendo pagamento parcial, o termo inicial para decadência deve ser considerado mensalmente ou em 31/12 do ano-calendário? Esta última matéria já foi sumulada pelo Conselho Pleno e, portanto, dela não conheço: Súmula CARF n°38: 3 O fato gerador sobre a Renda da Pessoa Física, relativo a omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do ano-calendário. Prosseguindo, as regras de decadência e lançamento por homologação do CTN são essas: Art. 150 - O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1° - O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutó ria da ulterior homologação do lançamento. § 2° Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. 5° 3° Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4 0 - Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. O que se passará a demonstrar nos próximos parágrafos é que a expressão "homologação do lançamento", de fato empregada nos parágrafos 1' e 4° do artigo 150, não deve ser tomada literalmente, como se a autoridade pública estivesse homologando um lançamento cuja competência houvera sido transferida para o sujeito passivo. O que se homologa é o pagamento antecipado, daí a denominação de lançamento por homologação. Para o entendimento divergente, homologa-se a atividade do sujeito passivo. Que atividade é essa? Talvez sejam as declarações ou mesmo as planilhas e memoriais de cálculo do sujeito passivo para apuração do tributo; o que se mostra desprovido de razões jurídicas, independentemente de seu valor prático. Irrelevante é o método empregado para cálculo. Caso o valor apurado pelo sujeito passivo esteja correto, o pagamento será homologado • caso contrário, não. Será aplicado o parágrafo 3° do mesmo artigo. É o que se extrai do parágrafo 2°, que está sendo flagrantemente contrariado: Art. 150 (.) ‘I §i° Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3' Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. •4 Processo nó W166 003682/2003-24 CSRF-T2 Acórdão n.° 9202a712 Fl. 3 As modalidades de lançamento foram explicadas na Seção 11 do Capitulo II do Título RI, Livro II do CTN — "por homologação" é uma de suas modalidades — LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO e não HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO. Quando o CTN emprega essa expressão, o que de fato queria dizer é HOMOLOGAÇÃO DO PAGAMENTO. Essa modalidade foi instituída justamente para que a arrecadação do tributo devido não dependa de algum procedimento da fiscalização; caso contrário, o órgão arrecadador necessitaria de um aparelhamento gigantesco para apuração do que fosse devido por cada contribuinte do tributo. O principal para o lançamento por homologação é o pagamento e não o cálculo do valor devido. Os critérios empregados pelo sujeito passivo podem ser equivocados, mas, desde que resulte no pagamento que satisfaça a obrigação, ocorrerá a homologação. Por exemplo, uma aliquota de 12% sobre uma base de R$ 100.000,00 resulta os mesmos R$ 12.000,00 que uma aliquota de 10% sobre uma base de R$ 120.000,00. Tendo sido recolhidos, homologa-se ou não? Como se sabe, o lançamento é o ato administrativo de constituição do crédito tributário. É o que traz o CTN: Constituição de Crédito Tributário SEÇÃO 1 Lançamento Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Vê-se também que somente a autoridade administrativa pode pratica-lo. E não poderia ser de outra forma, lançamento é uma espécie de ato administrativo. É de efeito jurídico constitutivo de uma direito do Estado, como titular que é da competência tributária. Qualquer que seja o autor escolhido, o conceito de ato administrativo guarda semelhança com esse, de autoria do Professor Diogo de Figueiredo Moreira Netol: Ato administrativo é, assim, a manifestação unilateral de frà . vontade da administração pública, que tem por objeto constituir, declarar, confirmar, alterar ou desconstituir uma irelação jurídica, entre ela e os administrados ou entre seus próprios entes, órgãos e agentes. Por tudo e pela atual jurisprudência pacificada no Superior Tribunal de Justiça, inclusive atribuindo-a efeitos vinculantes a todos os tribunais do pais, deve ser aplicada a regra no artigo 173, I do CTN sempre quando não houver pagamento antecipado do tributo sujeito ao lançamento por homologação. No presente caso não houve pagamento de imposto em relação aos depósitos bancários de origem não comprovada e não aos outros rendimentos declarados pelo MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo: Curso de Direito Administrativo — Parte Introdutória, Parte Geral e Parte Especial. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2005, página 136. 5 interessado, temos que houve pagamento parcial; portanto, deve ser aplicada a regra no artigo 150, §4° do CTN. Porém, como no caso do IRPF se atribui a uma única data, o dia 31/12 do ano-calendário, a ocorrência do fato gerador, a contagem se inicia em 01/01 do exercício de declaração. Sendo a ciência do lançamento em 27/03/2003 e o ano-calendário 1998, não houve decadência. Portanto, .considerando que a matéria está sumulada, dou provimento ao 9)fivrecurso para retomo à tur a .; ( lgadora para apreciação do mérito. Julio psai leira Gomes - Relator 6
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