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Numero do processo: 13555.000304/2009-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE.
É nula a decisão, com preterição do direito de defesa, que não conhece de documentação encaminhada tempestivamente pelo contribuinte.
Numero da decisão: 2301-004.395
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, anular a decisão de 1ª instância, para que outra seja proferida, analisando os documentos das fl. 826 a 870.
JOÃO BELLINI JÚNIOR Presidente e Relator.
EDITADO EM: 18/12/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (Presidente), Júlio César Vieira Gomes (Presidente Substituto), Alice Grecchi, Ivacir Júlio de Souza, Luciana de Souza Espíndola Reis, Nathalia Correa Pompeu (suplente), Amilcar Barca Teixeira Junior (suplente) e Marcelo Malagoli da Silva (suplente).
Nome do relator: JOAO BELLINI JUNIOR
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NULIDADE. É nula a decisão, com preterição do direito de defesa, que não conhece de documentação encaminhada tempestivamente pelo contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, anular a decisão de 1ª instância, para que outra seja proferida, analisando os documentos das fl. 826 a 870. JOÃO BELLINI JÚNIOR – Presidente e Relator. EDITADO EM: 18/12/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (Presidente), Júlio César Vieira Gomes (Presidente Substituto), Alice Grecchi, Ivacir Júlio de Souza, Luciana de Souza Espíndola Reis, Nathalia Correa Pompeu (suplente), Amilcar Barca Teixeira Junior (suplente) e Marcelo Malagoli da Silva (suplente). Relatório Tratase de recurso voluntário em face do Acórdão 1522.625, exarado pela 3ª Turma da DRJ em Salvador (fls. 798 a 800 – numeração dos autos eletrônicos). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 55 5. 00 03 04 /2 00 9- 99 Fl. 876DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 O auto de infração (fls. 03 a 10 e 587 a 597) é referente ao imposto sobre a renda da pessoa física (IRPF), e diz respeito à omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, correspondentes ao anocalendário 2006. É exigido crédito tributário de R$2.704.763,26, dos quais R$982.942,64 correspondem a imposto, R$1.474.413,96 à multa de ofício proporcional e R$247.406,66 a juros de mora. O termo de verificação fiscal (fls. 587 a 597) descreve que o contribuinte foi intimado a apresentar cópias dos extratos bancários relativos aos anoscalendário de 2006 a 2008. Não tendo atendido à intimação, foi emitida Requisição de Informação sobre Movimentação Financeira (RMF). Após, o contribuinte foi intimado a comprovar a origem dos recursos depositados em sua conta bancária, tendo a fiscalização individualizado cada depósito (fls. 41 a 52). Lavrouse o auto de infração com fundamento no art. 849 do Regulamento de Imposto de Renda aprovado pelo Decreto 3000, de 1999 (RIR 99) e no art. 1º da Lei 11.119, de 2005 e no art. 1º da Lei 11.311, de 2006. Em sua impugnação, o contribuinte alegou a nulidade e a improcedência da autuação, em síntese, pelas seguintes razões (fls. 598 a 611): (a) ser inconstitucional a quebra do sigilo bancário sem autorização do Poder Judiciário; (b) as informações bancárias foram requeridas irregularmente, pois a RMF somente poderia emitida se estas informações pudessem ser julgadas indispensáveis para a fiscalização quando verificadas as condições estabelecidas no art. 3º do Decreto 3.724, de 2001, o que não ocorreu; (c) ser conhecido produtor rural na região, sendo essa a sua única atividade econômica; (d) as notas fiscais apresentadas comprovam que os depósitos provieram da comercialização do mamão por ele produzido, no total R$4.407.701,55, sendo que o faturamento real, após a exclusão dos cheques devolvidos, foi de R$ 3.574.336,84; (e) a produção comercializada não se restringiu ao mamão produzido nos 80 hectares arrendados, como supõe o autuante, mas incluía também a produção da fazenda Cachimbo, que foi vistoriada pela Agência de Defesa Agropecuária, conforme laudo de inspeção de 13/01/2003, que afirma anexar; (f) de acordo com estudo técnico da Embrapa, a produtividade média do mamoeiro "Sunrise Solo" varia entre 60 a 90 t/ha/ano; a sua lavoura apresentou produtividade de 34,47 t/ha; a exploração dos 80 ha da Fazenda Altamira é compatível com a produção comercializada em 2006, que foi de 2.757,64 toneladas, conforme notas fiscais apresentadas; (g) as provas e esclarecimentos apresentados somente poderiam ser impugnados pelo autuante com base em elemento seguro de prova ou com base em indício veemente de falsidade ou inexatidão, como dispõe o DecretoLei n° 5.844/1943; como isso não ocorreu, os documentos apresentados comprovam a origem dos depósitos como pagamento pela comercialização da produção agrícola; (h) ser inadmissível a multa qualificada de 150%, pois não laborou com dolo ou fraude com o intuito de suprimir ou reduzir tributo. Fl. 877DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13555.000304/200999 Acórdão n.º 2301004.395 S2C3T1 Fl. 877 3 A DRJ julgou a impugnação improcedente em acórdão que recebeu as seguintes ementas: DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PROVAS. A origem dos depósitos bancários deve ser comprovada com documentos hábeis e idôneos, que permitam a identificação individualizada dos créditos. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PROVAS. A origem dos depósitos bancários deve ser comprovada com documentos hábeis e idôneos, que permitam a identificação individualizada dos créditos. A ciência dessa decisão ocorreu em 19/03/2010 (termo de ciência, fl. 806). Em 19/04/2010, foi apresentado recurso voluntário (fls. 808 a 824), sendo reiterados, em síntese, os termos da impugnação, e afirmando, em síntese, ainda: (i) que não há nenhuma parcela incontroversa, haja vista que alegou a nulidade do auto de infração por inconstitucionalidade da quebra de sigilo e por irregularidades no procedimento fiscalizatório; (j) a nulidade do acórdão recorrido por cerceamento de seu direito de defesa, que não analisou, por não terem sido juntadas aos autos, provas entregues dentro do prazo de impugnação. O pedido consiste no provimento do recurso voluntário, para julgar improcedente a autuação, total ou parcialmente. O processo foi distribuído para este relator em 12/03/2015 (fl. 875). É o relatório. Voto Conselheiro Relator João Bellini Júnior O recurso voluntário é tempestivo e aborda matéria de competência desta Turma. Portanto, dele tomo conhecimento. Inicialmente registro que, não obstante a determinação da decisão recorrida para que determinados valores fossem cobrados em autos apartados, não há qualquer informação nos autos de que tenha ocorrido tal cobrança. De qualquer modo, registro que tem razão o contribuinte quando afirma que a alegação da nulidade do auto de infração impede que haja parcela incontroversa a possibilitar cobrança por autos apartados. DA NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA De acordo com o contribuinte, teria havido cerceamento do direito de defesa em razão de que documentos que enviou pelos correios dentro do prazo para impugnar, os Fl. 878DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 4 quais foram recebidos em 1º/10/2009, não foram juntados aos autos e, consequentemente, não forma apreciados pela decisão recorrida. Compulsando os autos, verifico que no dia 30/09/2009 foi recepcionada a impugnação (fl. 598); no mesmo dia foi encaminhado pelos Correios (fl. 846) “documentos para complementar impugnação de 30/09/2009 processo 13555.000304/200999”, os quais, segundo a petição das fls. 844 e 845, correspondem a: cópia das folhas de n°s 01, 14,15,16,24 a 30 do livro registro de duplicatas de n° 01(um). cópia da relação de notas fiscais de saídas (produtor rural) período de janeiro a dezembro de 2006valor total R$ 5.482.593,30 cópia do contrato de arrendamento rural fazenda cachimbo firmado em 01/11/2000. original relatório de recebimento de duplicatas da empresa COMERCIO DE FRUTAS ATAÍDE LTDACNPJ 02.872.992/000183, confrontando com a contacorrente bancária Banco Sicoob Teixeira no período de janeiro a dezembro de 2006. Tais documentos, estão juntados às fls. 826 a 870, e, corroborando a afirmação do recorrente, não consegui verificar que tenham sido juntados aos autos em momento anterior ao da interposição do recurso voluntário, em 19/04/2010. A apresentação da impugnação por via postal é regulamentada pelo art. 56 do Decreto 7574, de 2011: Art. 56. A impugnação, formalizada por escrito, instruída com os documentos em que se fundamentar e apresentada em unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo, bem como, remetida por via postal, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência da intimação da exigência, instaura a fase litigiosa do procedimento (Decreto no 70.235, de 1972, arts. 14 e 15). § 1º Apresentada a impugnação em unidade diversa, esta a remeterá à unidade indicada no caput. § 2º Eventual petição, apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância, salvo se caracterizada ou suscitada a tempestividade, como preliminar. § 3º No caso de pluralidade de sujeitos passivos, caracterizados na formalização da exigência, todos deverão ser cientificados do auto de infração ou da notificação de lançamento, com abertura de prazo para que cada um deles apresente impugnação. § 4º Na hipótese do § 3o, o prazo para impugnação é contado, para cada sujeito passivo, a partir da data em que cada um deles tiver sido cientificado do lançamento. § 5º Na hipótese de remessa da impugnação por via postal, será considerada como data de sua apresentação a da respectiva postagem constante do aviso de recebimento, o qual deverá Fl. 879DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13555.000304/200999 Acórdão n.º 2301004.395 S2C3T1 Fl. 878 5 trazer a indicação do destinatário da remessa e o número do protocolo do processo correspondente. § 6º Na impossibilidade de se obter cópia do aviso de recebimento, será considerada como data da apresentação da impugnação a constante do carimbo aposto pelos Correios no envelope que contiver a remessa, quando da postagem da correspondência. § 7º No caso previsto no § 5o, a unidade de preparo deverá juntar, por anexação ao processo correspondente, o referido envelope. (Grifouse.) Anteriormente, vigia a orientação dada pelo Ato Declaratório (Normativo) n.º 19, de 1997, que possuía a seguinte redação: O COORDENADORGERAL DO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO , no uso de suas atribuições, e tendo em vista o disposto nos arts. 15 e 21 do Decreto n.º 70.235, de 06 de março de 1972, com a redação do art. 1.º da Lei n.º 8.748, de 09 de dezembro de 1993, no Decreto de 15 de abril de 1991 e na Portaria n.º 12, de 12 de abril de 1982, do Ministério Extraordinário para a Desburocratização, Declara, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados que, quando o contribuinte efetivar a remessa da impugnação através dos Correios: a) será considerada como data da entrega, no exame da tempestividade do pedido, a data da respectiva postagem constante do aviso de recebimento, devendo ser igualmente indicados neste último, nessa hipótese, o destinatário da remessa e o número de protocolo referente ao processo, caso existente; b) o órgão destinatário da impugnação anexará cópia do referido aviso de recebimento ao competente processo; c) na impossibilidade de se obter cópia do aviso de recebimento, será considerada como data da entrega a data constante do carimbo aposto pelos Correios no envelope, quando da postagem da correspondência, cuidando o órgão destinatário de anexar este último ao processo nesse caso. (Grifouse.) Tendo o contribuinte entregue a sua impugnação em dois instrumentos (um entregue na unidade preparadora e o outro enviado a ela por via postal), no mesmo dia e tempestivamente, penso que não se pode cogitar na ocorrência de prescrição consumativa. Assim, a impossibilidade de conhecer dos documentos enviados por via postal pela Delegacia de Julgamento (uma vez que não foram, aparentemente, juntados aos autos) acarreta prejuízo ao contribuinte, caracterizado pelo cerceamento de seu direito de defesa, que não pôde ser exercido em sua plenitude. Penso que resta caracterizada a nulidade carreada pelo art. 59, II, do Decreto 70.235, de 1972: Fl. 880DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 6 Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Ademais, creio que esta Turma não pode conhecer originariamente de tais documentos, a teor do art. 1º do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 2015 (Ricarf), que limita a competência deste colegiado, em matéria de recurso voluntário, ao julgamento de decisões de primeira instância: Art. 1º Compete aos órgãos julgadores do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) o julgamento de recursos de ofício e voluntários de decisão de 1ª (primeira) instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Parágrafo único. As Seções serão especializadas por matéria, na forma prevista nos arts. 2º a 4º da Seção I. É evidente que se a primeira instância não conheceu de documentos, por não terem sido juntados aos autos, sua decisão foi tomada sem que tais documentos fossem considerados e, portanto, tais documentos não estão entre as matérias que podem e devem ser conhecidos por este colegiado. Voto, portanto, por dar provimento em parte ao recurso voluntário, para que, reconhecendo o cerceamento do direito de defesa do contribuinte, seja exarada nova decisão por parte da DRJ, à vista também dos documentos das fls. 826 a 870. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Relator Fl. 881DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 13832.000201/99-15
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 09 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Oct 22 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/04/1991 a 31/12/1994
EMENTA
Ementa:
PIS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ.
Nos termos do artigo 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, entendeu, quanto ao prazo para pedido de restituição de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a chamada tese dos "cinco mais cinco" (REsp 1002932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009).
Recurso Extraordinário Negado
Numero da decisão: 9900-000.846
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente.
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann, Marcos Aurélio Pereira Valadão, José Ricardo da Silva, Francisco Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Elias Sampaio Freire, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Joel Miyasaki, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez López, Júlio César Alves Ramos e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/1991 a 31/12/1994 EMENTA Ementa: PIS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, entendeu, quanto ao prazo para pedido de restituição de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a chamada tese dos "cinco mais cinco" (REsp 1002932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009). Recurso Extraordinário Negado
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PRODUTOS ALIMENTÍCIOS PIRAJU LTDA ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/1991 a 31/12/1994 EMENTA Ementa: PIS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, entendeu, quanto ao prazo para pedido de restituição de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a chamada tese dos "cinco mais cinco" (REsp 1002932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009). Recurso Extraordinário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 2. 00 02 01 /9 9- 15 Fl. 258DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 8/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 2 CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente. GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann, Marcos Aurélio Pereira Valadão, José Ricardo da Silva, Francisco Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Elias Sampaio Freire, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Joel Miyasaki, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez López, Júlio César Alves Ramos e Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Relatório Cuidase de recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional (fls. 200 a 211) contra o v. acórdão proferido pela Colenda Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (fls. 189 a 196) que, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, mantendo o v. acórdão proferido pela Colenda Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes que já havia reconhecido a prescrição de parte do período objeto de restituição e, no período não prescrito, acolhido a pretensão do contribuinte no mérito. A presente hipótese trata de pedido de restituição, formulado em 08/12/1999, de parcelas pagas a título de contribuição para o PIS de abril de 1991 a outubro de 1995 (fls. 02 a 36). Referida solicitação foi indeferida, inicialmente, através do r. Despacho Decisório de fls. 61 a 74, tendo sido apontado como razão de decidir o transcurso do prazo previsto no artigo 168, inciso I, do CTN, e no mérito, quanto à parcela não prescrita, a inexistência do direito creditório. O acórdão recorrido possui a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/1991 a 31/12/1994 PIS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. PRAZO. Tratandose de pedido de restituição/compensação da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS exigido com base nos Decretos n°s 2.445/88 e 2.449/88, declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do RE n° 148.754/RJ, o terno a quo do prazo prescricional de 05 (cinco) anos para o pleito da contribuinte é a data da publicação da Resolução do Senado Fl. 259DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 8/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13832.000201/9915 Acórdão n.º 9900000.846 CSRFPL Fl. 654 3 Federal n° 49, 10/10/1995, que atribuiu efeito erga omnes à decisão da Suprema Corte, suspendendo a execução daqueles diplomas legais. Recurso especial negado Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs o já mencionado recurso extraordinário, apontando, em síntese, que o direito de pleitear a restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, prescreve com o recurso do prazo de cinco anos contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento a inconstitucionalidade ou simples erro. Para tanto, apresentou como paradigma v. acórdão proferido pela Colenda Quarta Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, da relatoria da Ilustre Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. O recurso foi admitido através do r. despacho de fls. 223 a 224. Contrarrazões às fls. 235 a 246. É o relatório Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho – Redator Designado. Preliminarmente, ressalto que o conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, relator original, não é mais conselheiro do CARF. Não obstante, deixou o voto confeccionado, apenas não pode assinálo. Diante desse quadro, fui designado como redator ad hoc. Reproduzo as razões de decidir do relator original, verbis: No tocante ao prazo para restituição de indébito, é de se destacar, inicialmente, que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se posicionou quanto à matéria na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, ou seja, através da análise dos chamados "recursos repetitivos". O precedente proferido tem a seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. AUXÍLIO CONDUÇÃO. IMPOSTO DE RENDA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. PAGAMENTO INDEVIDO. ARTIGO 4°, DA LC 118/2005. DETERMINAÇÃO DE APLICAÇÃO RETROATIVA. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONTROLE DIFUSO. CORTE ESPECIAL. RESERVA DE PLENÁRIO. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 8/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 4 1. O princípio da irretroatividade impõe a aplicação da LC 118, de 9 de fevereiro de 2005, aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente ao referido diploma legal, posto norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da ação correspectiva. 2. O advento da LC 118/05 e suas conseqüências sobre a prescrição, do ponto de vista prático, implica dever a mesma ser contada da seguinte forma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da sua vigência (que ocorreu em 09.06.05), o prazo para a repetição do indébito é de cinco a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência da lei nova. 3. Isto porque a Corte Especial declarou a inconstitucionalidade da expressão "observado, quanto ao art. 3°, o disposto no art. 106, I, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional", constante do artigo 4°, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 (AI nos ERESP 644736/PE, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 06.06.2007). 4. Deveras, a norma inserta no artigo 3°, da lei complementar em tela, indubitavelmente, cria direito novo, não configurando lei meramente interpretativa, cuja retroação é permitida, consoante apregoa doutrina abalizada: "Denominamse leis interpretativas as que têm por objeto determinar, em caso de dúvida, o sentido das leis existentes, sem introduzir disposições novas. {nota: A questão da caracterização da lei interpretativa tem sido objeto de não pequenas divergências, na doutrina. Há a corrente que exige uma declaração expressa do próprio legislador (ou do órgão de que emana a norma interpretativa), afirmando ter a lei (ou a norma jurídica, que não se apresente como lei) caráter interpretativo. Tal é o entendimento da AFFOLTER (Das intertemporale Recht, vol. 22, System dês deutschen bürgerlichen Uebergangsrechts, 1903, pág. 185), julgando necessária uma Auslegungsklausel, ao qual GABBA, que cita, nesse sentido, decisão de tribunal de Parma, (...) Compreensão também de VESCOVI (Intorno alla misura dello stipendio dovuto alle maestre insegnanti nelle scuole elementari maschili, in Giurisprudenza italiana, 1904, I, I, cols. 1191, 1204) e a que adere DUGUIT, para quem nunca se deve presumir ter a lei caráter interpretativo "os tribunais não podem reconhecer esse caráter a uma disposição legal, senão nos casos em que o legislador lho atribua expressamente" (Traité de droit constitutionnel, 3a ed., vol. 2o, 1928, pág. 280). Com o mesmo ponto de vista, o jurista pátrio PAULO DE LACERDA concede, entretanto, que seria exagero exigir que a declaração seja inseri da no corpo da própria lei não vendo motivo para desprezála se lançada no preâmbulo, ou feita noutra lei. Encarada a questão, do ponto de vista da lei interpretativa por determinação legal, outra indagação, que se apresenta, é saber se, manifestada a explícita declaração do legislador, dando caráter interpretativo, à lei, esta se deve reputar, por isso, Fl. 261DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 8/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13832.000201/9915 Acórdão n.º 9900000.846 CSRFPL Fl. 655 5 interpretativa, sem possibilidade de análise, por ver se reúne requisitos intrínsecos, autorizando uma tal consideração. “(...) SAVIGNY coloca a questão nos seus precisos termos, ensinando: "tratase unicamente de saber se o legislador fez, ou quis fazer uma lei interpretativa, e, não, se na opinião do juiz essa interpretação está conforme com a verdade" (System des heutigen romischen Rechts, vol. 8º, 1849, pág. 513). Mas, não é possível dar coerência a coisas, que são de si incoerentes, não se consegue conciliar o que é inconciliável. E, desde que a chamada interpretação autêntica é realmente incompatível com o conceito, com os requisitos da verdadeira interpretação (v., supra, a nota 55 ao n° 67), não admira que se procurem torcer as conseqüências inevitáveis, fatais de tese forçada, evitandose lhes os perigos. Compreendese, pois, que muitos autores não aceitem o rigor dos efeitos da imprópria interpretação. Há quem, como GABBA (Teoria delta retroattività delle leggi, 3a ed., vol. 1o, 1891, pág. 29), que invocaMAILHER DE CHASSAT (Traité de la rétroactivité des lois, vol. 1o, 1845, págs. 131 e 154), sendo seguido por LANDUCCI (Trattato storicoteorico pratico di diritto civile francese ed italiano, versione ampliata del Corso di diritto civile francese, secondo il metodo dello Zachariw, di Aubry e Rau, vol. 1o e único, 1900, pág. 675) e DEGNI (LHnterpretazione della legge, 2a ed., 1909, pág. 101), entenda que é de distinguir quando uma lei é declarada interpretativa, mas encerra, ao lado de artigos que apenas esclarecem, outros introduzido novidade, ou modificando dispositivos da lei interpretada. PAULO DE LACERDA (loc. cit.) reconhece ao juiz competência para verificar se a lei é, na verdade, interpretativa, mas somente quando ela própria afirme que o é. LANDUCCI (nota 7 à pág. 674 do vol. cit.) é de prudência manifesta: "Se o legislador declarou interpretativa uma lei, devese, certo, negar tal caráter somente em casos extremos, quando seja absurdo ligála com a lei interpretada, quando nem mesmo se possa considerar a mais errada interpretação imaginável. A lei interpretativa, pois, permanece tal, ainda que errônea, mas, se de modo insuperável, que suplante a mais aguda conciliação, contrastar com a lei interpretada, desmente a própria declaração legislativa." Ademais, a doutrina do tema é pacífica no sentido de que: "Pouco importa que o legislador, para cobrir o atentado ao direito, que comete, dê à sua lei o caráter interpretativo. É um ato de hipocrisia, que não pode cobrir uma violação flagrante do direito" (Traité de droit constitutionnel, 3a ed., vol. 2°, 1928, págs. 274275)." (Eduardo Espínola e Eduardo Espínola Filho, in A Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro, Vol. I, 3a ed., págs. 294 a 296). 5. Consectariamente, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a cognominada tese dos cinco mais cinco, desde que, na data da vigência da novel lei complementar, sobejem, no máximo, cinco anos da contagem do Fl. 262DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 8/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 6 lapso temporal (regra que se coaduna com o disposto no artigo 2.028, do Código Civil de 2002, segundo o qual: "Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada."). 6. Desta sorte, ocorrido o pagamento antecipado do tributo após a vigência da aludida norma jurídica, o dies a quo do prazo prescricional para a repetição/compensação é a data do recolhimento indevido. 7. In casu, insurgese o recorrente contra a prescrição qüinqüenal determinada pelo Tribunal a quo, pleiteando a reforma da decisão para que seja determinada a prescrição decenal, sendo certo que não houve menção, nas instância ordinárias, acerca da data em que se efetivaram os recolhimentos indevidos, mercê de a propositura da ação ter ocorrido em 27.11.2002, razão pela qual forçoso concluir que os recolhimentos indevidos ocorreram antes do advento da LC 118/2005, por isso que a tese aplicável é a que considera os 5 anos de decadência da homologação para a constituição do crédito tributário acrescidos de mais 5 anos referentes à prescrição da ação. 8. Impende salientar que, conquanto as instâncias ordinárias não tenham mencionado expressamente as datas em que ocorreram os pagamentos indevidos, é certo que os mesmos foram efetuados sob a égide da LC 70/91, uma vez que a Lei 9.430/96, vigente a partir de 31/03/1997, revogou a isenção concedida pelo art. 6°, II, da referida lei complementar às sociedades civis de prestação de serviços, tornando legítimo o pagamento da COFINS. 9. Recurso especial provido, nos termos da fundamentação expendida. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1002932/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009)” Com isso, restou consolidado no âmbito do Egrégio Superior Tribunal de Justiça a chamada tese dos "cinco mais cinco". O Regimento Interno do CARF, por sua vez, na redação dada recentemente pela Portaria MF n° 586, de 21/12/2010, tem os seguintes comandos nos seus artigos 62 e 62A. Verificase, assim, que a referida decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Conforme relatado acima, a presente hipótese trata de pedido de restituição, formulado em 08/12/1999 de parcelas pagas a título de contribuição para o PIS de abril de 1991 a outubro de 1995 (fls. 02 a 36). Aplicandose a tese dos "cinco mais cinco", depreendese que o termo final para a formulação do pedido de Fl. 263DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 8/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13832.000201/9915 Acórdão n.º 9900000.846 CSRFPL Fl. 656 7 restituição seria em abril de 2001 e outubro de 2005, respectivamente. Como o pedido de restituição ora em apreço foi apresentado em 08/12/1999, considerando a tese dos "cinco mais cinco", e tendo em vista especificamente as parcelas referentes a junho de 1989 a outubro de 1995, ele afigurase tempestivo. Por conseguinte, em face de todo o exposto, e com arrimo no artigo 62A do RICARF, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso extraordinário da Fazenda Nacional, sem retorno para os órgãos a quo porquanto já foi proferida decisão quanto à matéria de mérito. Foram esses os fundamentos jurídicos e legais utilizados pelo relator original para negar provimento ao recurso extraordinário. Gilson Macedo Rosenburg Filho Fl. 264DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 0 8/10/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 19515.000858/2003-53
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1998
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO.
São tributáveis as omissões de rendimentos consubstanciadas em acréscimos patrimoniais a descoberto, apurados mensalmente, quando tais acréscimos não são justificados por rendimentos tributáveis, isentos ou não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA.
A imposição da multa de ofício calculada com a utilização do percentual de 75% está em harmonia com o art. 44, I, da Lei nº 9.430/1996.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2201-002.898
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Presidente Substituto.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Carlos Alberto Mees Stringari, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (Presidente).
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. São tributáveis as omissões de rendimentos consubstanciadas em acréscimos patrimoniais a descoberto, apurados mensalmente, quando tais acréscimos não são justificados por rendimentos tributáveis, isentos ou não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA. A imposição da multa de ofício calculada com a utilização do percentual de 75% está em harmonia com o art. 44, I, da Lei nº 9.430/1996. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah Presidente Substituto. Assinado digitalmente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 08 58 /2 00 3- 53 Fl. 403DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.000858/200353 Acórdão n.º 2201002.898 S2C2T1 Fl. 404 2 Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Carlos Alberto Mees Stringari, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (Presidente). Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o Relatório da decisão de 1ª instância administrativa (fls. 343/344 deste processo digital), reproduzido a seguir: O contribuinte acima identificado foi, em decorrência de ação fiscal, autuado e notificado a recolher as importâncias constantes do Auto de Infração, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 1998, anocalendário 1997, cujo valor apurado foi R$ 38.612,24 de imposto, R$ 36.148,77 de juros de mora (calculados até 28/02/2003), R$ 28.959,18 de multa proporcional, totalizando o crédito tributário de R$ 103.720,19 ( fls.233/234). Com base nas informações obtidas através de fontes internas e externas, foi procedida a autuação da seguinte parcela: ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO Omissão de rendimentos tendo em vista a variação patrimonial a descoberto, onde verificouse excesso de aplicações sobre origens, não respaldado por rendimentos declarados/comprovados,, conforme apurado no Demonstrativo Mensal de Fluxo de Caixa , integrante do Termo de Verificação e Intimação Fiscal de fls. 226/227. Fato Gerador Valor Tributável Multa 30/11/1997 RS 19.878,64 75% 31/12/1997 RS 149.690,32 75% Enquadramento Legal Artigos 1°, 2°, 3° e §§ da Lei n° 7.713 de 22/12/1988; artigo 1° e 2° da Lei n° 8.134/90, artigos 1°, 3° e 11, da Lei 9.250/95. Cientificado em 18/03/2003(f1. 236) e inconformado com a autuação sofrida, o contribuinte apresentou, em 16/04/2003, por intermédio de procuradores legalmente habilitados (fls. 297/298), a impugnação de fls. 278 a 296, alegando, em síntese: 1) que a agente fiscal em seu relatório apurou um acréscimo patrimonial a descoberto nos meses de novembro e dezembro de l997, conforme demonstrativo mensal de fluxo de caixa, elaborado com base exclusivamente nos extratos de contas Fl. 404DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.000858/200353 Acórdão n.º 2201002.898 S2C2T1 Fl. 405 3 bancárias obtidos perante as instituições financeiras nas quais o ora autuado mantém conta; 2) que, entretanto, não há como admitirse a autuação em comento, porquanto referidos extratos das contas bancárias não constituem requisitos suficientes para que a autoridade fiscal considere como acréscimo patrimonial a descoberto os valores constantes da sua movimentação financeira; 3) que não cabe à autoridade administrativa, quando da constituição do crédito tributário, presumir a ocorrência de eventual fato gerador que não esteja descrito na hipótese de incidência, sob pena de estar ferindo os princípios da estrita legalidade e da tipicidade fechada, contidos no Sistema Tributário Nacional; 4) que no presente caso, vêse que os extratos de contas bancárias obtidos perante as instituições financeiras não caracterizam de forma alguma disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza, não sendo assim, pressuposto suficiente para ocorrência do fato gerador do imposto sobre a renda; 5) que por qualquer ângulo que se analise a questão em tela, verificase que o lançamento fiscal fundamentado com base, exclusivamente, nos depósitos bancários, não pode prosperar, pois não são suficientes para demonstrar aumento patrimonial, porquanto, embora aludidos valores possam dar ensejo a presunção da existência de sinais exteriores de riqueza, fazse necessário, impreterivelmente, a demonstração de outros meios de provas que possam demonstrar efetivamente que houve acréscimo patrimonial tributável; 6) que traz à colação jurisprudência administrativa e judicial que não admitem o lançamento fiscal com base, exclusivamente, nos extratos ou depósitos bancários; 7) que a Taxa Selic, tanto na forma de juros, como na forma de correção monetária é inconstitucional e ilegal, devendo ser afastada como acréscimo legal incidente sobre o montante consolidado; 8) que é clara a impossibilidade da legislação ordinária estabelecer taxa de juros superiores a 1% ao mês, devendo este limite ser observado como máximo pela legislação ordinária, pela falta de lei compatível a ser aplicada no presente caso; 10) que, além dos juros moratórios, está sendo aplicada a multa de mesma natureza, o que configura inegável confisco, uma vez que apenas um tipo deste acréscimo poderá compor o débito. O contribuinte apresentou a impugnação de fls. 300/318 deste processo digital. O lançamento foi julgado procedente por intermédio do acórdão de fls. 342/350, assim ementado: Fl. 405DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.000858/200353 Acórdão n.º 2201002.898 S2C2T1 Fl. 406 4 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 1998 ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO A tributação de valores omitidos apurados em ato de fiscalização, consoante legislação pertinente, somente pode ser elidida mediante a apresentação de prova inequívoca de que tais valores refiramse a rendimentos tributáveis, não tributáveis ou isentos e tributados exclusivamente na fonte DA VEDAÇÃO AO CONFISCO COMO NORMA DIRIGIDA AO LEGISLADOR E NÃO APLICÁVEL AO CASO DE PENALIDADE PECUNIÁRIA O princípio da vedação ao confisco está previsto no art. 150, IV, da CF e é dirigido ao legislador de forma a orientar a feitura da lei, que deve observar a capacidade contributiva e não pode dar ao tributo a conotação de confisco. Portanto, uma vez positivada a norma, é dever da autoridade fiscal aplicála. A multa de oficio é devida em face da infração tributária e por não constituir tributo, mas penalidade pecuniária estabelecida em lei, é inaplicável o conceito de confisco previsto no inciso IV do art. 150 da Constituição Federal. TAXA SELIC A apuração do crédito tributário, incluindo a exigência de juros de mora com base na Taxa Selic, decorre de disposições expressas em lei, não podendo as autoridades administrativas de lançamento e de julgamento afastar sua aplicação. Cientificado da decisão de primeira instância em 16/02/2009 (fl. 356), o Interessado interpôs, em 18/03/2009, o recurso de fls. 369/399. Na peça recursal aduz, em síntese, que: Ilegitimidade do lançamento fiscal com base em extratos de contas bancárias O AuditorFiscal entendeu que houve acréscimo patrimonial, nos meses de novembro e dezembro de 1997, baseado em extratos de contas bancárias obtidos perante instituições financeiras em que o Recorrente mantinha conta. Entretanto, não há como admitir a autuação fiscal uma vez que referidos extratos não constituem requisitos suficientes para que a Autoridade fiscal considere como omissão de receitas os valores que não tiveram sua origem comprovada. Os extratos de contas bancárias obtidos perante as instituições financeiras não caracterizam disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza, não sendo, assim, pressuposto suficiente para ocorrência do fato gerador do imposto sobre a renda. A existência de depósitos bancários em montantes excedentes aos rendimentos declarados não configuram a existência do fato gerador do imposto sobre a renda, Fl. 406DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.000858/200353 Acórdão n.º 2201002.898 S2C2T1 Fl. 407 5 por se tratar apenas de sinas exteriores de riqueza, não podendo ser entendidos como acréscimo patrimonial. Multa indevida O Recorrente em nenhum momento teve a intenção de enganar a fiscalização ou mesmo dificultar a realização de seus trabalhos. Pelo contrário, sempre respondeu os termos de intimação fiscal dentro dos prazos estabelecidos. Assim, resta evidente que as razões que levaram o Agente fiscal a impor a multa na proporção aplicada mostramse totalmente arbitrárias. As multas fiscais devem observar os princípios e as limitações ao poder estatal de tributar, sob pena de haver violação de direitos e garantias dos contribuintes pela via oblíqua da imposição de penalidades tributárias extremamente excessivas. A não observância de uma proporcionalidade na previsão das multas fiscais pode levar a aplicação de multas confiscatórias, ensejando, assim, violação expressa ao artigo l50, inciso IV, da Constituição Federal, e, também, ao principio da capacidade contributiva. Inconstitucionalidade, ilegalidade e inaplicabilidade da taxa SELIC A incidência da taxa SELIC sobre débitos tributários em atraso mostrase totalmente inconstitucional e ilegal, por afrontar dispositivos contidos tanto na Carta Magna como no Código Tributário Nacional CTN. Isso porque a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC foi criada com o escopo de remunerar o capital investido pelo tomador de títulos da dívida pública federal, possuindo característica de juros remuneratórios. Não há como prosperar sua aplicação para fins tributários, uma vez que não há nenhuma lei definindo seus contornos para incidência sobre débitos tributários em atraso, o que afronta o princípio da legalidade tributária. É totalmente ilegal a inovação legislativa quando pretende criar novo fator de cálculo de juros de mora, divorciandose da regra de permissão do CTN (artigo 161, § l°), valendose de elementos estranhos a relação jurídicotributária. Pedido Requer o integral acolhimento do presente recurso para o fim de ser julgado improcedente o Auto de Infração e, por via de conseqüência, descabida a exigência das penalidades aplicadas, relevandose integralmente a multa imposta. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. Fl. 407DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.000858/200353 Acórdão n.º 2201002.898 S2C2T1 Fl. 408 6 As folhas citadas neste voto referemse à numeração do processo digital, que difere da numeração de folhas do processo físico. Acréscimo Patrimonial a Descoberto A Autoridade lançadora imputou ao Recorrente a infração de omissão de rendimentos tendo em vista a apuração de variação patrimonial a descoberto, decorrente de excesso de aplicações sobre origens, não respaldado por rendimentos declarados/comprovados relativamente aos meses de novembro e dezembro de 1997, conforme “Demonstrativo Mensal de Fluxo de Caixa” acostado aos autos em fl. 268. A tributação do acréscimo patrimonial a descoberto encontra previsão no art. 55, inciso XIII, do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26/03/1999 RIR/1999, cujo teor assim soa: Art. 55. São também tributáveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 26, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 24, § 2º, inciso IV, e 70, § 3º, inciso I): (...) XIII – as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, apurado mensalmente, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva; Como se vê, são tributáveis pelo imposto de renda, mediante apuração mensal, as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial quando este acréscimo não for justificado. Tal apuração é feita à medida que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos, através de fluxo financeiro de caixa, onde serão considerados todos os ingressos e dispêndios realizados no mês pelo contribuinte, dentro do mesmo anocalendário. No caso concreto, a Autoridade lançadora, após analisar os documentos apresentados pelo Interessado e por instituições financeiras, elaborou o “Demonstrativo Mensal de Fluxo de Caixa” de fl. 268, relativo ao anocalendário de 1997, discriminando, como origens/aplicações de recursos, os seguintes valores: Recurso/Origens: Dívidas contraídas junto a instituições financeiras; Saldos bancários credores no início dos meses do anocalendário; Saldos bancários devedores no final dos meses do anocalendário; Aplicações financeiras no início dos meses do anocalendário; Dinheiro em caixa em 31/12/1996, lançado na declaração de ajuste anual; Saldos disponíveis de meses anteriores do anocalendário. Aplicações/Dispêndios Fl. 408DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.000858/200353 Acórdão n.º 2201002.898 S2C2T1 Fl. 409 7 Dedução de dependentes lançada na declaração de ajuste anual; Dedução de despesas médicas lançada na declaração de ajuste anual; Saldos bancários devedores no início dos meses do anocalendário; Saldos bancários credores no final dos meses do anocalendário; Aplicações financeiras no final dos meses do anocalendário; Pagamento de empréstimos bancários; Juros, comissões, taxas e CPMF; Amortizações do Sistema Financeiro de Habitação; Despesas com telefonia; Pagamentos de prestações de leasing; Quotas integralizadas de empresa; Dinheiro em caixa em 31/12/1997, lançado na declaração de ajuste anual. Instado a apresentar esclarecimentos e documentos que comprovasse a origem de recursos do acréscimo patrimonial a descoberto referente aos meses de novembro e dezembro de 1997, previamente ao lançamento fiscal (Termo de Verificação e Intimação Fiscal à fl. 267), o Recorrente não apresentou documentação hábil que justificasse o acréscimo. No bojo do presente processo administrativo (impugnação e recurso) o Interessado aduz que a autuação fiscal não deve ser admitida, uma vez que os extratos de contas bancárias obtidos perante as instituições financeiras não caracterizam disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos de qualquer natureza, não sendo pressuposto suficiente para ocorrência do fato gerador do imposto sobre a renda. A alegação do Recorrente, sem a apresentação de prova material que demonstre a inveracidade dos valores lançados no fluxo financeiro, não tem, em meu entendimento, o condão de desconstituir o procedimento fiscal, haja vista a previsão legal de tributação do acréscimo patrimonial não justificado. Em outras palavras: o Interessado não se desincumbiu de seu ônus de comprovar que o acréscimo patrimonial verificado nos meses de novembro e dezembro de 1997 teve origem em rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. Cabe esclarecer, por oportuno, que a Súmula CARF nº 67, abaixo transcrita, não se aplica ao presente lançamento: Súmula CARF nº 67: Em apuração de acréscimo patrimonial a descoberto a partir de fluxo de caixa que confronta origens e aplicações de recursos, os saques ou transferências bancárias, Fl. 409DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.000858/200353 Acórdão n.º 2201002.898 S2C2T1 Fl. 410 8 quando não comprovada a destinação, efetividade da despesa, aplicação ou consumo, não podem lastrear lançamento fiscal. É que a Autoridade lançadora levou para a apuração do acréscimo patrimonial a descoberto a variação obtida entre os saldos iniciais e finais de cada mês, ou seja, os saques e as transferências bancárias a que se refere a Súmula CARF nº 67 não foram considerados no lançamento, de modo que o fluxo financeiro de caixa propiciou um verdadeiro espelho da situação patrimonial do contribuinte. Nesse contexto, penso que deve ser mantida a infração de omissão de rendimentos decorrente da apuração de acréscimo patrimonial a descoberto em sua integralidade. Multa de Ofício A imposição da multa de ofício calculada com a utilização do percentual de 75% está em harmonia com o art. 44, I, da Lei nº 9.430/1996, cujo teor é o seguinte: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Juros de Mora Os juros de mora cobrados no lançamento (fl. 123) equivalem à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, estando em consonância com a Súmula CARF nº 4, de observância obrigatória pelos Conselheiros do CARF, assim descrita: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Conclusão Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 410DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.000858/200353 Acórdão n.º 2201002.898 S2C2T1 Fl. 411 9 Fl. 411DF CARF MF Impresso em 11/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 10945.721137/2012-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano-calendário: 2007. 2008, 2009, 2010
IMPEDIMENTO. SUSPEIÇÃO. ELEMENTOS DE SUPORTE PARA A IMPUTAÇÃO. INEXISTÊNCIA.
Não se identificando nos autos elementos capazes de indicar que os agentes fiscais integrantes de equipe designada para promover a ação fiscal, estariam impedidos ou sujeitos à suspeição, descabe falar em nulidade do feito administrativo.
PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO. ENCERRAMENTO PARCIAL POSSIBILIDADE.
O encerramento parcial da ação fiscal insere-se na discricionariedade que detém a autoridade fazendária na prática do ato . administrativo do lançamento, de modo que o prosseguimento da referida ação fiscalizadora não se confunde com o segundo exame a que alude o art. 906 do Regulamento do Imposto de Renda de 1999 (RIR/99). '
INEXATIDÃO QUANTO AO RECONHECIMENTO DAS RECEITAS DE OBRAS POR EMPREITADA.
A Fiscalização e a decisão recorrida terminaram, pura e simplesmente, por antecipar para 2010 uma receita reconhecida em 2011, valendo-se para tanto de equivocada fixação do termo final da obra.
Numero da decisão: 1301-001.758
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, pelo voto de qualidade, rejeitar a preliminar de nulidade (Suspeição), vencidos os Conselheiros Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior (Relator) e Carlos Augusto de Andrade Jenier; por maioria de votos, rejeitar a preliminar de nulidade (Reexame), vencido o Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior (Relator); e, no mérito, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso. Nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Designado para redigir o voto vencedor quanto às preliminares o Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães.
Nome do relator: Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2007. 2008, 2009, 2010 IMPEDIMENTO. SUSPEIÇÃO. ELEMENTOS DE SUPORTE PARA A IMPUTAÇÃO. INEXISTÊNCIA. Não se identificando nos autos elementos capazes de indicar que os agentes fiscais integrantes de equipe designada para promover a ação fiscal, estariam impedidos ou sujeitos à suspeição, descabe falar em nulidade do feito administrativo. PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO. ENCERRAMENTO PARCIAL POSSIBILIDADE. O encerramento parcial da ação fiscal insere-se na discricionariedade que detém a autoridade fazendária na prática do ato . administrativo do lançamento, de modo que o prosseguimento da referida ação fiscalizadora não se confunde com o segundo exame a que alude o art. 906 do Regulamento do Imposto de Renda de 1999 (RIR/99). ' INEXATIDÃO QUANTO AO RECONHECIMENTO DAS RECEITAS DE OBRAS POR EMPREITADA. A Fiscalização e a decisão recorrida terminaram, pura e simplesmente, por antecipar para 2010 uma receita reconhecida em 2011, valendo-se para tanto de equivocada fixação do termo final da obra.
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decisao_txt : ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, pelo voto de qualidade, rejeitar a preliminar de nulidade (Suspeição), vencidos os Conselheiros Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior (Relator) e Carlos Augusto de Andrade Jenier; por maioria de votos, rejeitar a preliminar de nulidade (Reexame), vencido o Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior (Relator); e, no mérito, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso. Nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Designado para redigir o voto vencedor quanto às preliminares o Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães.
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Numero do processo: 10830.724980/2012-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Jan 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 23/07/2010, 30/07/2010, 10/08/2010, 25/08/2010, 24/09/2010, 25/10/2010, 29/10/2010, 10/11/2010, 25/11/2010, 16/12/2010, 25/01/2011, 31/01/2011, 25/02/2011, 25/03/2011, 26/04/2011, 25/05/2011, 22/06/2011, 25/07/2011, 29/07/2011, 26/10/2011, 04/11/2011, 25/11/2011, 20/12/2011
MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA. CRÉDITO DE TERCEIRO E NÃO TRIBUTÁRIO.
Será exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada, na hipótese em que o crédito é de terceiro e não se refere a tributos e contribuições administrados pela RFB.
MULTA QUALIFICADA. APLICABILIDADE.
Considerada não declarada a compensação nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e caracterizado o evidente intuito de fraude, é cabível a aplicação da multa de ofício qualificada, no percentual de 150%.
Numero da decisão: 1402-001.983
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Manoel Silva Gonzalez.
(assinado digitalmente)
LEONARDO DE ANDRADE COUTO - Presidente.
(assinado digitalmente)
FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LEONARDO DE ANDRADE COUTO, FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, LEONARDO LUIS PAGANO GONÇALVES e DEMETRIUS NICHELE MACEI.
Nome do relator: FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Data do fato gerador: 23/07/2010, 30/07/2010, 10/08/2010, 25/08/2010, 24/09/2010, 25/10/2010, 29/10/2010, 10/11/2010, 25/11/2010, 16/12/2010, 25/01/2011, 31/01/2011, 25/02/2011, 25/03/2011, 26/04/2011, 25/05/2011, 22/06/2011, 25/07/2011, 29/07/2011, 26/10/2011, 04/11/2011, 25/11/2011, 20/12/2011 MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA. CRÉDITO DE TERCEIRO E NÃO TRIBUTÁRIO. Será exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada, na hipótese em que o crédito é de terceiro e não se refere a tributos e contribuições administrados pela RFB. MULTA QUALIFICADA. APLICABILIDADE. Considerada não declarada a compensação nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e caracterizado o evidente intuito de fraude, é cabível a aplicação da multa de ofício qualificada, no percentual de 150%.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Manoel Silva Gonzalez. (assinado digitalmente) LEONARDO DE ANDRADE COUTO - Presidente. (assinado digitalmente) FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LEONARDO DE ANDRADE COUTO, FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, LEONARDO LUIS PAGANO GONÇALVES e DEMETRIUS NICHELE MACEI.
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COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA. CRÉDITO DE TERCEIRO E NÃO TRIBUTÁRIO. Será exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada, na hipótese em que o crédito é de terceiro e não se refere a tributos e contribuições administrados pela RFB. MULTA QUALIFICADA. APLICABILIDADE. Considerada não declarada a compensação nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e caracterizado o evidente intuito de fraude, é cabível a aplicação da multa de ofício qualificada, no percentual de 150%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Manoel Silva Gonzalez. (assinado digitalmente) LEONARDO DE ANDRADE COUTO Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 49 80 /2 01 2- 62 Fl. 129DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 130 2 (assinado digitalmente) FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LEONARDO DE ANDRADE COUTO, FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, LEONARDO LUIS PAGANO GONÇALVES e DEMETRIUS NICHELE MACEI. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 131 3 Relatório VECOFLOW LTDA recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 4ª Turma da DRJ Belo Horizonte/MG, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “Contra a pessoa jurídica acima identificada, foi lavrado Auto de Infração (doc de fls. 3/6) para exigência de multa isolada, no valor de R$ 4.391.172,03, em razão de a compensação informada pela interessada em 23 processos, formalizados em diversas datas entre 23/7/2010 e 20/12/2011, ter sido considerada não declarada, por meio do Despacho Decisório SEORT DRF/CPS/372/2012 (fls. 19/29), proferido no processo 10830.009983/201019. Segundo o referido Despacho Decisório, datado de 8/6/212, a contribuinte pleiteou compensação indicando como origem do crédito uma cessão creditória por escritura pública cuja origem remonta a precatório de natureza alimentar supostamente não pago pela União Federal. Assim, por se tratar de crédito de natureza não tributária e não administrado pela RFB e por ser de terceiros, as compensações foram consideradas não declaradas. Os fatos ocorridos foram relatados no Termo de Verificação Fiscal de fls. 7/12, dos quais serão transcritos os principais trechos: 1) Dos pedidos de quitação de débitos mediante a utilização de precatórios O contribuinte epigrafado protocolizou 23 processos, conforme relação abaixo, peticionando a quitação de débitos relativos a IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, correspondentes aos períodos de apuração, compreendidos entre abril de 2010 e novembro de 2011. Os valores das compensações pretendidas totalizaram R$ 2.927.447,97. PRINCIPAL APENSADOS 10830.010320/201039 10830.017103/201070 10830.722867/201161 18186.005130/201053 10830.001059/201167 10830.723057/201122 10830.011792/201017 10830.001364/201159 10830.724858/201113 10830.013117/201014 10830.002601/201107 10830.724995/201140 10830.014454/201029 10830.720409/201198 10830.725361/201112 10830.014781/201081 10830.720866/201182 10830.725813/201158 10830.015204/201014 10830.721464/201103 10830.009983/201019 10830.015918/201014 10830.722096/201111 Nos pedidos, a empresa relatou que era detentora de parte do crédito do Precatório n° JCJBV 24/97, resultado da reclamação trabalhista tratada no processo n° VTBV054/90 da 1ª Vara da Justiça do Trabalho de Boa Vista/RR – 11ª Região, em que figuram como reclamante o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima Sinter e, como reclamada, a União Federal. O precatório teria sido adquirido através de Escritura Pública.de Cessão de Direitos Creditórios da empresa Benetti Prestadora de Fl. 131DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 132 4 Serviços Ltda, CNPJ n° direitos oriundos da citada Reclamação Trabalhista, através de escrituras públicas individuais e procuração pública lavradas nas Notas do 1º Tabelionato da Cidade e Comarca de Boa Vista RR. O contribuinte fundamentou o seu pedido no art. 78 do ADCT, introduzido pelo art. 2º da Emenda Constitucional n° 30/2000. Alega que o §2° do referido artigo confere o poder liberatório aos precatórios não liquidados pela Administração Pública. Argumenta que o STF através do RE n° 566.3493 está analisando a questão da aplicabilidade do art. 78 do ADCT aos precatórios alimentares, reconhecendo, neste caso, a Repercussão Geral do Tema. 2) Da análise dos pedidos e emissão do Despacho Decisório SEORT/DRF/CPS/372/2012 Ao apreciar os pedidos do contribuinte, o Seort exarou o Despacho Decisório SEORT/DRF/CPS/372/2012, de 08/06/2012, considerando não declaradas as compensações intentadas e propugnando a imposição de multa isolada prevista no art. 18 da Lei n° 10.833/2003. Por conter os elementos ensejadores da presente autuação, o Despacho Decisório é parte integrante do auto de infração e irá compor o respectivo processo. (...) Concluiu o Despacho Decisório SEORT/DRF/CPS/372/2012 "que a petição de extinção dos débitos, com fulcro no poder liberatório emanado do §2° do art. 78 do ADCT, não merece prosperar face à inexistência de suporte legal. Como se viu, a hipótese legal de compensação vigente abrangendo precatórios é prevista na EC 62/2009 e na Lei nº 12.431/2009 e, conforme amplamente demonstrado, não alberga a pretensão da interessada.” 3)Da legislação aplicada à compensação de débitos A compensação com tributos administrados pela Receita Federal do Brasil é prevista no art. 156, II, do Código Tributário Nacional e detalhada no art. 170. No âmbito da RFB, a compensação é regulada pelo art. 74 da Lei n° 9.430, de 27/12/96 e alterações posteriores, e em alguns atos infralegais, com destaque para IN RFB n° 900/2008. (...) No caso dos autos, o suposto crédito utilizado não tem origem tributária (não é relativo a tributos federais), tampouco é próprio (é de terceiros). Ele tem escopo numa cessão creditória por escritura pública cuja origem remonta a um precatório de natureza alimentar supostamente não pago pela União Federal. Para situações como a presente, o legislador federal criou uma figura especial de tratamento dos documentos compensatórios no §12 do art. 74, alíneas "a" e "e": o instituto da compensação considerada não declarada, que ao vedar, peremptoriamente, a conduta estabeleceu como Fl. 132DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 133 5 consequências a impossibilidade de contencioso administrativo nos moldes do Decreto n° 70.235/72 e a consequente não suspensão dos débitos compensados, bem como a cominação de multa isolada. Por ocasião da lavratura do Auto de Infração, a unidade de origem juntou aos autos, dentre outros documentos, planilha de cálculo da multa isolada (fls. 13/14), tabela intitulada “Compensação Precatórios” (fls. 17/18) e cópia do Despacho Decisório SEORT/DRF/CPS/372/2012 (fls. 19/29). Cientificada do Auto de Infração e seus anexos em 14/8/2012, conforme aviso de recebimento de fls. 32, a interessada apresentou, em 12/9/2012, a impugnação de fls. 35/55, com as alegações sintetizadas a seguir. Inicialmente, informa que, além de ter protocolizado manifestação de inconformidade no prazo legal contra a decisão que considerou não declaradas as compensações, também “distribuiu Mandado de Segurança para garantir o recebimento do recurso”. Reconhece que embora não seja o escopo da presente impugnação reiterar os motivos da manifestação de inconformidade apresentada ao Despacho Decisório SEORT/DRF/CPS/372/2012, devem ser feitas ressalvas ao que foi ali aduzido. Em seguida, discorre sobre questões judiciais relacionadas à cessão de créditos de qualquer natureza e, particularmente, quanto à possibilidade de compensação de débitos utilizando valores decorrentes de precatórios. Entende que não há infração nem ilegalidade em requerer compensação de débito com crédito de sua titularidade. Questiona o percentual de multa aplicado, que acaba por intimidar os contribuintes de exercer o direito de pleitear o reconhecimento de seus créditos perante a Fazenda Nacional, uma vez que basta uma mera divergência a respeito do valor do crédito objeto de compensação ou ressarcimento, para que se legitime a imposição da multa. Considera absurdo que o pedido de compensação indeferido tenha o mesmo tratamento que uma infração cometida, uma sonegação de tributo, punida até criminalmente. Assevera que a multa aplicada viola os princípios constitucionais do direito de petição, da garantia do devido processo legal, da proporcionalidade e da razoabilidade. Cita e transcreve trechos da jurisprudência judicial. Reitera que a graduação da multa não pode ser a mesma para empresas que voluntariamente se esquivam do pagamento e para aquelas que requereram a extinção de seu débito por compensação de crédito de sua titularidade, uma vez que, nesse caso, não houve intenção de se esquivar ao pagamento, pois se fosse assim, não teria apresentado os pedidos de compensação. Relativamente ao parcelamento de débitos, entende que a decisão de parcelar ou não o débito não guarda nenhuma relação com a desistência da tese defendida ou com o reconhecimento de que esta tese seria frágil, mas seria uma decisão gerencial, motivada por questões estratégicas, diante das inúmeras vantagens que o programa de parcelamento oferecia. Adverte que os argumentos levantados pelo Fisco, de que na DCOMP inexiste campo próprio para indicação de crédito com origem em precatório e, consequentemente, a formalização em papel implicaria uma análise mais lenta e trabalhosa do que se fosse realizada eletronicamente, não podem servir para agravar a conduta da impugnante, pois constituem uma deficiência do programa. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 134 6 Discorda da aplicação de multa qualificada, de 150%, pois entende que esta somente é utilizada quando restar demonstrado o intuito de fraude, denotando dolo no procedimento, nos termos do art. 72 da Lei n° 4.502/64. Caso contrário, seria desnecessária seria a previsão de multa de 75%, uma vez que todas as compensações consideradas não declaradas padeceriam do mesmo vício. Sustenta que a simples utilização de créditos de terceiros e sem origem tributária, como entende a Receita Federal do Brasil, não caracteriza fraude. Prossegue com a argumentação de que declarou de forma verdadeira a natureza do crédito, formado por precatório oriundo de reclamação trabalhista, com decisão favorável transitada em julgado contra a União e de que não o modificou e nem pretendeu disfarçálo em outro. O fato de não corresponder a crédito que lhe garanta o direito a compensação, o que admite apenas por argumento, é uma questão de entendimento diverso em relação à aplicação da norma e sua interpretação, o que por si só, não pode presumir dolo. Acrescenta outros princípios constitucionais que teriam sido afrontados, a saber: o da capacidade contributiva do contribuinte, o do nãoconfisco e o da legalidade tributária e transcreve considerações doutrinárias acerca de tais princípios. Lembra a regra dos arts. 112 e 172 do Código Tributário Nacional, que preconiza que a lei tributária, quanto à definição de infrações ou cominação de penalidades, deve ser interpretada da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida, inclusive em relação à punibilidade. No que tange à Representação Fiscal para Fins Penais, entende que não houve crime a ser apurado ou qualquer conduta prevista nos arts. 1º e 2º da Lei 8.137, de 1990. Tampouco os autos estariam instruídos por qualquer documento que pudesse comprovar tais circunstâncias. Portanto, teria ocorrido o erro de tipo, descrito no art. 20 do Código Penal e seria impossível a existência do crime contra a ordem tributária. Finaliza com o requerimento para que: a) seja extinta a multa isolada, ante o reconhecimento da legalidade da compensação que pretende a Impugnante; b) caso não seja este o entendimento, requer que seja a multa aplicada nos patamares mínimos, tendo em vista a inexistência de conduta que justifica a aplicação multa qualificada no percentual proposto de 150%, sendo de todo afastada nos moldes do que pretendeu a Autoridade Fiscal; c) ante a inexistência de fraude ou de qualquer crime contra a ordem tributária, ante a atipicidade da conduta praticada pela Impugnante, seja reconsiderada a ordem de envio de Representação Fiscal para Fins Penais para encaminhamento ao Ministério Público, tendo em vista a inexistência de embasamento, conforme aqui se discorreu. É o relatório.” A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 02 51.289 (fls. 100110) de 14/11/2013, por maioria de votos, considerou procedente o lançamento. A decisão foi assim ementada. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 135 7 “Assunto: Normas de Administração Tributária Data do fato gerador: 23/07/2010, 30/07/2010, 10/08/2010, 25/08/2010, 24/09/2010, 25/10/2010, 29/10/2010, 10/11/2010, 25/11/2010, 16/12/2010, 25/01/2011, 31/01/2011, 25/02/2011, 25/03/2011, 26/04/2011, 25/05/2011, 22/06/2011, 25/07/2011, 29/07/2011, 26/10/2011, 04/11/2011, 25/11/2011, 20/12/2011 MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA. CRÉDITO DE TERCEIRO E NÃO TRIBUTÁRIO. Será exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada, na hipótese em que o crédito é de terceiro e não se refere a tributos e contribuições administrados pela RFB. MULTA QUALIFICADA. APLICABILIDADE. PERCENTUAL. Considerada não declarada a compensação nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e caracterizado o evidente intuito de fraude, é cabível a aplicação da multa de ofício qualificada, no percentual de 150%. INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA. Falece competência à autoridade julgadora de instância administrativa para a apreciação de aspectos relacionados à constitucionalidade ou à legalidade das normas tributárias, tarefa privativa do Poder Judiciário.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 18/12/2013 (A.R. de fl. 113) a interessada interpôs recurso voluntário em 10/01/2013 (fls. 115125) onde repisa os argumentos apresentados em sua impugnação, apenas quanto à aplicação e qualificação da multa isolada lançada. É o relatório. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 136 8 Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar O recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Dele, portanto, tomo conhecimento. Conforme relatado, tratase, no presente, de análise do lançamento de multa isolada por compensação considerada não declarada, nos termos das alíneas “a” e “e” do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com a redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004, que se transcreve a seguir. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (...) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) II – em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) a) seja de terceiros; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1º do Decreto Lei no 491, de 5 de março de 1969; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) c) refirase a título público; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei:(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (destaques acrescentados) A situação descrita coincide com a hipótese legal prevista no art. 18 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com a alteração da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, que assim dispõe: Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão de nãohomologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração Fl. 136DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 137 9 apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) (...) § 4º Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de novembro de 1996, aplicandose o percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de novembro de 1996, duplicado na forma de seu § 1º, quando for o caso. (destaques acrescentados) Por sua vez, os dispositivos a que se referem o caput e o § 4º do art. 18, da Lei nº 10.833, de 2003, estabelecem o que se segue: Medida Provisória n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001. Art. 90. Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007) (...) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007). (destaques acrescentados) Por oportuno, os arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 1964, assim disciplinam: Lei nº 4.502, 30 de novembro de 1964 Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou Fl. 137DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 138 10 modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. (destaques acrescentados) No caso concreto, a autoridade fiscal utilizase dos argumentos relativos à caracterização de fraude no procedimento de compensação, pelo que conclui ter a contribuinte agido com dolo. O evidente intuito de fraude se infere no Termo de Verificação Fiscal de fls. 7/12, notadamente nos trechos transcritos a seguir: O contribuinte compensou débitos de abril de 2010 a novembro de 2011. Esse tipo de compensação já vinha sendo praticado pela empresa desde outubro de 2006. Ressalte-se que os pedidos anteriores foram apreciados pelo Seort através do Despacho Decisório SEORT/DRF/CPS/670/2009, elaborado em 17/09/2009 no processo n° 15471.000148/2007-50 (processo-raiz) que considerou não declaradas as compensações relativas aos períodos de apuração de outubro/2006 a fevereiro/2009. Foram lavrados autos de infração para imposição da multa isolada através dos processos n° 10830.009539/2010-95 e 10830.012403/2010-62. Ao impugnar o Despacho Decisório e a autuação, em 23/08/2010, o contribuinte informou: "A impugnante aderiu ao programa de parcelamento instituído pela Lei 11.941/2009, para regularização de seus débitos, com a inclusão de TODOS OS SEUS DÉBITOS no referido programa" (destaque do original). Conforme amplamente. demonstrado nos Despachos Decisórios SEORT/DRF/CPS/670/2009 e 372/2012, em nenhum ato legal ou normativo existe (ou existiu) previsão para compensação de débitos de contribuintes para com a Fazenda Nacional por meio de créditos de precatórios, na forma pretendida pela empresa. A jurisprudência do STF e do STJ igualmente é pacífica nesse sentido. A empresa tinha consciência da fragilidade da sua tese compensatória, tanto assim que aderiu ao parcelamento dos débitos do período de out/06 a fev/09, frente ao Despacho Decisório SEORT/DRF/CPS/670/2009. Não obstante, o contribuinte seguiu apresentando pedidos de compensação de débitos com precatórios, sob a mesma tese de direito já sabidamente imprópria, buscando atingir o seu objetivo imediato que consistia na extinção dos valores declarados. A empresa não poderia transmitir eletronicamente sua compensação, pois o Programa PER/DCOMP não permite e não prevê campo para crédito com origem em precatório. Assim, optou por protocolizar os pedidos de "quitação pela modalidade de extinção", com a intenção de obter um número processual. Obtido o número, informava nas DCTF a extinção dos débitos vinculando créditos supostamente existentes naquele processo. No caso de compensação formalizada em papel e não via sistema PER/DCOMP - como exige a legislação - a situação se torna ainda mais grave, pois a análise do processo é muito mais lenta e trabalhosa do que se fosse realizada eletronicamente. O fato da compensação extinguir imediatamente o tributo pode provocar danos irreparáveis para a sociedade. Esse dano é evidente, pois com a compensação do débito (mesmo que em total desconformidade com a legislação), uma empresa consegue emitir Fl. 138DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 139 11 Certidão Negativa de Débitos e consequentemente participar de licitações, obter empréstimos e gozar de outras prerrogativas que somente contribuintes com a situação regular deveriam, desfrutar. Ademais, caso a administração não analisasse os pedidos no prazo de 5 (cinco) anos, os débitos estariam inexoravelmente extintos. Destarte, resta evidente que o contribuinte agiu de forma consciente em busca de seu propósito (evitar ou diferir o pagamento do tributo), desconsiderando as vedações impostas pela legislação e assumindo os riscos dessa empreitada. O contribuinte apresentou uma série de pedidos de compensação ao arrepio das normas, impedindo que o débito declarado fosse exigível, obtendo vantagem indevida da postergação do pagamento do montante do imposto devido com prejuízo aos cofres públicos. O padrão de conduta, reiterado ao longo do tempo, revela a vontade dolosa, premeditada e viciada dirigida à prática da infração, com a intenção deliberada de lesar a Fazenda Nacional, restando caracterizado o evidente intuito de fraude, conforme definido pelo art. 72 da Lei n° 4.502/64, o que enseja a aplicação de multa isolada no percentual de 150%, nos termos da legislação abaixo transcrita (...) (destaques acrescentados) Como se percebe, nessas informações, usadas como referência para o lançamento, associase a intenção dolosa de compensação de créditos de natureza não tributária à multa de 150%. A diferenciação, portanto, das hipóteses sujeitas às multas de 75% e 150% é a ocorrência de evidente intuito de fraude definido nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 1964. Assim, caso a contribuinte tenha se utilizado de crédito de natureza não tributária, sujeitase à multa de 75%, e caso tenha praticado ato que caracteriza infração prevista nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 1964, está sujeita à multa de 150%. São, portanto, hipóteses previstas em lei com as correspondentes sanções. O conceito de dolo encontrase definido no art. 18, I, do Código Penal (Decretolei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940), segundo o qual crime doloso é aquele em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzilo. Diante dos fatos narrados no Relatório Fiscal e das provas dos autos, não há dúvidas de que a requerente, na condição de contribuinte, sabia que o crédito informado na compensação não atendia às exigências estabelecidas pela legislação. Por saber que não seria possível a transmissão eletrônica da DCOMP informando crédito com origem em precatório, a autuada protocolizou 23 pedidos manuais de "quitação pela modalidade de extinção", apenas com a intenção de obter um número processual e informálo em DCTF. Desse modo, o exame da compensação pleiteada passaria inevitavelmente a receber tratamento manual, num procedimento mais lento e trabalhoso. Assim, caso o Fisco não analisasse os pedidos no prazo de cinco anos, os débitos estariam extintos. A seguir, transcrevese trecho do Despacho Decisório SEORT DRF/CPS/372/2012 de fls. 19/29, em que é descrita a estratégia da autuada: Constata-se, pois, que a empresa, mesmo após ter os seus pedidos de compensação negados pelo Seort desta DRF e manifestado a concordância com o pagamento dos valores devidos, continuou apresentando outros pedidos com o intento de compensar débitos com créditos representados por precatórios, sob a mesma tese de direito creditório já sabidamente imprópria. Assim, descumprindo as regras impostas para tais compensações, o contribuinte implementou a suspensão dos débitos por meio da inserção de Fl. 139DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 140 12 elementos manifestamente inverídicos nas declarações apresentadas, obtendo, dentre outras, a vantagem indevida da postergação do pagamento do montante do imposto devido. (destaques acrescentados) Os expedientes utilizados pela defendente e sua conduta reiterada (23 pedidos ao longo de 18 meses) revelam pleno conhecimento dos atos praticados, além da consciência dos resultados de que essa ação produziria. Vale salientar que o dolo não se prova por documentos, mas sim pela finalidade da conduta do agente, uma vez que toda a ação é desencadeada com o objetivo de atingir um fim determinado. Portanto, para o caso de compensação não declarada, tendo sido ainda demonstrado pelo Fisco o evidente intuito de fraude da autuada, resta configurada situação suficiente para a qualificação da penalidade, nos termos da legislação acima transcrita. Acerca da conformidade dos fatos à norma, a interessada questiona, ainda, o percentual da multa, refutando a intenção de se esquivar ao pagamento, pois nesse caso, não teria apresentado os pedidos de compensação. Nesse sentido, requer que seja aplicada a multa mínima, relativa ao simples não pagamento dos tributos ou contribuições. No que tange a essas alegações, cumpre esclarecer que a exigência ora discutida não se refere ao principal, mas à multa isolada prevista pelo art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003, que constitui uma penalidade pecuniária instituída como contrapartida e elemento de inibição do uso indevido de um instrumento criado para efetuar compensações. É justamente a compensação em desconformidade com as prerrogativas legais que configura o fato gerador da multa isolada. Em relação ao percentual mínimo aludido pela interessada, esta, na verdade, confunde a multa de mora aplicável ao pagamento a destempo de tributo ou contribuição – que não é o presente caso –, com a multa isolada instituída expressamente para apenar a infração decorrente da utilização indevida da sistemática de compensação, multa essa graduada proporcionalmente ao montante da compensação que se pretendeu realizar. Relativamente à alegada deficiência do programa PER/DCOMP, por não permitir a inserção de dados de crédito com origem em precatório, vale esclarecer que tal impedimento não constitui falha do programa, mas mera decorrência da legislação em vigor. Quanto ao parcelamento de débitos, é inegável que, por importar confissão irretratável de dívida, sua solicitação revela que, tacitamente, a autuada se convenceu de que os débitos declarados não seriam extintos pela compensação inicialmente pleiteada. Contudo, o pedido de parcelamento não foi o motivo para a qualificação da multa, conforme entendeu a impugnante. No caso vertente, a imposição da penalidade qualificada deveuse à caracterização da fraude e da conduta dolosa, de acordo com os motivos anteriormente expostos no presente voto. Assim, o lançamento não deve sofrer nenhuma alteração, tendo em vista que a legislação tributária de regência da matéria é inequívoca e, em conformidade com o art. 18, § 4º da Lei nº 10.833, de 2003, combinado com o art. 44, § 1º da Lei nº 9.430, de 1996, impõe a multa isolada, no percentual de 75%, qualificado para 150%, quando, nos autos, a Fiscalização justifica e comprova que a autuada praticou qualquer uma das condutas previstas nos arts. 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502, de 1964, ou seja, de 150%. Nesse sentido, revelase igualmente descabido o pedido para que seja aplicada a regra dos arts. 112 e 172 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN), uma vez Fl. 140DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10830.724980/201262 Acórdão n.º 1402001.983 S1C4T2 Fl. 141 13 que o lançamento da multa isolada foi formalizado em conformidade com a legislação tributária que regulamentou as regras e procedimentos referentes à restituição de indébito fiscal e compensação de tributos ou contribuições administrados pela RFB, não havendo nenhum reparo a ser feito. A propósito das considerações relacionadas à constitucionalidade, cumpre ressaltar que, nos termos do art. 26A do Decreto nº 70.235, de 1972, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator Fl. 141DF CARF MF Impresso em 12/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 08/01/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 10855.903541/2009-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Jan 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003
CNPJ DE EMPRESA INATIVA. ERRO NA DCOMP RETIFICADORA.
Se o contribuinte escriturou notas fiscais de empresa ativa que recolheu os tributos devidos, ainda que por erro de informação na DCOMP retificadora, tenha informado CNPJ de empresa inativa, permanece com direito ao crédito do IPI.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3301-002.679
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente.
Luiz Augusto do Couto Chagas - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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ERRO NA DCOMP RETIFICADORA. Se o contribuinte escriturou notas fiscais de empresa ativa que recolheu os tributos devidos, ainda que por erro de informação na DCOMP retificadora, tenha informado CNPJ de empresa inativa, permanece com direito ao crédito do IPI. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Andrada Márcio Canuto Natal Presidente. Luiz Augusto do Couto Chagas Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 35 41 /2 00 9- 31 Fl. 121DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL Processo nº 10855.903541/200931 Acórdão n.º 3301002.679 S3C3T1 Fl. 122 2 Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida: Trata o presente de manifestação de inconformidade que homologou parcialmente as compensações declaradas, em razão da glosa de notas fiscais que teriam, sido emitida por estabelecimentos não cadastrados no CNPJ. A manifestante alega, preliminarmente , que o Despacho deveria ser anulado por falta de capitulação legal e devida fundamentação, e, no mérito, que os fornecedores encontravamse regularmente inscritos no CNPJ e que não se justificaria a glosa das notas fiscais emitidas por estas empresas. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas – SP indeferiu a manifestação de inconformidade com a seguinte ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003 CNPJ IRREGULAR.EMPRESA INATIVA. CRÉDITO INDEVIDO. Se o contribuinte escriturou notas fiscais de empresa comprovadamente inativa, ainda que tenha agido de boafé, não tem direito ao crédito do IPI. A contribuinte apresentou recurso voluntário onde alega que houve erro no CNPJ informado na PERDCOMP retificadora apresentada para realizar as compensações. É o relatório. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL Processo nº 10855.903541/200931 Acórdão n.º 3301002.679 S3C3T1 Fl. 123 3 Voto O recurso voluntário é tempestivo e, portanto, dele tomo conhecimento. Houve a glosa dos créditos de IPI da recorrente, no valor de R$ 5.460,85 referentes às notas de aquisição de embalagens de nº 3925, 3944, 3956, 4060, 4071, 4114 e 4151, emitidas em 2003 pelo fornecedor Plastireciclados Ind. Com. Imp e Exp de Embalagens Plásticas LTDA. Realmente, no cadastro da Secretaria da Receita Federal, a empresa supostamente fornecedora declarou que, no exercício de 2003, estava inativa, o que gerou a correta glosa do crédito pela Delegacia da Receita Federal de circunscrição do contribuinte e a publicação do Acórdão pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas SP indeferindo a sua manifestação de inconformidade. Entretanto, em sede de recurso voluntário, a recorrente trouxe provas de que houve um erro de informação do número do CNPJ do fornecedor na Dcomp retificadora. O número do CNPJ informado na Dcomp retificadora foi 01.583.127/0001 43, que realmente está inativo no cadastro da Secretaria da Receita Federal. Já nas notas fiscais de compra das embalagens e na Dcomp original, consta o número de CNPJ 00.150.275/0001 01, que era o CNPJ da empresa fornecedora antes de realizar a alteração cadastral. Portanto, em consonância ao princípio da verdade material, constatase que houve o recolhimento do IPI pela empresa fornecedora, o que indica que não há prejuízo para a administração tributária se a recorrente puder usufruir do crédito de IPI glosado. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS Fl. 123DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06 /01/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL
score : 1.0
Numero do processo: 11080.720287/2010-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Jan 08 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2008
CONTRIBUIÇÃO À PREVIDÊNCIA PRIVADA. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO.
A dedutibilidade de valores declarados como pagos a título de contribuição à previdência privada está condicionada à comprovação não só dos pagamentos envolvidos, como também ao esclarecimento inequívoco de que eles foram destinados à plano dessa natureza.
DESPESAS MÉDICAS. PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÃO BENEFICIÁRIO NÃO DEPENDENTE.
É ônus do contribuinte, para fins de dedução no imposto de renda, esclarecer a parte ou a proporção dos valores pagos a plano de saúde que se referem a cobertura das despesas médicas suas e de seu dependente informado na Declaração de Ajuste, caso haja também beneficiários não dependentes vinculados ao plano.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-004.769
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
Ronaldo de Lima Macedo, Presidente
Ronnie Soares Anderson, Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2008 CONTRIBUIÇÃO À PREVIDÊNCIA PRIVADA. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. A dedutibilidade de valores declarados como pagos a título de contribuição à previdência privada está condicionada à comprovação não só dos pagamentos envolvidos, como também ao esclarecimento inequívoco de que eles foram destinados à plano dessa natureza. DESPESAS MÉDICAS. PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÃO BENEFICIÁRIO NÃO DEPENDENTE. É ônus do contribuinte, para fins de dedução no imposto de renda, esclarecer a parte ou a proporção dos valores pagos a plano de saúde que se referem a cobertura das despesas médicas suas e de seu dependente informado na Declaração de Ajuste, caso haja também beneficiários não dependentes vinculados ao plano. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo, Presidente Ronnie Soares Anderson, Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci.
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DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. A dedutibilidade de valores declarados como pagos a título de contribuição à previdência privada está condicionada à comprovação não só dos pagamentos envolvidos, como também ao esclarecimento inequívoco de que eles foram destinados à plano dessa natureza. DESPESAS MÉDICAS. PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÃO BENEFICIÁRIO NÃO DEPENDENTE. É ônus do contribuinte, para fins de dedução no imposto de renda, esclarecer a parte ou a proporção dos valores pagos a plano de saúde que se referem a cobertura das despesas médicas suas e de seu dependente informado na Declaração de Ajuste, caso haja também beneficiários não dependentes vinculados ao plano. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 02 87 /2 01 0- 41 Fl. 117DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 05/01/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo, Presidente Ronnie Soares Anderson, Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 118DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 05/01/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 11080.720287/201041 Acórdão n.º 2402004.769 S2C4T2 Fl. 118 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre (RS) DRJ/POA, que julgou parcialmente procedente Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) ajustando o saldo do imposto a restituir para o montante de R$ 955,10, relativo ao anocalendário 2008. O lançamento decorreu da glosa de despesas médicas no valor de R$ 22.814,47 e de dedução de previdência privada e FAPI na cifra de R$ 7.122,40. Os termos da impugnação foram bem resumidos no relatório da decisão recorrida: 1. A impugnante alega que se tornou impossível anexar outra documentação relativa aos itens impugnados, no prazo da impugnação. Para que outra prova documental seja produzida, é necessário um prazo mais alargado, de 60 dias. Caso assim não seja entendido, a contribuinte requer que sejam os contracheques submetidos à perícia contábil. 2. A grande maioria dos pagamentos efetuados foi por desconto em contracheques, que a impugnante apresentou no dia 23/10/2009. 3. A interessada impugna os itens glosados como despesas médicas e que constam nos contracheques: Instituto de Previdência do Estado do RS, Instituto de Previdência do Estado do RS, Unimed Porto Alegre, Sindicato dos Servidores da Justiça, Centro de Funcionários do Tribunal de Justiça do RS, Associação dos Funcionários Auxiliares e Associação dos Servidores da Justiça. 4. Dra. Edna M Paganela – o pagamento foi efetuado pela contribuinte e o paciente é seu filho e dependente, Guilherme Petter. 5. Dr. André Gick – foram juntados os comprovantes de depósitos e agora, a declaração do profissional. 6. Clínica de Radiologia Odontológica os recibos informam o recebimento, a contribuinte anexa cópia dos envelopes das radiografias e laudo da tomografia efetuada. Não cabe à contribuinte a pena pela falta de emissão da nota fiscal. 7. Dra Betina M. Cardoso – médica psiquiátrica, declarou que a impugnante é sua paciente. Diante do exposto, a impugnante requer que seja acolhida a impugnação, determinandose a restituição do imposto de renda na fonte devido à impugnante. O acórdão de primeiro grau manteve parcialmente a exigência, acatando a dedução de despesas médicas no montante de R$ 17.306,13. A contribuinte interpôs recurso voluntário em 29/7/2011, arguindo, em síntese, que: Fl. 119DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 05/01/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON 4 pedira perícia dadas as dificuldades para obtenção dos documentos comprobatórios dos descontos do contracheque, demandando sejam acatados os documentos que junta à irresignação; no tocante às importâncias relativas à previdência privada, a Capemisa forneceu comprovante de dedução dos valores declarados (fl. 100); o IPE RS lhe forneceu declaração de que seus dependentes Frederico Petter e Guilherme Pettes são o motivo das deduções junto àquela instituição. É o relatório. Fl. 120DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 05/01/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 11080.720287/201041 Acórdão n.º 2402004.769 S2C4T2 Fl. 119 5 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Registrese que a contribuinte não formula novo pedido de perícia, sendo as razões expendidas no item "1" de seu recurso meras referências à necessidade que, entende, respaldava o pleito formulado quando da impugnação. Das deduções de previdência privada e Fapi. A fiscalização glosou o valor total de R$ 7.122,40 deduzidos como contribuição à previdência privada e Fapi (fl. 11), dos quais foram objeto da inconformidade recursal somente R$ 1.890,54 informados na DIRPF/2009 (fl. 33) como pagos à Capemi Previdência e Seguros, CNPJ nº 33.287.319/000107. Vale lembrar que as contribuições para entidades privadas, referidas na alínea 'e' do inciso II do art. 8º da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, e as contribuições ao FAPI Fundo de Aposentadoria Programada Individual, previstas na Lei nº 9.477, de 24 de julho de 1997, cujo ônus tenha sido do contribuinte e destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social, são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda, observado o limite de 12% dos rendimentos tributáveis, e desde que sejam realizadas as correspondentes contribuições para o regime geral de previdência ou para regime próprio, quando for o caso de empregado ou servidor público (art. 11 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997). A contribuinte colacionou a declaração de fl. 100 no intento de amparar sua pretensão, todavia tal documento apenas discrimina os valores mensais pagos em 2008 para os planos "Mais Vida, contratos números 180018027569 e 18002931061", nada elucidando acerca da natureza de tais planos, se eles versam sobre previdência privada, se consubstanciamse em PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre ou VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), quais os beneficiários, etc. Assim, não restando comprovado trataremse os aludidos planos de previdência privada ou de FAPI, de rigor manterse a glosa em comento. Das despesas médicas. A dedução de despesas médicas e de saúde na declaração de ajuste anual tem como supedâneo legal os seguintes dispositivos do art. 8º da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, abaixo transcritos: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: Fl. 121DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 05/01/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON 6 I de todos os rendimentos percebidos durante o ano calendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exigese a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário.(grifei) A contribuinte demanda seja aceita a dedução de R$ 1.493,20 declarados como pagos ao Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERGS), para fins de contribuição ao Plano Assistência Complementar PAC, sob a alegação de que tal plano presta serviço de assistência a exdependentes do IPERGS, juntando, nesse sentido, os documentos de fls. 101/106. Sem embargo, deve ser ressaltado que a declaração do IPERGS apenas refere que nos sistemas dessa instituição constam como beneficiários desse plano não só Guilherme Petter, informado como dependente da recorrente na DIRPF/2009 (fl. 30), mas também Frederico Petter, apontado como seu filho e que não consta como seu dependente naquela declaração. Ou seja, não resta estabelecida a proporção do valor de R$ 1.493,20, deduzido como "IPERGSPAC" na Declaração de Ajuste Anual, que é pertinente a cada beneficiário, ou eventuais critérios de cálculo que pudessem permitir ao julgador administrativo certificarse dessa realidade, de maneira a possibilitar a exclusão dos valores vinculados ao filho não dependente. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 05/01/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 11080.720287/201041 Acórdão n.º 2402004.769 S2C4T2 Fl. 120 7 Salientese que era ônus da contribuinte ter trazido documentação que especificasse quais eram os beneficiários no decorrer desse período e os respectivos valores de contribuição, ainda que tivesse de demandar essas informações junto à operadora do plano de saúde. O fato é que a recorrente não comprovou que o mencionado valor foi pago em benefício de despesas médicas suas ou de seu único dependente, Guilherme Petter, CPF nº 644.255.17091, pelo contrário, as evidências que ela própria trouxe indicam que ao menos parte dele destinouse à cobertura de saúde de beneficiário não dependente. Portanto, diante da significativa incerteza ainda restante sobre a situação, e já ultrapassado em muito o momento processual adequado para persistir em diligências adicionais para o seu esclarecimento, dado que foram propiciadas seguidas oportunidades para que a recorrente se desincumbisse de seu encargo probatório, deve ser mantida a glosa em comento. Ante o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Ronnie Soares Anderson. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 05/01/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON
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Numero do processo: 10735.001982/98-85
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Dec 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1992, 1993, 1994, 1995, 1996
IRPJ E CSLL. TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL. ARTIGO 173, I,
DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA
NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO
PELO STJ.
Nos termos do artigo 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas
de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de
Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e
543-C da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão
ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do
CARF.
No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na
sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, entendeu que o prazo
decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de
ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado, nos termos do inciso I do artigo 173 do CTN, e não de
acordo com o § 4° do artigo 150, nos casos em que a lei não prevê o pagamento
antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre,
sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte.
Recurso Extraordinário Provido
Numero da decisão: 9900-000.226
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso extraordinário.
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, entendeu que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do inciso I do artigo 173 do CTN, e não de acordo com o § 4° do artigo 150, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte. Recurso Extraordinário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso extraordinário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente (para fins de formalização do acórdão) Fl. 937DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 19/10/2015 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10735.001982/98-85 Acórdão n.º 9900-000.226 CSRF-PL Fl. 938 2 (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Redatora ad hoc, designada para formalizar o acórdão Participaram do presente julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann, Manoel Coelho Arruda Junior, Maria Teresa Martínez López, Claudemir Rodrigues Malaquias, Nanci Gama, Marcelo Oliveira, Karem Jureidini Dias, Júlio César Alves Ramos, João Carlos de Lima Junior, José Ricardo da Silva, Alberto Pinto Souza Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Elias Sampaio Freire,Valmir Sandri, Henrique Pinheiro Torres, Rodrigo Cardozo Miranda (Relator), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Francisco Assis de Oliveira Junior, Marcos Aurélio Pereira Valadão e Valdete Aparecida Marinheiro. Considerando que o Presidente à época do Julgamento não mais compõe o quadro de Conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) na data da formalização da decisão, a presente decisão é assinada pelo Presidente do CARF nesta data, Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto, que o faz meramente para a formalização do Acórdão. Da mesma maneira, tendo em vista que, na data da formalização da decisão, o relator, Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, não integra o quadro de Conselheiros do CARF, a Conselheira Adriana Gomes Rêgo foi designada ad hoc como a responsável pela formalização do presente Acórdão, o que se deu na data de 19/10/2015. Relatório Cuida-se de recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional (fls. 863 a 874) contra o v. acórdão proferido pela Colenda Primeira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (fls. 852 a 860) que, por maioria de votos, negou provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. A ementa do v. acórdão recorrido é a seguinte: Assunto: Classificação de Mercadorias Ano- calendário: 1993 Ementa: IRPJ e CSLL — DECADÊNCIA - O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, por força da Lei n° 8.383/91, passaram a ser pagos mensalmente, como regra (art. 38), e, mais tarde trimestralmente (Lei n° 9.430/96, art. 1°), de sorte que a partir do dia seguinte à ocorrência do fato gerador, inicia-se a contagem da caducidade, independentemente da data de apresentação da declaração de ajuste. Sendo esse imposto e a CSLL suscetíveis de pagamento pelo contribuinte, independentemente de qualquer providência do fisco cumprindo-lhe verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular e, por fim, pagar o montante do tributo devido, se desse procedimento houver tributo a ser pago amolda-se à hipótese do art. 150 do CTN. Fl. 938DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 19/10/2015 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10735.001982/98-85 Acórdão n.º 9900-000.226 CSRF-PL Fl. 939 3 CSLL, PIS E COFINS - DECADÊNCIA - ART. 150, § 4° DO CTN E O ART. 45 DA LEI N° 8.212/91 - As contribuições sociais, em conformidade com os arts. 149 e 195, § 4° da Constituição Federal, têm natureza tributária, consoante decidido pelo Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, por unanimidade de votos, no REN° 146.733-9-SAO PAULO, o que implica na observância, dentre outras, às regras do art. 146, III, da Constituição Federal de 1988. Desta forma, a contagem do prazo decadencial dessa contribuição se faz de acordo com o Código Tributário Nacional, mais precisamente no art. 150, § 4°. A inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n° 8.212/91 foi consignada na Súmula Vinculante n° 8, da Suprema Corte, o que confirma a jurisprudência da CSRF. Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs o já mencionado recurso extraordinário, apontando, em síntese, divergência jurisprudencial quanto à aplicação dos dispositivos constantes do § 4° do artigo 150 e do inciso I do artigo 173 do Código Tributário Nacional, apresentando como paradigma acórdão proferido pela Colenda Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Pede, então, a Fazenda para que seja reformado o acórdão recorrido, aplicando-se ao caso o art. 173, inciso I, do CTN. O recurso foi admitido através do r. despacho de fls. 881. É o relatório. Voto Conselheira Adriana Gomes Rêgo – Redatora ad hoc, designada para formalizar o acórdão. Formalizo este acórdão por designação do Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, ocorrida em 25/9/2015, por meio do despacho de e-folha 936. tendo em vista que o relator do processo, Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, por ocasião do julgamento realizado em 7/12/2011, pelo Pleno da CSRF, não efetuou a formalização e não pertence mais ao CARF. Ressalto, por oportuno, que não integrava o colegiado que proferiu o acórdão e, portanto, não participei do julgamento. O relatório e o voto abaixo foram apresentados pelo Conselheiro relator durante a sessão e constavam dos arquivos do CARF, tendo sido meramente reproduzidos por mim, redatora ad hoc, para efeito de formalização do presente acórdão. “Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, Relator Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso. Com relação ao mérito, especificamente quanto ao prazo decadencial para lançamento dos créditos tributários nos casos de tributos cujo lançamento é por homologação, é de se destacar que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se posicionou quanto à matéria na sistemática do Fl. 939DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 19/10/2015 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10735.001982/98-85 Acórdão n.º 9900-000.226 CSRF-PL Fl. 940 4 artigo 543-C do Código de Processo Civil, ou seja, através da análise dos chamados "recursos repetitivos". O precedente proferido tem a seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4°, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial Qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2.É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontra-se regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3a ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3.O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege- se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4°, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3a ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10aed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3a ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuida-se de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos Fl. 940DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 19/10/2015 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10735.001982/98-85 Acórdão n.º 9900-000.226 CSRF-PL Fl. 941 5 imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deu-se em 26.03.2001. 6. Destarte, revelam-se caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) (grifos e destaques nossos) Com isso, restou consolidado no âmbito do Egrégio Superior Tribunal o entendimento de que, nos casos de tributos cujo lançamento é por homologação e não há pagamento, o termo inicial do prazo decadencial é o previsto no inciso I do artigo 173 do CTN, e não no § 4° do artigo 150 do mesmo Código. O Regimento Interno do CARF, por sua vez, na redação dada recentemente pela Portaria MF n° 586, de 21/12/2010, tem os seguintes comandos nos seus artigos 62 e 62-A: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: - que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou - que fundamente crédito tributário objeto de: dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do Procurador- Geral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; súmula da Advocacia-Geral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do Advogado-Geral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Art. 62-A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1° Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543-B.} § 2° O sobrestamento de que trata o § 1° será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. (grifos e destaques nossos) Fl. 941DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 19/10/2015 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10735.001982/98-85 Acórdão n.º 9900-000.226 CSRF-PL Fl. 942 6 Verifica-se, assim, que a referida decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o auto de infração, cuja ciência se deu em 30/09/1998 (fls. 546, 554 e 561), diz respeito a crédito tributário referente ao IRPJ, CSLL e IRRF relativos a fatos geradores de janeiro de 1992 a dezembro de 1996. Em primeira instância decidiu-se pela manutenção do lançamento e, em segunda instância, acolheu-se a preliminar de decadência com arrimo no artigo 150, § 4° do CTN. Pelo que consta dos autos, notadamente do contido na r. decisão proferida pela Colenda Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes (fls. 757), verifica-se que não houve pagamento antecipado. Assim, não havendo pagamento, nos termos da jurisprudência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, aplica-se à espécie o disposto no inciso I do artigo 173 do Código Tributário Nacional. Nesse sentido, para os fatos geradores de janeiro de 1992 a novembro de 1992, o prazo inicia em 01/01/1993 e termina em 31/12/1997. Como a ciência se deu em 30/09/1998, o lançamento se encontra decaído quanto a esses fatos geradores. Para os fatos geradores de dezembro de 1992 a novembro de 1993, por outro lado, o prazo se inicia em 01/01/1994 e termina em 31/12/1998. Portanto, quanto a esse período e aos posteriores não ocorreu a decadência. Por conseguinte, em face de todo o exposto, com arrimo no artigo 62-A do RICARF, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso especial da Fazenda Nacional para reformar o v. acórdão recorrido, aplicando à presente hipótese o artigo 173, inciso I, do CTN, reconhecendo a decadência apenas quanto aos fatos geradores de janeiro a novembro de 1992. Rodrigo Cardozo Miranda” Acórdão formalizado em 19 de outubro de 2015. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo – Relatora ad hoc, designada para formalizar o acórdão. Fl. 942DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 19/10/2015 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO Processo nº 10735.001982/98-85 Acórdão n.º 9900-000.226 CSRF-PL Fl. 943 7 Fl. 943DF CARF MF Impresso em 22/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 19/10/2015 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 21/10/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assin ado digitalmente em 19/10/2015 por ADRIANA GOMES REGO
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Numero do processo: 18471.002162/2003-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Dec 30 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3201-000.567
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter os autos em diligência, nos termos do voto da relatora.
Charles Mayer - Presidente.
Mércia Helena Trajano Damorim- Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. Fez sustentação oral, pela Recorrente, a advogada Alessandra Craveiro, OAB/RJ nº 87500.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter os autos em diligência, nos termos do voto da relatora. Charles Mayer Presidente. Mércia Helena Trajano Damorim Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. Fez sustentação oral, pela Recorrente, a advogada Alessandra Craveiro, OAB/RJ nº 87500. RELATÓRIO O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro/RJ. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 84 71 .0 02 16 2/ 20 03 -5 2 Fl. 423DF CARF MF Impresso em 30/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA Processo nº 18471.002162/200352 Resolução nº 3201000.567 S3C2T1 Fl. 424 2 Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 62 em virtude da apuração de falta de recolhimento da Cofins nos períodos de 02/1999 a 03/2000 e 05/2003, exigindoselhe contribuição de R$ 259.623,5718, e juros de mora de R$ 182.034,60, perfazendo o total de R$ 441.658,17. No Termo de Verificação Fiscal (fls.55/56), o AFRF autuante esclarece que: 1. O contribuinte deixou de recolher e de declarar em DCTF parte dos valores devidos a título de Cofins no período de fevereiro de 1999 a março de 2000, amparado por Ação Ordinária com Pedido de Tutela Antecipada nº 99.00091175 da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, questionando a majoração da alíquota e ampliação da base de cálculo desta contribuição por força das alterações introduzidas pela Lei nº 9.718/98, conforme “Planilha de Apuração de Débitos da Cofins” – fls.57/61; 2. Por conseguinte, como os débitos apurados, referentes a parte dos valores efetivamente devidos, a título de Cofins, relativos ao período de fevereiro de 1999 a março de 2000 e, maio de 2003, discriminados na “Planilha de Apuração de Débitos de Cofins”, não foram declarados em DCTF e nem recolhidos, e, como se trata de matéria sub judice, foi lavrado, com o objetivo de resguardar da decadência o direito da Fazenda Pública de constituir tal crédito tributário, o presente Auto de Infração com exigibilidade suspensa, de acordo com o que determina o artigo 151, inciso IV, da Lei nº 5.172/66 – CTN, e sem aplicação da multa de ofício, conforme vedação disposta no artigo 63 da Lei nº 9.430/96. O enquadramento legal encontrase a fls. 65. Cientificada em 23/12/2003, a interessada apresentou em 22/01/2004 a impugnação de fls. 114/116, na qual alegou: 1. A contribuinte passa a demonstrar o descabimento do auto de infração em questão, por ter sido ele lavrado para exigir, com juros de mora, valores que estão com sua exigibilidade suspensa, por sentença proferida na Ação Ordinária nº 99.00091175, ou que não são devidos com base na Lei nº 9.718, de 27/11/1998; 2. Em 12.04.1999 foi concedida a antecipação de tutela requerida pela impugnante e, em 16.05.2002, foi publicada sentença que confirmou a tutela antecipada, sem, contudo, fazer menção ao PIS na sua parte dispositiva, o que motivou a oposição de embargos de declaração pela contribuinte, os quais foram conhecidos e integralmente providos em 14.06.2002; 3. Como visto, a sentença determinou que a impugnante calculasse a COFINS nos termos da Lei Complementar n° 70 de 31.12.1991, e não com base na Lei n° 9.718/98. Pela Lei Complementar n° 70/91, a Cofins é devida sobre o faturamento mensal, sendo este, de acordo com o art. 2o "a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza".; Fl. 424DF CARF MF Impresso em 30/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA Processo nº 18471.002162/200352 Resolução nº 3201000.567 S3C2T1 Fl. 425 3 4. Assim, não cabe exigir qualquer diferença de COFINS calculada sobre receitas que não decorram exclusivamente de mercadorias e serviços e que estão compreendidas no objeto da ação ordinária n° 99.00091175, ajuizada pela contribuinte; 5. O auto deve ser cancelado, porque o art. 62 do decreto n° 70.235/72 dispõe que: "Durante a vigência de medida judicial que determinar a suspensão de cobrança do tributo não será instaurado procedimento fiscal contra o sujeito passivo favorecido pela decisão, relativamente à matéria sobre que versar a ordem de suspensão ". Ressaltase que o impedimento previsto neste artigo não se restringe à simples cobrança do crédito tributário, abrangendo também a sua constituição pelo lançamento. 6. A exigência de juros de mora com base na variação da taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC no auto de infração em questão é ilegal; 7. De acordo com o art. 161, parágrafo 1o do CTN, é estabelecido que os juros de mora a serem pagos pelo contribuinte que não paga o tributo no vencimento são calculados à razão de 1% (um por cento) ao mês, se a lei não dispuser de modo diverso; 8. Analisando a essência dos juros, eles implicam no acréscimo do valor da dívida proporcional ao atraso do devedor em quitála. A sua cobrança tem por finalidade ressarcir o credor por não ter a disponibilidade dos recursos correspondentes; 9. Citese também que o Código Civil Brasileiro anterior (vigente no período base autuado) estabelece em seu art. 1.062 que a taxa de juros moratórios, quando não convencionada, será de 6% ao ano, ou seja, 0,5% ao mês. A chamada "Lei da Usura" (Decreto n° 22.626 de 07.04.1993) estabelece que as partes poderão convencionar juros superiores, respeitado o limite de 1% ao mês; 10. A aplicação de percentuais superiores a 1% conferiria aos juros de mora um cunho ressarcitório e punitivo. Na sua essência, os juros só têm cunho meramente ressarcitório; 12. Além desta razão, o art. 13 da lei n° 9.065 de 20.06.1995 que menciona a utilização da taxa Selic para fins tributários não apresenta definição do que seja a taxa Selic e não estabelece o critério, metodologia ou padrão para seu cálculo; 13. No Recurso Especial n° 193.453/SC, em Embargos de Divergência (99/00461096), o Ministro Domingos Franciulli considerou ilegal e inconstitucional a incidência da taxa Selic como índice corretivo dos débitos fiscais; 14. Por todos estes motivos expostos, espera que o auto de infração em questão seja cancelado. Fl. 425DF CARF MF Impresso em 30/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA Processo nº 18471.002162/200352 Resolução nº 3201000.567 S3C2T1 Fl. 426 4 Junto com a petição impugnatória, a contribuinte trouxe à colação Procuração, cartão de CNPJ, documentos de identidade, Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada em 05 de dezembro de 1997, além de cópia da Tutela Antecipada, sentença e Agravo de Instrumento. Posteriormente, foi anexada às fls.150/190, impugnação ao processo 18471.002161/200316, que trata de Auto de Infração da contribuição ao PIS. O pleito foi julgado pela primeira instância, nos termos do acórdão de n° 13 25.641 de 16/07/2009, proferida pelos membros da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro II /RJ, cuja ementa dispõe, verbis: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/02/1999 a 31/03/2000, 01/05/2003 a 31/05/2003 SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. LANÇAMENTO. O lançamento de crédito Tributário cuja exigibilidade esteja suspensa por meio de decisão judicial não definitiva destinase a prevenir a decadência, e constitui dever de ofício do agente do Fisco. JUROS DE MORA. EXIGIBILIDADE. Os juros de mora, em lançamento com a exigibilidade suspensa, são exigíveis, exceto na hipótese de depósito do montante integral. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. LEGALIDADE. Legal a aplicação da taxa do Selic para fixação dos juros moratórios para recolhimento do crédito tributário em atraso. INCONSTITUCIONALIDADE. A instância administrativa não possui competência para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase como não impugnada a contribuição lançada, quando não contestada expressamente pelo contribuinte. Lançamento Procedente. O julgamento foi no sentido de julgar procedente o lançamento. O Contribuinte protocolizou o Recurso Voluntário, tempestivamente, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Argumenta, que: procedeu ao devido recolhimento da COFINS com base na Lei Complementar n° 70/91, e alíquota de 3% (três por cento) antes mesmo da lavratura do lançamento de ofício, não havendo o que dela cobrar a este título. Anexa DCTF do 2° trimestre Fl. 426DF CARF MF Impresso em 30/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA Processo nº 18471.002162/200352 Resolução nº 3201000.567 S3C2T1 Fl. 427 5 de 2003 em que estão anotadas as compensações para maio de 2003 e o extrato da conta PAES confirmando as informações prestadas acima (documentos n°s. 1 e 2). Ressaltese, que foi distribuído memorial contendo cópia da certidão de objeto e pé, julgamento em 26/10/2010, pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (ação ordinária n° 99.00091175), reconhecendo a inconstitucionalidade com base no cálculo pelo art. 3°, § 1°, da lei de n° 9.719/98, decisão já transitada em julgado. Anexei e autentiquei (eprocesso exigia, para dar seguimento) documentos intitulados memorial do recorrente, às fls. 352 a 384, distribuídos pela empresa. Foi solicitada através da resolução de n° 3802000.251, de 19/08/2014, para que a unidade de origem, verificasse se os créditos tributários, objeto da lide, se foram realmente incluídos no PAESParcelamento Especial, tendo em vista que a recorrente alega o Parcelamento Especial PAES junto à Receita Federal, no entanto, a mesma não comprova o recolhimento, bem como não anexa os respectivos DARF. O processo digitalizado foi redistribuído e encaminhado a esta Conselheira para prosseguimento, de forma regimental É o relatório. VOTO Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O recurso voluntário é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Dessa forma, voto por que se CONVERTA O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para complementar a diligência anterior ao órgão de origem, pois: como se trata de Auto de Infração e a recorrente alega que para o período de fevereiro/99 a dezembro/99, a mesma, antes da lavratura do Auto de Infração, desistiu do pedido relativo à majoração da alíquota da COFINS de 2% para 3% formulado na ação judicial de n° 99.00081175 e parcelou esses débitos no âmbito do PAES, passando a recolher 3%; logo, fossem confirmados, se de fato são esses valores, que a mesma esclarece que aderiu ao PAES, antes de lavratura do Auto de Infração, pois desse modo, ficaria caracterizado a desistência parcial do recurso voluntário (se de fato seria o montante relativo ao crédito tributário nesta parte) e confirmasse, também, os valores restantes (saldo) se seriam as receitas financeiras da exigência fiscal. Por fim, intimemse o contribuinte e a PGFN para, querendo, pronunciem a respeito, em homenagem ao princípio do contraditório, retornando os autos para prosseguimento no julgamento. MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 427DF CARF MF Impresso em 30/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 13982.000484/2010-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 02 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. DECADÊNCIA.
Em face da decisão contida no REsp nº 973.733-SC, decidido na sistemática dos recursos repetitivos, ocorrendo dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial para o lançamento de ofício é contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado.
MULTA QUALIFICADA. RETROATIVIDADE BENIGNA. INAPLICABILIDADE.
Inaplicável a retroatividade benigna em razão da alteração promovida pela Lei nº 11.488/07 sobre a hipótese de qualificação da multa contida no artigo 44 da Lei nº 9.430/96.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 1401-001.564
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade dos atos de exclusões do Simples (FEDERAL e NACIONAL), afastar a decadência do lançamento e, no mérito, negar provimento ao recurso.
Documento assinado digitalmente.
Antonio Bezerra Neto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Ricardo Marozzi Gregorio - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos e Antonio Bezerra Neto.
Nome do relator: RICARDO MAROZZI GREGORIO
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SIMPLES NACIONAL. Exclusão. Prática reiterada de infrações. IRPJ. Lucro arbitrado. Lucro presumido. Omissão de receitas. Multa qualificada. Recorrente JOVAL INDUSTRIA DE PORTAS LTDA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008 EXCLUSÃO DE OFÍCIO. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. O contraditório e a ampla defesa quanto ao ato de exclusão de ofício são assegurados no âmbito do processo tributário administrativo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008 DILIGÊNCIAS. PERÍCIAS. CONVICÇÃO DO JULGADOR. O artigo 18 do PAF tem natureza de cunho facultativo para a formação da convicção da autoridade julgadora ao conferir a esta a possibilidade de determinar a realização de diligências e perícias quando entender que são necessárias. EXTRATOS BANCÁRIOS. SIGILO. APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA. COAÇÃO. Inexiste coação ou quebra do sigilo bancário quando a empresa, regularmente intimada, apresenta espontaneamente os extratos bancários solicitados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. DECADÊNCIA. Em face da decisão contida no REsp nº 973.733SC, decidido na sistemática dos recursos repetitivos, ocorrendo dolo, fraude ou simulação, o prazo AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 2. 00 04 84 /2 01 0- 11 Fl. 1763DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.764 2 decadencial para o lançamento de ofício é contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. MULTA QUALIFICADA. RETROATIVIDADE BENIGNA. INAPLICABILIDADE. Inaplicável a retroatividade benigna em razão da alteração promovida pela Lei nº 11.488/07 sobre a hipótese de qualificação da multa contida no artigo 44 da Lei nº 9.430/96. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade dos atos de exclusões do Simples (FEDERAL e NACIONAL), afastar a decadência do lançamento e, no mérito, negar provimento ao recurso. Documento assinado digitalmente. Antonio Bezerra Neto Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos e Antonio Bezerra Neto. Relatório Inicialmente, esclareço que todas as indicações de folhas inseridas neste relatório e no subsequente voto dizem respeito à numeração do processo em papel que foi digitalizado para o sistema eProcesso. Tratase de recurso voluntário interposto por JOVAL INDUSTRIA DE PORTAS LTDA contra acórdão proferido pela DRJ/Florianópolis que concluiu pela procedência total de atos de exclusão do SIMPLES FEDERAL e do SIMPLES NACIONAL, bem como, dos lançamentos efetuados. Em seu relatório, a decisão recorrida assim descreveu o caso: Fl. 1764DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.765 3 Trata o presente processo de manifestação de inconformidade contra a exclusão da Interessada do Simples – Federal e Simples – Nacional e, também, impugnação ao Auto de Infração de fls.1.379 a 1.490, que exige da interessada supra identificada, o recolhimento da importância de R$ 203.131,89 a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, apurado sob as regras do Lucro Arbitrado, relativamente ao trimestre findo em 31/03/2005 ao trimestre findo em 30/06/2007 e, sob as regras do Lucro Presumido para o período do trimestre findo em 30/09/2007 até o trimestre findo em 31/12/2008, acrescida de multa de ofício de 150% e juros de mora. A Representação Administrativa para Fins de Exclusão do SIMPLES (fls.01 a 11), foi objeto de exame pela DRF em Joaçaba/SC, que, concordando com as constatações trazidas naquela Representação, encaminhou o Parecer SAFIS nº 024/2010 (fls.1.362 a 1.368) ao titular da Unidade, propondo a exclusão da Interessada do SIMPLES. Então, acatando tais considerações, o Delegado da Receita Federal de Joaçaba/SC, por meio do (i) Ato Declaratório Executivo DRF/JOA nº 050, de 07 de junho de 2010 (fl.1.370), exclui a Interessada do Simples Federal, com efeitos a partir de 01/01/2005 e do (ii) Ato Declaratório Executivo DRF/JOA nº 051, de 07 de junho de 2010 (fl.1.371), exclui a Interessada do Simples Nacional, por prática reiterada de infração à legislação tributária, com efeitos a partir de 01/07/2007. Segundo consta na Descrição dos Fatos (fl.1.381 em diante) do lançamento de IRPJ, a exigência de imposto decorre de omissão de receitas da atividade (valores contabilizados e não declarados) e omissão de receitas por conta de depósitos bancários de origem não justificada. Relativamente ao período trimestral findo em 31/03/2005 até o trimestre findo em 30/06/2007, o IRPJ foi apurado sob as regras do Lucro Arbitrado, (itens 003 e 004 do Auto de infração, fls.1.385 a 1.391), enquanto que, relativamente ao período trimestral findo em 30/09/2007 até o trimestre findo em 31/12/2008, o foi sob as regras do Lucro Presumido (itens 001 e 002 do Auto de infração, fls.1.381 a 1.385). Como base de cálculo do lucro arbitrado e lucro presumido, a receita bruta conhecida, no caso representada por: (i) receita operacional omitida, (ii) receita omitida por conta de depósitos bancários de origem não justificada, com base no art.42 da Lei nº 9.430/96 e (iii) receita operacional (revenda de mercadorias), conforme indicado no Auto de Infração e detalhado no Termo de Verificação e de Encerramento de Procedimento Fiscal – Auto de Infração de IRPJ e Reflexos (fls.1.548 a 1.560), parte integrante do Auto. Em decorrência deste lançamento de IRPJ, foram ainda lavrados os Autos de Infração a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (fls.1.410 a 1.435), de Contribuição para o PIS/PASEP (fls.1.439 a 1.462) e de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS (fls.1.466 a 1.489), nas importâncias de R$ 141.456,36, R$ 86.322,61 e de R$ 393.415,27, respectivamente, acrescidas da multa de ofício de 150% e de juros de mora à época do pagamento. Como parte integrante dos Autos de Infração, encontrase às fls.1.548 a 1.560, o Termo de Verificação e de Encerramento de Procedimento Fiscal – Auto de Infração de IRPJ e Reflexos, do qual a Interessada teve ciência e recebeu cópia (fl.1.560). Fl. 1765DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.766 4 Do referido Termo, encontramos as razões da exclusão e autuação, onde a autoridade fiscal apurou, em síntese, que a Interessada não declarava toda a sua receita operacional contabilizada e, também, que a Interessada não conseguiu comprovar, integralmente, a origem dos créditos bancários de sua contas bancárias (de cinco contas, apenas uma estava contabilizada). Tendo isto ocorrido por quatro anos consecutivos, a empresa foi excluída do Simples Federal e Nacional, por prática reiterada de infração à legislação tributária. Segundo consta no referido Termo: 3. DAS APURAÇÕES [...] Em virtude da exclusão do SIMPLES do sujeito passivo, a Fiscalização promoveu o lançamento dos tributos devidos (IRPJ e reflexos CSLL, PIS e COFINS), da seguinte forma: No período de 01/2005 (1° trimestre de 2005) a 06/2007 (2° trimestre de 2007), o lançamento se deu com base no lucro arbitrado, aplicandose o percentual de 9,6% para determinação da base de cálculo a ser tributada. O imposto de renda devido foi determinado com base nos critérios do lucro arbitrado tendo em vista que a escrituração mantida pelo contribuinte é imprestável para identificar a efetiva movimentação bancária: a única conta bancária contabilizada, durante todo período analisado, 01/01/2005 a 31/12/2008, foi a mantida junto ao Banco Bradesco S/A, Agência 344, sob o n° 00536814. Quanto às demais (Banco do Brasil S/A, Agência n° 28347, Conta n° 21.4078, Banco Itaú S/A, Agência n° 1008, Conta n° 196881, Banco do Estado de Santa Catarina, Agência n° 225, Conta n° 004.8880 e Banco SICOOB, Agência n°30678, Conta n° 7.0351) não há qualquer registro delas ou de sua movimentação na escrita contábil do sujeito passivo, em que pese as mesmas terem sido ininterruptamente movimentadas. A presente hipótese de arbitramento encontra previsão legal no Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99: Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei n° 8.981, de 1995, art. 47, e Lei n°9.430, de 1996, art. 1°): I (...) II – a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tomem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; (grifos nossos). Considerando a opção formulada pelo contribuinte, conforme manifestação de fls. 1494, em atendimento ao disposto no art. 32, parágrafo 2°, da Lei Complementar n° 123/2006, no período de 07/2007 (3° trimestre de 2007) a 12/2008 (4° trimestre de 2008), a autuação se deu Fl. 1766DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.767 5 com base no lucro presumido, com a aplicação da alíquota de 8% para determinação da base de cálculo. [...] A movimentação bancária não contabilizada pelo contribuinte, cuja origem não foi comprovada, segundo previsão legal, indica omissão de receitas por depósitos bancários de origem não comprovada, a saber: O artigo 42 da Lei n°. 9.430/96, dispõe que: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. (grifos nossos). 1° O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. [...] 6. DA MULTA DE OFÍCIO A multa de oficio considerada na presente autuação, para todas as infrações, foi a de 150 %, pelos fundamentos a seguir aduzidos. A conduta do contribuinte de omitir receitas referentes à sua produção industrial teve por desiderato impedir o conhecimento por parte da administração tributária do total das receitas auferidas pelo autuado. Relevante notar que a conduta adotada pelo contribuinte se materializa por todo o período abrangido por esta autuação, qual seja, anos calendários de 2005 a 2008, o que demonstra que não houve um mero erro de fato, mas sim, uma conduta dolosa e sistemática. Observese, para ilustrar, a planilha de fls. 12/13 (anexo I): Lá está demonstrado que o sujeito passivo, ao preencher sua declaração ao SIMPLES, informava valores muito baixos e aleatórios, muitos meses se esmerando em "cortar" uma centena ou dezenas de milhares de reais. Isto ocorre, por exemplo, nas competências 05/2005, 03/2006, 07/2006, 12/2006, 03/2007, 01/2008, 07/2008, 09/2008, e tantas outras, em que, do somatório das notas fiscais emitidas (e contabilizadas) acabou sendo declarado no SIMPLES apenas os "quebrados". Foi dessa forma que a receita contabilizada do mês de 09/2008, por exemplo, no valor de R$ 120.119,50 foi informada na declaração do SIMPLES por R$ 20.119,50 (deixando de informar exatamente uma centena de milhares de reais). Ademais, o montante das receitas omitidas pelo contribuinte, e consideradas na presente autuação, são notoriamente relevantes, dado os valores contabilizados pelo contribuinte, a saber:[...] Percebese que nos 04 anos seguidos, 2005 a 2008, o contribuinte não tributou aproximadamente 93% de suas receitas, ou seja, manteve conduta Fl. 1767DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.768 6 contumaz de, em tese, sonegar a maior parte de suas receitas ao conhecimento e tributação do Fisco Federal. Por absurdo que seja, o contribuinte chegou às proximidades de R$ 12 milhões em receitas omitidas, sendo elas relativas à venda de produtos fabricados e da movimentação bancária (depósitos) de origem não comprovada, conforme tratado nos itens 3.2 e 3.3, acima. Não bastasse a enorme omissão de receita, o contribuinte se valeu da adesão indevida ao SIMPLES para reduzir ainda mais o tributo a pagar. A fiscalização, pela postura do autuado frente as suas obrigações fiscais, é levada a concluir que a opção pelo SIMPLES, ao arrepio da lei, também se deu por ato de máfé (não custa lembrar que, para enquadrarse no SIMPLES, o sujeito passivo teve que praticar as infrações apontadas neste Auto, especialmente omitir a maior parte de sua receita auferida). Agindo deste modo, o autuado incorreu no disposto no artigo 71 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, o qual trás no seu bojo a definição de sonegação. [...] Por fim, cabe relembrar que o contribuinte NÃO efetuou, ao longo dos 04 anos fiscalizados, qualquer registro contábil de sua verificada e significativa movimentação bancária 5 (cinco) instituições bancárias (exceto a conta bancária mantida no Bradesco, que foi escriturada). Pelo que a multa aplicada foi a de 150 %. Cientificada das exigências fiscais, a interessada apresentou sua manifestação de inconformidade com a exclusão do SIMPLES (fls.1.566 a 1.577) e impugnação para cada lançamento: IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, que a seguir se resume uma delas (afinal, todas são iguais): Da Manifestação de Inconformidade contra a exclusão do SIMPLES violação à garantia do contraditório e da ampla defesa: que a empresa somente foi intimada para o exercício do contraditório e da ampla defesa, após a edição dos atos declaratórios que a excluíram do SIMPLES e do SIMPLES NACIONAL com efeitos retroativos ; cita e transcreve art.3º da Lei nº 9.784, além de mencionar o inc. II do art.59; A decisão foi tomada antes de qualquer alegação ou defesa da contribuinte, o que implica em flagrante ilegalidade e evidente prejuízo. O prejuízo é ainda mais flagrante na medida em que, mesmo sem ter oferecido defesa, o senhor auditor fiscal lavrou diversos autos de infração, todos considerando uma exclusão definitiva da empresa do SIMPLES e do SIMPLES NACIONAL com efeitos retroativos, fatos que se originaram do presente processo administrativo onde a empresa em nenhum momento foi chamada para previamente exercer seu direito constitucional e legal da ampla defesa e do contraditório; Assim, requer a recorrente a decretação da nulidade do parecer, despacho decisório e atos declaratórios em exame, oportunizando o exercício ao prévio contraditório mediante a formulação de alegações e provas antes da decisão; Fl. 1768DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.769 7 Os atos declaratórios excluíram a empresa do SIMPLES e do SIMPLES NACIONAL com datas retroativas, o primeiro retroativamente a partir de 01.01.2005 e o segundo, também retroativamente, a partir de 01.07.2007; A partir desta exclusão o senhor fiscal prosseguiu com a fiscalização e apurou os créditos previdenciários constantes dos autos de infração, desconsiderando, portanto, a metodologia de apuração de tributos que a empresa efetivara anteriormente; Esta apuração retroativa de fatos geradores quando modificado o critério jurídico pela administração (a empresa vinha apurando e recolhendo os tributos no SIMPLES e depois no SIMPLES NACIONAL) ofende a segurança jurídica, o ato jurídico perfeito e o estabelecido no art. 146 do Código Tributário Nacional; Pelo art. 146 do CTN, as modificações introduzidas nos critérios jurídicos adotados para o exercício do lançamento somente podem ser efetivados, em relação ao mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução; A empresa vinha recolhendo seus tributos e contribuições de acordo com o pelo SIMPLES e SIMPLES NACIONAL, e esta opção foi aceita pelo Fisco durante todo o período descrito no auto de infração. A situação jurídica da empresa, durante o período objeto da autuação, permaneceu a mesma, sendo que somente agora, por urna questão de interpretação da Receita, é que se entendeu que a mesma não poderia estar naqueles mencionados regimes tributários simplificados; Esta interpretação poderia ter ocorrido anteriormente, o que não aconteceu. Ao pretender apurar créditos tributários com base em fatos geradores anteriores à modificação do critérios jurídicos para o lançamento (de SIMPLES para lucro arbitrado ou presumido, com base de cálculo sobre o faturamento para uma base de cálculo em cima de salários), a autoridade fiscal poderia fazêlo tão somente quanto aos fatos geradores futuros, ou seja, os posteriores à data da exclusão da empresa do SIMPLES, sob pena de violação do principio da segurança jurídica e da garantia prevista no art. 146 do CTN; transcreve excertos doutrinários acerca de mudança de critério jurídico; Ante o exposto, e manifestada a inconformidade com o procedimento, requer o acolhimento e provimento do presente recurso, para decretar a nulidade do parecer safis 024/2010, do despacho decisório 209/2010 e dos atos declaratórios 050 e 051, da DRF de Joaçaba, posto que proferidos em procedimento administrativo irregular sem a intimação da contribuinte para o exercício prévio da ampla defesa e do contraditório. Sucessivamente, e se não for este o entendimento, a revisão dos mencionados atos declaratórios para que os efeitos da exclusão se operem somente a partir de sua edição e sem eficácia retroativa. Da Impugnação auto de infração IRPJ Consta do relatório fiscal que a empresa JOVAL INDÚSTRIA DE PORTAS LTDA. teria cometido infração tributária ao se constatar e presumir, no procedimento fiscal, omissão de receitas da atividade, depósitos bancários de origem não comprovada e venda de produtos de fabricação própria contabilizadas e não declaradas, cujos tributos foram apurados através de sistemática de lucro arbitrado e lucro presumido, desconsiderando os regimes do SIMPLES e do SIMPLES NACIONAL aos quais a empresa se encontrava submetida no período fiscalizado; Fl. 1769DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.770 8 Referido auto de infração, portanto, teve por base a apuração dos créditos tributários potencialmente devidos se a empresa contribuinte não estivesse enquadrada nos regimes do SIMPLES e do SIMPLES NACIONAL. A apuração levada a efeito pelo Auditor Fiscal, teve como premissa a exclusão da empresa dos referidos regimes tributários realizada em 2010, mas com efeitos retroativos; Prescrição / Decadência: Preliminarmente deve ser reconhecida a incidência da prescrição / decadência, com base no §4º do art.150 do CTN, para o lançamento dos créditos tributários relativos ao período anterior a julho de 2005; Procedimento Fiscal que violou norma constitucional: A Constituição assegurou o sigilo dos dados, incluindose neles os dados bancários. Nem mesmo lei infraconstitucional pode violar tal garantia, sob pena de padecer de vicio insanável; No procedimento fiscal verificase que o senhor auditor obrigou a empresa, sob coerção e imposição de penalidades administrativas, a quebrar seu sigilo bancário, o que implica em violação ao inciso XI do art. 5° da Constituição Federal; que o STF tem decidido pela impossibilidade de quebra de sigilo bancário, salvo por ordem judicial; Impossibilidade de Apuração de Créditos Retroativamente na hipótese de Modificação de Critério Jurídico aqui, a Interessada repete argumentos relativamente à exclusão do SIMPLES, trazidos em sua manifestação de inconformidade; Depósitos Bancários Supostamente Não comprovados: A contribuinte informou ao senhor auditor fiscal que inúmeros depósitos bancários, que este considerava e considerou como "não comprovados", tiveram como origem movimentações realizadas pela própria empresa através de: • depósitos realizados pela própria empresa lançados nas planilhas sob a rubrica "caixa"; • operações de descontos de cheques recebidos, contabilizados e declarados pela empresa; • depósitos de clientes relativos à aquisição regular e declarada de mercadorias. De outra banda, o arbitramento dos tributos encontrase absolutamente dissociada da realidade da empresa. A base de cálculo utilizada não corresponde a faturamento, e muito menos a lucro. A impugnante discorda e impugna expressamente a base de cálculo utilizada para o arbitramento; Todavia entendeu o senhor fiscal que as justificativas não mereciam prosperar porque o contribuinte deveria provar através da juntada de comprovantes de depósito, comprovantes de origem dos cheques prédatados e notas fiscais dos depósitos de clientes; Ao que tudo indica este entendimento acaba por deixar sob a responsabilidade do contribuinte o ônus probatório, o que ao nosso juízo fere um dos mais comezinhos princípios de direito, segundo a quem alega compete provar; Fl. 1770DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.771 9 Se é o caso de apontar um crédito tributário, deveria o fisco comprovar de forma sólida que determinada movimentação bancária deve ser tributada. Pois é justamente isto que se fez, tributouse, por via reflexa, a movimentação financeira. E não há mais, no ordenamento jurídico, desde a extinção da CPMF, tributação sobre movimentação bancária; Eis o raciocínio utilizado: 1. há movimentação bancária; 2. tributase a movimentação bancária como se receita de atividade fosse; Duas são as ilegalidades existentes, portanto: o Ônus de provar deveria recair sobre o fisco, que é quem tem a obrigação de constituir o crédito; a movimentação bancária, por si só, não pode ser tributada sem outros elementos, sob pena de importar justamente em tributação não prevista mais no ordenamento jurídico; No mais, senhores julgadores, requer a contribuinte a revisão das planilhas e argumentos que apresentou no decorrer do procedimento fiscal, em especial as manifestações de N. 246 a 389, posto que as mesmas são suficientes para justificar a movimentação bancária apontada, e se assim não for o suficiente a realização de prova pericial para que o senhor perito aponte [...] (indica os quesitos); Respondendo a estes quesitos, que poderão ser somados a outros a serem apresentados com o deferimento da produção da prova, se concluirá pela insubsistência do auto de infração; Da Multa Qualificada Aplicada: Foi aplicada ao contribuinte a multa de 150%, tendo como fundamentação legal o art. 44, I e II da lei 9.430; O dispositivo que trata da multa em questão foi alterado pela Lei 11.488 de 2007, revogandose a redação e multa antiga para criarse a atual. Sabese que a legislação tributária retroage para beneficiar o contribuinte, mas jamais para prejudicálo; neste norte aponta a jurisprudência do Conselho de Contribuintes: RETROATIVIDADE BENIGNA A cobrança de multa por atraso no pagamento desacompanhado dos juros de mora tinha previsão legal no art. 44, §1 º, II da Lei n° 9.430/96, que deixou de vigorar inicialmente com a Medida Provisória n° 303/2006 que não foi convertida em lei, e mais recentemente com a Medida Provisória n° 351/2007, convertida na Lei n° 11.488/2007. Dessa forma, aplicase a retroatividade benigna da Lei, nos termos do art. 106, II, "a" do CTN, cancelandose a exigência da multa isolada. Assim, a multa não pode retroagir para atingir fatos ocorridos anteriores a sua vigência, uma vez que sua introdução no ordenamento se deu com a Lei 11.488, apenas em 2007; Finalizando, a Interessada requer: Ante o exposto, requer a esta Colenda Delegacia da Receita Federal de Julgamentos, o reconhecimento da decadência, excluindose os créditos anteriores a agosto de 2004, e a desconstituição integral do auto de infração ante sua insubsistência nos termos da argumentação já referida. A seguir encontramse as outras impugnações dirigidas aos demais autos de infração, de CSLL, de COFINS e de PIS, nesta ordem, que, por revelaremse Fl. 1771DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.772 10 idênticas à impugnação do auto de infração de IRPJ, ora relatoriada, deixam de se reproduzilas. Ao apreciar a impugnação apresentada, a 3ª Turma da já mencionada DRJ/Florianópolis proferiu o Acórdão nº 0730.354, de 21 de dezembro de 2012, por meio do qual decidiu pela procedência total do feito fiscal. Assim figurou a ementa do referido julgado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 31/03/2005 a 31/12/2008 Preliminar de Nulidade. Atos Fiscais. Direito ao Contraditório. Cerceamento do Direito de Defesa. Inocorrência. Impugnação. Descabe falar em cerceamento do direito de defesa durante a ação fiscal, posto que se trata de fase préprocessual em que se verifica o cumprimento das obrigações tributárias. Somente com a impugnação é que se inaugura a fase litigiosa do processo administrativo fiscal. O cerceamento ao direito de defesa somente se caracteriza pela ação ou omissão por parte da autoridade lançadora que impeça o sujeito passivo de conhecer os dados ou fatos que, notoriamente, impossibilitem o exercício de sua defesa. Não provada violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, nem dos arts. 10 e 59 do Decreto nº 70.235/72, não há que se falar em nulidade quer da exclusão do SIMPLES, quer do procedimento fiscal que lhe deu origem. Arguições de Inconstitucionalidade e Ilegalidade da Legislação Tributária. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de Arguições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. Lançamentos Decorrentes. PIS, Contribuição Social sobre o Lucro Liquido CSLL e COFINS. Tratandose da mesma matéria fática e não havendo questões de direito específicas a serem apreciadas, aplicase aos lançamentos decorrentes a decisão proferida no lançamento principal (IRPJ). ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Período de apuração: 31/03/2005 a 31/12/2008 Prática Reiterada de Infração à Legislação. Omissão de Receita.Exclusão de Ofício. Efeitos. Fl. 1772DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.773 11 Créditos bancários sem origem justificada caracteriza omissão de receita, por força de presunção legal, e se constitui em prática reiterada de infração à legislação tributária se tal situação se verificou por quarenta e oito meses e em valores bem superiores as receitas declaradas. Ocorrida esta situação, os efeitos da exclusão já se notam na data da infração, por expressa previsão legal. Assim como se verificou, em igual período, a existência de receitas operacionais contabilizadas, mas não declaradas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 31/03/2005 a 31/12/2008 Sigilo Bancário. Procedimento de Ofício. Solicitação Regular. Transferência de Sigilo. Havendo procedimento de ofício instaurado, a prestação, por parte da Fiscalizada e/ou por parte das instituições financeiras, de informações solicitadas pelos órgãos fiscais tributários do Ministério da Fazenda, não constitui quebra do sigilo bancário, haja vista prestarse apenas a possível constituição de crédito tributário e eventual apuração de ilícito penal, havendo, na verdade, mera transferência da responsabilidade do sigilo, antes assegurado pela instituição financeira e agora mantido pelas autoridades administrativas. Presunções Legais Relativas. Distribuição do ônus da Prova. As presunções legais relativas obrigam a autoridade fiscal a comprovar, tão somente, a ocorrência das hipóteses sobre as quais se sustentam as referidas presunções, atribuindo ao contribuinte o ônus de provar que os fatos concretos não ocorreram na forma como presumidos pela lei. Multa de Ofício Qualificada. Duplicação do Percentual da Multa de Ofício. Legitimidade. A hipótese legal de qualificação da multa de ofício, nos casos previstos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei no 4.502/1964, existe desde a edição da Lei nº 9.430/96, e nunca foi suprimida/revogada. É fato que a Lei 11.488/07 alterou a redação do art. 44 dessa lei, que tratava da multa aplicável em caso de lançamento de ofício, sem, no entanto, suprimir a mencionada hipótese de qualificação da multa o que, na redação original, estava previsto no inciso II, a partir da nova redação passou a ser tratado no inciso I combinado com o §1º. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Período de apuração: 31/03/2005 a 30/06/2005 Lançamento por homologação. Dolo. Decadência. Art.173 do CTN. Lançamento Nulo. Nos casos em que comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial deslocase daquele previsto no art.159 para as regras estabelecidas no art.173 (ambos do CTN), onde ficou constatado que, sob as regras deste último, não ocorreu a decadência para os fatos geradores compreendidos no períodos supra indicados. Fatos Geradores Trimestrais: de 31/03/2005 a 31/12/2008 Depósitos Bancários. Origens. Presunção Legal. Omissão de Receita. Fl. 1773DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.774 12 Caracterizam como omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Arbitramento de Lucro. Base de Cálculo. Receita Bruta Conhecida. Reputase correta a base de cálculo do lucro arbitrado considerada: a presunção legal de omissão de receita por falta de comprovação dos créditos bancários e a receita da atividade contabilizada e não declarada. Inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário no qual repete os argumentos deduzidos anteriormente. Nada obstante, resumidamente, acrescenta que: (i) é necessária a participação ativa do sujeito passivo no procedimento de exclusão do SIMPLES e do SIMPLES NACIONAL; (ii) a decisão proferida pelo STJ no REsp 764.111/RS daria amparo ao seu entendimento de que houve violação ao contraditório e à ampla defesa; (iii) a própria decisão recorrida confirma que houve modificação do critério jurídico de apuração ao dar efeitos retroativos nos atos de exclusão; (iv) o sigilo bancário é barreira constitucional, cuja quebra só pode ser autorizada pelo judiciário, neste sentido, o contribuinte foi coagido a apresentar os extratos bancários, o que viola sua garantia constitucional ao silêncio; (v) não se pode deslocar a regra da decadência para o artigo 173, I, do CTN, sem a comprovação da ocorrência de fraude, dolo ou simulação; (vi) reitera que as manifestações de fls. 246 a 389 são suficientes para justificar a movimentação bancária e, no limite, propugna pela realização de prova pericial; e (vii) a redução percentual da multa deve ser aplicada retroativamente porque a hipótese de sua duplicação não existia antes da alteração ao artigo 44 da Lei nº 9.430/96 promovida pela Lei nº 11.488/07. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Marozzi Gregorio, Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. A recorrente insiste que houve violação ao contraditório e à ampla defesa. Nesse sentido, acrescenta aos argumentos anteriormente deduzidos o seu entendimento de que deveria haver a participação ativa do sujeito passivo no procedimento de exclusão dos regimes dos SIMPLES FEDERAL e NACIONAL. Além disso, invoca a decisão proferida pelo STJ, no REsp nº 764.111/RS, o qual teria restabelecido decisão interlocutória que concedeu tutela Fl. 1774DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.775 13 antecipada em sede de ação declaratória que solicitava a nulidade de ato de exclusão do regime do SIMPLES sem ter sido oportunizado prazo para oferecimento de defesa prévia. Não lhe assiste razão! Relativamente ao SIMPLES FEDERAL, o § 3º do artigo 15 da Lei nº 9.317/96 dispõe que: § 3º A exclusão de ofício darseá mediante ato declaratório da autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal que jurisdicione o contribuinte, assegurado o contraditório e a ampla defesa, observada a legislação relativa ao processo tributário administrativo. Relativamente ao SIMPLES NACIONAL, o artigo 39 da Lei Complementar nº 123/06 dispõe que: Art. 39. O contencioso administrativo relativo ao Simples Nacional será de competência do órgão julgador integrante da estrutura administrativa do ente federativo que efetuar o lançamento, o indeferimento da opção ou a exclusão de ofício, observados os dispositivos legais atinentes aos processos administrativos fiscais desse ente. Portanto, as garantias do contraditório e da ampla defesa são exercidas no âmbito do processo tributário administrativo e as diversas normas neste sentido estão regulamentadas no Decreto nº 70.235/72. Com efeito, a recorrente exerceu esses direitos ao ser regularmente notificada dos atos declaratórios que decidiram por sua exclusão dos regimes de tributação do SIMPLES FEDERAL e do SIMPLES NACIONAL, apresentar sua tempestiva manifestação de inconformidade e, subsequentemente, incluir as razões que entendeu cabíveis quanto a estes fatos no recurso voluntário que ora se enfrenta. Ademais, as exclusões se deram com estrita observância ao que prevêem os artigos 9º, 15 e 16, da Lei nº 9.317/96, bem como os artigos 3º, 17 e 29 da Lei Complementar nº 123/06. O fato de o STJ, em sede de tutela antecipada em recurso especial, ter entendido de forma diferente, de maneira alguma vincula a decisão deste Colegiado. Isso só ocorreria no caso de aquele tribunal ter se pronunciado de forma definitiva em matéria que tenha seguido a sistemática dos recursos especiais repetitivos. Nesse sentido, o § 2º do artigo 62 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, verbis: Fl. 1775DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.776 14 RICARF: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Com relação à alegada confirmação, pela decisão recorrida, de que houve modificação do critério jurídico de apuração ao dar efeitos retroativos nos atos de exclusão, cumpre esclarecer que a instância a quo apenas noticia a existência de previsão legal que ampara o procedimento adotado pela fiscalização e, nesse sentido, deixa claro que não houve ofensa ao estatuído no artigo 146 do CTN. Confirase: Assim como, não há que se falar em mudança de critério jurídico, nos termos do que dispõe o art.146 do CTN, pelo fato de a Administração Tributária ter alterado seu regime de tributação, pois disto não se trata. A exclusão de empresas do SIMPLES, de ofício, e, consequentemente, a apuração de tributos e contribuições pelas regras do Lucro Real, Arbitrado ou Presumido, não significa mudança de critério jurídico. Tratase de um procedimento que encontrase previsto na legislação tributária, que confere à Administração Tributária o monitoramento daquelas empresas que encontramse no SIMPLES, excluindo do sistema aquelas que não reúnem as condições legais para ali permanecer ou aquelas que incorreram em situações estabelecidas na legislação como impeditivas à continuarem no SIMPLES. E, verificado que a empresa não pode mais continuar no SIMPLES, por força de alguma causa excludente (legalmente prevista), a Administração Tributária promove a sua exclusão, de ofício, ocasião em que a empresa passa a apurar os tributos e contribuições devidos, não mais pelas regras do SIMPLES, mas pelo regime ordinário de tributação: lucro real, presumido ou arbitrado. Isto é o que temos nos autos, portanto é equivocado o entendimento da Interessada de que a Administração Tributária teria aceitado sua opção pelo SIMPLES e depois, por uma questão de interpretação, teria alterado sua situação jurídica. Portanto, é de se afastar a preliminar de nulidade dos atos de exclusão do SIMPLES FEDERAL e NACIONAL, mantendo as exclusões desses regimes. No que diz respeito à alegação de que a empresa foi coagida a apresentar os extratos bancários e que isso caracterizaria a quebra do seu sigilo pela fiscalização, além dos argumentos já expostos pela autoridade julgadora de primeira instância, há que se reforçar a natureza inquisitória do procedimento fiscal. Essa é a essência de diversos comandos previstos na legislação tributária. Nesse sentido, vejase o que dispõem os seguintes dispositivos do Decreto nº 3.000/99 (Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99): Fl. 1776DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.777 15 Art. 904. A fiscalização do imposto compete às repartições encarregadas do lançamento e, especialmente, aos Auditores Fiscais do Tesouro Nacional, mediante ação fiscal direta, no domicílio dos contribuintes (Lei nº 2.354, de 1954, art. 7º, e DecretoLei nº 2.225, de 10 de janeiro de 1985). (...) Art. 911. Os AuditoresFiscais do Tesouro Nacional procederão ao exame dos livros e documentos de contabilidade dos contribuintes e realizarão as diligências e investigações necessárias para apurar a exatidão das declarações, balanços e documentos apresentados, das informações prestadas e verificar o cumprimento das obrigações fiscais (Lei nº 2.354, de 1954, art. 7º). (...) Art. 927. Todas as pessoas físicas ou jurídicas, contribuintes ou não, são obrigadas a prestar as informações e os esclarecimentos exigidos pelos AuditoresFiscais do Tesouro Nacional no exercício de suas funções, sendo as declarações tomadas por termo e assinadas pelo declarante (Lei nº 2.354, de 1954, art. 7º). Art. 928. Nenhuma pessoa física ou jurídica, contribuinte ou não, poderá eximirse de fornecer, nos prazos marcados, as informações ou esclarecimentos solicitados pelos órgãos da Secretaria da Receita Federal (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 123, DecretoLei nº 1.718, de 27 de novembro de 1979, art. 2º, e Lei nº 5.172, de 1966, art. 197). Não se deve esquecer que a escrituração da movimentação bancária é uma exigência, inclusive, para as empresa optantes pelos regimes do SIMPLES (artigo 7º, § 1º, “a”, da Lei nº 9.317/97 e artigo 26, § 2º, da Lei Complementar nº 123/06). Assim, quando a fiscalização solicita os extratos bancários, nada mais faz do que requisitar comprovação documental de escrituração obrigatória. Age, portanto, rigorosamente dentro de sua competência legal. Esse procedimento é, mesmo, preparatório para a eventual necessidade de requisição de movimentação financeira – RMF. Vejase, nesse sentido, o § 2º, do artigo 4º, do Decreto nº 3.724/01: § 2º A RMF será precedida de intimação ao sujeito passivo para apresentação de informações sobre movimentação financeira, necessárias à execução do procedimento fiscal. Destarte, não houve qualquer coação. A empresa, regularmente intimada, apresentou espontaneamente os extratos bancários. Não houve quebra do sigilo bancário Fl. 1777DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.778 16 porque nem chegou a ser necessária a emissão de RMF. E, ainda que o fosse, careceriam de suporte as alegações de sua inconstitucionalidade no âmbito deste Colegiado. É que a atuação administrativa deve ser pautada pelas normas estabelecidas pela lei. A competência desta Casa está circunscrita a verificar os aspectos legais dessa atuação. Quanto a isso, vale a pena transcrever o que dispõem o artigo 62 do Anexo II do RICARF e a Súmula CARF nº 2: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (grifei) Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Ademais, cumpre enfatizar a exigência regimental para que os julgados desta Casa observem os entendimentos sumulados. É o que está determinado no artigo 72 do Anexo II do RICARF: Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. Assim, se o acesso às informações bancárias seguiu estritamente o que foi estabelecido pela legislação que regulamenta o assunto, não há o que se invalidar no procedimento da fiscalização. Quanto à alegação de decadência, a matéria está disciplinada no § 4º do artigo 150 do CTN, verbis: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (grifei) (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse Fl. 1778DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.779 17 prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (grifei) Com efeito, entendo que a “atividade” exercida pelo sujeito passivo obrigado a antecipar o pagamento é a característica marcante dessa modalidade de lançamento chamado “por homologação”. Assim, o que se homologa é a atividade concernente à apuração de eventual crédito tributário sujeito à extinção. Independe, portanto, da existência de efetivo pagamento, até porque muita das vezes ele poderá não ser necessário, seja porque não é apurado crédito tributário ou porque existe crédito a favor do sujeito passivo que poderá ser aproveitado numa compensação. Nesse sentido, qualquer que seja o tributo, se ele for sujeito a essa sistemática denominada “lançamento por homologação”, o prazo decadencial de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, para a homologação da atividade de apuração do crédito tributário efetivada pelo sujeito passivo, corresponderia ao mesmo prazo que dispõe o Fisco para o lançamento de ofício de eventuais diferenças não pagas e/ou declaradas. Porém, constatada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a ressalva é expressa. Nessa hipótese, a regra do prazo decadencial para o Fisco efetuar o lançamento de ofício deslocase para aquela prevista no artigo 173, I, do CTN, qual seja, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Confirase: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Para os fatos geradores ocorridos durante um determinado anocalendário, esse prazo inicial é contado a partir de 1º de janeiro do ano seguinte. Contudo, quanto aos fatos geradores ocorridos em 31 de dezembro, o primeiro dia em que o lançamento pode ser efetuado é justamente o dia 1º de janeiro do ano seguinte. Portanto, nesses casos, o prazo inicial passa a ser contado a partir de 1º de janeiro do ano subsequente. No entanto, esse meu entendimento não pode prevalecer neste julgamento. Isso porque o já mencionado § 2º do artigo 62 do RICARF dispõe que as decisões proferidas pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos, devem ser reproduzidos nos julgamentos do CARF. A questão da decadência foi objeto de decisão do STJ, na referida sistemática, no REsp nº 973.733SC, com a relatoria do Ministro Luiz Fux. Foi o seguinte a ementa dessa decisão: Fl. 1779DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.780 18 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 163/210). 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs.. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 183/199). (...) Fl. 1780DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.781 19 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733 SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) O entendimento que faço da leitura do referido julgado é no sentido de que o início do prazo decadencial para o Fisco promover o lançamento de ofício, nos casos de tributos sujeitos à sistemática dos denominados “lançamentos por homologação”, restou assim configurado: 1. Se ocorrer dolo, fraude ou simulação: primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado (artigo 173, I, do CTN) 2. Se não ocorrer dolo, fraude ou simulação: a. Se houver pagamento (ou declaração): data da ocorrência do fato gerador (artigo 150, § 4º, do CTN) b. Se não houver pagamento (ou declaração): primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado (artigo 173, I, do CTN) Independentemente de a maioria desta Turma discordar do entendimento de que o STJ teria incluído a "declaração" como fato suficiente para o enquadramento nas hipóteses "2.a" e "2.b" acima, importa notar que, no presente caso, houve qualificação da multa decorrente de conduta dolosa qualificada no espectro dos artigos 71 a 73 da Lei nº 4.502/64. Portanto, se essa qualificação ficar confirmada, devese aplicar a hipótese "1" (o artigo 173, I, do CTN), ou seja, a contagem do prazo iniciase no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. De acordo com o Termo de Verificação e Encerramento da Ação Fiscal, a empresa, reiteradamente, declarou valores muito inferiores ao da receita apurada. Em verdade, mesmo se considerarmos a receita contabilizada, os valores informados eram também inferiores porque verificouse a prática de “cortar” as centenas ou dezenas de milhares de reais. Assim, restou clara a figura da sonegação prevista no artigo 71 da Lei nº 4.502/64, verbis: Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; Fl. 1781DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.782 20 II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Por consequência, reconheço como aplicável ao caso a hipótese do artigo 173, I, do CTN, ou seja, a contagem do prazo iniciase no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado. Na situação mais crítica para o Fisco, os períodos de apuração encerrados no curso do anocalendário de 2005, o início do prazo decadencial deve ser contado a partir de 1º de janeiro de 2006. Como a ciência de todos os autos de infração foi efetivada em 09/07/2010, os lançamentos correspondentes são legítimos. No que concerne ao acolhimento das manifestações juntadas de fls. 246 a 389, a instância a quo já sentenciou que a autoridade fiscal (fls. 1552 a 1555), ao apreciar essas manifestações, aceitou vários créditos bancários como comprovados, explicando o porquê de sua aceitação, bem como explicando o porquê da não aceitação dos valores que a impugnante entendia poder serem comprovados. A decisão recorrida foi categórica ao afirmar que a empresa não havia apresentado, em sede de impugnação, qualquer contestação à recusa fiscal de comprovação daqueles créditos bancários. Limitouse a fazer meras alegações sem enfrentar as razões da fiscalização. Em sede de recurso, a empresa repete o mesmo teor da impugnação, incluindo o pedido de perícia, sem novamente fazer quaisquer considerações, ainda que em face do quanto argumentado pela DRJ. Portanto, considerando que as infrações apontadas foram pautadas por elementos que a legislação considera suficientes para a apuração dos créditos tributários desde que o contribuinte não forneça prova em sentido contrário; que a empresa teve tempo suficiente para, pelo menos, contraditar as razões da não aceitação de provas pela fiscalização; e que o artigo 18 do PAF tem natureza de cunho facultativo para a formação da convicção da autoridade julgadora ao conferir a esta a possibilidade de determinar a realização de diligências e perícias quando entender que são necessárias; indefiro o pedido de realização de perícia. Quanto à redução percentual da multa, a recorrente persevera na alegação de que a hipótese da duplicação da multa não existia antes da alteração ao artigo 44 da Lei nº 9.430/96 promovida pela Lei nº 11.488/07. Ela teria sido criada com o novo texto legal. Nesse sentido, se apega ao fato de que o referido artigo previa apenas dois patamares de multa nos percentuais de 75% e 150%. Mas, depois da alteração, eles teriam sido reduzidos para 75% e 50%. Por isso, entende que deve se beneficiar da retroatividade benigna prevista no artigo 106 do CTN. Apesar do não acolhimento dessa tese pela decisão recorrida, sustenta que o seu entendimento é pacífico na jurisprudência e na doutrina. Nada mais equivocado! A retroatividade benigna é, de fato, adotada quando se sucede uma redução legal no percentual da multa aplicada numa determinada situação. Isso não se discute! Fl. 1782DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.783 21 O problema é que não houve redução desse percentual para a hipótese de qualificação da multa aplicada quando se verificam as condutas de sonegação, fraude ou conluio previstas nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. O que houve foi apenas uma pequena alteração da topologia e da redação do texto legal, sem maiores consequências para o sentido que lhe é extraído. Vejase: Antes: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (...) II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis Depois: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) (...) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Assim, a Lei nº 11.488/07 reconfigurou os dispositivos deste artigo, deslocando a hipótese de qualificação da multa para o § 1º. Nada obstante, não alterou o sentido do comando legal. A referência à duplicação do percentual tratado no inciso I (de 75%), por óbvio, irá resultar nos mesmos 150% anteriormente previstos no inciso II. Por conseguinte, não há que se falar em redução do percentual para fins de aplicação da regra da retroatividade benigna. Quanto às alegações que replicam o que foi carreado na peça impugnatória, peço vênia para adotar os mesmo fundamentos deduzidos no voto condutor da decisão recorrida. Fl. 1783DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13982.000484/201011 Acórdão n.º 1401001.564 S1C4T1 Fl. 1.784 22 Pelo exposto, oriento meu voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade dos atos de exclusões dos regimes do SIMPLES FEDERAL e NACIONAL, afastar a preliminar a decadência e negar provimento ao recurso voluntário. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator Fl. 1784DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 12/03/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO
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