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Numero do processo: 12466.004054/2007-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 14 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-000.583
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por UNANIMIDADE de votos, em converter o julgamento em diligência.
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO- Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Cassio Schappo, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Winderley Morais Pereira.
Compareceu à sessão de julgamento o(a) advogado(a) Cíntia Sales Queiroz, OAB/SP nº 241708.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
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CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Cassio Schappo, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Winderley Morais Pereira. Compareceu à sessão de julgamento o(a) advogado(a) Cíntia Sales Queiroz, OAB/SP nº 241708. RELATÓRIO Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. Versa o presente processo sobre os Autos de Infração lavrados (fls. 05/12 e 22/25) para a exigência do crédito tributário relativo às diferenças de recolhimento do Imposto de Importação (R$ 187.854,17) e Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Importação (R$ 125.520,75), acrescidos da multa de ofício e dos juros de mora, bem como à multa regulamentar por classificação incorreta da mercadoria na Nomenclatura Comum do Mercosul, no valor de R$ 17.298,86, prevista art. 84, inciso I, da Medida Provisória nº 2.15835, de 27 de agosto de 2001, e à multa do controle administrativo por falta de licenciamento na importação no valor de R$ 512.329,49. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 24 66 .0 04 05 4/ 20 07 -3 1 Fl. 389DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 12466.004054/200731 Resolução nº 3201000.583 S3C2T1 Fl. 384 2 No Termo de Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, às fls. 31/49, consta que a autuada registrou as declarações de importação elencadas, para a importação de impressoras digitais ou sistemas de impressão digital, segundo a sua descrição,tendo sido classificados com os códigos NCM 8471.60.23 e 8471.60.30. Entretanto, o entendimento da fiscalização é de que esses produtos deveriam ter sido classificados com o código NCM 9009.21.00, por se tratar de COPIADORAS MULTIFUNCIONAIS, ou seja, um "sistema de impressão" modular, podendo integrar várias funções tais como impressão, cópia, scanner e fax. E, por não ser possível distinguir a função principal do produto, foi aplicada a RGI3,” c”, que conduziu a classificação para a última posição dentre as possíveis. Informa que tal é a conclusão de solução de consulta efetuada pela própria empresa ÊXITO Solução SRRF/7ª. RF/DIANA nº 100/03 (processo 12466.003353/200243), de 16 de abril de 2003 e na Solução SRRF/7ª.RF/DIANA nº 119 (processo 12466.003351/200254), de 02 de maio de 2003 (doc. 02), referente às multifuncionais importadas da marca RICOH, modelos Aficio 1015, e Afício 700, 1035 e Aficio 1045, respectivamente. Regularmente cientificada (fls. 6 e 22) a interessada apresentou impugnação tempestiva, às fls. 159/186, na qual, em síntese: Alega, preliminarmente, ilegitimidade passiva, arguindo que a responsabilidade é exclusiva da adquirente, uma vez que a importação realizouse por conta e ordem da Simpress Indústria, Comercio e Locação de Sistemas de Impressão Ltda., atualmente denominada RR Indústria e Remanufatura S.A., a qual indicou a classificação fiscal adotada. Também a Impugnante não tem interesse comum, já que não obteve nenhuma vantagem em realizar as importações pela classificação fiscal desqualificada, e, além disto, o Contrato de Importação por Conta e Ordem de Terceiros anexado estabelece expressamente a responsabilidade da Adquirente. Por estes motivos, deve o auto de infração ser anulado em razão do erro de identificação do sujeito passivo ou, alternativamente, deverá ser incluída a Adquirente como solidária. Informa que os produtos importados são equipamentos que agregam de forma modular os recursos de impressão, cópia, digitalização (scanner) e facsímile, constituindose em verdadeiros "Sistemas de Impressão", não se caracterizando como "fotocopiadora por sistema ótico". Afirma que o Laudo Técnico n.° 064/02 (Doc. 04), elaborado pela FUCAPI como resposta às indagações formuladas pela Secretaria da Receita Federal, constatou que os equipamentos importados são equipamentos de impressão, exatamente como concluíram os peritos nos Laudos Técnicos n° 118, 117 e 196 (Doc. 03). Argui que, além destes, foram emitidos laudos técnicos do Instituto Nacional de Tecnologia INT (Doc. 05), o qual é categórico em afirmar que as mercadorias importadas não são copiadoras por sistema ótico. Fl. 390DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 12466.004054/200731 Resolução nº 3201000.583 S3C2T1 Fl. 385 3 Nesse sentido também concluiu a UNICAMP (Doc. 06). Sendo a conclusão de todos os laudos de que a característica essencial dos produtos importados é a impressão, deve ser desqualificada a classificação fiscal adotada pela fiscalização, em vista da RGI 3. Alega que nenhuma das multas impostas pode prosperar, já que a operação foi coberta por fatura comercial e guia de importação, com o devido Registro da Declaração de Importação, os quais descreviam de forma suficiente as mercadorias importadas como sistemas de impressão, com a indicação da espécie, tipo, marca, número, série, referência. Não houve qualquer declaração inexata e a Impugnante não poderia ter informado que se tratavam de copiadoras, pois, conforme atestado por todos os laudos técnicos juntados, as mercadorias não se enquadram no conceito de copiadora. Além de o produto estar corretamente descrito, não houve intuito doloso ou máfé por parte da declarante. Assim, em razão do que dispõe o Ato Declaratório Normativo ADN Cosit n° 10/97, é incabível tanto a multa prevista no art. 44 da Lei n°9.430/96, quanto a multa prevista no art. 633, II, alínea "a" do Regulamento Aduaneiro. É improcedente, também, a cobrança da multa por erro na classificação da mercadoria na Nomenclatura Comum do Mercosul. Ainda que os valores sejam julgados como devidos, há imputação de mais de uma penalidade a um só fato (declaração inexata), num verdadeiro bis in idem, de forma que os valores deverão ser cancelados. Argumenta que a fiscalização pretende ampliar a hipótese de aplicação da penalidade disposta no art. 633, II, alínea "a" do Regulamento Aduaneiro, para que ela abranja também a hipótese de declaração inexata de mercadorias na Declaração de Importação, utilizando como fundamento o Parecer n° 55/2003, da DISIT da 7ª. Região Fiscal. Ao empregar interpretação extensiva da norma penal e fundamentar a aplicação da pena em ato sem poder normativo afronta ao princípio constitucional da legalidade. Destaca que a encomendante da importação (Simpress) teve contra si lavrado auto de infração pela Alfândega do Porto de ManausAM, em razão da importação dos mesmos produtos (sistemas de impressão da linha Aficio), sendo que, ao julgar o referido recurso voluntário, o Terceiro Conselho de Contribuintes cancelou as exigências, por entenderem que os produtos importados não se caracterizam como "fotocopiadoras por sistema ótico", classificadas na NCM 90.09 (Acórdão 30334.061— Doc. 07). Insurgese contra a incidência de juros sobre o valor lançado a título de multa de oficio, porque não há previsão na legislação de juros sobre multa, mas, tão somente, sobre os débitos de tributos e contribuições. Requer o acatamento da preliminar de ilegitimidade passiva, ou que seja incluída a Adquirente como solidária, além do cancelamento integral da exigência fiscal. Sobreveio decisão da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC, que julgou, por unanimidade de votos, procedente em parte a impugnação, mantendo em parte o crédito tributário apurado, para excluir a multa Fl. 391DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 12466.004054/200731 Resolução nº 3201000.583 S3C2T1 Fl. 386 4 administrativa do controle das importações de 30% relativas às DI nº: 03/00722057/ 002, 03/00722057/ 004, 03/00722057/ 005, 03/00722057/ 006, 03/00722057/ 007, 03/01320823/ 001, 03/01320823/ 004, 03/01320823/ 006, 03/01320823/ 007, 03/02953927/ 002 e 03/03653080/ 001. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 02/01/2003 a 02/05/2003 RECLASSIFICAÇÃO FISCAL. Havendo a reclassificação fiscal com alteração para maior da alíquota, tornamse exigíveis as diferenças de tributos com os acréscimos legais previstos na legislação. MULTA DE 1% DO VALOR ADUANEIRO. Cabível a multa prevista no inciso I do artigo 84 da Medida Provisória 2.15835/ 2001 se o importador não logrou classificar corretamente a mercadoria na Nomenclatura Comum do Mercosul. FALTA DE LICENÇA DE IMPORTAÇÃO. PENALIDADE. Aplicase a multa por falta de licença para importação quando resta demonstrado que a mercadoria efetivamente importada estava sujeita a licenciamento no órgão competente para apresentação tempestiva por ocasião do despacho aduaneiro. Inconformado com a decisão, apresentou a contribuinte, tempestivamente, o presente recurso voluntário. É o relatório. VOTO O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Trata o presente processo de Autos de Infração em que resta formalizada, entre outras exigências, a cobrança de multa de controle administrativo por falta de licenciamento na importação. A decisão recorrida cancelou a multa em relação às Declarações de Importação (DI) em que entendeu que o produto importado foi corretamente descrito, mantendo a exigência quanto às DI que não apresentavam a correta identificação. Observo, contudo, que a infração apenas resta configurada nas situações em que a importação da mercadoria, na classificação exigida pelo Fisco, esteja submetida ao regime de licenciamento não automático. Fl. 392DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 12466.004054/200731 Resolução nº 3201000.583 S3C2T1 Fl. 387 5 Em análise aos autos, verificase que a informação sobre o regime de licenciamento a que as mercadorias estavam sujeitas à época de ocorrências dos fatos geradores, se automático ou não automático, não consta do presente processo. Desta forma, tendo em vista a ausência de informação necessária a solução da lide, voto pela CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que a autoridade fiscalizadora esclareça se, com a nova classificação fiscal adotada pela fiscalização, as mercadorias importadas, objeto de discussão, nos autos, estavam, à época dos fatos, sujeitas à Licença de Importação automática ou não automática. Efetivada a diligência, deverá ser dado vista à recorrente e à PGFN para, em tendo interesse, manifestaremse no prazo de 30 dias. Realizadas as providências, os autos devem ser encaminhados para este Conselho, para fins de prosseguimento no julgamento. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator Fl. 393DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 10111.000868/2007-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do Fato Gerador: 19/09/2007
AZITROMICINA DIIDRATADA. NÃO CONTEMPLAÇÃO À REDUÇÃO A ZERO DAS ALÍQUOTAS DA COFINS IMPORTAÇÃO E DA PIS/PASEP IMPORTAÇÃO.
O produto Azitromicina Diidratada, relacionado no Anexo I do Decreto nº 5.821, de 2006, bem como do Decreto nº 6.426, de 2008, em consonância com a orientação da Solução de Consulta COSIT n. 75/2015 é beneficiado com redução a zero das alíquotas incidentes, para suas formas derivadas, se não houver restrição nesse sentido.
Numero da decisão: 3201-001.997
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Mercia Helena Trajano Damorim, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o advogado Renato Silveira, OAB/SP nº 222.047.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Presidente
(assinado digitalmente)
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2069; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 93 1 92 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10111.000868/200791 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201001.997 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de janeiro de 2016 Matéria PIS E COFINS IMPORTAÇÃO Recorrente EMS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do Fato Gerador: 19/09/2007 AZITROMICINA DIIDRATADA. NÃO CONTEMPLAÇÃO À REDUÇÃO A ZERO DAS ALÍQUOTAS DA COFINS IMPORTAÇÃO E DA PIS/PASEP IMPORTAÇÃO. O produto Azitromicina Diidratada, relacionado no Anexo I do Decreto nº 5.821, de 2006, bem como do Decreto nº 6.426, de 2008, em consonância com a orientação da Solução de Consulta COSIT n. 75/2015 é beneficiado com redução a zero das alíquotas incidentes, para suas formas derivadas, se não houver restrição nesse sentido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Mercia Helena Trajano Damorim, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o advogado Renato Silveira, OAB/SP nº 222.047. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza – Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Mercia Helena Trajano AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 11 1. 00 08 68 /2 00 7- 91 Fl. 237DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO 2 Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Referese o presente processo a auto de infração para a cobrança de PIS e Cofins, incidentes sobre a importação de produto químicos. Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório da decisão proferida pela autoridade a quo: Trata o presente processo dos autos de infração de fls. 02/20 constituídos para cobrança da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação doPatrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços(Pis/PasepImportação),da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Socialdevida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (CofinsImportação),acrescidos da multa de 75% prevista no art. 44, inc. I, da Lei nº 9.430, de 27/12/96, juros demora, da multa regulamentar por classificação incorreta em nomenclatura complementar (NVE– Nomenclatura de Valor Aduaneiro e Estatística) e, por fim, da multa pela descrição inexatade mercadoria perfazendo, na data da autuação, o valor total do crédito tributário lançado emR$ 82.154,00 (oitenta e dois mil e cento e cinquenta e quatro reais). Informa o relatório fiscal, fls. 03/05, que o importador, por meio dadeclaração de importação de número 07/12722178,de 19/09/2007, procedeu a importação, de500Kg de produto identificado por ele como sendo Azitromicina, sob o código NCM2941.90.59 e sob NVE 0001, ver fl. 33. Ocorre que o produto submetido efetivamente ao despacho foi a Azitromicina Diidratada, conforme demonstrado por Certificado de Análise do Produto, fl. 26,e nas etiquetas de identificação afixadas pelo fabricante, fls. 27/29. Em virtude disto foi lançada multa no montante de 1% (um por cento) do valor aduaneiro da mercadoria informada incorretamente em NVE, além de multa no mesmo índice em virtude de constatada a descrição inexata do produto, apresentado como Azitromicina, quando na verdade tratavase da Azitromicina Diidratada. A fiscalização argumenta que tratamse de produtos diferentes, o que pode ser verificado através da distinção na numeração de CAS – Chemical Abstracts Service, forma geral e peso molecular. Tal diferença faz com que a Azitromicina seja classificada na Nomenclatura de Valor Aduaneiro – NVE no enquadramento AA0001, enquanto a Azitromicina Diidratada no AA9999, conforme exposto na IN SRF 701/2006. Assim, no despacho realizado o importador utilizouse indevidamente de redução das alíquotas de contribuição para o PIS/PASEP Importação e Cofins Importação, com base no artigo Fl. 238DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO Processo nº 10111.000868/200791 Acórdão n.º 3201001.997 S3C2T1 Fl. 94 3 1o, inciso I, do decreto 5.821/2006, que reduz a zero as alíquotas dos tributos citados, em relação aos produtos pertencentes ao Capitulo 29 da NCM listados no Anexo I da referida norma Prossegue o relatório fiscal, com o entendimento de que os produtos importados não poderiam usufruir do beneficio fiscal, uma vez que este contemplaria tão somente esses produtos na forma anidra, e não na forma hidratada, correspondente ao produto objeto da importação. Para reforçar o conceito, observa que a hidratação é um detalhamento considerado pelo legislador no Decreto 5.821/2006, como se pode verificar no caso da Amoxicilina, da Amplicilina e da Cefalexina, que figuram na lista tanto na forma anidra quanto em formas sódicas, monoidratada e triidratada. Conclui considerando que se o legislador tivesse a intenção de estender o beneficio à Azitromicina Diidratada, a teria relacionado no Anexo I do Decreto 5.821/2006, como o fez com os demais produtos citados. Cientificado do Auto de Infração em 03/10/2007, o sujeito passivo interpôs impugnação em 25/10/2007, na qual alega que: Há a necessidade de realização de perícia para que seja apresentada a diferença entre a Azitromicina e a Azitromicina Anidra, bem como entre a Azitromicina e a Azitromicina Diidratada, e ainda indicar o registro no CAS dos seguintes produtos: Azitromicina, Azitromicina Anidra e Azitromicina Diidratada (mas sem indicar o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito). Não poderia ser penalizada com a aplicação de penalidade relativa a classificação incorreta e além disso, incompleta, em virtude da impossibilidade da coexistência destas duas figuras. A Azitromicina é considerado gênero, que comporta as duas espécies: Azitromicina Anidra e Azitromicina Diidratada, o que, como será demonstrado na perícia, a Azitromicina não comporta CAS, sendo suas especificidade apresentada nas formas anidro e Diidratada. O Anexo I do Decreto 5.821/2006 ao contemplar o gênero Azitromicina reduziu a zero a alíquota de PIS/PASEP – Importação e da COFINS Importação para todas as espécies. Requer a anulação da autuação ou, ao menos, a relevação da penalidade aplicada, vez que o fato gerador não foi eivado de dolo, fraude ou simulação. Solicita a conversão do julgamento em diligência. A Delegacia de Julgamento improcedente a impugnação, em decisão assim ementada: Fl. 239DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO 4 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 19/09/2007 OUTORGA DE BENEFÍCIO FISCAL. INTERPRETAÇÃO LITERAL DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção ou dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do Fato Gerador: 19/09/2007 AZITROMICINA DIIDRATADA. NÃO CONTEMPLAÇÃO À REDUÇÃO A ZERO DAS ALÍQUOTAS DA COFINS IMPORTAÇÃO E DA PIS/PASEP IMPORTAÇÃO. O produto Azitromicina Diidratada não foi elencada no Anexo I do Decreto nº 5.821, de 29 de junho de 2006 e por isso não faz jus à redução a zero das alíquotas das contribuições CofinsImportação e Pis/PasepImportação. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Na decisão recorrida, em síntese, entendeuse que o legislador, “ao omitir a hidratação para alguns casos e a expressar em outros, deixou claro que, para aqueles produtos aos quais não especifica hidratação, refere se a forma anidra, e não à gênero ou grupo.” Nesse contexto, o Decreto n. 5.821/2008 determina que os produtos químicos tocados pela redução a zero das alíquotas devem estar, cumulativamente, classificados no Capitulo 29 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, e relacionados no Anexo I correspondente. Conclui, a decisão, portanto, que “a redução das alíquotas foi concedida a produtos, conforme especificado no Anexo I do Decreto 5.821/2006, e não a códigos de NCM ou NVE, como roga o impugnante. Estes servem sobretudo para identificar aqueles nos procedimentos de comércio exterior, não significando que dois ou mais produtos serem identificados pelo mesmo código implica dizer que merecem o mesmo tratamento nos diversos aspectos relativos a legislação, como a concessão de benefícios”. No que tange às penalidade aplicadas, manteveas integralmente, pois se entendeu que deveria ter sido declarada a importação de Azitromicina Diidratada, e , tendo sido apenas declarada “azitromicina”, perfezse a incorreta descrição. Observase que houve declaração de voto, apenas para explicitar o fundamento segundo o qual Na lista da DCB 2003 já constavam a azitromicina e a azitromicina diidratada, porem, no anexo I do referido decreto, só está a azitromizina, ou seja, os produtos são listados exaustivamente no anexo I do Decreto nº 5.821/ 2006, sendo independentes das questões de gênero e de espécie. Fl. 240DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO Processo nº 10111.000868/200791 Acórdão n.º 3201001.997 S3C2T1 Fl. 95 5 Em sede de recurso voluntário, a Recorrente reiterou os argumentos da manifestação de inconformidade. Posteriormente à apresentação de recurso voluntário e após a inclusão em pautado processo, para julgamento, a Recorrente apresentou laudo técnico de engenheiro químico, sobre os produto em referência. Dessa forma, foi convertido o julgamento em diligência, para que fosse dada ciência e oportunidade para que a Fazenda Nacional se pronunciasse. Foram juntadas aos autos a Informação Safia nº 19/2015, da Alfândega Receita Federal no Aeroporto Internacional de Brasília, na qual se transcrevem e reiteram os argumentos da decisão de impugnação. Tendo em vista a decisão da 2ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da CARF, por meio da Resolução nº 3201000.522 ( fls.93 a 97), de encaminhar os autos do presente processo a esta Alfândega de Brasília, para ciência do alegado pelo contribuinte e eventual oferta de contrarazões por parte da autoridade fiscal lançadora e considerando o disposto nas Soluções de Consulta SRRF08/DISIT nº 75/2015 e 8.052/2015, informamos que esta fiscalização mantém o entendimento exarado no Auto de Infração objeto do presente processo, com relação ao produto importado “Azitromicina”, uma vez que as supracitadas Soluções de Consulta se referem exclusivamente aos produtos Cefadroxila e Cefaclor Monoidratado, respectivamente. Ademais, foi juntada a Solução de Consulta n. 8052 SRRF 8/DISIT, proposta pela PróGenéricos, Associação da Indústrias de Medicamentos Genéricos, para balizar o entendimento do presente voto, e que possui a seguinte ementa: É o relatório. Voto Fl. 241DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO 6 Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora O presente recurso preenche as condições de admissibilidade, pelo que dele não tomo conhecimento. Tal como relatado, a Recorrente submeteu a despacho o produto AZITROMICINA DIIDRATADA, NCM 2941.90.59, identificandoo como “AZITROMICINA” e requerendo a redução a zero da alíquotas de Cofins Importação e PIS/Pasep Importação, conforme o inciso I do artigo 1°, do então vigente Decreto nº 5.821 de 29/06/06. Referido decreto reduz a zero as alíquotas do PIS e da COFINS, incidentes na importação, dos produtos que mencionava, tendo sido revogado pelo Decreto n. 6.426, de 2008. Prescrevia em seu art.1o , inciso I: Art.1o Ficam reduzidas a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, da Contribuição para o PIS/PASEP Importação e da COFINS Importação incidentes sobre a receita decorrente da venda no mercado interno e sobre a operação de importação dos produtos: I químicos classificados no Capítulo 29 da Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, relacionados no Anexo I deste Decreto; No Anexo I do referido decreto, temse como contemplado com a alíquota zero: 191 AZITROMICINA Portanto, o cerne da controvérsia reside em saber se a versão diidratada da AZITROMICINA estaria fora do benefício de redução à zero das alíquotas das contribuições incidentes sobre as importações, considerandose que, sob a perspectiva da fiscalização e da autoridade julgadora de primeira instância, a leitura exegética literal da norma, excluiria o produto importado do benefício. A Recorrente, em sua defesa, alega que “AZITROMICINA” seria o gênero, de sorte que o decreto contemplaria todas as espécies da substância. Conforme mencionado na decisão recorrida, na página na internet da ANVISA, pode ser encontradas diversas informações sobre a nomenclatura oficial de fármacos, no Brasil. Destarte, as bases da referida nomenclatura surgiram no início da década de 1970, no encontro da necessidade de harmonização. Em janeiro de 1981 o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), publicou no Diário Oficial da União a primeira lista oficial de nomes genéricos, que passaram a ser obrigatórios na solicitação de registro de novos medicamentos (Portaria SNVS 8/1981). A normativa propunha a padronização da Fl. 242DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO Processo nº 10111.000868/200791 Acórdão n.º 3201001.997 S3C2T1 Fl. 96 7 nomenclatura e a adoção de códigos numéricos que permitissem rápida identificação das substâncias ou preparados em uso no Brasil e sua correlação com substâncias de estrutura semelhante. A partir de então, periodicamente são publicadas consolidações da nomenclatura, a tabela das Denominações Comuns Brasileiras, que devem ser observados pelo órgãos governamentais, bem como os operadores desse mercado. A última consolidação data de 2007 e está disponível na página da internet da ANVISA, com a denominação “Lista DCB 2007 – Consolidada”(http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/dcb/lista_dcb_2007.pdf). Desde o advento da Portaria Interministerial nº 1, de 06/09/83 (DOU 12/09/83), do Ministério da Saúde, do Ministério da Previdência e Assistência Social, e do Ministério da Indústria e Comércio, que aprovou as Denominações Comuns Brasileiras – DCB para fármacos, a lista DCB é de adoção obrigatória em todos os documentos oficiais. De acordo com referida normativa, temse que a coluna que traz o princípio ativo corresponde ao nome genérico das substâncias farmacêuticas, em ordem alfabética. Na mesma coluna, estão os derivados correspondentes, que estão dispostos logo abaixo da molécula principal com um pequeno recuo. Assim se estrutura o CAS: Esse código é um número de registro atribuído pelo Chemical Abstracts Service CAS, órgão da Sociedade Americana de Química (American Chemical Society ACS) às substâncias químicas. De acordo com as referidas normas técnicas, os produtos “AZITROMICINA” e “AZITROMICINA DIIDRATADA ”, são produtos químicos distintos, possuindo CAS distintos, como se depreende: Nº DCB Substância Nº CAS 00997 azitromicina 58503825 00998 azitromicina diidratada 83905015 Relevante observar que a Recorrente pleiteia que seja tomada prova emprestada de outro processo administrativo, no qual houve a análise técnica do produto em questão. Fl. 243DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO 8 Com efeito, às efls. 130, consta informação fiscal segundo a qual em relação ao qual foi produzido o laudo técnico n. 10831/012 sobre o produto importador, em que se confirma que se trata de AZITROMICINA DIIDRATADA, antibiótico que apresenta pseudoformismo, ou seja, pode apresentar diversas formas de cristalização, forma anidra e hidratada. Acresce que, a forma diidratada é a mais estável, e, por essa razão, de maior comercialização. Não obstante, está correta a decisão recorrida quando afirma que despicienda seria a realização de perícia técnica, uma vez que não se discute nos autos a correta identificação do produto em questão, pois mesmo a Recorrente afirma que importou o “AZITROMICINA DIIDRATADA”, que, ao seu ver, deve ser considerada espécie do gênero contemplado com o benefício fiscal, com fundamento no art.110 e 111 do Código Tributário Nacional. Ao se analisar o Anexo I, do Decreto nº 5.821 de 29/06/06, contudo, verificase que se fez a distinção entre as formas hidratadas e anidras de alguns dos produtos lá contemplados, como se verifica das seguintes substâncias: 340 CEFALEXINA 341 CEFALEXINA MONOIDRATADA 1225 IMIPENEM 1226 IMIPENEM MONOIDRATADO Aliandose essa informação com o fato de que a AZITROMICINA é identificado na classificação farmacológica, em códigos distintos para forma hidratada e anidra, poderia se inferir que o legislador não estendeu o benefício fiscal para a AZITROMICINA DIIDRATADA . Postos os argumentos que respaldam ambos os posicionamentos,vêse que a questão é bastante controversa, havendo fundamento para decidir pela extensão ou não do benefício. Contudo, vêse que a própria Administração dá um norte para dirimir a lide, com a edição da Solução de Consulta COSIT n. 75, de 17 de março de 2015 , trata especificamente da redução à zero das alíquotas das contribuições sociais, possuindo a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Benefício fiscal concedido a um produto químico especificado na forma genérica, pelo ato concedente, aproveita a suas espécies se não houver restrição às espécies derivadas. Nesse sentido, o benefício fiscal concedido ao produto “Cefadroxila” abrange as espécies “Cefadroxila Anidro”, “Cefadroxila Hemidrato” e “Cefadroxila Monohidrato”, caso inexista restrição a qualquer espécie derivada. Dispositivos Legais: Decreto nº 5.821, de 2006, art. 1º, inciso I, Anexo I, item 339; e Decreto nº 6.426, de 2008, art. 1º, inciso I, Anexo I, item 339. Fl. 244DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO Processo nº 10111.000868/200791 Acórdão n.º 3201001.997 S3C2T1 Fl. 97 9 Nos fundamentos da decisão, temse: [...] 12. As espécies apresentadas pela consulente como “Cefadroxila Anidro”, “Cefadroxila Hemidrato” e “Cefadroxila Monohidrato”, conforme Laudo Técnico abaixo transcrito, são derivadas do gênero Cefadroxila, produto amparado com a redução de alíquota pelo Decreto nº 5.821, de 2006, bem como pelo Decreto nº 6.426, de 2008. O Laudo Técnico juntado ás fls. 126 à 162, diz, “A molécula da Cefadroxila é um dos fármacos com atividade antibiótica que apresenta pseudomorfismo, ou seja, pode apresentar várias formas de cristalização, anidra, monohidratada e também é citado a existência da forma hemihidratada”. Os citados Decretos não fazem restrição a qualquer espécie derivada da Cefadroxila na concessão da redução da alíquota. 13. O citado Laudo Técnico constante às fls. 156, da presente consulta responde a pergunta formulada, “in verbis”: “o) Podemos afirmar que CEFADROXIL é um gênero que comporta as espécies CEFADROXIL ANIDRO E CEFADROXIL MONOHIDRATADO ? Resp: SIM” 14. Importante observar que a concessão do benefício fiscal estabelecida pelos Decretos em tela indicou como objeto o produto “Cefadroxila” no item 339, do seu Anexo I, e não vinculou para aplicação da redução da alíquota um código, ou seja, não o restringiu à nomenclatura (NCM ou NVE). 15. Portanto, o benefício da redução prevista no Decreto nº 5.821, de 2006, e posteriormente no Decreto nº 6.426, de 2008, no item 339, do Anexo Único, abrange a Cefadroxila em suas várias formas de cristalização: anidra, monohidratada e hemihidratada. Conclusão 16. O produto químico classificado no Capítulo 29, da Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, relacionado no item 339 do Anexo I do Decreto nº 5.821, de 2006, bem como do Decreto nº 6.426, de 2008, beneficiado com redução a zero das alíquotas incidentes, alcança suas formas derivadas, se não houver restrição. Observese que, embora o art.15 da INRFB 1464/2014 estabeleça que o efeito vinculante das soluções de consulta proferidas pela COSIT passam a produzir efeitos para os fatos geradores posteriores à publicação da decisão, trata a Solução de Consulta n. 75 de importante orientação da Administração para uma questão tormentosa. Em face do exposto, dou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 245DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO 10 Fl. 246DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 27/02/2016 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANT OS ARAUJO
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Numero do processo: 10909.003020/2005-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005
CRÉDITOS. NÃO CUMULATIVIDADE. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE
É ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação dos créditos apropriados para desconto da base de cálculo da Cofins apurada pelo regime da não cumulatividade.
Excluem-se deste conceito as aquisições que, mesmo referentes à prestação de serviços ou produção de bens, não se mostrem necessárias a estas atividades, adquiridas por mera liberalidade ou para serem utilizadas em outras atividades do contribuinte, assim como aquisições de bens destinados ao ativo imobilizado.
REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. AQUISIÇÕES NÃO TRIBUTADAS.
Não é permitido descontar créditos decorrentes de aquisições de insumos não tributados na operação anterior, mesmo que utilizados na produção ou fabricação de produtos destinados à venda.
REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. AGROINDÚSTRIAS. PEDIDO DE RESSARCIMENTO.
Os créditos presumidos da agroindústria somente podem ser aproveitados como dedução da própria contribuição devida em cada período de apuração, não sendo permitido o ressarcimento de seu saldo credor.
PIS. SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA. EMPRESAS CEREALISTAS. COOPERATIVAS.
A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep em relação às vendas efetuadas por empresas cerealistas e cooperativas às agroindústrias que apurem o imposto de renda com base no lucro real foi suspensa a partir de 01 de agosto de 2004, nos termos da lei de regência.
Numero da decisão: 3201-002.018
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario e Winderley Morais Pereira.
Fez sustentação oral, pela Recorrente, o(a) advogado(a) Guilherme de Macedo Soares, OAB/DF nº 35220.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
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CRÉDITOS. INSUMOS. CONCEITO. Para fins de geração de créditos da Cofins no regime da não cumulatividade caracterizase como insumo toda a aquisição de bens ou serviços necessários à percepção de receitas vinculadas à prestação de serviços ou a produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Excluemse deste conceito as aquisições que, mesmo referentes à prestação de serviços ou produção de bens, não se mostrem necessárias a estas atividades, adquiridas por mera liberalidade ou para serem utilizadas em outras atividades do contribuinte, assim como aquisições de bens destinados ao ativo imobilizado. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. AQUISIÇÕES NÃO TRIBUTADAS. Não é permitido descontar créditos decorrentes de aquisições de insumos não tributados na operação anterior, mesmo que utilizados na produção ou fabricação de produtos destinados à venda. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. AGROINDÚSTRIAS. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. Os créditos presumidos da agroindústria somente podem ser aproveitados como dedução da própria contribuição devida em cada período de apuração, não sendo permitido o ressarcimento de seu saldo credor. PIS. SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA. EMPRESAS CEREALISTAS. COOPERATIVAS. A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep em relação às vendas efetuadas por empresas cerealistas e cooperativas às agroindústrias que AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 30 20 /2 00 5- 85 Fl. 2135DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.136 2 apurem o imposto de renda com base no lucro real foi suspensa a partir de 01 de agosto de 2004, nos termos da lei de regência. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 CRÉDITOS. NÃO CUMULATIVIDADE. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE É ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação dos créditos apropriados para desconto da base de cálculo da Cofins apurada pelo regime da não cumulatividade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario e Winderley Morais Pereira. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o(a) advogado(a) Guilherme de Macedo Soares, OAB/DF nº 35220. Relatório Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. Trata o presente processo de Declarações de Compensação (Dcomp) de créditos da Contribuição para Programa de Integração Social PIS nãocumulativa. no valor de R$ 2.373.689,28. decorrentes de operações no mercado externo. que remanesceram ao final do 3º trimestre de 2005. Do Parecer Fiscal Em seu parecer. a Seção de Arrecadação e Cobrança (Sarac da Delegacia da Receita Federal em Itajaí/SC. inicialmente. registra que os valores informados pela interessada no Dacon não correspondem àqueles presentes na memória de calculo apresentada em atendimento a intimação a Receita Federal para fins de demonstração da composição da base de calculo do Fl. 2136DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.137 3 direito de credito e que foram. então. considerados como pleiteados os valores presentes nesta e não os declarados no Dacon. Na apreciação do pleito. efetuadas as verificações do credito em confronto com os livros contábeis. arquivos digitais dentre outros documentos da contribuinte. manifestouse a Sarae/DRF/ltaíaí/SC pelo seu deferimento apenas parcial. fazendoo com base no não acatamento na apuração de créditos. dos seguintes valores: a) Bens Adquiridos para Revenda: do montante informado a esse título foram excluídos os valores de aquisição de produtos classificados nos capítulos e códigos previstos nos incisos II e VII do artigo1º" da Lei nº 10.925/2004 b) Bens Utilizadas como Insumos: do montante informado a esse título foram excluídos os valores: de aquisição de bens utilizados como insumos. cujas receitas de vendas estão sujeitas a alíquota zero. conforme: art. 1º do Decreto nº5.127/2004; art. 28, III, da Lei nº10.865/2004; art. 1º, incisos I,II, IV e VII da Lei nº 10.925/2004; de fretes relativos a CTRC aos quais não foram vinculadas quaisquer notas fiscais (Anexo ll). por não ser possível determinar trataremse de fretes no transporte de insumos. pagos pela adquirente a pessoas jurídicas domiciliadas no país: de fretes relativos a CTRC cujas notas fiscais vinculadas não se encontram na memória de cálculo do crédito do período apresentada pela contribuinte (Anexo lll). não configurando. portanto. fretes na compra de bens utilizados como insumos. c) Despesas de Armazenagem de Mercadoria e Frete na Operação de Venda: foram excluídos: os fretes relativos a CTRC cujas notas fiscais vinculadas não se encontram no Livro Registro de Saídas do período; os fretes relativos a CTRC cujas notas fiscais vinculadas não se referem a uma operação de venda de mercadoria de produção do estabelecimento. d) Encargos de Depreciação de Bens do Ativo Imobilizado: foram excluídos os valores referentes a bens do ativo imobilizado que não são utilizados na produção de bens destinados a venda; e) Crédito Presumido Atividades Agroindustriais: dos valores informados a esse titulo: foram excluídos: os valores relativos a aquisições de pessoas jurídicas, em razão de este tipo de aquisição. a teor da legislação pertinente. não gerar direito a credito presumido: os valores dos fretes relativos a essas aquisições. Fl. 2137DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.138 4 pelo mesmo motivo também foram glosados da base de calculo do credito presumido aquisições de mercadorias para revenda Cfop 1 102; foram ajustadas as alíquotas aplicadas a aquisições de insumos de pessoas físicas: 0.99% (60% de 1,65%) para os produtos de origem animal classificados nos Capítulos 2 a 4, 16 e nos códigos 15.01 a 15.06, 1516.10 e as misturas ou preparações de gorduras ou de óleos animais dos códigos 15.17 e 15.18. e de 0.5775% (35% de 1.65%) para os demais produtos: f) Outros Créditos a Descontar: sobre os valores informados a esse título. informa a autoridade fiscal que a interessada não presta serviços de transporte rodoviário de carga e que os códigos Cnae relativos a esse tipo de serviço. atribuídos a algumas de suas filiais. têm servido apenas para a emissão de conhecimentos de carga cujo tomador do serviço e a própria empresa. tendo sido. então. excluídos os valores informados destes serviços. por não gerarem créditos presumidos nos termos previstos nos §§ 19 e 20 do art. 3º e inciso ll do art 15 da Lei nº 10.833/2003. na redação da Lei nº 11.051/2004. Alem das glosas acima. a Autoridade Fiscal. considerando que a interessada utiliza o método de rateio proporcional. ajustou a proporção entre a receita de exportação vinculada as aquisições de bens e serviços que geram direito ao credito e a receita bruta total de vendas de bens e serviços. a ser aplica a sobre os valores dos custos. despesas e encargos comuns. incorridos no mês. Ao final. ressalva a Autoridade Fiscal que a soma. por mês de apuração. dos valores indicados à linha 09 da ficha 11B do Dacon (Total da Contribuição para o PIS no mês. antes do desconto de créditos) foi extraída do Dacon da interessada e não se constituiu em objeto de procedimento de fiscalização. o qual ainda poderá ser realizado. respeitado o prazo decadencial. Por meio do Despacho Decisório. presente na folha 1061. com base no Parecer/Sarac/DRF/ITJ nº 071/2008. a DRF/Itajai/SC decidiu por: a) reconhecer parcialmente o direito creditório no valor originário de RS 593.379,97: b) homologar parcialmente a compensação constante da Dcomp de fl. 01, protocolada em 28/09/2005. até a o limite do valor do credito reconhecido; c) não homologar as compensações constante das demais Dcomp presentes nos autos. entres as folhas 10 e 33. Da Manifestação de Inconformidade Em sua Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório a interessa contesta o parecer fiscal nos termos que seguem. Fl. 2138DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.139 5 Inicialmente contesta a glosa dos valores das aquisições dos bens para revenda e de insumos adquiridos a alíquota zero alegando que. “a despeito de terem [as aquisições] sido realizadas mediante alíquota zero de PIS". os tais produtos “foram previamente sujeitos a incidência em cascata deste tributo nas etapas anteriores da circulação". Nesse sentido aduz que "Mesmo quando o contribuinte adquira insumos tributados com alíquota zero. paga. embutido no preço. o tributo (PIS/COFINS) indiretamente em outros insumos ou produtos. adquiridos no mercado e empregados no respectivo processo produtivo". A corroborar sua tese traz excertos de uma decisão do STJ e de outras do Conselho de Contribuintes. Conclui. então. que as aquisições de produtos tributados pela presente contribuição a alíquota zero. não se tratam "de operações não sujeitas ao pagamento das contribuições. e por isto não incide o óbice previsto no artigo 3°. parágrafo 2° da Lei 10.637/02". E acrescenta que a própria legislação. no caso a Lei n° 11.033/04. em seu artigo 17. autoriza a manutenção dos créditos em situações como a presente. Quanto aos valores dos fretes relativos às operações de aquisição de insumos. alega que não procedem as duas razões motivadoras das glosas postas pela autoridade fiscal pois os CTRC indicados estão vinculados ao transporte de aves. ou seja. de insumos utilizados em seu processo produtivo. Em relação as glosas dos valores referentes a fretes nas operações de venda. relativos: CTRCs cujas notas fiscais não se encontrariam escrituradas no Livro Registro de Saídas. alega que não tem condições de contestaas pois não teria como identificar "quais são as notas fiscais que não estariam registradas no aludido livro. eis que não há qualquer menção a elas na decisão ora recorrida. apresentando o fisco apenas o valor total glosado a este título". Reclama então que “teve seu direito à ampla defesa cerceado. impondose que. na dúvida. lhe sejam totalmente deferidos os créditos indevidamente glosados.". Adicionalmente argumenta que. mesmo que assim não fosse. ainda assim improcedentes seriam as glosas. uma vez que a legislação de regência não impõe a escrituração de notas Fiscais em Livros Registro de Saídas como condição à geração de créditos. Aduz que o direito ao credito está vinculado "ao efetivo valor de frete suportado. desde que se refira a serviço prestado por pessoa jurídica domiciliada no Pais" e conclui que "comprovado que o frete realmente foi um custo incorrido pela Recorrente. a glosa fiscal aqui tratada não merece prosperar". Já em relação as despesas de fretes entre estabelecimentos da própria empresa. defende que "com base na lei e nas soluções de consulta da Receita Federal. conferem direito a créditos de PIS". entre outros: (...) Fl. 2139DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.140 6 c) transferência de produto acabado entre o estabelecimento produtor e o estabelecimento distribuidor da mesmo pessoa jurídica; d) serviços de transporte (adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no Pais) de insumos, de um estabelecimento a outro da mesmo pessoa jurídica, sendo esse deslocamento necessário à inserção desse insumo no processo produtivo desenvolvido no estabelecimento de destino. e) transporte de um estabelecimento a outro da mesma pessoa jurídica, de insumos adquiridos de terceiros, quando o ônus for suportado pelo adquirente. E conclui que comprovado o direito ao credito referente a despesas de "serviços de transporte relativos a transferências essenciais ao processo produtivo" as glosas dos valores correspondentes não devem ser mantidas. "eis que tratam de créditos a título de frete apropriados nos exatos termos das leis que regulamentam esta questão". Das glosas referentes aos encargos de depreciação dos bens do ativo imobilizado. a interessada manifestase concordando com a glosa em relação aos "Juros Capitaliz. Operacional" e "Construções Civis e Benfeitorias". Todavia contesta a glosa dos valores referentes aos moveis e utensílios. computadores ou softwares alegando que todos esses bens. indistintamente. fazem parte do seu processo produtivo. gerando portanto o direito ao credito pretendido. a teor das soluções de consulta da RFB cujas ementas transcrevo. Explica. então. a utilização dos bens em questão. como segue: Com efeito, em seus parques industriais se utiliza de mesas de corte e cadeiras para seus funcionários, sendo estes utencílios essenciais ao seus processos produtivos, como bem se observa por meio das fotos anexas, tiradas, exemplificativamente, da fábrica localizada em Seara/Santa Catarina (doc. 03) O mesmo ocorre em relação aos computadores e softwares, tendo em vista que a Recorrente os utiliza em todas as suas fábricas, a exemplo daquelas destinadas a produção de rações, onde controlam a mistura e composição de rações, monitorando itens como o peso, quantidade, etc. Vide, também neste contexto, as fotos anexas, que bem comprovam a utilização dos computadores na fabrica da Recorrente localizada em Seara/Santa Catarina (doc. 4) No que concerne ao crédito presumido decorrente de sua atividade agroindustrial. a interessada inicialmente insurgese contra a glosa dos valores da aquisições junto a pessoas jurídicas. alegando: Desta forma, no entendimento da fiscalização, a Recorrente somente teria direito ao crédito presumido sobre os valores relativos às aquisições de pessoas jurídicas beneficiadas com a Fl. 2140DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.141 7 suspensão da contribuição ao PIS, conferida pelo artigo 9º da Lei nº 10.925/04, a partir de 04/04/2006, visto que somente a partir desta data a IN SRF nº 636/2006 regulamentou tal suspensão. Ocorre que, de acordo com tal entendimento, a fiscalização deveria ter efetuado a inclusão de tais aquisições na rúbrica "bens utilizados como insumos" e, portanto, ter concedido a Recorrente o direito ao crédito do PIS sobre tais aquisições mediante a aplicação da alíquota integral de 1,65%. Isto porque, com base na premissa fixada pela fiscalização que somente a partir de 04/04/2006 foi possível efetuar vendas com a suspensão da contribuição para o PIS, inferese, por conclusão lógica, que as aquisições realizadas pela recorrente até 04/04/2006 sofreram a tributação pelo PIS, o que, pela sistemática da nãocumulatividade, gera o inquestionável direito da Recorrente apropriarse dos créditos correspondentes! Quanto a alíquota de 0.5775%, utilizada pela Autoridade Fiscal nos cálculos do credito presumido. argumenta. a interessada. ser esta equivocada. considerando que o critério eleito pelo legislador para determinar o calculo do beneficio do credito presumido não e o insumo c sim o produto produzido pela empresa c que seu objetivo social que consiste. entre outros. a industrialização de produtos alimentares derivados de aves, suínos. bovinos e outros animais que convier. observada a respectiva classificação nos Capitulos 2 e 16 da TIPI bem como nos códigos 15.01 da NCM (doc. 02) calculou corretamente o credito presumido da Contribuição para o pis à alíquota de 0,99%. tendo em vista que os produtos produzidos pela mesma encontramse classificados nos códigos constantes do inciso l do § 3°. art. 8” do mencionado diploma legal. A contribuinte defende. ainda. ter direito a credito em relação aos “custos com a subcontratação de serviços de transporte de carga prestados por pessoa física. por força do disposto nos §§ 19 e 20 do art. 3° da Lei nº 10.833/2003 considerando ser uma de suas atividades empresariais. conforme consta de seu objeto social (doc. 02). a prestação de serviços de transporte de cargas. Salienta que: (..) a fiscalização reconhece que a Recorrente é uma empresa prestadora de serviços de transporte de cargas, o que significa que, mesmo prestando operações de transporte em benefício próprio, tem inquestionável direito aos créditos de PIS ora glosados, na medida em que NÃO HÁ QUALQUER ÓBICE LEGAL PARA TANTO. Diante de todo o exposto. requer o acolhimento de sua Manifestação d Inconformidade para que reste deferido seu pleito. Sobreveio decisão da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC, que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório. Os fundamentos do Fl. 2141DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.142 8 voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: Assunto: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2005 REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. AQUISIÇÃO DE BENS NÃO SUJEITOS AO PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO. VEDAÇÃO. Quando o contribuinte adquire bens ou serviços não sujeitos ao pagamento das contribuições nãocumulativas, por disposição legal expressa, não tem direito a crédito sobre tais aquisições, independentemente de suas vendas serem ou não tributadas. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESPESAS COM FRETES NA OPERAÇÃO DE VENDA. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. Em se tratando de serviços de frete, em interpretação literal da legislação, somente dará direito a crédito o frete contratado relacionado a uma “operação de venda”, não gerando crédito, portanto. o frete relacionado ao mero deslocamento de insumos ou produtos entre estabelecimentos da empresa. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE DESPESAS COM FRETES NA OPERAÇÃO DE AQUISIÇÃO. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. A despesa com frete na aquisição de um bem integra o valor deste, para fins de compor a base de cálculo do crédito, quando o bem seja utilizado como insumo, o serviço seja contratado com pessoa jurídica domiciliada no País e o custo seja suportado pelo adquirente do insumo REGIME DA NAOCUMULATIVIDADE. DESPESAS COM DEPRECIAÇÃO. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. Das máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, somente os que estejam diretamente associados ao processo produtivo é que geram direito a crédito, a título de depreciação, no âmbito do regime da não cumulatividade. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITO PRESUMIDO. ALÍQUOTA CONFORME NATUREZA DO INSUMO. A natureza da atividade da empresa é considerada para fins de aferir seu direito ao aproveitamento de credito presumido, já no cálculo do crédito deve ser observada a alíquota conforme a natureza do insumo adquirido. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. SERVIÇO DE TRANSPORTE PRESTADO POR PESSOA FISICA. Fl. 2142DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.143 9 A empresa de serviço de transporte rodoviário de carga que sub contratar serviços de transporte de carga prestados por pessoa física, poderá descontar. da contribuição devida em cada período de apuração, crédito presumido calculado sobre os valores dos pagamentos efetuados por esses serviços, desde que estes tenham sido por ela utilizados como insumo na prestação de serviço destinados à venda. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE No âmbito específico dos pedidos de restituição. compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório pleiteado. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ÔNUS DO CONTRIBUINTE Nos processos administrativos referentes a repetição de indébito, cabe ao contribuinte, em sede de Manifestação de inconformidade, provar o teor das alegações que contrapõe aos argumentos postos pela Autoridade Fiscal para não acatar, ou acatar apenas parcialmente o pleito repetitório. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. APURAÇÃO DO CRÉDITO. DACON A apuração dos créditos das Contribuições para O PIS e da Cofins. nãocumulativas, é realizada pelo contribuinte por meio do Dacon, não cabendo a autoridade tributária, em sede do contencioso administrativo, assentir com a inclusão, na base de cálculo desses crédito, de custos e despesas não informados ou incorretamente informados no respectivo Dacon. Inconformada com a decisão, apresentou a recorrente, tempestivamente, o presente recurso voluntário. Na oportunidade, reiterou os argumentos colacionados em sua defesa inaugural. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Fl. 2143DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.144 10 A lide versa sobre a exigência de Contribuição para o PIS/Pasep apurada no Regime da Não Cumulatividade, e decorre da glosa de determinados créditos requeridos pela contribuinte. A este respeito, esclarecese que as Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03 instituíram um sistema legal de abatimento de créditos em relação a determinados gastos, apurados mediante a aplicação das alíquotas especificadas para estas contribuições (1,65% para a Contribuição para o PIS/Pasep e 7,6% para a Cofins). O legislador adotou o critério de listar expressamente os bens e serviços capazes de gerar créditos, dispostos no artigo 3º destas leis: Lei nº 10.833/03 Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela lei nº 11.787, de 2008) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei no10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) IV aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) Fl. 2144DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.145 11 VII edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; VIII bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei; IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. X valetransporte, valerefeição ou valealimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.898, de 2009) (grifo nosso) Como se percebe, as hipóteses passíveis de geração de créditos não abarcam a totalidade das despesas e custos que as pessoas jurídicas possuem, estando ausentes, por exemplo, as despesas financeiras. Ressaltese que tais despesas, originalmente, geravam direito a créditos, mas esta possibilidade foi extinta pela Lei nº 10.865 de 30 de abril de 2004. A hipótese de geração de créditos que mais gera controvérsia entre o Fisco e os contribuintes referese ao inciso II deste artigo, que permite o creditamento em relação a bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. O termo insumos, de origem econômica, traduzido do termo inglês input, compreende, de um modo geral, bens ou serviços utilizados na produção de um outro bem ou serviço. Inclui, em sua acepção mais ampla, cada um dos elementos que entram no processo de produção de mercadorias ou serviços, e são necessários para a sua produção, tais como matériasprimas, bens intermediários, máquinas e equipamentos, capital e trabalho humano. Diferentemente dos bens adquiridos para revenda, os insumos são comprados pelos produtores ou prestadores de serviço para consumo em suas atividades. Na indústria, podem integrar o produto final, como as matérias primas, podem servir para alimentação de máquinas, como os combustíveis, ou podem ser utilizados para a manutenção do parque fabril, como os lubrificantes. Insumo, desta forma, pode ser entendido como todos os fatores de produção que entram na elaboração de certa quantidade de bens ou serviços, sejam eles diretos, como as matériasprimas, ou indiretos, como a mãodeobra, energia, e os tributos. O vocábulo, em seu sentido jurídico, foi desta forma conceituado por Maria Helena Diniz: Insumo. Economia Política. 1. Despesas e investimentos que contribuem para um resultado ou para obtenção de uma mercadoria ou produto até o consumo final. 2. É tudo aquilo que Fl. 2145DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.146 12 entra (input), em contraposição ao produto (output), que é o que sai. 3. Tratase de combinação de fatores de produção, diretos (matériaprima) e indiretos (mãodeobra, energia, tributo), que entram na elaboração de certa quantidade de bens ou serviços. 1 Marco Aurélio Greco2 distingue os insumos em econômicos e funcionais. Insumos econômicos seriam aqueles que incluem os fatores de produção, como o capital e o trabalho; já os funcionais englobam todos os elementos que integram o processo produtivo, como máquinas, equipamentos, matériasprimas, trabalho humano, embalagens, etc.. Observase, todavia, que nem toda aquisição de bens nãoduráveis será caracterizada como compra de insumo. É necessário que as despesas sejam relacionadas às atividades da pessoa jurídica. Desta forma, despesas com familiares de executivos, por exemplo, nunca são considerados insumos, mesmo que tenham sido custeadas pela pessoa jurídica. Analisandose os elementos que permitem o desconto de créditos na Contribuição para o PIS/Pasep e na Cofins, verificase que eles tomam por base bens adquiridos para revenda (inciso I), bens do ativo permanente (incisos VI e VII), insumos necessários à produção (inciso II), serviços (inciso IX), bem como outros custos e despesas incorridos com a atividade empresarial (incisos III, IV, V e X). Da análise das hipóteses acima expostas, constatase que os créditos abrangem, de forma selecionada, insumos econômicos e funcionais. Observase ainda que, dentre as hipóteses passíveis de geração de créditos, o inciso II do artigo 3º das leis nº 10.637/02 e 10.833/03 permite o desconto de créditos sobre as aquisições de insumos empregados na fabricação de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. O termo “insumos”, incluído dentre as hipóteses de creditamento, que por sua vez são constituídas por “insumos” em significado amplo, como não poderia deixar de ser, gerou uma infinidade de divergências em relação ao seu significado. A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), órgão competente para emissão de normas complementares referentes ao sistema tributário nacional, definiu como insumos apenas as matériasprimas, os produtos intermediários e o material de embalagem que sejam utilizados em "ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação"3. Adotouse, nestes atos, o entendimento exposto no Parecer Normativo COSIT n° 65/79 acerca do conceito de insumos – tal ato, contudo, versa sobre o IPI. Alguns julgados deste Conselho, de forma diametralmente oposta, defendem que o conceito de insumo aplicável à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins deve ser o mesmo aplicável ao Imposto de Renda, baseado em que, para se auferir lucro, é necessário antes se obter receita. 1 DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. Vol 2, São Paulo: Saraiva, 1988, p. 870 2 GRECO, Marco Aurélio. Não cumulatividade do PIS/PASEP e da Cofins. In Nãocumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS. PAULSEN, Leandro (coord.). São Paulo: IOB Thompson, 2004, p. 113 3 Instrução Normativa SRF nº 247, de 21 de novembro de 2002, art. 66, §5º e Instrução Normativa SRF nº 404, de 12 de março de 2004, art. 8º, §4º. Fl. 2146DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.147 13 Entendem, desta forma, que a materialidade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins é mais próxima daquela estabelecida para o IRPJ do que daquela prevista para o IPI. Assim sendo, baseado na natureza das respectivas hipóteses de incidência (receita/lucro/industrialização), o conceito de custos previsto na legislação do IRPJ (artigo 290 do RIR/99), bem como o de despesas operacionais previsto no artigo 299 do RIR/99, seria mais próprio de ser aplicado a estas contribuições do que o conceito previsto na legislação do IPI. Entendo, contudo, que a melhor forma de definição conceito de insumos passa pela análise da figura tributária ao qual este conceito foi estabelecido, qual seja da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. E, tendo em vista que o cerne de uma figura tributária é a sua materialidade econômica, no caso das contribuições em tela esta definição exige que se verifique “a receita ou o faturamento”, nos termos da CF/88, e mais especificadamente a receita bruta, ou “o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil”, conforme previsto pelas leis nº 10.833/03 e 10.637/02. Este entendimento inviabiliza a defesa do conceito de insumos estabelecido pelas Instruções Normativas expedidas pela RFB, que reproduzem o conceito de insumos estabelecido pela legislação do IPI. Esclarecese que o IPI possui como elemento nuclear as operações de industrialização, assim entendidas aquelas que modificam a natureza ou a finalidade de produtos, ou os aperfeiçoem para o consumo, fato jurídico com profundas diferenças em relação às contribuições em tela. Em que pese a receita bruta de uma pessoa jurídica ter por base, entre outras receitas, aquelas decorrentes de operações de industrialização, a materialidade jurídica receita em nada corresponde a destas operações. Da mesma forma, não se mostra apropriada a utilização do conceito de insumos adotado na legislação do Imposto de Renda. Este tributo incide sobre o acréscimo patrimonial da pessoa jurídica, denominado renda ou lucro. Não se confunde, de forma alguma, com receita bruta, que possui sentido bem mais amplo, compreendendo qualquer quantia percebida. Mesmo que se possa falar que a materialidade jurídica “renda” é mais próxima a “receita” do que “operações de industrialização”, ainda assim as diferenças entre estas figuras impedem que se adote, pura e simplesmente, os entendimentos já consolidados na legislação do Imposto de Renda para a legislação da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Desta forma, a busca do conceito de insumos para estas contribuições impõe que se verifique a base econômica destas, ou seja, a receita bruta. Por outro ângulo, tendo em vista a ausência de uma verdadeira cadeia econômica relacionada à receita bruta, posto dizer respeito a cada contribuinte individualmente considerado, as proposições existentes para as demais exações tributadas pelo regime da não Fl. 2147DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.148 14 cumulatividade, quais sejam o IPI e o ICMS, tampouco podem ser utilizadas sem que sejam feitas as devidas adaptações. Assim sendo, em consonância com o pensamento de Marco Aurélio Greco4, mostrase necessário, para definição do conceito de insumos, a visualização do processo formativo da receita daquela pessoa jurídica. E este processo formativo da receita inclui todos os elementos, sejam eles físicos ou funcionais, necessários para a obtenção desta receita. Claro que este entendimento não pode vir dissociado das hipóteses previstas na legislação como passíveis da geração de créditos. O legislador especificou, no artigo 3º das leis 10.637/02 e 10.833/03, quais situações passíveis de geração de créditos, deixando de fora desta lista determinados custos e despesas. Caso a lei tivesse por objetivo adotar a generalidade, bastaria fazer uma alusão genérica a toda e qualquer despesa ocorrida e que estivesse sujeita, anteriormente, à tributação pela Contribuição para o PIS/Pasep e pela Cofins. Como esta não foi a forma adotada pela legislação, não se pode entender como insumos despesas que dizem respeito a todo e qualquer aspecto da atividade de uma empresa. Pois bem, o artigo 3º destas leis, ao falar de “insumos”, restringe aqueles utilizados na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Desta forma, excluemse deste critério todos os gastos que digam respeito à formação de receitas diferentes daquelas referentes a prestação de serviços ou a produção de bens, tais como as despesas financeiras. Isto não quer dizer que tais despesas não possam gerar créditos caso se enquadrem em alguma outra hipótese incluída no artigo 3º, apenas que não se caracterizam como insumos no teor do inciso II deste artigo. Pelo mesmo raciocínio, as despesas administrativas, por não terem relação ao processo formativo da receita na prestação de serviços ou na produção ou fabricação de bens, não geram direito a crédito. Outro aspecto importante para a definição de determinado bem como insumo é o momento em que este bem é utilizado, se antes, durante ou após o término do processo produtivo. Como já esclarecido, apenas os bens utilizados no processo produtivo são considerados insumos, de forma que os bens utilizados antes de iniciada a produção, ou após o término desta, não são considerados insumos para fins de geração de créditos. 4 GRECO, Marco Aurélio. Não cumulatividade do PIS/PASEP e da Cofins. In Nãocumulatividade do PIS/PASEP e da COFINS. PAULSEN, Leandro (coord.). São Paulo: IOB Thompson, 2004, pp. 112122 Fl. 2148DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.149 15 Do exposto, conceituamos insumo para fins de creditamento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins como sendo toda aquisição de bens ou serviços necessários para a percepção de receitas decorrentes da prestação de serviços ou da produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Excluemse deste conceito as aquisições que, mesmo referentes à prestação de serviços ou produção de bens, não se mostrem necessárias a estas atividades, adquiridas por mera liberalidade, ou por serem necessárias a outras atividades desta pessoa jurídica. Também não se enquadram como insumos os bens destinados ao ativo imobilizado, posto que os créditos referentes a estes bens estão incluídos em hipóteses distintas de creditamento, e devem ser apropriados por meio de calculo de depreciação. Ultrapassadas as exposições iniciais sobre a matéria, é possível adentrarmos na lide propriamente dita. Bens adquiridos para revenda operações sujeitas à alíquota zero Foram glosados os créditos referentes a produtos adquiridos cujas receitas encontravamse sujeitas à alíquota zero da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. A recorrente contesta a glosa, afirmando que os produtos correspondem a matériaprima utilizada em seu processo industrial, e que tem direito ao crédito em relação às aquisições, "[...] na medida em que, a despeito de terem sido realizadas mediante alíquota zero de PIS, é fato incontestável que foram previamente sujeitos a incidência em cascata deste tributo nas etapas anteriores da circulação." Explicitada a divergência, esclarecese que os incisos II dos parágrafos 2º dos artigos 3º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 determinam que não gera direito a crédito o valor das aquisições de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento das contribuições: Art. 3o [...] § 2o Não dará direito a crédito o valor: [...] II da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição. (grifo nosso) Os créditos foram glosados devido aos produtos estarem sujeitos à alíquota zero para a Contribuição para o PIS/Pasep e para a Cofins. Pois bem, a principal característica da figura tributária da alíquota zero é justamente a que ela resulta em uma exigibilidade nula, ou seja, não sujeita a operação ao pagamento da contribuição. Em restando incontroverso que as mercadorias adquiridas sujeitavamse a alíquota zero, mostrase incorreta a apropriação de créditos pela recorrente. Fl. 2149DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.150 16 Desta feita, tendo em vista o disposto no inciso II do parágrafo 2º do artigo 3º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, mostrase correta a glosa promovida pela autoridade fiscal. Insumos Serviços de transporte utilizados na aquisição de bens Em relação aos créditos apropriados pela recorrente relativos a fretes na aquisição de insumos, a autoridade fiscal glosou os créditos em relação aos Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Cargas (CTRC) apresentados pela recorrente para comprovação dos créditos que não informavam a Nota Fiscal a que estavam vinculados. Justificou a glosa afirmando que tais documentos não são suficientes para comprovar o direito creditório. Foram glosados ainda os créditos referentes a CTRC cujas notas fiscais vinculadas não se encontram na memória de cálculo do crédito do período e que, portanto, não configurariam frete na compra de bens utilizados como insumos. A recorrente contesta a glosa, afirmando que os fretes referiamse ao transporte de aves, insumo de seu processo produtivo, o que daria o direito ao crédito. Afirma ainda que: A fim de corroborar tais alegações requer a Recorrente a juntada das planilhas comprovando o vínculo da nota fiscal de compra de insumos com a nota fiscal de frete, relacionando, ainda, os números dos CFOP's e CTRCs De fato, conforme defendido pela recorrente, o frete pago na aquisição de insumos é considerado como parte do custo daqueles, integrando o cálculo do crédito da Contribuição para o PIS/Pasep da Cofins no regime da não cumulatividade. A autoridade fiscal não contesta o direito ao crédito da recorrente em relação aos gastos com fretes nas aquisições de insumos de seu processo produtivo. A glosa decorre da falta de comprovação da natureza dos dispêndios, de que o frete, de fato, referese a aquisição de insumos. Mostrase necessário, neste ponto, alguns esclarecimentos acerca da repartição do ônus da prova nas questões litigiosas. Com efeito, da delimitação do onus probandi depende a definição de grande parte das responsabilidades processuais. Assim é nas relações de direito privado e, igualmente, nas relações de direito público, dentre as quais as relacionadas à imposição tributária. O artigo 333 do Código de Processo Civil disciplina a distribuição do ônus probatório da seguinte forma: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 2150DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.151 17 Estatuiuse por meio desta norma que o ônus da prova no processo civil incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito e ao réu quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Comentando esse art. 333, Humberto Theodoro Júnior sustenta que: Cada parte, portanto, tem o ônus de provar os pressupostos fáticos do direito que pretenda seja aplicado pelo juiz na solução do litígio. Quando o réu contesta apenas negando o fato em que se baseia a pretensão do autor, todo o ônus probatório recai sobre este. Mesmo sem nenhuma iniciativa de prova, o réu ganhará a causa, se o autor não demonstrar a veracidade do fato constitutivo do seu pretenso direito. Quando, todavia, o réu se defende através de defesa indireta, invocando fato capaz de alterar ou eliminar as conseqüências jurídicas daquele outro fato invocado pelo autor, a regra invertese. É que, ao se basear em fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito do autor, o réu implicitamente admitiu como verídico o fato básico da petição inicial, ou seja, aquele que causou o aparecimento do direito que, posteriormente, veio a sofrer as conseqüências do evento a que alude a contestação. O fato constitutivo do direito do autor tornouse, destarte, incontroverso, dispensando, por isso mesmo, a respectiva prova (art. 334, n.º III). 5 Aplicandose este conceito à lide tributária, podese afirmar que à autoridade lançadora incumbe o ônus da prova da ocorrência do fato jurídico tributário ou da infração que deseja imputar ao contribuinte, enquanto que ao contribuinte incumbe provar fatos impeditivos do nascimento da obrigação tributária ou de sua extinção, ou requisitos constitutivos de uma isenção ou outro benefício tributário. À legislação processual administrativotributária inclui disposições que reproduzem este conceito. Assim é que, nos casos de lançamentos de ofício, não basta a afirmação, por parte da autoridade fiscal, de que ocorreu o ilícito tributário; pelo contrário, é fundamental que a infração seja devidamente comprovada, como se depreende da parte final do caput do artigo 9º do Decreto nº 70.235/1972, que determina que os autos de infração e notificações de lançamento “deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito”. De outro lado, ao contribuinte a legislação impõe o ônus de provar o que alega em face das provas carreadas pela autoridade fiscal, como expresso no inciso III do artigo 16 do mesmo Decreto nº 70.235/1972, que determina que a impugnação conterá "os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir". A distribuição do ônus da prova possui ainda certas características quando se trata de glosa de créditos do regime da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. 5 THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Forense, São Paulo, 23ª ed., 1998, p. 424. Fl. 2151DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.152 18 Esclarecese, sucintamente, que para a Contribuição para o PIS/Pasep e para a Cofins a não cumulatividade consiste na possibilidade de se deduzir, do valor a ser recolhido, créditos calculados sobre encargos da pessoa jurídica, tais como matériaprima, energia elétrica e aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos. Desta forma, neste regime mantémse a premissa de que compete a autoridade fiscal comprovar a ausência de recolhimentos em relação matéria tributável desta contribuições, qual seja a receita bruta do contribuinte. Quanto aos créditos, todavia, diante das particularidades deste regime tributário, estes se encontram na esfera do dever probatório dos contribuintes. Tal afirmação decorre da simples aplicação da regra geral, qual seja a de que àquele que pleiteia um direito tem o dever de provar os fatos que geram este direito. Assim, em sendo os créditos deste regime tributário um benefício que permite ao contribuinte diminuir o valor do tributo a ser recolhido, cumpre ao contribuinte que quer usufruir deste benefício o ônus de provar que possui este direito. Desta forma, o direito aos créditos da não cumulatividade, utilizados para desconto da contribuição devida, ou para ressarcimento ou compensação nas situações permitidas pela legislação, exige que o contribuinte comprove a existência dos fatos que geram este direito. Exigese, portanto, a apresentação dos documentos comprobatórios da existência do direito creditório; documentos que atestem, de forma inequívoca, a origem e a natureza do crédito. Caso o contribuinte não comprove possuir este direito, seus créditos devem ser cancelados, sendo exigida a contribuição devida que estava acobertada por estes créditos. No tocante a realização de diligências probatórias, destinadas à verificação da exatidão das informações trazidas pelos contribuintes, é preciso ter em conta que as diligências não podem ter por finalidade suprir o ônus da prova colocado às partes, mas sim de elucidar questões pontuais mantidas controversas mesmo em face dos documentos trazidos pelo contribuinte; em outras palavras, as diligências servem para esclarecer pontos duvidosos específicos, e não para que a autoridade fiscal, diante da falta de comprovação da existência do crédito, supra tal omissão do contribuinte. No caso em análise, ao contribuinte cumpre o ônus de trazer os elementos de prova que demonstrem a existência do crédito. E tal demonstração, no caso das pessoas jurídicas, está, por vezes, associada a uma conciliação entre registros contábeis e documentos que respaldem tais registros. Assim, para comprovar a existência de um crédito vinculado a um registro contábil, não basta apresentar o registro, mas também indicar, de forma específica, que documentos estão associados a que registros; ainda, é importante, quando a natureza da operação escriturada/documentada for importante para a caracterização ou não do direito creditório, que a descrição da operação constante dos registros e documentos seja clara, sem abreviaturas ou códigos que dificultem ou impossibilitem a perfeita caracterização do negócio. Em regra, portanto, cumpre ao contribuinte vincular registros contábeis a documentos fiscais, estabelecendo com clareza a natureza das operações por eles instrumentadas, não lhe sendo lícito simplesmente juntar uma massa de documentos ao Fl. 2152DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.153 19 processo, sem indicação individualizada de a quais registros se referem. A atividade de "provar" não se limita, no mais das vezes, a simplesmente juntar documentos aos autos; nos casos em que se tem inúmeros registros associados a inúmeros documentos, provar significa associar registros e documentos de forma individualizada, do mesmo modo que, no caso das provas indiciárias, exigese a contextualização dos fatos por via do cruzamento dos indícios. Não é lícito ao julgador dispensar a autoridade fiscal ou o contribuinte, conforme o caso, do ônus que a lei impõe a cada um deles; tanto quanto não lhe é lícito valer se das diligências e perícias para, por vias indiretas, suprir o ônus probatório que cabia a cada parte. Diligências existem para resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação jurídica. Já as perícias existem para fins de que sejam dirimidas questões para as quais exigese conhecimento técnico especializado, ou seja, matéria impassível de ser resolvida a partir do conhecimento das partes e do julgador. De se ressaltar, igualmente, que o fato de o processo administrativo ser informado pelo princípio da verdade material, em nada macula tudo o que foi até aqui dito. É que o referido princípio destinase a busca da verdade que está para além dos fatos alegados pelas partes, mas isto num cenário dentro do qual as partes trabalharam proativamente no sentido do cumprimento do seu onus probandi. Em outras palavras, o princípio da verdade material autoriza o julgador a ir além dos elementos de prova trazidos pelas partes, quando tais elementos de prova induzem à suspeita de que os fatos ocorreram não da forma como esta ou aquela parte afirma, mas de uma outra forma qualquer (o julgador não está vinculado às versões das partes). Mas isto, à evidência, nada tem a ver com propiciar à parte que tem o ônus de provar o que alega, a oportunidade de, por via de diligências, produzir algo que, do ponto de vista estritamente legal, já deveria compor, como requisito de admissibilidade, o pleito desde sua formalização inicial. Por fim, da mesma forma que não se pode usar as diligências como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pelas partes, também não se pode exigir que o julgador da questão controversa promova, ele próprio, a contextualização dos elementos de prova juntados ao processo. Retornandose a análise da lide, constatase que a recorrente não trouxe aos autos nenhum documento capaz de comprovar sua afirmação de que os fretes referiamse ao transporte de aves. Nem mesmo a planilha a que fez alusão em seu Recurso Voluntário foi anexada. Os CTRC apresentados pela recorrente, posto não informarem a nota fiscal referente aos insumos que afirma estar adquirindo, não são suficientes para comprovar que o transporte se refere a aquisição de mercadorias. A Nota Fiscal é o instrumento que formaliza a aquisição dos insumos. A ausência desta informação no CTRC impede que se tenha segurança de que a carga transportada se refira a insumos adquiridos. Desta forma, os bens podem estar sendo transportados por diferentes finalidades, não sendo possível ter certeza de que se refere a aquisição de insumos. Fl. 2153DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.154 20 Desta forma, tendo em vista que cumpre à contribuinte o ônus de comprovar seu direito creditório, e que os documentos anexados não se prestam a tal finalidade, mostrase correta a glosa de créditos promovida pela autoridade fiscal. Fretes na operação de venda falta de comprovação A autoridade fiscal glosou os créditos requeridos vinculados a fretes na operação de venda relativos a CTRC cujas notas fiscais vinculadas não se encontram no Livro Registro de Saídas do período. A recorrente contesta a glosa, afirmando que os CTRCs que a administração alegou que não seriam vinculados às notas fiscais se referiam a aquisições de aves vivas, consideradas insumos no seu processo produtivo. Esclarece que um único transportador é responsável pelo transporte de aves de diversos produtores, recolhendo as aves em cada estabelecimento dos criadores durante um único transporte, e por conseqüência emite somente um CTRC. Assim sendo, no momento que os CTRCs são emitidos, a transportadora não possui conhecimento de quais notas fiscais irão acompanhar o transporte de aves vivas e, por tal razão, emitese os CTRCs sem a descrição da nota fiscal correspondente. Em atenção ao arguido, constatase inicialmente que a recorrente modifica a natureza do direito creditório requerido: os créditos declarados em seu Dacon como sendo referentes a frete na operação de venda agora são apresentados como sendo frete na aquisição de insumos. Observase, ainda, que a recorrente não apresenta nenhum documento comprobatório do que alega. Restringese a afirmar que possui direito aos créditos, mas novamente deixa de cumprir com seu ônus probatório. Em sendo esta a situação em tela, tendo em vista a falta de comprovação de seu direito creditório, mostrase correta a glosa promovida pela autoridade fiscal em relação créditos a fretes na operação de venda relativos a CTRC cujas notas fiscais vinculadas não se encontram no Livro Registro de Saídas do período. Fretes na operação de venda transferência de produtos acabados entre estabelecimentos Foram glosados créditos vinculados a fretes na operação de venda em que foi constatado corresponderem a transferência de produtos acabados entre estabelecimentos industriais e estabelecimentos distribuidores, não integrando a operação de venda a ser realizada posteriormente. A glosa foi promovida tomando por base o Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP) de saída do produto informado pela recorrente, em relação as seguintes operações: 5151 Transferência de produção do estabelecimento 5152 Transferência de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros 5451 Remessa de animal e de insumo para estabelecimento produtor 5501 Remessa de produção do estabelecimento, com fim específico de exportação Fl. 2154DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.155 21 5503 Devolução de mercadoria recebida com fim específico de exportação 5905 Remessa para depósito fechado ou armazém geral 5910 Remessa em bonificação, doação ou brinde 5914 Remessa de mercadoria ou bem para exposição ou feira 5923 Remessa de mercadoria por conta e ordem de terceiros, em venda à ordem 5949 Outra saída de mercadoria ou prestação de serviço não especificado 6151 Transferência de produção do estabelecimento 6152 Transferência de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros 6501 Remessa de produção do estabelecimento, com fim específico de exportação 6503 Devolução de mercadoria recebida com fim específico de exportação 6910 Remessa em bonificação, doação ou brinde 6923 Remessa de mercadoria por conta e ordem de terceiros, em venda à ordem 6949 Outra saída de mercadoria ou prestação de serviço não especificado 7949 Outra saída de mercadoria ou prestação de serviço não especificado A recorrente contesta a glosa, afirmando que, muito embora não tenham a denominação de venda, estão diretamente vinculados às vendas ou ao processo produtivo, o que daria direito ao crédito de PIS/COFINS. Em atenção ao alegado, esclarecese que o inciso IX do artigo 3º da Lei nº 10.833/2003 determina o direito ao desconto de créditos em relação a gastos com armazenagem e frete na operação de venda relacionados a produtos adquiridos para revenda ou a insumos de seu processo produtivo: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor.(grifo nosso) O artigo 15, inciso II, da Lei nº 10.833/2003 expressamente confere o direito ao crédito em relação a Contribuição para o PIS/Pasep. Pois bem, do citado dispositivo, extraise que gera direito ao crédito o pagamento de serviços de frete nas operações de venda. Não abarca, desta forma, o transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da própria contribuinte, que por não integrarem uma operação de venda, não possibilitam a apropriação de créditos. A recorrente afirma ainda alguns destes fretes tem por objeto o transporte de insumos de seu processo produtivo. Em análise aos CFOP de saída que foram objeto de glosa, constatase que estes abarcam o transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da própria recorrente. Fl. 2155DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.156 22 Como explicitado no início deste voto, apenas os bens utilizados no processo produtivo são considerados insumos, não sendo possível considerar o produto já acabado, após a etapa de produção, como insumos para fins de geração de créditos. Desta forma, mostramse corretas as glosas promovidas em relação aos CFOPs 5151, 5503, 5905, 5910, 5914, 5949, 6151, 6152, 6151, 6152, 6501, 6503, 6910, 6923, 6949 e 7949. O CFOP 5451, contudo, referese a remessa de animal e de insumo para estabelecimento produtor. A recorrente informa que se tratam de remessas de insumos relacionados ao seu processo produtivo, por meio de um sistema integrado de parceria rural com pequenos produtores. Da mesma forma, os CFOPs 5152 Transferência de mercadoria adquirida ou recebida de terceiros também dizem respeito ao seu processo produtivo. Estes fretes, portanto, tem por objeto o transporte de insumos de seu processo produtivo, o que gera direito ao crédito. Quanto aos CFOPs 5501 Remessa de produção do estabelecimento, com fim específico de exportação e 5923 Remessa de mercadoria por conta e ordem de terceiros, em venda à ordem, os mesmos correspondem a frete na operação de venda, o que gera direito a crédito. Desta forma, deve ser revista a glosa dos créditos relacionados aos fretes relacionados as saídas no CFOP 5451, 5152, 5501 e 5923 mantendo os demais créditos glosados. Depreciação de bens do Ativo Imobilizado Foram glosados os créditos com depreciação de bens do ativo imobilizado apropriados referentes as contas "Juros e Capitalização Operacional", "Construções Civis e Benfeitorias", "Software Imobilizado" e "Área Administrativa", devido a não serem utilizados na produção de bens destinados à venda. A recorrente contesta a glosa, afirmando que todo o processo industrial depende destes itens, que estariam diretamente vinculados ao seu processo produtivo. Em atenção ao alegado, esclarecese que os incisos VI dos artigos 3º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 determinam o direito ao desconto de créditos em relação aos encargos de depreciação referentes a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para utilização na produção de bens destinados à venda de seu processo produtivo: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à Fl. 2156DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.157 23 venda ou na prestação de serviços; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) [...] § 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o valor: [...] III dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês; Os bens do Ativo Imobilizado, desta forma, para conceder direito ao crédito, precisam estar vinculados ao processo produtivo da contribuinte. Não se incluem nesta hipótese os bens do ativo imobilizado utilizados em outras atividades, como, por exemplo, os equipamentos utilizados nas áreas administrativa e comercial. As glosas correspondem as contas "Juros e Capitalização Operacional", "Construções Civis e Benfeitorias", "Software Imobilizado" e "Área Administrativa". De pronto, verificase que os gastos referentes as contas "Juros e Capitalização Operacional" e "Área Administrativa" não tem nenhuma relação como seu processo produtivo, de forma que não geram direito ao crédito pleiteado. Quanto às contas "Construções Civis e Benfeitorias" e "Software Imobilizado", que pela descrição poderiam incluir tanto bens utilizados em seu processo produtivo como nas demais atividades da empresa, a recorrente restringese a vociferar a vinculação ao seu processo produtivo, sem, contudo, explicitar quais os bens a que se refere, com a efetiva utilização. A recorrente, além de não descrever de forma individualizada os bens a que se refere, não apresenta nenhum documento passível de comprovar que são efetivamente utilizados na produção de bens destinados à venda. Em sendo estes os fatos em julgamento, constatada a falta de comprovação do seu direito creditório, mostrase correta a glosa promovida pela autoridade fiscal. Crédito presumido da agroindústria A autoridade fiscal glosou o crédito presumido da agroindústria, previsto no artigo 8º da Lei nº 10.925/04, referente a aquisições de pessoas jurídicas, com base no entendimento de que a suspensão da exigibilidade do PIS e da Cofins prevista no artigo 9º da Lei nº 10.925/04 passou a vigorar somente a partir de 04/04/2006, após a regulamentação do referido dispositivo legal pela IN SRF 636/2006, posteriormente revogada pela IN SRF 660/2006. Foram ainda glosados os créditos presumidos da agroindústria referentes a aquisição de mercadorias para revenda, bem como foram modificados os percentuais aplicados em relação a determinadas mercadorias adquiridas que explicita. A recorrente contesta as glosas afirmando que os bens adquiridos correspondem a insumos, e que teria aplicado o percentual correto. Fl. 2157DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.158 24 A recorrente não contesta a glosa referente a aquisições de pessoas jurídicas, requerendo, contudo, que seja reconhecido o crédito integral de PIS sobre as aquisições realizadas no período envolvido. Exposta a lide, a glosa referese ao crédito presumido previsto pelo art. 8º da Lei nº 10.925/2004, que assim dispõe (redação vigente à época dos fatos geradores): Art. 8o As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1º O disposto no caput deste artigo aplicase também às aquisições efetuadas de: I cerealista que exerça cumulativamente as atividades de secar, limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM; II pessoa jurídica que exerça cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; e III pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção agropecuária.(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2o O direito ao crédito presumido de que tratam o caput e o § 1o deste artigo só se aplica aos bens adquiridos ou recebidos, no mesmo período de apuração, de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País, observado o disposto no § 4o do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. § 3o O montante do crédito a que se referem o caput e o § 1o deste artigo será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a I 60% (sessenta por cento) daquela prevista no art. 2o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os produtos de origem animal classificados nos Capítulos 2 a 4, 16, e nos códigos 15.01 a Fl. 2158DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.159 25 15.06, 1516.10, e as misturas ou preparações de gorduras ou de óleos animais dos códigos 15.17 e 15.18; e II 35% (trinta e cinco por cento) daquela prevista no art. 2o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os demais produtos. § 4o É vedado às pessoas jurídicas de que tratam os incisos I a III do § 1o deste artigo o aproveitamento: I do crédito presumido de que trata o caput deste artigo; II de crédito em relação às receitas de vendas efetuadas com suspensão às pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo. § 5o Relativamente ao crédito presumido de que tratam o caput e o § 1o deste artigo, o valor das aquisições não poderá ser superior ao que vier a ser fixado, por espécie de bem, pela Secretaria da Receita Federal. § 6o Para os efeitos do caput deste artigo, considerase produção, em relação aos produtos classificados no código 09.01 da NCM, o exercício cumulativo das atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 7o O disposto no § 6o deste artigo aplicase também às cooperativas que exerçam as atividades nele previstas. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) O dispositivo estabelece que o crédito presumido decorrente das aquisições que menciona somente pode ser deduzido do valor devido da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurados no regime da não cumulatividade. Não esta prevista, portanto, a hipótese de ressarcimento ou da utilização deste crédito presumido na compensação com outros débitos tributários. O próprio art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002, que prevê a possibilidade de compensação e ressarcimento de créditos da não cumulatividade do PIS e da Cofins, restringe aos créditos apurados na forma do art. 3º da referida lei. Assim sendo, por falta de previsão legal, concluise que a recorrente não possui direito ao ressarcimento dos créditos presumidos previstos no artigo 8º da Lei nº 10.925/2004. Resta verificar ainda o pedido da recorrente referente às aquisições de pessoas jurídicas, para que seja reconhecido o crédito integral de PIS sobre as aquisições realizadas no período envolvido. A questão versa sobre o termo inicial da vigência da suspensão da incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em relação às vendas efetuadas por empresas cerealistas e cooperativas às agroindústrias. Fl. 2159DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.160 26 A suspensão da incidência das contribuições foi estabelecida pela Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, que em seu artigo 9º assim dispõe: Art. 9º A incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS fica suspensa na hipótese de venda dos produtos in natura de origem vegetal, classificados nas posições 09.01, 10.01 a 10.08, 12.01 e 18.01, todos da NCM, efetuada pelos cerealistas que exerçam cumulativamente as atividades de secar, limpar, padronizar, armazenar e comercializar os referidos produtos, por pessoa jurídica e por cooperativa que exerçam atividades agropecuárias, para pessoa jurídica tributada com base no lucro real, nos termos e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal. (grifo nosso) Constatase que a referida suspensão da incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins abrangia a receita com a venda dos produtos in natura de origem vegetal efetuada por cerealistas e cooperativas agropecuárias. Os contribuintes, contudo, deveriam atender aos termos e condições estabelecidas pela RFB. O artigo 17 desta Lei estabeleceu que a norma produziria efeitos a partir de 1º/08/2004: Art. 17. Produz efeitos: [...] III – a partir de 1º de agosto de 2004, o disposto nos arts. 8º e 9º desta Lei. (grifo nosso) Posteriormente, em 29/12/2004, foi publicada a Lei nº 11.051, alterando a redação deste dispositivo, que passou a vigorar com a seguinte redação: Art. 9º A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda: I de produtos de que trata o inciso I do § 1º do art. 8º desta Lei, quando efetuada por pessoas jurídicas referidas no mencionado inciso; II de leite in natura, quando efetuada por pessoa jurídica mencionada no inciso II do § 1º do art. 8º desta Lei; e III de insumos destinados à produção das mercadorias referidas no caput do art. 8º desta Lei, quando efetuada por pessoa jurídica ou cooperativa referidas no inciso III do § 1º do mencionado artigo. § 1º O disposto neste artigo: I aplicase somente na hipótese de vendas efetuadas à pessoa jurídica tributada com base no lucro real; e II não se aplica nas vendas efetuadas pelas pessoas jurídicas de que tratam os §§ 6º e 7º do art. 8º desta Lei. Fl. 2160DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.161 27 § 2º A suspensão de que trata este artigo aplicarseá nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF." (NR) (grifo nosso) A nova redação, em que pese ter ampliado o benefício, não alterou a situação dos cerealistas e cooperativas que já possuíam o direito a suspensão. Mantevese ainda a necessidade de se atender aos termos e condições estabelecidos pela RFB. O artigo 34 desta Lei definiu o início da produção de efeitos desta alteração para 29/12/2004: Art. 34. Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação, produzindo efeitos, em relação: I – ao art. 7º, a partir de 1o de novembro de 2004; II – aos arts. 9º, 10 e 11 a partir do 1o (primeiro) dia do 4o (quarto) mês subseqüente ao de sua publicação; III – aos demais artigos, a partir da data da sua publicação. Verificase ainda que a RFB, em que pese a Lei nº 10.925 ter sido publicada em 23 de julho de 2004, apenas em 24 de março de 2006, por meio da Instrução Normativa SRF nº 636, estabeleceu as condições para o exercício do direito da suspensão da incidência do PIS e da Cofins. Este ato normativo produziu de efeitos para a partir de 1º/8/2004, conforme previsto em seu artigo 5º : Art. 5° Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de agosto de 2004. A IN SRFnº 636/2006 foi revogada pela IN SRF nº 660, de 17 de julho de 2006, que passou a dispor sobre a matéria. O artigo 11 desta IN estabeleceu que seus dispositivos produziriam efeitos, em relação à suspensão da exigibilidade do PIS e da Cofins, a partir de 4/4/2006: Art. 11. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos: I – em relação à suspensão da exigibilidade da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins de que trata o art. 2º, a partir de 4 de abril de 2006, data da publicação da Instrução Normativa nº 636, de 24 de março de 2006, que regulamentou o art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004. Art. 12. Fica revogada a Instrução Normativa SRF nº 636, de 2006. (grifo nosso) Ultrapassada a exposição dos dispositivos que regem a matéria, resta definir qual o marco inicial da suspensão da exigibilidade da Contribuição para o Pis/Pasep e da Fl. 2161DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.162 28 Cofins: se a partir de 1º/8/2004, conforme previsto no artigo 17 da Lei nº 10.925/2004 e no artigo 5º da IN SRF nº 636/2006, ou se a partir de 4/4/2006, como estabelecido pelo artigo 11, inciso I da IN SRF nº 660/2006. Observo que a questão já foi examinada e definida com muita propriedade pelo STJ, em acórdão cuja ementa transcrevese abaixo: TRIBUTÁRIO. OMISSÃO. SÚMULA 284/STF. PIS/COFINS. SUSPENSÃO DE INCIDÊNCIA. ART. 9º DA LEI 10.925/2004, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.051/2004. EFICÁCIA. 1. Não se conhece de Recurso Especial em relação à ofensa ao art. 535 do CPC quando a parte não aponta, de forma clara, o vício em que teria incorrido o acórdão impugnado. Aplicação, por analogia, da Súmula 284/STF. 2. Hipótese em que se discute a data a partir da qual passou a ter eficácia o benefício de suspensão da incidência do PIS/Cofins, previsto no art. 9º da Lei 10.925/2004, com a redação dada pela Lei 11.051/2004. O Tribunal de origem entendeu que o termo seria 30.12.2004 (publicação da Lei 11.051/2004). 3. O Fisco aponta ofensa ao art. 9º, § 2º, da Lei 10.925/2004, que remeteria o termo inicial do benefício à regulamentação. Defende a suspensão da incidência a partir de 4.4.2006, data prevista na IN SRF 660/2006 (argumento principal). 4. Também indica violação do art. 34, II, da Lei 11.051/2004. Sustenta que a suspensão da exigibilidade não poderia ter eficácia antes de 1º. 4.2005, conforme previsto nesse dispositivo legal (argumento subsidiário). 5. O art. 9º, § 2º, da Lei 10.925/2004, com a redação dada pela Lei 11.051/2004, faz referência aos "termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal – SRF”, para fins de aplicação do benefício fiscal. A Fazenda defende que este benefício, portanto, é previsto por norma de eficácia limitada, a depender da disciplina pela SRF para sua aplicação. 6. A primeira Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal que regulou a matéria foi a IN SRF 636, publicada em 4.4.2006. Seu art. 5º previa o início de vigência retroativamente, a partir de 1º.8.2004, data prevista consoante o art. 17, III, da Lei 10.925/2004 como termo inicial do benefício de suspensão da incidência do PIS/Cofins. 7. A IN SRF 636/2006 não tem, por si só, o condão de infirmar o acórdão recorrido, pois, logicamente, o confronto dessas duas normas (IN SRF 636/2006 e Lei 11.051/2004) permite apenas reconhecer o benefício a partir de 30.12.2004 (data mais recente, entre o início de eficácia da IN SRF 636/2006 – 1º.8.2004 – e o da Lei 11.051/2004 – 30.12.2004), como decidiu o Tribunal a quo. Fl. 2162DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.163 29 8. A Fazenda Nacional defende que a posterior IN SRF 660, publicada em 25 de julho de 2006, revogou a IN SRF 636/2006 (publicada em 4.4.2006, previa o início de eficácia retroativamente, a partir de 1º. 8.2004) e acabou com a previsão de retroatividade do benefício. Essa segunda IN determinou que o benefício teria eficácia somente a partir de 4.4.2006, quando publicada a primeira Instrução (argumento principal). 9. É como se a Receita Federal tivesse, com a IN SRF 660/2006, mudado de idéia e passado a reconhecer o início de eficácia não mais retroativamente, em 1º.8.2004 (como previa o art. 5º da IN SRF 636/2006), mas apenas em 4.4.2006 (data de publicação da IN SRF 636/2006). Esse argumento não pode subsistir. 10. O benefício da suspensão de incidência do PIS/Cofins foi claramente concedido em favor da contribuinte pela Lei 11.051, publicada em 30.12.2004, que deu nova redação ao art. 9º, § 2º, da Lei 10.925/2004. As Instruções Normativas da Secretaria da Receita Federal (IN SRF 636 e 660 de 2006) não trouxeram inovações significativas em relação à normatização da matéria, restringindose a repetir e a detalhar minimamente a norma legal. 11. Ademais, ainda que se reconheça que o disposto no art. 9º, § 2º, da Lei 10.925/2004, com a redação dada pela Lei 11.051/2004, tem característica de norma de eficácia limitada, sua aplicação foi viabilizada pela publicação da IN SRF 636/2006, cujo art. 5º previu sua entrada em "vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de agosto de 2004” (fato incontroverso). 12. A posterior revogação da IN SRF 636/2006 pela IN SRF 660/2006 não poderia atingir o ato jurídico perfeito e o direito dos contribuintes à fruição do benefício a partir de 1º. 8.2004; no caso da contribuinte, desde 30.12.2004 (data de publicação da Lei 11.051, que ampliou o benefício em seu favor). 13. De fato, o acolhimento do pleito da Fazenda significaria impedir o aproveitamento do benefício entre 30.12.2004 (data da ampliação da suspensão em favor da contribuinte pela Lei 11.051/2004) e 4.4.2006 (data de publicação da IN SRF 636/2006), o que já havia sido reconhecido pela própria Secretaria da Receita Federal quando da publicação da IN SRF 636/2006 (art. 5º desse normativo). 14. Segundo a Fazenda Nacional, ainda que não se aceite 4.4.2006 como termo inicial para o benefício (data prevista na IN SRF 636/2006), impossível reconhecêlo antes de 1º. 4.2005 (data prevista no citado art. 34, II, da Lei 11.051/2004 – argumento subsidiário). 15. Há erro no argumento subsidiário da recorrente, pois a discussão recursal referese ao art. 9º da Lei 10.925/2004 (suspensão da incidência do PIS/Cofins) e não ao art. 9º da Lei 11.051/2004 (crédito presumido). Foi o benefício do crédito Fl. 2163DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.164 30 presumido que teve sua eficácia diferida para o primeiro dia do 4º mês subseqüente ao da publicação (art. 34, II, da Lei 11.051/2004), mas isso não tem relação com o presente litígio. 16. A alteração do art. 9º da Lei 10.925/2004, ampliando o benefício fiscal de suspensão de incidência do PIS/Cofins em proveito da recorrida (objeto desta demanda), foi promovida pelo art. 29 da Lei 11.051/2004 (e não por seu art. 9º). Esse dispositivo legal (art. 29) passou a gerar efeitos a partir da publicação da Lei 11.051/2004, nos termos de seu art. 34, III, como decidiu o Tribunal de origem. 17. O art. 34, II, da Lei 11.051/2005, suscitado pela Fazenda, referese à matéria estranha ao debate recursal, de modo que carece de comando suficiente para infirmar o fundamento do acórdão recorrido. Aplicase, nesse ponto, o disposto na Súmula 284/STF. 18. Recurso Especial não provido. (Resp 1.160.835/RS, 2ª Turma, sessão de 13/04/2010, relator Min. Herman Benjamin) Conforme definido nesta decisão, cujos fundamentos adotase neste voto, em que pese o disposto no artigo 11, inciso I, da IN SRF nº 660/2006, a suspensão da incidência do PIS e da Cofins iniciase em 1º de agosto de 2004, conforme previsto no art. 17 da Lei nº 10.925/2004. Assim sendo, tendo em vista que os créditos glosados referiamse a receitas cuja incidência do PIS e da Cofins encontravase suspensa, os mesmos permitem a apropriação do crédito presumido previsto no artigo 8º da Lei nº 10.925/2004. Observase, contudo, conforma já explicitado, que o nosso ordenamento jurídico não permite o Ressarcimento ou a Compensação do crédito presumido da agroindústria, apenas o desconto no valor da contribuição devida, o que impede a homologação da compensação declarada. Desta forma, mostrase correta a autoridade fiscal ao negar direito à compensação do crédito presumido previsto no artigo 8º da Lei nº 10.925/2004, restando prejudicados os demais argumentos. Outros créditos a descontar Tratase de hipótese de crédito prevista no §§ 19 e 20 do art. 3o e inciso II do art. 15 da Lei n° 10.833, de 2003, na redação dada pela Lei n° 11.051, de 2004, relacionada a empresa de serviço de transporte rodoviário de carga, e incidente sobre o valor dos pagamentos de serviços de transporte de carga prestados por pessoa física, transportador autônomo, e pessoa jurídica transportadora optante do Simples. A autoridade fiscal procedeu com a glosa dos créditos por constatar que a recorrente não presta serviços de transporte rodoviário de carga. Os códigos Cnae, relativos a esse tipo de serviço, atribuídos a algumas de suas filiais, teriam servido apenas para a emissão de conhecimentos de carga cujo tomador do serviço é a própria empresa Fl. 2164DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.165 31 A recorrente, a seu turno, justifica o direito ao crédito pois a atividade de transporte de carga estaria descrita em seu objeto social. Delimitada a controvérsia, transcrevese abaixo os dispositivos que permitem o direito ao crédito: Artigo 3º [...] § 19. A empresa de serviço de transporte rodoviário de carga que subcontratar serviço de transporte de carga prestado por: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) I – pessoa física, transportador autônomo, poderá descontar, da Cofins devida em cada período de apuração, crédito presumido calculado sobre o valor dos pagamentos efetuados por esses serviços; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II pessoa jurídica transportadora, optante pelo SIMPLES, poderá descontar, da Cofins devida em cada período de apuração, crédito calculado sobre o valor dos pagamentos efetuados por esses serviços. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (Vigência) § 20. Relativamente aos créditos referidos no § 19 deste artigo, seu montante será determinado mediante aplicação, sobre o valor dos mencionados pagamentos, de alíquota correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) daquela constante do art. 2o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (Vigência) (grifo nosso) Segundo tal dispositivo, o que gera direito ao crédito é a subcontratação de serviços de transporte de cargas. Não basta, portanto, a atividade de transporte de carga estaria descrita no objeto social da empresa, ela precisa realizar uma subcontratação de serviços de transporte de cargas. Tratase de espécie de contrato amplamente utilizada no segmento de transportes, mediante o qual as empresas transportadoras subcontratam outras empresas do mesmo ramo de atividade ou transportadores autônomos de cargas para cumprirem parte do percurso constante de Conhecimento de Transporte. Ela pressupõe a existência de uma operação prévia de venda de serviços de transporte, na qual a empresa transportadora contrata a prestação de serviço de transportes com determinado cliente, emite o conhecimento de frete e recebe em seu nome o valor total da venda. A subcontratação de serviços de transporte de cargas corresponde a uma operação posterior, por meio da qual a transportadora repassa a terceiros, também empresa de transporte, um valor inferior ao recebido sem a emissão de novo documento fiscal, referente à execução parcial do serviço de transporte contratado com seu cliente. Fl. 2165DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10909.003020/200585 Acórdão n.º 3201002.018 S3C2T1 Fl. 2.166 32 Em análise aos autos, constatase que créditos glosados não correspondem a subcontratação de serviços de transportes, posto não estarem vinculados a uma prestação de serviços de transporte previamente contratada junto a recorrente. Desta forma, mostrase correta a glosa promovida pela autoridade fiscal. Da conclusão Diante de todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, restaurando o crédito referente aos gastos com fretes que informam o CFOP 5451, 5152, 5501 e 5923, e mantendo a glosa quanto aos demais créditos. Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Relator Fl. 2166DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 12/02/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 13/02/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 10880.722286/2013-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-000.599
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o recurso em diligência nos termos do voto do relator. Compareceu à sessão de julgamento o(a) advogado(a) Ana Paula Lui, OAB/SP nº 175658.
Assinado digitalmente
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Assinado digitalmente
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cassio Shappo.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o recurso em diligência nos termos do voto do relator. Compareceu à sessão de julgamento o(a) advogado(a) Ana Paula Lui, OAB/SP nº 175658. Assinado digitalmente Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cassio Shappo. Relatório RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .7 22 28 6/ 20 13 -0 4 Fl. 212DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10880.722286/201304 Resolução nº 3201000.599 S3C2T1 Fl. 213 2 Trata o presente processo de cobrança referente a pedido de compensação não homologado, que originalmente estava apensado ao Processo Administrativo nº 12585.000.283/201025. O Processo Administrativo nº 12585.000.283/201025, foi julgado pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que manteve o despacho decisório negando os créditos pleiteados pela Recorrente. O contribuinte irresignado com as decisões da primeira instância, interpôs recurso voluntário, posteriormente os processos foram desapensados no CARF e distribuídos a este Relator para julgamento. A turma de julgamento ao analisar o Processo Administrativo nº 12585.000283/201025 resolveu converter o processo em diligência, que ainda encontrase pendente de realização pela Unidade de Origem. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. A teor do relatado, o pedido de compensação controlado no presente processo referese aos créditos constantes do Processo Administrativo nº 12585.000283/201025, que encontrase em diligência para cumprimento de resolução deste conselho Entendo, que a desapensação do processo foi equivocada sendo necessário a sua juntada novamente ao Processo Administrativo nº 12585.000283/201025. Confirmando este entendimento, o novo Regimento Interno do CARF determina de forma expressa, que existindo conexão, os processo deverão ser vinculados para que o julgamento ocorra em conjunto. A determinação consta do art. 6º do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. Art. 6º Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: § 1º Os processos podem ser vinculados por: I conexão, constatada entre processos que tratam de exigência de crédito tributário ou pedido do contribuinte fundamentados em fato idêntico, incluindo aqueles formalizados em face de diferentes sujeitos passivos; II decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo Fl. 213DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10880.722286/201304 Resolução nº 3201000.599 S3C2T1 Fl. 214 3 acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas; e III reflexo, constatado entre processos formaliza dos em um mesmo procedimento fiscal, com base nos mesmos elementos de prova, mas referentes a tributos distintos. § 2º Observada a competência da Seção, os processos poderão ser distribuídos ao conselheiro que primeiro recebeu o processo conexo, ou o principal, salvo se para esses já houver sido prolatada decisão. § 3º A distribuição poderá ser requerida pelas partes ou pelo conselheiro que entender estar prevento, e a decisão será proferida por despacho do Presidente da Câmara ou da Seção de Julgamento, conforme a localização do processo. § 4º Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do § 1º , se o processo principal não estiver localizado no CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para a unidade preparadora, para determinar a vinculação dos autos ao processo principal. § 5º Se o processo principal e os decorrentes e os reflexos estiverem localizados em Seções diversas do CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para determinar a vinculação dos autos e o sobrestamento do julgamento do processo na Câmara, de forma a aguardar a decisão de mesma instância relativa ao processo principal. § 6º Na hipótese prevista no § 4º , se não houver recurso a ser apreciado pelo CARF relativo ao processo principal, a unidade preparadora deverá devolver ao colegiado o processo convertido em diligência, juntamente com as informações constantes do processo principal necessárias para a continuidade do julgamento do processo sobrestado. § 7º No caso de conflito de competência entre Seções, caberá ao Presidente do CARF decidir, provocado por resolução ou despacho do Presidente da Turma que ensejou o conflito. § 8º Incluemse na hipótese prevista no inciso III do § 1º os lançamentos de contribuições previdenciárias realizados em um mesmo procedimento fiscal, com incidências tributárias de diferentes espécies. (grifo nosso) Diante do exposto, voto no sentido de converter o processo em diligência para que a Unidade Preparadora providencie a apensação do presente processo ao Processo Administrativo nº 12585.000283/201025. Assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Fl. 214DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10880.723202/2013-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Jan 19 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-000.559
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o recurso em diligência nos termos do voto do relator.
Assinado digitalmente
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Assinado digitalmente
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o recurso em diligência nos termos do voto do relator. Assinado digitalmente Charles Mayer de Castro Souza - Presidente. Assinado digitalmente Winderley Morais Pereira - Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario.
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o recurso em diligência nos termos do voto do relator. Assinado digitalmente Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Trata o presente processo de exigência de multa de 50% por pedido de ressarcimento indevido que originalmente estava apensado ao Processo Administrativo nº 12585.000281/201036. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .7 23 20 2/ 20 13 -4 1 Fl. 168DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10880.723202/201341 Resolução nº 3201000.559 S3C2T1 Fl. 169 2 Consultando os autos, verificouse que os processos foram objeto de impugnação e manifestação de inconformidade, sendo julgados pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que negou provimento em ambos os processos. O contribuinte irresignado com as decisões da primeira instância, interpôs recursos voluntários em cada um dos processos, que posteriormente foram apensados pela Unidade de origem antes do envio ao CARF. Os processos possuem decisões da DRJ e recursos voluntários individualizados e pendentes de julgamento. Assim, para que fossem realizadas a apreciação individualizada dos processos foi necessária a desapensação do processo referente a multa por pedido de ressarcimento indevido. Ao apreciar os processos a turma de julgamento resolveu converter o processo referente ao ressarcimento em diligência e o processo referente a multa de 50% foi retirado de pauta por pedido de vista. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. A teor do relatado, a multa controlada no presente processo referese ao pedido de ressarcimento constante do Processo Administrativo nº 12585.000281/201036, que encontrase em diligência para cumprimento de resolução deste conselho Em que pese a posição anterior de fazer o julgamento da multa de forma separada do julgamento do pedido de ressarcimento. O novo Regimento Interno do CARF determinou de forma expressa, que existindo conexão, os processo deverão ser vinculados para que o julgamento ocorra em conjunto. A determinação consta do art. 6º do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. Art. 6º Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: § 1º Os processos podem ser vinculados por: I conexão, constatada entre processos que tratam de exigência de crédito tributário ou pedido do contribuinte fundamentados em fato idêntico, incluindo aqueles formalizados em face de diferentes sujeitos passivos; II decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas; e Fl. 169DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 10880.723202/201341 Resolução nº 3201000.559 S3C2T1 Fl. 170 3 III reflexo, constatado entre processos formaliza dos em um mesmo procedimento fiscal, com base nos mesmos elementos de prova, mas referentes a tributos distintos. § 2º Observada a competência da Seção, os processos poderão ser distribuídos ao conselheiro que primeiro recebeu o processo conexo, ou o principal, salvo se para esses já houver sido prolatada decisão. § 3º A distribuição poderá ser requerida pelas partes ou pelo conselheiro que entender estar prevento, e a decisão será proferida por despacho do Presidente da Câmara ou da Seção de Julgamento, conforme a localização do processo. § 4º Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do § 1º , se o processo principal não estiver localizado no CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para a unidade preparadora, para determinar a vinculação dos autos ao processo principal. § 5º Se o processo principal e os decorrentes e os reflexos estiverem localizados em Seções diversas do CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para determinar a vinculação dos autos e o sobrestamento do julgamento do processo na Câmara, de forma a aguardar a decisão de mesma instância relativa ao processo principal. § 6º Na hipótese prevista no § 4º , se não houver recurso a ser apreciado pelo CARF relativo ao processo principal, a unidade preparadora deverá devolver ao colegiado o processo convertido em diligência, juntamente com as informações constantes do processo principal necessárias para a continuidade do julgamento do processo sobrestado. § 7º No caso de conflito de competência entre Seções, caberá ao Presidente do CARF decidir, provocado por resolução ou despacho do Presidente da Turma que ensejou o conflito. § 8º Incluemse na hipótese prevista no inciso III do § 1º os lançamentos de contribuições previdenciárias realizados em um mesmo procedimento fiscal, com incidências tributárias de diferentes espécies. (grifo nosso) Diante do exposto, voto no sentido de converter o processo em diligência para que a Unidade Preparadora providencie a vinculação do presente processo ao Processo Administrativo nº 12585.000281/201036. Assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Fl. 170DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
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Numero do processo: 19515.720797/2013-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Dec 28 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3201-000.564
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por UNANIMIDADE de votos, em converter os autos em diligência.
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO- Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario e Winderley Morais Pereira.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
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CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario e Winderley Morais Pereira. Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. Tratase de Autos de Infração com exigência da contribuição para o Programa de Integração Social – PIS/Pasep e da contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins (fls. 359/396), incluindo o principal, multa proporcional (75%) e juros de mora, calculados até 04/2013, totalizando R$ 14.174.792,18 o crédito tributário. Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS/Pasep 2.528.476,32 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins 11.646.315,86 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .7 20 79 7/ 20 13 -1 6 Fl. 6217DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.218 2 Valor do Crédito tributário apurado 14.174.792,18 Os lançamentos são decorrentes da constatação de falta/insuficiência de recolhimento das contribuições, por desconto indevido de créditos. No Termo de Constatação Fiscal de fls. 350/358, verificase que foram glosados créditos calculados sobre valores declarados no DACON relativos a: a) Descartáveis, escriturados como bens adquiridos para revenda, sob fundamento de que este tipo de comercialização (venda de descartáveis) não se enquadra nas atividades praticadas pela empresa, constantes do Estatuto Social, assim, não poderiam compor a base de cálculo dos créditos do PIS. b) Bens utilizados como insumos (pães em geral, recheios em geral e sobremesas), diferença entre os valores declarados no DACON e os valores demonstrados e comprovados pela empresa; c) Gastos com produtos de higiene/limpeza, sob o fundamento de que não deveriam compor a base de cálculo dos créditos do PIS, por não terem amparo legal e, por não se tratarem de bens considerados insumos efetivamente consumidos ou desgastados em razão do contato direto com o produto em fabricação, tendo em vista a atividade econômica da empresa. d) Gastos com Assistência Médica – Unimed, P.C.M.S.O, P.P.R.A, Vale Transporte Fichas, Transportes Profissionais, Assistência Médica – Outras, Assistência Odontológica Uniodonto, Assistência Odontológica Outras, Cesta Básica – VR, Cesta Básica – Física, Logística (Alimentar e Não Alimentar), Assessoria Gestão e Qualidade, Assessoria RH/Treinamento, Equipamentos – Alojamento, Uniforme, sob o fundamento de que a utilização dos valores como base de cálculo dos créditos não tem amparo legal. e) Também foram glosados créditos apurados sobre gastos com Vale Transporte Fichas, Transporte Profissionais Fichas, Uniformes e Epi, sob o fundamento de que a legislação não permitia à época, porém, com a publicação da Lei 11.898 em 09/01/2009, em seus Artigos 24 (PIS) e 25 (COFINS), somente as empresas que exploram a atividade de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção, podem utilizar tais gastos na composição da base de cálculo para apuração dos créditos das contribuições. Assim, podese concluir que em anos anteriores nenhum tipo de empresa poderia utilizar os gastos na composição da base de cálculo dos créditos das contribuições. Cientificada das exigências em 16/04/2013 (fl. 398), a empresa apresentou, tempestivamente, impugnação aos autos de infração, fls. 406/457, contestando o feito fiscal, na qual alega, em síntese, o que segue: NULIDADE Entende ser nulo o crédito tributário relativo a COFINS sob o argumento de que no curso do procedimento de fiscalização, a RFB limitouse a apontar a contribuição ao PIS como tributo alvo de sua análise. Entretanto, no momento de encerrar tal procedimento e lavrar o auto de infração, sem qualquer outra explicação, houve por Fl. 6218DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.219 3 bem constituir o crédito tributário considerando não apenas a contribuição ao PIS, sempre referida nas intimações dirigidas a ela, mas também suposto não recolhimento de COFINS. Argumenta que tendo sido iniciada a fiscalização com relação ao PIS, o resultado final do trabalho fiscal somente poderia ser a constituição de crédito tributário relativo ao tributo que era alvo da fiscalização. Cita decisão do CARF cujo entendimento foi de que eventuais irregularidades na emissão do MPF ou extrapolação dos limites da investigação fiscal nele definidos acarretam a nulidade do lançamento. Entende que laborou em equívoco a RFB ao não se ater ao real e restrito espectro de seu trabalho de fiscalização, circunstância que impõe a nulidade parcial da peça fiscal (relativamente às contribuições a COFINS), a qual só poderia prosseguir com relação ao crédito tributário constituído a título de contribuição ao PIS. DECADÊNCIA Diz que a aplicação do art. 173, I, do Código Tributário Nacional deve ocorrer, segundo a melhor doutrina e jurisprudência, quando o contribuinte não recolher o tributo supostamente devido e não prestar qualquer informação ao Fisco sobre a existência da obrigação tributária. O art. 150, §4° do mesmo diploma, por sua vez, é aplicado quando o contribuinte efetua pagamento antecipado do montante devido. Aduz que o fato de ter efetuado o pagamento de PIS e COFINS nos períodos abrangidos pela autuação atrai a aplicação do art. 150, §4°, do CTN, devendo o prazo decadencial de cinco anos desde a data da ocorrência do fato gerador, considerando que os tributos em comento estão sujeitos ao lançamento por homologação, Alega que o período dos pagamentos realizados com os créditos glosados ocorreu no curso do ano de 2008. Sendo assim, considerando que a intimação acerca do Auto de Infração ocorreu em 16/04/2013, todos os valores pagos até 15/04/2013 utilizados, para abatimento ou desconto na apuração dos tributos, os créditos ora questionados foram homologados tacitamente pela RFB. Por esta razão, estão abrangidos pela decadência as parcelas do crédito tributário relativas aos períodos de apuração de janeiro a março de 2008, devendo, por esta razão, ser decretada a nulidade parcial do lançamento, relativamente a estes meses, como ao final será requerido. DESCARTÁVEIS Alega a impugnante que, para que se possa tratar da análise da possibilidade ou não de aproveitamento dos créditos relativos a despesas com aquisição de produtos descartáveis, há que se compreender a natureza das atividades desenvolvidas por ela e se ter conhecimento de quais são os produtos descartáveis cujas despesas com aquisição foram lançadas na conta questionada pela fiscalização. Na seqüência alega que pela leitura de seu estatuto social, ela, assim como a Puras do Brasil Sociedade Anônima, sociedade incorporada ao final do ano de 2011, se dedica à atividade de fornecimento de refeições coletivas. Acrescenta que tal atividade tem como característica básica o estabelecimento, dentro das dependências de outras empresas (os Fl. 6219DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.220 4 clientes), de restaurantes nos quais é preparada e servida a alimentação dos empregados das empresas contratantes. Alega que a venda de refeições é uma atividade mista, a qual compreende a revenda dos bens adquiridos e a prestação do serviço de preparo e entrega da refeição. Aduz que firmada a premissa de que a atividade de fornecimento de refeições compreende a venda de mercadoria e a prestação de um serviço, ainda que, para fins fiscais, todo o valor seja tributado pelo ICMS, há de se compreender quais são os "descartáveis em geral" lançados na conta 424 das DACONs entregues pela Impugnante. Diz que a abertura de tal conta (doc. 04) permite verificar que os bens que dela constam são copos, facas, garfos, colheres, bandejas, palitos, xícaras, marmitex, guardanapos, enfim, uma série de produtos que são adquiridos pela Impugnante e que precisam ser utilizados no momento em que servidas as refeições. Entende que de qualquer sorte, ainda que se entenda que tais produtos não são efetivamente revendidos pela empresa, o direito ao lançamento dos créditos não pode ser afastado apenas em face destes terem constado de conta destinada aos "bens adquiridos para revenda". VALORES NÃO COMPROVADOS DE INSUMOS Alega a impugnante que, apresentou os documentos requisitados pela fiscalização para a análise de seu crédito, quais sejam as planilhas que promoviam o cruzamento entre as DACONs apresentadas no ano de 2008 e as contas contábeis constantes de seu livro razão que formavam cada uma das 13 linhas destas DACONs. Em verdade, tratavase de uma descrição analítica das despesas agrupadas nas rubricas "bens adquiridos para revenda", "bens utilizados como insumos", "serviços utilizados como insumos" e assim por diante. Prosseguindo, afirma que em 25 de março de 2013, apresentou a sua derradeira manifestação. Nesta, por um equívoco no momento da extração de informações do sistema, os valores informados como sendo a base de cálculo para os créditos de PIS e COFINS decorrentes das aquisições de "pães em geral", "recheios em geral" e "sobremesas" restaram por ser diferentes daqueles que constam das DACONs e dos razões contábeis (doc. 05), gerando a controvérsia que deu ensejo à glosa ora discutida. Que a RFB houve por bem encerrar o seu trabalho elegendo como correta a indicação, por parte da Impugnante, de uma base de cálculo de créditos muito menor do que aquela que restou por ser informada durante todo o procedimento de fiscalização. A seu ver, a prudência determinava que a RFB questionasse a Impugnante acerca dos motivos que levaram à divergência. Entretanto, preferiu a RFB encerrar o procedimento, apontando como não comprovados todos os valores lançados nas DACONs e que ultrapassaram as importâncias referidas na resposta à intimação entregue em 25 de março de 2013. Fl. 6220DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.221 5 No contexto, argumenta, que a opção adotada pela RFB é, no mínimo, estranha. Isso porque restou por acolher como corretos os valores relativos às despesas com pães, recheios em geral e sobremesas apenas por terem constado de um documento emitido em papel timbrado da Impugnante e assinado por seu representante legal, desconsiderando documentos fiscais regularmente entregues (as DACONs) e livros contábeis que, na forma dos arts. 378 a 380 do Código de Processo Civil, fazem prova contra e favor dos contribuintes. Diz que não se quer retirar a validade da resposta apresentada à fiscalização no dia 25 de março de 2013. O que precisa ficar claro, entretanto, é que o documento assinado pelo representante legal dela pode ser considerado como um importante elemento de prova, mas não pode prevalecer em um confronto com documentos contábeis e fiscais que o contradizem. Acrescenta que, neste cenário, se a RFB não contesta o direito ao crédito de PIS e COFINS sobre a aquisição de "pães", "recheios em geral" e "sobremesas", o valor de tais créditos há de ser aquele integralmente lançado pela Impugnante em seu Livro Razão e posteriormente declarado nas DACONs, sob pena de se privilegiar uma mera resposta do contribuinte em detrimento de sua escrituração contábil e fiscal. PRODUTOS DESTINADOS À HIGIENE E LIMPEZA Alega a impugnante que, para um melhor desenvolvimento da questão, cumpre perquirir, inicialmente, qual o conceito de insumo para, após, se analisar o emprego dos bens destinados à higiene e limpeza dos restaurantes dela, assim como os materiais descartáveis utilizados no preparo e fornecimento de refeições. Entende que, as Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003 simplesmente referemse à utilização de bens e serviços como insumo na fabricação de bens ou prestação de outros serviços, não estabelecendo a restritiva delimitação constante da Instrução Normativa n° 404/2004. Que, a correta conceituação de insumo para fins de apuração de créditos de PIS/COFINS é muito mais ampla do que aquela aceita pela RFB e refletida na presente autuação. Afirma que, a legislação tributária reconhece a amplitude do conceito de insumos. Prova disso foi a edição da Lei n° 10.276/2001, a qual dispôs sobre o crédito presumido de IPI, na forma de ressarcimento do PIS e da COFINS incidentes sobre insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à exportação. Que, nesse caso, restou claro que os insumos que geravam direito ao crédito eram apenas as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, bem como energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo. Os demais insumos, por força de expressa disposição legal, estavam fora do benefício instituído. No seu entendimento, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já teve a oportunidade de se manifestar e acolher a tese ora defendida. Conforme faz prova a ementa abaixo colacionada, restou reconhecido, Fl. 6221DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.222 6 no julgamento do recurso voluntário interposto nos autos do processo n° 11020.001952/200622, o direito ao lançamento de créditos de PIS e COFINS calculados sobre todo e qualquer custo ou despesa necessária à atividade da empresa. Sustenta que, trazendose tais conceitos para o caso concreto, resta mais do que evidente que todas as despesas incorridas por ela com a aquisição de materiais de higiene e limpeza empregados em seus restaurantes, assim como dos produtos descartáveis utilizados para servir suas refeições podem ser consideradas como necessárias para o seu processo produtivo. Logo, devem gerar o direito ao crédito ora postulado. Aduz que, o fundamento utilizado pela RFB para glosar os créditos com despesas decorrentes da aquisição de produtos de higiene e limpeza reside na inexistência de consumo ou desgaste destes com o produto em fabricação. Tal entendimento, como exposto linhas acima, decorre da restritiva interpretação do conceito de insumos conferido pela RFB através das Instruções Normativas 247/2002 e 404/2004, que conferem ao PIS e COFINS, no que diz respeito aos créditos, tratamento semelhante ao dispensado para o cálculo do IPI. Que, uma análise das atividades desenvolvidas por ela, no entanto, é suficiente para colocar à lona referida interpretação. Que, higiene e limpeza adequadas nos seus restaurantes se apresentam como condição sine qua non para o exercício de suas atividades. Que, não há como falar em preparo e fornecimento de refeições sem que tenha de despender vultosas importâncias destinadas aos custos com a higiene e limpeza de seus estabelecimentos. Que, a despeito do inegável acerto do acórdão proferido nos autos do processo administrativo n° 11020.001952/200622, que reconheceu a nítida relação entre os conceitos de insumo e despesa necessária (art. 299 do RIR/99), não desconhece a existência de outras decisões que, mesmo não de forma tão ampla, afastamse da idéia inicial estampada nas IN 247/2002 e 404/2004. Que, a primeira delas foi proferida pela Cosit na Solução de Divergência n° 35/08. Que, nela, fica clara a desnecessidade de contato direto do insumo com os bens que estão sendo fabricados (e, por decorrência lógica, aos serviços que estejam sendo prestados). Que, o entendimento estampado no Auto de Infração no que diz respeito ao contato direto do insumo com o bem produzido ou serviço prestado não é mais requisito para o reconhecimento do direito aos créditos de PIS e COFINS por parte da própria RFB. Que, no mesmo sentido de uma interpretação mais ampla, digno de transcrição o trecho do voto do eminente Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira, quando do julgamento, na 3ª Turma Especial da 3a Seção, do Recurso Voluntário n° 942.334. Colacionou ementa. Que, não há como se falar em prestação do serviço de preparo e fornecimento de refeições sem utilização de produtos de higiene e Fl. 6222DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.223 7 limpeza em todo o processo, sob pena de se obstar a atividade da empresa, tendo em vista todas as determinações constantes da legislação sanitária relacionadas com esta atividade. Que, prova de que este é o entendimento que vem se sedimentando no CARF está no julgamento do Recurso Voluntário relativo ao processo administrativo n° 16707.002127/200569, de relatoria do eminente conselheiro Maurício Taveira e Silva. Colacionou ementa. DESCARTÁVEIS Alega que, consoante antecipado no item 2.3 da presente peça, mesmo na hipótese de não restar reconhecido que os produtos adquiridos por ela e classificados como "descartáveis" são objeto de posterior revenda no momento do fornecimento das refeições, não há como ser vedado o direito ao lançamento dos créditos de PIS e COFINS decorrentes de suas aquisições. Que, tais descartáveis são, dentre outros, copos, facas, garfos, colheres, bandejas, palitos, xícaras, marmitex e guardanapos fornecidos pela Impugnante àqueles que consomem suas refeições (listagem constante do doc. 04). Que, na esteira do que já foi exposto neste trabalho, não se pode imaginar que uma empresa que exerce a atividade de fornecimento de refeições coletivas, assim como todo e qualquer restaurante, possa fazêla sem cogitar a utilização dos bens acima citados. Que, os produtos acima referidos são aqueles que, fornecidos com a refeição, se não se tornam imprestáveis para uso após uma primeira utilização, têm vida útil absolutamente reduzida, não podendo ser enquadrados como ativo permanente do estabelecimento, o que também geraria direito ao crédito. Que, portanto, por qualquer ângulo que se analise a questão, os bens lançados na conta "descartáveis" permitem à Impugnante o aproveitamento de créditos de PIS e COFINS. DESPESAS COM TRANSPORTE DE INSUMOS – LOGÍSTICA ALIMENTAR E NÃO ALIMENTAR Alega que a atividade de fornecimento de refeições coletivas, na forma como explorada por ela, demanda a instalação de restaurantes dentro dos estabelecimentos de seus clientes. Acrescenta que fazia e ainda faz uso de uma série de prestadores de serviços que tem como tarefa armazenar e distribuir os mais diversos produtos especialmente gêneros alimentícios e utensílios para cada um dos restaurantes. Que, como o prazo para estocagem de determinados gêneros alimentícios não é dos mais elevados (especialmente aqueles que dependem de condições específicas de armazenamento, como os congelados e resfriados), a logística de transferência de insumos há de ser perfeita. Argumenta que a Lei n° 10.833/2003 (art. 3o , IX) é clara ao permitir o lançamento de créditos de PIS e COFINS sobre despesas com Fl. 6223DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.224 8 "armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor". Que, no que diz respeito à armazenagem, certamente que a glosa foi determinada apenas em razão da RFB não ter identificado sua descrição na denominação da conta analítica n° 434 (doc. 14). Que, se tivesse interesse em aprofundar este trabalho, teria se deparado com os contratos ora anexados e verificado o equívoco cometido. Que, no que diz respeito ao frete, a situação não é muito diferente. Isso porque, tivesse analisado os contratos ora anexados, teria concluído que os serviços de transporte prestados em favor da Impugnante tinham como objetivo permitir a circulação de insumos desde os seus fornecedores e centros de distribuição até os seus restaurantes. Que, ciente de tal realidade, certamente teria a RFB aplicado o disposto em diversas soluções de consulta relativas ao tema, dentre as quais podem ser destacadas as seguintes. Colacionou ementa de solução da SC nº 92. Por fim conclui, sendo assim, restando demonstrado que a conta analítica 434 denominada "Logística (Alimentar e Não Alimentar)" diz respeito às despesas que tinha com armazenagem e frete de insumos no ano de 2008, dúvidas não podem existir acerca do seu legítimo direito de aproveitamento de créditos de PIS e COFINS sobre tais despesas. UNIFORME, EPIS, PPRA e PCMSO Argumenta que no caso dos uniformes e equipamentos de proteção individual (EPIs), a lógica é a mesma desenvolvida no tópico 2.5.2, que trata da existência de regras do Poder Executivo que impõem a sua utilização. Que a leitura da RDC 216 (doc. 09) deixa absolutamente clara a necessidade de utilização de uniformes por aqueles que preparam as refeições. Diz que não se trata, portanto, de uma liberalidade do empregador fornecer uniformes para melhor identificação dos seus funcionários. A utilização de uniformes é impositiva, sob pena da empresa vir a ser multada pelo órgão responsável pela fiscalização. Que o mesmo pode ser dito com relação aos EPIs. Isso porque a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é clara ao prever a obrigação do empregador de fornecer tais equipamentos aos seus empregados. Acrescenta que outras duas obrigações trabalhistas se enquadram na mesma situação. Tratase do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Diz que o CARF, sensível a tal realidade, já reconheceu aos contribuintes o direito ao crédito sobre as despesas com uniformes quando estas decorrerem de obrigação legal. Transcreveu ementa do acórdão. Fl. 6224DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.225 9 EQUIPAMENTOS ALOJAMENTO Alega que, mais uma vez, o nome da conta analítica constante do Livro Razão restou por determinar a glosa dos créditos lançados por ela. Acrescenta que, conforme faz prova a relação anexada a presente (doc. 20), eram lançadas na referida conta analítica apenas as despesas incorridas por ela relacionadas aos seus contratos firmados com a Petrobrás, para os quais o serviço a ser prestado era de hotelaria. Argumenta que para prestar tal serviço, ela precisava adquirir bens como roupas de cama, travesseiros, toalhas, equipamentos de lazer, todos eles nitidamente insumos na forma prevista no art. 3°, II, das Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003. TRANSPORTES PROFISSIONAIS Alega que a conta analítica descrita como "transportes profissionais" (doc. 22) diz respeito aos custos que ela tinha de assumir em face da inexistência de serviço regular capaz de permitir o deslocamento de seus empregados de seus estabelecimentos para suas residências. Diz que força de trabalho é, sabidamente, um dos mais importantes insumos para o exercício de qualquer atividade econômica. Acrescenta, ora, se a força de trabalho é um insumo na prestação de serviços, dúvidas não podem existir que gera direito ao crédito de PIS e COFINS a despesa com o transporte que deve ser pela Impugnante custeado para permitir que seus funcionários cheguem a lugares remotos e/ou desprovidos de transporte regular e, consequentemente, tornem possível o exercício da atividade. VALETRANSPORTE, ASSISTÊNCIAS MÉDICA E ODONTOLÓGICA, VALEREFEIÇÃO E CESTA BÁSICA Inicia dizendo, a defesa da possibilidade de lançamento de créditos de PIS e COFINS sobre despesas com valetransporte, assistências médica e odontológica, valerefeição e cesta básica aproveita tudo que já fora exposto na presente peça. Acrescenta que, independentemente do entendimento dela acerca da possibilidade de lançamento de tais despesas, desde a edição das Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003, outra circunstância veio a reforçar tal compreensão. Ressalta que, em janeiro de 2009, a Lei nº 11.898 inseriu o inciso X ao art. 3º dos dois diplomas acima indicados, passando a prever a possibilidade de desconto de créditos sobre despesas com "vale transporte, valerefeição ou valealimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção". Prosseguindo argumenta que, para a RFB, que interpreta como exaustiva a listagem prevista nas Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003, outra não poderia ser a conclusão senão a possibilidade de lançamento de créditos relativos a tais despesas apenas a partir do início da vigência da nova norma. Fl. 6225DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.226 10 Entende que a correta exegese da norma reforça a idéia de uma nítida diferenciação conferida pelo legislador no que diz respeito ao tratamento que há de ser conferido na apuração do PIS e da COFINS para os prestadores de serviços e para pessoas jurídicas que atuam na indústria e no comércio. ASSESSORIA RH/TREINAMENTO ASSESSORIA GESTÃO E QUALIDADE Alega que viuse compelida a buscar o auxílio de terceiros para implementação de melhores práticas na prestação de seus serviços. Para isso, contratou assessorias externas, as quais ministravam cursos aos funcionários, visando a tal aperfeiçoamento. Entende que afirmar que tais serviços não geram direito a crédito é, mais uma vez, resultado da limitada compreensão que as autoridades fiscais têm do conceito de insumo, eis que, conforme exaustivamente indicado, toda a despesa que importa no auferimento das receitas tributáveis pelo PIS e pela COFINS há de gerar o direito ao respectivo crédito. Por fim, requer: a) seja recebida e processada a presente impugnação, por tempestiva, suspendendose a exigibilidade do crédito tributário lançado através do Auto de Infração ora combatido até decisão final; b) seja acolhida a preliminar de nulidade do lançamento, excluindose do auto de infração o valor relativo ao crédito tributário constituído a título de COFINS, uma vez que não foi alvo da fiscalização realizada junto à Impugnante; Sobreveio decisão da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém/PA, que julgou, por unanimidade de votos, procedente em parte a impugnação. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/01/2008, 28/02/2008, 31/03/2008, 30/04/2008, 31/05/2008, 30/06/2008, 31/07/2008, 31/08/2008, 30/09/2008, 31/10/2008, 30/11/2008, 31/12/2008 Ementa: APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. CRÉDITOS. INSUMOS. Para efeito da apuração de créditos na sistemática de apuração não cumulativa, o termo insumo não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço necessário para a atividade da pessoa jurídica, mas, tão somente aqueles bens ou serviços intrínsecos à atividade, adquiridos de pessoa jurídica e aplicados ou consumidos na fabricação do produto ou no serviço prestado. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. FORNECIMENTO DE REFEIÇÕES. PRODUTOS DESCARTÁVEIS E MATERIAIS DE LIMPEZA E HIGIENE. GERAÇÃO DE CRÉDITOS. POSSIBILIDADE. Produtos Descartáveis e Materiais de Higienização e Limpeza são insumos à atividade de fornecimentos de refeições coletivas e, portanto, Fl. 6226DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.227 11 os dispêndios correspondentes são geradores de crédito no regime não cumulativo. PIS. NÃO RECOLHIMENTO OU RECOLHIMENTO A MENOR. O não recolhimento ou recolhimento a menor da contribuição, detectado em procedimento de fiscalização, obriga o contribuinte ao pagamento dos valores devidos, acrescidos da multa de ofício de 75% e dos juros de mora. NULIDADE. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. DECADÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO. FATO GERADOR. Havendo antecipação do tributo, a homologação do lançamento ocorrerá no prazo de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, na forma do artigo 150, § 4°, do CTN. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. São improfícuos os julgados judiciais e administrativos trazidos pelo sujeito passivo, por lhes falecer eficácia normativa, na forma do artigo 100, II, do Código Tributário Nacional. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE VALIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos legais. As leis regularmente editadas segundo o processo constitucional gozam de presunção de constitucionalidade e de legalidade ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/01/2008, 28/02/2008, 31/03/2008, 30/04/2008, 31/05/2008, 30/06/2008, 31/07/2008, 31/08/2008, 30/09/2008, 31/10/2008, 30/11/2008, 31/12/2008 Ementa: APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. CRÉDITOS. INSUMOS. Para efeito da apuração de créditos na sistemática de apuração não cumulativa, o termo insumo não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço necessário para a atividade da pessoa jurídica, mas, tão somente aqueles bens ou serviços intrínsecos à atividade, adquiridos de pessoa jurídica e aplicados ou consumidos na fabricação do produto ou no serviço prestado. COFINS. NÃO RECOLHIMENTO OU RECOLHIMENTO A MENOR. O não recolhimento ou recolhimento a menor da contribuição, detectado em procedimento de fiscalização, obriga o contribuinte ao Fl. 6227DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.228 12 pagamento dos valores devidos, acrescidos da multa de ofício de 75% e dos juros de mora. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. FORNECIMENTO DE REFEIÇÕES. PRODUTOS DESCARTÁVEIS E MATERIAIS DE LIMPEZA E HIGIENE. GERAÇÃO DE CRÉDITOS. POSSIBILIDADE. NULIDADE. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. DECADÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO. FATO GERADOR. Havendo antecipação do tributo, a homologação do lançamento ocorrerá no prazo de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, na forma do artigo 150, § 4°, do CTN. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. São improfícuos os julgados judiciais e administrativos trazidos pelo sujeito passivo, por lhes falecer eficácia normativa, na forma do artigo 100, II, do Código Tributário Nacional. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE VALIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos legais. As leis regularmente editadas segundo o processo constitucional gozam de presunção de constitucionalidade e de legalidade. Inconformada com a decisão, apresentou a Recorrente, tempestivamente, o presente recurso voluntário. Na oportunidade, reiterou os argumentos colacionados em sua defesa inaugural. É o relatório. No tocante à glosa de créditos referentes a insumos por falta de comprovação, constatase que a negativa do Fisco foi motivada por divergências entre os valores declarados no Dacon e os valores informados em planilha apresentada pelo contribuinte durante o procedimento fiscal. A Recorrente contesta a glosa, afirmando ter se equivocado ao apresentar a planilha citada pela fiscalização, e trazendo para comprovar o equívoco, em sede de recurso voluntário, as notas fiscais que embasariam o seu pleito (fls. 6152 a 6212). Em sendo estes os fatos, tendo em vista que a Fiscalização não verificou o crédito da Recorrente à luz das notas fiscais que comprovariam o direito creditório, bem como que estes documentos mostramse aptos a comprovar seus créditos, é necessário diligenciar junto à unidade de origem para a verificação da veracidade das alegações da Recorrente. Diante do exposto, voto para a conversão do julgamento em diligência, para que a unidade de origem verifique a existência de créditos referentes a insumos glosados por falta Fl. 6228DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Processo nº 19515.720797/201316 Resolução nº 3201000.564 S3C2T1 Fl. 6.229 13 de comprovação do direito creditório tomando por base os livros contábeis e as notas fiscais a que estes créditos se referem. Realizada a diligência, a Recorrente e a PGFN devem ser intimadas de seu resultado, sendolhes concedido prazo de 30 dias para manifestação, se assim desejarem. Realizados os procedimentos, devem os autos retornar a este Conselheiro para prosseguimento no julgamento. Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Fl. 6229DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CARLO S ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
score : 1.0
Numero do processo: 13609.001166/2009-92
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 10 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Nov 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/08/2004, 30/09/2004
INCONSTITUCIONALIDADE. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-000.746
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Joel Miyazaki Presidente atual.
Marcelo Ribeiro Nogueira Relator.
José Luiz Feistauer de Oliveira Redator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño, Mércia Helena Trajano Damorim, Luciano Lopes de Almeida, Paulo Sérgio Celani e Marcelo Ribeiro Nogueira.
Nome do relator: MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA
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Recorrente SIDERÚRGICA NOROESTE LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/08/2004, 30/09/2004 INCONSTITUCIONALIDADE. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Joel Miyazaki – Presidente atual. Marcelo Ribeiro Nogueira – Relator. José Luiz Feistauer de Oliveira – Redator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño, Mércia Helena Trajano D’amorim, Luciano Lopes de Almeida, Paulo Sérgio Celani e Marcelo Ribeiro Nogueira. Relatório Para descrever os fatos ocorridos transcrevese o relatório constante da decisão de primeira instância administrativa, verbis: Lavrouse contra o contribuinte acima identificado o presente Auto de Infração (fls. 32/37), relativo à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 00 11 66 /2 00 9- 92 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 20/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 19/11/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 18/11/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVE IRA 2 Cofins,' totalizando um crédito tributário de R$ 155.502,60 incluindo multa de oficio e juros moratórios, correspondente aos períodos de 08/2004 e 09/2004 (fl. 34). A autuação ocorreu em virtude de divergências no recolhimento da contribuição nos citados períodos, tendo a fiscalização efetuado o lançamento das diferenças entre a contribuição devida e a declarada ou recolhida, originárias da utilização de percentual superior ao permitido (7,6% em vez de 3%) de crédito presumido referente ao estoque de abertura, e da glosa de créditos indevidos de bens utilizados como insumos, conforme relatado no Termo de Verificação Fiscal de fls. 25/31 e demonstrativos de fls. 17/24. Como enquadramento legal, citaramse os artigos 1° , 3 0 e 5° da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Irresignado, tendo sido cientificado em 28/08/2009 (fl. 33), o autuado apresentou, em 23/09/2009, acompanhadas dos documentos de fls. 43/59, as suas razões de discordância (fls. 39/42), a seguir resumidas. Narrando os fatos considerados pelo fisco na formalização do presente processo, aduz que os motivos que fundamentaram a autuação reclamam análise à luz dos principio constitucional da não cumulatividade, inserto no § 12 do art. 195 da Constituição Federal, segundo o qual tornase imperiosa a concessão de abatimento de tributo, calculado em determinada fase, do encargo tributário que o contribuinte suportou nos ciclos produtivos anteriores, ficando vedado à legislação infraconstitucional estabelecer qualquer supressão deste direito, constatandose no presente lançamento a violação deste principio, uma vez que a tributação ocorre à alíquota de 7,6% contra um aproveitamento de crédito limitado a 3%. Por fim, propugna pela insubsistência da autuação. Eis o essencial. É o relatório. A 1ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte proferiu decisão declarando a manifestação de inconformidade improcedente. A interessada regularmente cientificada do Acórdão interpôs Recurso Voluntário, onde repisa os argumentos trazidos na manifestação. O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado ao relator na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Substituto José Luiz Feistauer de Oliveira – Redator ad hoc Por intermédio de Despacho, nos termos da disposição do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF1, aprovado pela Portaria MF 256, de 22 de junho de 2009, incumbiume o Presidente da Turma a 1 Art. 17. Aos presidentes de turmas julgadoras do CARF incumbe dirigir, supervisionar, coordenar e orientar as atividades do respectivo órgão e ainda: (...) III designar redator ad hoc para formalizar decisões já proferidas, nas hipóteses em que o relator original esteja impossibilitado de fazêlo ou não mais componha o colegiado; Fl. 81DF CARF MF Impresso em 20/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 19/11/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 18/11/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVE IRA Processo nº 13609.001166/200992 Acórdão n.º 3201000.746 S3C2T1 Fl. 81 3 formalizar este Acórdão, não entregue pelo relator original, Conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira, que não integra mais nenhum dos colegiados do CARF. Desta forma, a elaboração deste voto deve refletir a posição adotada pelo relator original, que foi acompanhada, por unanimidade, pelos demais integrantes do colegiado. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para sua admissibilidade. Dele se tomou conhecimento. Na esfera administrativa não há que se analisar questões relacionadas à inconstitucionalidade de leis como arguido pela recorrente. Não cabe, no caso, qualquer discussão quanto à legalidade da lei aplicável à presente lide, em razão de que não se pode negar sua eficácia. Ademais, presumese que o legislador ao se pronunciar sobre a referida matéria observou o supracitado princípio. Ressaltese que a autoridade administrativa não tem competência legal para decidir sobre inconstitucionalidade de normas legais, matéria reservada ao Poder Judiciário, pelo que qualquer discussão quanto aos aspectos da inconstitucionalidade das normas jurídicas deve ser submetida ao crivo desse Poder. O órgão administrativo não é o foro apropriado para discussões dessa natureza. Os mecanismos de controle da constitucionalidade regulados pela própria Constituição Federal passam, necessariamente, pelo Poder Judiciário, que detém, com exclusividade, essa prerrogativa. Sendo assim, verificase que a ação fiscal, fundamentada na norma questionada, revestese de legitimidade, visto que o ato administrativo obedece à vontade expressa na lei, cujo procedimento é obrigatório e vinculase estritamente aos ditames da norma legal. Assim sendo, voto por negar provimento ao recurso voluntário. E estas são as considerações possíveis para suprir a inexistência do voto. (assinado digitalmente) Conselheiro Substituto José Luiz Feistauer de Oliveira – Redator ad hoc Fl. 82DF CARF MF Impresso em 20/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 19/11/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 18/11/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVE IRA
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Numero do processo: 15586.001061/2007-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Jan 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2004
VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Consideram-se isentas da contribuição para a COFINS as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3201-001.949
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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COMPROVAÇÃO. Consideramse isentas da contribuição para a COFINS as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 00 10 61 /2 00 7- 11 Fl. 1872DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto com as devidas adições, o relatório da autoridade de primeira instância, com as devidas adições. "Trata o presente processo de Auto de Infração de fls. 592 a 615, lavrado contra a contribuinte em epígrafe, relativo à falta/insuficiência de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social — COFINS, referente aos períodos de apuração de 12/2002 a 01/2004 no valor de R$ 36.520.347,33 incluído principal, multa de oficio e juros de mora calculados até 30/11/2007. No Relatório de Encerramento da Ação Fiscal (fls. 592 a 608), a autoridade lançadora registra, em resumo, que: a) A ação fiscal teve como origem o Despacho Decisório DRF/VIT/ES proferido no processo n° 11543.001207/200412, amparado no Parecer SEORT IV 767/2007 que tratou da análise de Declarações de Compensação de débitos de IRPJ, CSLL e Cofins através do aproveitamento de créditos do PIS não cumulativo de que trata o § 1 ° do art. 5° da Lei 10.637/2002; b) As informações constantes dos sistemas da RFB e aquelas colhidas em diligência no estabelecimento da pessoa jurídica dão conta que a Cia Nipo Brasileira de Pelotização Nibrasco atua na produção e comercialização de pelotas de minério de ferro. Sua produção é comercializada tanto no mercado interno, com vendas para a Companhia Vale do Rio Doce — CVRD, CNPJ 33.592.510/022042, como no mercado externo; c) 0 Parecer SEORT de fls. 213/236 relatou as infrações constatadas que compreenderam ausência de tributação sobre as receitas de vendas em operação no mercado interno, receitas financeiras (variação monetária) e outras receitas (transferência de créditos de ICMS); d) 0 Memorando 307/2007 informou ainda da tramitação do Mandado de Segurança n° 99.00020359 onde se discutem as modificações trazidas pela Lei 9.718/98; e) Todas as verificações fiscais patrocinadas pelo SEORT, em especial as atinentes as isenções das supostas vendas com o fim especifico de exportação, receitas financeiras e cessão de créditos de ICMS, também dizem respeito à órbita da base de cálculo da COFINS; f) A Nibrasco impetrou o Mandado de Segurança n° 99.0002035 9 para não ser compelida ao recolhimento da COFINS e do PIS com base na Lei 9.718/98. 0 juízo da 6ª Vara Federal/ES deferiu a liminar assegurando o direito de recolher a COFINS com base na sistemática anterior (LC 70/91). A sentença de 1º grau ratificou a liminar. 0 TRF da 2ª Regido cassou parte da decisão Fl. 1873DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 15586.001061/200711 Acórdão n.º 3201001.949 S3C2T1 Fl. 1.873 3 de 1º grau no que se refere à alíquota da COFINS. Foram opostos Embargos de declaração pela autora; g) Em 06/06/2007 a empresa efetuou depósito judicial do valor da COFINS decorrente da majoração da alíquota introduzida pela Lei 9.718/98; h) Em face do encaminhamento da documentação por parte do SEORT, foi emitido o MPF Complementar de fl. 01 para que a fiscalização procedesse ao lançamento da COFINS devida, de dezembro de 2002 a janeiro de 2004; i) 0 contribuinte apresentou DCTF para os períodos de dez/02 a jan/04 nas quais restaram constatados os débitos de COFINS, bem como as compensações e suspensão da exigibilidade; j) A empresa apresentou demonstrativos da base de cálculo da COFINS (fls. 582/583), em conformidade com suas DCTF; k) Com base nos valores escriturados pela Nibrasco e o trabalho fiscal realizado pelo SEORT, aliado com a ação judicial n° 99.00020359, a fiscalização estruturou a COFINS devida à alíquota de 3% sobre os seguintes valores: Vendas de produtos no mercado interno, objeto das Notas Fiscais de Saída CFOP 5.11 e 5.101, à empresa ligada CVRD, vez que a isenção concedida para as operações de venda à empresa comercial exportadora contempla apenas as vendas com o fim especifico de exportação para o exterior. Receitas decorrentes da alienação de créditos de ICMS, registradas nos Livros de Apuração do ICMS sob o código 5.601 (fls. 158, 161, 164 e 167). A COFINS calculada à alíquota de 3% sobre tais receitas encontrase suspensa por força da decisão exarada pelo TRF 2ª Região. l) As tabelas constantes do Termo demonstram, de forma individualizada, as bases de cálculo da COFINS, em conformidade com as planilhas de fls. 554/581 elaborada pelo SEORT; m) Em face de a Nibrasco estar amparada por acórdão exarado pelo TRF, os valores obtidos da alteração da base de cálculo pela inclusão das receitas financeiras e receitas provenientes da alienação de créditos de ICMS foram objeto de lançamento de oficio com exigibilidade suspensa e sem aplicação da multa de oficio em processo distinto, a fim de prevenir a decadência (tabelas 2 e 3); n) Ainda ao amparo da decisão judicial em comento, foi constituída a COFINS sobre as receitas decorrentes de vendas de produtos no mercado interno, à alíquota de 3% (tabela 1); o) A tabela 1 foi preenchida já com seus valores líquidos, ou seja, os valores brutos de venda, excluídos os descontos incondicionais, devoluções de vendas ou estornos porventura existentes; Fl. 1874DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 p) Os valores apurados na forma acima não foram incluídos nas DCTF apresentadas pela empresa. O enquadramento legal citado no Auto de Infração foi: artigos 2°, inciso II e parágrafo único, 3°, 10, 22 e 51 do Decreto 4.524/02. A base legal dos juros de mora exigidos consta em fls. 615. Após tomar ciência da autuação em 12/12/2007 (fl. 609), a empresa autuada, inconformada, apresentou a impugnação de fls. 620 a 636 e anexos de fl. 637 a 745 em 10/01/2008 alegando, em síntese que: a) A requerente não realiza operação de venda de pelota de minério de ferro que não seja destinada ao mercado externo; b) As vendas realizadas pela requerente para a CVRD são destinadas ao mercado externo, conforme memorandos de exportação colacionados aos autos; c) A Carta Magna prescreve expressamente imunidade tributária atinente às receitas decorrentes de exportação (art. 149, § 2 °, inciso I da CF); d) A disposição constitucional referese à regra da imunidade constitucional das receitas de operações de exportação e, por isso, não deve ser interpretado restritivamente; e) Assim, para o aproveitamento da imunidade não importa que a venda seja destinada a recinto alfandegado ou mesmo que seja destinada diretamente ao embarque para exportação. Basta que o contribuinte comprove que figura na cadeia de exportação e que suas receitas decorrem de operações de exportação; f) Com base no artigo 279 do Regulamento do Imposto de Renda, o crédito de 1CMS não pode ser qualificado como receita, pois representa simplesmente um valor retificador do custo anteriormente suportado na aquisição de insumos; g) Somente pode ser enquadrado no conceito de receita o ingresso de divisas proveniente de contraprestação decorrente do fornecimento de bens ou serviços; h) Tanto o STJ como o STF têm entendimento pacificado no sentido de que a base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS deve ser pautada pelos limites das Leis Complementares 07/70 e 70/91, ou seja, o resultado decorrente do fornecimento de bens e serviços; i) O STJ, em caso análogo, entendeu que o crédito presumido de IPI não pode figurar na base de cálculo do PIS; j) Admitir a incidência da COFINS sobre o crédito de ICMS equivaleria a nulificar a sistemática adotada pelo legislador, pois se restauraria a incidência em cascata daquele imposto sobre os insumos consumidos no processo produtivo voltado à exportação; k) Ainda que se entenda que o crédito presumido é receita, seria incabível a sua inclusão na base de cálculo da COFINS e do Fl. 1875DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 15586.001061/200711 Acórdão n.º 3201001.949 S3C2T1 Fl. 1.874 5 PIS, uma vez que as receitas de exportação são isentas dessa contribuição; l) Por fim, requer seja dado provimento à impugnação com a finalidade de reformar o auto de infração combatido e requer, ainda, a produção de todos os meios de prova cabíveis no processo administrativo fiscal." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento afastou as alegações quanto a cessão de créditos de ICMS por não ser objeto do presente lançamento, mantendo integralmente a exigência da COFINS. A decisão foi assim ementada. “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2002 a 31/01/2004 VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Somente se consideram isentas da COFINS as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação quando comprovado que os produtos tenham sido remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. PROCESSO ADMINSITRATIVO FISCAL. PERÍCIA. DILIGÊNCIAS. A autoridade julgadora de primeira instância indeferirá as diligência e perícias que considerar prescindíveis ou impraticáveis, fazendo constar do julgamento o seu indeferimento fundamentado. Lançamento Procedente" Cientificada da decisão, a autuada apresentou recurso voluntário, repisando as alegações já apresentadas na impugnação, reafirmando o direito a isenção, em razão das suas vendas terem como destino final a exportação e pedindo a interpretação extensiva da imunidade tributária prevista no art. 149, § 2º da Constituição Federal e no art. 6º da Lei nº 10.833/2003. Em 16/04/2012 a Recorrente apresentou documentos alegando a existência de fato novo, com implicação direta no resultado do julgamento. Foram trazidos argumentos reafirmando que os produtos em discussão foram exportados, alegando que o pátio da Companhia Vale do Rio Doce para onde foram encaminhados os produtos a serem exportados, seria área alfandegada. Também foram trazidos aos autos cópia do acórdão nº 1334.003, da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro II, que ao tratar da mesma matéria, deu razão a Recorrente, decidindo que em razão da área da CVRD ser Fl. 1876DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 alfandegada estariam atendidos os requisitos necessários para a configuração da exportação dos produtos. Quando da apreciação do recurso voluntário, a turma resolveu converter o julgamento em diligência a fim de que unidade preparadora verificasse as afirmações que a área de destino das mercadorias revendidas pela Recorrente foram entregues em área alfandegada e se as conclusões do acórdão nº 1334.003 da DRJ Rio de Janeiro II, confirmaria que as vendas de pelotas de ferro produzidas pela Recorrente, foram exportadas. Em atendimento a resolução, a Delegacia da Receita Federal informou por meio do termo fiscal (fl. 889 a 890), que a diligência não foi realizada, em razão dos documentos citados não constarem dos autos. Com o retorno dos autos, a Segunda Turma da Primeira Câmara desta Terceira Seção identificado problemas na inclusão dos documentos citados na resolução anterior e determinou providências à Secretária para anexar os arquivos digitais com a documentação apresentada pela Recorrente e converter novamente o julgamento em diligência para que a Unidade Preparadora procedesse as verificações que entendesse necessárias para confirmas as premissas e tecer considerações que julgar pertinentes acerca da fundamentação que orientaram a prolação do Acórdão nº 1334.003 da DRJ Rio de Janeiro II. A Unidade de Origem procedeu a diligência, consubstanciado no Termo de Encerramento de Diligência Fiscal (fls. 1594 a 1603). Da diligência extraio os trechos abaixo que tratam das informações solicitadas na Resolução. Quanto ao Acórdão nº 1334.003 da DRJ Rio de Janeiro II e área alfandegada da CVRD. " Analisando o referido acórdão, constatamos de forma preliminar que os períodos de apuração são totalmente distintos, e conforme veremos a seguir, com implicações totalmente diversas. Enquanto no processo administrativo 15586.001586/201043 (acórdão nº 1334.003) foram analisados os períodos de apuração 01/01/2006 a 30/04/2008, 01/06/2008 a 30/06/2008 e 01/10/2008 a 31/10/2008, no presente processo foram analisados os períodos de apuração de 12/2002 a 01/2004. No correspondente voto foi reconhecida que a área da CVRD era alfandegada e, conseqüentemente estariam atendidos os requisitos necessários para a configuração da exportação dos produtos. Ocorre que a área da CVRD somente passou a ser alfandegada em 14 de setembro de 2006, data posterior à ocorrência dos fatos aqui analisados, e com isso deixou a empresa de cumprir um dos requisitos para que as referidas vendas de pelotas de minério de ferro se enquadrassem na forma exigida na lei isentiva."(grifo nosso) Quanto ao Acórdão nº 1334.003 da DRJ Rio de Janeiro II contrato celebrado entre a CVRD e a Nibrasco. Fl. 1877DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 15586.001061/200711 Acórdão n.º 3201001.949 S3C2T1 Fl. 1.875 7 "Ainda com base no acórdão da autoridade de primeira instância, foi firmado o entendimento de que a entrega das pelotas de minério de ferro não ocorreu no pátio da empresa diligenciada, mas sim após o embarque das mesmas nos navios que as destinaram ao exterior. Tal entendimento foi consubstanciado com base em novo elemento de prova trazido à baila pela empresa diligenciada, qual seja: Contrato para venda e compra de pelotas celebrado entre a Vale e a Nibrasco. Neste contrato constam novos termos acerca das operações de compra e venda entre as empresas envolvidas. Com base neste contrato, mais especificamente a cláusula XI, cláusula VIII item 8.3 e cláusula VII item 7.1 ficou estabelecido que a pesagem das pelotas produzidas pela Nibrasco deve ocorrer por meio de balança de esteira transportadora ou por meio da vistoria do calado da embarcação. Ou seja, que ou a pesagem se da na balança de esteira transportadora, que se localiza dentro da área alfandegada, ou ocorre quando as pelotas já foram embarcadas e se encontra dentro do navio para serem transportadas. Ocorre que o referido contrato foi celebrado no dia 06 de agosto de 2008 (versão em inglês), após o início das fiscalizações nas Brascos, ocorridas durante o ano de 2007, e que resultaram em autos de infração de grande monta. Ademais, tal contrato nem sequer foi autenticado, e nem teve as assinaturas dos celebrantes reconhecidas em cartório, sem mencionar que foi firmado entre empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico (Brascos e CVRD). Por essas razões, a presente diligência entende que o Contrato para Venda e Compra de Pelotas celebrado entre a Nibrasco e a CVRD (Vale) é desprovido de qualquer validade jurídica." (grifo nosso) Quanto as operações previstas no contrato firmado entre a CVRD e a Nibrasco. "Abstraindose da validade jurídica desse contrato, a Nibrasco alega que, segundo a cláusula XI, cláusula VIII item 8.3 e cláusula VII item 7.1, a titularidade das pelotas de minério de ferro se transfere apenas no pagamento pela Vale à Nibrasco, e que a Vale poderá a seu critério vistoriar a pesagem das pelotas, a qual determinará o preço a ser pago. Tais cláusulas, no entanto, afrontam a própria essência do negócio jurídico firmado entre as empresas, consubstanciado pelo Contrato para Operação da Usina de Pelotização firmado entre a Nibrasco e Vale, na medida em que a própria Vale se encarregaria de transportar as pelotas de minério de ferro, do pátio das Brascos até o seu pátio, ou até os navios para exportação, conforme previsto no item 2.3, transcrito abaixo ipsis litteris: Fl. 1878DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 8 “A CVRD manuseará e carregará PELOTAS entregues pela NIBRASCO desde o começo da correia transportadora que sai do pátio de PELOTAS da NIBRASCO até o carregamento para compradores em Ponta de Tubarão, incluindo as operações de manuseio, após a recuperação e o carregamento adicionais especificados nos parágrafos 2.2.7 e 2.28 deste Contrato, a pesagem, amostragem e análise em Ponta de Tubarão. As operações de manuseio e carregamento de PELOTAS realizadas pela CVRD serão efetuadas com o máximo de eficiência e rapidez, compatível com os recursos e instalações próprias de manuseio, carregamento e facilidades da CVRD”(grifouse) Com base neste contrato a entrega das pelotas de minério de ferro pelas empresas de pelotização (Brascos) ocorre no próprio pátio das Brascos. Tanto é que a própria Vale manuseará e carregará as pelotas entregues pela Nibrasco desde o começo da correia transportadora que sai do pátio de pelotas da Nibrasco até o carregamento para o mercado externo em Ponta de Tubarão. Ademais, durante os procedimentos de fiscalização, a própria CVRD (Vale) esclareceu que as pelotas eram entregues no pátio da remetente. Tal fato foi corroborado com visita realizada ao parque fabril da NIBRASCO em 2007, pela autoridade fiscal que procedeu a fiscalização nesta empresa. Assim, não resta dúvidas de que a entrega das pelotas se dava nos pátios das Brascos, e referidos pátios não eram, e continuam não sendo alfandegados. Ainda que reconhecida a tese de que a entrega das pelotas de minério de ferro se dá ou se dava no pátio da CVRD (Vale), de acordo com o que prescreve o ADE da 7ª RF de nº 320, supra mencionado, este pátio somente passou a ser alfandegado em 14 de setembro de 2006, data posterior à ocorrência dos fatos aqui analisados (fls. 1.467/1.477)."(grifo nosso) Quanto a utilização dos créditos na aquisição de pelotas pela CVRD. "Abstraindose da validade jurídica desse contrato, a Nibrasco alega que, segundo a cláusula XI, cláusula VIII item 8.3 e cláusula VII item Ainda com base no acórdão nº 1334.003, a autoridade de 1ª instância se pauta na tese de que a CVRD (Vale) não se creditou dos créditos de Cofins decorrentes dessas operações de compra de pelotas de minério de ferro da Nibrasco. A própria CVRD apresenta documentos em que comprova a sua não utilização. No entanto, no presente processo restou provado que a CVRD (Vale) se aproveitou dos créditos de Cofins decorrentes da aquisição de pelotas de minério de ferro da Nibrasco, no período de apuração sob análise. A CVRD (Vale) deu entrada em sua contabilidade, no que tange as aquisições de pelotas de minério de ferro da Nibrasco, de acordo com os CFOP 1.112 e 1.102¹, ao invés de ter utilizado os CFOP 1.86 1.501¹, aproveitandose integralmente dos créditos das contribuições nãocumulativas, nos meses de junho de 2003 a janeiro de 2004. Apenas nos Fl. 1879DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 15586.001061/200711 Acórdão n.º 3201001.949 S3C2T1 Fl. 1.876 9 primeiros meses (dez/02 a mai/03) a CVRD (Vale) deixou de se apropriar dos referidos créditos." A Recorrente foi cientificada do Termo de Encerramento de Diligência e veio aos autos questionando as conclusões da Fiscalização. A seguir transcrevo trechos das questões suscitadas pela Recorrente (fls. 1608 a 1627). Quanto a divergência entre os documentos apresentados no Acórdão 13 34.003 e aqueles apresentados no presente processo. "07. De que trata o primeiro argumento de que "o presente processo não guarda os mesmos elementos de prova do processo nº 15586.001586/201043 (acórdão nº 1334.003)", não assiste razão o i. Agente Fiscal, por uma simples leitura de todo arcabouço probatório que instrui estes autos. 08. Os documentos acostados pela Recorrente no bojo do processo nº 15586.001586/201043 também foram juntados nos presentes autos memorandos de exportação, cartas de correção, relatórios de movimentação das pelotas, contratos de compra e venda, dentre outros." Quanto a divergência entre o período de alfandegamento do pátio da CVRD. "11. Em sua "diligência" o i. Fiscal afirmou que "a área da CVRD somente passou a ser alfandegada em 14 de setembro de 2006, data posterior à ocorrência dos fatos aqui analisados". 12. Isso não é verdade. 13. Se tivesse um pouco de boa vontade e de compromisso com a verdade material, o d. AFRF responsável pela diligência determinada por esse E. CARF teria analisado com mais vagar o ADE da 7ª RF de nº 320 e teria visto que o mesmo, em seu artigo 5º, revoga o Ato Declaratório Executivo SRRF nº 165, de 22 de junho de 2004. 14 E o aludido Ato Declaratório Executivo SRRF nº 165 de 204, por sua vez, também em seu artigo 5º, revoga o Ato Declaratório Executivo SRRF nº 132, de 01 de julho de 2002. 15. Ocorre que esses três Atos Declaratórios Executivos ostentam, fora o prazo de vigência e as normas revogatórias, exatamente o mesmo teor, a saber:" .... 16. Ou seja, verificase, a partir da leitura dos Atos Declaratórios acima transcritos, que, ao menos desde o ano de 2002, os "pátios para a estocagem de minério de ferro e pelotas Fl. 1880DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 10 da VALE, medindo 330.000,00 m2" já eram alfandegados, e se mantêm como área alfandegada até a apresente data." Quanto a divergência entre os documentos apresentados no Acórdão 13 34.003 e aqueles apresentados no presente processo. "18. Quanto ao argumento de que o contrato de compra e venda firmado entre a RECORRENTE a CVRD foi celebrado em 2008 após a fiscalização pela RFB e, ainda que o referido contrato não possui validade jurídica, da mesma forma não merece prosperar. 19. Em certa altura afirma o i. Agente que "Por essas razões, a presente diligência entende que o Contrato para Venda e Compra de Pelotas celebrado entre Nibrasco e a CVRD (Vale) é desprovido de qualquer validade". 20 Tais considerações, com a devida vênia, também não merecem prosperar. 21. A RECORRENTE apenas cuidou de juntar aos autos o seu contrato mais recente. 22. A relação havida entre a RECORRENTE e a CVRD (VALE S.A.) é antiga, tendo sido firmado contrato de compra e venda desde o ano de 2001." Ao final das contrarrazões, a Recorrente reafirma que o fato da pelotas de minério de ferro serem entregues a CVRD não desqualifica a operação de venda com destinação a exportação. O Colegiado ao analisar o resultado da diligência e as contrarrazões identificou divergências entre os fatos relatados. Enquanto a diligência afirma que a área da CVRD somente veio a ser alfandegada em 14/09/2006 a Recorrente apresenta argumentos de que a área já seria alfandegada desde 01/07/2002, abarcando o período em discussão nos autos. Também foi identificada forte divergência fática quanto ao contrato realizado entre a CVRD e a Nibrasco. O termo de diligência afirmou que o contrato somente passou a existir em 06/08/2008 ou seja data posterior aos fatos que ensejaram o lançamento. De outro giro, a Recorrente afirmou que o contrato existe desde 01/08/2001 e a Fiscalização partiu da análise de um aditivo ao contrato original. As divergência quanto aos fatos estavam evidentes e considerando que tais esclarecimentos eram essenciais para o prosseguimento do julgamento, A Turma resolveu converter o julgamento em nova diligência para que fossem esclarecidos em definitivo, a data em que foi alfandegado a área da CVRD, a data em que passou a existir contrato de fornecimento das pelotas de minério de ferro firmados entre a CVRD e a Nibrasco e em que bases foi negociada a entrega das mercadorias. A Unidade de Origem procedeu a diligência, consubstanciado no Termo de Encerramento de Diligência Fiscal (fls. 1670 a 1673). Da diligência extraio os trechos abaixo que tratam das informações solicitadas na Resolução. Fl. 1881DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 15586.001061/200711 Acórdão n.º 3201001.949 S3C2T1 Fl. 1.877 11 Quanto a data do Alfandegamento da área da Companhia Vale, a diligência retificou a sua informação anterior, confirmando as alegações da Recorrente , que a área estava alfandegada desde 29 de julho de 1996. "Analisando o referido acórdão, constatamos de forma preliminar que os períodos de apuração são totalmente distintos, Muito embora tenha sido informado que, com base no Ofício nº 151/2010/DRF/SEFIS/VIT/ES e no Memorando nº 87/ALF/VIT/Gabinete, a área da Vale somente passou a ser alfandegada em 14 de setembro de 2006, tal informação não procede. O referido Memorando não levou em conta os Atos Declaratórios Executivos SRRF nº 24/1996, 132/2002 e 165/2004, nos quais já haviam considerado os pátios para a estocagem de minério de ferro e pelotas da Vale como alfandegados. Portanto, os pátios da Vale passaram a ser alfandegados desde 29 de julho de 1996" A diligência também reafirma que os pátios das empresas coligadas da VALE, que é o caso da Recorrente, não são e nunca foram alfandegados. Em contrapartida, ressaltamos que os pátios das empresas coligadas da Vale, dentre elas a Nibrasco, não são e nunca foram alfândegas e, pelas razões já expostas ao longo da outra diligência, mantém o entendimento de que a entrega das pelotas de minério de ferro se dá no pátio da Nibrasco, e não no pátio da Vale. Quanto a forma da entrega das mercadorias pela Nibrasco à Vale. A diligência afirma que o contrato não deixou explicito como deveria ocorrer tal entrega e prossegue informando que o contrato estabeleceu cláusulas em que a Vale se encarregaria de transportar as pelotas de minério de ferro do pátio das brascos até o seu pátio, ou até os navios para exportação. "Com base neste contrato, celebrado no dia 1º de agosto de 2001, não foram estabelecidas as cláusulas previstas para a entrega das mercadorias, apenas sobre quantidade, período de entrega, preço e condições de pagamento. Na realidade, o Contrato para Operação da Usina de Pelotização firmado entre a Nibrasco e Vale foi o que estabeleceu cláusulas para a entrega das pelotas, na medida em que a própria Vale se encarregaria de transportar as pelotas de minério de ferro, do pátio das Brascos até o seu pátio, ou até os navios para exportação, conforme previsto no item 2.3, transcrito abaixo ipsis litteris: Fl. 1882DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 12 “A CVRD manuseará e carregará PELOTAS entregues pela NIBRASCO desde o começo da correia transportadora que sai do pátio de PELOTAS da NIBRASCO até o carregamento para compradores em Ponta de Tubarão, incluindo as operações de manuseio, após a recuperação e o carregamento adicionais especificados nos parágrafos 2.2.7 e 2.28 deste Contrato, a pesagem, amostragem e análise em Ponta de Tubarão. As operações de manuseio e carregamento de PELOTAS realizadas pela CVRD serão efetuadas com o máximo de eficiência e rapidez, compatível com os recursos e instalações próprias de manuseio, carregamento e facilidades da CVRD”(grifouse) Com base neste contrato a entrega das pelotas de minério de ferro pelas empresas de pelotização (Brascos) ocorre no próprio pátio das Brascos. Tanto é que a própria Vale manuseará e carregará as pelotas entregues pela Nibrasco desde o começo da correia transportadora que sai do pátio de pelotas da Nibrasco até o carregamento para o mercado externo em Ponta de Tubarão. Ademais, durante os procedimentos de fiscalização, a própria Vale esclareceu que as pelotas eram entregues no pátio da remetente. Tal fato foi corroborado com visita realizada ao parque fabril da NIBRASCO em 2007, pela autoridade fiscal que procedeu a fiscalização nesta empresa. Assim, não resta dúvidas de que a entrega das pelotas se dava nos pátios das Brascos, e referidos pátios não eram, e continuam não sendo alfandegados. A Recorrente foi cientificada do Termo de Encerramento de Diligência e veio aos autos apresentando as suas contrarrazões. (fls. 1771 a 1869). Ressaltando a posição confirmada na diligência sobre o alfandegamento da área da CVRD. Quanto a situação levantada na diligência, sobre o alfandegamento do pátio da Recorrente, argumenta que nunca foi debatido nos autos, tampouco foi o motivo para o lançamento fiscal, o fato da sua área ser ou não alfandegada e que os produtos por ela industrializados saem diretamente da sua Usina de Pelotização para a exportação, por meio de esteiras da Vale ou seguem para seu pátio, não existindo circulação de mercadorias fora destes espaços físicos. Conclui as suas contrarrazões, reafirmando que todas as mercadorias possuem uma única destinação e apresenta para embasar seus argumentos modelo esquematizado do Porto de Tubarão. Com estas considerações, o processo retornou ao CARF e a este Relator para prosseguimento do julgamento. É o Relatório. Voto Fl. 1883DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 15586.001061/200711 Acórdão n.º 3201001.949 S3C2T1 Fl. 1.878 13 Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. A discussão presente no processo trata da questão sobre a exigência de COFINS sobre as vendas de produtos ao exterior. Discutidose nos autos a imunidade alcança as vendas realizadas com destino a exportação. A previsão constitucional da imunidade para as vendas ao exterior consta do art. 149, § 2º. "Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) II incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) Fl. 1884DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 14 § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)" A previsão da isenção da COFINS consta do art. 14, incisos II, VIII, IX da MP nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001. “Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro REB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;(grifei) X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. § 1o São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. Fl. 1885DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 15586.001061/200711 Acórdão n.º 3201001.949 S3C2T1 Fl. 1.879 15 § 2o As isenções previstas no caput e no § 1o não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; II a empresa estabelecida em zona de processamento de exportação; Revogado pela Lei nº 11.508, de 2007 III a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação, ao amparo do art. 3o da Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992.” As motivações para o lançamento e o entendimento que não foram comprovados a exportação de parte da produção da Recorrente, veio do parecer SAORT n° 767/2007, conforme consta do Relatório de Encerramento da Ação Fiscal (fl. 603). Do Parecer SAORT (fl. 221), extraio o trecho abaixo. " 27. Depreendese então que para fazer jus à isenção prevista no art. 5° da Lei 10.637/02, não basta que as vendas sejam efetuadas As empresas comerciais exportadoras e que estas promovam a exportação. Tornase indispensável também que os produtos vendidos tenham sido remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. 28. Intimados a empresa destinatária (CVRD) a elucidar como se operou a entrega das pelotas de minério de ferro, e, no caso de as mesmas terem sido diretamente remetidas do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, a apresentar a documentação suporte de tais remessas. Foi esclarecido que as pelotas são entregues no pátio da remetente, inexistindo, desse modo, a documentação requerida. Tal fato foi corroborado com visita realizada ao parque fabril da NIBRASCO. Convém salientar que, apesar da NIBRASCO estar instalada próxima a terminais portuários, seu estabelecimento não está compreendido em área ou recinto alfandegado. 29. Simultaneamente, foi oficiado junto a Inspetoria da Receita Federal do Brasil a fim de elucidar acerca do alfandegamento dos pátios das usinas de pelotização das empresas coligadas da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). Atendendo ao oficio, constatouse que referidos pátios não são alfandegados, estando as áreas de alfandegamento da CVRD definidos no ADE SRRF07 N°320/2006, publicado no DOU de 18/09/2006 (fls. 884\887), o que não engloba as áreas dos pátios das usinas de pelotização. Fl. 1886DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 16 30. Sobre o assunto, já disciplina o Art. 111 do CTN (Código Tributário Nacional) que a norma tributária deve ser interpretada literalmente, não cabendo ao sujeito passivo se valer de preceitos da analogia ou de interpretações extensivas, a fim de se enquadrar no bojo da norma isentiva. Assim sendo, não configurado o fim especifico de exportação delineado pelo art. 39, § 2° Lei n°.9.532 1997 e pela IN SRF n° 247/02, acima disciplinados, não cabe ao sujeito passivo fazer jus à isenção pretendida." No mesmo caminho foi o acórdão da autoridade de primeira instância, que informou como fato preponderante para a negativa de considerar os produtos como exportados, o fato de não terem sido remetidos à área alfandegada. (fls. 763 a 764) " O que se discute nos autos, portanto, não é a isenção da contribuição em tela sobre as receitas decorrentes de exportação, mas sim a comprovação de que as vendas de produtos A. CVRD tenham sido realizadas com o fim especifico de exportação, na forma exigida em lei. Evidentemente, para fazer jus ao beneficio fiscal, o contribuinte deve estar respaldado por documentos que comprovem que a operação realizada efetivamente se insere em uma das hipóteses legalmente previstas. Da mesma forma, a escrituração contábil da empresa deve refletir exatamente os fatos ocorridos e deve estar baseada em documentação hábil que lhe dê suporte. No caso em exame, a interessada não realizou diretamente a exportação dos seus produtos para o exterior, mas sim a venda dos produtos para a Companhia Vale do Rio Doce, afirmando em sua impugnação que todas as vendas foram destinadas exclusivamente ao mercado externo. No entanto, conforme relatado no Parecer SEORT n° 767/2007, proferido no processo relativo As Declarações de Compensação, a autoridade fiscal constatou através de diligência realizada com o objetivo de apuração do crédito a compensar, que as vendas em questão devem ser tratadas como operações normais realizadas no mercado interno. Tal conclusão teve por base a análise das Notas Fiscais de venda emitidas pela empresa, dos registros contábeis no Livro Razão e Livro de Apuração do ICMS, bem como nas informações obtidas através de diligência realizada junto ao estabelecimento da CVRD, destinatário das mercadorias produzidas pelo contribuinte, ocasião em que foram analisados os livros contábeis da empresa adquirente e as notas fiscais de venda ao exterior, não sendo possível constatar, também com base nestes documentos, que as vendas efetuadas pela Nibrasco à CVRD tivessem a finalidade especifica de exportação, nos termos definidos pela legislação. Também se comprovou através da diligência junto à CVRD que as mercadorias adquiridas da Nibrasco não foram diretamente remetidas para embarque de exportação nem foram entregues em recinto alfandegado." Fl. 1887DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 15586.001061/200711 Acórdão n.º 3201001.949 S3C2T1 Fl. 1.880 17 Verificase que a informação da remessa das mercadorias para recinto não alfandegado estão dentre os motivos da exigência fiscal. Dai concluise que se comprovado que as mercadorias foram remetidas a recinto alfandegado da CVRD, o fato poderia influenciar na apuração dos fatos alegados pela Recorrente na sua impugnação e no recurso voluntário. Entendo, que de nenhuma maneira este fato possa ensejar vício no Auto de Infração, pois a motivação já estava originalmente ali descrita, que era a insuficiência de comprovação das exportações das mercadorias. Em momento posterior ao julgamento da autoridade de primeira instância, foram trazidos aos autos posição diversa da mesma turma de julgamento que ao analisar um lançamento com matéria correlata, decidiu por entender que as mercadorias foram remetidas à recinto alfandegado da CVRD, confirmando a posição defendida pela Recorrente que os produtos em discussão foram remetidos a área alfandegada, estando comprovados assim a exportação exigida na legislação par fruição da isenção da Cofins. Nos termos já bem detalhados no relatório, a turma de julgamento na busca dos esclarecimentos fáticos necessários a solução da lide converteu o julgamento por duas vezes em diligência para apurar se as alegações da Recorrente quanto a exportação das Pelotas de Ferro foram enviadas para a CVRD com o fim exclusivo de exportação. As duas diligências confirmaram que os produtos industrializados pela Recorrente tiveram como destino final a exportação. As conclusões constantes do segundo termo de diligência fiscal apontam para a existência da transferências das pelotas de ferro para a CVRD. A análise das informações colhidas pelas diligências fiscais, deixa evidente o fato que as vendas dos produtos em discussão nos autos foi realizada pela Recorrente à CVRD. O fato do pátio da Recorrente não ser alfandegado em nada interfere na fruição da isenção do PIS e da COFINS. O art. 14, IX da MP nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, que considera a venda para exportação para empresa que realize operações de comércio exterior e esteja devidamente registrada no SISCOMEX é suficiente para configurar a isenção do PIS e da COFINS. As operações em discussão nos autos não ocorre somente com a Recorrente, existindo outras empresas que operam de forma similar, industrializando produtos que posteriormente são vendidos a CVRD para exportação, estas empresas também atuam na área do Porto de Tubarão e foram também objeto de lançamento para exigência fiscal, nos termos constantes do presente lançamento. Duas destas atuações já foram enfrentadas pelo CARF, sendo decidido pela isenção do PIS e da COFINS nas operações realizadas com a CVRD. Uma dos julgados ocorreu no Acórdão 3402003.299 da Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara, quando em sede de recurso de ofício, por unanimidade, manteve a decisão da primeira instância que considerou isentas as operações realizadas nos mesmos moldes da Recorrente.O Acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Fl. 1888DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 18 Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2008 VENDAS NO MERCADO INTERNO. TRIBUTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Excluise do lançamento o crédito tributário relativo às contribuições ao PIS e COFINS apurado sobre receitas comprovadamente oferecidas à tributação pelo contribuinte nos DACON. VENDAS COM O FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. MEMORANDOS DE EXPORTAÇÃO. São isentas das contribuições ao PIS e COFINS as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação, devidamente comprovadas por meio de memorandos de exportação. BASE DE CÁLCULO. APURAÇÃO DE OFÍCIO. A diferença a maior entre as bases de cálculo apuradas de ofício e aquelas informadas nos DACON, sujeitase à exigência por meio de lançamento de ofício. BASE DE CÁLCULO. TRANSFERÊNCIA ONEROSA DE CRÉDITOS DE ICMS. Excluise da base de cálculo das contribuições ao PIS e COFINS os valores recebidos a título de transferência onerosa de créditos do ICMS. Precedentes do STF, RE 606.107. Repercussão geral. Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário Provido em Parte.(Acórdão3402003.299, Relator Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Sessão de 18/09/2014) A matéria também foi enfrentada por esta Primeira Turma no Acórdão 3201 001.459, que por unanimidade, também decidiu pela comprovação da exportação e da isenção das contribuições. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Consideramse isentas da contribuição para o PIS as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação somente quando comprovado que os produtos tenham sido remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. Para efeito de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, o termo "insumo" não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que onere a atividade da econômica, mas tão somente os que sejam diretamente empregados na produção de bens ou prestação de serviços. (Acórdão 3201001.459, Relator Conselheiro Daniel Mariz Gudino, Sessão de 22/10/2013) Fl. 1889DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 15586.001061/200711 Acórdão n.º 3201001.949 S3C2T1 Fl. 1.881 19 Conforme, bem esclarecido nas diligências fiscais. As operações da Recorrente e a CVRD com a finalidade de exportação foram confirmadas. Assim, a Recorrente faz jus a isenção da COFINS. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário. Winderley Morais Pereira Fl. 1890DF CARF MF Impresso em 19/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/01/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 11/01/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
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Numero do processo: 10920.900010/2008-84
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-000.626
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento,por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário. Vencidos os Conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim, relatora, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Winderley Morais Pereira que negavam provimento ao recurso voluntário. Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo esteve ausente justificadamente.
Charles Mayer de Castro Souza- Presidente.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim- Relatora
(assinado digitalmente)
Tatiana Josefovicz Belisário - Redator designado.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Ausência justificada de Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento,por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário. Vencidos os Conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim, relatora, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Winderley Morais Pereira que negavam provimento ao recurso voluntário. Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo esteve ausente justificadamente. Charles Mayer de Castro Souza- Presidente. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano DAmorim- Relatora (assinado digitalmente) Tatiana Josefovicz Belisário - Redator designado. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Ausência justificada de Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
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ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento,por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário. Vencidos os Conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim, relatora, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Winderley Morais Pereira que negavam provimento ao recurso voluntário. Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo esteve ausente justificadamente. Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano DAmorim Relatora (assinado digitalmente) Tatiana Josefovicz Belisário Redator designado. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Ausência justificada de Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. RELATÓRIO RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 20 .9 00 01 0/ 20 08 -8 4 Fl. 73DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10920.900010/200884 Resolução nº 3201000.626 S3C2T1 Fl. 74 2 O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Trata o presente processo de Declaração de Compensação – Per/Dcomp, (00818. 62128. 151203..1.3. 0417.43) transmitida em 15/12/2003, onde foi verificado que o valor contido no DARF lá discriminado, objeto do pedido de compensação, já teria sido integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, não restando créditos disponíveis para compensação dos débitos informados. Inconformada com a não homologação de sua compensação, a contribuinte encaminhou a presente manifestação de inconformidade, na qual aduz que o Per/Dcomp, objeto do Despacho Decisório, foi preenchido incorretamente, tendo faltado a informação nos campos “Informado em Processo Administrativo Anterior” e “Número do Processo” . Informa, ainda, que a DCTF do período de apuração foi preenchida incorretamente, tendo a retificação sido efetuada de acordo com a Intimação nº. 73/2008 de referido processo. Termina por afirmar que estão anexadas as fotocópias do Despacho Decisório do Processo nº. 13973.000286/200329 e da intimação nº. 73/2008, protocolada em 22/02/2008 e que resta demonstrado o erro no preenchimento e a suficiência de saldo. Requer, por fim, que seja retificada a Per/Dcomp e acolhida a impugnação. O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/FNS n° 0721.890, de 29/10/2010, proferida pelos membros da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis /SC, cuja ementa dispõe, verbis: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. REQUISITO DE VALIDADE A compensação de créditos tributários depende da comprovação da liquidez e certeza dos créditos contra a Fazenda Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. O julgamento foi no sentido de considerar improcedente a manifestação de inconformidade, tendo em vista que para a compensação ter validade, a mesma demanda a existência de créditos líquidos e certos contra a Fazenda Nacional. O Contribuinte protocolizou o Recurso Voluntário, tempestivamente, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Ressalta que: Fl. 74DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10920.900010/200884 Resolução nº 3201000.626 S3C2T1 Fl. 75 3 Porém, verificase claramente no Despacho Decisório datado de 24/06/2008, o reconhecimento do direito creditório, e que o PER/DCOMP tratado neste processo, só não foi homologado em virtude de ter tido um Despacho Decisório eletrônico anterior, e que diante disso, deveria ser julgado na manifestação de inconformidade apresentada. Ocorre que diante das informações relevantes deste último Despacho Decisório, a Secretaria da Receita Federal do Brasil, em respeito aos princípios da economicidade, eficiência e moralidade (que devem ser observados pela Administração Pública), poderia ter cancelado o Despacho Decisório eletrônico e homologado todas as Declarações de Compensação informadas na intimação n° 73/2008. Desnecessário, portanto, toda esta discussão diante de um direito creditório líquido e certo. O processo foi distribuído a esta Conselheira, de forma regimental. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Versa o processo de Declaração de Compensação – Per/Dcomp, transmitida em 15/12/2003, onde foi verificado que o valor contido no DARF lá discriminado, objeto do pedido de compensação, já teria sido integralmente utilizado para quitação de débitos da recorrente, logo, não restando créditos para compensação dos débitos, ora tratados. Rebate a recorrente que só não foi reconhecido o seu direito creditório, em face de ter sido Despacho Decisório eletrônico anterior, e que diante disso, deveria ser julgado na manifestação de inconformidade apresentada. Vide trecho do despacho decisório acima referido: Importante também ressaltar que as PER/DCOMPs de n° 30001.95157.150903.1.3.044057, 10355.33898.151003.1.3.047730 e 00818. 62128151203.1.3.041743não estão sendo tratadas no presente processo, em virtude de terem sido não homologadas previamente, conforme Despachos Decisórios de fls. 35 a 37, facultada a apresentação de manifestação de inconformidade à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, nos termos dos §§ 7o e 9o do art. 74 da Lei 9.430/1996 (fls. 38 a 40). A Per/Dcomp de nº 00818. 62128. 151203..1.3. 0417.43 em discussão, nos autos, não foi homologada, conforme trecho do despacho acima, logo, não havia crédito inconteste. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10920.900010/200884 Resolução nº 3201000.626 S3C2T1 Fl. 76 4 Como ressalta a própria decisão de primeira instância, não obstante a recorrente ter retificado a DCTF (em 20/02/2008), mas quando do pedido de compensação (em 15/12/2003), a mesma não possuía liquidez e certeza que pudesse ser objeto de repetição: Em que pese o fato da interessada ter retificado o documento no sentido de identificar o recolhimento que diz ter sido indevido, este procedimento foi feito após a análise do Per/Dcomp que resultou na decisão pela nãohomologação, conforme descrito no Despacho Decisório. Ou seja, o procedimento compensatório, objeto da análise, foi realizado quando ainda não estava configurada a existência do pagamento indevido por meio da respectiva DCTF, documento este em que o sujeito passivo formalmente apura e declara a contribuição devida à Receita Federal. Como se constata nos autos, a contribuinte retificou a DCTF em momento posterior ao pleito compensatório, por conseguinte, a compensação teria sido formalizada quando o crédito alegado no Per/Dcomp, objeto do Despacho Decisório, ainda não possuía a liquidez e certeza para que pudesse ser objeto de repetição. Verificase, que através do processo de n° 13973000286/200329 (cópia trazida pela recorrente), através da intimação de n° 73/2008 (em 06/02/2008), a fiscalização observava divergência de valores informados entre a DCTF e DIPJ: Verificamos, entretanto, que essa empresa informou, em DCTF, ter apurado, no período acima, débito equivalente aos pagamentos relacionados (R$ 115.567,51). Já na Declaração de Informações Econômicofiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, exercício 2003, ano calendário 2002, o valor apurado de PIS em novembro de 2002 foi de R$ 89.572,70. No Despacho Decisório consta a informação que a recorrente responde que a DCTF do período foi preenchida incorretamente, tendo sido providenciada a sua retificação e que o valor correto do débito de Pis de novembro de 2002 correspondeu a R$ 89.572,70, apresentando cópias do razão das contas de receita do período. Ressaltese que em sua defesa, o contribuinte trouxe aos autos referência do outro processo a DCTF retificadora, com recibo de entrega em 20/02/2008, ou seja, em momento posterior à apresentação do Per/Dcomp. Não obstante, retificado o documento no sentido de identificar o recolhimento que diz ter sido indevido, este procedimento foi feito após a análise do Per/Dcomp que resultou na decisão pela nãohomologação, conforme descrito no Despacho Decisório, já comentado. Ou seja, o procedimento compensatório, objeto da análise, foi realizado quando ainda não estava configurada a existência do pagamento indevido por meio da respectiva DCTF, documento este em que se apura e declara a contribuição devida à Receita Federal. Várias são as decisões proferidas pelo CARF que têm assentado a necessidade de que o crédito pleiteado seja dotado de certeza e liquidez e que eventual erro em DCTF deve ser comprovado com demonstrativos e documentos fiscais contábeis e neste caso, dos autos, a origem do erro de apuração do débito retificado, não foi apresentado com essa documentação. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10920.900010/200884 Resolução nº 3201000.626 S3C2T1 Fl. 77 5 E mais, não custa nada lembrar, que a discussão acima é o que o Despacho decisório, DCTF retificadora referemse a outro processo, que a recorrente traz cópia na tentativa de comprovar a liquidez da compensação, ora tratada. Para que se possa promover a compensação dos pretensos créditos, necessário se faz o preenchimento dos requisitos da liquidez e certeza decorrentes do art. 170 do CTN Código Tributário Nacional. E é justamente aqui se esbarra o direito do contribuinte. A compensação tributária só ocorre nas condições estipuladas pela lei, entre créditos líquidos e certos, vencidos e vincendos do sujeito passivo. Relembrando o que dispõe o art. 170 do CTN: A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública Destarte, o CTN é expresso ao dispor sobre a permissão da compensação, desde que seja feita com a utilização de créditos líquidos e certos. Pois bem, como está disposto de forma literal no artigo 170 do CTN, a compensação, para ser válida, demanda a existência de créditos líquidos e certos contra a Fazenda Nacional, o que não se verifica no presente caso, motivo pelo qual tal compensação não foi homologada. Exemplo desse entendimento é o Acórdão de n° 3802001.290, de 25/09/2012, de relatoria de José Fernandes do Nascimento, cuja ementa (parte) dispõe: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Na ausência da comprovação da certeza e liquidez do crédito utilizado no procedimento compensatório, deve ser mantida a decisão recorrida que não homologou a compensação declarada pelo mesmo motivo. (....) Logo, como se constata nos autos, a recorrente retificou a DCTF em momento posterior ao pleito compensatório, por conseguinte, a compensação teria sido formalizada quando o crédito alegado no Per/Dcomp, objeto do Despacho Decisório, ainda não possuía a liquidez e certeza para que pudesse ser objeto de repetição. Diante do exposto NEGO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, prejudicados os demais argumentos. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Voto Vencedor Fl. 77DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10920.900010/200884 Resolução nº 3201000.626 S3C2T1 Fl. 78 6 Tatiana Josefovicz Belisário Redator designado. Por meio de Despacho Decisório eletrônico, a unidade de origem indeferiu o pleito, ao fundamento de que, a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP, foram localizados um ou mais pagamentos realizados pela Recorrente, mas integralmente utilizados para quitação de débitos dela própria, não restando, assim, crédito disponível para compensação. Não houve, todavia, antes de prolatada a decisão, intimação da Recorrente para apresentar esclarecimentos sobre o pedido que formulou, muito embora, como se sabe, a Lei n.º 9.784, de 1999, que rege o Processo Administrativo Federal, aplicável subsidiariamente ao Processo Administrativo Fiscal PAF por força do disposto em seu art. 69, determina que o administrado tem, entre outros direitos perante a Administração Pública, o de formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais devem ser objeto de consideração pelo órgão competente (inciso III do art. 3º). Pelo exposto, voto por CONVERTER O FEITO EM DILIGÊNCIA para determinar que a unidade de origem promova a intimação da Recorrente para apresentar esclarecimentos e documentos que se fizerem necessários e, sendo o caso, profira novo Despacho Decisório a partir dos esclarecimentos e documentos apresentados. (assinado digitalmente) Tatiana Josefovicz Belisário Redator designado. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 8/02/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por TATIANA JOSEFOV ICZ BELISARIO, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 16643.000099/2009-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007
IPI. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS.
LANÇAMENTO DE OFICIO. FORMALIZAÇÃO INDEPENDENTE.
A luz do principio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma firma deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias; destarte, o lançamento tributário deve ser formalizado isoladamente para cada estabelecimento.
LANÇAMENTO. NULIDADE. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO.
Comprovado o equivoco na identificação do sujeito passivo , anula-se o lançamento.
Numero da decisão: 3201-001.196
Decisão: ACORDAM os membros da 2ªCâmara/lªTurma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de oficio.
Os Conselheiros Daniel Mariz Gudiño e Luciano Lopes de Almeida Moraes acompanharam o relator pelas conclusões.
Nome do relator: Marcelo Ribeiro Nogueira
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007 IPI. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS. LANÇAMENTO DE OFICIO. FORMALIZAÇÃO INDEPENDENTE. A luz do principio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma firma deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias; destarte, o lançamento tributário deve ser formalizado isoladamente para cada estabelecimento. LANÇAMENTO. NULIDADE. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. Comprovado o equivoco na identificação do sujeito passivo , anula-se o lançamento.
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I MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 16643.000099/2009-61 Recurso n° 0000000 De Oficio Acórdão n° 3201-001.196 — 2 Câmara / la Turma Ordinária Sessão de 25 de fevereiro de 2013 Matéria IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Recorrente BDF NIVEA LTDA Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007 IPI. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS. LANÇAMENTO DE OFICIO. FORMALIZAÇÃO INDEPENDENTE. A luz do principio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma firma deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias; destarte, o lançamento tributário deve ser formalizado isoladamente para cada estabelecimento. LANÇAMENTO. NULIDADE. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. Comprovado o equivoco na identificação do sujeito passivo , anula-se o lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2' Câmara / l a Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de oficio. Os Conselheiros Daniel Mariz Guditio e Luciano Lopes de Almeida Moraes acompanharam o relator pelas conclusões. 671.44.--• MARCOS AVIRELIO PEREIRA VALADAO - Presidente. URCELO RIBEIRO NOGUEIRA - Relator? Fl. 1681DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2013 por NALI DA COSTA RODRIGUES • Fl. 2.049 Processo n° 16643.000099/2009-61 Acórdão n.° 3201-001.196 juros, do período de 2004 a 2007, objeto do auto de infração lavrado contra a empresa Beiersdod; originado do MPF n° 0817100/00265/08 e objeto do processo administrativo n° 16643.000100/2009-57. Há unia patente cobrança em duplicidade, o que é ilegal e abusivo; 2. A exigência de qualquer parcela de IPI devido até 22/12/2004, já se encontra alcançada pela decadência, com base no art. 150, § 4°, do CTN; 3. Não há como concluir que a requerente e a empresa Beiersdorf seio a mesma sociedade; 4. A opção pela estrutura com uma empresa especializada na fabricação (Beiersdoifi, e outra (requerente) com foco na comercialização em mercado reconhecidamente competitivo e complexo traz vantagens econômicas e operacionais, a par de qualquer redução da carga tributária que tal opção apresente; 5. Ao elaborar os cálculos do IPI supostamente devido, simplesmente desconsiderou os valores do imposto recolhido pela fabricante Beiersdorf e os créditos inerentes a tais pagamentos; 6. A requerente não dissimulou o fato gerador da obrigação tributária e tampouco excluiu ou modificou as suas características essenciais. Lavrou-se o auto de infração com fundamento em presunção, totalmente dissociada da realidade dos fatos; 7. Totalmente descabida e ilegal a aplicação da regra do artigo 116, § único, do CTN, pois o mesmo não é auto-aplicável; 8. Exigir multa de 75% sobre o valor do imposto total por falta de lançamento do IPI com cobertura, além da multa de oficio também de 75%, incorre em aplicação de multa em duplicidade; 9. A aplicação de juros com base na SELIC mostra-se em desacordo com o entendimento do STJ, que já se posicionou pela sua inaplicabilidade aos créditos tributários. Por fim, pleiteia a integral improcedência da exigência formulada, com o conseqüente cancelamento do auto de infração. A decisão recorrida recebeu de seus julgadores a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007 3 Fl. 1682DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2013 por NALI DA COSTA RODRIGUES IPI PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS. LANÇAMENTO DE OFICIO. FORMALIZAÇÃO INDEPENDENTE. A luz do principio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma firma deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias; destarte, o lançamento tributário deve ser formalizado isoladamente para cada estabelecimento. LANÇAMENTO. NULIDADE. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. Comprovado o equivoco na identifkaoão do sujeito passivo, anula-se o lançamento. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado Tendo sido ultrapassado o limite legal, houve recurso de oficio que foi, na forma regimental, distribuído a este relator e solicitei sua inclusão na pauta para julgamento. o Relatório. Voto Conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira Como bem apontado pela decisão recorrida, a Fiscalização apresentou em seu Relatório de Auditoria Fiscal (verso fl. 02), tabelas explicativas das remessas dos produtos importados ou fabricados pela Beiersdorf para a requerente e, posteriormente, por ela comercializados no Brasil. Através da tabela n° 1, foi indicado que, no período de 2004 a 2007, os remetentes dos produtos da Beiersdorf para a requerente foram os estabelecimentos de CNPJ n° 01.786.983/0002-87 (localizado em Vinhedo) e n° 01.786.983/0003-68 (localizado em Itatiba), e como destinatários dos produtos os estabelecimentos da requerente de Itatiba e Jundiai, enquanto que a tabela n° 2 apresentou o volume de vendas destes estabelecimentos da requerente, sendo certo que estes estabelecimentos foram considerados equiparados a estabelecimento industrial. essencial notar que o estabelecimento matriz da requerente, sujeito passivo da presente autuação, não é contribuinte do IPI nas operações demonstradas pela fiscalização. Pelo disposto no parágrafo único do artigo 51 do Código Tributário Nacional e nos artigos 313 e 518, incisos III e IV, do Decreto n° 4.544, de 26/12/2002 (RIPI/02), conc-lui-se que, por determinação legal, cada estabelecimento da empresa é contribuinte autônomo do IPI, portanto a apuração do IPI deve ser feita por estabelecimento, sendo vedada s;) 4 Fl. 1683DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2013 por NALI DA COSTA RODRIGUES Processo n° 16643.000099/2009-61 S3-C2T1 Acórdão n.° 3201-001.196 FL 2.050 a sua centralização e cada estabelecimento precisa escriturar o seu próprio documentário, separadamente arquivados e escriturados. Não resta dúvida que a distribuidora (BDF) e a fábrica (Beiersdorf) são sociedades distintas, que possuem objetos sociais, faturamento, despesas e estabelecimentos independentes e cada qual tem sua própria matriz e filiais. A autuação confunde estas pessoas jurídicas e, dentro destas, seus diversos estabelecimentos, tendo sido efetuados lançamentos simultâneos e idênticos, sem considerar a independência destes estabelecimentos, em evidente violação da regra dos artigos 313 e 518 do RIPI. Aponto, para beneficio de meus pares, que caso praticamente idêntico já foi julgado pela Segunda Turma da Terceira Camara desta Seção, que confirmou a nulidade da autuação, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 11/01/2004 a 31/12/2007 IPL PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. FORMALIZAÇÃO INDEPENDENTE. A luz do principio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma firma deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principals e acessórias; destarte, o lançamento tributário deve ser formalizado isoladamente para cada estabelecimento. • •• LANÇAMENTO. NULIDADE. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. Comprovado o equivoco na identificação do sujeito passivo, anula-se o lançamento. Recurso de Oficio Negado (Acórdão 3302-01.600, Rel. Cons. José António Francisco) Note-se, por fim, que ainda não fosse assim, o lançamento deveria ser cancelado em relação a fatos geradores de janeiro a dezembro de 2007 pela decretação da decadência. Portanto, há vicio formal no lançamento, por violação do artigo 142 do CTN, pois a pretensa ilicitude teria sido praticada por estabelecimento distinto daquele que consta do auto de infração. Assim, VOTO por conhecer do recurso de oficio para negar-lhe provimento:', 2f Fl. 1684DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2013 por NALI DA COSTA RODRIGUES t ovt,eu •34.ciA/V0) r MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA relator 6 Fl. 1685DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por EMANOEL WERCELENS PINHEIRO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2013 por NALI DA COSTA RODRIGUES
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