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Numero do processo: 10803.000160/2008-22
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jul 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 30/09/2007
DECADÊNCIA - INOCORRÊNCIA
De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional.
Nos termos do art. 103-A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
Na ocorrência de simulação, aplica-se o prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN.
CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADO EMPREGADO
Nos termos do artigo 12, inciso I, letra a, da Lei 8.212/91, são segurados obrigatórios da Previdência Social, como empregado, aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração.
Os elementos caracterizadores do vínculo empregatício estão devidamente demonstrados no relatório fiscal do AI
CERCEAMENTO DE DEFESA - NÃO CONFIGURADO
Não há que se falar em nulidade por cerceamento de defesa quando os relatórios que integram o AI trazem todos os elementos que motivaram a sua lavratura e expõem, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, elencando todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento.
JUROS E MULTA DE MORA
A utilização da taxa de juros SELIC e a multa de mora encontram amparo legal nos artigos 34 e 35 da Lei 8.212/91.
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI
Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo.
EXCLUSÃO DOS REPRESENTANTES LEGAIS DA RELAÇÃO DE CO-RESPONSÁVEIS
Tem finalidade meramente informativa, não atribui responsabilidade tributária aos relacionados e tão pouco admite discussão no CARF.
MULTA
Há de se reconhecer o direito do contribuinte à redução da multa incidente pelo não recolhimento da contribuição previdenciária, sendo a mesma aplicável a todos os períodos, uma vez que as multas aplicadas por infrações administrativas tributárias, devem seguir o princípio da retroatividade da lei mais benéfica ao contribuinte, com previsão legal no artigo 106, inciso II, "c" do CTN, reduzindo-se o valor da multa aplicada nos moldes do que determina o artigo 61 da Lei nº 9.430/96.
Assim, como no caso em tela, para valer a regra da retroatividade benéfica da lei, estampada no artigo 106 II, C do Código Tributário Nacional, há de ser aplicada aquela que se encontra no artigo 61 da Lei 9.430/1996.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2301-004.033
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em negar provimento ao recurso, na questão da caracterização como segurados empregados, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Júnior e Wilson Antônio de Souza Correa, que davam provimento ao recurso nesta questão; b) em dar provimento parcial ao recurso, a fim de conhecer de ofício e decidir que a Relação de Co-Responsáveis - CORESP", o "Relatório de Representantes Legais - RepLeg - e a - Relação de Vínculos - VÍNCULOS - , anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa, nos termos do voto do Redator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em não conhecer de ofício da matéria; c) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. Redator:Wilson Antônio de Souza Correa. Impedido: Adriano Gonzáles Silvério.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bernadete De Oliveira Barros - Relator.
(assinado digitalmente)
Wilson Antônio de Souza Correa - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antonio De Souza Correa, Mauro Jose Silva, Bernadete de Oliveira Barros, Manoel Coelho Arruda Junior e Adriano Gonzáles Silvério.
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2003 a 30/09/2007 DECADÊNCIA - INOCORRÊNCIA De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional. Nos termos do art. 103-A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Na ocorrência de simulação, aplica-se o prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN. CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADO EMPREGADO Nos termos do artigo 12, inciso I, letra a, da Lei 8.212/91, são segurados obrigatórios da Previdência Social, como empregado, aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração. Os elementos caracterizadores do vínculo empregatício estão devidamente demonstrados no relatório fiscal do AI CERCEAMENTO DE DEFESA - NÃO CONFIGURADO Não há que se falar em nulidade por cerceamento de defesa quando os relatórios que integram o AI trazem todos os elementos que motivaram a sua lavratura e expõem, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, elencando todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento. JUROS E MULTA DE MORA A utilização da taxa de juros SELIC e a multa de mora encontram amparo legal nos artigos 34 e 35 da Lei 8.212/91. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo. EXCLUSÃO DOS REPRESENTANTES LEGAIS DA RELAÇÃO DE CO-RESPONSÁVEIS Tem finalidade meramente informativa, não atribui responsabilidade tributária aos relacionados e tão pouco admite discussão no CARF. MULTA Há de se reconhecer o direito do contribuinte à redução da multa incidente pelo não recolhimento da contribuição previdenciária, sendo a mesma aplicável a todos os períodos, uma vez que as multas aplicadas por infrações administrativas tributárias, devem seguir o princípio da retroatividade da lei mais benéfica ao contribuinte, com previsão legal no artigo 106, inciso II, "c" do CTN, reduzindo-se o valor da multa aplicada nos moldes do que determina o artigo 61 da Lei nº 9.430/96. Assim, como no caso em tela, para valer a regra da retroatividade benéfica da lei, estampada no artigo 106 II, C do Código Tributário Nacional, há de ser aplicada aquela que se encontra no artigo 61 da Lei 9.430/1996. Recurso Voluntário Provido em Parte
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 30/09/2007 DECADÊNCIA INOCORRÊNCIA De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional. Nos termos do art. 103A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Na ocorrência de simulação, aplicase o prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN. CARACTERIZAÇÃO DE SEGURADO EMPREGADO Nos termos do artigo 12, inciso I, letra “a”, da Lei 8.212/91, são segurados obrigatórios da Previdência Social, como empregado, “aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração. Os elementos caracterizadores do vínculo empregatício estão devidamente demonstrados no relatório fiscal do AI CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO CONFIGURADO Não há que se falar em nulidade por cerceamento de defesa quando os relatórios que integram o AI trazem todos os elementos que motivaram a sua lavratura e expõem, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, elencando todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 3. 00 01 60 /2 00 8- 22 Fl. 1530DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 2 JUROS E MULTA DE MORA A utilização da taxa de juros SELIC e a multa de mora encontram amparo legal nos artigos 34 e 35 da Lei 8.212/91. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo. EXCLUSÃO DOS REPRESENTANTES LEGAIS DA RELAÇÃO DE CO RESPONSÁVEIS Tem finalidade meramente informativa, não atribui responsabilidade tributária aos relacionados e tão pouco admite discussão no CARF. MULTA Há de se reconhecer o direito do contribuinte à redução da multa incidente pelo não recolhimento da contribuição previdenciária, sendo a mesma aplicável a todos os períodos, uma vez que as multas aplicadas por infrações administrativas tributárias, devem seguir o princípio da retroatividade da lei mais benéfica ao contribuinte, com previsão legal no artigo 106, inciso II, "c" do CTN, reduzindose o valor da multa aplicada nos moldes do que determina o artigo 61 da Lei nº 9.430/96. Assim, como no caso em tela, para valer a regra da retroatividade benéfica da lei, estampada no artigo 106 II, C do Código Tributário Nacional, há de ser aplicada aquela que se encontra no artigo 61 da Lei 9.430/1996. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em negar provimento ao recurso, na questão da caracterização como segurados empregados, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Júnior e Wilson Antônio de Souza Correa, que davam provimento ao recurso nesta questão; b) em dar provimento parcial ao recurso, a fim de conhecer de ofício e decidir que a Relação de Co Responsáveis CORESP", o "Relatório de Representantes Legais RepLeg e a Relação de Vínculos VÍNCULOS , anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa, nos termos do voto do Redator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em não conhecer de ofício da matéria; c) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. Redator:Wilson Antônio de Souza Correa. Impedido: Adriano Gonzáles Silvério. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. Fl. 1531DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 3 3 (assinado digitalmente) Bernadete De Oliveira Barros Relator. (assinado digitalmente) Wilson Antônio de Souza Correa Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antonio De Souza Correa, Mauro Jose Silva, Bernadete de Oliveira Barros, Manoel Coelho Arruda Junior e Adriano Gonzáles Silvério. Fl. 1532DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 4 Relatório Tratase de crédito previdenciário lançado contra a empresa acima identificada, referente à contribuição devidas às Terceiras Entidades, Salário Educação, SESC, SEBRAE, SENAC e INCRA. Conforme Relatório Fiscal (fls. 31), o fato gerador da contribuição lançada é o pagamento de remuneração de pessoas físicas, caracterizadas como segurados empregados pela fiscalização, por ter sido constatada a existência dos elementos caracterizadores da relação de emprego, quais sejam, pessoalidade, onerosidade, a nãoeventualidade/habitualidade e a subordinação. A autoridade lançadora informa que o procedimento fiscal é fruto de dois anos de investigações desenvolvidas em conjunto pela DPF, RFB, MPF e Justiça Federal, objetivando apurar a existência de diversos ilícitos, tendo resultado em mandados de busca e apreensão e mandados de prisão, retenção judicial de mercadorias e na apreensão de vasto material que comprovam os ilícitos. Esclarece que todo o material apreendido ficou à disposição da Receita Federal do Brasil, mediante autorização judicial, e foi utilizado como fonte subsidiária de informação, tendo sido analisados, além dos apreendidos, as Folhas de Pagamentos, Livros Diário e Razão, notas fiscais de serviço, recibos de pagamento e contratos de prestação de serviços. Segundo relato fiscal, a recorrente remunerou diversos empregados em período anterior às anotações do contrato de trabalho, sendo a base de cálculo das contribuições lançadas as remunerações pagas, referente ao período por eles trabalhados antes do correspondente contrato de trabalho, extraídos das folhas de pagamento encontradas em HDs portáteis, apreendidos pela Polícia Federal. Consta, ainda, que as remunerações constantes destas folhas de pagamento não foram escrituradas em contas contábeis próprias e não se encontram lançados nas GFIPs, e o agente fiscalizador ressalta que sua constatação não seria possível sem a análise e utilização da documentação apreendida. É também objeto do presente AI a contribuição incidente sobre a remuneração ao Sr Reinaldo de Paiva Grillo, caracterizado como segurado empregado da recorrente pela fiscalização, na função de Gerente de Importações, e que nunca foi registrado pelo contribuinte nessa condição. A seguir, a autoridade fiscal discorre sobre cada elemento caracterizador da relação de emprego, e expõe as razões pelas quais entende que restou caracterizada a existência do vínculo empregatício entre o contribuinte e as pessoas físicas ali relacionadas. A recorrente apresentou defesa e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 1631.195, da 12a Turma da DRJ/SPI (fls 1.156), julgou a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso tempestivo repetindo basicamente as alegações trazidas na impugnação. Fl. 1533DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 4 5 Preliminarmente, alega que as supostas provas trazidas aos autos não poderão prevalecer, pois possuem finalidade exclusivamente penal, caracterizando crime a utilização de tais documentos sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei e reafirma a impossibilidade de utilização de prova emprestada. Pondera que, muito embora alguns documentos apreendidos sejam de natureza comercial ou fiscal, portanto passíveis de exame pelo Fisco, nos termos do art. 195, do CTN, os documentos que realmente fundamentam a autuação em questão são aqueles obtidos com o único objetivo de instruir ação criminal e, sendo assim, jamais poderiam ter sido utilizados no processo administrativo fiscal, pois tal conduta viola o art. 5o, da CF. Observa que as regras jurídicas a respeito da interceptação telefônica e de fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática estão previstas na Lei 9.296/96, e argumenta que não há como utilizar provas penais sem assegurar à defesa os critérios garantidores do processo penal. Ressalta que as referidas provas dizem respeito, exclusivamente, aos elementos trazidos pela fiscalização para concluir pela existência de vínculo de emprego, pois não há nos autos qualquer documento que demonstre a efetiva ocorrência de pagamentos às pessoas físicas arroladas no relatório fiscal, e frisa que a fiscalização preferiu juntar aos autos elementos emprestados de processo criminal, deixando, assim, de provar a ocorrência dos fatos geradores, para, em seu lugar,buscar comprovar tão somente a alegada relação empregatícia. Sustenta que, mesmo havendo autorização judicial para emprestar provas, não poderia a fiscalização basear o lançamento apenas em tais elementos, e traz parecer encomendado pela recorrente a Professores Titulares da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo para tentar demonstrar a ausência de motivação e a ilegalidade no processo de obtenção dos meios probatórios, ressaltando que a referida autorização é somente para se ter acesso, e não para servir de meios de prova para outros fins que não os criminais. Insurgese contra a alegação de que a fiscalização teria utilizado de outros documentos como livros contábeis e documentos fiscais/trabalhistas apresentados pela empresa, afirmando que a autoridade lançadora fundamentou a autuação única e exclusivamente em planilhas eletrônicas encontradas no computador do Sr Marcílio Palhares, as quais foram reputadas como se fossem folhas de pagamento, embora não ostentassem tal qualidade. Questiona como pode a fiscalização fundamentar sua autuação fiscal com base em documentos eletrônicos desprovidos de qualquer formalidade e validade, e cita a doutrina e jurisprudência para reforçar o entendimento de que caberia à fiscalização a prova inequívoca de que a recorrente havia, de fato, remunerado pessoas físicas em decorrência da contraprestação laboral, provandose a existência do vínculo de trabalho sem as conseqüentes formalizações contratuais e demais exigências em questão, e não exigir da recorrente a produção de prova negativa, como quer a DRJ. Reitera que as referidas provas não poderiam ser utilizadas para fundamentar o lançamento ora discutido, pois são documentos extracontábeis, apócrifos, relativos a apenas parte dos períodos autuados, ou mesmo sem data, não assinados, incompletos ou em forma de “minuta para discussão. Fl. 1534DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 6 Insiste que esses documentos localizados e obtidos por meio da citada investigação policial são desprovidos de qualquer validade jurídica, tendo em vista que não estão sequer revestidos das formalidades necessárias, por estarem em forma de minuta, não assinadas, e em formato Exel, e, diante dos requisitos formais específicos previstos na legislação para tais documentos, questiona como pode a fiscalização analisar planilhas digitais sem qualquer validade jurídica e equiparálas a folhas de pagamento. Indaga, ainda, se a recorrente tivesse apresentado documentos semelhantes aos que foram objeto de análise, mas com valores diferentes, se a fiscalização os teria aceitado incontestavelmente, ainda que não revestidos das formalidades cabíveis Em relação aos demais documentos utilizados como prova, ressalta que são relativos a apenas parte do período autuado e dizem respeito ao planejamento da entidade, nada tendo a ver com a realidade organizacional, e não poderiam gerar qualquer obrigação em relação a outros períodos. Repete que não se pode admitir que documentos supostamente do ano de 2006 sejam base para aferição indireta de contribuições dos anos de 2003, 2004 ou 2005, não cabendo, à fiscalização, chegar a uma conclusão sem que haja provas concretas sobre os fatos, vinculando informações vagas e incertas a períodos desconhecidos para concluir que houve a ocorrência do fato gerador, frisando que o pagamento de remuneração, que é o fato gerador das contribuições exigidas, não foi comprovado. Assevera que a fiscalização comete ilegalidade ao exigir da recorrente contribuições e multas sobre um fato jurídico presumido e não provado, entendendo ser necessária a comprovação, por meios diretos e não indiretos, da alegada existência de vínculo de emprego, ante toda a documentação que lhe foi apresentada, sendo que as supostas evidências descritas no relatório fiscal nada provam contra a recorrente, principalmente no sentido de evidenciarse relação empregatícia. Observa que, no caso presente, a fiscalização não obedeceu as regras aplicáveis ao procedimento de aferição indireta, inaugurando procedimento criado a seu bel prazer e, portanto, sem previsão legal, que foi o de considerar como base de cálculo as notas fiscais de prestação de serviços, imaginando existir suposto vínculo empregatício. Ressalta que não houve aferição indireta, mas apenas mera presunção, sem previsão legal, a partir de elementos que nada podem provar quanto à remuneração de pessoas físicas a título de prestação laboral à recorrente. Quanto ao argumento da DRJ de que seria descabida a verificação física dos segurados em serviço na empresa para confronto com seus registros fiscais, questiona se a diligência não se presta para verificação de fatos ocorridos nos períodos de 2003 a 2007, o que dizer de documentos genéricos, não datados, fundamentarem uma autuação relativa a período anterior Discorre sobre a verdade material e cita a doutrina para argumentar que, para que a fiscalização pudesse lavrar algum auto de infração em face da recorrente, deveria ter comprovado plenamente, por meios seguros e irrefutáveis, a alegada existência do vínculo empregatício entre pessoas físicas e a recorrente em período anterior ao que consta nos respectivos contratos de trabalho. Frisa que tem certeza de que não existe uma prova sequer no processo que subsidie as afirmações de existência de vínculo de emprego a basear a cobrança das Fl. 1535DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 5 7 contribuições em questão, sendo que as supostas provas apresentadas, e acolhidas pela DRJ, não passam, quando muito, de meros indícios. No mérito, repete que inexiste o vínculo empregatício entre as pessoas físicas arroladas pela fiscalização e a recorrente, o que impossibilita a cobrança das contribuições em tela por meio de aferição indireta, seja porque a realidade dos fatos demonstram o contrário, seja porque as autoridades fiscais não demonstraram a procedência de suas alegações. Atenta para o fato de que a fiscalização não produziu prova individualizada acerca da existência do vínculo de emprego das pessoas físicas sócias das prestadoras de serviço em relação à recorrente e, em conseqüência, não logrou êxito em comprovar, de forma individualizada, a ocorrência dos fatos geradores. Insiste que, para que se pudesse considerar válida a apuração fiscal, seria necessária a produção de prova material, com a análise individual de cada uma das relações supostamente existentes e demonstrar, de maneira individual, a ocorrência de cada um dos fatos geradores, não cabendo a utilização de um caso a título de exemplo para outros. Sustenta que não se aplicam, no caso concreto, as disposições do art. 33, §§ 3o e 6o, da Lei 8.212/91, uma vez que não houve recusa de entrega de documentos e tampouco exame da escrituração contábil, e nem valeuse a fiscalização de métodos outros que não o de equiparar, e definir como base de cálculo, 100% do valor estampado nas planilhas reputadas como folhas de pagamento. Reafirma a inexistência dos requisitos necessários à configuração do vínculo empregatício, discorrendo acerca de contrato de trabalho e de cada elemento caracterizador da relação de emprego, citando doutrina sobre a matéria, concluindo que a fiscalização nada comprovou a respeito, mas apenas baseou suas conclusões em meras suposições, motivadas pela existência de planilhas eletrônicas e outros elementos que nada provam contra a recorrente, pois não demonstram a presença dos elementos indispensáveis à caracterização do vínculo de emprego, mormente a subordinação, como quer fazer crer a DRJ. Cita alguns documentos utilizados pela fiscalização para frisar que os mesmos não têm o condão de comprovar materialmente a presença dos requisitos do art. 3o, da CLT, quais sejam, a pessoalidade, a nãoeventualidade, a onerosidade e a subordinação, sendo que tais documentos poderiam, quando muito, ser tomados como indícios da existência de suposto vínculo empregatício. Qualifica de inconsistente organograma do item 4AC, do Relatório Fiscal, pois nele se misturam, completamente, subordinados e supervisores ao mesmo tempo, o que o torna imprestável para fundamentar a comprovação de eventual vínculo empregatício, observando que a própria DRJ reconheceu o equívoco da fiscalização ao elaborar o gráfico em questão. Ressalta o completo descabimento em se tomar, como base de cálculo, mera planilha eletrônica obtida em um dos computadores apresentados pela autoridade policial, sem qualquer prova acerca da efetividade dos pagamentos a cada pessoa reputada como empregado da recorrente, reafirmando que as autoridades fiscais basearam a autuação apenas em presunções.. Fl. 1536DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 8 Reitera que inexiste pagamento às pessoas físicas arroladas nas planilhas no período apurado pela fiscalização, anterior ao da formalização do contrato de trabalho, como demonstram as DIRFs anexadas na impugnação, o que invalida, por completo, presente AI. Repisa que a fiscalização nada comprovou quanto à existência de pagamentos de remuneração às pessoas físicas em questão, mas apenas reputou, com base em presunção não prevista ou autorizada em lei, que tais pagamentos efetivamente ocorreram. Inova, em relação à peça impugnatória, relatando que, em 2006 e 2007, a empresa foi fiscalizada minuciosamente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, sob a supervisão do Ministério Público da União,para fins de verificar eventual descumprimento das leis trabalhistas, formalizada nos autos da Peça de Informação 12293/2006. Informa que, durante a inspeção, o MTE, solicitou a regularização do registro de seis prestadores de serviços, o que foi efetuado pela recorrente, sendo que a fiscalização daquele Ministério, após análise de todas as circunstâncias fáticas e jurídicas envolvendo a recorrente e seus prestadores, considerou os contratos de prestação de serviços regulares, tendo concluído pela existência de poucos vínculos empregatícios e tão somente esses, determinando que referidos empregados fossem regularmente registrados, o que foi feito no prazo de 48 horas pela recorrente. Destaca que o MTE e a Procuradoria Regional do Trabalho do MPU não constataram qualquer irregularidade envolvendo as pessoas arroladas pela fiscalização, aduzindo que, se houvesse de fato o alegado vínculo empregatício entre a recorrente e tais pessoas, como quiseram parecer as autoridades fazendárias, o MTE certamente teria identificado a relação jurídica, tomando as previdências cabíveis, o que, como é possível verificar, não foi o caso. Alega que as cobranças das contribuições sociais gerais e de intervenção no domínio econômico sobre a folha de salários após a EC 33/2001 são indevidas por serem inconstitucionais, e registra que não se trata de pedido de declaração de inconstitucionalidade de norma, como quer fazer parecer a DRJ, mas apenas de pedido para que este Conselho reconheça a invalidade da cobrança de tais tributos a partir da referida data de 11/12/2001. Insiste na aplicação da regra decadencial do art. 150, § 4o, do CTN, para reafirmar que os lançamentos ocorridos antes de 15/12/2003 estariam atingidos pela decadência, e insurgese, também de forma inovadora, contra a incidência de juros sobre a multa de ofício, alegando ilegalidade de sua cobrança. Alega, por fim, inaplicabilidade da taxa SELIC como juros de mora, e requer a reforma integral da decisão recorrida, e que seja julgado procedente o presente recurso voluntário, cancelando in totum o Auto de Infração. É o relatório. Fl. 1537DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 6 9 Voto Vencido Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros Redatora O recurso é tempestivo e não há óbice para o seu conhecimento. Da análise do recurso apresentado, registro o que se segue. Preliminarmente, a recorrente traz um extenso arrazoado tentando demonstrar a impossibilidade de utilização da prova emprestada, argumentando que as supostas provas trazidas aos autos possuem finalidade exclusivamente penal, caracterizando crime a utilização de tais documentos sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei. No entanto, há decisão judicial autorizando a utilização, pela RFB, dos documentos apreendidos, cujo trecho reproduzo a seguir: Em relação ao requerido pela 5" região fiscal da Receita Federal Ilhéus e aos 03 (três) pedidos formulados pela Receita Federal do Brasil em São Paulo, acerca da utilização de conteúdo de interceptações telefônicas e telemáticas por Auditores da Receita Federal para fins de instrução de procedimentos fiscais visando lançamentos tributários em autuações fiscais, abstratamente falando é legal e constitucional a utilização de elementos desse procedimento criminal para outros fins, inclusive para fins administrativos (prova emprestada). A jurisprudência do STF já tem mais de um caso de autorização ou aceitação de utilização de provas sigilosas obtidas em processo penal para outros fins. A legal obtenção da prova para apuração de crimes, mesmo no caso de interceptações telefônicas, não inviabiliza a posterior utilização dessas provas para outros fins judiciais ou administrativos.. O que precisa ficar devidamente comprovado é que a interceptação foi originalmente solicitada e deferida visando efetivamente sua utilização em apurações de crimes e isso, inegavelmente, é o caso dos autos. As interceptações telefônicas e telemáticas, bem como as demais quebras de sigilo de dados, foram regularmente deferidas para apuração de crimes de quadrilha, falsidade documental, descaminho e crimes tributários. Com isso, perfeitamente cabível, em um segundo plano, que esses elementos possam ser utilizados como provas em outros procedimentos, mesmo que administrativos (prova emprestada). (...) Assim, como estamos diante de pedidos de utilização de provas emprestadas em relação a fatos direta ou indiretamente Fl. 1538DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 10 relacionados com os fatos apurados nesse procedimento criminal, com objetivos fiscais administrativos, entendo cabível a autorização de uso desses dados sigilosos. Ademais, cumpre esclarecer que essa matéria já foi objeto de análise por este CARF, no processo 10803.000161/200877, também de interesse da ora recorrente. Permitome adotar as razões trazidas pelo então Relator Mauro José Silva, transcrevendo o trecho do voto pertinente à matéria: “Acrescentamos que mesmo que tenham sido utilizadas provas emprestadas, isso em nada afeta a validade destas. Sobre o tema da prova emprestada, esclarecemos que não existe vedação na legislação reguladora do processo administrativo à utilização de provas colhidas em outro processo ou por outra autoridade administrativa, fiscal ou judicial, desde que sejam legais e moralmente legítimas, conforme preceitua o Código de Processo Civil no seu artigo 332 . No mesmo sentido a jurisprudência do Conselho de Contribuintes: “PROVA EMPRESTADA. ADMISSIBILIDADE É lícito ao Fisco federal valerse de informações colhidas por outras autoridades fiscais para efeito de lançamento de Imposto de Renda, desde que estas guardem pertinência com os fatos cuja prova se pretenda oferecer. (Acórdão 10615779) NORMAS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PROVA EMPRESTADA A jurisprudência administrativa reconhece a validade da chamada prova emprestada, observadas as naturais cautelas na sua utilização. No caso, a autoridade administrativa bem as observou. Deve, portanto, ser considerada “válida. (Acórdão 10243475)” É oportuno informar que, por unanimidade, foi negado provimento à preliminar de impossibilidade de utilização de prova emprestada.. Assim, acompanhando o entendimento trazido pelo relator no voto acima transcrito, rejeito a preliminar suscitada. Portanto, ao contrário do que alega a recorrente, a conduta de utilizar, no processo administrativo fiscal, os documentos apreendidos em processo criminal em nada viola o art. 5o, da CF. Constatase que foram observados, no presente processo administrativo, os mandamentos estabelecidos pelo Decreto 70.235/72, que regula o processo administrativo fiscal. Dessa forma, a fiscalização, ao constatar a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, lançou a contribuição devida, expondo, com muita clareza e riqueza de detalhes, os motivos pelos quais entendeu que as pessoas físicas por ela arroladas eram empregados da recorrente, apontando os elementos caracterizadores da relação de emprego presentes nos serviços prestados. Fl. 1539DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 7 11 E, ao contrário do que afirma a recorrente, a autoridade lançadora juntou, aos autos, farta documentação comprobatória de suas afirmações, não restando configurado, em nenhum momento, arbítrio ou desvio de finalidade. Verificase que o AI foi lavrado de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente autuante demonstrado, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, fazendo constar, nos relatórios que compõem o AI, os fundamentos legais que amparam o procedimento adotado e as rubricas lançadas. O Relatório Fiscal traz todos os elementos que motivaram a lavratura do Auto de Infração e o relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD, encerra todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento, separados por assunto e período correspondente, garantindo, dessa forma, o exercício do contraditório e ampla defesa à autuada. Portanto, reiterase, a autoridade lançadora identificou as bases de cálculo do tributo lançado, anexando ao AI documentos comprobatórios da ocorrência do fato gerador e apontando os dispositivos legais e normativos que disciplinam o lançamento. E como não é facultado ao agente fiscal deixar de cumprir a lei, ao constatar a ocorrência do fato gerador, lançou corretamente o presente débito, discriminando clara e precisamente os dispositivos legais aplicáveis ao caso. Nesse sentido, não há que se falar em nulidade do AI discutido, uma vez que foram observadas disposições contidas no Decreto 70.235/72 O art. 59, do Decreto 70.235/72, dispõe que Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Não restou demonstrado nos autos que houve cerceamento de defesa do autuado, que demonstrou pleno conhecimento do que lhe esta sendo imputado. E, ao contrário do que afirma, verificase que não houve presunção do fato gerador da contribuição previdenciária, e sim a constatação da sua ocorrência, comprovada por meio dos documentos analisados, cujas cópias foram juntadas aos autos. Portanto, rejeito as preliminares suscitadas. A recorrente alega que a fiscalização fundamentar sua autuação fiscal com base em documentos eletrônicos desprovidos de qualquer formalidade e validade, defendendo que caberia à fiscalização a prova inequívoca de que a recorrente havia, de fato, remunerado pessoas físicas em decorrência da contraprestação laboral, provandose a existência do vínculo de trabalho sem as conseqüentes formalizações contratuais. Fl. 1540DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 12 Ora, mas foi exatamente isso que a fiscalização fez, provou a existência de vínculo empregatício entre as pessoas físicas apontadas no Relatório Fiscal e a recorrente, sem o devido registro/contrato trabalhista. Os documentos que a recorrente alega que são apócrifos, sem assinaturas, foram, na verdade, extraídos dos computadores pessoais, devidamente identificados, e legalmente obtidos. E se tais documentos existem e não estão revestidos das formalidades legais, conforme insiste em afirmar a recorrente, é porque ela mesma não os formalizou, ocultando a prestação de serviços pelas referidas pessoas físicas, segurados empregados da empresa autuada, conforme demonstrado nos autos. Da mesma forma, não procedem as afirmações de que os documentos utilizados pela fiscalização se referem a apenas uma parte dos períodos, uma vez que, da análise da documentação juntada, constatase a existência de provas para todo o período do débito. A recorrente indaga se tivessem sido apresentados documentos semelhantes aos que foram objeto de análise, mas com valores diferentes, se a fiscalização os teria aceitado incontestavelmente, ainda que não revestidos das formalidades cabíveis. Entendo que a fiscalização os teria aceito, desde que não houvesse provas da tentativa de ocultar a ocorrência de fato gerador da contribuição previdenciária, como ocorreu no presente caso. Também não houve presunção de um fato jurídico ou desobediência das regras aplicáveis ao procedimento de aferição indireta, pois os valores das bases de cálculo foram extraídos diretamente das folhas de pagamento constantes dos computadores pessoais apreendidos. Vale observar que em nenhum momento a autoridade fiscal afirmou que o débito foi aferido indiretamente, e sim que a base de cálculo foi extraída diretamente dos documentos analisados. Portanto, entendo que restou provado, por meios diretos, a existência de vínculos de emprego, ante toda a documentação analisada, seja aquela apreendida ou a apresentada pela própria recorrente. Contra o argumento da DRJ de que seria descabida a verificação física dos segurados em serviço na empresa para confronto com seus registros fiscais, a autuada pondera que, se a diligência não se presta para verificação de fatos ocorridos nos períodos de 2003 a 2007, o que dizer de documentos genéricos, não datados, fundamentarem uma autuação relativa a período anterior. Entretanto, entendo que assiste razão à DRJ, pois a verificação da existência do vínculo empregatício por meio de vistorias e inspeções, ou seja, verificação física, para busca da verdade material apenas poderia ajudar na avaliação das relações de emprego na data de sua realização, mas não na avaliação do que existia em datas anteriores. Para os períodos pretéritos, como é o caso do lançamento em tela, a fiscalização dispõe apenas dos documentos que a empresa era obrigada a elaborar por determinação legal. Fl. 1541DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 8 13 Como o presente lançamento se refere ao período compreendido entre 01/2003 a 09/2007, a auditoria não pode mais, por meio de vistoria e inspeção, verificar a real situação dos trabalhadores que prestavam serviços à empresa naquele período, valendose para isso dos documentos analisados, como livros contábeis e folhas. Por todo o exposto, rejeito as preliminares suscitadas. No mérito, a autuada tenta demonstrar que inexiste o vínculo empregatício entre as pessoas físicas arroladas pela fiscalização e a recorrente, o que impossibilita a cobrança das contribuições em tela por meio de aferição indireta, seja porque a realidade dos fatos demonstram o contrário, seja porque as autoridades fiscais não demonstraram a procedência de suas alegações. Contudo, entendo que restou demonstrada, nos autos, a ocorrência de todos os requisitos necessários para a caracterização da relação de emprego , exigidos pelo art. 12, I, "a" da Lei n. º 8.212/91 c/c art. 9. º, I, "a", do RPS, aprovado pelo Decreto n. º 3.048/99, quais sejam, pessoalidade, a nãoeventualidade (habitualidade), a onerosidade e a subordinação. Aplicase portanto, ao caso, o artigo 9º, da Consolidação das Leis do Trabalho, que considera nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar ou impedir a aplicação dos preceitos nela contidos E como o parágrafo 2. º do art. 229 do Decreto 3.048/99, permite ao Auditor Fiscal desconsiderar o vínculo pactuado, a Auditoria, ao verificar a ocorrência dos requisitos da relação de emprego, agiu em conformidade com ditames legais e enquadrou corretamente os trabalhadores como empregados da autuada para efeitos da legislação previdenciária. Esse enquadramento será automático sempre que estiverem presentes, na prestação do serviço, os pressupostos da relação de emprego, quais sejam, a remuneração, a habitualidade e a subordinação, porque a lei assim determina, mesmo que no contrato formalizado entre as partes esteja definido de forma diversa, pois a relação de emprego não é aferida pelos elementos formais do ajuste, mas do conteúdo emergente de sua execução. Dessa forma, ao contrário do que entende a recorrente, desde que presentes os requisitos do art. 12, I, "a", da Lei n. º 8.212/91, pode sim o Auditor Fiscal desconsiderar a contratação do segurado como contribuinte individual para considerálo como empregado da contratante, exclusivamente para fins de recolhimento da contribuição previdenciária, pois houve a ocorrência do fato gerador. Ademais, os nossos Tribunais já vêm decidindo que o Fisco pode autuar empresa se esta deixar de recolher contribuições previdenciárias em relação às pessoas que ela julgue com vínculo empregatício e, caso discorde, a empresa dispõe do acesso à Justiça do Trabalho afim de questionar a existência do vínculo. E, de acordo com o art. 118, inciso I do CTN, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Nesse sentido e por tudo que foi exposto no Relatório Fiscal, entendo que restou comprovada, nos autos, a relação de emprego entre a MUDE COMÉRCIO E Fl. 1542DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 14 SERVIÇOS LTDA e as pessoas físicas que lhes prestaram serviços apontadas pela fiscalização.. Insta salientar que, conforme art. 114, I da CF/88, compete à. Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho, não havendo, portanto, invasão de competência, uma vez que a autoridade fiscal apenas constituiu o crédito previdenciário incidente sobre as remunerações pagas aos segurados empregados, mas não julgou, com atributo de coisa julgada, a relação de emprego, pois que esta última matéria é de competência da Justiça do Trabalho. A autoridade fiscalizadora em questão tem competência para efetuar o lançamento, uma vez que é, sim, atribuição inerente ao cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil verificar a ocorrência de fatos geradores das contribuições previdenciárias, lançando os respectivos tributos, e enquadrar a pessoa física como segurado obrigatório da Previdência Social, independentemente da forma jurídica que foi adotada, a qual, por vezes, pode mascarar tal condição, nos termos do art. 33, caput da Lei n° 8.212/91. Assim, em respeito ao Princípio da Verdade Material e pelo poderdever de buscar o ato efetivamente praticado pelas partes, a Administração, ao verificar a ocorrência de fato gerador, pode superar o negócio jurídico para aplicar a lei tributária aos verdadeiros participantes do negócio. Esse é o entendimento consolidado do Colendo Superior Tribunal de Justiça, conforme manifestação exarada pelo eminente Ministro CASTRO MEIRA, quando do julgamento do REsp n° 575.086/PR, em 21/03/2006, verbis : "0 reconhecimento da relação de emprego para fins de fiscalização, arrecadação e lançamento de contribuições previdenciárias é independente do exame na Justiça Trabalhista. A autarquia previdenciária por meio de seus agentes e fiscais tem competência para reconhecer o vinculo trabalhista, porém, somente para fins de fiscalização, arrecadação e lançamento da contribuição previdenciária, mas à Justiça do Trabalho cabe reconhecer o vinculo trabalhista e os direitos advindos. 0 agente fiscal do INSS exerce atos próprios quando expede notificação de lançamento referente a contribuições devidas sobre pagamentos efetuados, podendo submeterse tal avaliação administrativa ou judicial." (grifei) A competência do Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil para caracterização de empregado para fins previdenciários tem sido agasalhada pela jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça, conforme os arestos a seguir: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INSS. FISCALIZAÇÃO DE EMPRESA. CONSTATAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO NÃO DECLARADO. COMPETÊNCIA. AUTUAÇÃO. POSSIBILIDADE. REEXAME DO SUBSTRATO FÁTICOPROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA N° 07/STJ. I 0 INSS, "ao exercer a fiscalização acerca do efetivo recolhimento das contribuições por parte do contribuinte, possui o dever de investigar a relação laboral entre a empresa e as pessoas que a ela prestam serviços. Caso constate que a empresa erroneamente descaracteriza a relação empregatícia, a fiscalização deve proceder a autuação, a fim de que seja Fl. 1543DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 9 15 efetivada a arrecadação" (REsp n°515.821/RJ, Rel. Min. FRANCIULLI NETTO, DJ de 25/04/05). II Destaquese que remanesce hígida a competência da Justiça do Trabalho na chancela da existência ou não do aludido vinculo empregatício, na medida em que: "0 juízo de valor do fiscal da previdência acerca de possível relação trabalhista omitida pela empresa, a bem da verdade, não é definitivo e poderá ser contestado,seja administrativamente, seja judicialmente" (REsp n°575.086/PR,Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ de 30/03/06). III O acórdão recorrido, ao dirimir a controvérsia, entendeu que inexistiu prova que afastasse a validade da NFLD, sendo que, para rever tal posicionamento, seria necessário o seu reexame, que serviu de sustentáculo ao convencimento do julgador, ensejando, no caso, a incidência da Súmula n° 07/STJ. IV Agravo regimental improvido. PREVIDENCIÁRIO INSS FISCALIZAÇÃO AUTUAÇÃO POSSIBILIDADE VINCULO EMPREGATÍCIO. A fiscalização do INSS pode autuar empresa se esta deixar de recolher contribuições previdenciárias em relação Its pessoas que ele julgue com vinculo empregatício. Caso discorde, a empresa dispõe do acesso à Justiça do Trabalho, a fim de questionar a existência do vinculo. Recurso provido. (STJ. la Turma. REsp 236279/RJ; Recurso Especia11999/00981057. Relator Min. Garcia Vieira. DJ 20.03.2000. p. 48) (...) 1. A competência da Justiça do Trabalho não exclui a das autoridades que exerçam funções delegadas para exercer a fiscalização do fiel cumprimento das normas de proteção ao trabalho, entre as quais se inclui o direito & previdência social. 2. No exercício de suas funções, o fiscal pode tirar conclusões diferentes das adotadas pelo contribuinte, sob pena de se consagrar a sonega cão. Exigese, contudo, que a decisão docorrente da fiscalização seja fundamentada, quer para que se atenda ao principio da legalidade, ou para que o ato possa ser objeto de controle judicial, ou para que o contribuinte possa exercer seus direito de defesa. Dou provimento ao recurso e inverto as penas de sucumbencia. (STJ. AG n° 257.017RS. Relator Min. José Delgado. DJ 21/10/99.) RECURSO ESPECIAL — FISCALIZAÇÃO — CONSTATAÇÃO DE LIAME LABORAL POR MEIO DE FISCAL DA PREVIDÊNCIA — ALEGADA POSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO DE VINCULO EMPREGATÍCIO DE PESSOAS QUE PRESTAM Fl. 1544DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 16 SERVIÇOS NAS EMPRESAS QUE DEVEM RECOLHER CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCOMPETÊNCIA PARA DESQUALIFICAR A RELAÇÃO EMPREGATÍCIA RECONHECIDA EM AMBAS AS INSTÂNCIAS — PRETENDIDA REFORMA COM BASE EM JULGADO DESTE SODALÍCIO — RECURSO PROVIDO. No particular, o fiscal, ao promover a fiscalização para eventual cobrança da contribuição, entendeu que os médicos que estavam a prestar serviços nas dependências do hospital da contribuinte possuíam vinculo de trabalho, razão por que lavrou os autos de infração. O LAPAS ou o INSS (art. 33 da Lei n. 8.212), ao exercer a fiscalização acerca do efetivo recolhimento das contribuições por parte do contribuinte, possui o dever de investigar a relação laboral entre a empresa e as pessoas que a ela prestam serviços. Caso constate que a empresa erroneamente descaracteriza a relação empregatícia, a fiscalização deve proceder a autuação, a fim de que seja efetivada a arrecadação. (...) – Recurso especial conhecido e provido com base na divergência jurisprudencial. (Resp 515821/RJ; Recurso Especial 2003/00272128. Relator Min.Franciulli Netto. STJ. 2a Turma. DJ 25.04.2005. p. 278.) CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INSS. FISCALIZAÇÃO DE EMPRESA.CONSTATAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO NÃO DECLARADO. COMPETÊNCIA. AUTUAÇÃO. POSSIBILIDADE. REEXAME DO SUBSTRATOFATICOPROBATÓRIO DOS AUTOS. SUMULA N° 07/STJ. I 0 INSS, "ao exercer a fiscalização acerca do efetivo recolhimento das contribuições por parte do contribuinte, possui o dever de investigar a relação laboral entre a empresa e as pessoas que a ela prestam serviços. Caso constate que a empresa erroneamente descaracteriza a relação empregaticia, a fiscalização deve procedera autuação, a fim de que seja efetivada a arrecadação" (Resp n°515.821/RJ, Rel. Min. FRANCIUM NETTO, DJ de 25/04/05). (...) IV Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 894015 /AL ; AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL2006/02279329 Relator Min. FRANCISCO FALCÃO Franciulli Netto. STJ. la Turma. DJ 12.04.2007 p. 251) (grifei) No mesmo sentido são os seguintes julgados do CRPS: PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. NFLD. TERCEIRIZAÇÃO. SIMULAÇÃO. DESCARACTERIZAÇÃO. FORMALIDADES LEGAIS. AUSÊNCIA DE NULIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. TAXA SELIC LEGALIDADE.CONSTITUCIONALIDADE. Fl. 1545DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 10 17 I — Constatado pela fiscalização do INSS que os serviços terceirizados da empresa ocorrem de forma simulada, apenas para burlar o FISCO, correto o enquadramento dos empregados terceirizados como segurados empregados da empresa contratante; (.) RECURSO CONHECIDO E WO PROVIDO. (4° CAJ. NFLD DEBCAD N° 35.472.4258. Acórdão n° 239/2005. Relator: Rogério de Lellis Pinto. Julgamento em 23/02/05. Resultado do julgamento: RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO POR UNANIMIDADE.) PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. NFLD. TERCEIRIZAÇÃO. SIMULAÇÃO. DESCARACTERIZAÇÃO. FORMALIDADES LEGAIS. AUSÊNCIA DE NULIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. SEBRAE. INCRA. CONSTITUCIONALIDADE. ASSISTÊNCIA MÉDICA. PRÓLABORE. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. SESI. SENAL COMPETÊNCIA PARA ARRECADAR. I — Constatado pela fiscalização do INSS que os serviços terceirizados da empresa ocorrem de forma simulada, apenas para burlar o FISCO, correto o enquadramento dos empregados terceirizados como segurados empregados da empresa contratante; (..) RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. CAJ. NFLD DEBCAD N° 35.472.4231. Acórdão n° 238/2005. Relator: Rogério de Lellis Pinto. Julgamento em 23/02/05. Resultado do julgamento: RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO POR UNANIMIDADE) A autuada entende, ainda, que a fiscalização não comprovou a existência dos elementos caracterizadores da relação de emprego, pois deixou de analisar individualmente cada uma das relações supostamente existentes e demonstrar, de maneira individual, a ocorrência de cada um dos fatos geradores, entendendo que não cabe a utilização de um caso a título de exemplo para outros. Ocorre que a fiscalização relacionou cada uma das pessoas físicas e o período em que eles prestaram serviços à recorrente, anterior ao devido contrato de trabalho. As remunerações e o período trabalhado constam das folhas de pagamento encontradas no HD portátil do gerente da empresa, Sr Marcílio Palhares, e estão discriminadas na planilha intitulada “PAGAMENTOS FORA DO PERÍODO FORMAL DO CONTRATO DE TRABALHO”, que traz os segurados empregados, suas contribuições previdenciárias, a data de admissão na empresa e a função exercida, com o correspondente número da FRE. Portanto, não procede a alegação de que não houve individualização dos segurados caracterizados como empregados. A fiscalização informou que, entre os documentos analisados, estão os organogramas, documento que apresenta a estrutura de uma empresa, e que foram encontrados Fl. 1546DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 18 nos computadores apreendidos, e demonstram a subordinação, a nãoeventualidade e a pessoalidade, pois revelam a hierarquia, a necessidade permanente de funcionário exercendo determinada função, e a impossibilidade de se enviar outra pessoa que não a designada para exercer aquele cargo, para trabalhar naquele lugar, ou para dar ou receber ordens. Também, nas folhas de pagamentos encontrados no HD portátil do Sr Marcílio, constam as remunerações por trimestre, e demonstram as composições salariais de cada um dos trabalhadores, registrados ou não, contendo salários fixos e variáveis, e nelas, além do Sr Reinaldo de Paiva Grillo, estão todos os empregados que trabalhavam sem o devido registro do contrato de trabalho. A fiscalização verificou, da análise dessas folhas, que o salário do período sem registro é o mesmo do período registrado, não havendo interrupções entre os dois períodos, permanecendo o empregado, após o registro, na mesma função e no mesmo departamento em que trabalhava antes de ser haver o devido contrato de trabalho. Outros documentos, descritos nos itens 4A e 4B do Relatório Fiscal, demonstram que o Sr. Reinaldo de Paiva Grillo, que nunca foi registrado em contrato de trabalho, era empregado da recorrente ao longo do período do débito, trazendo seu cargo, função e remuneração, indicando a quem estava subordinado dentro da hierarquia da empresa e sobre quais funcionários exercia poder de mando. Cumpre observar que as atividades exercidas pelos segurados caracterizados como empregados são matérias da competência da autuada, e diante da existência de uma posição jurisprudencial de que é vedada a terceirização da atividade fim da empresa, não há como vislumbrar que tais atividades sejam exercidas por terceiros sem vínculo com a recorrente. Dessa forma, a fiscalização demonstrou a presença de subordinação, pessoalidade, onerosidade e nãoeventualidade, requisitos necessários à caracterização do vínculo de emprego e caracterizou as pessoas físicas apontadas como segurado empregado da recorrente. E, segundo o Ministro Carlos Veloso “Corre em favor do ato administrativo a presunção da legitimidade. Assim, se o lançamento fiscal previdenciário aponta a existência de empregados e não trabalhadores autônomos, cumpre ao contribuinte ilidir, mediante prova, essa presunção” (TRF AC. 101.404MG, Min. Carlos Veloso – DJU 05/09/85, pág. 14800). Dessa forma, o agente fiscal, ao constatar a existência dos elementos caracterizadores da relação de emprego e a falta do recolhimento da contribuição devida incidente sobre a remuneração paga a segurados empregados, lavrou corretamente o presente AI. Cumpre reiterar que, como exceção do Sr. Reinaldo de Paiva Grillo, todos os demais trabalhadores foram enquadrados como segurados empregados pela própria recorrente e períodos posteriores, e continuaram a exercer as mesmas funções que exerciam antes. Todos esses fatos, aliados aos demais narrados pela fiscalização, reforçam a convicção de que esses trabalhadores eram, no período objeto do AI, empregados da recorrente. Com relação ao argumento de que não se aplicam, no caso concreto, as disposições do art. 33, §§ 3o e 6o, da Lei 8.212/91, cumpre observar que a fiscalização não amparou a autuação no referido dispositivo legal. Fl. 1547DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 11 19 A recorrente insiste em afirmar que inexiste pagamento às pessoas físicas arroladas nas planilhas no período apurado pela fiscalização, anterior ao da formalização do contrato de trabalho, como demonstram as DIRFs anexadas na impugnação, e que a fiscalização nada comprovou quanto à existência de tais pagamentos de remuneração, mas apenas reputou, com base em presunção não prevista ou autorizada em lei, que tais pagamentos efetivamente ocorreram. Ora, mas a existência de folhas de pagamento, com o registro das remunerações, para as referidas pessoas físicas, e no período do débito, reforça a convicção de que o pagamento foi realizado, pois não é possível supor que, se houve a prestação do trabalho, conforme restou demonstrado, tal trabalho não tenha sido remunerado. Portanto, entendo que restou demonstrado o pagamento das remunerações. A recorrente inova, em relação à peça impugnatória, informando que, em 2006 e 2007, a empresa foi fiscalizada minuciosamente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, sob a supervisão do Ministério Público da União,para fins de verificar eventual descumprimento das leis trabalhistas, e relata que, durante a inspeção, o MTE, solicitou a regularização do registro de seis prestadores de serviços, o que foi efetuado pela recorrente, destacando, ainda, que os referidos Órgãos não constataram qualquer irregularidade envolvendo as pessoas arroladas pela fiscalização, aduzindo que, se houvesse de fato o alegado vínculo empregatício entre a recorrente e tais pessoas, como quiseram parecer as autoridades fazendárias, o MTE certamente teria identificado a relação jurídica, tomando as previdências cabíveis, o que, como é possível verificar, não foi o caso. No entanto, observase que o argumento acima não foi apresentado em defesa, o que, nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/1972, se consubstancia em matéria não impugnada, para a qual ocorreu a preclusão do direito de discussão. Porém, ainda que não se considerasse ocorrida a preclusão, verificase, no caso presente, que na época em que ocorreu a fiscalização do Ministério do Trabalho ainda não havia sido deflagrada a ação que culminou na apreensão da documentação utilizada pela fiscalização da RFB, ocorrida somente no final de 2007. Não tenho dúvidas de que, se a fiscalização trabalhista tivesse tido acesso a esses documentos apreendidos, sua conclusão seria pela caracterização do vínculo empregatício, a exemplo do que ocorreu com a auditoria da RFB. Ademais, o resultado da fiscalização do MTE apenas demonstra que é uma prática da recorrente não registrar segurados empregados que lhe prestam serviços, o que vem corroborar o entendimento esposado pela fiscalização da RFB. A autuada insiste na aplicação da regra decadencial do art. 150, § 4o, do CTN, para reafirmar que os lançamentos ocorridos antes de 15/12/2003 estariam atingidos pela decadência. Contudo, o fato gerador que ensejou a lavratura do AI em tela é o pagamento de remuneração dos segurados caracterizados como empregados pela fiscalização, cujo vínculo empregatício não foi reconhecido pela empresa, no período. Fl. 1548DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 20 Portanto, para os fatos geradores objeto do presente AI, não houve recolhimento antecipado, caso em que se aplica o prazo previsto no art. 173, do CTN, transcrito a seguir: Art.173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva à decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Verificase, da análise dos autos, que o contribuinte tomou ciência do AI em 16/12/2008, conforme AR de fls. 270, e o lançamento se refere ao período de 01/2003 a 09/2007. Dessa forma, considerando o exposto acima, constatase que não se operara a decadência do direito de constituição do crédito, uma vez que, para a primeira competência lançada, 01/2003, a contribuição é devida somente a partir de 02/2003, iniciandose a contagem do prazo em 01/01/2004, que é o primeiro dia do exercício seguinte àquele que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos temos do dispositivo legal transcrito acima. Portanto, o Fisco se encontra ainda no direito de cobrar a integralidade das contribuições devidas lançadas por meio do AI em tela. A recorrente insurgese, também de forma inovadora, contra a incidência de juros sobre a multa de ofício, alegando ilegalidade de sua cobrança. No entanto, a exemplo do que ocorreu quanto à fiscalização do MTE, a recorrente não apresentaram perante a primeira instância de julgamento qualquer questionamento a respeito, vindo a fazêlo somente em sede recursal. Dessa forma, entendo que encontrase precluído o direito à discussão de matéria trazida de forma inovadora na segunda instância administrativa, em razão do que dispõe o art. 17 do Decreto nº 70.235/1972, in verbis: Art.17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante No entanto, com relação à multa e às alegações de inexigibilidade de contribuições a Terceiras Entidades citadas, cumpre observar que as contribuições lançadas e a multa aplicada encontram amparo na legislação listada no relatório FLD. Quanto às alegações de e inconstitucionalidade das contribuições às Terceiras Entidades citadas, cumpre observar que o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, veda aos Conselhos de Contribuintes afastar aplicação de lei ou decreto sob fundamento de inconstitucionalidade, conforme disposto em seu art. 62, tendo sido editada o Enunciado nº 02,. Assim, a autoridade julgadora, como agente da Administração, não está obrigada a apreciar as alegações de inconstitucionalidade de dispositivos legais, já que está impedida de aplicálas. Fl. 1549DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 12 21 Considerando que o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, a autoridade fiscal, ao constatar a ocorrência do fato gerador da contribuição aos Terceiros e o não recolhimento da totalidade dos valores devidos, lavrou o presente AI, em observância aos ditames legais. E sobre o valor lançado foram acrescidos os juros e multas, por expressa determinação legal, uma vez que a cobrança da multa moratória, de caráter irrelevável, é de natureza objetiva, isto é, não sendo recolhido no vencimento, incidirá multa, independente da intenção do agente. No que concerne à aplicação da SELIC, há que se cumprir a determinação do art. 34 da Lei n°8.212/91 cuja regulamentação está no art. 239, II, do RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99. Nesse sentido, a Lei 8.212/91, em seus art 34 e 35, vigentes à época, autoriza a utilização das multas e juros aplicados aos débitos apurados. Cabe reiterar que a atividade administrativa é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais. Nesse sentido, o ilustre jurista Alexandre de Moraes ( curso de direito constitucional, 17ª ed. São Paulo. Editora Atlas 2004.314) colaciona valorosa lição: “o tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da CF, aplicase normalmente na administração pública, porém de forma mais rigorosa e especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de vontade subjetiva. Esse principio coadunase com a própria função administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sem em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de preservarse a ordem jurídica” Em relação à taxa SELIC, cumpre ressaltar que o Conselho Pleno, no exercício de sua competência, uniformizou a jurisprudência administrativa sobre a matéria, por meio da Súmula 02/2007, transcrita a seguir: Súmula nº 03: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. que motivaram a lavratura dos AIs e o relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD Nesse sentido e, Considerando tudo mais que dos autos consta, Voto por CONHECER DO RECURSO e NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Bernadete de Oliveira Barros Relatora (assinado digitalmente) Fl. 1550DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 22 Voto Vencedor Conselheiro Wilson Antonio de Souza Correa, Redator Designado Peço vênia à perfulgente Relatora, em que pese sua notória sapiência, mas dela divirjo no presente voto, conforme exposto abaixo. EXCLUSÃO DOS REPRESENTANTES LEGAIS DA RELAÇÃO DE CO RESPONSÁVEIS Tem finalidade meramente informativa, conforme já sumulado pelo CARF, cuja decisão tomo como voto. Súmula CARF nº 88: A Relação de CoResponsáveis CORESP”, o “Relatório de Representantes Legais – RepLeg” e a “Relação de Vínculos – VÍNCULOS”, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. Assim, a relação de coresponsáveis que consta nos autos não atribui responsabilidades à eles, e tão pouco comporta discussão no âmbito do CARF. MULTA Há de se reconhecer o direito do contribuinte à redução da multa incidente pelo não recolhimento da contribuição previdenciária para 20%, sendo a mesma aplicável a todos os períodos, uma vez que as multas aplicadas por infrações administrativas tributárias, devem seguir o princípio da retroatividade da lei mais benéfica ao contribuinte, com previsão legal no artigo 106, inciso II, "c" do CTN, reduzindose o valor da multa aplicada para o percentual de 20%, por aplicação retroativa da Lei nº 9.430/96. O art. 106, II, "c", do Código Tributário Nacional prevê expressamente que a lei nova possa reger fatos geradores pretéritos, desde que se trate de ato não definitivamente julgado, por aplicação do princípio da retroatividade benéfica. Sendo assim, mister que tenhamos em mente que enquanto não preclusa a oportunidade para a oposição algum remédio processual e ou se estes não tiverem transitado em julgado, possível será a aplicação do dispositivo supramencionado, uma vez que não há nada definido juridicamente, ou seja, não há trânsito em julgado. De mais a mais, na lei não há distinção da multa moratória e a punitiva, e por isto mesmo o contribuinte faz jus à incidência da multa moratória mais benéfica, sendo cabível a aplicação retroativa do art. 61, da Lei nº 9.430/96, desde que, como alhures dito, o ato não se encontre definitivamente julgado, como é o caso em tela. Este pensar, da mesma forma vêm se posicionando nossos Tribunais, in verbis’: "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. COFINS. DCTF. DÉBITO DECLARADO E NÃO PAGO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INTIMAÇÃO DA JUNTADA DO PROCESSO Fl. 1551DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 10803.000160/200822 Acórdão n.º 2301004.033 S2C3T1 Fl. 13 23 ADMINISTRATIVO E PROVA PERICIAL INDEFERIDA. MULTA MORATÓRIA. REDUÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 61, DA LEI Nº 9.430/96 A FATOS GERADORES ANTERIORES A 1997. POSSIBILIDADE. RETROATIVIDADE DA LEGISLAÇÃO MAIS BENÉFICA. ART. 106, DO CTN. TAXA SELIC. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DECRETOLEI Nº 1.025/69. .... O Código Tributário Nacional, por ter natureza de lei complementar, prevalece sobre lei ordinária, facultando ao contribuinte, com base no art. 106, do referido diploma, a incidência da multa moratória mais benéfica, com a aplicação retroativa do art. 61, da Lei nº 9.430/96 a fatos anteriores a 1997. ... (STJ, REsp 653645/SC, 2a T., Rel. Min. Eliana Calmon, D.J 21/11/2005)" "EXECUÇÃO FISCAL. REDUÇÃO DE MULTA EM FACE DO DEL 2.471/1988. ART. 106, II, "c", CTN. RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENIGNA AO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. 1. O ART. 106, do CTN admite a retroatividade, em favor do contribuinte da lei mais benigna, nos casos não definitivamente julgados. Sobrevindo, no curso da execução fiscal, o DL 2.471/1988, que reduziu a multa moratória de 100% para 20% e, sendo possível a reestruturação do cálculo de liquidação, é possível a aplicação da lei mais benigna, sem ofensa aos princípios gerais do direito tributária. Na execução fiscal, as decisões finais correspondem as fases de arrematação, da adjudicação ou remição, ainda não oportunizados, ou, de outra feita, com a extinção do processo, nos termos do art. 794, do CPC. (STJ, REsp 94511/PR, 1a T., Rel. Min. Demócrito Reinaldo, D.J.: 25/11/1996)" Assim, para valer a regra da retroatividade benéfica da lei, estampada no artigo 106 II, C do Código Tributário Nacional, no caso em tela a multa a ser aplicada é aquela que se encontra no artigo 61 da Lei 9.430/1996. CONCLUSÃO Desta forma, diante de todo o exposto, tenho que o presente remédio recursivo acode todos os requisitos de admissibilidade, dele conheço, para no mérito, aunto ao Fl. 1552DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA 24 CORESP, dizer que ele não implica responsabilidade aos relacionados e tão pouco comporta discussão no âmbito do CARF, e, referente a multa, aplicarlhe a mais benéfica, conforme determina o artigo 106, II, C do CTN, sendo certo que o artigo 61 da Lei 9.430/1996, é a mais favorável. É como voto. (assinado digitalmente) Wilson Antonio de Souza Correa – Redator Fl. 1553DF CARF MF Impresso em 07/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10510.900473/2012-54
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 28 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jun 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/11/2005 a 30/11/2005
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. ÔNUS DA PROVA. CONTRIBUINTE.
Cabe ao interessado o ônus da prova da certeza e liquidez do crédito utilizado na declaração de compensação.
INOVAÇÃO NO ARGUMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO.
O Interessado deve apresentar as questões de direito e de fato na manifestação de inconformidade, bem como anexar todos os documentos que provem os fatos constitutivos do seu direito, precluindo a faculdade de fazê-lo em outro momento, ressalvadas as hipóteses constantes do mesmo dispositivo legal.
Numero da decisão: 3803-006.182
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por inovação dos argumentos de defesa.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Demes Brito.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/11/2005 a 30/11/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. ÔNUS DA PROVA. CONTRIBUINTE. Cabe ao interessado o ônus da prova da certeza e liquidez do crédito utilizado na declaração de compensação. INOVAÇÃO NO ARGUMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO. O Interessado deve apresentar as questões de direito e de fato na manifestação de inconformidade, bem como anexar todos os documentos que provem os fatos constitutivos do seu direito, precluindo a faculdade de fazê-lo em outro momento, ressalvadas as hipóteses constantes do mesmo dispositivo legal.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/2005 a 30/11/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. ÔNUS DA PROVA. CONTRIBUINTE. Cabe ao interessado o ônus da prova da certeza e liquidez do crédito utilizado na declaração de compensação. INOVAÇÃO NO ARGUMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO. O Interessado deve apresentar as questões de direito e de fato na manifestação de inconformidade, bem como anexar todos os documentos que provem os fatos constitutivos do seu direito, precluindo a faculdade de fazê lo em outro momento, ressalvadas as hipóteses constantes do mesmo dispositivo legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por inovação dos argumentos de defesa. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 90 04 73 /2 01 2- 54 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 27/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Demes Brito. Relatório Esta contribuinte transmitiu declaração de compensação em que compensou o débito discriminado no referido PeR/DComp servindose de suposto crédito de pagamento a maior de PIS. Despacho Decisório da DRF/Aracaju reconheceu parcialmente o direito creditório e homologou parcialmente a DComp, por insuficiência de crédito. Em manifestação de inconformidade apresentada, a Manifestante alegou que: a) a falta de retificação da DCTF não invalida o direito de proceder à compensação do pagamento efetuado indevidamente ou a maior; b) discorreu sobre o direito à compensação administrativa, fazendo menção à legislação pertinente, tendo ainda tratado da retificação da DCTF e das hipóteses em que há vedação legal e expressa para a Declaração de Compensação. Em julgamento da lide, a DRJ/Belo Horizonte consignou que o fato evidenciado pelo Despacho Decisório é que o crédito utilizado pela Contribuinte foi alocado conforme especificado no demonstrativo de utilização do pagamento, não restando crédito passível de compensação, além do montante já considerado na decisão. A decisão foi ementada como segue: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/11/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada da decisão em 05/03/2014, 15 dias após a disponibilização da decisão na caixa postal eCAC, irresignada, a Contribuinte apresentou recurso voluntário em 14/03/2014, em que identificou que a origem do crédito era pagamento indevido sobre as receitas decorrentes do fornecimento de medicamentos sujeitos à alíquota zero, com tributação concentrada no produtor, nos termos da Lei nº 10.147/00, com liminar deferida no processo judicial nº 2009.34.00.0314472, confirmada na segurança concedida, em trâmite na 9ª Vara Federal da Seção Judiciária Federal do Distrito Federal, ascendidos os autos ao TRF1ª Região em 02/05/2001 para o reexame necessário. É o relatório. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 27/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10510.900473/201254 Acórdão n.º 3803006.182 S3TE03 Fl. 81 3 Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para admissibilidade, portanto dele conheço. Com efeito, na manifestação de inconformidade a Contribuinte não identifica a origem do crédito que utiliza na declaração de compensação e não anexa documentos nem sua escrita fiscal e contábil para comprovar a sua alegação de pagamento a maior. No recurso voluntário a Recorrente apresentase como substituída no mandado de segurança coletivo impetrado pela Confederação Nacional de Saúde, ação que teve como objeto a exclusão da base de cálculo das contribuições apuradas por hospitais e clínicas das receitas obtidas com o fornecimento de medicamentos na prestação de serviços, uma vez que tais medicamentos estão sujeitos à incidência concentrada e da alíquota zero relativamente aos demais agentes da cadeia de circulação desses produtos. Anexa Certidão Narrativa de Objeto e Pé contendo o andamento do processo e em que é atestada a concessão de liminar, a posterior concessão da segurança, a subida dos autos para reexame necessário e seu estado de concluso para o relator. Com este argumento a Recorrente inova a sua defesa, trazendo questão que não foi posta perante o juízo de primeiro grau. Reza o art. 16 do Decreto nº 70.235/72 que o impugnante deve arguir na impugnação todas as questões de fato e de direito, bem como apresentar todos os documentos que fazem a prova das alegações. Os processos de restituição, ressarcimento e compensação são de iniciativa do interessado, que se constitui em sujeito ativo no processo fazendo a afirmação do seu direito ao crédito e à concomitante compensação, cabendo a ele, dessa forma, o ônus de instruir o processo com as provas dos fatos constitutivos do seu direito. No presente caso, além de o novo argumento repercutir na supressão da primeira instância, que deixou de apreciar o mérito ora colocado, a Recorrente trouxe apenas a prova quanto à certeza do seu crédito, decorrente da existência da ação judicial em que é parte na condição de substituída processual, com provimento do pedido reconhecendo o direito de não se submeter ao pagamento do PIS/Cofins, porém não se desincumbiu de demonstrar a sua liquidez, comprovandoo por meio de controle segregado dos produtos alvo da exclusão da base de cálculo, bem como, adicionalmente, por meio da escrita contábil e fiscal. Os argumentos da Recorrente apoiados apenas no documento apresentado corresponde à pretensão de obter o provimento do recurso voluntário com base no direito em tese. A prova da certeza do crédito é necessária, mas insuficiente, porquanto não assegura minimamente a existência do seu direito material. Desse modo, a Recorrente apresenta uma defesa que não tem força para lhe favorecer, pois é elementar que restasse provada a materialidade do direito alegado, sintetizada, pelo menos, num demonstrativo de recuperação de crédito, tecnicamente consistente e facilitador de uma possível diligência fiscal, de vez que apresentada apenas na segunda instância. Somente assim, poderia a Recorrente obter, quando menos, alguma parcela de êxito no presente julgamento. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 27/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 Dessarte, a carência de elementos probatórios que ministrassem em favor da sua alegação realça tão só a inovação no argumento de defesa, que, ante a correção da decisão recorrida, não tem índole bastante para ser conhecida. Pelo exposto, voto por não conhecer do recurso por inovação no argumento de defesa. Sala das sessões, 28 de maio de 2014 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 83DF CARF MF Impresso em 27/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 18/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/06/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10580.728314/2010-21
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 31 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2008
INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO
Da decisão de primeira instância cabe recurso dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Recurso protocolizado em prazo superior não será conhecido.
Numero da decisão: 2403-002.447
Decisão: Recurso Voluntário Não Conhecido
Crédito Tributário Mantido
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestividade.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2008 INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO Da decisão de primeira instância cabe recurso dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Recurso protocolizado em prazo superior não será conhecido.
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decisao_txt : Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
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NÃO CONHECIMENTO Da decisão de primeira instância cabe recurso dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Recurso protocolizado em prazo superior não será conhecido. Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 83 14 /2 01 0- 21 Fl. 330DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Fl. 331DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.728314/201021 Acórdão n.º 2403002.447 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador, Acórdão 1531.725 da 6ª Turma, que julgou a impugnação improcedente, conforme ementa abaixo transcrita. CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE REMUNERAÇÃO AOS SEGURADOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. EXIGÊNCIA. NÃO RECOLHIMENTO. LANÇAMENTO. A empresa é obrigada a recolher as contribuições previdenciárias incidentes sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviço. O atraso total ou parcial no recolhimento das contribuições acarreta o lançamento do crédito, na forma da Lei Orgânica da Seguridade Social e de sua regulamentação. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Não se configura cerceamento do direito de defesa se o conhecimento dos atos processuais pelo acusado e o seu direito de resposta ou de reação se encontrarem plenamente assegurados. TAXA SELIC. LEGALIDADE. Incide taxa SELIC sobre contribuições sociais recolhidas em atraso, as quais estão previstas na legislação específica. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL PAF. PEDIDO DE DILIGÊNCIA/PERÍCIA, DE JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTOS E DE PROCEDIMENTO DE INTIMAÇÃO NO ENDEREÇO PROFISSIONAL DOS PATRONOS DA CONTRIBUINTE. INDEFERIMENTO. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis. De acordo com o PAF, salvo condições ali expressas, a prova documental será apresentada na impugnação, ficando precluso o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual. Durante a fase litigiosa do procedimento administrativo, a lei determina que as intimações sejam feitas por via postal, ou por qualquer outro meio ou via, porém com prova de recebimento, Fl. 332DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 exclusivamente, no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo. O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: Tratase do AI Auto de Infração, DEBCAD nº 37.289.0524, lavrado em 27/08/2010 e recebido pelo contribuinte, em 01/09/2010, conforme atesta Aviso de Recebimento – AR, às fls. 142, cujos créditos, ali lançados, decorrem das determinações contidas nos artigos 33 e 37 da Lei n.º 8.212, de 24 de julho de 1991 (Lei Orgânica da Seguridade Social, regulamentada pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999), convalidadas pelo art. 2º da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007, bem como no art. 243 do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. Em que pese constar, nos documentos que integram o presente AI, que o débito nele cadastrado tem o nº 4 como dígito verificador, observase que, na verdade, conforme se verifica do Sistema de Cobrança, na tela “Consulta Dados Identificadores de Processo”, o correto é o de nº 0. 2. De acordo com o DD Discriminativo do Débito, fls. 06 a 07, foi lançada, no presente AI, a contribuição prevista no art. 4º da Lei nº 10.666, de 08 de maio de 2003, devida pelo segurado contribuinte individual. 3. Em linhas gerais, é o que se depreende, de início, do Relatório Fiscal, em anexo à peça de autuação, e das demais peças que a integram (fls. 02 a 141), importando, o débito correspondente, em R$2.954,02 (dois mil, novecentos e cinquenta e quatro reais e dois centavos), além dos juros e multa devidos. De acordo com o precitado Relatório Fiscal, alguns dos demais fatos e circunstâncias que determinaram a presente autuação serão doravante explicitados. 4. O contribuinte em epígrafe, ESPORTE CLUBE VITÓRIA, conforme seu Estatuto Social é uma associação civil de caráter desportivo, sem fins lucrativos, que tem por finalidade desenvolver, difundir e proporcionar a prática de esportes e o aprimoramento da educação física, pela prática das diversas modalidades desportivas, agregando seis estabelecimentos ativos. Durante todo o período auditado, janeiro/2008 a junho/2009, no entanto, possuiu um único empregado, que era registrado no estabelecimento 0003: o Sr. Luiz Fernando de Souza Cunha. Todos os atletas, a comissão técnica e os empregados da Toca do Leão estavam alocados na empresa coligada Vitória S/A, CNPJ 04.236.003/000270, até 30/06/09. Todos os empregados foram transferidos para o ESPORTE CLUBE VITÓRIA, sob o CNPJ 15.217.003/000159 (matriz), a partir de 01/07/2009. A empresa autuada, na condição de associação desportiva classificada no FPAS 566, encontrase obrigada a arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontandoa da respectiva Fl. 333DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.728314/201021 Acórdão n.º 2403002.447 S2C4T3 Fl. 4 5 remuneração, e a recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo, na forma do art. 4º da Lei nº 10.666, de 2003. 4.1. Considerando o exposto, os levantamentos criados para apuração dos fatos geradores observados no curso da ação fiscal foram discriminados por estabelecimento da empresa (matriz ou filial), por FPAS (566 ou 647), e divididos em dois períodos: 01/2008 a 11/2008 e 12/2008 a 06/2009, em virtude da aplicação da multa mais benéfica ao contribuinte, tema a ser tratado mais adiante no presente relatório. Este último período, por sua vez, foi subdividido em dois outros (12/2008 a 02/2009 e 03/2009 a 06/2009), para demarcar os fatos pré e pós desfiliação. 5. Para apuração dos fatos geradores descritos no presente AI, vinculados ao CNPJ 15.217.003/000310 foi criado o levantamento denominado SP – SERVIÇOS PRESTADOS CONTR INDIV, correspondente às contribuições da empresa incidentes sobre os valores pagos ou creditados, nas competências 05 a 09 e 11 a 12/2008, aos segurados contribuintes individuais, na condição de "Autônomos". Referidas contribuições não foram recolhidas nem declaradas em GFIP nas épocas próprias, nos termos do que dispõe a Lei n° 9.876, de 1999. Foram contemplados, neste levantamento, os serviços prestados por pessoas físicas em caráter eventual e aqueles que, ainda que realizados com frequência, comportam a autonomia na atividade do profissional que os presta. Os fatos geradores do presente levantamento foram apurados com base nas remunerações pagas a segurados contribuintes individuais, na condição de "autônomos", extraídas dos lançamentos contábeis cujos históricos indicavam prestação de serviços por pessoas físicas, conforme planilha ali disponibilizada. 6. Em impugnação interposta em 01/10/2010 (fls. 195 a 218, com anexos às fls. 196 a 240), o contribuinte autuado, por intermédio de procurador legalmente nomeado para representálo, vem de contraporse ao presente lançamento fiscal. As razões de impugnar, em síntese, são as que, doravante, serão explicitadas. 6.1. Reportandose ao marco considerado pela AuditoriaFiscal como de ocorrência dos efeitos tributários da desfiliação aqui tratada, 19/02/2009, data em que a FBF toma conhecimento, através de Oficio, de pedido formulado por Vitória S/A nesse sentido, alega a peça impugnatória que, consoante o disposto no art. 252 da Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015, de 1973), o mero requerimento junto à entidade promotora dos eventos, sem os necessários registros, não tem o condão de liberar sua filiada para retornar ao regime contributivo especial, o que se concretizou apenas em 07/2009. Até porque – acrescenta , inexistindo ato formal para convalidar a alteração da atividade social requerida, não poderia a filiada, de modo próprio, alterar o seu regime previdenciário sem o prévio registro junto à CBF/FBF. Ou seja, que, embora somente após o registro junto à CBF, o regime de contribuição especial deixou de acobertar as Fl. 334DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 operações de Vitória S/A, passando a beneficiar o ESPORTE CLUBE VITÓRIA, em razão do que considerou a AuditoriaFiscal, as exigências que se seguiram foram no sentido de desclassificar toda a escrita da empresa, tendo como consequência o número elevado de autuações, cujo fato gerador foi a perda de benefício fiscal, não configurada, uma vez que, na forma demonstrada, a fiscalização se valeu apenas do documento de protocolo e não da concretização dos seus efeitos. Conclui, em função do exposto, que não há tributos a pagar, nem obrigação acessória decorrente do agir fiscal da autuada, motivo pelo qual, preliminarmente, a nulidade da presente autuação deve ser de pronto reconhecida. 6.2. Ainda em caráter preliminar, alega a peça impugnatória que a autuação imposta não se encontra devidamente motivada, ou seja, não possui clareza bastante capaz de caracterizar e sustentar a infração ali consignada, uma vez que, além de não trazer certeza quanto aos fatos geradores da obrigação, pela temerária imputação de mudança do regime de tributação, não possui informações precisas e necessárias acerca da suposta infração. Aduz que este fato impede o exercício da ampla defesa por parte do autuado, inquinando, assim, de nulidade a presente autuação. 6.3. Já no mérito, argúi a impugnação que o AI impugnado não condiz com a realidade fática da situação fiscal da empresa, pois lança créditos indevidos decorrentes de remuneração paga a segurados não empregados (cooperativas de trabalho/cessão de mãodeobra). E, nesse sentido, aduz que, ainda que fossem devidos, referidos créditos apresentam divergências de valores em seus demonstrativos de débito, deixando de observar, com perfeição, as bases de cálculos das exações previdenciárias lançadas. Requer, assim, com o objetivo de verificar a realidade dos fatos apurados pela AuditoriaFiscal, a realização de todas as provas admitidas, em especial a revisão do presente auto de infração, em face dos valores lançados. 6.4. Insurgese, a peça impugnatória, contra os juros de mora consignados no presente lançamento. Colacionando julgados, argumenta, nesse sentido, que o STJ já tem entendimento consolidado de que a Taxa SELIC não pode ser aplicada, cumulativamente, com outros índices de reajustamento, motivo pelo qual não devem prosseguir as formas dos cálculos elaborados pelo agente autuante. 6.5. A multa aplicada também foi objeto de questionamento. Expõe a peça impugnatória que, compulsando o DAD anexado ao auto de infração, verificase que foram aplicadas multas que atingiram o patamar de 75% do débito. Considerando, todavia, que o contribuinte entregou GFIP em todos os meses e que a multa decorre da falta darse em percentual sobre lançamentos indevidos, o correto é que a mesma tivesse um valor fixo. Trazendo, à colação, texto doutrinário, expõe, assim, que é inequívoco que o intuito de tal taxação é de confisco, vedado pelo texto constitucional, ao art. 150, inciso IV. Fl. 335DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.728314/201021 Acórdão n.º 2403002.447 S2C4T3 Fl. 5 7 6.6. Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos, em especial através de perícia por Auditor estranho ao feito, juntada de documentos, bem como a produção de contra prova. 6.7. Além das nulidades já explicitadas, requer, ante o exposto, que seja julgado improcedente o lançamento de débito operado pela autuação em referência, com o reconhecimento, no mérito, das matérias que, no seu conjunto, importam na anulação dos termos da cobrança levada a efeito nesta oportunidade. Pleiteia, ainda, que, sob pena de nulidade prevista no art. 39, I, do Código de Processo Civil – CPC, a comunicação quanto ao resultado desta defesa aconteça no endereço profissional, ali fixado, dos patronos da contribuinte. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese, os mesmos argumentos apresentados na impugnação. É o relatório. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso foi interposto intempestivamente, o que impede a sua admissibilidade. O contribuinte tomou ciência do Acórdão recorrido em 8 de maio de 2013 (quartafeira) e o prazo para interposição de recurso é de 30 (trinta) dias, considerandose que na contagem é excluído o dia do início, o prazo venceria no dia 7 de junho de 2013 (sexta feira). O notificado interpôs o recurso no dia 10de junho de 2013 (segundafeira), portanto fora do prazo normativo, previsto no artigo 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de maio de 1972. CONCLUSÃO Voto pelo NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO, em decorrência da sua intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 337DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 11610.007689/2003-92
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 06 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jul 01 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1201-000.132
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
MARCELO CUBA NETO- Presidente.
(assinado digitalmente)
JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marcelo Cuba Neto (Presidente Substituto), Roberto Caparroz de Almeida, Maria Elisa Bruzzi Boechat (Suplente Convocada), Rafael Correia Fuso, João Carlos de Lima Junior (Vice Presidente) e Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) MARCELO CUBA NETO Presidente. (assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR – Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marcelo Cuba Neto (Presidente Substituto), Roberto Caparroz de Almeida, Maria Elisa Bruzzi Boechat (Suplente Convocada), Rafael Correia Fuso, João Carlos de Lima Junior (Vice Presidente) e Luis Fabiano Alves Penteado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 16 10 .0 07 68 9/ 20 03 -9 2 Fl. 530DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 6/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 11610.007689/200392 Resolução nº 1201000.132 S1C2T1 Fl. 491 2 RELATÓRIO Tratase de Declaração de Compensação (DCOMP), protocolada em 15/05/2003, cuja formalização visou declarar a compensação do IRPJ e CSLL apurado nos meses do 1º trimestre do ano calendário de 2003 (R$ 12.889,31), com créditos de saldo negativo do IRPJ relativos aos anos calendário 1998 (R$ 22.545,30), 1999 (R$ 50.363,50), 2000 (R$ 37.523,28) e 2001 (R$ 228.700,50). Posteriormente, foram apensados aos autos 3 processos com 16 PER/DCOMP, pois o crédito nelas utilizado era relativo ao saldo negativo dos anos de 1998 a 2001, senão vejamos: PER/DECOMP 03153.1257.181203.1.029379, Transmitida 18/12/2003: (Débito: período de apuração 0309/2003, valor R$ 55.044,55). (Crédito: Saldo negativo do ano calendário de 2000, valor R$ 37.523,28.); PER/DCOMP 39004.73303.181203.1.7.028437, Transmitida 18/12/2003: (Débito: período de apuração 0309/2003, valor R$ 88.414,93), PER/COMP 35112.05328.181203.1.7.027416, Transmitida 18/12/2003: (Débito PIS não cumulativo: período de apuração 0309/2003, valor R$ 844,57. Débito COFINS: período de apuração 03 09/2003, valor R$ 1.535,58), PER/DCOMP 09475.82321.181203.1.7.023011, Transmitida 18/12/2003: (Débito PIS não cumulativo: período de apuração 0110/2003, valor R$ 444,73. Débito COFINS: período de apuração 0110/2003, valor R$ 808,60), PER/DCOMP 06290.20967.181203.1.7.020821, Transmitida 18/12/2003: (Débito PIS não cumulativo: período de apuração 0111/2003, valor R$ 388,65. Débito COFINS: período de apuração 01 11/2003, valor R$ 706,64), PER/DCOMP 37987.44345.070104.1.3.028016, Transmitida 07/01/2004 (Débito IRRF: período 01/2004, Valor R$ 220.653,78). (Crédito: Saldo negativo do ano calendário de 2001, valor R$ 228.700,50); PER/DCOMP 07919.66557.181203.1.7.020624, Transmitida 18/12/2003: (Débito PIS não cumulativo: período de apuração 0104/2003, valor R$ 1.134,75. Débito COFINS: período de apuração 0104/2003, valor R$ 2.063,18), PER/COMP 40007.92136.181203.1.7.020003, Transmitida 18/12/2003: (Débito IRPJ: período de apuração 0104/2003, valor R$ 938,78. Débito CSLL: período de apuração 0104/2003, valor R$ 6.189,54), PER/DCOMP 19364.93498.181203.1.7.027562, Transmitida 18/12/2003: (Débito IRRF: período de apuração 0106 /2003, valor R$ 6.342,88), PER/DCOMP 05025.89934.181203.1.7.028295, Transmitida 18/12/2003: (Débito PIS não cumulativo: período de apuração 0107/2003, valor R$ 1.298,66. Débito COFINS: período de apuração 01 07/2003, valor R$ 2.361,21), PER/DCOMP 15665.36042.181203.1.7.021908, Transmitida 18/12/2003 (Débito PIS não cumulativo: período de apuração 0108/2003, valor R$ 1.184,58. Débito COFINS: período de apuração 0108/2003, valor R$ 2.153,78), PER/DCOMP 00431.54953.181203.1.7.028162, Transmitida 18/12/2003 (Débito IRRF: período 0309/2004, Valor R$ 34.993,68). (Crédito: Saldo negativo do ano calendário de 1999, valor R$ 50.363,50); Desse modo, a soma dos débitos constantes em todas as declarações, totalizou de R$ 452.944,76. Fl. 531DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 6/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 11610.007689/200392 Resolução nº 1201000.132 S1C2T1 Fl. 492 3 Analisadas as declarações do contribuinte, a DRF decidiu reconhecer o direito creditório contra a Fazenda Nacional nas importâncias de R$ 27.307,25, R$ 28.656,73. R$ 114.759,14, pertinentes aos saldos negativos de IRPJ dos anos de 1999, 2000 e 2001 e homologou as compensações até o limite do direito creditório reconhecido, conforme segue: “ (...) 1.1. Saldo negativo de IRPJ do anocalendário 1996: consulta ao sistema IBM/IRFCons, comprovou IRRF declarado pelas fontes pagadoras no valor de R$ 7.432,87 ao invés de R$ 65.406,97, declarado pela Impugnante. O crédito informado no valor de R$ 39.661,78, foi ajustado e, em vez de crédito, revelase um IRPJ a pagar de R$ 18.312,32; 1.2. Saldo negativo de IRPJ do anocalendário1998: consulta ao sistema IBM/IRFCons, comprovou IRRF declarado pelas fontes pagadoras no valor de R$ 9.934,18 ao invés de R$ 21.652,80, declarado pela Impugnante. Além disso, as receitas dessas fontes não foram totalmente oferecidas à tributação (R$ 88,69 referente código 5706). O crédito pleiteado no valor de R$ 22.545,30, foi ajustado para R$ 10.813,44; 1.3. Saldo negativo de IRPJ do anocalendário 1999: consulta ao sistema Sief/DIRF, comprovou IRRF declarado pelas fontes pagadoras no valor de R$ 27.307,25 (consta também valor de R$ 37.266,13, porém, deve ser erro de digitação) ao invés de R$ 50.363,50, declarado pela Impugnante. Além disso, as receitas dessas fontes não foram totalmente oferecidas à tributação (R$ 253,84 referente código 5706). O crédito pleiteado no valor de R$ 50.363,50, foi ajustado para R$ 27.307,25; 1.4. Saldo negativo de IRPJ do anocalendário 2000: foi apurado IRPJ estimativa a pagar em março/2000, no valor de R$ 22.748,84, sendo este valor declarado como compensado com os saldos negativos dos anos calendários: 1996 (R$ 2.260,50) e 1998 (R$ 20.488,34). Como no ano calendário 1996, em vez de saldo credor de IRPJ foi apurado saldo devedor e, no anocalendário 1998, o saldo credor ajustado foi insuficiente para essa compensação, o crédito pleiteado no valor de R$ 37.523,28, foi ajustado para R$ 28.656,73; 1.5. Saldo negativo de IRPJ do anocalendário 2001: consulta ao sistema Sief/DIRF, confirmou o IRRF declarado pelas fontes pagadoras, no valor de R$ 228.700,50, no entanto, sob fundamento de que as receitas correspondentes (R$ 1.143.502,60) não foram totalmente oferecidas à tributação, o r. despacho decisório projetou o IRRF que seria devido face ao valor indicado na ficha 06A, da DIPJ/2002, e reconheceu como saldo negativo do IRPJ apenas o montante de R$ 114.759,14.” O contribuinte apresentou impugnação sustentando, em síntese, que: Fl. 532DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 6/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 11610.007689/200392 Resolução nº 1201000.132 S1C2T1 Fl. 493 4 (i) houve a homologação tácita das compensações, pois, conforme item 10 do despacho decisório, as declarações de compensação foram protocolizadas nas datas: 15/15/2003, 28/05/2003, 30/05/2003, 11/06/2003, 13/06/2003, 30/06/2003, 15/07/2003, 31/07/2003, 15/08/2003, 15/09/2003, 01/10/2003, 15/10/2003 e 14/11/2003 e a intimação da decisão impugnada se deu em 17/11/2008, portanto, há mais de cinco anos contados da data da entrega das declarações; (ii) quanto aos créditos dos anos calendário de 1996, 1998, 1999 e 2000, em relação aos quais a fiscalização não localizou no sistema da Receita Federal informações suficientes sobre o IRRF, apresentou informes de rendimentos fornecidos pelas fontes pagadoras e informou que os rendimentos informados pelas fontes pagadoras foram oferecidos á tributação, conforme DIPJ. Assim, comprovada a retenção e o oferecimento à tributação dos rendimentos correspondentes, é de ser mantido o direito creditório tal como pleiteado inicialmente; (iii) No tocante ao anocalendário de 2001, afirmou que a autoridade fiscal incorreu em erro quanto ao critério adotado para fins de glosa do saldo negativo apurado na DIPJ, pois as receitas relacionadas às retenções na fonte foram devidamente oferecidas à tributação. Esclareceu que a autoridade administrativa não atentou ao fato de que os valores indicados na DIRF pelas fontes pagadoras retratam os rendimentos acumulados das aplicações financeiras por ocasião do resgate (regime de caixa), enquanto que as informações transcritas na DIPJ/2002 correspondem apenas ao reconhecimento proporcional das receitas no ano calendário de 2001, mediante aplicação do regime de competência, assim, denotando situações distintas e incomparáveis entre si. A DRJ de São Paulo manteve a não homologação. Em relação ao instituto da homologação tácita afirmou que, tendo em vista que a ciência do despacho decisório ocorreu em 17/11/2008, apenas em relação a DCOMP originária transmitida em 15/05/2003 razão assiste ao contribuinte. Em relação às demais transmissões que ocorreram em 18/12/2003 e 07/01/2004, consignou que não foram afetadas pelo instituto em discussão. Quanto ao mérito afirmou que a manifestação de inconformidade interposta pelo contribuinte não se encontra com material probatório mínimo e suficientemente apto para amparar à análise conclusiva dos autos e o reconhecimento dos pretensos direitos creditórios. O acórdão proferido foi assim ementado: “PRELIMINAR. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. DECURSO DE PRAZO. A homologação tácita da declaração de compensação ocorre somente após o transcurso do prazo de cinco anos contados da data da entrega ou transmissão da declaração de compensação, nos termos da legislação aplicável. Fl. 533DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 6/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 11610.007689/200392 Resolução nº 1201000.132 S1C2T1 Fl. 494 5 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO. VERDADE MATERIAL. A insuficiência de apresentação de prova inequívoca hábil e idônea, com vistas a aferir a certeza e liquidez dos créditos requeridos, acarreta a negação de reconhecimento do direito creditório pela autoridade administrativa. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas, mesmo aquelas proferidas pelos Conselhos de Contribuintes e pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, não vinculam as instâncias julgadoras, restringindose às matérias e às partes envolvidas no litígio. Compensação não Homologada.” Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, por meio do qual reafirmou as razões apresentadas em sede de impugnação e esclareceu que, em relação à homologação tácita, conforme exposto no próprio despacho decisório da DRF, as declarações foram transmitidas em 15/05/2003, 28/05/2003, 30/05/2003, 11/06/2003, 13/06/2003, 30/06/2003, 15/07/2003, 31/07/2003, 15/08/2003, 15/09/2003, 01/10/2003, 15/10/2003, 14/11/2003 e que as PER/DCOMP enviados em 18/12/2003 e 07/01/2004, conforme observado pelo relator do acórdão recorrido, se tratam apenas de retificação do processo informado na declaração originária. Por fim, requereu seja julgado procedente o Recurso Voluntário para reforma do acórdão recorrido, seja pelo reconhecimento da homologação tácita, seja pelo reconhecimento do crédito e homologação integral das compensações ou no caso de não ser este o entendimento do CARF, pugnou seja baixado o processo para realização de diligência. É o relatório. VOTO Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator. O Recurso é tempestivo, dele tomo conhecimento. A questão em debate cingese à verificação da existência ou não de crédito suficiente à homologação das compensações pretendidas, bem como se houve consumação da homologação tácita, nos termos do alegado pelo contribuinte. As informações e documentos constantes no processo não são suficientes para a análise da questão colocada em debate. Fl. 534DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 6/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 11610.007689/200392 Resolução nº 1201000.132 S1C2T1 Fl. 495 6 Desse modo, voto no sentido de converter o julgamento em diligência, para a autoridade fiscal: (i) Em relação às PER/DCOMP enviadas em 18/12/2003 e 07/01/2004, as quais, conforme exposto pelo contribuinte, são retificadoras, verifique quais são as PER/DCOMP originárias e qual o conteúdo das retificações, para constatar a possibilidade de deslocar a contagem do prazo para a homologação tácita à data da entrega da retificadora; (ii) Tendo em vista as divergências entre os valores de IRRF constantes no sistema e os valores declarados pelo contribuinte (anocalendário 1996: consulta ao sistema: IRRF declarado pelas fontes pagadoras no valor de R$ 7.432,87 e IRRF declarado pelo contribuinte: R$ 65.406,97. Ano calendário de 1998: consulta ao sistema: IRRF declarado pelas fontes pagadoras no valor de R$ 9.934 e IRRF declarado pelo contribuinte: R$ 21.652,80. Ano calendário de 1999: consulta ao sistema: IRRF declarado pelas fontes pagadoras no valor de R$ 27.307,25 (consta também valor de R$ 37.266,13, porém, deve ser erro de digitação) e IRRF declarado pelo contribuinte: R$ 50.363,50), bem como os demais documentos apresentados em sede de impugnação e de recurso voluntário, analise todos os informes de rendimento acostados aos autos para verificar qual o real valor de IRRF nos anos de 1996, 1998 e 1999, inclusive, mas não somente, através da verificação junto à fonte pagadora e análise da contabilidade do contribuinte; (iii) Após, constatado o real valor do IRRF, verificar se os rendimentos correspondentes foram oferecidos à tributação; (iv) Em relação ao ano calendário de 2001, tendo em vista a constatação de divergência entre o crédito de IRRF e as receitas oferecidas à tributação (IRRF declarado pelas fontes pagadoras foi de R$ 228.700,50 e receitas correspondentes (R$ 1.143.502,60) não foram totalmente oferecidas à tributação), verifique se de fato houve o alegado descompasso entre o “regime de competência” adotado pelo contribuinte e o “regime de caixa” adotado pelas instituições financeiras, intimando o contribuinte para que apresente os documentos que se fizerem necessários. (documento assinado digitalmente) João Carlos de Lima Junior Relator Fl. 535DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/0 6/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 25/06/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10120.002403/2010-61
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Exercício: 2007, 2008
RETIFICAÇÃO DE CÁLCULO.
Mediante correção de cálculo apresentado pela fiscalização, na forma pretendida pela contribuinte, tens como correta a retificação.
LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE NULIDADE.
Cumpridos os artigos 33 e 37, da Lei n. 8.212/1991, e 142 do CTN, em que o lançamento de crédito tributário contém todos os motivos fáticos e legais, descrição e cálculo do crédito, bem como descrição precisa dos fatos ocorridos e suas fontes para sua apuração, não há vícios no mesmo.
Recurso Voluntário Provido em Parte - Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2803-002.933
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator, no sentido retificar a planilha De-Para conforme a informação fiscal de fls. 2768 e Discriminativo Analítico de Débito Retificado de fls 2765-2767.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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Mediante correção de cálculo apresentado pela fiscalização, na forma pretendida pela contribuinte, tens como correta a retificação. LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE NULIDADE. Cumpridos os artigos 33 e 37, da Lei n. 8.212/1991, e 142 do CTN, em que o lançamento de crédito tributário contém todos os motivos fáticos e legais, descrição e cálculo do crédito, bem como descrição precisa dos fatos ocorridos e suas fontes para sua apuração, não há vícios no mesmo. Recurso Voluntário Provido em Parte - Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator, no sentido retificar a planilha De-Para conforme a informação fiscal de fls. 2768 e Discriminativo Analítico de Débito Retificado de fls 2765-2767. (assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Vettorato - Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 24 03 /2 01 0- 61 Fl. 2.781 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 10.120.002403201061 Voluntário 10.120.002403201061 Voluntário 3ª Turma Especial 3ª Turma Especial 21 de janeiro de 2014 21 de janeiro de 2014 Contribuições Previdenciárias Contribuições Previdenciárias SANTA CASA DE MISERICORDIA DE GOIANIA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE GOIANIA FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 24 03 /2 01 0- 61 A Fl. 2782DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 23/05/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 27/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10120.002403/2010-61 Acórdão n.º 2803-002.933 S2-TE03 Fl. 2.782 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior, Natanael Vieira dos Santos. Fl. 2783DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 23/05/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 27/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10120.002403/2010-61 Acórdão n.º 2803-002.933 S2-TE03 Fl. 2.783 3 Relatório O presente Recurso Voluntário (fls.2708 e seguintes dos autos digitais) foi interposto contra decisão da DRJ(fls. Fl. 2671 e seguintes dos autos digitais), que manteve parcialmente o crédito tributário oriundo de contribuições previdenciárias de segurados que teria retido e não recolhido. Apesar de haver termo de vista pelo patrono da Recorrida de 23.11.2011 (fls. 2687), existe Aviso de Recebimento da intimação da decisão recorrida datado de 17.11.2011 (fls. 2706 dos autos digitais). O recurso voluntário fora protocolizado no dia 22.12.2011, no trigésimo dia a contar da data colocada no termo de ciência, contudo no trigésimo quinto dia da data aposta no indicado Aviso de Recebimento. Sem qualquer indicação de documentos, a autoridade preparadora considerou o recurso tempestivo (Fls. 2716 e 2718). Assim, o recurso veio à presente turma especial para seu julgamento em maio de 2012, o qual o julgamento foi convertido em diligência, para que a autoridade preparadora esclareça-se os motivos de ter desconsiderado o Aviso de Recebimento da intimação da decisão recorrida datado de 17.11.2011 (fls. 2706 dos autos digitais), para fins de considerar o recurso voluntário protocolizado em 22.12.2012 como tempestivo, bem como manifeste-se sobre se o cálculo do crédito está em conformidade com a decisão recorrida. Em resposta (Fls. 2723-2724), a autoridade preparadora esclareceu satisfatoriamente quanto à tempestividade: Foi essa, portanto, a seqüência de eventos ocorridos no tocante à questão do Aviso de Recebimento – AR. A manifestação desta equipe pela tempestividade ocorreu pelo fato de que, embora o Aviso de Recebimento – AR apresente como ciência 17/11/2011, o envelope com os documentos retornaram, portanto, entendeu- se que o contribuinte ficou somente com o AR sem os documentos(Intimação, Acórdão, DADR-Discriminativo Analítico do Débito Retificado), os quais somente teve acesso em 23/11/2011, data da vista do processo pelo representante legal do contribuinte, que foi considerada a data de ciência por esta equipe. Quanto ao segundo questionamento, a autoridade preparadora apenas informou que os cálculos do Demonstrativo de Débito Analítico Retificado estão em conformidade com a decisão. Retornando ao julgamento do Recurso Voluntário, a parte informa que não foram considerados reforma do auto de infração, em diligência de primeiro grau, que não teriam sido considerados ao pagamentos realizados referentes às competências de 03 a 07/07, 10 e 11/07, e 04/08. Após a resposta à diligência solicitada por esta Turma, a parte foi intimada, manifestando-se no sentido que o cálculo do DAD-Retificado está em desconformidade com o Fl. 2784DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 23/05/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 27/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10120.002403/2010-61 Acórdão n.º 2803-002.933 S2-TE03 Fl. 2.784 4 real crédito apurado pela fiscalização como resultado das diligências em primeiro grau, que foram calculados no demonstrativo DE-PARA. Em observação às manifestações, entendida a informação fiscal como inconclusiva e imprecisa, os autos retornaram para diligência para que a autoridade preparadora demonstra-se analiticamente e esclareça-se as diferença entre o Discriminativo Analítico do Débito Retificado (fls. 2681-2684) e a Planilha De-Para da Informação Fiscal (fls. 2630). Em nova informação fiscal (fls. 2768), reconheceu a discrepância e corrigiu o Discriminativo Analítico de Débito Retificado (fls. 2765), por erro material no cálculo do disposto na decisão a quo, o que resultou na totalização em valores originários do crédito tributário remanescente de R$ 21.394,87. Isso devido a exclusão dos créditos referentes as contribuições de contribuintes individuais (levantamento 061-C.individ.) das competências 09/2007, 11/2007, 12/2007, 01/2008, 04/2008. A contribuinte foi intimada da informação fiscal, manifestando-se apenas ratificando os termos do recurso voluntário. Assim, os autos retornaram a julgamento. Fl. 2785DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 23/05/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 27/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10120.002403/2010-61 Acórdão n.º 2803-002.933 S2-TE03 Fl. 2.785 5 Voto Com os esclarecimentos da autoridade preparadora, o recurso voluntário deve ser considerado tempestivo, logo conhecido. Preliminarmente, com a última informação fiscal e retificação do Discriminativo Analítico de Débito Retificado (fls. 2765), que corrigiu erro de cálculo, que não gera vícios, mas que demonstram a exclusão de rubricas questionadas no Recurso Voluntário, a parte não confrontou tais exclusões, assim, deixo de apreciar os demais questionamentos contribuições de contribuintes individuais (levantamento 061-C.individ.) das competências 09/2007, 11/2007, 12/2007, 01/2008, 04/2008, pois neste ponto já fora demonstrada a razão da contribuinte. Quanto aos demais argumentos da parte, entendo que a decisão anterior, foi clara quanto aos recolhimentos das competências 03 a 07/2007, que teriam sido realizadas mediante parcelamento, mas que a parte alega que não foram devidamente apropriados, mantenho a fundamentação trazida pelo acórdão da DRJ (fls. 2678): Constata-se que os documentos juntados, ditos comprobatórios: GFIP (competências 03 a 07/07, 10 e 11/07, e 04/08), GPS no código 2305 - Entidades Filantrópicas com Isenção, CNPJ/MF e cópia de LDCG - Lançamento de Débito Confessado em GFIP, são todos da época dos fatos geradores (2007 e 2008) e, portanto, já considerados tanto pela fiscalização, como pela diligência O Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados – RADA, de fls. 27/32, demonstra que todos os valores contidos nos documentos apresentados foram apropriados ao presente crédito tributário. Consta, inclusive, às fls. 33, quadro demonstrativo com os valores parcelados antes da ação fiscal, e que foram apropriados ao levantamento. Portanto, em que pese o inconformismo da impugnante todos os valores passíveis de serem apropriados para dedução dos créditos ora levantados foram considerados. Por se tratar apenas de questão fática, mantém-se o entendimento anterior daquele órgão julgador, por não haver vícios a serem retificados. Isso posto, voto para conhecer o Recurso Voluntário, para, no mérito, dar-lhe parcial provimento, no sentido retificar a planilha De-Para conforme a informação fiscal de fls. 2768 e Discriminativo Analítico de Débito Retificado de fls 2765-2767, no que tange os períodos de 09/2007, 11/2007, 12/2007, 01/2008 e 04/2008. É como voto. Gustavo Vettorato - Relator Fl. 2786DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 23/05/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 27/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10120.002403/2010-61 Acórdão n.º 2803-002.933 S2-TE03 Fl. 2.786 6 Fl. 2787DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/05/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 23/05/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 27/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
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Numero do processo: 13888.904207/2009-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 30/04/2004
INCONSTITUCIONALIDADE. ARGÜIÇÃO.
A instância administrativa é incompetente para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis.
RECEITAS DE VENDAS À ZONA FRANCA DE MANAUS. TRIBUTAÇÃO. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 111 E 177 DO CTN.
As receitas decorrentes de vendas a empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus não configuram receitas de exportação e sobre elas incide a contribuição para a Cofins, conforme exegese dos artigos 111 e 177 do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 3302-002.495
Decisão: Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Redator Designado. Vencidos os conselheiros Alexandre Gomes (relator), Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto, que davam provimento. Designado o conselheiro Paulo Guilherme Déroulède para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
Walber José da Silva
Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Gomes
Relator
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Gileno Gurjão Barreto (Vice-Presidente), Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes (Relator).
Nome do relator: ALEXANDRE GOMES
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ARGÜIÇÃO. A instância administrativa é incompetente para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis. RECEITAS DE VENDAS À ZONA FRANCA DE MANAUS. TRIBUTAÇÃO. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 111 E 177 DO CTN. As receitas decorrentes de vendas a empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus não configuram receitas de exportação e sobre elas incide a contribuição para a Cofins, conforme exegese dos artigos 111 e 177 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Redator Designado. Vencidos os conselheiros Alexandre Gomes (relator), Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto, que davam provimento. Designado o conselheiro Paulo Guilherme Déroulède para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 42 07 /2 00 9- 13 Fl. 131DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 132 2 (assinado digitalmente) Alexandre Gomes Relator (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Gileno Gurjão Barreto (VicePresidente), Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes (Relator). Relatório A controvérsia envolvendo o presente processo foi assim resumida ela DRJ de Ribeirão Preto: Trata o presente processo de manifestação de inconformidade contra não homologação de compensações declaradas por meio eletrônico (PER/DCOMP), relativamente a um crédito de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, que teria sido recolhido a maior no período de apuração de 30/04/2004, sobre vendas realizadas A Zona Franca de Manaus. A declaração de compensação apresentada baseiase no entendimento da requerente de que as vendas A Zona Franca de Manaus (ZFM) naquele período estavam isentas dessas contribuições e, portanto, o pagamento teria sido feito a maior. A DRF de Piracicaba, SP, por meio de despacho decisório de fl. 20, não homologou a compensação declarada, por inexistência de crédito. A interessada ingressou com manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: I. 0 art. 40 do DecretoLei (DL) n" 288, de 1967, equiparou, para todos os efeitos fiscais, as exportações As vendas A ZFM e que, com o advento da Constituição de 1988, esse decretolei foi recepcionado e incorporado pelo ordenamento jurídico vigente pelo art. 40 e 92 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). II. As normas editadas com o fim de restringir a isenção e, depois, a imunidade do PIS e da Cofins, relativamente As remessas para a Zona Franca de Manaus — qual seja, a Lei 9.004/95, que alterou o art. 5° da Lei n° 7.714/88, o Decreto n° 1030, de 1993, a MP n° 18586, de 1999, a MP n°2.03724, de 2000 e a Lei n° 10.996, de 2004 —também padecem de inquestionável ilegalidade e inconstitucionalidade, uma vez que, além de contrariarem o art. 4° do DL 288/67 e os artigos 40 e 92 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 133 3 da ADCT, implicam na distorção de um conceito amplo de exportação. Ill. 0 Supremo Tribunal Federal (STF), na ADIn n' 2.3489, suspendeu a eficácia da expressão "na Zona Franca de Manaus", contida no inciso I, § 2° do art. 14 da Medida Provisória (MP) n" 2.03724, de 2000, que discriminava as exclusões das isenções da Cofins e da contribuição ao PIS. Desta forma, na reedição da MP n" 2.03725, de 21 de dezembro de 2000 a exclusão de isenção foi retirada do texto legal, de modo que as vendas A ZFM tornaramse isentas dessas contribuições, sendo esse o entendimento do Superior Tribunal de Justiça. IV. Ante o exposto, requer o reconhecimento do direito creditório referente aos recolhimentos indevidos ou a maior a titulo de PIS e Cofins incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias à Zona Franca de Manaus, isentas de tais exações. Requer também a homologação das compensações de todos os débitos declarados pela empresa, excluindose multa e juros indevidamente considerados no demonstrativo apresentado junto à decisão em análise e a conexão de processos similares da mesma empresa, para evitar decisões divergentes sobre a mesma matéria. A decisão que julgou improcedente a manifestação de inconformidade foi assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL — COFINS Data do fato gerador: 30/04/2004 Ementa: INCONSTITUCIONALIDADE. ARGÜIÇÃO. A instância administrativa é incompetente para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis. RECEITAS DE VENDAS A ZONA FRANCA DE MANAUS. PIS E COFINS. TRIBUTAÇÃO. Sao isentas da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, a partir de 18 de dezembro de 2000, exclusivamente as receitas de vendas efetuadas para as empresas comerciais exportadoras de que trata o Decretolei n° 1.248, de 1972, destinadas ao fim especifico de exportação e para as empresas comerciais exportadoras, registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, estabelecidas na Zona Franca de Manaus. As vendas efetuadas as demais pessoas jurídicas, mesmo que localizadas na Zona Franca de Manaus, são tributadas normalmente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 133DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 134 4 Contra esta decisão foi interposto Recurso Voluntário que reprisa os argumentos da manifestação de inconformidade já destacados acima. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Relator O presente Recurso Voluntário é tempestivo, preenche os demais requisitos e dele tomo conhecimento. Trata o presente processo de compensação não homologada, cujo crédito seria decorrente de operações de venda para a Zona Franca de Manaus. O Decreto 288/67 define a Zona Franca de Manaus como sendo “uma área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuário dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em face dos fatôres locais e da grande distância, a que se encontram, os centros consumidores de seus produtos. Seguindo com o objeto principal da Lei de desenvolver aquela rejeição da Amazônia, entendeuse por bem equiparar à exportação as operações realizadas com a ZFM, como se vê do art. 4º do Decreto Lei nº 288/67: Art 4º A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro. O tratamento diferenciado permaneceu em vigor, mesmo com o advento da Constituição Federal de 1988, uma vez que Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, assim estabeleceu: Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) Parágrafo único. Somente por lei federal podem ser modificados os critérios que disciplinaram ou venham a disciplinar a aprovação dos projetos na Zona Franca de Manaus. A Constituição Federal de 1988, por sua vez, determinou que as contribuições sociais não incidem sobre as receitas de exportação, nos seguintes termos: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como Fl. 134DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 135 5 instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (...) § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação Assim, as operações realizadas com empresas sediadas na Zona Franca de Manaus são equiparadas a exportação para todos os efeitos legais e, portanto fora da incidência do PIS e da COFINS. Contudo, a legislação infraconstitucional tratou de impor limitações ao disposto no Decreto Lei nº 288/67 e passou a impedir expressamente a exclusão da base de cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS. Em relação a COFINS, o Decreto 1.030/93 tratou da questão nos seguintes termos: "Art. 1°. Na determinação da base de cálculo da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), instituída pelo art. 1° da Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991, serão excluídas as recitas decorrentes da exportação de mercadorias ou serviços, assim entendidas; I — vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; (...) Parágrafo único. A exclusão de que trata este artigo não alcança as vendas efetuadas: a) a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em Area de Livre Comércio" No âmbito do PIS, observo que a Medida Provisória nº 622, de 22 de setembro de 1994, e suas reedições, resultaram na edição da Lei nº 9.004, de 16 de março de 1995, que deu nova redação ao artigo 5º da Lei nº 7.714 de 1988, disciplinando que o direito à exclusão das receitas de exportações da base de cálculo da contribuição para o PIS não se aplicava às vendas efetuadas “a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus”. Referido tratamento restritivo foi mantido pela Medida Provisória nº 1.212, de 29 de novembro de 1995 e reedições, que restou convertida na Lei nº 9.715, de 25 de novembro de 1988. Neste meio tempo houve a edição da Lei Complementar nº 85, de 15 de fevereiro de 1996, alterando a Lei Complementar nº 07, de 1970, assim como a edição da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, mas essas não trataram especificamente da exclusão da base de cálculo ou da isenção do PIS nessas operações destinadas à Zona Franca de Manaus. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 136 6 Foi então editada a Medida Provisória nº 1.8586, de 29 de junho de 1999, que determinava em seu artigo 14, inciso II e § 1º, transcritos a seguir, que as receitas das vendas ao exterior estariam isentas das contribuições, mas que a referida isenção não alcançava as operações destinadas à Zona Franca de Manaus: Art. 14 – Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1 de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: [...] II – de exportação de mercadorias para o exterior; § 1º – São isentas das contribuições para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. § 2 º – As isenções previstas no caput e no parágrafo anterior não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I – a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou área de livre comércio; A mesma redação foi repetida quando da reedição da mesma Medida Provisória nº 2.03723, que dispôs: Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I – dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II – da exportação de mercadorias para o exterior; III – dos serviços prestados à pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV – do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V – do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI – auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação, modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro – REB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII – de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII – de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de Fl. 136DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 137 7 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX – de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; X – relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. § 1o São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. § 2o As isenções previstas no caput e no parágrafo anterior não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I – a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; (...) Com base nessas prescrições legislativas podiase chegar à conclusão inicial de que a legislação ordinária específica das contribuições não assegurou, como defende a Recorrente, o direito à exclusão da base de calculo ou à isenção da contribuição do PIS e da COFINS. Pelo contrário, a legislação rechaçou expressamente a pretensão ao considerar que as operações destinadas à Zona Franca de Manaus não seriam agraciadas pelos benefícios concedidos às demais espécies de exportações. Para chegar à conclusão diversa seria indispensável que este julgador administrativo analisasse a constitucionalidade da expressão “estabelecida na Zona Franca de Manaus” diante da regra do artigo 40 do Ato das Disposições Constitucionais e Transitórias e do artigo 4°, do Decreto Lei n° 288/67 e declarasse sua incompatibilidade com o texto maior. Entretanto, considerando as limitações previstas no art. 62 do Regimento Interno do CARF, é vedado ao julgador afastar dispositivo de lei ou decreto em vigor por inconstitucionalidade. Contudo, com o advento da Medida Provisória nº 2.158/01 a expressão “estabelecida na Zona Franca de Manaus” deixou de constar expressamente do art. 14, § 2º, inciso I, tendo recebido a redação que abaixo transcrevo: Art.14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; Fl. 137DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 138 8 III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial BrasileiroREB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. §1o São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. §2o As isenções previstas no caput e no § 1o não alcançam as receitas de vendas efetuadas: Ia empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; Não havendo mais a restrição imposta anteriormente às operações realizadas com a ZFM, aplicável ao presente caso a isenção prevista no inciso II, do art. 14 da MP nº 2.15835 de 2001, posto que o pedido de restituição envolve pagamentos posteriores a janeiro de 2001. Também aplicável ao caso o que prescreve Lei nº 7.714/88 com a redação dada pela 9.004/95: Art. 5º Para efeito de cálculo da contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e para o Programa de Integração Social (PIS), de que trata o DecretoLei n.º 2.445, de 29 de junho de 1988, o valor da receita Fl. 138DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 139 9 de exportação de produtos manufaturados nacionais poderá ser excluído da receita operacional bruta. Também a Lei n.º 10.637/2002, normatiza: Art. 5º A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I exportação de mercadorias para o exterior; Já em relação à COFINS, a Lei Complementar n.º 70/91, com as modificações trazidas pela Lei Complementar n.º 85/96, determina que: Art. 7º São também isentas da contribuição as receitas decorrentes: I – de vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; Neste sentido também é a jurisprudência do CARF: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/05/2004 a 31/05/2004 ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. A destinação de mercadorias para a Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro segundo disposto no Decretolei 288/67. Tendo o artigo 40 do ADCT mantido as características de área de livre comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, por vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 e, ainda, considerando que a receita de exportações de produtos nacionais para o estrangeiro é desonerada do PIS e da COFINS, nos termos do artigo 149, § 2º, I, da Constituição Federal, enquanto não alterado ou revogado o artigo 4º do DL nº 288/67, sobre elas não incide o PIS e a COFINS. (Acórdão 3801002.026. Processo nº 11065.915446/200949. Sessão de 20 de agosto de 2013) ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/2002 a 31/08/2002 BASE DE CÁLCULO. VENDAS A EMPRESA LOCALIZADA NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO DE PIS E COFINS A PARTIR DE DEZEMBRO DE 2000. Nos termos do art. 14, II, e § 2º, I, da Medida Provisória nº 2.03725 de 21 de dezembro de 2000, reeditada até o nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, a isenção do PIS Faturamento e da Cofins, concedida às operações de exportação, abrange as vendas realizadas para as empresas localizadas na Zona Franca de Manaus, de dezembro de 2000 em diante. (Acórdão nº 3401 002.242.Processo nº 10860.901135/200883.Sessão de 21/05/13) Fl. 139DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 140 10 Também no judiciário a posição aqui externada tem prevalecido, como vemos da posição pacificado no âmbito do STJ: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO DO PIS E DA COFINS SOBRE OPERAÇÕES ORIGINADAS DE VENDAS DE PRODUTOS PARA EMPRESAS SITUADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS (ART. 4o. DO DL 288/67). PRECEDENTES DESTA CORTE SUPERIOR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DA FAZENDA NACIONAL DESPROVIDO. 1. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que a venda de mercadorias para empresas situadas na Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, em termos de efeitos fiscais, segundo exegese do DecretoLei 288/67, não incidindo a contribuição social do PIS nem a COFINS sobre tais receitas. 2. Agravo Regimental da Fazenda Nacional desprovido. ( STJ. 1ª Turma. AgRg no Ag 1420880 / PE. Relator Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO. DJe 12/06/2013) E ainda: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 535. INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. MERAS CONSIDERAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA N. 284 DO STF, POR ANALOGIA. PRESCRIÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. APLICAÇÃO DA TESE DOS CINCO MAIS CINCO. PRECEDENTE DO RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 1002932/SP. OBEDIÊNCIA AO ART. 97 DA CR/88. PIS E COFINS. RECEITA DA VENDA DE PRODUTOS DESTINADOS À ZONA FRANCA DE MANAUS. EQUIPARAÇÃO À EXPORTAÇÃO. ISENÇÃO. 1. Não merece acolhida a pretensão da recorrente, na medida em que não indicou nas razões nas razões do apelo nobre em que consistiria exatamente o vício existente no acórdão recorrido que ensejaria a violação ao art. 535 do CPC. Desta forma, há óbice ao conhecimento da irresignação por violação ao disposto na Súmula n. 284 do STF, por analogia. 2. Consolidado no âmbito desta Corte que nos casos de tributo sujeito a lançamento por homologação, a prescrição da pretensão relativa à sua restituição, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da Lei Complementar n. 118/05 (em 9.6.2005), somente ocorre após expirado o prazo de cinco anos, contados do fato gerador, acrescido de mais cinco anos, a partir da homologação tácita. 3. Precedente da Primeira Seção no REsp n. 1.002.932/SP, julgado pelo rito do art. 543C do CPC, que atendeu ao disposto no art. 97 da Constituição da República, consignando expressamente a análise da inconstitucionalidade da Lei Fl. 140DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 141 11 Complementar n. 118/05 pela Corte Especial (AI nos ERESP 644736/PE, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 06.06.2007) 4. A jurisprudência da Corte assentou o entendimento de que a venda de mercadorias para empresas situadas na Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, em termos de efeitos fiscais, segundo interpretação do Decretolei n. 288/67, não incidindo a contribuição social do PIS nem a Cofins sobre tais receitas. 5. Precedentes: REsp 1084380/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 26.3.2009; REsp 982.666/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 18.9.2008; AgRg no REsp 1058206/CE, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 12.9.2008; e REsp 859.745/SC, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 3.3.2008. 6. Recurso especial não provido. (STJ. 2ª Turma. REsp 817847 / SC Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES. Dje 25/10/10) Por todo o exposto, dou provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer a não incidência da COFINS nas operações efetuadas com destino à Zona Franca de Manaus, devendo a autoridade fiscal analisar o crédito alegado, se de fato é relativo a operações com a Zona Franca de Manaus e se são suficientes para a compensação pleiteada, para então homologála até o limite do credito reconhecido. (assinado digitalmente) Alexandre Gomes Relator Voto Vencedor Com o devido respeito aos argumentos do ilustre relator, divirjo de seu entendimento quanto à não incidência de PIS/Pasep e de Cofins sobre as vendas efetuadas à Zona Franca de Manaus. Preliminarmente, a recorrente alegou nulidade da decisão de primeira instancia, sob o fundamento de que o colegiado não teria enfrentado o principal argumento defendido pela recorrente (de que as vendas de mercadorias à Zona Franca de Manaus possuem o mesmo tratamento conferido às exportações para o exterior) e que teria mantido a cobrança de supostos débitos de PIS e Cofins, sob o argumento de que no âmbito administrativo não seria possível a autoridade fiscal analisar a alegação da recorrente acerca da inconstitucionalidade da norma. Entretanto, em sua impugnação, alegou, em diversos trechos, ilegalidade e inconstitucionalidade dos dispositivos legais que vedavam a aplicação da isenção às vendas efetuadas a empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus, inclusive da norma que reduziu a zero as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins, como no excerto abaixo: Fl. 141DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 142 12 “Também vale enfatizar, que as normas editadas com o fim de restringir a isenção aqui defendida e, depois, a imunidade do PIS e da COFINS, relativamente às remessas para a Zona Franca de Manaus, também padecem de inquestionável ilegalidade e inconstitucionalidade, uma vez que, além de contrariarem o artigo 4°, do DL 288/67 e os artigos 40 e agora 92 do ADCT, implicam na distorção de um conceito amplo de exportação (envolvendo remessas para a ZFM), utilizado pela Constituição Federal (art. 40 do ADCT) para limitar a competência tributária da União, dos Estados e do Distrito Federal, isto em afronta ao comando do artigo 110 do Código Tributário Nacional. ... Esta última norma, inclusive, muito embora tenha fixado, a partir de 1°/08/2004, uma alíquota O (zero) da contribuição ao PIS e da COFINS, tem efeitos nefastos para todas as empresas que, como a Manifestante, praticam vendas para a Zona Franca de Manaus, e estão inseridas na sistemática nãocumulativa dessas contribuições. Em primeiro, porque frauda a garantia da imunidade constitucional inserida pela EC n° 33/2001 e possibilita a quem "tem a competência de tributar à alíquota zero" também possa, de uma hora para outra, sem o atendimento ao princípio da anterioridade, elevar a alíquota das contribuições ao PIS e COFINS. Estáse tributando (hoje com alíquota zero) aquilo que nunca poderia ser tributado. ... Destarte, a partir da promulgação da EC 33/2001, por força do artigo 149 da Constituição Federal, que veio determinar que as contribuições sociais não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação, não há mais que se falar em isenção, mas sim em imunidade tributária. Logo, qualquer Lei ou ato normativo inferior que venha a dispor sobre base de cálculo ou mesmo cuidar de isenção sobre as receitas oriundas de vendas para Zona Franca de Manaus, está incorrendo em inconstitucionalidade, pois tais receitas estão fora do campo de incidência tributária, nos termos da Constituição Federal de 1988” Não há reparos a fazer na decisão de primeira instância, pois ao julgador administrativo é vedado aos órgãos administrativos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, exceto em relação a determinadas hipóteses, a teor do artigo 26A do Decreto nº 70.235, de 1972, reproduzido no art. 59 do Decreto nº 7.574, de 2011 e no próprio Regimento deste Conselho em seus artigos 62 e 62A1, tendo inclusive tal matéria sido objeto de publicação da Súmula CARF nº 2: 1 Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 143 13 Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Quanto à segunda alegação, o voto condutor do acórdão da DRJ consignou expressamente que o argumento da equiparação promovida pelo art. 4º do Decretolei nº 288, de 1967, não deveria prosperar pela própria inteligência do dispositivo e utilizou os fundamentos e conclusão da Solução de Divergência Cosit nº 23, de 2002, para enfrentar tal argumentação. Portanto, afasto as preliminares argüidas. Quanto ao mérito, a recorrente alega, fundamentalmente, que o art. 4º do Decretolei nº 288, de 1967, equiparou as vendas para a Zona Franca de Manaus a uma exportação para o exterior, se aplicando como isenção ao PIS/Pasep e Cofins e, a partir da Emenda Constitucional nº 33, de 2001, como imunidade. Decretolei nº 288, de 1967: Art 4º A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro. (Vide Decretolei nº 340, de 1967) (Vide Lei Complementar nº 4, de 1969) A redação do artigo 4º, de fato, equipara as vendas para a Zona Franca de Manaus a uma exportação para o estrangeiro. Entretanto, o faz para os efeitos fiscais da legislação em vigor, ou seja, não alcançaria tributos instituídos posteriormente a esta lei, de forma automática. A interpretação da isenção segue os ditames dos artigos 111 e 177 do CTN, que assim dispõem: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção; III dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 144 14 ... Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares. Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I às taxas e às contribuições de melhoria; II aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. A exegese dos dois artigos impede a aplicação extensiva da equiparação trazida pelo Decretolei nº 288, de 1967, a tributos que sequer haviam sido instituídos quando de sua publicação. O objetivo é garantir a isonomia e legalidade tributárias, vez que a regra geral é a tributação de todos os fatos que se subsumem à hipótese de incidência, enquanto a regra de isenção tem sua aplicação restrita ao comando legal de modo a evitar a aplicação extensiva ou analógica a situações de desoneração não expressamente previstas, em razão do caráter de excepcionalidade da norma isentiva. Por sua vez, a Constituição Federal de 1988 determina que as isenções devem ser criadas por lei específica que as regule, ou seja, reafirmando o caráter de excepcionalidade da exclusão do crédito tributário: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias assegurada aos contribuintes, é vedado à União, aos Estado, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) § 6o Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2º, XII, g. (Grifouse) Neste sentido, citase Regina Helena Costa2: “Ao determinar, nesse dispositivo, que a interpretação de normas relativas à suspensão ou exclusão do crédito tributário, à outorga de isenção e à dispensa do cumprimento de obrigações acessórias seja “literal”, o legislador provavelmente quis significar “não extensiva”, vale dizer, sem alargamento de seus comandos, uma vez que o padrão em nosso sistema é a 2 COSTA, Regina Helena, Curso de Direito Tributário, Saraiva, 2009, p. 164, apud PAULSEN, Leandro. Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência, 14º ed. Livraria do Advogado;ESMAFE, 2012. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 145 15 generalidade da tributação e, também, das obrigações acessórias, sendo taxativas as hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário e de anistia. Em outras palavras, quis prestigiar os princípios da isonomia e da legalidade tributárias”. O STJ já se manifestou no mesmo sentido: PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. BENEFÍCIO FISCAL. EXTENSÃO A CONTRIBUINTE NÃO ALCANÇADO PELA NORMA TRIBUTÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. "É vedado ao Judiciário estender benefício fiscal a terceiro não alcançado pela norma legal que o instituiu." (AgRg no RMS 37.216/RJ,Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, julgado em 19.2.2013, DJe 27.2.2013.) 2. "A concessão de tal vantagem é função atribuída pela Constituição Federal ao legislador, que deve editar lei específica, nos termos do art. 150, § 6. A mesma ratio permeia o art. 111 do CTN, o qual impede que se confira interpretação extensiva em matéria de exoneração fiscal." (AgRg no RMS 35513/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 7.2.2012, DJe 13.4.2012.) Agravo regimental improvido.(AgRg no RMS 37671 / RJ AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA 2012/00744588). Destacase no acórdão acima, reprodução de excerto do voto proferido no AgRg no RMS 35513/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 7.2.2012, DJe 13.4.2012: “A concessão de benefício fiscal é função atribuída pela Constituição Federal ao legislador mediante lei específica, nos termos do art. 150, §6º, in verbis: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) A norma revela a preocupação do Constituinte em evitar abusos na concessão de benefícios fiscais – afinal, a regra é o exercício positivo da competência tributária , o que poderia comprometer a arrecadação de recursos públicos, frustrando as promessas do Fl. 145DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 146 16 próprio constituinte e a concretização de direitos fundamentais, sobretudo os de cunho social. Nessa linha, o art. 111 do CTN impede que se confira interpretação extensiva em matéria de exoneração fiscal. Eis o teor do dispositivo: .... Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção; III dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. A jurisprudência deste Tribunal é firme quanto à impossibilidade de se estender um benefício fiscal a terceiro não alcançado pela norma legal. Confiramse:” Mencionase, ainda, o REsp 1.116.620/BA, Recurso Especial 2009/0006826 7: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. IMPOSTO DE RENDA. ISENÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. ART. 6º DA LEI 7.713/88 COM ALTERAÇÕES POSTERIORES. ROL TAXATIVO. ART. 111 DO CTN. VEDAÇÃO À INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. 1. A concessão de isenções reclama a edição de lei formal, no afã de verificarse o cumprimento de todos os requisitos estabelecidos para o gozo do favor fiscal. 2. O conteúdo normativo do art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88, com as alterações promovidas pela Lei 11.052/2004, é explícito em conceder o benefício fiscal em favor dos aposentados portadores das seguintes moléstias graves: moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma. Por conseguinte, o rol contido no referido dispositivo legal é taxativo (numerus clausus), vale dizer, restringe a concessão de isenção às situações nele enumeradas. 3. Consectariamente, revelase interditada a interpretação das normas concessivas de isenção de forma analógica ou extensiva, restando consolidado entendimento no sentido de ser incabível Fl. 146DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 147 17 interpretação extensiva do aludido benefício à situação que não se enquadre no texto expresso da lei, em conformidade com o estatuído pelo art. 111, II, do CTN. (Precedente do STF: RE 233652 / DF Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Segunda Turma, DJ 18102002. Precedentes do STJ: EDcl no AgRg no REsp 957.455/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/05/2010, DJe 09/06/2010; REsp 1187832/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/05/2010, DJe 17/05/2010; REsp 1035266/PR, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/05/2009, DJe 04/06/2009; AR 4.071/CE, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009; REsp 1007031/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/02/2008, Dje 04/03/2009; REsp 819.747/CE, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/06/2006, DJ 04/08/2006) 4. In casu, a recorrida é portadora de distonia cervical (patologia neurológica incurável, de causa desconhecida, que se caracteriza por dores e contrações musculares involuntárias fls. 178/179), sendo certo tratarse de moléstia não encartada no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88. 5. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. Sobre a não extensão da isenção a tributos instituídos posteriormente, mencionase o AgRg no REsp 1.434.314/PE, Agravo Regimental no Recurso Especial 2014/00320291: TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PISIMPORTAÇÃO. COFINSIMPORTAÇÃO. LEI Nº 9317/96. SIMPLES. ISENÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. Consoante proclamou esta Segunda Turma do STJ, ao julgar o REsp 1.039.325/PR, sob a relatoria do Ministro Herman Benjamin (Dje 13.3.2009), o fato de as empresas optantes pelo SIMPLES poderem pagar de forma simplificada os tributos listados no art. 3º, § 1º, da Lei 9.317/96 não induz à conclusão de que não se sujeitam a nenhum tributo posteriormente instituído. As isenções só podem ser concedidas mediante lei específica, que regule exclusivamente a matéria ou o correspondente tributo (art. 150, § 6º, da Constituição da República). A interpretação extensiva da lei de isenção, para atingir tributos futuramente criados, não se coaduna com o sistema tributário brasileiro. O art. 3º, § 4º, da Lei 9.317/96 deve ser interpretado de forma sistemática com o disposto no art. 150, § 6º, da Constituição e no art. 111 do CTN. As empresas optantes pelo SIMPLES são isentas apenas das contribuições que já haviam sido instituídas pela União na data da vigência da Lei 9.317/1996. Com efeito, firmouse nesta Fl. 147DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 148 18 Corte o entendimento de que não há isenção do PISImportação e da COFINSImportação, na hipótese de pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES, porque a Lei 9.317/96 não poderia isentar contribuições que foram criadas por lei posterior, nos termos do artigo 177, II, do CTN, que preceitua que a isenção não é extensiva aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. Ademais, pela interpretação teleológica da Lei 9.317/96, verifica se que o legislador não demonstrou interesse em isentar tais pessoas jurídicas do pagamento das contribuições que custeiam a Seguridade Social, e, com o advento da Lei Complementar 123/2006, que revogou a Lei 9.317/96, ficou expressa a intenção legislativa de tributar as empresas de pequeno porte e microempresa, mesmo optantes pelo SIMPLES. (grifos não originais). 2. Agravo regimental não provido. Inferese, assim, que a equiparação promovida pelo Decreto nº 288, de 1967, não pode ser compreendida como irrestrita e automática, sob pena de afronta aos artigos 111 e 177 do CTN, pois que não se referiu ao PIS/Pasep e Cofins, dado que tais exações não existiam no ordenamento jurídico. Ressaltese, ainda, que o legislador ordinário não estendeu a equiparação de forma irrestrita a tributos já instituídos à época do decreto, como pode ser verificado no DecretoLei nº 1.435, de 1975, evitando a cumulação com outros incentivos relativos à exportação. Citemse: Decretolei nº 1.435, de 1975: Art 7º A equiparação de que trata o artigo 4º do Decretolei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, não compreende os incentivos fiscais previstos nos Decretosleis nºs 491, de 5 de março de 1969; 1.158, de 16 de março de 1971; 1.189, de 24 de setembro de 1971; 1.219, de 15 de maio de 1972, e 1.248, de 29 de novembro de 1972, nem os decorrentes do regime de " draw back ". Assim, verificase que a equiparação não alcançou outros incentivos à exportação, como os acima mencionados, evidenciando o caráter restritivo da expressão “constantes da legislação em vigor” contida no artigo 4º do Decretolei nº 288, de 1967. Pontuese que a partir de 22/12/2000, com a exclusão da expressão “na Zona Franca de Manaus” do inciso I do §2º do artigo 14 da MP nº 2.03725, de 2000, cujas reedições culminaram no texto final da MP nº 2.15835, de 2001, a isenção para o PIS/Pasep e Cofins restou assim delineada: Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; Fl. 148DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 149 19 III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro REB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. § 1o São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. § 2o As isenções previstas no caput e no parágrafo anterior não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; II a empresa estabelecida em zona de processamento de exportação; III a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação, ao amparo do art. 3o da Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992. A norma isentiva não traz qualquer equiparação das vendas à Zona Franca de Manaus à isenção de exportação para o exterior prevista no inciso II do caput. A interpretação literal do artigo 14 da MP nº 2.15835, de 2001, não permite esta equiparação, vez que esta somente foi efetuada pelo Decretolei nº 288, de 1967, refletindo os efeitos fiscais previstos na legislação então vigente. À vista do art. 177 do CTN, tal equiparação não pode ser estendida a tributos instituídos posteriormente, como foi o caso do PIS/Pasep e da Cofins. Fl. 149DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 150 20 Por sua vez, o artigo 40 do ADCT da Constituição Federal de 1988 manteve a Zona Franca de Manaus e seus incentivos fiscais, nos termos abaixo: Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição. A redação não cria nova hipótese de isenção nem de imunidade, mas convalida e recepciona o status jurídico da Zona Franca de Manaus e impede que legislação infraconstitucional mitigue a vigência ou a fruição dos incentivos fiscais a ela inerentes. Entretanto, como a equiparação promovida pelo Decretolei não se estende ao PIS/Pasep e Cofins, posto que instituídos após referido decretolei, o artigo 40 do ADCT da Constituição Federal não altera esta condição. Corroborando o exposto, mencionamse acórdãos deste Conselho e do antigo Conselho de Contribuintes: Acórdão nº 20180.247 proferido pela Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes: ... RECEITAS DE VENDAS A EMPRESA ESTABELECIDA NA ZFM. ISENÇÃO. É cabível a exclusão da base de cálculo da Cofins das receitas decorrentes da venda a empresa estabelecida na ZFM a partir de dezembro de 2000, nos termos da Medida Cautelar exarada na ADI nº 2.3489 e da nova redação dada ao art. 14 da Medida Provisória nº 2.03425, de 21 de dezembro de 2000, e suas reedições, nas hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e IX, do referido art. 14. Acórdão 380300.456 proferido pela Terceira Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. Período de apuração: 01/12/1999 a 31/03/2003. ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. A isenção prevista no art. 14 da Medida Provisória n° 2.03725 de 2000, quando se tratar de vendas à Zona Franca de Manaus, aplicase tão somente às receitas de vendas enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e IX, do citado artigo. Acórdão nº 340200.637 proferido pela Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção de Julgamento Assunto: Contribuição para o Programa de Integração Social PIS/Pasep Período de apuração: 01/11/2002 a 30/06/2004 VENDAS A EMPRESA ESTABELECIDA NA ZONA FRANCA DE MANAUS, ISENÇÃO, INCABÍVEL, As receitas decorrentes de vendas a empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus não configuram receitas de exportação e sobre elas incide a contribuição para o PIS, Assunto: Contribuição para Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de Fl. 150DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13888.904207/200913 Acórdão n.º 3302002.495 S3C3T2 Fl. 151 21 apuração: 01/11/2002 a 30/06/2004 VENDAS A EMPRESA ESTABELECIDA NA ZONA FRANCA DE MANAUS, ISENÇÃO, INCABÍVEL, As receitas decorrentes de vendas a empresas estabelecidos na Zona Franca de Manaus não configuram receitas de exportação e sobre elas incide a Cofins. Acórdão nº 20400.708 proferido pela Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes ZONA FRANCA DE MANAUS. Por expressa determinação legal (art. 111 do CTN) as normas que excluem ou suspendem o crédito tributário, ou ainda outorgam isenção, hão de se interpretar literalmente, não podendo o caráter isencional sufragarse em normas genéricas meramente correlatas. Por fim, impõe ressaltar que a partir de 26/07/2004, com vigência da MP nº 202, de 2004, as receitas de vendas destinadas ao consumo e industrialização na Zona Franca de Manaus, por pessoa jurídica estabelecida fora da Zona Franca de Manaus ficaram sujeitas à alíquota zero relativamente à incidência para o PIS/Pasep e Cofins. Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 151DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 12/06 /2014 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 23/06/2014 por ALEXANDRE GOMES, Assina do digitalmente em 24/06/2014 por WALBER JOSE DA SILVA
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Numero do processo: 15987.000679/2009-02
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jun 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL NÃO CUMULATIVA. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO. INCIDÊNCIA DE JUROS. VEDAÇÃO LEGAL.
O aproveitamento de créditos não enseja atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores por expressa vedação legal.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3403-002.971
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencido o Conselheiro Domingos de Sá Filho, quanto ao direito à tomada de crédito por aquisições a pessoas jurídicas inexistentes de fato. Os conselheiros Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti acompanharam o relator por suas conclusões. Sustentou pela recorrente o Dr. Flávio Sanches, OAB/SP 192.102.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Relator
Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ALEXANDRE KERN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. NOTAS FISCAIS SEM CAUSA. GLOSA. Aquisições de mercadorias amparadas por notas fiscais emitidas por “noteiros”, pessoas jurídicas inexistentes de fato, precipuamente constituídas para esse fim, não dão direito a crédito. NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. COMPRAS NÃO ONERADAS. VEDAÇÃO LEGAL. A aquisição de bens ou serviços não onerados pela contribuição não dá direito a crédito. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL NÃO CUMULATIVA. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO. INCIDÊNCIA DE JUROS. VEDAÇÃO LEGAL. O aproveitamento de créditos não enseja atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores por expressa vedação legal. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 7. 00 06 79 /2 00 9- 02 Fl. 1626DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN 2 Vencido o Conselheiro Domingos de Sá Filho, quanto ao direito à tomada de crédito por aquisições a pessoas jurídicas inexistentes de fato. Os conselheiros Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti acompanharam o relator por suas conclusões. Sustentou pela recorrente o Dr. Flávio Sanches, OAB/SP 192.102. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Kern Relator Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório OUTSPAN BRASIL IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. apresentou Pedido de Ressarcimento de PIS/Pasep exportação relativo ao 1 trimestre de 2006, no valor de R$ 2.348.093,66. De acordo com o Despacho Decisório DRF/Santos/Seort/SP nº 17, de 7 de março de 2012, fls. 807 a 817, apoiado nas conclusões da ação fiscal levada a efeito junto ao requerente, objeto dos processos 10845.720753/200901 e 15983.720078/201247, consubstanciadas no relatório anexo aos autos, e cujo desfecho a contribuinte já tomou ciência em 02.03.2012, parte dos créditos reclamados não teve sua liquidez e certeza assegurados, vez que sua obtenção está cingida por fraudes comprovadas, somadas a aproveitamentos de créditos incompatíveis com a legislação vigente. O Despacho Decisório dá conta de que, em operações empreendidas pela Receita Federal, Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (Operação Tempo de Colheita, Operação Broca e Operação Robusta), apurouse que o requerente participou de fraudes, “comprando” notas fiscais de venda de café, emitidas por “noteiros”, pessoas jurídicas inexistentes de fato, precipuamente constituídas para o fim de permitir a obtenção de créditos de contribuições sociais não cumulativas “cheios”, quando, por se tratar de fornecimento de pessoas físicas, ensejariam tão somente crédito presumido1. Constatouse também que o requerente tomou crédito por compras de café feitas a cooperativas de produtores, que haviam excluído de suas bases de cálculo o valor da receita repassada ao seus associados, de forma que as contribuições sociais nelas não incidiram, situação que não admite o creditamento, nos termos do art. 3°, § 2°, inciso II, da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. O pleito foi parcialmente deferido, em R$ 139.752,75, reconhecendose direito ao crédito presumido, quando foi o caso: DACON FISCALIZAÇÃO PERÍODO DE APURAÇÃO CRÉDITO EXPORTAÇÃO CRÉDITOS INDEVIDOS CRÉDITOS REQUERIDOS CRÉDITO DISPONÍVEL 01/06 754.094,66 705.309,53 1.451.505,30 48.785,13 02/06 300.551,72 265.169,14 490.003,58 35.382,58 1 O modusoperandi empregado nas operações efetuadas com diversos fornecedores de café, de acordo com o relatório da Operação "Tempo de Colheita", era o seguinte: os grandes adquirentes de café exigiam notas fiscais de pessoas jurídicas para poderem aproveitar o crédito de PIS/COFINS integralmente à razão de 9,25% do valor da operação. Se os vendedores fossem pessoas físicas só seria possível o aproveitamento de crédito presumido, no valor de 3,5% do valor integral. Fl. 1627DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 15987.000679/200902 Acórdão n.º 3403002.971 S3C4T3 Fl. 1.627 3 03/06 350.741,42 295.156,38 546.337,53 55.585,04 Total R$ 139.752,75 O interessado interpôs manifestação de inconformidade de fls. 869 a 898, na qual, como preliminar, requer o imediato ressarcimento do crédito reconhecido no despacho decisório atacado, remanescendo o contraditório administrativo apenas em relação à diferença de 6% entre o crédito presumido de 3,25% decorrente de compras de pessoas físicas e o percentual de 9,25% decorrente de aquisições de pessoas jurídicas. Quanto ao mérito das glosas dos créditos apurados sobre as compras de café de pessoas jurídicas, argumenta que, em que pese a provável ocorrência de atividade criminosa na cadeia do café, não praticou crime algum, afirmando seu interesse no esclarecimento dos fatos. Lembra que o preço pago pelo café era o de mercado e que nunca cogitou em repassar os lucros obtidos por estas empresas referidas como de fachada, no qual estava embutida a contribuição, de forma que houve despesa que legitima o crédito à adquirente, sem benefício algum com a alegada ilicitude de terceiros. Aduz que a falta de pagamento das contribuições por fornecedores não implica a ausência do direito de crédito ao adquirente, dispondo a Receita Federal e a PGFN de meios próprios de cobrar tais tributos. Discorre sobre a cena econômica do mercado cafeeiro. Rechaça a extensão das conclusões da operação da Polícia Federal ao pedido de ressarcimento em tela. Reafirma sua condição de adquirente de boafé, sem conhecimento das irregularidades societárias dos seus fornecedores. Entende legítima a tomada de crédito, porquanto ao pagar pelo café ao valor de mercado, cobrado mediante nota fiscalfatura de pessoa jurídica, estava embutido o valor das referidas contribuições. Quanto à anotação, nas notas fiscais, de suspensão de PIS e Cofins na operação de venda, o que vedaria a apuração de créditos não cumulativos para o adquirente, adiciona que de acordo com o art. 9º, §1º, II da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, teria havido erro por parte das cooperativas na medida em que tais operações não se poderiam cursar com suspensão das contribuições tendo em vista o disposto no inciso II do citado artigo. Finalizando, pleiteia que os valores a serem ressarcidos sejam acrescidos da taxa Selic. Ao final, postula a reforma do despacho decisório. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente pela 3ª Turma da DRJ/CPS. O Acórdão nº 0540.469, de 3 de abril de 2013, fls. 1237 a 1314, teve ementa vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 CRÉDITOS NÃO CUMULATIVOS. GLOSA. FRAUDE. Comprovada a existência de fraude por meio de interposição de pessoas jurídicas de fachada, com o fim exclusivo de se obter créditos do regime não cumulativos em valores maiores que os admitidos de aquisições feitas de pessoas físicas, é de se glosar os créditos decorrentes dos expedientes ilícitos. CRÉDITOS NÃO CUMULATIVOS. GLOSA. BENS NÃO SUJEITOS À CONTRIBUIÇÃO. Fl. 1628DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN 4 Correta a glosa de créditos não cumulativos calculados sobre bens não sujeitos à contribuição na aquisição. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cuidase agora de recurso voluntário contra a decisão da 3ª Turma da DRJ/CPS. O arrazoado de fls. 1734 a 1425, após síntese dos fatos relacionados com a lide, pede a decretação da nulidade da decisão recorrida, que não teria enfrentado todos os seus argumentos de defesa. Insiste em não ter conhecimento, muito menos participado do que chama de “pretenso esquema fraudulento” de que trata a Fiscalização, acusandoa de fundar suas conclusões em meras presunções no sentido de que todos os seus fornecedores pessoas jurídicas inidôneas por serem omissas nas entregas de suas declarações, procedimento vedado, segundo a jurisprudência do CARF. Lembra que a decretação da inidoneidade dos fornecedores, abaixo listados, não pode retroagir para alcançar as operações da recorrente: RAZÃO SOCIAL CNPJ DATA ABERTURA Columbia Comércio de Café Ltda. 04.497.908/000103 08/06/2001 Cafeeira São Sebastião Ltda. 00.837.387/000135 29/09/1995 Ceiba Comercial Importação e Exportação Ltda. 00.323.994/000187 28/11/1994 Séculos Comercio de Café Ltda. 05.516.878/000106 30/12/2002 Sancosta Comercio, Importação e Exportação de Café Ltda. 06.222.888/000193 15/04/2004 F.J.B. Baroni 07.155.547/000105 16/12/2004 Cerealista Carmo Sul Ltda. 04.439.727/000120 21/03/2001 P Fernandes 04.460.832/000141 22/05/2001 Vila Rica Coffee Comercio de Café Ltda. 03.740.999/000101 07/04/2000 V. Munaldi ME 06.078.929/000110 12/01/2004 Comercial São Lourenço Ltda. 04.580.404/000233 22/10/2002 E M Gomes 05.688.607/000120 14/05/2003 Nova Brasilia Comércio de Café Ltda. 05.206.408/000138 24/07/2002 Enseada Comércio de Café e Sacaria Ltda. 06.201.690/000123 07/04/2004 Na continuação, retoma as digressões sobre a cadeia de produção do café no Brasil e sobre a comercialização do café sob o ponto de vista comercial e civil, já oferecida na Manifestação de Inconformidade. Com relação às compras de café a sociedade cooperativas de produtores, argumenta que nas notas fiscais apresentadas pela Fiscalização, todas as cooperativas exerceram beneficiamento, situação que não admite a suspensão da incidência da contribuição. Nesse sentindo, retoma a arguição de erro nas notas fiscais em que constou a suspensão. Transcrevo os requerimentos finais (grifos do original): 3 Conclusão E Pedidos Diante do acima exposto, requer seja provido o presente recurso para que seja reformado o Despacho Decisório e acórdão de fIs., para o fim de chancelar e reconhecer os créditos de PIS e COFINS apurados pela Recorrente na compra perante fornecedores posteriormente entendidos como inidôneos pela Receita Federal, bem como perante cooperativas diversas, e assim deferirse também esta parte do crédito a ser ressarcido, homologandose as respectivas compensações, quando for o caso. Subsidiariamente, que se reconheça o cerceamento de defesa e a supressão de instância, para que seja julgada nula a decisão de primeira instância, pois deixou de cotejar um a um os bons argumentos da defesa, limitandose a "emprestar" o trabalho de fiscalização, que por sua vez empregou o trabalho policial. Fl. 1629DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 15987.000679/200902 Acórdão n.º 3403002.971 S3C4T3 Fl. 1.628 5 Subsidiariamente, ainda, considerando que a inidoneidade posteriormente declarada em nada reflete para Recorrente, e que toda a alegação posterior ao Despacho decisório exarado nos autos em 2010 é inaplicável, dado que não há fato julgado na esfera criminal, é de se revogar o atual despacho decisório, revigorando se o despacho decisório anterior, e intimado novamente a Recorrente para, em querendo, que apresente manifestação de inconformidade. Requer, de imediato, contudo, que a parte incontroversa de créditos presumidos seja imediatamente ressarcida, tanto no que tange à compras de fornecedores considerados inidôneos, como perante cooperativas, conforme página 284 do Termo de Verificação Fiscal: "9.2. DO CRÉDITO PRESUMIDO Conforme explicado acima, o crédito ordinário correspondente às empresas inidôneas não pode ser concedido integralmente, já que sua origem é referente a vendas de pessoas físicas produtoras de café. Entretanto, é cabível o aproveitamento do crédito presumido correspondente. Mesmo raciocínio se aplica ao crédito referente às observações que tratam da suspensão das contribuições. No caso das notas fiscais com suspensão existe a possibilidade de crédito presumido." Ou seja, o valor referente ao crédito presumido deve ser creditado para a Recorrente, seguindose em debate apenas a diferença entre o presumido e o integral, aplicandose a legislação mais benigna Lei n° 12.350/2010, artigo 56A, de forma retroativa. Para facilitar a liquidação deste montante a Recorrente anexa planilha de cálculo extraído do trabalho de fiscalização, em cumprimento do trecho acima reproduzido, (doc. anexo) Ainda, subsidiariamente, caso não seja reconhecida a integralidade dos créditos decorrentes das compras de café realizadas no período de 2005 a 2007, no mínimo, deve ser reconhecido o crédito decorrente das operações efetuadas com os fornecedores que foram presumidos inidôneos pela Fiscalização e que, ainda, continuavam com o CNPJ ativo quando da ciência do termo de verificação fiscal. No mais, tendo decorrido anos do direito de crédito, é aplicável a atualização dos créditos pela SELIC, o que desde logo se requer em execução da parte incontroversa do Despacho Decisório, inclusive. Caso esse Conselho entenda necessário, que se baixe o processo em diligência para as devidas regularizações, de forma a se aproveitar o procedimento em questão, trazendo maior eficiência, economia, razoabilidade nos atos da administração pública, considerando ainda parte integrante destes autos, os procedimentos n° 10845.720753/200901 e 15983.720078/201247. De qualquer forma, estão documentalmente comprovadas a operação e as alegações acima, ficando ao dispor do órgão julgador todos os documentos, inclusive notas fiscais já examinadas pela fiscalização, para eventuais diligências. Requer sejam admitidos todos os meios de provas, incluindo diligências e juntada de novos documentos que privilegiem a verdade material. Protesta a RECORRENTE pela realização de sustentação oral durante a sessão de julgamento do presente Recurso, nos termos regimentais. Para tanto, Fl. 1630DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN 6 requer seja notificada com antecedência da data, hora e local da sessão de julgamento. Nestes termos, Pede deferimento. Santos, 7 de maio de 2013. O presente processo foi distribuído ao relator, em 07/03/2014, para que fosse julgado em conjunto com os processos nºs 15987.000230/200936, 15987.000231/200981 e 15987.000232/200925, na forma prevista no § 7º do art. 49 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RI/CARF, com as alterações introduzidas pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010–DOU de 22.12.2010. O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração digitalmente estabelecida. É o Relatório. Voto Conselheiro Alexandre Kern, Relator Presentes os pressupostos recursais, a petição de fls. 1734 a 1425 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJ/CPS3ª Turma nº 0540.469, de 3 de abril de 2013. Pedido de liberação imediata do valor do crédito incontroverso. Em atendimento aos Despachos de fls. 648/650, o valor do crédito deferido foi pago por meio da emissão da Ordem Bancária 2012OB801062 em 22/08/2012, fls. 763, conforme despacho de fls. 1187, quedando plenamente satisfeito o pedido de liberação da parcela incontroversa. Preliminar de nulidade da decisão recorrida É recorrente, nos recursos da espécie, a arguição de nulidade, por cerceamento do direito de defesa, de decisão de primeira instância que vai de encontro aos interesses do recorrente. A decisão da ínclita 3ª Turma da DRJ em Campinas é hígida e enfrentou a Manifestação de Inconformidade sob o ponto de vista que lhe pareceu mais apropriado. Aqui, cabe ressaltar que o livre convencimento do julgador permite seja uma decisão amparada em apenas um fundamento, contanto que este seja considerado suficiente ao deslinde da questão. Não está o órgão julgador obrigado a apreciar, de per si, todas alegações levantadas. O que não deve, o julgador, sob pena de cerceamento do direito de defesa, é deixar de considerar fato ou circunstância reputada imprescindível à sua decisão. Fl. 1631DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 15987.000679/200902 Acórdão n.º 3403002.971 S3C4T3 Fl. 1.629 7 No sentido de que o julgador não está obrigado a analisar todas as questões suscitadas, cabe mencionar a decisão monocrática proferida em 10/11/2005 pelo Min. do STJ Francisco Galvão, no Recurso Especial nº 792.497. Observese: Como é de sabença geral, o julgador não está obrigado a discorrer sobre todos os regramentos legais ou todos os argumentos alavancados pelas partes. As proposições poderão ou não ser explicitamente dissecadas pelo magistrado, que só estará obrigado a examinar a contenda nos limites da demanda, fundamentando o seu proceder de acordo com o seu livre convencimento, baseado nos aspectos pertinentes à hipótese sub judice e com a legislação que entender aplicável ao caso concreto. Neste sentido, confiramse os seguintes julgados, verbis: "RECURSO ESPECIAL. IMÓVEL FUNCIONAL ADMINISTRADO PELA SECRETARIA DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SAF. OCUPAÇÃO POR SERVIDOR PÚBLICO MILITAR. ALIENAÇÃO. POSSIBILIDADE. ART. 535, DO CPC. VIOLAÇÃO. INOCORRÊNCIA. PRECEDENTES DO STF E STJ. 1. Não ocorre violação do art. 535, do CPC, quando o acórdão recorrido não denota qualquer omissão, contradição ou obscuridade no referente à tutela prestada, uma vez que o julgador não se obriga a examinar todas e quaisquer argumentações trazidas pelos litigantes a juízo, senão aquelas necessárias e suficientes ao deslinde da controvérsia. 2. É passível de alienação o imóvel funcional que, à época de edição da Lei 8.025/90, era administrado pela Secretaria da Administração Federal da Presidência da República – SAF, ainda que ocupado fosse por servidores militares, não se aplicando ao caso a vedação inscrita no art. 1º, § 2º, I, desta norma. 3. Precedentes: REsp 61.999/DF, REsp 155.259/DF, REsp 76.493/DF, REsp 59.119/DF, RMS 21.769/DF (STF). 4. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido" (REsp nº 394.768/DF, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de 01/07/2002, pág. 00247). "RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL ART. 535, I E II, DO CPC EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OMISSÃO. 1 Inexiste violação ao art. 535, I e II, do CPC, se o Tribunal a quo, de forma clara e precisa, pronunciouse acerca dos fundamentos suficientes à prestação jurisdicional invocada. 2 Agravo improvido" (AGREsp n.º 109.122/PR, Relator Ministro CASTRO MEIRA, DJ de 08/09/2003, p. 00263). Fl. 1632DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN 8 Ante o exposto, NEGO SEGUIMENTO ao presente recurso especial, com fulcro no art. 557, caput, do Código de Processo Civil. Rejeito a preliminar. Mérito – glosa dos créditos amparados em notas fiscais infirmadas nas operações “Tempo de Colheita”, “Broca” e “Robusta” O argumento recursal fundamental é o de que jamais participou das fraudes apontadas nessas operações e que nunca obteve vantagens econômicas em decorrências das práticas ilícitas, sempre adquirindo o café a preço de mercado. Diz ter pesquisado sempre a situação da empresa vendedora no CNPJ e SINTEGRA. Lembra, além disso, que o mercado de compra e venda de café é complexo e que as suas peculiaridades não foram consideradas nas conclusões alcançadas ao fim das citadas operações. Assim, não seria possível afirmar que necessariamente as pessoas jurídicas que emitiram as notas fiscais examinadas sejam de fachada. Ainda, entende que eventuais fraudes verificadas em determinados elos da cadeia comercial do café não podem ser estendidas para os demais atores sem prova inconteste, o que não ocorreria nos autos. A propósito da propalada boa fé da recorrente, digase liminar e definitivamente que, em face da objetividade das infrações tributárias, é desnecessário perquirir a intenção do agente. Dito de outra forma, a despeito do amplo conjunto probatório formado nos autos do processo 15983.720078/201247, reproduzido, em parte, na decisão recorrida, que evidencia que Outspan, não só sabia, como participava ativamente do esquema fraudulento2, é irrelevante para o deslinde do presente litígio saber se a recorrente estava envolvida ou não no esquema revelado pelas sobreditas operações. Para tanto, basta que se ateste, no curso deste processo administrativo, que as notas fiscais que ampararam a tomada de crédito são idôneas para esse fim ou não. A culpa da recorrente é objeto do processocrime no qual ela foi denunciada. O fato é que, na extensa e profunda auditoria levada a cabo, segregaramse do pedido de ressarcimento formulado pela Outspan todas as notas fiscais emitidas por pessoas jurídicas comprovadamente interpostas com o fito de “inchálo”, admitindose tão somente as notas fiscais idôneas. A quantidade de empresas "laranja" explica a magnitude da glosa: Columbia Comércio de Café Ltda.; L & L Com. Exp. De Café Ltda.; Do Grão Com. E Exp. E Imp. Ltda.; Nova Brasília Com. De Café Ltda.; J. C. Bins; Café Brasile Com. E Exp. Ltda.; G. H. Moschem; V. Munaldi ME; Miranda Com. Imp. e Exp. de Café Ltda.; F. G. Comissária Ltda.; W.R. da Silva; Reicafé Com. de Café; R. Araújo Mercantil CAFECOL; M. C. da Silva Brasil Blend; Cafeeira Arruda; Ypiranga Com. de Café; P. A. de Cristo; Acádia Comércio Ltda.; V. & F. Comercial; C. Dario ME; GB. Armazéns; Enseada Com. de Café; Luciano Giubert Alves Café; Conara; Ceiba Com. Imp.; Roma Com. de Café e Sacaria; Café Arabilon; WG de Azevedo Brasil Coffee; Do Norte Café; Aracê Mercantil; Agrosanto Comércio de Cereais; Cafeeira JJ.; Cafeeira São José; Canaã Café; Meriades Distr. Ind. e Com. de Alimentos; BR 2 Cito apenas a título exemplicativo, muito de longe de esgotar todos os elementos existentes, a prova testemunhal dos depoimentos de Paulo Zache, Luiz Fernandes Alvarenga, Renato Mielke, Gabriel Francisco Krohling, Marcelo Fausto Tamanini, entre outros; e documental, como a confirmação de pedido nº 6/00, de 05/01/2007, da Case de Café Corretora, e a planilha de fls. 19773 do processo 15983.720078/201247, elaborada pela recorrente, que demonstra o total controle que mantinha sobre seus fornecedores pessoas físicas, sobre os vendedores (empresas "laranjas" noteiras) e qual a origem do café fornecido. Fl. 1633DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 15987.000679/200902 Acórdão n.º 3403002.971 S3C4T3 Fl. 1.630 9 Armazéns Gerais; Continental Trading Ltda.; Caparão Com. de Cereais; Comercial de Café e Cereais Ilha Bela Ltda. A propósito, esta Turma Recursal já analisou a simulação perpetrada por JC Bins Cafeeira Colatina Ltda., MC da Silva Brasil Blend, Do Grão, L&L, Café Brasile, Giubert Café, Reicafé, WG de Azevedo, Ypiranga, entre outras pessoas jurídicas, por ocasião do recurso voluntário interposto nos autos do processo 10783.724858/201118. Na oportunidade, o Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz, no voto condutor do Acórdão nº 3403002.635, de 24 de novembro de 2013, entendeu restar escancarado que ao menos duas dessas pessoa jurídicas (JC Bins e MC da Silva) eram laranjas , cuja própria constituição seria simulada. Quanto às demais, embora não houvesse indício de vício de vontade na sua constituição, a simulação residiria apenas nos próprios contratos de compra e venda que celebravam. As empresas prestavamse ao serviço de troca de notas: recebiam a nota fiscal de produtor, e emitiam nota fiscal de venda à recorrente. O Conselheiro Marcos ainda sublinha que essas empresas... “...nada compravam, nada vendiam, não tinham estrutura pessoal, operacional e física nenhuma para operar no “comércio atacadista de café”; não tinham estoque, armazéns, funcionários. Nada.” Contra essas glosas o recorrente tergiversa. Insurgese contra retroação de declarações de inaptidão de empresas, que lista. A propósito, a ineficácia de documentos fiscais emitidos por pessoa jurídica inexistente de fato tem previsão na Portaria MF nº 187, de 26 de abril 19933 e no art. 824 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, diploma que instituiu também (art. 815) a Declaração de 3 Portaria MF nº 187, de 1993 Art. 3º Com base no procedimento administrativo a que se refere o art. 1º e mediante Ato Declaratório do Secretário da Receita Federal, publicado no Diário Oficial da União, será declarado ineficaz, para todos os efeitos tributários, o documento emitido em nome de pessoa jurídica que: I não exista de fato e de direito; ou II apesar de constituída formalmente, não possua existência de fato; ou III esteja desativada, extinta ou baixada no órgão competente. Parágrafo único. O Ato de que trata este artigo, quando referente a pessoa jurídica mencionada nos incisos II e III, deverá declarar a data a partir da qual são considerados tributariamente ineficazes os documentos por ela emitidos, bem como o cancelamento da correspondente inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda. Art. 4º Sempre que, no decorrer de ação fiscal, forem encontrados documentos emitidos em nome das pessoas jurídicas referidas no art. 3º, o contribuinte sob fiscalização deverá ser intimado para comprovar o efetivo pagamento e recebimento dos bens, direitos, mercadorias ou da prestação dos serviços, sob pena de: I ter glosados os custos e as despesas decorrentes do pagamento não comprovado; II ter glosado o crédito fiscal originário de documento inidôneo; e III ter lançado o crédito tributário relativo ao imposto de renda na fonte incidente sobre pagamento sem causa ou a beneficiário não identificado. 4 Lei nº 9.430, de 1996, art. 82. Além das demais hipóteses de inidoneidade de documentos previstos na legislação, não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes tenha sido considerada ou declarada inapta. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que o adquirente de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços comprovarem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços. 5 Lei nº 9.430, de 1996, art. 81. Poderá, ainda, ser declarada inapta, nos termos e condições definidos em ato do Ministro da Fazenda, a inscrição da pessoa jurídica que deixar de apresentar a declaração anual de imposto de Fl. 1634DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN 10 Inaptidão de Pessoa Jurídica. No período de apuração de interesse, 01/01/2006 a 31/03/2006, vigia a Instrução Normativa RFB nº 568, de 8 de setembro de 2005 (mais tarde revogada pela Instrução Normativa RFB nº 748, de 28 de junho de 2007 DOU de 2.7.2007), que, em sintonia com a Lei e a Portaria MF recém mencionadas, assim dispunha (negrito na transcrição): IN SRF 568, de 2007 Da Situação Cadastral Inapta Art. 34. Será declarada inapta a inscrição no CNPJ de entidade: I – omissa contumaz: a que, embora obrigada, tenha deixado de apresentar, por cinco ou mais exercícios consecutivos, DIPJ, Declaração de Inatividade ou Declaração Simplificada das Pessoas Jurídicas Simples, e, intimada, não tenha regularizado sua situação no prazo de sessenta dias, contado da data da publicação da intimação; II – omissa e não localizada: a que, embora obrigada, tenha deixado de apresentar as declarações referidas no inciso I, em um ou mais exercícios e, cumulativamente, não tenha sido localizada no endereço informado à RFB; III – inexistente de fato; IV – que não efetue a comprovação da origem, da disponibilidade e da efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior, na forma prevista em lei. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à pessoa jurídica domiciliada no exterior. Quanto à inexistência de fato de pessoa jurídica, a INRFB nº 568, de 2005, estabelece que: Da Pessoa Jurídica Inexistente de Fato Art. 41. Será considerada inexistente de fato a pessoa jurídica que: I – não disponha de patrimônio e capacidade operacional necessários à realização de seu objeto; II – não for localizada no endereço informado à RFB, bem assim não forem localizados os integrantes de seu QSA, o responsável perante o CNPJ e seu preposto; III – tenha cedido seu nome, inclusive mediante a disponibilização de documentos próprios, para a realização de operações de terceiros, com vistas ao acobertamento de seus reais beneficiários; IV – se encontre com as atividades paralisadas, salvo quando enquadrada nas situações a que se referem os incisos I, II e V do caput do art. 33. renda em um ou mais exercícios e não for localizada no endereço informado à Secretaria da Receita Federal, bem como daquela que não exista de fato. Fl. 1635DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 15987.000679/200902 Acórdão n.º 3403002.971 S3C4T3 Fl. 1.631 11 Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o procedimento administrativo de declaração de inaptidão será iniciado por representação formulada por AFRFB, consubstanciada com elementos que evidenciem qualquer das pendências ou situações referidas. Ainda, a INRFB nº 568, de 2005, estabelece que é presumidamente inidôneo, não produzindo efeitos tributários em favor de terceiros, o documento emitido por pessoa jurídica declarada inapta. O § 3º do seu art. 48 dispõe sobre os efeitos temporais da declaração de inidoneidade dos documentos: Art. 48. Será considerado inidôneo, não produzindo efeitos tributários em favor de terceiro interessado, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no CNPJ haja sido declarada inapta. § 1º Os valores constantes do documento de que trata o caput não poderão ser: I – deduzidos como custo ou despesa, na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); II – deduzidos na determinação da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF); III – utilizados como crédito do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e das Contribuições para o PIS/Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) não cumulativos; e IV – utilizados para justificar qualquer outra dedução, abatimento, redução, compensação ou exclusão relativa aos tributos administrados pela RFB. § 2º Considerase terceiro interessado, para os fins deste artigo, a pessoa física ou entidade beneficiária do documento. § 3º O disposto neste artigo aplicarseá em relação aos documentos emitidos: I – a partir da data da publicação do ADE a que se refere: a) o art. 37, no caso de pessoa jurídica omissa contumaz; b) o art. 39, no caso de pessoa jurídica omissa e não localizada. II – a partir da data desde a qual esteja caracterizada a situação prevista no inciso III do art. 41; III – na hipótese dos incisos I, II e IV do art. 41, desde a paralisação das atividades da pessoa jurídica ou desde a sua constituição, se ela jamais houver exercido atividade; e Fl. 1636DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN 12 V – na hipótese de pessoa jurídica com irregularidade em operações de comércio exterior, desde a data de ocorrência do fato. § 4º A inidoneidade de documentos em virtude de inscrição declarada inapta não exclui as demais formas de inidoneidade de documentos previstas na legislação, nem legitima os emitidos anteriormente às datas referidas no § 3º. § 5º O disposto no § 1º não se aplica aos casos em que o terceiro interessado, adquirente de bens, direitos e mercadorias, ou o tomador de serviços, comprovar o pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos ou mercadorias ou a utilização dos serviços. § 6º A entidade que não efetuar a comprovação de que trata o § 5º sujeitarseá ao pagamento do IRRF na forma do art. 61 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, calculado sobre o valor pago constante dos documentos. Portanto, quanto ao efeito temporal objetado pelo recorrente, frisese que, no caso de créditos por compras a fornecedores pessoas jurídicas inexistentes de fato, segundo a IN vigente, a inidoneidade dos documentos retroage à data da constituição das mesmas, não havendo falar portanto em vedação à retroação dos efeitos da inidoneidade. Sustenta, também, a recorrente que os fornecedores mantinham cadastro ativo no CNPJ, e cita em seu favor o entendimento do E. STJ consolidado no REsp n 1.148.444, segundo o qual “a boa fé do adquirente em relação às notas fiscais declaradas inidôneas após a celebração do negócio jurídico (que fora efetivamente realizado), uma vez caracterizada, legitima o aproveitamento dos créditos de ICMS”. A propósito desse argumento, retomo aqui as pertinentes observações do Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz, quando analisouo em caso que envolvia os mesmos fornecedores: “Há um abismo de diferença entre a situação destes autos e a do precedente jurisprudencial mencionado. O que disse o STJ é que o contribuinte não pode ser prejudicado pela eventual e desconhecida inidoneidade de terceiro com quem contrata de boafé. A leitura do julgado revela que o tribunal condiciona o aproveitamento do crédito à demonstração de que a compra venda efetivamente se realizou, justamente para alhear de seus comandos a hipótese de simulação. Aqui, as aquisições junto às empresas JC Bins e MC Silva não se amoldam à hipótese julgada já porque não se trata de negócio com terceiros, como se viu. E as demais aquisições tampouco, agora porque não houve entre as partes compra e venda efetiva. O REsp nº 1.148.444, enfim, consolida entendimento diametralmente contrário ao que favoreceria a recorrente. Importante salientar que a Fiscalização deferiu o crédito presumido, quando foi o caso, reconhecendo o negócio jurídico subjacente. Fl. 1637DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 15987.000679/200902 Acórdão n.º 3403002.971 S3C4T3 Fl. 1.632 13 A recorrente não logrou convencerme de que as glosas procedidas pelas DRF/Santos – uma sequer – foram improcedentes. Por essa razão, julgoas corretas, ratifico a decisão recorrida e nego provimento ao recurso quanto a essa matéria. Mérito – glosa dos créditos por aquisições de mercadorias não oneradas pela contribuição social não cumulativa No curso do procedimento fiscal, verificouse que, entre os fornecedores da Outspan, figuravam diversas sociedades cooperativas de produtores rurais. Intimadas a respeito da natureza de suas operações e dos procedimentos adotados na apuração das contribuições, especificamente com relação às operações que deram origem aos créditos pleiteados pelo recorrente, inclusive a esclarecer se exerceram cumulativamente as atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial6, apurouse que (fls. 19927 e seguintes do processo administrativo apensado nº 15983.720078/201247) algumas cooperativas revenderam produtos adquiridos de cooperados e valeramse da faculdade de excluir da base de cálculo os valores a eles repassados, ao amparo do inc. I do art. 15 da MP nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001. Outras informaram que venderam toda a sua produção com “suspensão do PIS e COFINS”. Nestes dois casos,não se admitiu o creditamento. Um terceiro grupo de cooperativas informou que pequena parte pequena de suas vendas provinha de mercadorias adquiridas a não cooperados, mas que, nada obstante, excluíam da base de cálculo os repasses efetuados a seus cooperados, caso em que a Fiscalização admitiu a tomada de crédito segundo um rateio de receitas, apurado a partir da análise do DACON respectivo, consolidação no demonstrativo “Análise das Cooperativas” com o percentual dos valores aproveitáveis de diversas cooperativas fornecedoras da Outspan (fls. 20015/20016 do processo administrativo apensado nº 15983.720078/201247). A base da contestação dirigida pela interessada contra a glosa dos créditos referente aos bens adquiridos de sociedades cooperativas diz respeito ao fato de que o mencionado art. 3º, §2º da Lei nº 10.637, de 2002, não se aplicaria ao café, já que este é um bem sujeito à incidência das contribuições. Assim, ainda que a legislação autorize a exclusão, pelas cooperativas, dos valores repassados aos associados, decorrente da comercialização, no mercado interno, de produtos por eles entregues à cooperativa, isto não impediria a apropriação de créditos pelos adquirentes já que a legislação não cogita de isenção ou imunidade das cooperativas. Diz ainda que a suspensão de PIS e Cofins praticada por algumas cooperativas não se aplicava às operações de venda de café por força do que diz o art. 9º, §1º, II, da Lei nº 10.925, de 2004. Aduz que as notas fiscais de cooperativas nas quais houve suspensão de PIS e Cofins tratavase de operações nas quais as sociedades cooperativas procederam à redução do grão de acordo com os tipos da classificação oficial, não sendo aplicável, assim, a possibilidade de suspensão de PIS e Cofins prevista no caput do art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, e consequentemente, incabível a glosa do crédito sobre as correspondentes aquisições. A afirmação recursal de que o café é um bem sujeito à incidência do PIS é uma impropriedade. As contribuições sociais não incidem sobre o valor dos bens, mas sobre o faturamento, entendido como tal o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica. A contrario 6 As respostas estão às fls. 19.539 e seguintes do processo administrativo nº 15983.720078/201247. Os dados referentes a cada uma das cooperativas que forneceram grãos à interessada estão consolidados na tabela de fls. 20015 e 20016. Fl. 1638DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN 14 sensu, não incidem sobre receita não auferida. É o caso do produto das vendas de café adquirido aos cooperados, que é a eles repassado e, consequentemente, excluído da base de cálculo da contribuição apurada pela cooperativa. Ora, nessas condições, o preço de venda do café não foi onerado pela exação, razão pela qual não enseja direito a crédito da contribuição. Tomar crédito sem ter pagado a contribuição, em franco enriquecimento ilícito, as evidências do processo demonstram, muito agradaria ao recorrente, mas é repudiado por todo o ordenamento jurídico pátrio. Quanto à alegação de erro na emissão de notas fiscais com suspensão por cooperativas que de alguma forma beneficiaram o grão, a insurgência recursal, mais uma vez, é inespecífica e omitiuse em denunciar em quais casos o trabalho fiscal mereceria reparos. Compulsandose a planilha de fls. fls. 20015 e 20016 do processo 15983.720078/201247, anexo ao presente, constato que o Fiscalização foi minuciosa, detalhando, cooperativa por cooperativa, fornecedoras da recorrente, quais executavam o beneficiamento excepcionado no art. 9º, §1º, II, da Lei nº 10.925, de 2004, e, simultaneamente, excluíam de sua base de cálculo, o valor das receitas repassados aos cooperados, caso em que o creditamento não foi admitido, muito embora não fosse caso de suspensão. Omitindose a recorrente em infirmar especificamente esse levantamento, que considerou a condição de cada cooperativa fornecedora individualmente para decidir sobre a admissibilidade da tomada de crédito, tenho o com correto. Mérito – atualização monetária ao valor do ressarcimento Por fim, o aproveitamento de créditos não enseja atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores, a teor do art. 13 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, aplicável ao caso pela norma de remissão do art. 15 da mesma Lei. Conclusão Em face do exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala de sessões, em 27 de maio de 2014 Fl. 1639DF CARF MF Impresso em 11/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 02/06/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por ALEXANDRE KERN
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Numero do processo: 16572.000064/2008-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 15 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Aug 05 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2101-000.148
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, suscitada a preliminar de sobrestamento do julgamento do recurso, em virtude do RE 614406, com decisão de repercussão geral em 20/10/2010 (DJU 03/03/2011), sobrestar o processo até que transite em julgado o acórdão do Recurso Extraordinário.
(assinado digitalmente)
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
Presidente
(assinado digitalmente)
ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Celia Maria de Souza Murphy, Francisco Marconi de Oliveira, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, suscitada a preliminar de sobrestamento do julgamento do recurso, em virtude do RE 614406, com decisão de repercussão geral em 20/10/2010 (DJU 03/03/2011), sobrestar o processo até que transite em julgado o acórdão do Recurso Extraordinário. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Celia Maria de Souza Murphy, Francisco Marconi de Oliveira, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage.
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RESOLVEM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, suscitada a preliminar de sobrestamento do julgamento do recurso, em virtude do RE 614406, com decisão de repercussão geral em 20/10/2010 (DJU 03/03/2011), sobrestar o processo até que transite em julgado o acórdão do Recurso Extraordinário. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Celia Maria de Souza Murphy, Francisco Marconi de Oliveira, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 65 72 .0 00 06 4/ 20 08 -2 1 Fl. 181DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2013 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/10/ 2013 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 182 ___________ Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 82/91 – numeração digital) interposto em 06 de maio de 2011 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) (fls. 62/75), do qual o Recorrente teve ciência, via edital (afixado em 29 de março de 2011), em 05 de abril de 2011 (fl. 69), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de fl. 31/34, lavrado em 17 de março de 2008, em decorrência de omissão de rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente em virtude de processo judicial trabalhista, auferidos pelo titular no anocalendário de 2004. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005 NULIDADE. PRESSUPOSTOS. INOCORRÊNCIA. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. CONTRADITÓRIO. INTIMAÇÃO PRÉVIA. AUSÊNCIA DE NECESSIDADE. O contraditório no âmbito do processo administrativo fiscal é estabelecido a partir da impugnação ao lançamento, não havendo a necessidade de o contribuinte ser previamente intimado para se manifestar sobre o crédito tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE DE NORMAS VIGENTES. JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, portanto, em âmbito administrativo, não é efetuada a análise de ofensa a princípios constitucionais e nem da validade sócio econômica das exigências legais. JURISPRUDÊNCIA. EFEITOS. As decisões administrativas e as judiciais, não proferidas pelo STF sobre a inconstitucionalidade das normas legais, não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. JULGAMENTO EXTRA PETITA. VEDAÇÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. CONCEITO. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO DA PROVA. Incabível o julgamento extra petita porque, segundo a legislação que rege os processos administrativos fiscais, cumpre ao contribuinte instruir a peça impugnatória com todos os documentos em que se fundamentar e que comprovem as alegações de defesa, considerandose como nãoimpugnada a parte do lançamento não expressamente contestada. Fl. 182DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2013 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/10/ 2013 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 16572.000064/200821 Resolução nº 2101000.148 S2C1T1 Fl. 183 3 FALTA DE CONDIÇÕES FINANCEIRAS. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA DAS DRJS. Incabível o pedido de remissão porque, além de as Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento não possuírem competência regimental para a sua apreciação, a extinção do crédito tributário, ainda que parcial, está condicionada à existência de previsão legal. LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. PRAZO. INOCORRÊNCIA. Incabível a alegação de decadência, quando o lançamento foi cientificado ao contribuinte antes de cinco anos do fato gerador. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. DEMANDA JUDICIAL. TRIBUTAÇÃO. Os rendimentos recebidos por meio de demanda judicial e não abrangidos pelas hipóteses legais de isenção de IR estão sujeitos à incidência do imposto de renda quando do seu recebimento e devem ser declarados como tributáveis na declaração de ajuste anual, caso não provado o seu enquadramento em rendimentos de tributação exclusiva, sendo cabível a compensação do IRRF por ocasião do pagamento. MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL. PREVISÃO LEGAL. APLICAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. Segundo expressa previsão legal, com força vinculante sobre a autoridade lançadora, a multa de ofício de 75% deve ser aplicada quando verificada a falta de recolhimento de imposto de renda, em razão do descumprimento da legislação tributária. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Não se conformando, o Recorrente interpôs o recurso voluntário de fls. 82/91, pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o auto de infração. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Antes de adentrar no mérito, propriamente dito, das alegações veiculadas na peça recursal, observo que o presente recurso versa a respeito de rendimentos recebidos acumuladamente pelo contribuinte. Referida questão foi levada à apreciação, em caráter difuso, do Supremo Tribunal Federal, o qual reconheceu a repercussão geral do tema, nos seguintes termos: Fl. 183DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2013 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/10/ 2013 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 16572.000064/200821 Resolução nº 2101000.148 S2C1T1 Fl. 184 4 “TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMPOSTO DE RENDA SOBRE VALORES RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. ART. 12 DA LEI 7.713/88. ANTERIOR NEGATIVA DE REPERCUSSÃO. MODIFICAÇÃO DA POSIÇÃO EM FACE DA SUPERVENIENTE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI FEDERAL POR TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. 1. A questão relativa ao modo de cálculo do imposto de renda sobre pagamentos acumulados – se por regime de caixa ou de competência – vinha sendo considerada por esta Corte como matéria infraconstitucional, tendo sido negada a sua repercussão geral. 2. A interposição do recurso extraordinário com fundamento no art. 102, III, b, da Constituição Federal, em razão do reconhecimento da inconstitucionalidade parcial do art. 12 da Lei 7.713/88 por Tribunal Regional Federal, constitui circunstância nova suficiente para justificar, agora, seu caráter constitucional e o reconhecimento da repercussão geral da matéria. 3. Reconhecida a relevância jurídica da questão, tendo em conta os princípios constitucionais tributários da isonomia e da uniformidade geográfica. 4. Questão de ordem acolhida para: a) tornar sem efeito a decisão monocrática da relatora que negava seguimento ao recurso extraordinário com suporte no entendimento anterior desta Corte; b) reconhecer a repercussão geral da questão constitucional; e c) determinar o sobrestamento, na origem, dos recursos extraordinários sobre a matéria, bem como dos respectivos agravos de instrumento, nos termos do art. 543B, § 1º, do CPC.” (STF, RE 614.406 AgRQORG, Relatora Min. Ellen Gracie, julgado em 20/10/2010, DJe043, DIVULG 03/03/2011) Vale frisar, nesse sentido, que foi alterado (Portaria MF n.º 586/2010) o Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), editado pela Portaria MF n.º 256/09, determinandose, explicitamente, o sobrestamento ex officio dos recursos nas hipóteses em que reconhecida a repercussão geral do tema pelo Supremo Tribunal Federal. A este respeito, confirase o teor do art. 62A, §§1º e 2º, do Regimento Interno do CARF, in verbis: “Artigo 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes.” Eis os motivos pelos quais voto no sentido de determinar o sobrestamento do julgamento do presente recurso, até o trânsito em julgado da decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, a ser proferida nos autos do RE n.º 614.406, nos termos do disposto pelos artigos 62A, §§1º e 2º, do RICARF. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 184DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2013 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 17/10/ 2013 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 24/10/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 13971.720778/2009-40
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006
DIREITO DE CRÉDITO. PROVA INSUFICIENTE.
Em se tratando de controvérsia originada de pedido de ressarcimento de saldos credores, compete ao contribuinte o ônus da prova quanto à existência e à dimensão do direito alegado.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3403-003.073
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Relator
Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Ausente momentaneamente o Conselheiro Ivan Allegretti.
Nome do relator: ALEXANDRE KERN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 DIREITO DE CRÉDITO. PROVA INSUFICIENTE. Em se tratando de controvérsia originada de pedido de ressarcimento de saldos credores, compete ao contribuinte o ônus da prova quanto à existência e à dimensão do direito alegado. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Kern - Relator Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Ausente momentaneamente o Conselheiro Ivan Allegretti.
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PROVA INSUFICIENTE. Em se tratando de controvérsia originada de pedido de ressarcimento de saldos credores, compete ao contribuinte o ônus da prova quanto à existência e à dimensão do direito alegado. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Kern Relator Participaram do julgamento os conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Ausente momentaneamente o Conselheiro Ivan Allegretti. Relatório ROHDEN ARTEFATOS DE MADEIRA LTDA. transmitiu, em 15/08/2006, o Pedido Eletrônico de Ressarcimento PER nº 01594.61319.150806.1.1.099296, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 07 78 /2 00 9- 40 Fl. 325DF CARF MF Impresso em 01/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN 2 de créditos da apuração nãocumulativa da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins exportação no valor de R$ 113.846,37, referente ao primeiro trimestre de 2006. O Relatório de Auditoria Fiscal de fls. 238 a 270, inicialmente, explicita os critérios adotados ante as discrepâncias verificadas entre os montantes das operações de aquisição de bens e serviços, apurados por CFOP, registrados no LRE e os consignados na memória de cálculo (referentes aos valores informados nas respectivas linhas do Dacon): (i) em sendo o valor apurado no LRE idêntico ao da memória de cálculo, adotou tal valor como base sobre a qual efetuou as glosas pelas notas fiscais desconsideradas na análise, resultando em valor ajustado pela diferença (ii) quando o valor apurado no LRE foi inferior ao da memória de cálculo, a diferença foi glosada por falta de comprovação e o valor do LRE foi adotado como base paras as glosas, e (iii) quando o valor apurado no LRE foi superior ao da memória de cálculo, sobre ele foram efetuadas as glosas dos valores das notas fiscais desconsideradas: se o valor resultante foi superior ao informado na memória, validouse o valor da própria memória para fins de determinação do máximo admissível, em relação ao CFOP em análise se o valor resultante foi inferior ao informado na memória, considerouse este como sendo o valor ajustado (e o máximo admissível). Para os montantes das operações registradas, apurados por CFOP das entradas, apuraramse os valores ajustados ou valores da memória validados na análise (máximo admissível por CFOP), cujo somatório foi adotado como o máximo admissível em relação à respectiva linha do Dacon, cujo valor do crédito compõem. A partir dessa sistemática, apurouse glosa no valor total de R$ 2.971,44 em razão das seguintes irregularidades: 1Bens utilizados como insumos: glosa correspondente à diferença entre o LRE e a Memória de Cálculo, correspondente a R$ 263,00; glosas relativas a aquisições de pessoas físicas, com a inclusão da NF 063594, no valor de R$ 2.697,00; glosas relativas a aquisições não reconhecidas como insumos, para fins de crédito da não cumulatividade, tais como partes e peças de veículos, materiais de construção, óleo de compressor, tampa de compressor utilizado em refrigeração; glosas relativas a aquisições de pinus em toros a pessoas físicas; glosas correspondentes as mercadorias recebidas em consignação, constatadas através do CFOP 1917 e 2917, que registra mercadorias recebidas em consignação mercantil ou industrial. 2Serviços utilizados co o insumos, relativo extração de madeira; 3Despesas de energia elétrica: glosas relativas a valores não relacionados ao consumo, tais como despesas relacionadas à doação, Cosip, devolução de juros; 4Despesas de armazenagem e frete na operação de venda: glosas relativas a serviços de fumigação, remoção de contêineres, desunitização, unitização, uso de pátio e posicionamento. A DRFBlumenauSC, por meio do Despacho Decisório de fls. 274, deferiu o pleito parcialmente, em R$ 55.630,35. Fl. 326DF CARF MF Impresso em 01/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 13971.720778/200940 Acórdão n.º 3403003.073 S3C4T3 Fl. 326 3 Em Manifestação de Inconformidade (fls. 284 a 288), o interessado contestou o critério adotado pela Fiscalização para fixar os percentuais de receita relacionados com o mercado interno e externo, argumentando que se fez uma interpretação equivocada do Dacon, o que teria comprometido a correta fixação das receitas relacionadas aos mercados interno e externo, pois teria incluído, para fins de cálculo da proporção, receitas não tributadas no mercado interno, tais como receita tributada à alíquota zero e receita de vendas de bens do ativo permanente. Alega também que a autoridade fazendária considerou o valor das receitas auferidas informadas na coluna "receita", mas que deveria ter considerado os valores da coluna "base de calculo"; que, assim procedendo acabou por considerar em duplicidade os valores de receita, pois que, nas linhas 01 e 02 do Dacon já estão incluídos os valores relativos às linhas 04 a 11, o que acaba por elevar excessiva e erroneamente os percentuais do mercado interno. Sob o item "Das mercadorias recebidas em consignação" alega que a consignação converteuse em compra, conforme nota fiscal que junta aos autos, restando claro que a recorrente efetivou a aquisição das mercadorias consignadas. A 4ª Turma da DRJ/FNS julgou a Manifestação de Inconformidade procedente em parte, apenas para acatar os percentuais do mercado externo e interno propostos pelo contribuinte. O Acórdão nº 07025.521, de 5 de agosto de 2011, fls. 303 a 310, teve ementa vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2006 MÉTODO DE RATEIO PROPORCIONAL PARA ATRIBUIÇÃO DE CRÉDITOS, NO REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. No cálculo do rateio proporcional para atribuição de créditos previsto no âmbito das contribuições nãocumulativas para o PIS/Pasep/Cofins, na "receita bruta total" devem ser incluídas todas as receitas da pessoa jurídica que estejam associadas ao montante de custos, despesas e encargos comuns, e não aquelas que, por sua natureza, não se caracterizem como tal, como é o caso das receitas financeiras e das receitas de vendas do ativo permanente. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006 PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é anus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 327DF CARF MF Impresso em 01/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN 4 Cuidase agora de recurso voluntário contra a decisão da 4ª Turma da DRJ/FNS. O arrazoado de fls. 317 a 322, após síntese dos fatos relacionados com a lide, recorre da manutenção da glosa dos créditos tomados sobre o valor das mercadorias recebidas em consignação – CFOP 1917 e 2917, alegando ter comprovado, por intermédio de nota fiscal, que a compra das mercadorias em comento efetivamente ocorreu, motivo pelo qual entende que não há razão para que seu crédito seja glosado, uma vez que a compra é o fato necessário para caracterizar o direito ao crédito. Entretanto, se houve um equívoco na forma de utilização dos valores, essa consignação converteuse em compra, conforme comprovado pela nota fiscal de aquisição de mercadorias. Aduz que os documentos que instruem o presente processo administrativo demonstram claramente que a recorrente não fez créditos das referidas aquisições por duas vezes. Como mencionado anteriormente, as remessas em consignação converteramse posteriormente em venda, operação esta que foi devidamente registrada uma única vez. Entende que a Fiscalização tem o dever de diligenciar a busca da verdade real. Pede provimento. O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração digitalmente estabelecida. É o Relatório. Voto Conselheiro Alexandre Kern, Relator Presentes os pressupostos recursais, a petição de fls. 317 a 322 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJFNS4ª Turma nº 07025.521, de 5 de agosto de 2011. Conforme relatado, controvertese a manutenção da glosa dos créditos tomados sobre o valor das mercadorias recebidas em consignação (CFOP 1917 e 2917). A alegação recursal é de que a consignação converteuse em compra, conforme nota fiscal que junta aos autos. Com efeito, enquanto manifestante, o contribuinte aportou aos autos cópia das notas de saída de venda (CFOP 5111 vendas efetivas de produtos industrializados no estabelecimento remetidos anteriormente a titulo de consignação industrial ou 6112 vendas efetivas de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros, que não tenham sido objeto de qualquer processo industrial no estabelecimento, remetidas anteriormente a titulo de consignação industrial). Nada obstante, a decisão recorrida manteve a glosa sob a consideração de que o interessado não fez prova de que não tomou crédito o mesmo crédito novamente, por ocasião da compra das mercadorias antes recebidas em consignação. O caveat erigido pela decisão recorrida, a meu ver, é procedente. Levando em conta a sistemática adotada na auditoria fiscal de apuração do montante dos créditos por CFOP, com a emissão por National Starch & Chemical Industrial Fl. 328DF CARF MF Impresso em 01/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 13971.720778/200940 Acórdão n.º 3403003.073 S3C4T3 Fl. 327 5 Ltda de nota fiscal nº 57.185 com CFOP 5.111 cópia às fls. 301 – para documentar a aquisição das mercadorias antes recebidas em consignação, o valor das mesmas passou a ser considerado na base de cálculo dos créditos. Assim, à toda prova, o mesmo valor serviu para a tomada de crédito por duas vezes. Se, excepcionalmente, o contribuinte retirou as referidas notas da base de cálculo, como alega ter feito, tocaria proválo, pois alegar e não comprovar o alegado equivale a nada alegar allegare nihil et allegatum non probare paria sunt. Cabe ao contribuinte, até o momento processual da Manifestação de Inconformidade, provar o teor das alegações que contrapõe aos argumentos postos pela Autoridade Fiscal para não acatar, ou acatar apenas parcialmente o pleito repetitório. Decerto, não basta ao contribuinte apenas alegar sem provar não basta, simplesmente vir aos autos discordado do entendimento do fiscal, afirmando que entende possuir o direito ao crédito o contribuinte deve ser capaz de comprovar cabalmente o direito ao crédito que pleiteia, demonstrando sua conformidade com os dispositivos legais de regência. Este é o princípio fundamental do sistema de distribuição do onus probandi adotado no processo administrativo federal, plasmado no art. 36 da Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC): Art. 333. O ônus da prova incumbe: [...] II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Em sede de prova, nada alegar e alegar, mas não provar o alegado se equivalem Nesse sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: Allegare nihil et allegatum non probare paria sunt — nada alegar e não provar o alegado, são coisas iguais.(HABEAS CORPUS Nº 1.1710 — RJ, R. Sup. Trib. Just., Brasília, a. 4, (39): 211276, novembro 1992, p. 217) Alegar e não provar significa, juridicamente, não dizer nada.(INTERVENÇÃO FEDERAL Nº 83 — PR, R. Sup. Trib. Just., Brasília, a. 7, (66): 93116, fevereiro 1995. 99) RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA – APOSENTADORIA – NEGATIVA DE REGISTRO – TRIBUNAL DE CONTAS – ATOS ADMINISTRATIVOS NÃO COMPROVADOS – ART. 333, INCISO II, DO CPC – PAGAMENTO DOS PROVENTOS DE NOVEMBRO/96 E DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO DAQUELE MESMO ANO – IMPOSSIBILIDADE – SÚMULAS 269 E 271 DA SUPREMA Fl. 329DF CARF MF Impresso em 01/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN 6 CORTE – 1. O ônus da prova incumbe ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (art. 333, II, do Código de Processo Civil). Incumbe às Secretarias de Educação e da Fazenda a demonstração de que a professora havia sido notificada da suspensão de sua aposentadoria. 2. Não cabe em mandado de segurança para cobrança de proventos não recebidos, a teor das súmulas 269 e 271 da Suprema Corte. 3. Recurso parcialmente provido. (STJ – ROMS 9685 – RS – 6ª T. – Rel. Min. Fernando Gonçalves – DJU 20.08.2001 – p. 00538) JCPC.333 JCPC.333.II TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL – IMPOSTO DE RENDA – VERBAS INDENIZATÓRIAS – FÉRIAS E LICENÇAPRÊMIO – NÃO INCIDÊNCIA – COMPENSAÇÃO – AJUSTE ANUAL – ÔNUS DA PROVA – O ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito e ao réu quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Cabe ao contribuinte comprovar a ocorrência de retenção na fonte do imposto de renda incidente sobre verbas indenizatórias e à Fazenda Nacional incumbe a prova de eventual compensação do imposto de renda retido na fonte no ajuste anual da declaração de rendimentos. Recurso provido. (STJ – REsp 229118 – DF – 1ª T. – Rel. Min. Garcia Vieira – DJU 07.02.2000 – p. 132) PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO – EXECUÇÃO FISCAL – EMBARGOS DO DEVEDOR – NOTIFICAÇÃO DO LANÇAMENTO – IMPRESCINDIBILIDADE – ÔNUS DA PROVA – 1. Imprescindível a notificação regular ao contribuinte do imposto devido. 2. Incumbe ao embargado, réu no processo incidente de embargos à execução, a prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor (CPC, art. 333, II). 3. Recurso especial conhecido e provido. (STJ – REsp 237.009 – (1999/00996607) – SP – 2ª T. – Rel. Min. Francisco Peçanha Martins – DJU 27.05.2002 – p. 147) TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL – IRPF – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – VERBAS INDENIZATÓRIAS – RETENÇÃO NA FONTE – ÔNUS DA PROVA – VIOLAÇÃO DE LEI FEDERAL CONFIGURADA – DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADA – SÚMULA 13/STJ PRECEDENTES – Cabe ao autor provar que houve a retenção do imposto de renda na fonte, por isso que é fato constitutivo do seu direito; ao réu competia a prova de eventual compensação na declaração anual de rendimentos dos recorrentes, do imposto de renda retido na fonte, fato extintivo, impeditivo ou modificativo do direito do autor – Incidência da Súmula 13 STJ – Recurso especial conhecido pela letra a e provido. (STJ – RESP 232729 – DF – 2ª T. – Rel. Min. Francisco Peçanha Martins – DJU 18.02.2002 – p. 00294) Aliás, este Colegiado já se pronunciou diversas vezes no sentido de que toca ao interessado a produção das provas do direito creditório alegado. Confirase: “DILIGÊNCIAS. PERÍCIAS. DEFICIÊNCIA PROBATÓRIA.As diligências e perícias não se prestam a suprir deficiência probatória, seja em favor do fisco ou da recorrente.” (Acórdãos Fl. 330DF CARF MF Impresso em 01/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN Processo nº 13971.720778/200940 Acórdão n.º 3403003.073 S3C4T3 Fl. 328 7 nº 3403002.469 a 477, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânimes em relação à matéria, sessão de 24.set.2013) “ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DILIGÊNCIAS. A realização de diligências destinase a resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação jurídica. (Acórdãos nº 3403002.106 a 111, Rel. Cons. Alexandre Kern, unânime, sessão de 23.abr.2013) Conclusão Com essas considerações, voto por negar provimento ao recurso. Sala de sessões, em 22 de julho de 2014 Fl. 331DF CARF MF Impresso em 01/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 29/07/2014 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 28/07/2014 por ALEXANDRE KERN
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Numero do processo: 16024.000039/2009-35
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jul 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2006
Ementa:
OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS NÃO COMPROVADOS. INOCORRÊNCIA.
Revelam-se improcedentes os lançamentos tributários fundados em omissão de receitas caracterizada por depósitos de origem não comprovada, na situação em que, por meio de diligência fiscal, restam devidamente explicados os fatos motivadores dos referidos créditos bancários.
Numero da decisão: 1301-001.398
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
documento assinado digitalmente
Valmar Fonseca de Menezes
Presidente
documento assinado digitalmente
Wilson Fernandes Guimarães
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Valmar Fonseca de Menezes, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: WILSON FERNANDES GUIMARAES
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DEPÓSITOS BANCÁRIOS NÃO COMPROVADOS. INOCORRÊNCIA. Revelamse improcedentes os lançamentos tributários fundados em omissão de receitas caracterizada por depósitos de origem não comprovada, na situação em que, por meio de diligência fiscal, restam devidamente explicados os fatos motivadores dos referidos créditos bancários. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. “documento assinado digitalmente” Valmar Fonseca de Menezes Presidente “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Valmar Fonseca de Menezes, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Júnior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 02 4. 00 00 39 /2 00 9- 35 Fl. 2506DF CARF MF Impresso em 18/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 15/0 4/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 16024.000039/200935 Acórdão n.º 1301001.398 S1C3T1 Fl. 2.483 2 Relatório PRODUTORA DE CHARQUE ROSARIAL LTDA (ATUAL ROSARIAL ALIMENTOS S/A), já devidamente qualificada nestes autos, inconformada com a decisão da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto, São Paulo, que manteve, na íntegra, os lançamentos tributários efetivados, interpõe recurso a este colegiado administrativo objetivando a reforma da decisão em referência. Trata o processo de exigências de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Reflexos (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS) e multa isolada1, relativas ao anocalendário de 2005, formalizadas a partir da imputação de omissão de receitas, caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, e insuficiência de recolhimento de antecipações obrigatórias (estimativas). Inconformada, a contribuinte apresentou impugnação2 ao feito fiscal (fls. 794), por meio da qual ofereceu, em síntese, os seguintes argumentos: que os extratos bancários demonstrariam que as movimentações financeiras poderiam ser facilmente detectadas no Livro Razão e no Livro Diário, esclarecendo a origem dos créditos alegados como receita omitida; que tais créditos seriam decorrência de empréstimos bancários a título de conta garantida e até mesmo empréstimos financeiros firmados com as citadas entidades financeiras, e que as operações bancárias de desconto de títulos, liquidação de empréstimos e liquidação de cobrança poderiam ser facilmente vistas no movimento dos citados livros. A 3a Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto, analisando os feitos fiscais e a peça de defesa, decidiu, por meio do Acórdão nº. 14 30.869, de 16 de setembro de 2010, pela procedência dos lançamentos. O referido julgado restou assim ementado: DEPÓSITO BANCÁRIO. OMISSÃO DE RECEITA. Evidencia omissão de receita a existência de valores creditados em conta de depósito mantida em instituição financeira, em relação aos quais a contribuinte, regularmente intimada, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. 1 Na decisão de primeira instância consta informação de que a MULTA ISOLADA foi exigida por meio do processo administrativo nº 16024.000040/200960, anexado ao presente em virtude de determinação judicial. 2 Esclarece a autoridade julgadora de primeiro grau que a impugnação foi dirigida especificamente para o processo nº 16024.000040/200960, que tratou do lançamento da multa isolada, mas, sentença proferida em mandado de segurança determinou a reunião dos processos, estabelecendo que a referida impugnação produzisse efeito em relação a todos os autos de infração lavrados. Fl. 2507DF CARF MF Impresso em 18/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 15/0 4/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 16024.000039/200935 Acórdão n.º 1301001.398 S1C3T1 Fl. 2.484 3 A presunção legal tem o condão de inverter o ônus da prova, transferindoo para o contribuinte, que pode refutála mediante oferta de provas hábeis e idôneas. Irresignada, a contribuinte apresentou o recurso de folhas 865/866, por meio do qual sustentou: que as movimentações bancárias podem ser esclarecidas se confrontadas com os Livros Razão, Diário e Registro de Saídas, onde constam os registros dos fatos geradores da receita; que, como a empresa realiza inúmeras operações financeiras com diversos estabelecimentos bancários, grande parte da movimentação são transferências de conta; que, ao analisar os extratos, até mesmo valores creditados e estornados pelo próprio banco foram postos como receita omitida; que solicitou documentação junto às instituições financeiras; que os créditos bancários são decorrência de empréstimos a título de conta garantida e até mesmo empréstimos firmados com entidades financeiras, que deve ser promovida uma nova apreciação dos contratos, extratos, Livros Diário, Razão e de Registros Fiscais, bem como das próprias notas fiscais de saída e de todo documento que se fizer necessário. Em sessão realizada em 15 de março de 2012, a Segunda Turma Ordinária desta Terceira Câmara, por meio da Resolução nº 1302000.152, resolveu converter o julgamento em diligência, nos termos do voto relator, abaixo reproduzido. Trata a lide de exigências de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, Reflexos e multa isolada, relativas ao anocalendário de 2005, formalizadas a partir da imputação de omissão de receitas, caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, e insuficiência de recolhimento de antecipações obrigatórias (estimativas). Tais exigências foram integralmente mantidas pela autoridade julgadora de primeira instância. Por ocasião dos debates que antecederam o julgamento, representante da autuada esclareceu que protocolizou junto à secretaria desta Terceira Câmara documentos que, apesar de não representarem provas distintas das que já haviam sido aportadas ao processo, possibilitarão uma maior compreensão dos seus argumentos de defesa. Assim, em homenagem ao princípio da verdade material, conduzo meu voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que a documentação acima referenciada seja carreada aos autos para fins de análise. Em 06 de novembro de 2012, esta Primeira Turma, sumariando a natureza da petição protocolada pela contribuinte em 28 de fevereiro de 2012 e concluindo sobre a existência de indícios de que a matéria tributável não estava quantificada corretamente, decidiu, por meio da Resolução nº 1301000.095, converter mais uma vez o julgamento em diligência para que a documentação anexada à petição em referência fosse objeto de análise. Fl. 2508DF CARF MF Impresso em 18/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 15/0 4/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 16024.000039/200935 Acórdão n.º 1301001.398 S1C3T1 Fl. 2.485 4 Em atendimento, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sorocaba, São Paulo, produziu INFORMAÇÃO FISCAL, por meio da qual descreve as averiguações efetuadas na documentação apresentada pela Recorrente. Cientificada do resultado da diligência, a contribuinte, em correspondência endereçada ao Delegado da Receita Federal, afirmou que o pronunciamento era coerente e comprovava os fatos por ela alegados em sede de recurso. É o Relatório. Fl. 2509DF CARF MF Impresso em 18/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 15/0 4/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 16024.000039/200935 Acórdão n.º 1301001.398 S1C3T1 Fl. 2.486 5 Voto Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães, Relator Atendidos os requisitos de admissibilidade, conheço do apelo. Trata a lide de exigências de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, reflexos e multa isolada, relativas ao anocalendário de 2005, formalizadas a partir da imputação de omissão de receitas, caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, e insuficiência de recolhimento de antecipações obrigatórias (estimativas). Tais exigências foram integralmente mantidas pela autoridade julgadora de primeira instância. Na mesma linha da argumentação expendida na peça impugnatória, a contribuinte sustentou em sede de recurso que as movimentações bancárias poderiam ser esclarecidas se confrontadas com os Livros Razão, Diário e Registro de Saídas, onde constam os registros dos fatos geradores da receita. Disse que, como realiza inúmeras operações financeiras com diversos estabelecimentos bancários, grande parte da movimentação são transferências de conta. Argumentou que, ao analisar os extratos, até mesmo valores creditados e estornados pelo próprio banco foram postos como receita omitida. Informou que solicitou documentação junto às instituições financeiras e que os créditos bancários são decorrência de empréstimos a título de conta garantida e até mesmo empréstimos firmados com entidades financeiras. Aditou que deveria ser promovida uma nova apreciação dos contratos, extratos, Livros Diário, Razão e de Registros Fiscais, bem como das próprias notas fiscais de saída e de todo documento que se fizesse necessário. Acolhendo petição apresentada por ocasião do julgamento em segunda instância, a 2ª Turma Ordinária desta 3ª Câmara decidiu converter o referido julgamento em diligência para que fosse juntada ao processo documentação que, segundo a contribuinte, comprovavam que os créditos bancários em que se presumiu que são representativos de receitas omitidas dizem respeito a fatos outros. Em petição protocolada neste Colegiado em 28 de fevereiro de 2012, a contribuinte sustentou que a movimentação financeira tida como não justificada pela autoridade fiscal decorre de operações de transferências bancárias entre contas de mesma titularidade; pagamentos de cheques devolvidos; resgate de títulos próprios; redução de saldo devedor de CPMF; e depósitos bancários realizados indevidamente, posteriormente estornados pela instituição financeira. A matéria tributária apurada nos presentes autos encontrase descrita às fls. 469, na planilha denominada DIFERENÇA ENTRE DEPÓSITOS BANCÁRIOS NÃO COMPROVADOS E RECEITA ESCRITURADA, tendo alcançado o montante de R$ 92.667.213,56. Diante da diligência requisitada por esta Primeira Turma para que fosse analisada a documentação aportada ao processo pela Recorrente, a Delegacia da Receita Fl. 2510DF CARF MF Impresso em 18/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 15/0 4/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES Processo nº 16024.000039/200935 Acórdão n.º 1301001.398 S1C3T1 Fl. 2.487 6 Federal em Sorocaba apresentou INFORMAÇÃO FISCAL, em que, esclarecendo que promoveu a verificação adotando o critério de amostragem, concluiu: i) que procede a alegação da contribuinte de que o valor de R$ 64.179.803,46 efetivamente referese a transferências bancárias entre contas de sua titularidade; ii) que procede a alegação da contribuinte de que o valor de R$ 3.921.462,64 efetivamente referese a cheques devolvidos; iii) que procede a alegação da contribuinte de que o valor de R$ 21.526.500,82 efetivamente é decorrente de resgates de títulos de sua própria emissão; iv) que procede a alegação da contribuinte de que o valor de R$ 4.442.938,33 efetivamente é decorrente de estorno de CPMF; v) que procede a alegação da contribuinte de que o valor de R$ 333.053,32 efetivamente referese a depósitos estornados; e vi) que, considerados os exames realizados, restam confirmadas as alegações da Recorrente, inexistindo, assim, diferença entre depósitos bancários e receitas escrituradas passível de tributação. Assim, diante das conclusões trazidas pela autoridade fiscal responsável pelo procedimento de diligência, conduzo meu voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso. Sala das Sessões, em 12 de fevereiro de 2014 “documento assinado digitalmente” Wilson Fernandes Guimarães Fl. 2511DF CARF MF Impresso em 18/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 15/0 4/2014 por WILSON FERNANDES GUIMARAES, Assinado digitalmente em 09/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MEN EZES
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