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Numero do processo: 10073.001487/2003-07
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 24 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue May 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Exercício: 2003
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. CONTRATO SOCIAL.
0 fato de constar no contrato social da empresa atividade vedada ao Simples, por si só, não autoriza sua exclusão, mormente quando ha prova nos autos do exercício de atividades permitidas.
Recurso Especial da Fazenda Nacional negado.
Numero da decisão: 9101-000.990
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Antonio Carlos Guidoni Filho
1.0 = *:*
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ementa_s : Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Exercício: 2003 Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. CONTRATO SOCIAL. 0 fato de constar no contrato social da empresa atividade vedada ao Simples, por si só, não autoriza sua exclusão, mormente quando ha prova nos autos do exercício de atividades permitidas. Recurso Especial da Fazenda Nacional negado.
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CSRF-T1 Fl. 1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo n° 10073.001487/2003-07 Recurso n° 336.565 Especial do Procurador Acórdão IV 9101-00.990 — V Tun= Sessão de 24 de maio de 2011 Matéria SIMPLES - EXCLUSÃO - ATIVIDADE VEDADA Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado LANCE VÍDEO DE VOLTA REDONDA LTDA. Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Exercício: 2003 Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE. SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. CONTRATO SOCIAL. 0 fato de constar no contrato social da empresa atividade vedada ao Simples, por si só, não autoriza sua exclusão, mormente quando ha prova nos autos do exercício de atividades permitidas. Recurso Especial da Fazenda Nacional negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Editado em: 1°,1,0? C.13 Z 61 2 SET --)2,1 Lu Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacilio Dantas Cartaxo (Presidente), Claudemir Rodrigues Malaquias, Valmir Sandri, Viviane Vidal Wagner, Karem Jureidini Dias, Alberto Pinto Souza Junior, João Carlos de Lima Junior, Antonio Carlos Guidoni Filho, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz e Susy Gomes Hoffmann. Relatório Com base no permissivo do Regimento Interno desta Corte Administrativa, a Fazenda Nacional interpõe recurso especial em face de acórdão proferido pela extinta Terceira Camara do Terceiro Conselho de Contribuintes, que, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso voluntário do contribuinte, conforme ementa abaixo transcrita: "ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Exercício: 2003 SIMPLES. ATIVIDADE IMPEDITIVA CONSTANTE EM CONTRATO SOCIAL. PRODUÇÃO DE ESPEDICULOS. A simples menção de atividade impeditiva no objeto do contrato social da Recorrente não é, por si só, motivo de exclusão do SIMPLES. Acostadas aos autos prova de que as atividades exercidas pela Recorrente são perfeitamente permitidas pela legislação vigente, impõe-se a revogação do Ato Declaratório de Exclusão. RECURSO VOLUNTAIO PROVIDO" 0 caso foi assim relatado pela Camara recorrida, verbis: Trata-se de exclusão da sistemática de pagamento de tributos e contribuições de que trata o artigo 30 da Lei n°. 9.317/96, denominada SIMPLES, formalizada através do Ato Declaratório Executivo DRENRA n°445.986 (f1.15), de 07 de agosto de 2003, tendo em vista que o contribuinte exerce atividade impeditiva a op cão do aludido Sistema. 0 interessado, ora Recorrente, ingressou com a Solicitação de Revisão da exclusão da opção pelo SIMPLES — SRS (fl. 04), argumentando, brevemente, que "na falta de um código que discriminasse fielmente a atividade económica da empresa, utilizou-se equivocadamente o 9211-8 -- Produção de Filmes cinematográficos e fitas de video, o que se refere a grandes produtoras de video, atividades de grande porte e complexas, o que não é o caso da empresa recorrente". Inobstante argumentação trazida pelo contribuinte, o mesmo teve sua solicitação indeferida. Inconformado com o despacho denegatório, a empresa interessada apresentou a Impugnação de fls. 01 a 02, aduzindo, em síntese, que: "0 objeto social da empresa recorrente registrado junto a JUCERJ tem por definição: gravações, distribuições e revenda de filmes, videos tapes e fitas cassetes; fonografia ou gravação de sons e ruídos, inclusive trucagem, dublagem e mixagem sonora; filmagens, locação e locadora de equipamentos de ciudio e video, sonorização; 2 Processo n° 10073.001487/2003-07 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-00.990 Fl. 2 fotografia e cinematografia, inclusive revelação, ampliação, cópia, reprodução e trucagem; produção para terceiros mediante ou sem encomenda prévia, de espetáculos, entrevistas e congêneres; A empresa recorrente foi enquadrada como microempresa em 19.10.95, sendo utilizado, na ocasião, conforme CNAE fornecido pela SRF/MF, o código 5575 — serviços auxiliares a produção de películas cinematográficas e fitas para video e som (revenda de filme); No entanto, com a inclusão no SIMPLES em 02.09.97, ante a falta de um código que traduzisse fielmente a atividade econômica da empresa, utilizou-se, conforme CNAE fornecido pela SRF/MF, o código 9211-8 — Produção de filmes cinematográficos e fitas de video, por se tratar a atividade descrita como aquela que mais se aproximava; Foi através de presunção, e não de comprovação efetiva, que o Fisco Federal motivou-se a equivocada exclusão do SIMPLES, posto que o Recorrente não se trata de empresa produtora de espetáculos. Afinal, não é por constar no contrato social que essas atividades são efetivamente realizadas; Afirma nunca ter produzido espetáculos, e sequer possui condições capacidade econômica para faze-1o, isto é, não presta os serviços elencados no art. 90, inc. XIII, da Lei n°. 9 . 317/96. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro - R1, através do acórdão n°. 9851, de 16.03.06 (fls. 19 a 22), indeferiu sua impugnação, argüindo, em síntese que, "se está descrito no contrato social que o interessado, dentre outros objetivos sociais, produz espetáculos, presume-se que o faça. Esta presunção é suficiente para excluir o interessado do SIMPLES, salvo se o interessado produzir prova em contrário, comprovando, com documentação hábil e idônea, que não realiza a referida atividade, apesar de prevista em seu contrato social". Face a improcedência de seu pleito inicial, o contribuinte apresentou, tempestivamente, recurso voluntário de fls. 23 a 66, insistindo nos pontos impugnados, através do qual solicita sua manutenção na sistemática do SIMPLES, sob a justificativa de que jamais praticou serviços de produção de espetáculos, mas sim a de filmagens e colocação de som em festas, juntando ainda notas fiscais comprobatórias das prestações das atividades que realiza. É o relatório." O acórdão acima ementado deu provimento ao recurso voluntário para cancelar o ato declaratório de exclusão do Contribuinte no SIMPLES. Segundo o acórdão, (i) a 3 pessoa jurídica que tenha por objeto social o exercício de uma das atividades econômicas relacionadas no art. 9°, inciso XIII, desse diploma legal, como é o caso de produção de espetáculos, ou atividade assemelhada à última, ou, ainda, qualquer atividade que para o exercício haja exigência legal de habilitação profissional, está impedida de optar pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES; (ii) todavia, analisando a documentação trazida aos autos pelo contribuinte, isto 6, cópias das notas fiscais de serviços n°5. 287, 393, 457, 563 e 588, verifica- se que o mesmo não presta serviços de produção de eventos, atividade que vedaria a sua inclusão no regime simplificado de tributação; (iii) apesar do contrato social de constituição do contribuinte prever atividade que impede a sua inclusão na sistemática do SIMPLES, restou amplamente demonstrado que referida atividade — produção de eventos — não foi desenvolvida pela empresa, não podendo, por conseguinte, ensejar a sua exclusão do regime simplificado de tributação. Em sede de recurso especial, argüi a Fazenda Nacional contrariedade do acórdão recorrido a aresto proferido pela extinta 2a Camara do extinto Segundo Conselho de Contribuintes (Ac. 202-12.341), o qual assenta o entendimento de que: "a previsão no objeto social da pessoa jurídica ou o exercício das atividades de publicidade e propaganda, ou de atividades assemelhadas a uma delas, ainda que não esteja ela exercendo, efetivamente, por estarem relacionadas no art. 90, inciso XIII, da Lei n° 9.317/96, constituem impedimento a op cão ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microernpresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES". 0 recurso especial foi admitido pelo Sr. Presidente do Colegiado a quo (Despacho n. 202/2008 (fls.92/94)), ante a alegada configuração de dissenso jurisprudencial. A Contribuinte não apresentou contra-razões. o relatório. 4 Processo n° 10073.001487/2003-07 CSRF-T1 Acórdão n.° 9101-00.990 Fl. 3 Voto Conselheiro Antonio Carlos Guidoni Filho, Relator 0 recurso especial é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. 0 recurso não merece provimento. Com a devida vênia ao asseverado pelo acórdão paradigma, tenho assente que eventual (e mera) previsão de atividade vedada A. opção pelo SIMPLES nos atos constitutivos do contribuinte tem o condão de inverter o ônus da prova quanto ao exercício (ou não) da atividade vedada pela empresa perante a Fiscalização; mas não, como pretende a Fazenda Nacional neste recurso, impedir instantaneamente a adesão da pessoa jurídica ao sistema simplificado de tributação. Conforme já me manifestei em sessões anteriores deste Colegiado, entendo que, via de regra, incumbe à Fazenda Nacional demonstrar que o Contribuinte exerce atividade vedada pela lei para justificar ato de exclusão (ou indeferimento de opção) pelo SIMPLES. Cabe A. Fazenda Nacional demonstrar a legitimidade de eventual ato declaratório de exclusão ou o indeferimento da opção da pessoa jurídica pelo Simples. Contudo, quando o Contribuinte insere voluntariamente entre seus objetivos sociais atividades que sabidamente são proibitivas da opção pelo regime de tributação simplificado e, mesmo assim, simultaneamente, mantém-se vinculado ao SIMPLES, incumbe a ele (contribuinte) demonstrar a Fiscalização a origem de suas receitas de sorte a comprovar que elas não decorreram de atividades impeditivas de opção ao citado regime de tributação. Em outros termos, a inserção pelo contribuinte de atividade vedada entre seus objetivos sociais implica presunção relativa de que a pessoa jurídica não poderia optar validamente pelo SIMPLES. Tal se 6, a meu ver, pelo fato de a lei vigente A época não impedir a opção pelo Simples de empresas que arrolem determinadas atividades em seu objeto social, mas sim e tão-somente daquelas que efetivamente "realizem operações" (Lei n. 9.317/96, art. 9 °, XII) ou "prestem serviços profissionais de" (Lei n. 9.317/96, art. 9 °, XIII). Nesse sentido, é a jurisprudência desta Corte Administrativa, verbis: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Ano- calendário: 2000 EMENTA EXCLUSÃO. ATIVIDADE VEDADA, INOCORRÊNCIA. Provado que a pessoa jurídica, desde a data de sua opção pelo SIMPLES, efetivamente exerceu apenas a atividade de hotelaria, incorreta é a sua exclusão desse regime de pagamento de tributos e contribuições, ainda que em seu contrato social constem, também, as atividades de construção civil e terraplenagem. 5 Por tais fundamen voto interposto pela Fazenda Nacional o sentido de conhecer do recurso especial , negar-lhe provimento. Antonio CarlO ilho - Relator Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade por cerceamento do direito de defesa e não conhecer da preliminar de nulidade por ausência do ADE nos autos. No mérito, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (CARF la. Seção / la. Turma da 2a. Câmara / ACÓRDÃO 1201-00.239 em 07/04/2010) No mesmo sentido: EXCLUSÃ 0 DO SIMPLES, ATIVIDADE VEDADA. CONTRATO SOCIAL. 0 fato de constar no contrato social da empresa atividade vedada ao Simples, por si Só, não autoriza sua exclusão, mormente quando há prova nos autos do exercício de atividades permitidas. (Processo n" 11080.100988/200,3-31 - Acórdão n° 1402-00.146 - 4a Câmara / 2' Turma Ordinária - Sessão de 06 de abril de 2010) No caso, a vista das provas produzidas nos autos, cujo reexame é vedado nesta instância especial, restou incontroversa a assertiva do acórdão recorrido de que a Contribuinte não exerce atividades relativas à produção de eventos e espetáculos, razão pela qual é de se manter o cancelamento do ato de exclusão da Contribuinte do SIMPLES. 6
score : 1.0
Numero do processo: 35432.000348/2007-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Aug 22 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Data do fato gerador: 28/03/2007
CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, III DA LEI N.º 8.212/91
C/C ARTIGO 283, II, “b” DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º
3.048/99 NÃO APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E RESULTADOS
A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária.
Ao deixar de apresentar as Demonstrações de Lucros e Resultados durante o procedimento fiscal, mesmo devidamente intimado, incorreu o recorrente ma inobservância do artigo 32, IIIº da Lei n.º 8.212/91 c/c artigo 283, II, “b” do RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Data do fato gerador: 28/03/2007
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO IMPROCEDÊNCIA DE AUTO DE INFRAÇÃO SOBRE O ATO CANCELATÓRIO.
A declaração de improcedência de AI acerca de Ato Cancelatório não desobriga a empresa de manter em dia sua escrituração contábil e apresentar os documentos.
RELEVAÇÃO DA MULTA APRESENTAÇÃO EM DESCONFORMIDADE COM AS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
A multa será relevada se o infrator formular pedido e corrigir a falta, dentro do prazo de impugnação, ainda que não contestada a infração, desde que seja o infrator primário e não tenha ocorrido nenhuma circunstância agravante.
A apresentação dos documentos em desconformidade com a legislação
normativa, é incapaz de suprir a falta, e relevar a multa aplicada.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-001.986
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 28/03/2007 CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, III DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 283, II, “b” DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 NÃO APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E RESULTADOS A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. Ao deixar de apresentar as Demonstrações de Lucros e Resultados durante o procedimento fiscal, mesmo devidamente intimado, incorreu o recorrente ma inobservância do artigo 32, IIIº da Lei n.º 8.212/91 c/c artigo 283, II, “b” do RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 28/03/2007 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO IMPROCEDÊNCIA DE AUTO DE INFRAÇÃO SOBRE O ATO CANCELATÓRIO. A declaração de improcedência de AI acerca de Ato Cancelatório não desobriga a empresa de manter em dia sua escrituração contábil e apresentar os documentos. RELEVAÇÃO DA MULTA APRESENTAÇÃO EM DESCONFORMIDADE COM AS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE A multa será relevada se o infrator formular pedido e corrigir a falta, dentro do prazo de impugnação, ainda que não contestada a infração, desde que seja o infrator primário e não tenha ocorrido nenhuma circunstância agravante. A apresentação dos documentos em desconformidade com a legislação normativa, é incapaz de suprir a falta, e relevar a multa aplicada. Recurso Voluntário Negado.
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LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 28/03/2007 CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, III DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 283, II, “b” DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 NÃO APRESENTAÇÃO DE DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E RESULTADOS A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do autode infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. Ao deixar de apresentar as Demonstrações de Lucros e Resultados durante o procedimento fiscal, mesmo devidamente intimado, incorreu o recorrente ma inobservância do artigo 32, IIIº da Lei n.º 8.212/91 c/c artigo 283, II, “b” do RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 28/03/2007 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO IMPROCEDÊNCIA DE AUTO DE INFRAÇÃO SOBRE O ATO CANCELATÓRIO. A declaração de improcedência de AI acerca de Ato Cancelatório não desobriga a empresa de manter em dia sua escrituração contábil e apresentar os documentos. RELEVAÇÃO DA MULTA APRESENTAÇÃO EM DESCONFORMIDADE COM AS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE A multa será relevada se o infrator formular pedido e corrigir a falta, dentro do prazo de impugnação, ainda que não contestada a infração, desde que seja o infrator primário e não tenha ocorrido nenhuma circunstância agravante. Fl. 136DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 A apresentação dos documentos em desconformidade com a legislação normativa, é incapaz de suprir a falta, e relevar a multa aplicada. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Cleusa Vieira de Souza, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 137DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 35432.000348/200786 Acórdão n.º 240101.986 S2C4T1 Fl. 136 3 Relatório O presente Auto de Infração de obrigação acessória, lavrado sob n. 37.073.2634, em desfavor da recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 32, III da Lei n ° 8.212/1991 c/c art. 225, III e § 22 e art. 283, II, “b” do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. Segundo a fiscalização previdenciária, a recorrente deixou de prestar todas as informações contábeis, econômicas e financeiras de interesse da fiscalização, em especial deixou de prestar os esclarecimentos abaixo descritos, o que constitui infração: Segundo a fiscalização previdenciária, a empresa sob ação fiscal foi intimada em 16 de março de 2007, o sujeito passivo deixou de apresentar as demonstrações anuais de resultado. Tal solicitação foi necessária em razão da constatação de distribuição de lucros aos sócios acima da presunção legal, conforme observado nas declarações de ajuste anual. As demonstrações de resultado serviriam para comprovar o suporte financeiro para o pagamento de lucros ou resultados para seus sócios, ou seja, a demonstração do lucro contábil de maneira a justificar o referido pagamento. Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 28/03/2007, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no mesmo dia. Não conformada com a autuação a recorrente apresentou impugnação, fls. 20. O processo foi baixado em diligência, fl. 81, no intuito do auditor manifestar se acerca das alegações sobre o encerramentos das atividades da filial. Manifestouse a autoridade fiscal, fls. 84 e 85: Foi exarada a DecisãoNotificação DN que confirmou a procedência do lançamento, indicando que a relevação da multa dependeria da correção da falta no prazo de impugnação, conforme fls. 89 a 93 . Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso pela notificada, fls. 96 a 97, onde o recorrente alega que o lançamento descrito nos autos deve ser cancelado, pois a justificativa para isso é " idêntica àquela já exposta no Acórdão constante do processo n° 15983.000065/200529, proferido pela 3° Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes. Foi colacionado aos autos outro requerimento ao AI em questão, fl. 258 a 260, porém datado de 30/11/2007, sendo que a emissão da Decisão Notificação deuse em data posterior. Não consta do referido documento n. de protocolo, porém a matéria abordada refere se ao fato de que as empresas do ramo de fretes sempre foram optantes pelo simples, sendo que o desenquadramento do regime do SIMPLES não pode prevalecer. A DRFB encaminhou o recurso a este conselho para julgamento. É o relatório. Fl. 138DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 126. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DO MÉRITO No recurso em questão, o contribuinte resumiuse a atacar que apresentou documentos similares o que possibilitou a autoridade proceder a auditoria, bem como argumenta que houve julgamento por parte do 3. Conselho acerca do Ato Cancelatório do Simples, o que por si só já é capaz de nulidificar a autuação. Dessa forma, em relação as faltas que lhe foram imputadas, objeto da presente autuação,ou seja apresentação das demonstrações de resultado em desconformidade com as NBC T 3.1, 3.2 e 3.3 e NBC T 19 e amplamente rebatidas pela autoridade julgadora de 1. Instância quanto ao não cumprimento da exigência de apresentação das demonostrações, como não houve recurso expresso aos pontos da Decisão Notificação (DN) presumese a concordância da recorrente com a DN. Contudo, competenos apreciar a argumentação quanto a impropriedade da autuação face a declaração de improcedência do ato cancelatório do SIMPLES. O procedimento adotado pelo AFPS na aplicação do presente autode infração seguiu a legislação previdenciária, conforme fundamentação legal descrita. Conforme prevê o art. 33, § 2º da Lei n ° 8.212/1991, o contribuinte é obrigado a exibir os livros e documentos relacionados com as contribuições previdenciárias, nestas palavras: Art.33. Ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal – SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas d e e do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. (Redação dada pela Lei nº 10.256, de 9/07/2001) (...) § 2º A empresa, o servidor de órgãos públicos da administração direta e indireta, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liqüidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei. Fl. 139DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 35432.000348/200786 Acórdão n.º 240101.986 S2C4T1 Fl. 137 5 Assim, a exigência da fiscalização não foi desmedida, pois a solicitação foi realizada no prazo estabelecido na legislação. A AuditoraFiscal agiu de acordo com a norma aplicável, e não poderia deixar de fazêlo, uma vez que sua atividade é vinculada. Deixou claro tanto a autoridade fiscal em diligência realizada, como o auditor julgador que a empresa não apresentou os documentos durante o procedimentos, e quando o fez na fase de impugnação não o apresentou na conformidade das Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC T 3.1, 3.2 E 3.3 o já demonstra o cometimento da falta que lhe foi imputada. Assim, mesmo que sua opção pelo regime do SIMPLES seja valida, por decisão desse próprio Conselho em Julgamento do Ato Cancelatório, não lhe retira a obrigação de apresentar livros e documentos devidamente escrituradose segundo os ditames normativos pertinentes Demonstrou a autoridade fiscal que livro Caixa não demonstrava todos os lançamentos, o que por si só já é capaz de manter o lançamento. Destacase que as obrigações acessórias são impostas aos sujeitos passivos como forma de auxiliar e facilitar a ação fiscal. Por meio das obrigações acessórias a fiscalização conseguirá verificar se a obrigação principal foi cumprida. Como é sabido, a obrigação acessória é decorrente da legislação tributária e não apenas da lei em sentido estrito, conforme dispõe o art. 113, § 2º do CTN, nestas palavras: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. A legislação engloba as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes, conforme dispõe o art. 96 do CTN. CONCLUSÃO: Voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 140DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 Fl. 141DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 22/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 10380.011333/2001-80
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 1997, 1998, 1999
Ementa: IRPF. REMUNERAÇÃO. CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA.
O pagamento oriundo de convocação extraordinária possui as características presentes na remuneração, devendo incidir o devido IRPF.
Numero da decisão: 9202-001.832
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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Recorrente TOMAZ LIMA DE CARVALHO ROCHA Interessado FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 1997, 1998, 1999 Ementa: IRPF. REMUNERAÇÃO. CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA. O pagamento oriundo de convocação extraordinária possui as características presentes na remuneração, devendo incidir o devido IRPF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente. Fl. 349DF CARF MF Impresso em 27/01/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 (assinado digitalmente) MARCELO OLIVEIRA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente em Exercício), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco Assis de Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Elias Sampaio Freire. Fl. 350DF CARF MF Impresso em 27/01/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.011333/200180 Acórdão n.º 920201.832 CSRFT2 Fl. 334 3 Relatório Tratase de Recurso Especial por divergência, fls. 0282, interposto pelo Contribuinte contra acórdão, fls. 0262, que decidiu, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir a multa de ofício. O acórdão em questão possui as seguintes ementa e decisão: AJUDA DE CUSTO Na forma do artigo 6°, XX, da Lei n° 7.713, de 1988, sujeitamse à tributação valores recebidos a título de ajuda de custos que não tenham caráter indenizatório. IRFONTE RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA Em se tratando de imposto na fonte por antecipação, incabível a responsabilidade tributária concentrada, exclusivamente, na fonte pagadora. REMUNERAÇÃO PARA CONVOCAÇÃO EXTRAORDINÁRIA Não se confunde com férias indenizadas a remuneração de parlamentares por convocação extraordinária, inserta que está no conceito de verbas, dotações ou auxílios, para representação ou custeio do exercício do cargo ou emprego, tributável na forma do art. 16, da Lei n° 4.506, de 1964, RIR194, art. 45 e RIR199, art. 43. PENALIDADES Se a fonte pagadora induz o contribuinte a erro inaplicável penalidade de ofício, na forma do art. 100, III e § único do CTN. Recurso parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por TOMÁZ LIMA DE CARVALHO ROCHA. ACORDAM os Membros da Sexta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir a multa de ofício, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Luiz Antonio de Paula (Relator), Sueli Efigênia Mendes de Britto e José Ribamar Barros Penha. Designado como redator do voto vencedor o Conselheiro José Carlos da Matta Rivitti. Em seu recurso especial o Contribuinte alega, em síntese, que: 1. Não há como tributar rendimentos oriundos de convocação extraordinária; 2. Apresenta paradigmas que estão de acordo com seu argumento; Fl. 351DF CARF MF Impresso em 27/01/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 3. A verba de convocação extraordinária deve ser conceituada como indenizatória, pois foi negado o direito ao descanso; 4. Face ao exposto, pede que se reconheça e dê provimento ao recurso especial. Por despacho, fls. 0333, deuse seguimento ao recurso especial. A nobre Procuradoria apresentou suas contra razões, fls. 0336, alegando, em síntese, que: 1. A verba em questão não possui natureza indenizatória, mas sim remuneratória; 2. Essa é a definição dada pelo X, do Art. 43, do RIR/1999; 3. Não há nos autos comprovação alguma de prejuízos sofridos; 4. Face ao exposto, requer a Procuradoria que seja negado provimento ao apelo, mantendose o acórdão. O contribuinte apresentou desistência do recurso no que tange aos itens 01, 02 e 03, sendo que com relação a este último é restrita à incidência do imposto sobre a verba de ajuda de custo, fls. 0342, só permanecendo na discussão, portanto, os valores referentes à convocação extraordinária. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 27/01/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.011333/200180 Acórdão n.º 920201.832 CSRFT2 Fl. 335 5 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira Quanto aos pressupostos de admissibilidade, devido a pedido de desistência devidamente protocolado e acolhido, fls 0342, conheço parcialmente do Recurso Especial e passo à análise de suas razões recursais. Com o pedido de desistência, somente encontrase em litígio a discussão sobre a incidência, ou não, de IRPF sobre os valores oriundos de convocação extraordinária. Para o recorrente tais valores possuem natureza indenizatória, já para a PGFN esses valores possuem natureza remuneratória. Devemos, portanto, buscar esclarecer a diferença entre indenização e remuneração. Indenização é a reparação de um dano causado à coisa ou à pessoa. A indenização se relaciona com a inexecução de uma obrigação e com a prática de ilícito. O dever de indenizar para ressarcir danos é princípio do direito civil. Para a teoria clássica, a causa da indenização é o inadimplemento da obrigação e o dano é a efetiva diminuição do patrimônio. Para a teoria contemporânea, é a diminuição ou subtração de um bem jurídico. Assim, a quebra de um contrato faz presumir um dano passível de indenização. Remuneração é a retribuição em dinheiro ou espécie por serviços prestados. A causa da indenização é o dano, a causa da remuneração é o trabalho prestado, a disponibilidade ao empregador ou mesmo as interrupções do trabalho em que a remuneração é devida. A finalidade da indenização é a recomposição do patrimônio. Quanto à remuneração sua finalidade é pagar o trabalho, como sujeito do contrato de trabalho, acrescentando um bem econômico ao seu patrimônio, para que ele possa fazer frente a suas necessidades vitais. Em geral, a indenização é paga de uma só vez, enquanto que a remuneração é contínua. Outra importante definição para a solução da questão é o expresso na legislação. Decreto 3.000/1999: Art. 43. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como Fl. 353DF CARF MF Impresso em 27/01/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 6 I salários, ordenados, vencimentos, soldos, soldadas, vantagens, subsídios, honorários, diárias de comparecimento, bolsas de estudo e de pesquisa, remuneração de estagiários; ... X verbas, dotações ou auxílios, para representações ou custeio de despesas necessárias para o exercício de cargo, função ou emprego; Esclarecedor o voto contido no acórdão recorrido, elaborado pelo nobre Conselheiro Luiz Antonio de Paula: “Quanto às verbas por participação em convocação extraordinária do Parlamento, o art. 57, § 7°, da Constituição Federal menciona que na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a matéria para o qual foi convocado. Pela Emenda Constitucional n° 19, de 04/06/1998 a redação passou a ser acrescida de: § 7°, vedado o pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao do subsidio mensal. O fato de a Carta Magna ter denominado o pagamento decorrente de sessão extraordinária de parcela indenizatória não resulta na isenção de tais valores. Foi precedentemente assinalado que a isenção decorre de lei, atendidos os requisitos previstos para o benefício. De Plácido e Silva, em seu Vocabulário Jurídico, 4° Edição, Editora Forense, 1994, traz o seguinte significado do verbo indenizar: "É, portanto, em sentido amplo, toda reparação ou contribuição pecuniária, que se efetiva para satisfazer um pagamento, a que se está obrigado ou se apresenta como um dever jurídico. Traz a finalidade de integrar o patrimônio da pessoa daquilo de que se desfalcou pelos desembolsos, de recompôlo pelas perdas ou prejuízos sofridos (danos), ou ainda de acrescêlo dos proventos, a que faz jus a pessoa, pelo seu trabalho." Não se configurando as verbas por participação em sessão extraordinária no Parlamento como reintegração ao patrimônio da pessoa de reembolso daquilo que se desfalcou, muito menos recomposição de perdas ou prejuízos sofridos por dano, resta a hipótese, portanto, de acréscimo de proventos ou remuneração, a que faz jus, pelo trabalho. Merece relevo, o inciso VII do artigo 49 da CF que, ao estabelecer que é da competência do Congresso Nacional fixar para cada legislatura a remuneração dos parlamentares, mandou observar expressamente: a) o inciso II do art. 150: proíbe qualquer distinção de tributação em razão de ocupação profissional ou função exercida independentemente da denominação jurídica dos rendimentos; b) inciso I, do § 2° do art. 153 traz os princípios informadores do imposto de renda: generalidade, universalidade e progressividade. Ou seja, rompendo com a velha ordem, a Carta Magna prevê expressamente que tais remunerações, com caráter remuneratório por serviços prestados no exercício do mandato, ficam sujeita ao imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, considerando os parlamentares contribuintes em igual situação aos demais. A inserção, pela EC, no parágrafo 7° do Fl. 354DF CARF MF Impresso em 27/01/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.011333/200180 Acórdão n.º 920201.832 CSRFT2 Fl. 336 7 artigo 57 da expressão "..., vedado o pagamento de parcela indenizatória em valor superior ao do subsídio mensal" não tem o condão de afastar a tributação determinada pelo inciso VII do art. 49, norma especializada por tratar especificamente da remuneração dos parlamentares, remetendo particularmente aos artigos 150 e 153 da Carta. Isto vale tanto para os parlamentares federais quanto para os estaduais. Portanto, por não conceituar a verba de convocação extraordinária como indenização e conceituála, devido ao todo exposto, como remuneração, não há como atender ao recurso do contribuinte. CONCLUSÃO: Em razão do exposto, voto em negar provimento ao recurso do contribuinte, nos termos do voto. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Fl. 355DF CARF MF Impresso em 27/01/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/01/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 12/01/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10580.720709/2009-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 30 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Nov 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
RESOLUÇÃO STF Nº 245/2002. DIFERENÇAS DE URV CONSIDERADAS PARA A MAGISTRATURA DA UNIÃO E PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL COMO VERBAS ISENTAS DO IMPOSTO DE RENDA PELO PRETÓRIO EXCELSO. DIFERENÇAS DE URV PAGAS AO MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA. NÃO
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA.
A Lei complementar baiana nº 20/2003 pagou as diferenças de URV aos Membros do Ministério Público local, as quais, no caso dos Membros do Ministério Público Federal, tinham sido excluídas da incidência do imposto de renda pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com supedâneo na Resolução STF nº 245/2002, conforme Parecer PGFN nº 923/2003, endossado pelo Sr. Ministro da Fazenda. Ora, se o Sr. Ministro da Fazenda interpretou as diferenças do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 nos termos da Resolução STF nº 245/2002, excluindo da incidência do imposto de renda, exemplificadamente, as verbas referentes às diferenças de URV, não parece juridicamente razoável sonegar tal interpretação às diferenças pagas a mesmo título aos Membros do Ministério Público da Bahia, na forma
da Lei complementar estadual nº 20/2003.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2102-001.687
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR
provimento ao recurso. Esteve presente o patrono do recorrente, Advogado Marcio Pinho Teixeira, OAB-BA nº 23.911.
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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DIFERENÇAS DE URV CONSIDERADAS PARA A MAGISTRATURA DA UNIÃO E PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL COMO VERBAS ISENTAS DO IMPOSTO DE RENDA PELO PRETÓRIO EXCELSO. DIFERENÇAS DE URV PAGAS AO MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A Lei complementar baiana nº 20/2003 pagou as diferenças de URV aos Membros do Ministério Público local, as quais, no caso dos Membros do Ministério Público Federal, tinham sido excluídas da incidência do imposto de renda pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com supedâneo na Resolução STF nº 245/2002, conforme Parecer PGFN nº 923/2003, endossado pelo Sr. Ministro da Fazenda. Ora, se o Sr. Ministro da Fazenda interpretou as diferenças do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 nos termos da Resolução STF nº 245/2002, excluindo da incidência do imposto de renda, exemplificadamente, as verbas referentes às diferenças de URV, não parece juridicamente razoável sonegar tal interpretação às diferenças pagas a mesmo título aos Membros do Ministério Público da Bahia, na forma da Lei complementar estadual nº 20/2003. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso. Esteve presente o patrono do recorrente, Advogado Marcio Pinho Teixeira, OABBA nº 23.911. Assinado digitalmente. Fl. 226DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/01/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720709/200941 Acórdão n.º 210201.687 S2C1T2 Fl. 227 2 Giovanni Christian Nunes Campos Presidente. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 04/01/2012 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Acácia Sayuri Wakasugi, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Eivanice Canário da Silva e Rubens Maurício Carvalho. Ausente justificadamente a Conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Esteve presente o patrono do recorrente, Advogado Marcio Pinho Teixeira, OABBA nº 23.911. Relatório Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto o relatório do acórdão de fls. 128 a 135 da instância a quo, in verbis: Tratase de auto de infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF correspondente aos anos calendário de 2004, 2005 e 2006, para exigência de crédito tributário, no valor de R$ 137.812,75, incluída a multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Conforme descrição dos fatos e enquadramento legal constantes no auto de infração, o crédito tributário foi constituído em razão de ter sido apurada classificação indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual como sendo rendimentos isentos e não tributáveis. Os rendimentos foram recebidos do Ministério Público do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 08 de setembro de 2003. As diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, conseqüentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento. Na apuração do imposto devido não foram consideradas as diferenças salariais que tinham como origem o décimo terceiro salário, por estarem sujeitas à tributação exclusiva na fonte, nem as que tinham como origem o abono de férias, em atendimento ao despacho do Ministro da Fazenda publicado no DOU de 16 de novembro de 2006, que aprovou o Parecer PGFN/CRJ nº 2.140/2006. Foi atendido, também, o despacho do Ministro da Fazenda publicado no DOU de 11 de maio de 2009, que aprovou o Parecer PGFN/CRJ nº 287/2009, que dispõe sobre a forma de apuração do imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/01/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720709/200941 Acórdão n.º 210201.687 S2C1T2 Fl. 228 3 O contribuinte foi cientificado do lançamento fiscal e apresentou impugnação, alegando, em síntese, que: a) o lançamento fiscal teve como objeto verbas recebidas pelo impugnante a título de diferenças de URV, que não representaram qualquer acréscimo patrimonial, mas sim o ressarcimento por erro cometido pela fonte pagadora no cálculo da remuneração paga no período de 1º de abril de 1994 a 31 de agosto de 2001; b) o referido erro ocorreu no procedimento de conversão de cruzeiro real para URV a que eram submetidos os salários pagos aos membros do Ministério Público Estadual. Tal procedimento tinha o intuito de preservar o ganho mensal, compensando as perdas em face dos altos índices de inflação, o que evidencia a feição indenizatória da URV; c) o acordo para o pagamento das diferenças de URV se deu através da Lei Estadual Complementar nº 20, de 08 de setembro de 2003, tendo o impugnante recebido tais valores ao longo dos anos de 2004, 2005 e 2006; d) a referida diferença consistiu apenas em correção do capital, ou seja, recomposição de quantias que deveriam integrar a remuneração ao longo do tempo passado. Não correspondeu a qualquer permuta do trabalho/serviço por moeda que configurasse a natureza salarial. Assim, por ser mera atualização do principal, e por não ter sido implementada em tempo certo, não deveria ser levada à tributação, haja vista o entendimento doutrinário e jurisprudencial, que veda a tributação da correção monetária; e) a mera correção monetária não aumenta ou acresce patrimônio do contribuinte, apenas lhe torna indene das perdas inflacionárias, portanto, não integra a base de cálculo do imposto de renda; f) havia um evidente caráter compensatório da URV desde sua gênese, e as diferenças recebidas representaram uma reparação por danos, tendo clara natureza de indenização, e não de salário. Dessa maneira, por não caracterizar aumento patrimonial, a verba recebida não subsume nos conceitos de renda e proventos de qualquer natureza, previstos no art. 43 do CTN; g) o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, deixou claro que o abono conferido aos magistrados federais em razão das diferenças de URV tem natureza indenizatória, e que por esse motivo está isento da contribuição previdenciária e do imposto de renda; h) apesar da citada resolução ter sido dirigida à magistratura federal, é impositiva e legítima a equiparação do tema por analogia às verbas recebidas pelos magistrados estaduais, conforme preceitua o art. 108 do CTN. Negar o caráter indenizatório destas verbas é afrontar o princípio constitucional da isonomia, não só na sua concepção geral, mas, também, no que tange a tratamento diferenciado entre membros do Ministério Público Federal da União e Estadual. Viola, também, o disposto no inciso II do art. 150 da Constituição Federal que proíbe o tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situação equivalente; i) o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do imposto ao estabelecer no art. 3º da Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga. Implementou todos os pagamentos sem qualquer retenção de IR e Fl. 228DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/01/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720709/200941 Acórdão n.º 210201.687 S2C1T2 Fl. 229 4 informou aos beneficiários dos rendimentos a natureza desta parcela como indenizatória; j) o sujeito passivo da obrigação de tributária, na condição de responsável, era a fonte pagadora, que estava obrigada a reter o imposto. Desta forma, a discussão acerca da classificação dos rendimentos pagos deveria ser travada entre o fisco federal e a fonte pagadora. Entretanto, não se instaurou qualquer procedimento fiscal contra a fonte pagadora, mas sim contra o impugnante, que sofreu os dissabores e ônus da ação fiscal, inclusive com a imposição de multa de ofício e juros moratórios. ; l) de forma transversa o Estado Membro devedor da obrigação mensal de retenção não exauriu sua obrigação e gerou para o contribuinte o dever de pagar mais imposto; conseqüentemente o Estado se beneficia com os acréscimos que sua inação causou. Assim, ao lançar o tributo nos termos da autuação gera quebra da capacidade contributiva do signatário; m) o impugnante não agiu com intuito de fraude, simulação ou conluio, simplesmente seguiu a informação prestada pela fonte pagadora, e fez constar em suas declarações de rendimentos relativas aos períodos bases de 2004 a 2006 as parcelas recebidas como isentas de tributação. Isto posto, mantida a exigência fiscal, devese observar o princípio da boafé, da qual estava imbuído o impugnante, e afastar a exigência da multa de ofício e juros de mora; n) a informação prestada pela fonte pagadora estava fundamentada na Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV. Portanto, os valores declarados pelo impugnante tratase de informação lastreada em ato normativo expedido por autoridade administrativa, que se enquadra na hipótese do inciso I do art. 100 do CTN. Assim, de acordo com o parágrafo único do mesmo artigo, devem ser afastados a multa de ofício e os juros de mora; o) o lançamento fiscal tributou isoladamente os rendimentos apontados como omitidos, deixando de considerar os rendimentos e deduções já declarados, conforme determina o art. 837 do RIR/1999. Caso fosse mantida a tributação das verbas recebidas, caberia sujeitálas ao ajuste anual, o que resultaria em um imposto devido menor; p) nos anos de 1994 e 1998, a alíquota do imposto de renda que vigorava era de 25%, e não as alíquotas de 26,6% e 27,5% aplicadas no lançamento fiscal; q) parte dos valores recebidos a título de URV se referia à correção incidente sobre 13º salários e férias indenizadas (abono férias), que respectivamente estão sujeitas à tributação exclusiva e isentas, conseqüentemente, mesmo que prevalecesse o entendimento do órgão fiscalizador, caberia a exclusão de tais parcelas na apuração da base de cálculo sujeita ao lançamento fiscal; r) os juros de mora constantes no cálculo da diferença de URV representam um indenização pelos danos emergentes do não uso do patrimônio. Assim, os juros de mora têm natureza distinta da originária do principal ao qual incidiu acessoriamente, porque não se constituíram em aquisição de disponibilidade de renda, produto do trabalho remunerado pelo Estado da Bahia; Diante desses fatos, as alegações da impugnação e demais documentos que compõem estes autos, o órgão julgador de primeiro grau, ao apreciar o litígio, em votação Fl. 229DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/01/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720709/200941 Acórdão n.º 210201.687 S2C1T2 Fl. 230 5 unânime, julgou procedente o lançamento, mantendo o crédito consignado no auto de infração, considerando que os argumentos da recorrente não foram acompanhadas de provas suficientes e fundamentos legais, para desconstituir os fatos postos nos autos que embasaram o lançamento, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004, 2005, 2006 DIFERENÇAS DE REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA IRPF. As diferenças de remuneração recebidas pelos membros do Ministério Público do Estado da Bahia, em decorrência do art. 2º da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 2003, estão sujeitas à incidência do imposto de renda. MULTA DE OFÍCIO. INTENÇÃO. A aplicação da multa de ofício no percentual de 75% sobre o tributo não recolhido independe da intenção do contribuinte. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, de fls. 139 a 222, ratificando os argumentos de fato e de direito expendidos em sua impugnação e requerendo pelo provimento ao recurso e cancelamento da exigência, uma vez que o abono conferido aos magistrados federais em razão das diferenças de URV tem natureza indenizatória, e que por esse motivo está isento da contribuição previdenciária e do imposto de renda. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento de segunda instância administrativa. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim sendo, dele conheço. Cuidase de processo idêntico a outro já apreciado nesta Turma, em sessão realizada em 08/06/2011, razão porque peço vênia para transcrever o voto proferido pelo ConselheiroPresidente Giovanni Christian Nunes Campos, no Acórdão nº 2102001.337, de 08/06/2011, que em tudo se aplica ao presente caso: Para o deslinde da controvérsia, trazse a Resolução STF nº 245/2002: RESOLUÇÃO Nº 245, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2002 Dispõe sobre a forma de cálculo do abono de que trata o artigo 2º e §§ da Lei nº 10.474, de 27 de junho de 2002. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/01/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720709/200941 Acórdão n.º 210201.687 S2C1T2 Fl. 231 6 O PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 13, XVII, combinado com o artigo 363, I, do Regimento Interno, Considerando o decidido pelo Tribunal, na sessão administrativa de 11 de dezembro de 2002, presentes os ministros Moreira Alves, Sydney Sanches, Sepúlveda Pertence, Celso de Mello, Carlos Velloso, Ilmar Galvão, Maurício Corrêa, Nelson Jobim, Ellen Gracie e Gilmar Mendes; Considerando a vigência do texto primitivo – anterior à Emenda nº 19/98 – da Constituição de 1988, relativo à remuneração da magistratura da União; Considerando a vigência da Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979; Considerando o direito à gratificação de representação artigo 65, inciso V, da Lei Complementar nº 35, de 1979, e Decretolei nº 2.371, de 18 de novembro de 1987, nos percentuais fixados; Considerando o direito à gratificação adicional de cinco por cento por qüinqüênio de serviço, até o máximo de sete qüinqüênios artigo 65, inciso VIII, da Lei Complementar nº 35, de 1979; Considerando a absorção de todos e quaisquer reajustes remuneratórios percebidos ou incorporados pelos magistrados da União, a qualquer título, por decisão administrativa ou judicial pelos valores decorrentes da Lei nº 10.474, de 27 de junho de 2002 artigos 1º, § 3º, e 2º, §§ 1º, 2º e 3º; Considerando o disposto na Resolução STF nº 235, de 10 de julho de 2002, que publicou a tabela da remuneração da Magistratura da União, decorrente da Lei nº 10.474, de 2002; Considerando o escalonamento de cinco por cento entre os diversos níveis da remuneração da magistratura da União artigo 1º, § 2º, da Lei nº 10.474, de 2002; Considerando a necessidade de, no cumprimento da Lei Complementar nº 35, de 1979, e da Lei nº 10.474, de 2002, adotarse critério uniforme, a ser observado pelos órgãos do Poder Judiciário da União, para cálculo e pagamento do abono; Considerando a publicidade dos atos da Administração Pública, RESOLVE: Art. 1º É de natureza jurídica indenizatória o abono variável e provisório de que trata o artigo 2º da Lei nº 10.474, de 2002, conforme precedentes do Supremo Tribunal Federal. Art. 2º Para os efeitos do artigo 2º da Lei nº 10.474, de 2002, e para que se assegure isonomia de tratamento entre os beneficiários, o abono será calculado, individualmente, observandose, conjugadamente, os seguintes critérios: Fl. 231DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/01/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720709/200941 Acórdão n.º 210201.687 S2C1T2 Fl. 232 7 I apuração, mês a mês, de janeiro/98 a maio/2002, da diferença entre os vencimentos resultantes da Lei nº 10.474, de 2002 (Resolução STF nº 235, de 2002), acrescidos das vantagens pessoais, e a remuneração mensal efetivamente percebida pelo Magistrado, a qualquer título, o que inclui, exemplificativamente, as verbas referentes a diferenças de URV, PAE, 10,87% e recálculo da representação (194%); II o montante das diferenças mensais apuradas na forma do inciso I será dividido em vinte e quatro parcelas iguais, para pagamento nos meses de janeiro de 2003 a dezembro de 2004. Art. 3º Serão recalculados, mês a mês, no mesmo período definido no inciso I do artigo 2º, o valor da contribuição previdenciária e o do imposto de renda retido na fonte, expurgandose da base de cálculo todos e quaisquer reajustes percebidos ou incorporados no período, a qualquer título, ainda que pagos em rubricas autônomas, bem como as repercussões desses reajustes nas vantagens pessoais, por terem essas parcelas a mesma natureza conferida ao abono, nos termos do artigo 1º, observados os seguintes critérios: I o montante das diferenças mensais resultantes dos recálculos relativos à contribuição previdenciária será restituído aos magistrados na forma disciplinada no Manual SIAFI pela Secretaria do Tesouro Nacional; II o montante das diferenças mensais decorrentes dos recálculos relativos ao imposto de renda retido na fonte será demonstrado em documento formal fornecido pela unidade pagadora, para fins de restituição ou compensação tributária a ser obtida diretamente pelo magistrado junto à Receita Federal. Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Ministro MARCO AURÉLIO Pela Resolução STF nº 245/2002, especificamente em seu art. 3º, ficou determinado que “todos e quaisquer reajustes percebidos ou incorporados no período [1998 a 2002], a qualquer título, ainda que pagos em rubricas autônomas, bem como as repercussões desses reajustes nas vantagens pessoais”, percebidos pela Magistratura da União, com base no art. 6º da Lei nº 9.655/98 c/c o art. 2º da Lei nº 10.474/2002, inclusive as verbas referentes a diferenças de URV, ficaram excluídos da base de cálculo do imposto de renda, por terem a mesma natureza indenizatória do abono variável. O Sr. Ministro da Fazenda, com base no Parecer PGFN nº 529/2003, reconheceu o caráter indenizatório das verbas percebidas com base na legislação citada. Ocorre que foi publicada a Lei nº 10.477/2002, que, em seu art. 2º, estendeu aos Membros do Ministério Público Federal MPF as mesmas vantagens do art. 6º da Lei nº 9.655/98 dadas à Magistratura da União, e, instado o Sr. Ministro da Fazenda sobre o caráter dos valores percebidos no período 19982002 Fl. 232DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/01/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720709/200941 Acórdão n.º 210201.687 S2C1T2 Fl. 233 8 pelos Membros do MPF, aplicou a mesma interpretação do parágrafo precedente, em linha com o entendimento do Supremo Tribunal Federal para a Magistratura da União (Resolução STF nº 245/2002), apoiado no Parecer PGFN nº 923/2003. Interessante ressaltar que a Lei nº 9.655/98 estava voltada unicamente à Magistratura da União, com deferimento de abono variável a partir de janeiro de 1998, de forma a atingir o subsídio que se esperava vir a lume com publicação da Emenda Constitucional nº 19/1998, situação que não se concretizou, levando, posteriormente à publicação da Lei nº 10.474/2002, que majorou os estipêndios da Magistratura da União e determinou o pagamento das diferenças do período 19982002 em 24 parcelas a partir de janeiro de 2003. Os Membros do Ministério Público não tinham quaisquer expectativas de aumento de remuneração com base na Lei nº 9.655/98, pois lá não tinham sido contemplados. A despeito disso, quando o art. 2º da Lei nº 10.477/2002 fez remissão ao abono variável do art. 6º da Lei nº 9.655/1998, pugnaram a exclusão da base de cálculo do imposto de renda dos valores citados no art. 3º da Resolução STF nº 245/2002, obtendo, como se viu, o beneplácito do Ministro da Fazenda. Em minha leitura, o pagamento da diferença da URV previsto no art. 2º da Lei complementar do Estado da Bahia nº 20/2003 tem a mesma natureza daqueles pagos ao Ministério Público Federal, pois o Ministério Público do Estado da Bahia também não tinha qualquer expectativa de aumento salarial com a Lei nº 9.655/98, que era voltada apenas à Magistratura mantida pela União (por óbvio, somente a lei estadual poderia versar sobre estipêndios dos Membros do MP local). Veio a Lei complementar do Estado da Bahia nº 20/2003 e pagou as diferenças de URV, as quais, no caso dos membros do Ministério Público Federal, tinham sido excluídas da incidência do imposto de renda, pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com supedâneo na Resolução STF nº 245/2002, conforme Parecer PGFN nº 923/2003. Ora, se o Sr. Ministro da Fazenda interpretou as diferenças do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 nos termos da Resolução STF nº 245/2002, excluindo da incidência do imposto de renda, exemplificadamente, as verbas referentes às diferenças de URV, não parece juridicamente razoável sonegar tal interpretação às diferenças pagas aos Membros do Ministério Público da Bahia, na forma da Lei complementar baiana nº 20/2003, referentes às mesmas diferenças de URV. Observese que aqui não se está aplicando analogia para afastar o tributo devido, até porque nenhuma das leis citadas, federais ou estadual, trata de incidência do imposto de renda, mas apenas dando a mesma interpretação jurídica a normas que só não são idênticas por provirem de fontes diversas União e Estado da Bahia e terem destinatários diferentes. Porém os efeitos do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 e da Lei complementar estadual nº 20/2003 são idênticos, no caso das Fl. 233DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/01/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO Processo nº 10580.720709/200941 Acórdão n.º 210201.687 S2C1T2 Fl. 234 9 diferenças da URV, beneficiando destinatários diversos, não podendo o imposto de renda incidir sobre diferenças de uma, sendo afastado de outra. Assim, se o Sr. Ministro da Fazenda, com esteio no Parecer PGFN nº 923/2003, com supedâneo último na Resolução STF nº 245/2002, entendeu que as diferenças auferidas pelos Membros do MPF com base no art. 2º da Lei nº 10.477/2002 tem caráter indenizatório, igual raciocínio deve ser aplicado às diferenças auferidas pelos Membros do Ministério Público da Bahia com base na Lei complementar nº 20/2003, pois onde há a mesma razão, deve haver o mesmo direito (ubi eadem ratio ibi idem ius). Com as razões acima, voto no sentido de DAR provimento ao recurso. Considerando as razões exaradas no voto acima transcrito, devese cancelar o crédito tributário exigido no Auto de Infração, de modo que tornase desnecessária a análise das demais argumentações apresentadas pelo contribuinte no recurso. Ante o exposto, voto por DAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 234DF CARF MF Impresso em 01/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/01/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 16/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPO
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Numero do processo: 10166.722321/2009-76
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano calendário: 2005
APURAÇÃO DO IRPJ APLICAÇÃO DO ADICIONAL
Sobre o lucro presumido cabe a alíquota de quinze por cento, sendo que, a parcela que exceder o valor resultante da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do respectivo período de apuração, se sujeita à incidência de adicional de imposto à alíquota de dez por cento.
CERCEAMENTO DE DEFESA O “Termo de Encerramento de Fiscalização”, parte integrante dos Autos de Infração recebidos pela Recorrente, é claro e preciso, permitindo à Recorrente o livre exercício ao direito de defesa.
OMISSÃO DE RECEITAS
A Recorrente não logra provar, em nenhum momento, a inocorrência da omissão de receitas constatada pelas autoridades fiscais. Aplicação do disposto no art. 528 do RIR/99 LUCRO PRESUMIDO. COEFICIENTE PARA A APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A Recorrente não logra provar, em nenhum momento, que as receitas auferidas não decorreram de comissões e prestações de serviços, conforme entendeu a Fiscalização. Aplicação do disposto no art. 519, III, a, do RIR/99.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA PIS, COFINS E CSLL.
Estende-se aos lançamentos decorrentes a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula.
Aplica-se à CSLL o disposto em relação ao lançamento do IRPJ, por decorrer dos mesmos elementos de prova e se referir à mesma matéria tributável.
Numero da decisão: 1802-001.013
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, REJEITAR as preliminares suscitadas no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO
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CERCEAMENTO DE DEFESA O “Termo de Encerramento de Fiscalização”, parte integrante dos Autos de Infração recebidos pela Recorrente, é claro e preciso, permitindo à Recorrente o livre exercício ao direito de defesa. OMISSÃO DE RECEITAS A Recorrente não logra provar, em nenhum momento, a inocorrência da omissão de receitas constatada pelas autoridades fiscais. Aplicação do disposto no art. 528 do RIR/99 LUCRO PRESUMIDO. COEFICIENTE PARA A APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A Recorrente não logra provar, em nenhum momento, que as receitas auferidas não decorreram de comissões e prestações de serviços, conforme entendeu a Fiscalização. Aplicação do disposto no art. 519, III, a, do RIR/99. TRIBUTAÇÃO REFLEXA PIS, COFINS E CSLL. Estendese aos lançamentos decorrentes a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Aplicase à CSLL o disposto em relação ao lançamento do IRPJ, por decorrer dos mesmos elementos de prova e se referir à mesma matéria tributável. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 329DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 330 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, REJEITAR as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Marco Antonio Nunes Castilho Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, (Presidente), Marco Antonio Nunes Castilho, Marciel Eder Costa, Jose de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Fl. 330DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 331 3 Relatório Tratase de Autos de Infração lavrados em face de AUTOVILLE VEÍCULOS LTDA., ora Recorrente, relativos ao Imposto sobre Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, Programa de Integração Social – PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS, fundamentados na presunção de omissão de receitas, bem como na aplicação de coeficiente incorreto da receita bruta para fins de apuração da base de cálculo desses tributos, sob a sistemática do Lucro Presumido, nos anoscalendário de 2005 e 2006. Frente a tais exigências – receitas de comissões sobre venda de automóveis e a declaração a menor das receitas escrituradas – a Recorrente apresentou as Impugnações de fls. 146/156, fls. 166/177, fls. 190/199, fls. 212/219, fls. 232/239 e fls. 252/261, alegando em apertada síntese: a) Preliminarmente, atesta que o lançamento via auto de infração do IRPJ encontrase eivado de nulidade insanável definida como cerceamento de defesa em razão da descrição genérica dos elementos definidores da infração, o que levaria o contribuinte a ver limitadas suas teses de defesa. Acrescenta que o Auto carece de motivação e fundamentase em fatos não existentes; b) Quanto a CSLL, PIS e Cofins, argumentou o contribuinte que tais tributos não poderiam ser devidamente lançados naquele momento haja vista a discussão acerca do IRPJ devido, logo, por decorrência, o procedimento fiscal acerca destes tributos deveria manterse suspensa; e c) Já quanto às matérias de mérito alegadas baseiase a defesa na definição do montante apurado e sua base de cálculo, discute o contribuinte o coeficiente para determinação da base de cálculo do lucro presumido, mesmo nos casos de falta de declaração do PIS e da COFINS. Em virtude da conexão entre os AIs ora analisados, a DRJ/BSB decidiu por julgálos conjuntamente e, na decisão de fls. 275/285, houve por bem prover parcialmente as Impugnações, extinguindo parte das exigências fiscais referentes ao PIS e à COFINS devido a equívoco por parte da Fiscalização. Referida decisão foi assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006 AUTO DE INFRAÇÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Tendo em vista que o procedimento fiscal foi instaurado conforme a legislação vigente, e o lançamento fiscal encontrase devidamente motivado, com descrição dos fatos precisa e detalhada, trazendo todas as informações necessárias para a sua Fl. 331DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 332 4 devida compreensão, não se concretiza a hipótese de nulidade do Auto de Infração, e muito menos cerceamento do direito de defesa do contribuinte. COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO LUCRO PRESUMIDO. Receitas auferidas decorrentes de comissões de venda de veículos encontramse submetidas ao coeficiente de 32%, para determinação da base de cálculo do lucro presumido, disposto no art. 519, § 1º, inciso III, do RIR/99. APURAÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO. ADICIONAL. ALÍQUOTAS. Sobre o lucro presumido cabe a alíquota de quinze por cento, sendo que, a parcela que exceder o valor resultante da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeitase à incidência de adicional de imposto à alíquota de dez por cento, exegese dos art. 541 e 542 do RIR/99. DILIGÊNCIA. PERÍCIA. DESNECESSIDADE. Sendo os documentos claros, permitindo um adequado julgamento, tornase prescindível a realização de perícia ou diligência para a solução da controvérsia. Além disso, não cumpridos os requisitos estipulados no inciso IV do art. 16 do PAF, cabe considerar não formulados quaisquer pedidos de diligência ou perícia, consoante § 1º do mesmo art. 16 do citado diploma normativo. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2005, 2006 DIFERENÇA ENTRE VALOR ESCRITURADO E DECLARADO. LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO. Aplicase à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL – o disposto em relação ao lançamento do IRPJ, por decorrer dos mesmos elementos de prova e se referir à mesma matéria tributável. COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO LUCRO PRESUMIDO. Receitas auferidas decorrentes de comissões de venda de veículos encontramse submetidas ao coeficiente de 32%, para determinação da base de cálculo do lucro presumido, disposto no art. 519, § 1º, inciso III, do RIR/99. Fl. 332DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 333 5 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 OMISSÃO DE RECEITAS. ERRO NA APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. CRITÉRIOS TEMPORAL E QUANTITATIVO DO LANÇAMENTO. INOBSERVÂNCIA DO PERÍODO DE APURAÇÃO MENSAL. O lançamento de ofício da Cofins, ao adotar equivocadamente período de apuração trimestral, ao invés do mensal, afronta os critérios temporal e quantitativo previstos no artigo 142 do CTN. DIFERENÇA ENTRE VALOR ESCRITURADO E DECLARADO. LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO. Aplicase à Cofins o disposto em relação ao lançamento do IRPJ, por decorrer dos mesmos elementos de prova e se referir à mesma matéria tributável. COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO LUCRO PRESUMIDO. Receitas auferidas decorrentes de comissões de venda de veículos encontramse submetidas ao coeficiente de 32%, para determinação da base de cálculo do lucro presumido, disposto no art. 519, § 1º, inciso III, do RIR/99. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 OMISSÃO DE RECEITAS. ERRO NA APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. CRITÉRIOS TEMPORAL E QUANTITATIVO DO LANÇAMENTO. INOBSERVÂNCIA DO PERÍODO DE APURAÇÃO MENSAL. O lançamento de ofício do PIS, ao adotar equivocadamente período de apuração trimestral, ao invés do mensal, afronta os critérios temporal e quantitativo previstos no artigo 142 do CTN. DIFERENÇA ENTRE VALOR ESCRITURADO E DECLARADO. LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO. Aplicase ao PIS o disposto em relação ao lançamento do IRPJ, por decorrer dos mesmos elementos de prova e se referir à mesma matéria tributável. COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO LUCRO PRESUMIDO. Receitas auferidas decorrentes de comissões de venda de veículos encontramse submetidas ao coeficiente de 32%, para determinação da base de cálculo do lucro presumido, disposto no art. 519, § 1º, inciso III, do RIR/99. Fl. 333DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 334 6 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005, 2006 FATO GERADOR. OCORRÊNCIA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO FISCAL. Nos termos do CTN, diante da ocorrência do fato gerador, surge a obrigação tributária, sendo que, o crédito dela decorrente será constituído por meio do lançamento fiscal. Nesse contexto, a autoridade administrativa, ao verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, tem atuação vinculada e obrigatória no sentido de determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação de penalidade cabível. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Irresignada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário de fls. 306/327, trazendo os mesmos argumentos expostos na Impugnação, exceto quanto à questão dos cálculos de PIS/COFINS, analisados ex officio pela DRJ/BSB, que extinguiu as exigências relacionadas àqueles lançamentos. Também não foi requerida a juntada de quaisquer elementos probatórios além daqueles já presentes nos autos. É o relatório, passo a decidir. Fl. 334DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 335 7 Voto Conselheiro Marco Antonio Nunes Castilho, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. A decisão da DRJ/BSB analisou a argumentação e os valores lançados nos autos de infração, tendo decidido pela manutenção do lançamento, conforme descrito no relatório do presente acórdão, exceto no que se refere a parcelas de PIS e da COFINS, devido a um equívoco por parte da Fiscalização, sendo que esta última análise foi feita de ofício, dado que não houve provocação específica sobre esse ponto nas Impugnações apresentadas. A Recorrente, por sua vez, não trouxe novos argumentos ou elementos de prova no Recurso ora examinado. Preliminares Valor Devido IRPJ Preliminarmente, insurgese a Recorrente contra o valor de R$ 149.879,90, tido como devido pelo não recolhimento de IRPJ. Aduz a Recorrente que o valor correto seria de R$ 130.793,41. Tal valor foi alcançado por meio da aplicação de uma alíquota de IRPJ de 15% à base de cálculo apurada nos anoscalendário de 2005 e 2006. Vejase que os artigos 541 e 542 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 3.000/99 (“RIR/99”) enunciam que: Art.541.A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o imposto à alíquota de quinze por cento sobre o lucro real, presumido ou arbitrado, apurado de conformidade com este Decreto (Lei nº 9.249, de 1995, art. 3º). (…) Art.542.A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder o valor resultante da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeitase à incidência de adicional de imposto à alíquota de dez por cento (Lei nº 9.249, de 1995, art. 3º, § 1º, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 4º). (…) Fl. 335DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 336 8 Em outras palavras, os cálculos da Recorrente não levam em conta o adicional previsto no artigo 542 do RIR/99, estando, portanto incorretos, devendo ser mantido o auto de infração. Com efeito, para este ponto adoto os termos da decisão recorrida, conforme abaixo: No que concerne à apuração do IRPJ, não se constata nenhum erro de apuração. Estabelecem os art. 541 e 542 do RIR/99, que sobre o lucro presumido cabe a alíquota de quinze por cento, sendo que, a parcela que exceder o valor resultante da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do respectivo período de apuração, sujeitase à incidência de adicional de imposto à alíquota de dez por cento. Ocorre que o impugnante, ao efetuar os cálculos na peça de defesa, levou em consideração apenas a alíquota de 15%. A título exemplificativo, basta observar o primeiro trimestre de 2005, para constatar o equívoco. Apuração da Contribuinte Lucro Presumido Imposto 15% 111.527,66 16.729,14 Ou seja, não considerou a impugnante a incidência do adicional de dez por cento, já que o lucro presumido, sendo de apuração trimestral, foi superior a R$60.000,00 (multiplicação de R$20.000,00 por três meses). Assim procedeu a impugnante com todos os períodos de apuração subseqüentes, referentes aos anoscalendário de 2005 e 2006. Por sua vez, a autoridade fiscal efetuou a apuração do IRPJ com precisão, levando em consideração, para determinar o imposto a pagar, as retenções de imposto de renda na fonte efetuada pelas instituições financeiras. Nesse sentido, mostrouse correto o procedimento da Fiscalização. Nesse sentido, conforme já decidido pela DRJ/BSB, a argumentação não pode prosperar. Cerceamento de Defesa Também não há o que se falar a respeito de cerceamento de defesa. Isto porque o “Termo de Encerramento de Fiscalização”, que é parte integrante dos Autos de Infração recebidos pela Recorrente, é claro e preciso, contento a correta descrição dos fatos e discriminando as infrações constatadas pela Fiscalização e permitindo à Recorrente o livre exercício ao direito de defesa. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 337 9 Passo agora à análise do mérito. Da Omissão de Receitas Segundo o “Termo de Encerramento de Fiscalização” de fls. 143, a Recorrente deixou de declarar receitas de comissões, recebidas de diversas instituições financeiras. Tais comissões são evidenciadas após a comparação dos registros contábeis da Recorrente com as DIRFs apresentadas pelas fontes pagadoras, assim como pelo “Demonstrativo das Receitas Omitidas” de fls. 88. Além disso, a Recorrente não logra provar a incorreção dos valores em nenhum momento, limitandose a afirmar que seu faturamento foi de R$ 378.203,60 em 2005 e de R$ 562.919,00 em 2006, valores estes extraídos de seus Livros Diário e Razão. Assim, a argumentação da Recorrente não se sustenta frente à análise probatória. Os cálculos realizados pela Fiscalização não são, em nenhum momento, contestados por elementos capazes de provar sua incorreção, mas, tão somente, por afirmativas que sozinhas não possuem respaldo o suficiente para desacreditar os Autos de Infração. Portanto, aplicase ao caso o disposto no art. 528 do RIR/99, in verbis: Art.528. Verificada omissão de receita, o montante omitido será computado para determinação da base de cálculo do imposto devido e do adicional, se for o caso, no período de apuração correspondente, observado o disposto no art. 519 (Lei nº 9.249, de 1995, art. 24). Parágrafo único. No caso de pessoa jurídica com atividades diversificadas tributadas com base no lucro presumido, não sendo possível a identificação da atividade a que se refere a receita omitida, esta será adicionada àquela que corresponder o percentual mais elevado (Lei nº 9.249, de 1995, art. 24, § 1º). Desta forma, resta mantida intacta a decisão recorrida. Coeficiente para Apuração da Base de Cálculo – Lucro Presumido Aduz a Recorrente que a Fiscalização está equivocada na aplicação do coeficiente de 32%, uma vez que toda a sua operação está baseada na venda de carros novos. Entretanto, ao contrário da argumentação da Recorrente, verificase que em seu contrato social (Fls 137 e 142) consta o exercício de atividades de “comércio a varejo de veículos novos e usados em geral, consignação dos mesmos e serviços de fotocópias e cadastros”. Esse aspecto é corroborado pela própria Recorrente na qualificação de sua Impugnação às fls. 146/156, que consta que a mesma mantém negócios relativos ao ramo de Fl. 337DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 338 10 comércio a varejo de automóveis, camionetas e utilitários usados. A mesma qualificação é repetida nas Impugnações de 166/177, fls. 190/199, fls. 212/219, fls. 232/239 e fls. 252/261. Mesmo que seja desconsiderada a discrepância acima descrita, mais uma vez a Recorrente não logra provar a veracidade dos argumentos expostos no Recurso apresentado, visto que o exame dos documentas juntados não permite a identificação do estado de uso dos veículos vendidos. Desta forma, a simples afirmativa por parte da Recorrente, de que só teria vendido veículos novos, não é suficiente reverter a decisão combatida. Ademais, quase a totalidade das receitas da Recorrente são registradas/contabilizadas como “comissões de vendas de veículos” e “ comissão de venda de veículos em consignação”, sendo que a própria Recorrente afirma receber comissões pela sua atividade nas respostas apresentadas à fiscalização. Com efeito, entendo que ante as provas dos autos que atividade da Recorrente é de intermediação de negócios, o que leva a aplicação da alíquota para 32%. De tal sorte, correta a aplicação do entendimento expressado na citada decisão, submetendo as receitas ao coeficiente previsto para a atividade de prestação de serviços em geral, nos termos dos arts. 518 e 519 do RIR/99, abaixo transcritos: Art.518.A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração, observado o que dispõe o § 7o do art. 240 e demais disposições deste Subtítulo (Lei no 9.249, de 1995, art. 15, e Lei no 9.430, de 1996, arts. 1o e 25, e inciso I). Art. 519.Para efeitos do disposto no artigo anterior, considera se receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único. §1º. Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de (Lei no 9.249, de 1995, art. 15, § 1o): (…) IIItrinta e dois por cento, para as atividades de: a)prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; (grifouse) b)intermediação de negócios; c)administração, locação ou cessão de bens, imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza. (…) Portanto, fica claro que o coeficiente a ser utilizado para a apuração da base de cálculo referente às receitas da Recorrente, por se tratarem de remuneração decorrente de comissão de venda, não é o de 8%, mas, o de 32%, nos termos do art. 519 do RIR/99. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA Processo nº 10166.722321/200976 Acórdão n.º 180201.013 S1TE02 Fl. 339 11 Diante do exposto, voto no sentido de REJEITAR as preliminares, e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Antonio Nunes Castilho Fl. 339DF CARF MF Impresso em 13/12/2011 por ANDREA FERNANDES GARCIA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 08 /12/2011 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2011 por ESTER MARQUES LIN S DE SOUSA
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Numero do processo: 18471.001403/2006-99
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Oct 24 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Oct 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2001
IRPF. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4º, DO CTN.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4º, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações.
No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto de renda pago no exterior, e o acórdão recorrido decidiu que não foi comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4º, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador.
Como o fato gerador do imposto de renda é complexivo anual, ele só se aperfeiçoa em 31 de dezembro do ano-calendário, o que fez com que o prazo decadencial tenha se iniciado em 31/12/2000 e terminado em 31/12/2005.
Como o lançamento se deu apenas em 20/11/2006, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência.
Recurso Especial do Procurador Negado.
Numero da decisão: 9202-001.799
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações. No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto de renda pago no exterior, e o acórdão recorrido decidiu que não foi comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Como o fato gerador do imposto de renda é complexivo anual, ele só se aperfeiçoa em 31 de dezembro do anocalendário, o que fez com que o prazo decadencial tenha se iniciado em 31/12/2000 e terminado em 31/12/2005. Como o lançamento se deu apenas em 20/11/2006, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 18471.001403/200699 Acórdão n.º 920201.799 CSRFT2 Fl. 781 2 (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres Presidente em Exercício (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator. EDITADO EM: 01/11/2011 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres (Presidente em Exercício), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Elias Sampaio Freire, Marcelo Freitas de Souza Costa (Conselheiro Convocado), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco de Assis Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Marcelo Oliveira. Relatório O Acórdão nº 10616.917, da 6a Câmara do 1o Conselho de Contribuintes (fls. 685 a 708), julgado na sessão plenária de 29 de maio de 2008, por unanimidade de votos, deu provimento parcial ao recurso para reduzir a multa de oficio para 75%, e acolheu a decadência do lançamento dos fatos geradores do anocalendário de 2000. Transcrevese a ementa do julgado, na parte de interesse à discussão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2001, 2002, 2003 (...) MULTA QUALIFICADA EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE JUSTIFICATIVA PARA APLICAÇÃO DA MULTA Somente é justificável a exigência da multa qualificada prevista no artigo art. 44, II, da Lei n 9.430, de 1996, quando o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n°. 4.502, de 1964. Outrossim, nos termos da Sumula no 14 deste Primeiro Conselho, simples omissão na caracteriza evidente intuito de fraude. IRPF DECADÊNCIA Não caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário, nos casos de lançamento por homologação, como é o caso do imposto de renda da pessoa física em relação aos rendimentos sujeitos à declaração de ajuste anual, extingue se com o transcurso do prazo de cinco anos contados do fato gerador, nos termos do § 4o do art. 150 do Código Tributário Nacional. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 18471.001403/200699 Acórdão n.º 920201.799 CSRFT2 Fl. 782 3 (...) Recurso voluntário parcialmente provido. Contra essa decisão, a Fazenda Nacional, insurgindose contra o prazo decadencial considerado, manejou recurso especial de divergência (fls. 713 a 738), com fulcro no art. 7o, II, do antigo Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria no 147, de 25/06/2007, admitido pelo despacho de fls. 739 a 742 do Presidente 6a Câmara do 1o Conselho de Contribuintes. Para a matéria em discussão, o recorrente apresentou paradigma, alegando que o início do prazo decadencial seria o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, inclusive na hipótese de lançamento por homologação: Acórdão no 10246.355 IRPF LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DECADÊNCIA O "DIES A QUO" É ESTABELECIDO PELO INC. I, DO ART. 173, DO CTN O direito de a Fazenda Pública constituir de ofício o crédito tributário relativo ao imposto de renda da pessoa física, inclusive na hipótese de lançamento por homologação, extinguese após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (CTN, art. 173, inc. I). Aduz o recorrente que, no caso em tela, está claro que o art. 150 do CTN foi contrariado, já que o contribuinte, no anocalendário de 2000, deixou de recolher o IRPF devido, conforme se verifica do exame da Declaração de Ajuste Anual exercício 2001, referente ao anocalendário 2000, fls. 03/05 (saldo de imposto a pagar igual a zero), e que deveria, a exemplo do ocorreu no paradigma, ter sido aplicada a norma contida no art. 173, I, do CTN, não havendo que se cogitar de decadência do direito de lançar o IRPF. Devidamente cientificado do acórdão e do recurso especial da Fazenda Nacional, o contribuinte apresentou contrarrazões (fls. 761 a 766), onde afirma que não há interesse recursal da Fazenda, que sabe que seria vencida no mérito caso afastada a decadência; que, no caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto pago no exterior, o que obriga a utilização da regra de decadência do art. 150, §4o do CTN; e que mesmo que se utilizasse os ditames do art. 173 do CTN, a contagem do prazo decadencial se inicia na data da entrega da declaração, nos termos do parágrafo único daquele artigo. Apresenta, também, argumentos sobre o mérito do lançamento. À fl. 773, consta desistência parcial do recurso com respeito a valores referentes ao fatos geradores de 31/12/2001 e 31/12/2002, devidamente processada pela unidade de origem. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 18471.001403/200699 Acórdão n.º 920201.799 CSRFT2 Fl. 783 4 Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Pelo que consta no processo, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Sabese que a discussão da decadência dos tributos lançados por homologação é questão tormentosa, que vem dividindo a jurisprudência administrativa e judicial há tempos. No âmbito dos antigos Conselhos de Contribuintes, e agora no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, praticamente todas as interpretações possíveis já tiveram seu espaço. É notório que as inúmeras teses que versam sobre o assunto surgiram do fato do nosso Código Tributário Nacional CTN possuir duas regras de decadência, uma para o direito de constituir o crédito tributário (art. 173), e outra para o direito de não homologar o pagamento antecipado de certos tributos previstos em lei (art. 150, §4o). Apesar de serem situações distintas, o efeito atingido é o mesmo, pois, uma vez homologado tacitamente o pagamento, o crédito tributário estará definitivamente extinto, não se permitindo novo lançamento, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Na verdade, a celeuma não está no prazo da decadência, que é de cinco anos nas duas situações, mas na data de início de sua contagem. Enquanto o art. 173 fixa essa data no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou no dia em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, o art. 150, §4o, determina o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Pacificando essa discussão, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, firmou o entendimento de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Vejase a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/0176994 0), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento Fl. 4DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 18471.001403/200699 Acórdão n.º 920201.799 CSRFT2 Fl. 784 5 antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Observese que o acórdão do REsp nº 973.733/SC foi submetido ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, reservado aos recursos repetitivos, o que significa que essa interpretação deverá ser aplicada pelas instâncias inferiores do Poder Judiciário. Recentemente, a Portaria MF no 586, de 21 de dezembro de 2010, introduziu o art. 62A no Regimento Interno do CARF RICARF, com a seguinte redação: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Fl. 5DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 18471.001403/200699 Acórdão n.º 920201.799 CSRFT2 Fl. 785 6 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Desta forma, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733 – SC, de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Tem sido esse o entendimento da 2a Turma da CSRF, como demonstram os acórdãos a seguir transcritos: DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. APLICAÇÃO, AO RESPECTIVO PRAZO DECADENCIAL, DO ARTIGO 150, PARÁGRAFO 4º. DO CTN. OBSERVÂNCIA DA DECISÃO DO STJ PROFERIDA EM JULGAMENTO DE RECURSO REPETITIVO. Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, se houve pagamento antecipado, o respectivo prazo decadencial é regido pelo artigo 150, parágrafo 4º. do CTN, nos termos do entendimento pacificado pelo STJ, em julgamento de recurso especial, sob o rito de recurso repetitivo, tendo em vista o previsto no artigo 62A do Regimento Interno do CARF. (Acórdão nº 920201.61, sessão de 10/05/2011, Relatora Susy Gomes Hoffmann) TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. O Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida Fl. 6DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 18471.001403/200699 Acórdão n.º 920201.799 CSRFT2 Fl. 786 7 regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial nº 973.733). O termo inicial será: (a) Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). (Acórdão nº 920201.376, sessão de 11/04/2011, Relator Gustavo Lian Haddad) Neste processo, a questão é de fácil deslinde, pois existiu antecipação de pagamento na forma de imposto pago no exterior, como demonstram as informações da declaração de ajuste do exercício de 2001 (fl. 3), e o acórdão recorrido decidiu que não foi comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Como o fato gerador do imposto de renda é complexivo anual, ele só se aperfeiçoa em 31 de dezembro do anocalendário, o que faz com que, no presente caso, ele tenha se iniciado em 31/12/2000 e terminado em 31/12/2005. Como a ciência do lançamento se deu apenas em 20/11/2006 (fl. 534), o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso para, no mérito, negar provimento ao recurso especial do Procurador da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Fl. 7DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 01/11/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 08/11/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES
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Numero do processo: 36216.000055/2006-35
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/05/2003
PREVIDENCIÁRIO. TRANSPORTE DE CARGA. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. INOCORRÊNCIA.
Em relação aos serviços de transporte de carga, a retenção prevista no art. 31 da Lei n° 8.212/91, somente ocorre quando comprovada e devidamente caracterizada a presença da cessão de mão-de-obra.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-001.730
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira e Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: Francisco Assis de Oliveira Junior
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TRANSPORTE DE CARGA. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. INOCORRÊNCIA. Em relação aos serviços de transporte de carga, a retenção prevista no art. 31 da Lei n° 8.212/91, somente ocorre quando comprovada e devidamente caracterizada a presença da cessão de mãodeobra. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira e Elias Sampaio Freire. (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres PresidenteSubstituto (Assinado digitalmente) Francisco Assis de Oliveira Júnior – Relator Fl. 1DF CARF MF Emitido em 28/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES 2 EDITADO EM: 18/10/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (PresidenteSubstituto), Gonçalo Bonet Allage (VicePresidente substituto), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (Conselheiro Convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco Assis de Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Tratase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional com fundamento no art. 7º, inciso I, do Regimento Interno da Câmara Superior, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 2007, c/c artigo 4º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009. Na decisão recorrida, Acórdão nº 20601.418, de 08/10/2008, consta a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/1999 a 31/05/2003 PREVIDENCIÁRIO. TRANSPORTE DE CARGA. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. INOCORRÊNCIA. JUROS SELIC. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. DECLARAÇÃO. VEDAÇÃO DECADÊNCIA. 1 De acordo com o artigo 34 da Lei n° 8212/91, as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas elo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal e lançamento, pagas com atraso ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. 2 A teor do disposto no art. 49 do Regimento Interno deste Conselho é vedado ao Conselho afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto sob o fundamento de inconstitucionalidade, sem que tenham sido assim declaradas pelos órgãos competentes. A matéria encontrase sumulada, de acordo com a Súmula n°2 do 2° Conselho de Contribuintes. 3 E inconstitucional o artigo 45 da Lei n° 8.212/1991, que trata de decadência de crédito tributário. Súmula Vinculante n° 8 do STF. Termo Inicial: (a) Primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência] do fato gerador, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART.! 173 I) . (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 41. No caso, tratase de tributo sujeito a lançamento por homologação e houve antecipação de pagamento. Aplicável, portanto, a regra do art: 150, § 4° do CTN. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 28/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 36216.000055/200635 Acórdão n.º 920201.730 CSRFT2 Fl. 2 3 A inconformidade da Fazenda Nacional referese ao acolhimento da preliminar de decadência do lançamento referente aos fatos geradores ocorridos até a competência 11/2000, aplicando no caso o art. 150, § 4º, do CTN, extinguindo parcialmente o crédito tributário lançado, bem como a exclusão dos valores devidos pelo tomador (sujeito passivo) a título de retenção relacionados aos serviços de transporte de cargas no período anterior à modificação implementada pelo Decreto nº 4.729, 09 de junho de 2003, tendo em vista inexistir disposição legal para considerar o referido ato normativo como interpretativo e, portanto, retroagindo. No entendimento da Fazenda Nacional, a decisão contrariou os dispositivos previstos nos artigos 149, V, e 173, I, ambos do CTN, pois inexistindo pagamento do fato gerador específico do tributo sob análise o prazo a ser aplicado não é o previsto no art. 150, § 4º, conforme aplicou a decisão recorrida, mas o previsto no art. 173 do CTN, sendo esta a orientação atual do Superior Tribunal de Justiça. No tocante aos serviços de transporte de cargas, aduz a Fazenda Nacional que houve contrariedade ao art. 106, I, do CTN, que exige presença de lei interpretativa em sentido estrito no tocante à dispensa da retenção no período anterior ao Decreto nº 4.729, de 2003, que deixou de considerar tais serviços com objetos da retenção prevista no art. 31 da Lei nº 8 .212, de 1991. Também afirma ter ocorrido contrariedade às provas dos autos, tendo em vista o relatório fiscal ter demonstrado que os serviços foram prestados mediante cessão de mãode obra. O recurso foi admitido, conforme consta do despacho às fls. 600/601, e encaminhado ao contribuinte para ciência, tendo sido facultadolhe a apresentação de contra razões que, por sua vez, sustentou a tese referente à aplicação do art. 150, 4º, haja vista o que se homologa é a atividade do sujeito passivo e não o recolhimento propriamente dito. Em relação aos serviços de transporte de cargas, especificamente, a não retenção dos 11% previstos pelo art. 31 da Lei nº 8 .212, de 1991, defende que tais serviços não são prestados no enquadramento do conceito de cessão de mãodeobra, razão pela qual o Decreto nº 4.729, de 2003, apenas reconheceu que a inclusão anterior era indevida, promovendo o ajuste da norma às situações fáticas, razão pela qual a natureza interpretativa do ato normativo é evidente por se tratar de regulamentar as formas de execução da lei. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 28/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES 4 Voto Conselheiro Francisco Assis de Oliveira Júnior, Relator O recurso especial é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, conforme consta dos despachos às fls.600/601. As teses controversas trazidas para apreciação desta Turma da Câmara Superior referemse à aplicação do prazo de decadência ao crédito previdenciário lançado e discutido no presente lançamento bem como a incidência da retenção em relação às notas fiscais decorrentes de serviços relacionados ao transporte de cargas no período anterior ao Decreto nº 4.729, de 2003. Por questão lógica, será analisada primeiramente a questão da retenção tendo em vista o lançamento referirse em sua integralidade ao período anterior ao Decreto nº 4.729, de 09/06/2003. Em relação à matéria, não acolho a pretensão da Fazenda Nacional nos termos que passo a aduzir. Em breve resumo, a retenção dos 11% foi instituída pela Medida Provisória nº 1.66315, de 22/10/1998, convertida na Lei nº 9.711, de 20/11/1998, e passou a ser exigida a partir da competência 02/1999, isto é, 90 dias após a sua instituição. A redação alterada do art. 31 da Lei nº 8.212/91 pela Lei nº 9.711/98, não inovou nem alterou a fonte de custeio da previdência social, nem elegeu novo contribuinte. Em verdade, a alteração promovida pela Lei nº 9.711, de 1998, foi apenas da sistemática de recolhimento, permanecendo o cálculo da contribuição previdenciária submetido ao regime da folha de pagamento, inaugurando o sistema de substituição tributária no âmbito da previdência social para o setor de prestação de serviços, elegendo a empresa prestadora como contribuinte de direito e a empresa tomadora como contribuinte de fato com status de responsável tributário, autorizando o prestador de serviços, compensar os valores por si devidos com os valores retidos e recolhidos pelos tomadores de serviços. O § 4º do art. 31 indicava algumas atividades submetidas ao regime de retenção e remetia ao regulamento a indicação de outras. Em um primeiro momento foram indicados diversos serviços. Alguns deles (limpeza, conservação, zeladoria, vigilância e segurança, construção civil, serviços rurais, digitação e preparação de dados para processamento), na oportunidade em que a nota fiscal fosse emitida, tanto cessão de mãode obra quanto empreitada, deveria ocorrer a retenção e o recolhimento pelo tomador. Diversas outras atividades indicadas em um rol previsto no art. 219 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048, de 1999, contudo somente seriam submetidas ao regime de retenção caso fosse caracterizada a prestação mediante cessão de mãodeobra. Nesse breve histórico da legislação, a redação inicial do artigo 219 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/1999, previa em seu inciso XIX que as operações de transporte de cargas e passageiros estariam submetidas ao Fl. 4DF CARF MF Emitido em 28/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 36216.000055/200635 Acórdão n.º 920201.730 CSRFT2 Fl. 3 5 regime de retenção, desde que prestadas em regime de cessão de mãodeobra. A contrário senso, caso fossem prestadas em regime de empreitada, não haveria retenção. Posteriormente, em 9 de junho de 2003, o Decreto nº 4.729, alterou o Regulamento da Previdência Social, excluindo o transporte de cargas dos serviços inseridos no regime de retenção. A dúvida reside na definição dos efeitos que advêm desta exclusão, haja vista a Lei ter autorizado o Regulamento estabelecer outros serviços sujeitos à retenção, desde que prestados em regime de cessão de mãodeobra. Segundo penso, a solução da controvérsia apresentada pela Fazenda Nacional exige o entendimento relacionado a qual seria o efeito de uma alteração no Regulamento sem a respectiva alteração na lei. O art. 97 do Código Tributário Nacional estabelece que somente a lei, pode estabelecer a instituição de tributos, a majoração, a definição do fato gerador, etc. Por sua vez, o artigo 84, IV, da Constituição Federal estabelece que os Decretos são atos normativos expedidos pelo Presidente da República com o objetivo de explicar a aplicação da lei. Assim, o regulamento não pode ir além do que a lei prevê, pois tem seu alicerce de validade na própria lei que pretende explicar a correta aplicação. Pois bem, dada a natureza regulamentadora do Decreto Presidencial cujo objetivo é permitir a fiel execução da lei, verificase que tais atributos revelam em alguma medida uma natureza interpretativa do ato normativo cujo escopo maior é definir o alcance da lei que está sendo regulamentada. Nesse sentido, segundo penso, especificamente em relação aos serviços de transporte de cargas, a exclusão dessa atividade do rol de atividades submetida ao regime da retenção implica na aplicação retroativa, na medida em que a regulamentação considerou que tais serviços não atendiam ao critério estabelecido pela lei, isto é, em regime de cessão de mão de obra. Tal entendimento tem como fundamento lógico o fato de ser insustentável que um serviço seja considerado submetido ao regime de retenção em um período anterior à publicação do decreto e, no momento seguinte, a mesma atividade não mais ser considerada submetida a este regime sem qualquer alteração da lei. A única condição para que um serviço fosse submetido ao regime de retenção era a sua prestação ocorrer no regime de cessão de mãodeobra, em conformidade com a definição do § 3º do art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991: § 3o Para os fins desta Lei, entendese como cessão de mãode obra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividadefim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). Segundo penso, a razão mais provável para que o serviço de transporte de carga fosse excluído do rol de serviços submetidos à retenção, foi a compreensão de que tal atividade não se enquadrava no conceito legal de cessão de mão de obra e, portanto, não poderia estar submetida ao regime de retenção. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 28/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES 6 Por sua vez, se o transporte de carga não era cessão de mãodeobra no período posterior ao Decreto, tão pouco seria no período anterior, razão pela qual não caberia a retenção. Inexistindo previsão de retenção para o futuro, concluise que para o passado ela também não é devida, por força do regulamento. Com base nessas considerações, afasto a tese de contrariedade à lei. Quanto ao argumento de que houve contrariedade às provas dos autos, melhor sorte não assiste à Fazenda Nacional. A afirmação de que o relatório fiscal demonstra que os serviços foram prestados mediante cessão de mão de obra não condiz com o que consta do referido relatório. Os contratos juntados aos autos, embora apresentem cláusulas de ajuste referente ao quantitativo de pessoas envolvidas, não permitem inferir a existência da cessão de mão de obra, haja vista o objeto do contrato ser a coleta e o transporte de produtos comercializados. Na cessão de mão de obra, a essência do contrato são os segurados colocados à disposição do contratante, tal como ocorre, por exemplo, nos serviços de vigilância. Nestes serviços, observase que os segurados são colocados de maneira contínua e à disposição exclusiva do tomador que, por sua vez, gerencia a realização do serviço. Em outras palavras, no conceito de cessão de mãodeobra, destacase a natureza contínua do serviço, ficando o pessoal utilizado à disposição exclusiva do tomador, que gerencia a realização do serviço. O objeto do contrato é somente a mãodeobra. Na empreitada, o contrato focalizase no serviço a ser prestado. Para sua realização, envolverá mãodeobra, que não estará, necessariamente, à disposição do tomador. O gerenciamento será do contratado. O transporte de carga, na forma como foi pactuado nos contratos juntados aos autos, referemse a empreitada referente à movimentação de produtos comercializados pela empresa, contudo, nestes casos, somente há retenção em relação aos serviços listados nos incisos I a V do § 2º do art. 219 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, conforme estabelece o § 3º, transcrevo: Art. 219. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada, observado o disposto no § 5º do art. 216. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) § 1º Exclusivamente para os fins deste Regulamento, entendese como cessão de mãodeobra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade fim da empresa, independentemente da natureza e da forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, entre outros. § 2º Enquadramse na situação prevista no caput os seguintes serviços realizados mediante cessão de mãodeobra: Fl. 6DF CARF MF Emitido em 28/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES Processo nº 36216.000055/200635 Acórdão n.º 920201.730 CSRFT2 Fl. 4 7 I limpeza, conservação e zeladoria; II vigilância e segurança; III construção civil; IV serviços rurais; V digitação e preparação de dados para processamento; (...................) § 3º Os serviços relacionados nos incisos I a V também estão sujeitos à retenção de que trata o caput quando contratados mediante empreitada de mãodeobra. Ante o exposto voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO PELA FAZENDA NACIONAL, exonerando todo o crédito tributário lançado, circunstância que prejudica a análise do recurso especial no tocante à preliminar decadência. (Assinado digitalmente) Francisco Assis de Oliveira Júnior Fl. 7DF CARF MF Emitido em 28/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 18/10/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 27/10/2011 por HENRIQUE PINH EIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 10980.000120/2008-30
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2003
DESPESAS COM INSTRUÇÃO. LIMITE ANUAL INDIVIDUAL DE R$1.998,00. O valor dos gastos com instrução que ultrapassar esse limite não
pode ser aproveitado nem mesmo para compensar gastos de valor inferior a R$ 1.998,00 efetuados com o próprio contribuinte ou com outro dependente ou alimentando. Hipótese em que a dependente recebe bolsa de 100%.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2101-001.248
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso.
Nome do relator: JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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LIMITE ANUAL INDIVIDUAL DE R$1.998,00. O valor dos gastos com instrução que ultrapassar esse limite não pode ser aproveitado nem mesmo para compensar gastos de valor inferior a R$ 1.998,00 efetuados com o próprio contribuinte ou com outro dependente ou alimentando. Hipótese em que a dependente recebe bolsa de 100%. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ___________________________________ Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Fl. 50DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/0 9/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOS TA SANTOS 2 O recurso voluntário em exame pretende a reforma do Acórdão nº 0628.304, proferido pela 4ª Turma da DRJ Curitiba (fl. 31), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação. A infração indicada no lançamento e os argumentos de defesa suscitados na impugnação foram sintetizados pelo Órgão julgador a quo nos seguintes termos: Trata o presente processo de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física — IRPF, As fls. 09/13, lavrado em face da revisão da declaração de ajuste anual do exercício 2003, anocalendário 2002, que exige R$ 549,44 de imposto suplementar, R$ 412,08 de multa de ofício de 75%, e encargos legais. Consoante descrição dos fatos do Auto de Infração à fl. 10, foi constatada omissão de rendimentos recebidos de Kraft Foods, no valor de R$ 3.813,28, e dedução indevida de despesas de instrução, no valor de R$ 1.998,00. Cientificado em 07/12/2007 (fl. 30), o interessado apresentou, em 07/01/2008, por meio de representante (procuração A fl. 05), a impugnação de fls. 01/04, instruída com os documentos de fls. 06/18, onde argumenta que informou as despesas de instrução no valor de R$ 7.992,00 corretamente, porquanto teria observado o limite individual de R$ 1.998,00, já que o desembolso em gastos de instrução dos seus quatro filhos (Rafael, Sabrina, Marina e Natália) totalizou R$ 9.972,00. Argumenta que o desconto de 100% aproveitado por um de seus dependentes traduz a soma de 25% de acréscimo na mensalidade de cada filho, desconto este concedido em razão de manter os quatro filhos na mesma instituição de ensino, conforme declaração de fls. 16/18; aduz que o formulário da DIRPF/2003, não exigia que os valores fossem especificados por dependente e que a intitulação do procedimento como "bolsa" foi mera liberalidade da escola, não significando que não tenha deixado de desembolsar os valores referentes à instrução da filha Natália. Por fim, requer o acolhimento das suas razões, para julgar improcedente o Auto de Infração, tendo em vista que a forma de desconto adotado pela instituição de ensino não interfere na limitação de dedução das despesas com instrução e, caso não seja este o entendimento, requer a improcedência do auto de infração ante a ausência de exigência de detalhamento das despesas de instrução na DIRPF/2003. Ao apreciar o litígio, o Órgão julgador de primeiro grau manteve integralmente o lançamento, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2003 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase não impugnada a matéria não contestada expressamente. DEDUÇÕES. DESPESA DE INSTRUÇÃO. COMPROVAÇÃO. INADMISSIBILIDADE. São dedutíveis apenas os pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil (creche e educação préescolar), e de 10, 2° e 3° graus e aos cursos de especialização ou profissionalizantes do próprio contribuinte e de seus dependentes, não se admitindo a compensação de gastos de instrução efetuados individualmente que ultrapassarem o limite estabelecido entre dependentes e entre esses e o próprio declarante. Impugnação Improcedente Fl. 51DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/0 9/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOS TA SANTOS Processo nº 10980.000120/200830 Acórdão n.º 2101001.248 S2C1T1 Fl. 46 3 Em seu apelo ao CARF, às fls. 38/43, o recorrente reitera as mesmas questões suscitadas perante o juízo a quo. É o Relatório. Voto Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, Relator. O recurso atende os requisitos de admissibilidade. Em litígio, tãosomente, a glosa da despesa com instrução da dependente Natália Trevizan Fernandes. Do exame das peças processuais, firmo convencimento de que o lançamento e a decisão de primeiro grau não merecem qualquer reparo. Sobre a dedução da despesa com instrução, o artigo 81 do RIR/1999, cuja base legal é o art. 8°, II, "b", e §§, da Lei 9.250, de 1995, com as alterações da Lei 10.451, de 2002, estabelece: Art. 81. Na declaração de ajuste anual poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil (creche e educação pré escolar), e de 1°, 2° e 3° graus e aos cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual de R$ 1.998,00. § Iº O limite previsto neste artigo corresponderá ao valor de R$ 1.998,00, multiplicado pelo número de pessoas com quem foram efetivamente realizadas as despesas, vedada a transferência do excesso individual para outra pessoa. (grifos acrescidos) Com efeito, a partir da vigência da Lei 9.250, de 1995, não mais se admite a compensação de gastos de instrução efetuados individualmente que ultrapassarem o limite estabelecido, no anocalendário de 2002, no montante anual de R$ 1.998,00, entre dependentes e entre esses e o próprio declarante. A Declaração de Mensalidades Escolares expedida pela Escola São Carlos Barromeo (fls. 16/18) informa expressamente que nenhuma mensalidade foi paga relativo à dependente Natalia Trevizan Fernandes, que é beneficiária de uma bolsa de integral, em face de o contribuinte manter seus quatro filhos no mesmo estabelecimento de ensino: Em função do Sr. Pedro Henrique Fernandes manter neste estabelecimento de ensino no ano de 2002 seus 4 filhos foi concedido uma bolsa de 100% na anuidade escolar de Natalia Fernandes Trevizan totalizando o valor de R$ 3.276,00 (três mil duzentos e setenta e seis reais), conforme demonstrativo. Fl. 52DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/0 9/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOS TA SANTOS 4 Era o que tínhamos a informar e, por ser expressão da verdade, firmamos a presente declaração, para que surta os efeitos que se fizerem necessários. Diferentemente do que foi alegado pela defesa, a contrapartida matrícula dos quatro filhos na Escola São Carlos Barromeo foi a concessão da bolsa integral para a dependente Natália, estando expressamente previsto na legislação acima transcrita a impossibilidade de compensação de gastos de instrução efetuados individualmente com outros dependentes, que ultrapassarem o limite estabelecido de R$1.998,00, como ocorreu no presente caso. De fato, não foi apresentado comprovante de pagamento de mensalidades escolares para a dependente Natália e não há elemento de prova nos autos a comprovar que cada um dos filhos tinha o desconto individual de 25%. A pergunta nº 359 do Perguntas e Respostas elaborado pela Receita Federal, para orientar os contribuinte no preenchimento da Declaração de Ajuste Anual do Exercício de 2003, dispõe que: 359 — As deduções de despesas com instrução estão sujeitas a algum limite? Sim. Estão sujeitas ao limite anual individual de R$ 1.998,00. O valor dos gastos que ultrapassar esse limite não pode ser aproveitado nem mesmo para compensar gastos de valor inferior a R$ 1.998,00 efetuados com o próprio contribuinte ou com outro dependente ou alimentando. (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, II, "b"; Lei nº 10.451, de 2002, art. 2º; RIR/1999, art. 81; IN SRF nº 15, de 2001, art. 39) Por fim, cumpre ressaltar que o quadro “6. Dependentes” da Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2003 (fl. 27) solicita que o contribuinte informe a quantidade de dependentes com os quais efetuou despesas de instrução. A filha Natália não deveria ter sido indicada na listagem, por ser beneficiária de bolsa integral de estudo. Em face ao exposto, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Fl. 53DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/0 9/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOS TA SANTOS
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Numero do processo: 18471.002602/2008-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004
CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO DESCARACTERIZAÇÃO DE VÍNCULO PACTUADO COOPERATIVA DE TRABALHO ATIVIDADE FIM CONTRIBUIÇÃO PARA TERCEIROS RECURSO INTEMPESTIVO NÃO CONHECIDO
O art. 305, § 1º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n° 3.048/1999 assim descreve: “Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho.
É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente.”
O art. 3° do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF descreve que compete à Segunda Seção processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3° da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 2401-002.023
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não
conhecer do recurso.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004 CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO DESCARACTERIZAÇÃO DE VÍNCULO PACTUADO COOPERATIVA DE TRABALHO ATIVIDADE FIM CONTRIBUIÇÃO PARA TERCEIROS RECURSO INTEMPESTIVO NÃO CONHECIDO O art. 305, § 1º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n° 3.048/1999 assim descreve: “Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho. É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente.” O art. 3° do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF descreve que compete à Segunda Seção processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3° da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007. Recurso Voluntário Não Conhecido
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LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2004 CUSTEIO PREVIDENCIÁRIO DESCARACTERIZAÇÃO DE VÍNCULO PACTUADO COOPERATIVA DE TRABALHO ATIVIDADE FIM CONTRIBUIÇÃO PARA TERCEIROS RECURSO INTEMPESTIVO NÃO CONHECIDO O art. 305, § 1º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999 assim descreve: “Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho. É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente.” O art. 3° do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF descreve que compete à Segunda Seção processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3° da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso. Fl. 176DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 177DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 18471.002602/200886 Acórdão n.º 240102.023 S2C4T1 Fl. 177 3 Relatório O presente Auto de Infração de obrigação principal, lavrado sob n. 37.174.3788 em desfavor da recorrente, tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela destinada a terceiros, levantadas sobre os valores pagos a pessoas físicas por meio de Cooperativas de Trabalho em atividade fim da contratante, tendo em ação do Ministério do Trabalho sido caracterizado vínculo empregatício. O lançamento compreende competências entre o período de 01/2003 a 12/2004, sendo que os fatos geradores incluídos neste AI foram apurado por meio das notas emitidas pela Cooperativa, j[a que a empresa, mesmo intimada n’ao apresentou os contratos. Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 29/09/2008, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no mesmo dia. Não conformada com a autuação a recorrente apresentou impugnação, fls. 113 a 116. Foi exarada a DecisãoNotificação DN que confirmou a procedência do lançamento, conforme fls. 130 a 139. Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso pela notificada, conforme fls. 143 a 151. A DRFB encaminhou o processo para julgamento no âmbito do CARF. É o relatório. Fl. 178DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto intempestivamente, conforme informação à fl. 173. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. O recurso foi interposto intempestivamente. De acordo com o aviso de recebimento à fl. 141, a recorrente foi cientificada no dia 22 de dezembro de 2009 (terçafeira), à época, o prazo para interposição do recurso era de 30 dias, considerandose que na contagem é excluído o dia de início, o prazo venceria em 21/01/2098. A notificada interpôs o recurso no dia 03/02/2010, conforme protocolo fl. 143, portanto fora do prazo normativo. Assim, dispõe o art. 305, § 1º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999: Dos Recursos Art. 305. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho. § 1º É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente. (Redação alterada pelo Decreto nº 4.729/03) Dos Recursos Art. 305. Das decisões do Instituto Nacional do Seguro Social nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da seguridade social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social, conforme o disposto neste Regulamento e no Regimento daquele Conselho. § 1º É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente. (Redação alterada pelo Decreto nº 4.729/03) O art. 21, II do Regimento Interno do antigo Conselho de Contribuintes, atual CARF, dispõe acerca da competência para julgar os processos de competência do CRPS . Art. 21. Compete ao Segundo Conselho de Contribuintes julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância sobre a aplicação da legislação, inclusive penalidade isolada, observada a seguinte distribuição: II às Quinta e Sexta Câmaras, os relativos às contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único Fl. 179DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 18471.002602/200886 Acórdão n.º 240102.023 S2C4T1 Fl. 178 5 do art. 11 da Lei n o 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e contribuições devidas a terceiros. NO mesmo sentido a Portaria MF nº 147/2007, dispõe acerca da transferência dos processos pendentes de julgamento do CRPS para o extinto Conselho de Contribuintes, atual CARF: O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso no uso das atribuições previstas no art. 87, parágrafo único, incisos II e IV, da Constituição Federal, no art. 4º do Decreto n.º 4.395, de 27 de setembro de 2002, e tendo em vista o disposto nos arts. 25, 27, 29, 30 e 31 da Lei n.º 11.457, de 16 de março de 2007 e no art. 4º do Decreto n.º 5.136, de 7 de julho de 2004, resolve: Art. 5º Ficam instaladas a Quinta e Sexta Câmaras do Segundo Conselho de Contribuintes. §1º No prazo de 30 (trinta) dias da data da publicação desta Portaria, os processos administrativofiscais referentes às contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º da Lei n.º 11.457/2007 que se encontrarem no Conselho de Recursos da Previdência Social serão encaminhados ao Segundo Conselho de Contribuintes e distribuídos por sorteio para a Quinta e Sexta Câmaras do Segundo Conselho de Contribuintes, ou, se cabível, à Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais. §2º Aplicase o Regimento Interno do Conselho de Recursos da Previdência Social (RICRPS), aprovado pela Portaria do Ministro da Previdência Social n. o 88, de 22 de janeiro de 2004 aos recursos interpostos até o termo final do prazo fixado no §1º, nos processos administrativofiscais em trâmite no Conselho de Recursos da Previdência Social. §3º Os julgamentos e atos processuais pendentes nos processos referidos no §1º serão regulados pelo Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais. E por fim, o atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria n. 256, de 22 de junho de 2009, assim determina a competência para julgamento de processos sobre matéria previdenciária. Art. 3° À Segunda Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF); II Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF); III Imposto Territorial Rural (ITR); Fl. 180DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3° da Lei n° 11.457, de 16 de março de 2007; e Em sendo intempestivo o recurso, e não tendo sido demonstrado nos autos nenhum fato que impedisse o requerente de interpor recurso na data estabelecida, julgo por não conhecer do recurso. CONCLUSÃO Voto pelo NÃO CONHECIMENTO do recurso, em virtude da intempestividade do mesmo. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 181DF CARF MF Emitido em 25/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 23/09/2011 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SIL, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 10935.002098/2004-84
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano-calendário:
1999, 2000, 2001, 2002, 2003
CONSIGNAÇÃO. REVENDA DE VEÍCULOS USADOS. ARTIGO 5° DA LEI N° 9.716/1998. LUCRO PRESUMIDO. APURAÇÃO. PERCENTUAL DE 32%.
Optando, o contribuinte que desempenha revenda de veículos usados, pelo lucro presumido, nos termos da Lei n° 9.716/1998, tem tal operação equiparada à consignação, hipótese em que a alíquota será de 32%, nos termos do artigo 15, §1°, da Lei ° 9.249/95.
Numero da decisão: 9101-001.175
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos
FISCAIS, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Matéria: IRPJ - AF- lucro presumido(exceto omis.receitas pres.legal)
Nome do relator: SUSY GOMES HOFFMANN
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 CONSIGNAÇÃO. REVENDA DE VEÍCULOS USADOS. ARTIGO 5° DA LEI N° 9.716/1998. LUCRO PRESUMIDO. APURAÇÃO. PERCENTUAL DE 32%. Optando, o contribuinte que desempenha revenda de veículos usados, pelo lucro presumido, nos termos da Lei n° 9.716/1998, tem tal operação equiparada à consignação, hipótese em que a alíquota será de 32%, nos termos do artigo 15, §1°, da Lei ° 9.249/95.
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 CONSIGNAÇÃO. REVENDA DE VEÍCULOS USADOS. ARTIGO 5° DA LEI N° 9.716/1998. LUCRO PRESUMIDO. APURAÇÃO. PERCENTUAL DE 32%. Optando, o contribuinte que desempenha revenda de veículos usados, pelo lucro presumido, nos termos da Lei n° 9.716/1998, tem tal operação equiparada à consignação, hipótese em que a alíquota será de 32%, nos termos do artigo 15, §1°, da Lei ° 9.249/95. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos FFIISSCCAAIISS, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). (assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann Relatora Fl. 401DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 10935.002098/200484 Acórdão n.º 9101001.175 CSRFT1 Fl. 2 2 Participaram do julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Valmir Sandri, Susy Gomes Hoffmann, Jorge Celso Freire da Silva, Karen Jureidini Dias, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Antonio Carlos Guidoni Filho, João Carlos de Lima Júnior e Claudemir Rodrigues Malaquias. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte. O contribuinte foi autuado nos seguintes termos do relatório do acórdão recorrido: “A Recorrente exerce a atividade de "comércio de veículos novos e usados, estacionamento, consignação, demonstração de veículos, vendas de veículos para consórcios e prestação de serviços de polimento e limpeza de veículos.", conforme descrito em seu contrato social; e à época dos fatos geradores pesquisados era optante do Lucro Presumido. No Termo de Constatação Fiscal exarado às fls. 166/174, a autoridade fiscalizadora aponta: Os Demonstrativos de Receitas apresentam dois tipos de receitas: a) receitas de prestação de serviços, regularmente declaradas nas DIPJs apresentadas, tendo sido aplicado o percentual de presunção de 32% sobre o lucro bruto para determinarse a base de cálculo do tributo; b) receitas de vendas de mercadorias, tendo sido demonstrado em DIPJ que à diferença entre o valor contábil dessas receitas e o custo das mercadorias vendidas foi aplicado o percentual de presunção de 8% sobre o lucro bruto para determinarse a base de cálculo do tributo; O fato de o contribuinte oferecer à tributação, para fins de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, apenas a diferença entre o valor de venda e o custo de aquisição dos veículos usados vendidos, encontra amparo no art. 50 da Lei n. 9716/98. O contribuinte errou ao aplicar o percentual de 8% às operações de consignação, pois este seria o regime normal de compra e venda, enquanto que a fiscalização entende que o percentual a ser aplicado é o de 32%, conforme disposto pelo Parecer Normativo Cosit 45/2003, de 17/10/200. Através do Auto de Infração de fls. 176/185, foi lançado de oficio o IRPJ referente às divergências entre os valores declarados pelo contribuinte em DCTF e os valores calculados a partir das receitas registradas em sua contabilidade, conforme demonstrado no Termo de Constatação Fiscal. Ao principal foi Fl. 402DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 10935.002098/200484 Acórdão n.º 9101001.175 CSRFT1 Fl. 3 3 acrescida a multa de 75% e os juros de mora calculados pela Taxa Selic.” O contribuinte apresentou impugnação (fls. 188/200). A Delegacia da Receita Federal de Julgamento julgou procedente o lançamento, nos termos da seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 MULTA DE OFÍCIO. CONFISCO. INCONSTITUCIONALIDADE. PERCENTUAL. LEGALIDADE. Os percentuais da multa de oficio, exigíveis em lançamento de oficio, são determinados expressamente em lei, não dispondo as autoridades administrativas de competência para apreciar a constitucionalidade de normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. A utilização da taxa Selic como juros moratórios decorre de expressa disposição legal. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 PROVA DOCUMENTAL. APRESENTAÇÃO NA IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO. Indeferese pedido de juntada de novos documentos, por preclusão do direito de apresentação de prova documental, não juntada na impugnação, e não sendo caso das exceções legalmente previstas. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 VEÍCULOS USADOS. CONTRATO DE CONSIGNAÇÃO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LUCRO PRESUMIDO. PERCENTUAL DE 32%. Na revenda de veículos usados, é insubsistente o pleito de redução da alíquota de 32% para 8%, uma vez que a legislação vigente a equipara à operação de consignação, para efeitos tributários, sendo que esta possui natureza jurídica de contrato de prestação de serviços, sujeito ao percentual de 32%. Lançamento Procedente O contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 280/296). Fl. 403DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 10935.002098/200484 Acórdão n.º 9101001.175 CSRFT1 Fl. 4 4 A antiga Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes negou provimento ao recurso do contribuinte: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 Ementa: RECEITA PROVENIENTE DA VENDA DE VEÍCULOS USADOS. LEI N. 9.716/98, ART. 5°. Equiparação legal a operação de consignação. Natureza jurídica própria e, portanto, diversa da compra e venda. Lucro presumido. Utilização indevida do percentual de 8%. O contribuinte interpôs o presente recurso especial (fls. 311/344), suscitando divergência jurisprudencial relativamente à interpretação do artigo 5° da Lei n° 9.716/1998. Sustentou a tese de que “não se pode tributar os negócios jurídicos de consignação, ou negócios jurídicos estimatórios, utilizandose a base de cálculo de 32% (trinta e dois por cento), prevista no §1°, art. 15, da Lei n° 9.249, de 26.12.1995”. Segundo o recorrente: “Analisandose a norma do art. 5°, da Lei n° 9.716, de 26.11.1998, em conjunto com os ensinamentos doutrinários, a melhor interpretação que se lhe pode dar é no sentido de, para os contratos de consignação, ou estimatórios, onde há negócios com veículos, a base de cálculo do tributo há de ser 8% da receita bruta — observada diferença entre o custo e o preço de venda—, e não 32%, como afirma o aresto paragonado. Importa, ainda, ressaltar que, se por hipótese, a consignação não se caracterizasse como compra e venda, como afirma o acórdão recorrido, por certo, também não seria prestação de serviços, conforme entendimento fixado no aresto n° 10706945. E, se prestação de serviços não é, como, então, seria possível aplicar a base de cálculo de 32%, prevista no § 1°, inciso III, alínea a, do art. 15, da Lei 9.249, de 26.12.1995? Não restaria ferido o princípio da legalidade? As operações de consignação, ou de estimação, são, pois, compra e venda, ou, no mínimo, a elas se equiparam. Incabível a fixação da base de cálculo em 32%. Ao permitir que as vendas de veículos usados, adquiridos para revenda, bem como dos veículos usados recebidos como parte do pagamento, pudessem ser tributadas, na hipótese de opção pelo lucro presumido, pela margem bruta de lucro (diferença entre o custo de aquisição e o preço de venda), em nenhum momento, a norma jurídica, bem como todo o sistema jurídico, mesmo fazendo referência à consignação, classificou tal ato jurídico como prestação de serviço. Ao contrário do afirmado no acórdão recorrido, o entendimento que se pode ter é o de que tal ato jurídico só pode ser entendido como compra e venda, ou, na pior hipótese, o regime que lhe será aplicável é o da compra e venda. Fl. 404DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 10935.002098/200484 Acórdão n.º 9101001.175 CSRFT1 Fl. 5 5 Defendeu, desta forma, a tese de que os negócios jurídicos que ensejaram o lançamento, na verdade, têm a natureza jurídica de contrato de compra e venda. Segundo a recorrente, antes do advento do Código Civil de 2002, não havia normas específicas relativas ao contrato de venda em consignação, ou contrato estimatório. Diante disso, aplicavase as regras pertinentes aos demais contratos. Trouxe à tona o enunciado n° 32, da Primeira Jornada de Direito Civil do CJF/STJ, no seguinte sentido: “No contrato estimatório (art. 534), o consignante não transfere ao consignatário, temporariamente, o poder de alienação da coisa consignada, com a opção do pagamento do preço de estima ou sua restituição ao final do prazo ajustado”. O recorrente, assim, prosseguiu: “Ora, pelos elementos do contrato estimatório, se percebe que, de fato, é ele um contrato de compra e venda condicional, ou a ela deve ser equiparada para fins tributários. A empresa vendedora de veículos usados recebe a coisa em consignação e a vende a um terceiro, emitindo, inclusive, uma nota fiscal de venda. O comprador, terceiro e totalmente estranho à relação jurídica que desenvolveuse entre o tradens e o accipiens, sequer sabe da consignação. E se souber, nenhum diferença faz, porquanto contratou com o consignatário e este responderá, perante ele — o comprador — , por todas as garantias. Ora, um ato desta natureza não pode ser enquadrado como prestação de serviços. Tratase de uma compra e venda perfeita e acabada, ou, no mínimo, develhe ser equiparada. Ao se referir a consignação, o art. 5° da Lei n° 9.716, de 26.11.1998, em nenhum momento disse, contrariamente ao afirmado no r. aresto recorrido, tratarse de prestação de serviços. Disse tratarse, sim, de consignação. E esta, à luz da doutrina, tem natureza de compra e venda.” O recorrente arrematou suas alegações, no sentido de que, aproximandose a natureza jurídica da consignação mais à de um contrato de compra e venda condicional, sustentou não ser lícita interpretação de que o artigo 5° da Lei n° 9.716/98 quis se referir a prestação de serviços. Segundo o recorrente, a norma referiuse a compra e venda. Segundo o contribuinte: “Aplicamse, assim, os dispositivos da Lei n° 9.249, de 26.12.95, com as alterações ulteriores, que tratam da base de cálculo do IRPJ para os negócios de compra e venda, e não os incisos do § 1° do art. 15 do mesmo diploma legal, que estipulam a base de cálculo para as empresas que prestam serviços.” Diante disso, postulou pela reforma do acórdão recorrido. A Fazenda Nacional apresentou suas contrarazões (fls. 384/393). Fl. 405DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 10935.002098/200484 Acórdão n.º 9101001.175 CSRFT1 Fl. 6 6 Voto Conselheira Susy Gomes Hoffmann, Relatora O presente recurso especial é tempestivo. Preenche, também, os demais requisitos de admissibilidade, tendo em vista que o recorrente logrou comprovar a divergência jurisprudencial. Em primeiro lugar, é de se ter que, conforme o despacho de fls. 379/382 dos autos, que deu seguimento ao recurso especial em análise, a divergência jurisprudencial, no que se refere aos acórdãos paradigmas trazidos à tona pelo contribuinte, somente pode ser aferida em relação ao julgado de n° 10808865, pois que: “(...) em relação ao Acórdão n° 10706945 não pode sequer ser cogitado como divergência, eis que exarado pela então Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, ou seja, a mesma Câmara que emitiu o Acórdão recorrido, o que contraria o então vigente Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais.” Tal acórdão, posteriormente, veio ser reformado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. Eis a ementa do julgado (acórdão 910100.017): IRPJ LUCRO PRESUMIDO OPERAÇÃO DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS Nos termos do art. 5° da Lei n° 9.716, de1998, as pessoas jurídicas que tenham como objeto social a compra e venda de veículos automotores poderão equiparar, para efeitos tributários, como operação de consignação, as operações de venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados. Referido dispositivo não traz qualquer menção (rectius, restrição) às empresas que apuram o IRPJ pela modalidade do lucro real ou lucro presumido. Fazendo o contribuinte a opção pela tributação nos moldes da Lei n° 9.716, de 1998, embora tenha praticado operação de venda e compra (sujeita a priori à alíquota de 8%), tal evento deverá ser tratado para efeitos tributários como consignação e, portanto, sujeito à alíquota de 32% para a apuração do lucro a ser tributado. O artigo 5° da Lei n° 9.716/98 dispõe no seguinte sentido: Art. 5o As pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores poderão equiparar, para efeitos tributários, como operação de consignação, as operações de venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados. Fl. 406DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 10935.002098/200484 Acórdão n.º 9101001.175 CSRFT1 Fl. 7 7 Parágrafo único. Os veículos usados, referidos neste artigo, serão objeto de Nota Fiscal de Entrada e, quando da venda, de Nota Fiscal de Saída, sujeitandose ao respectivo regime fiscal aplicável às operações de consignação. Em face do dispositivo acima mencionado, é a de que o legislador equiparou, de forma expressa, a revenda de veículos usados à operação de consignação. Não a equiparou à operação de compra e venda. Isto ressalta a conclusão de que as operações de compra e venda e de consignação constituem realidades jurídicas distintas. Não possuem a mesma natureza jurídica. A Lei, ademais, ao permitir que o contribuinte opte pela tributação na forma da Lei n° 9.716/98, determinou expressamente que a operação em questão fosse tratada como de consignação (evidenciando a diferença do tratamento da compra e venda), sujeito à alíquota de 32% para a apuração do lucro. Neste sentido, trago à baila trecho da decisão citada, desta Câmara Superior de Recursos Fiscais: “Fazendo o contribuinte a opção pela tributação nos moldes da Lei n° 9.716, de 1998, embora tenha praticado operação de venda e compra (sujeita à priori à alíquota de 8%), tal evento deverá ser tratado para efeitos tributários como consignação e, portanto, sujeito à alíquota de 32% para a apuração do lucro a ser tributado. Entenderse em sentido contrário seria admitir vantagem desmedida ao contribuinte, qual seja: para efeito de apuração da base de cálculo a partir da qual se calcularia o lucro, tomarseia como certo o valor da diferença entre a venda e a compra dos veículos usados (e não o total da venda), tal como ocorre nas consignações; mas, para efeito de alíquota, adotarseia o percentual de 8% (e não o de 32%), tal como se tratasse de uma mera operação de venda e compra, o que não se pode razoavelmente admitir”. Trago à tona outros julgados no mesmo sentido: CARF 1a. Seção / 5a. Turma Especial / ACÓRDÃO 180500.003 em 19/03/2009 IRPJ Ex(s): 2004, 2005 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA 1RPJ EMENTA ANOCALENDÁRIO: 2003,2004 COMPRA E VENDA DE VEÍCULOS USADOS EQUIPARAÇÃO A OPERAÇÕES DE CONSIGNAÇÃO EFEITOS TRIBUTÁRIOS Na determinação da base de cálculo presumida do Imposto de Renda devido pelas pessoas jurídicas que tenham como objeto social a compra e venda de veículos automotores, a receita bruta das operações de venda de veículos usados , adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados , é a diferença entre o valor de alienação e o custo de aquisição do citado veículo. Fl. 407DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 10935.002098/200484 Acórdão n.º 9101001.175 CSRFT1 Fl. 8 8 Sobre a receita bruta definida nos termos acima, auferida no período de apuração, deve ser aplicado o percentual de 32%, que é o coeficiente de presunção de lucro da consignação por comissão. A consignação por venda, tipificada no atual Código Civil Brasileiro como contrato estima tório, implica em duas operações de venda, e não pode servir como parâmetro para a equiparação do art. 5° da Lei 9.716/1998, porque possui a mesma natureza da operação a ser equiparada, com idêntico tratamento tributário. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto pela SÃO SEBASTIÃO COMERCIAL LTDA. ACORDAM os Membros da 5ª turma especial da primeira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Publicado no DOU em: 06.04.2011 Recorrente: SÃO SEBASTIÃO COMERCIAL LTDA. Recorrida: 2ª TURMA/DRJBELO HORIZONTE/MG ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 2002, 2003, 2004 VENDA DE VEÍCULOS USADOS. EQUIPARAÇÃO À OPERAÇÃO DE CONSIGNAÇÃO. PERCENTUAL APLICÁVEL DE 32%. A Lei n° 9716/98 permite que a pessoa jurídica, cujo objeto social seja a compra e venda de veículos, opte por equiparar suas operações de venda de veículos usados às operações de consignação. Feita a opção pelo sujeito passivo, ao apurar a base de cálculo presumida da CSLL a partir da diferença entre os valores de venda e de compra dos veículos usados, é devida a aplicação do percentual de trinta e dois por cento para a apuração da base de cálculo presumida em cumprimento ao disposto no art. 22 da Lei n° 10684/2003, c/c o inciso III, parágrafo 1°, do art. 15, da Lei n° 9249/95, uma vez que a operação de consignação tem natureza de prestação de serviço “1° Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais; Processo n° 13603.002011/200419; Recurso n° 105146.714 Especial do Contribuinte; Matéria CSLL; Acórdão n° 0105.846; Sessão de 15 de abril de 2008; Recorrente IRMÃOS SILVA COMERCIAL LTDA; Interessado FAZENDA NACIONAL” Fl. 408DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 10935.002098/200484 Acórdão n.º 9101001.175 CSRFT1 Fl. 9 9 Diante de todo o exposto, nego provimento ao recurso especial do contribuinte. Sala das Sessões, em 13 de setembro de 201113 de setembro de 2011 (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann Fl. 409DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por EVA RIBEIRO BARROS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN
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