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Numero do processo: 10469.730314/2012-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS PATRONAIS. ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. ISENÇÃO. LEI Nº 12.101/2009.
ISENÇÃO - REQUERIMENTO
A isenção é uma das modalidades de exclusão do crédito tributário, e desse modo, interpreta-se literalmente a legislação que disponha sobre o benefício legal. À época dos fatos geradores até 29/11/2009, vigorava o artigo 55 da Lei n.º 8.212/91, que exigia que a isenção fosse requerida.
Para o período a partir de 30/11/2009, o direito à isenção das contribuições sociais poderá ser exercido pela Entidade a contar da data da publicação da concessão de sua certificação, desde que atendidos, cumulativamente, todos os requisitos essenciais previstos nos incisos I a VIII do art. 29 da Lei nº 12.101/2009.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-003.407
Decisão: Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais , por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, porque a entidade não comprovou a existência dos requisitos formais essenciais à época da ocorrência dos fatos geradores, para que pudesse usufruir da isenção patronal das contribuições previdenciárias, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Liege Lacroix Thomasi Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Fábio Pallaretti Calcini, André Luís Mársico Lombardi, Leo Meirelles do Amaral, Wilson Antonio de Souza Correa.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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ENTIDADE BENEFICENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. ISENÇÃO. LEI Nº 12.101/2009. ISENÇÃO REQUERIMENTO A isenção é uma das modalidades de exclusão do crédito tributário, e desse modo, interpretase literalmente a legislação que disponha sobre o benefício legal. À época dos fatos geradores até 29/11/2009, vigorava o artigo 55 da Lei n.º 8.212/91, que exigia que a isenção fosse requerida. Para o período a partir de 30/11/2009, o direito à isenção das contribuições sociais poderá ser exercido pela Entidade a contar da data da publicação da concessão de sua certificação, desde que atendidos, cumulativamente, todos os requisitos essenciais previstos nos incisos I a VIII do art. 29 da Lei nº 12.101/2009. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros da Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais , por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, porque a entidade não comprovou a existência dos requisitos formais essenciais à época da ocorrência dos fatos geradores, para que pudesse usufruir da isenção patronal das contribuições previdenciárias, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 73 03 14 /2 01 2- 39 Fl. 862DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/10/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 Liege Lacroix Thomasi – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Fábio Pallaretti Calcini, André Luís Mársico Lombardi, Leo Meirelles do Amaral, Wilson Antonio de Souza Correa. Fl. 863DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/10/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10469.730314/201239 Acórdão n.º 2302003.407 S2C3T2 Fl. 799 3 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal referese aos seguintes autos de infração lavrados em 01/11/2012 e cientificados ao sujeito passivo através de Registro Postal em 13/11/2012: * Auto de Infração de Obrigação Principal AIOP DEBCAD 51.007.1708, relativo à cota patronal de contribuições previdenciárias e as referentes ao seguro acidente do trabalho, incidentes sobre remuneração dos segurados empregados resultantes das diferenças apuradas com base nas folhas de pagamento e nas RAIS do período de 01/2009 a 12/2009. * Auto de Infração de Obrigação Principal AIOP DEBCAD 51.007.1716, referente às contribuições previdenciárias da cota dos segurados na folha de pagamento da competência 02/2009. * Auto de Infração de Obrigação Principal AIOP DEBCAD 51.007.1724, referente às contribuições previdenciárias da cota dos segurados apuradas com base nas diferenças apuradas no batimento das folhas de pagamento e RAIS nas competências de 01/2009 a 12/2009. * Auto de Infração de Obrigação Principal AIOP DEBCAD 51.007.1732, referente às contribuições arrecadadas para os Terceiros, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados resultantes de diferenças apuradas no batimento das folhas de pagamento e RAIS no período de 01/2009 a 12/2009. * Auto de Infração de Obrigação Acessória AIOP DEBCAD 51.007.1694, lavrado em virtude do descumprimento do artigo 32, inciso IV, §5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, com multa punitiva aplicada conforme dispõe o artigo 32 A, caput, inciso I, §§2º e 3º, da Lei n.º 8.212/91, por não ter informado nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP’s, todos os valores pagos aos segurados empregados no período de 01/2009 a 12/2009. O Relatório Fiscal de fls. 48/64 traz que os fatos geradores foram apurados do exame e confronto das folhas de pagamento da autuada, das GFIPs e das RAIS, porque se verificou que algumas folhas de pagamento não estavam completas e por isso foram tomados como base os valores informados nas RAIS. Aduz o relatório que o crédito foi apurado por aferição indireta e que a contabilidade da recorrente não estava devidamente formalizada nos exercícios de 2008 e 2009. Informa o Fisco que a autuada declarava em GFIP o FPAS 639, relativo à entidade isenta das contribuições patronais previdenciárias, quando não possui os requisitos legais para tanto. A entidade não consta da Relação de Entidades Certificadas no CNAS, cuja atualização ocorreu em 13/08/2009 e o seu requerimento para obter o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social CEBAS ainda está em análise junto ao Ministério da Saúde. Fl. 864DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/10/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 Após a impugnação, Acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (MG), às fls. 697/710, julgou as autuações procedentes. Inconformado, o contribuinte apresentou recurso voluntário, onde alega em síntese: a) que a concessão do título de entidade pública regulada pela Lei n.º 91/1935 não foi revogada e a entidade é associação com o fim exclusivo de servir à coletividade, discorrendo sobre seu caráter assistencialista e seu relevante papel na geração de empregos; b) que é declarada de utilidade pública federal, estadual e municipal, que sempre informou tal situação à Receita Federal e nunca ficou retida em malha; c) que tem direito adquirido à isenção pela legislação desde 1959 e com o advento da Lei n.º 12.101/2009, reuniu os documentos necessários e protocolizou junto ao Ministério da Saúde requerimento para a concessão do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social; d) que em razão dos princípios da segurança jurídica e da razoabilidade, requer que o auto de infração seja julgado improcedente, devendo ser reconhecida a isenção tributária até que seja julgada a solicitação de certificação originária pelo Ministério da Saúde. É o relatório. Fl. 865DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/10/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10469.730314/201239 Acórdão n.º 2302003.407 S2C3T2 Fl. 800 5 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora Cumprido o requisito de admissibilidade, frente à tempestividade, conheço do recurso e passo ao seu exame. De acordo com os elementos constantes do autos, o crédito foi lançado, porque a recorrente não possui a isenção patronal das contribuições previdenciárias no período de 01/2009 a 12/2009. No Relatório de fls. 48/64, o Fisco informa que até 09/11/2008, a recorrente não fazia jus à isenção patronal, porque a mesma deveria ser requerida ao INSS e a entidade teve seu pedido indeferido, com ciência através de registro postal em 21/10/2010. Que no período de 10/11/2008 a 11/02/2009, a recorrente não atendia cumulativamente os requisitos do artigo 28 da MP n.º 446/2008, dentre eles a escrituração contábil que registrasse receitas e despesas. No período de 12/02/2009 a 29/11/2009, foi restabelecida a vigência do artigo 55 da Lei n.º 8.212/91, em vista da rejeição da MP n.º 446/2008, e a entidade continuou não cumprindo os requisitos para usufruir o benefício, porque não havia requerido novamente a isenção e o pedido anterior havia sido indeferido, além do que não possuía CEBAS. A partir de 30/11/2009, com a vigência da Lei n.º 12.101 de 27/11/2009, regulamentada pelo Decreto n.º 7237, de 20/07/2010, não há mais necessidade de requerimento e a entidade será considerada isenta da cota patronal das contribuições previdenciárias, desde que cumpra com os requisitos exigidos na lei. Entretanto, a recorrente não é possuidora do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social CEBAS, documento imprescindível para o gozo do benefício. Seu pedido encontrase sob análise no Ministério da Saúde Processo n.º 250000077201/201014, de 04/01/2012. Portanto, a entidade não possuía e ainda não possui os requisitos legais para se considerar isenta da cota patronal das contribuições previdenciárias, nos moldes que informa na GFIP, sujeitandose à lavratura dos autos de infração por descumprimento de obrigação principal, na medida em que não efetua o recolhimento das contribuições patronais até então devidas, bem como sujeitouse à lavratura do auto de infração por descumprimento de obrigação acessória de informar em GFIP todos os fatos geradores de contribuição previdenciária. A recorrente não discute o mérito das contribuições previdenciárias patronais lançadas no presente Auto de Infração de Obrigação Principal e apuradas através do exame das folhas de pagamento elaboradas pela autuada e as RAIS, de forma que se tornam incontroversos os valores levantados. Fl. 866DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/10/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 6 A questão trazida aos autos na peça recursal cingese à inconformidade da recorrente quanto ao seu não enquadramento como entidade isenta, uma vez que diz implementar todas as condições necessárias para tanto. Entretanto, no que se refere às argüições da recorrente, devemos considerar que uma entidade pode, efetivamente, ser filantrópica, mas isto não pressupõe que seja isenta das contribuições previdenciárias. A isenção era um benefício regulado, à época dos fatos geradores até 29/11/2009, pela Lei n.º 8.212/91, no seu artigo 55 e pelo Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, nos artigos 206 em diante, sendo concedida pelo INSS àquelas entidades que cumprirem os requisitos formais e operacionais descritos na legislação e a solicitassem ao Instituto. Os requisitos a serem cumpridos para o gozo do benefício legal eram aqueles especificados no artigo 55 da Lei n.º 8.212/91. De posse dos documentos formais e estando adequada aos demais requisitos operacionais, a entidade deveria requerer a isenção patronal das contribuições previdenciárias ao INSS (art. 55, § 1º da Lei n.º 8.212/91). A isenção, uma vez concedida, retroagia à data do protocolo do pedido (art. 208, §2º, do RPS). No caso em tela, os documentos acostados no processo não permitem vislumbrar que a entidade era isenta da cota patronal das contribuições previdenciárias no período notificado. A recorrente não apresentou o CEBAS – Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, documento essencial para o gozo do benefício legal e não possui o Ato Declaratório de Isenção das Contribuições Previdenciárias. Portanto, não vejo como afastar a aplicação do artigo 55 da Lei nº 8.212/91, até a data de 29/11/2009, ressalvado período de vigência da MP 446/2008, eis que vigente a norma legal que estabeleceu critérios para que as entidades beneficentes de assistência social pudessem obter a isenção patronal previdenciária. E, posteriormente, a partir de 30/11/2009, devem ser obedecidos os critérios da Lei n.º 12/101/2009, o que também não restou comprovado pela recorrente. O parágrafo 6º do art. 150 da Constituição Federal estabelece que: “ Qualquer subsídio ou isenção (grifo nosso), redução de base de cálculo, concessão de credito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei especifica federal, estadual ou municipal que regule exclusivamente as materiais acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, parágrafo 2º, XII, “g” * (Redação pela Emenda Constitucional 03/93 – D.O. U. 18.03.93)” Assim, a isenção, conforme atesta o texto constitucional, só pode ser concedida mediante lei específica, no caso a vigente, Lei n.º 8.212/91, até 29/11/2009, que no seu artigo 55 estabelecia as exigências necessárias a serem cumpridas, cumulativamente, para que a entidade obtivesse a isenção das contribuições previdenciárias de que tratam os artigos 22 e 23, da mesma lei. Nos incisos I e II, do citado artigo 55, constam os requisitos formais, quais sejam : que a entidade seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal e que seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos. De posse dos elementos necessários a entidade deveria requerer a isenção ao Fl. 867DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/10/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10469.730314/201239 Acórdão n.º 2302003.407 S2C3T2 Fl. 801 7 Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, de acordo com o preceito contido no parágrafo 1º, do citado artigo 55, da Lei n.º 8.212/91. Além disso, o entendimento de que a lei a que se refere a parte final do § 7º,do art. 195 da Constituição Federal que tem por objetivo definir os requisitos para benefício da imunidade, pode ser perfeitamente a Lei 8.212/91 Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (...) § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Os auditores fiscais da Receita Federal do Brasil, revestidos da competência legal que lhes é conferida, buscam averiguar o correto cumprimento do regramento existente, já que a Seguridade Social deve ser financiada por toda a sociedade, conforme preceito constitucional e a onerosidade deve recair uniformemente sobre os contribuintes, não sendo justo que algumas entidades usufruam benefícios legais sem a contraprestação dos serviços devidos. Os requisitos legais trazidos no artigo 55 da Lei n.º 8.212/91, até 29/11/2009 e Lei n.º 12.101/2009 a partir de 30/11/2009, devem ser cumulativamente obedecidos pela entidade filantrópica para poder usufruir da isenção patronal das contribuições previdenciárias e a fiscalização da Receita Federal do Brasil deve, porque a lei não lhe dá discricionariedade, verificar o fiel cumprimento dos mesmos, justamente auditando as empresas para verificar se os dados informados anualmente em seus Relatórios de Atividades e nas GFIP's expressam a realidade de cada uma. Seria ingênuo pensar que os auditores deveriam aceitar os dados impostos pela entidade, não podendo dos mesmos duvidar nem buscar a sua comprovação. Ressaltese que o dever de fiscalizar a atuação das entidades de interesse social deve ser prioridade, não só porque os entes tributantes deixam de arrecadar dividendos, em razão das imunidades e isenções concedidas, mas, sobretudo, porque as referidas pessoas jurídicas atuam com políticas públicas e demandas sociais que se refletem, diretamente, na vida de pessoas, do povo, um dos componentes fundamentais à autonomia do Estado. Quanto mais significativos são os índices que revelam as diferenças sociais de um povo, maior a fragilidade da respectiva nação. Resta pacificado que as entidades beneficentes de assistência social se obrigam à gratuidade, além da observância de outros requisitos que venham a assegurar que a entidade beneficiária faz jus ao nãopagamento das contribuições para a seguridade social, justamente porque desempenha papel para cujo custeio destinase o tributo. A entidade beneficente de assistência social é aquela que atua de maneira substitutiva ao Estado e por isso contribui em espécie para o pacto social traçado pela Constituição Federal nos seus artigos 194 e 195. Desta feita, fica desonerada das contribuições sociais porque sua atuação benemerente resguarda o mínimo existencial a ser garantido pela seguridade social, o que o faz substitutivamente. Já, as demais entidades detêm apenas a Fl. 868DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/10/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI 8 imunidade de impostos, contida no artigo 150, VI, “c” da Constituição Federal de 1988, em respeito ao preceito constitucional referente ao custeio da seguridade social. Na ação fiscal efetuada, a recorrente não conseguiu comprovar a existência dos requisitos formais essenciais à época da ocorrência dos fatos geradores, para que pudesse usufruir da isenção patronal das contribuições previdenciárias.Por isto, não há reparos a fazer no lançamento efetuado, já que a autuada não possuía a isenção patronal e o crédito, ora lançado, referese a estas contribuições. Por todo o exposto, Voto por negar provimento ao recurso. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 869DF CARF MF Impresso em 14/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2014 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 13/10/201 4 por LIEGE LACROIX THOMASI
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Numero do processo: 10860.901348/2008-13
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
PROVAS. APRESENTAÇÃO. MOMENTO.
No processo administrativo tributário federal, não basta o recorrente alegar fatos. Deve necessariamente instruir sua defesa com as respectivas provas.
Numero da decisão: 1103-001.114
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, dar provimento parcial para reconhecer o crédito adicional de R$14.342,18 e homologar as compensações até tal limite, por unanimidade, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Aloysio José Percínio da Silva Presidente
(assinado digitalmente)
Eduardo Martins Neiva Monteiro Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Marcelo de Assis Guerra e Aloysio José Percínio da Silva.
Nome do relator: EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO
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SALDOS NEGATIVOS DE CSLL. A confirmação de que compensações de estimativas deixaram de ser homologadas e os respectivos valores, de ser pagos, impossibilita o aproveitamento na composição do saldo negativo ao final do anocalendário. Nos termos dos Pareceres PGFN/CAT nº 1.658/11 e 193/13, as estimativas mensais não podem ser inscritas em Dívida Ativa da União. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 PROVAS. APRESENTAÇÃO. MOMENTO. No processo administrativo tributário federal, não basta o recorrente alegar fatos. Deve necessariamente instruir sua defesa com as respectivas provas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, dar provimento parcial para reconhecer o crédito adicional de R$14.342,18 e homologar as compensações até tal limite, por unanimidade, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 0. 90 13 48 /2 00 8- 13 Fl. 392DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 393 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Marcelo de Assis Guerra e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Tratase de análise de PER/DComp nos quais se informou como direito creditório saldo negativo de CSLL apurado ao final do anocalendário 2004. O PER/Dcomp nº 05868.72792.290905.1.3.036001, com demonstrativo de crédito, foi transmitido em 29/9/05 (fl.8). O Despacho Decisório (fl.07), cientificado ao contribuinte em 29/8/08 (fl.12), foi assim proferido, verbis: “Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, não foi possível confirmar a apuração do crédito, pois o valor informado na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) não corresponde ao valor do saldo negativo informado no PER/DCOMP. Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito: R$ 31.549,61 Valor do saldo negativo informado na DIPJ: R$ 45.325,33. Diante do exposto, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada nos seguintes PER/DCOMP: ..... Valor devedor consolidado, correspondente aos débitos indevidamente compensados, para pagamento até 29/08/2008: PRINCIPAL MULTA JUROS 32.058,61 6.411,70 14.075,36 (...)” (destaquei) Dos autos constam três intimações fiscais (fls.1, 3 e 5), cientificadas ao contribuinte em 6/3/07 e 10/9/07 e 5/3/08 (fls.2, 4 e 6). As duas primeiras com o seguinte teor: “O valor do saldo negativo informado é diferente do apurado na DIPJ, e o(s) débito(s) por estimativa informado(s) na DIPJ é (são) diferente(s) do(s) valor(es) declarado(s) na(s) DCTF correspondente(s). A soma das parcelas de crédito demonstradas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação da contribuição ou imposto devido, se houver, e a apuração do saldo negativo. Apuração: EXERCÍCIO 2005 Fl. 393DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 394 3 DIPJ: Valor do Saldo Negativo R$ 45.325,33 PER/DCOMP: Valor do Saldo Negativo: R$ 31.549,61 Demonstrativo parcelas crédito DIPJ: R$ 73.094,89 (somatório dos valores da FICHA 17, LINHAS 43 a 50) Demonstrativo parcelas crédito PER/DCOMP: R$ 31.549,61 (Somatório das Informações das fichas Imposto de Renda pago no exterior, CSLL Retida na Fonte, Pagamentos, Estimativas compensadas com saldo de períodos anteriores, Estimativas parceladas e Estimativas compensadas com outros trib. Estimativas anocalendário: 2004 ESTIMATIVAS DIVERGENTES PERÍODO DE APURAÇÃO JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO VALOR DIPJ (R$) 6.531,92 5.082,23 6.566,15 VALOR DCTF (R$) 6.720,78 5.224,68 6.719,96 PERÍODO DE APURAÇÃO JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO VALOR DIPJ (R$) 6.263,99 VALOR DCTF (R$) 3.721,70 Em relação ao valor do saldo negativo e crédito demonstrado, solicitase retificar a DIPJ correspondente ou apresentar PER/DCOMP retificador indicando corretamente o valor do saldo negativo apurado no período e, se for o caso, corrigindo o detalhamento do crédito utilizado na sua composição. Quanto aos débitos por estimativa, retifique a DIPJ e/ou DCTF tornando coerentes as informações prestadas nestas declarações. Outras divergências entre as informações do PER/DCOMP, da DIPJ e da DCTF deverão ser sanadas pela apresentação de declarações retificadoras. Base legal: art.6º, Parágrafo 1º, inciso II e art.74 da Lei nº 9.430, de 1996, com as alterações posteriores. Arts. 4º e 56 a 61 da Instrução Normativa SRF nº 600, de 2005.” Na última intimação, a divergência entre as estimativas declaradas em DIPJ e DCTF limitouse ao mês de julho de 2004, no valor acima mencionado. De acordo com o “Detalhamento da Compensação” (fls.8/10), não se reconheceu qualquer valor a título de saldo negativo de CSLL relativo ao anocalendário 2004. A Quarta Turma da DRJ Campinas (SP) considerou procedente em parte a manifestação de inconformidade para “reconhecer o direito creditório no montante de R$5.053,11, em valores originais referidos a 31/12/2004, homologandose as compensações pretendidas até o limite do crédito reconhecido”, conforme acórdão que recebeu a seguinte ementa (fls.166/171): DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ERRO DE PREENCHIMENTO. Injustificável admitir, na formação do saldo credor ao final do período anual, estimativas que foram vinculadas a compensação com saldo credor que seria formado pelas próprias estimativas apontadas como débito. ESTIMATIVAS PAGAS. Verificada a vinculação de estimativas a pagamentos confirmados nos sistemas informatizados, admitese Fl. 394DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 395 4 tais valores como redução da contribuição social apurada ao final do período de apuração e na formação do saldo negativo. RETENÇÃO NA FONTE. Confirmada em DIRF a retenção do valor pretendido e inexistente nos autos motivação para desconsiderálo, admitese tal antecipação na formação do saldo credor ao final do período. Devidamente cientificado em 17/11/10 (fl.182), o contribuinte tempestivamente apresentou recurso voluntário em 17/12/10 (fls.183/188), com os seguintes argumentos: “[...] Quanto às compensações efetuadas pelo PER/DCOMP referente ao período de janeiro a março/2004 (1° trimestre) e abril a junho de 2004 (2° trimestre), relata o D. Julgador primário (fls.61 dos autos e fls.7 da r. decisão) que tais compensações foram efetuadas através de saldo negativo tido fictício da CSLL, ou seja, com os valores das próprias estimativas compensadas em cada trimestre, saldo referente à 31.12.2004. Cabe lembrar aos Membros Julgadores desse Conselho, que o D. Julgador primário ao analisar as compensações efetuadas novamente se equivocou como também a RFB, sendo certo que o valor utilizado nas compensações efetuadas é o saldo negativo da Contribuição Social do encerramento do anocalendário de 2003, ou seja, o saldo de balanço em 31.12.2003, como consta da DIPJ/2004 no valor de R$ 40.272,85. Às. Fls. 8 da r. decisão fls.61v. dos autos o D. Julgador primário declara que os crédito decorrem de seus próprios débitos, mais adiante, admitese como dedução na ficha 17 da DIPJ ano calendário de 2004, somente os períodos de julho a novembro de 2004, quitados por pagamento no total de R$ 31.549,61, mais uma vez o D. Julgador equivocase, pois os valores compensados de janeiro a junho de 2004, (1° e 2° trimestre) foram pagos através da compensação efetuadas com o saldo negativo da CSLL de 31.12.2003 como acima mencionado. Fica claramente demonstrado que as compensações efetuadas foram realizadas por apresentar saldo negativo em 31.12.2003 e não como relata RFB e decisão ora atacada. Portanto, a recorrente dentro do Processo n° 10860.901.348/200813 informou a necessidade de efetuar a retificação da Per/Dcomp referente ao Saldo Negativo da Contribuição Social em 31/dezembro/2004 nos valores de R$31.549,61, para R$45.325,33 conforme consta DIPJ Ficha 17 pag.16 (cópia anexa) e descrito no Despacho Decisório constante dos autos. Assim, diante da retificação do valor do saldo negativo Contribuição Social de 31.12.2004, elaboramos o demonstrativo abaixo: ..... As fls.62v. dos autos e fls.10 da r. decisão o D. Julgador primário refaz o demonstrativo da composição do saldo negativo Fl. 395DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 396 5 apurado na DIPJ, anocalendário de 2004, sem considerar o período de janeiro a junho de 2004, cuja compensação como já dito foi efetuada através do saldo negativo da CSLL de 31.12.2003, desta forma deveria constar o valor de R$ 71.821,83 e não R$ 31.549,61 cujo saldo negativo seria de R$45.325,33 conforme consta do quadro demonstrativo acima. Diante da explanação acima, concluímos que possíveis equívocos na elaboração das PER/DCOMPs, poderiam ter ocorridos, tão somente com referência a datas e não valores, os quais existem e correspondem a verdade fática, e põem ser objeto de compensação. Com efeito, confirmando o valor de R$ 45.325,33 como saldo negativo da Contribuição Social do anocalendário de 2004 (31.12.2004), passamos a elaborar os demonstrativos de compensações efetuadas dentro dos processos 10860.901346/200816 e 10860.901347/200861 mencionados na r. decisão: ..... Pelo demonstrativo acima, notase que a recorrente não utilizou o total do saldo negativo da Contribuição Social do ano calendário de 2004, restando ainda o valor de R$ 13.266,72, o que desde já protesta pela sua compensação.” (destaquei) Ao final, o Recorrente, além de requerer a homologação das compensações, requereu o cancelamento da cobrança dos débitos, inclusive dos relacionados aos processos nº 10860.901346/200816 e 10860.901347/200861. Em 10/10/13, o julgamento foi convertido em diligência (Resolução nº 1103 000.116, de 10/10/13), para que fosse verificada a liquidez e certeza do saldo negativo apurado em 2003, bem como o montante do saldo negativo de CSLL apurado ao final do anocalendário 2004. A informação fiscal, com o resultado da diligência, consta das fls.249/256. Intimado sobre o resultado da diligência (fl.346), o contribuinte discordou das conclusões fiscais, tendo prestado os seguintes esclarecimentos (fls.347/349): na composição do saldo negativo apurado no anocalendário 2003, as estimativas de janeiro a agosto, no montante de R$ 51.242,39, teriam sido compensadas com saldo negativo apurado no anocalendário 2002; e as de setembro e outubro, recolhidas por meio de DARF que totalizaram R$ 17.779,19; na composição do saldo negativo apurado no anocalendário 2004, as estimativas de janeiro a junho e julho (parcial), no montante de R$ 40.272,85, teriam sido compensadas com saldo negativo apurado no anocalendário 2003; as de julho (parcial) e as de agosto a dezembro, recolhidas por meio de DARF que totalizaram R$ 31.549,61; a CSLL retida na fonte em 2004 totalizara R$ 1.273,06; o saldo negativo ao final do anocalendário 2004 seria de R$ 45.325,33. O Sr. Presidente da Primeira Seção de Julgamento reconheceu a conexão com o processo nº 10860.001962/200361 (fls.390/391), apreciado nesta mesma assentada. Fl. 396DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 397 6 É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Martins Neiva Monteiro, Relator. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento do recurso voluntário. Para uma compreensão inicial dos fatos, cabe transcrever as razões que levaram o colegiado a inicialmente concluir pela necessidade da realização da diligência: “Notase que em sua manifestação de inconformidade, apresentada perante a primeira instância, o contribuinte detalhou a composição do saldo negativo nos seguintes termos (fls.13/17): ‘[...] A Receita Federal do Brasil, buscou em seus Controles de Conta Corrente, pagamentos que pudessem justificar os valores de R$45.325,33 CSLL, compensados no anocalendário de 2005. Acontece porém, por falha administrativa a empresa manifestante, deixou de apresentar na PER/DCOMP que acusasse tais compensações, conforme demonstrativo abaixo: CSLL Estimativa Jan/2004 (Per/Dcomp) 6.720,78 Estimativa Fev/2004 (Per/Dcomp) 5.244,68 Estimativa Mar/2004 (Per/Dcomp) 6.719,96 Estimativa Abr/2004 (Per/Dcomp) 6.617,96 Estimativa Mai/2004 (Per/Dcomp) 7.034,65 Estimativa Jun/2004 (Per/Dcomp) 5.411,90 Estimativa Jul/2004 (Per/Dcomp) 2.542,29 Estimativa Jul/2004 (Darf)) 3.721,70 Estimativa Ago/2004 (Darf) 7.496,64 Estimativa Set/2004 (Darf) 6.965,00 Estimativa Out/2004 (Darf) 6.789,36 Estimativa Nov/2004 (Darf) 6.576,91 71.821,83 CSLL Ret. Fonte p/ Outras PJ (Lei n. 10.833/2003) 1.273,06 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL EM 31/DEZ/2004 27.769,56 CSLL A RECUPERAR () 45.325,33 Estimativa Jan/2005 (Per/Dcomp) 5.770,90 Estimativa Fev/2005 (Per/Dcomp) 5.830,94 Estimativa Mar/2005 (Per/Dcomp) 6.325,61 Estimativa Abr/2005 (Per/Dcomp) 3.088,91 Estimativa Mai/2005 (Per/Dcomp) 4.782,43 Estimativa Jun/2005 (Per/Dcomp) 3.231,10 Estimativa Jul/2005 (Per/Dcomp) 3.028,72 Diferença Existente () 13.266,72 [...]’ Por sua vez, a Quarta Turma da DRJ – Campinas (SP) procedeu à ‘...verificação de consistência dos dados disponíveis nos Fl. 397DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 398 7 sistemas de processamento da RFB, segundo o critério adotado na análise automática do Despacho Decisório Eletrônico (DDE) em litígio, em confronto às informações constantes das DCOMP formalizadas pela contribuinte, cujas compensações restaram não homologadas nos autos.’. Foram confirmados os recolhimentos referentes às estimativas de julho a novembro de 2004, que totalizaram R$ 31.549,61. Quanto às estimativas de janeiro a junho de 2004, teriam sido objeto de compensação mediante as DCOMP nº 26583.62424.110504.1.3.03.2333 e 20330.60776.110804.1.3.03.6295. Em primeira instância, constatouse que em tais declarações foram informados como direito creditório saldos negativos de CSLL apurados nos mesmos 1º e 2º trimestres de 2004, o que era incompatível com a opção de apuração anual, tendo sido acolhido o pleito de cancelamento: ‘Tendo em conta que as estimativas de janeiro a junho não foram regularmente amortizadas, mas indicadas como débito nas DCOMP nos 26583.62424.110504.1.3.03.2333 e 20330.60776.110804.1.3.03.6295, cujos créditos decorrem de seus próprios débitos, evidenciando a excepcionalidade deste caso e a ocorrência de erro manifesto, dada a impossibilidade de as estimativas não quitadas porque compensadas, gerarem crédito para compensação das próprias estimativas, impõese admitir o pleito da interessada de cancelamento das referidas DCOMP e, em consequência, que não se considere seus valores na formação do saldo credor apurado ao final do período e analisado no presente processo.’ Sendo a importância de R$ 1.273,06, declarada a título de ‘CSLL Ret. Fonte p/ Outras PJ’, confirmada, reconheceuse o saldo negativo de R$ 5.053,11 e a consequente homologação das compensações até tal limite: ‘Assim, partindo dos dados coletados nos sistemas da RFB e demonstrados nas tabelas supra, refazse a composição do saldo negativo apurado na DIPJ, anocalendário 2004, tendo em conta os valores declarados em DCTF, como segue: CSLL devida 27.769,56 () CSLL mensal por estimativa 31.549,61 () retenções da fonte 1.273,06 (=) Saldo negativo de CSLL 5.053,11 [...]’ Vêse, portanto, que à luz das declarações apresentadas pelo contribuinte as extinções das estimativas de janeiro a junho de 2004 não se confirmaram, tendo sido esta a razão do não reconhecimento integral do saldo negativo. Acrescentese que no acórdão da DRJ determinouse à unidade de origem da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) o cancelamento daquelas DCOMP, objeto dos processos nº Fl. 398DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 399 8 10860.901347/200861 e 10860.901346/200816, exatamente ‘...para que os débitos de estimativas de janeiro a junho/2004 nelas veiculados não se tornem passíveis de integrar saldo credor aqui tratado’. Conforme relatado, no recurso voluntário informouse que a origem do direito creditório para a compensação de tais estimativas seria, na realidade, o saldo negativo apurado ao final do anocalendário 2003, no valor de R$ 40.272,85, conforme DIPJ (fl.189). Notese que as estimativas de janeiro a julho de 2004, declaradas como extintas por compensação, totalizaram R$ 37.729,93: Mês Valor (R$) Janeiro 6.720,78 Fevereiro 5.224,68 Março 6.719,96 Abril 6.617,96 Maio 7.034,65 Junho 5.411,90 Julho 2.542,29(*) Total 37.729,93 (*) parcela objeto de compensação Considerando o saldo negativo de CSLL ao final do ano calendário 2003, informado na DIPJ/2004, em tese suficiente para extinguir as estimativas de janeiro a julho (parcial) de 2004, não se descarta o cometimento de erro por parte do contribuinte ao preencher as DCOMP. Frisese que a RFB, quando do julgamento em primeira instância, reconheceu, ao constatar que o contribuinte informara que os créditos decorreriam dos próprios débitos, ‘...a ocorrência de erro manifesto’. Por outro lado, a simples informação na DIPJ a respeito da apuração do saldo negativo não é suficiente para o reconhecimento do direito creditório, dada a necessidade de apuração de sua certeza e liquidez, como exige o art.170 do Código Tributário Nacional. É importante observar que, coerentemente, a alegação da defesa deveria ser apreciada nos processos nº 10860.901346/200816 e 10860.901347/200861, que trataram exatamente da compensação das estimativas de janeiro a março/2004 e de abril a junho/2004, respectivamente, restando nos presentes autos aplicar as respectivas decisões. Porém, de acordo com a decisão de primeira instância, as Dcomp foram canceladas, de forma que não há outra saída senão, a partir da confirmação do cometimento de erro por parte do contribuinte, trazer a discussão para os autos ora sob julgamento.” Antes de apreciar a composição do saldo negativo de CSLL ao final do ano calendário 2004, origem do direito creditório ora pleiteado, fazse necessário verificar se houve extinção das estimativas mensais, por pagamento ou mediante compensação com saldo Fl. 399DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 400 9 negativo de CSLL apurado no anocalendário 2003, no valor de R$ 40.272,85 (fl.189), composto a partir de recolhimentos de estimativas mensais. De acordo com as DCTF apresentadas, as estimativas do anocalendário 2003 teriam sido assim extintas: MÊS Estimativas (R$) Pagamento (R$) Compensação (R$) Jan 6.751,89 0,00 6.751,89 Fev 5.973,21 0,00 5.973,21 Mar 5.650,77 0,00 5.650,77 Abr 5.994,00 0,00 5.994,00 Mai 5.551,51 0,00 5.551,51 Jun 6.315,94 0,00 6.315,94 Jul 6.551,81 0,00 6.551,81 Ago 6.102,69 0,00 6.102,69 Set 6.390,64 4.041,07 2.349,57 Out 6.586,78 6.586,78 0,00 Nov 7.151,34 7.151,34 0,00 Totais 69.020,58(*) 17.779,19 51.241,39 (*) Na Ficha 17 da DIPJ/04, as estimativas totalizaram R$ 69.021,21 (fl.189). Quanto aos pagamentos via DARF, relativos aos meses de setembro (parcial), outubro e novembro, foram confirmados pela fiscalização (fl.251): “Portanto, a parcela de R$ 17.779,19 pode ser admitida como crédito líquido e certo em face da Fazenda Nacional, para reduzir a CSLL apurada ao final do anocalendário de 2003 e formar o Saldo Negativo de CSLL do EX 2004/AC 2003”. Por sua vez, as compensações foram objeto dos seguintes processos: MÊS Estimativas (R$) Forma de Compensação Processo de Crédito Processo de Débito Jan 6.751,89 Declaração de Compensação em 13/5/03 10860.001962/200361 10860.001962/200361 Fev 5.973,21 Declaração de Compensação em 13/5/03 10860.001962/200361 10860.001962/200361 Mar 5.650,77 Declaração de Compensação em 13/5/03 10860.001962/200361 10860.001962/200361 Abr 5.994,00 PER/DCOMP 20476.65545 10860.900311/200606 10860.001962/200662 Mai 5.551,51 PER/DCOMP 20476.65545 10860.900311/200606 10860.001962/200662 Jun 6.315,94 PER/DCOMP 20476.65545 10860.900311/200606 10860.001962/200662 Jul 6.551,81 PER/DCOMP 19143.58114 (Retificadora) 10860.001962/200361 10860.001962/200361 Ago 6.102,69 PER/DCOMP 19143.58114 (Retificadora) 10860.001962/200361 10860.001962/200361 Set 2.349,57 PER/DCOMP 19143.58114 (Retificadora) 10860.001962/200361 10860.001962/200361 Nesta mesma sessão de julgamento, apreciouse o processo nº 10860.001962/200361, quando se confirmou apenas as compensação das seguintes estimativas de CSLL (AC 2003), conforme Acórdão nº 1103001.113: MÊS Estimativas (R$) Jan 6.751,89 Fev 5.973,21 Mar 5.650,77 Jul 6.551,81 Ago 1.943,25 Set 0.00 Total 26.870,93 Fl. 400DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 401 10 A respeito das estimativas de abril a junho/03, a fiscalização informou que as compensações não foram homologadas, tendo sido os débitos inscritos em Dívida Ativa da União e não pagos até o momento em que a diligência foi concluída. Não há se falar em dupla exação tributária ao contribuinte, uma ao não se aproveitarem as estimativas na composição do saldo negativo do respectivo período de apuração; outra, ao se exigirem tais créditos tributários em execução fiscal. Nos termos do Parecer PGFN/CAT nº 1.658, de 31/8/11: “...Conclusivamente, os valores mensalmente apurados por estimativa, a título de antecipação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, e não pagos, ainda que objetos de Declaração de Compensação não homologada, não podem ser inscritos em Dívida Ativa da União e, conseqüentemente, cobrados de per si.” Tal conclusão foi ratificada expressamente pelo Parecer PGFN/CAT/ nº 193, de 6/2/13, que recebeu a seguinte ementa: Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. Opção por tributação pelo lucro real anual. Apuração mensal dos tributos por estimativa. Lei no 9.430, de 27.12.1996. Não pagamento das antecipações mensais. Inclusão destas em Declaração de Compensação (DCOMP) não homologada pelo Fisco. Impossibilidade de inscrição das estimativas em Dívida Ativa da União. Inexistência de crédito tributário. Ausência de certeza e liquidez. O saldo negativo de CSLL ao final do anocalendário 2003, disponível para utilização, totalizou então R$ 15.901,76: CSLL Total informado na DIPJ/04 R$ 28.748,36 () CSLL Mensal Paga por Estimativa R$ 44.650,12 Saldo Negativo de CSLL R$ 15.901,76 Tal crédito foi suficiente apenas para extinguir as estimativas de janeiro, fevereiro e março de 2004, conforme informação fiscal (fl.255) prestada com base na “Listagem de Créditos/Saldos Remanescentes” (fls.342/344). A metodologia de cálculo adotada nas compensações não foi questionada. Em primeira instância reconheceuse o pagamento das estimativas de julho (parcial) a novembro de 2004, de forma que se elabora o seguinte resumo: Estimativas – AC 2004 Mês Pagamentos Reconhecidos pela DRJ Compensações Confirmadas na Diligência Total Jan 0,00 6.720,78 6.720,78 Fev 0,00 5.224,68 5.224,68 Mar 0,00 2.396,72 2.396,72 Abr 0,00 0,00 0,00 Mai 0,00 0,00 0,00 Jun 0,00 0,00 0,00 Jul 3.721,70 0,00 3.721,70 Ago 7.496,64 0,00 7.496,64 Set 6.965,00 0,00 6.965,00 Fl. 401DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10860.901348/200813 Acórdão n.º 1103001.114 S1C1T3 Fl. 402 11 Out 6.789,36 0,00 6.789,36 Nov 6.576,91 0,00 6.576,91 Total 31.549,61 14.342,18 45.891,79 O saldo negativo de CSLL ao final de 2004 resta assim apurado: CSLL Total informado na DIPJ/05 R$ 27.769,56 () CSLL Mensal Paga por Estimativa R$ 45.891,79 CSLL Retida na Fonte R$ 1.273,06 Saldo Negativo de CSLL R$ 19.395,29 Sendo que a Quarta Turma da DRJ – Campinas (SP) já deferiu o crédito de R$ 5.053,11, cabe agora, em segunda instância, reconhecer o valor adicional de R$14.342,18. Acrescentese que após ter sido devidamente cientificado do resultado da diligência, em que se confirmou a disponibilidade do saldo negativo de CSLL acima, o contribuinte não anexou provas que pudessem infirmar tal conclusão. Cabe lembrar que no processo administrativo tributário federal as provas devem, em regra, ser apresentadas com as defesas administrativas, conforme dispõe o Decreto nº 70.235/72: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. (...) Art. 16. A impugnação mencionará: ..... III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993). Pelo exposto, VOTO no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para reconhecer o crédito adicional de R$ 14.342,18 e homologar as compensações até tal limite. (assinado digitalmente) Eduardo Martins Neiva Monteiro Fl. 402DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por EDUARDO MARTINS NEIVA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
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Numero do processo: 13748.720321/2013-65
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Exercício: 2011
DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO. CONTRIBUINTES DOMICILIADOS NA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO.
A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) fora do prazo fixado enseja a aplicação da multa prevista na legislação que rege a matéria.
Numero da decisão: 1802-002.317
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira. Ausente justificadamente o Conselheiro Marciel Eder Costa.
Nome do relator: LUIS ROBERTO BUELONI SANTOS FERREIRA
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ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Exercício: 2011 DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. PRAZO PARA IMPUGNAÇÃO. CONTRIBUINTES DOMICILIADOS NA REGIÃO SERRANA DO RIO DE JANEIRO. A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) fora do prazo fixado enseja a aplicação da multa prevista na legislação que rege a matéria. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira. Ausente justificadamente o Conselheiro Marciel Eder Costa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 74 8. 72 03 21 /2 01 3- 65 Fl. 63DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por LUIS ROBERTO BUELONI SANTOS FERREIRA, Assinado digitalmen te em 20/10/2014 por LUIS ROBERTO BUELONI SANTOS FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por E STER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13748.720321/201365 Acórdão n.º 1802002.317 S1‐TE02 Fl. 3 2 Relatório Da Notificação de Lançamento Trata o processo de notificação de lançamento referente a multa por atraso na entrega da declaração de débitos e créditos tributários federais – DCTF, correspondente ao mês de MARÇO/2011, no valor de R$ 500,00 (multa mínima). A autoridade fiscal alega que o prazo final da entrega era 20/05/2011 e o contribuinte fez a entrega em 30/6/2011. Da Impugnação Cientificado da notificação de forma eletrônica, quando da transmissão da DCTF em 30/6/2011, o interessado apresentou impugnação em 08/04/2013, na qual alegou, em síntese, que: Não existe prazo peremptório para apresentação da impugnação; A Portaria MF nº 23, de 18/1/2011, prorrogou o prazo de pagamento dos tributos federais e suspendeu o prazo dos respectivos atos processuais em determinadas cidades localizadas na região de Petrópolis, RJ, que sofreu terrível enchente em janeiro de 2011; A IN RFB nº 1.122, de 18/1/2011, prorrogou até o dia 31/7/2011 os prazos de entrega das declarações dos contribuintes domiciliados em Petrópolis; O Ato Declaratório Executivo (ADE) RFB nº 10, de 10/8/2011, cancelou as intimações lavradas em 30/6/2011, referentes às omissões das declarações DIRF, DIPJ e DCTF; Por ser domiciliado em Petrópolis, faz jus aos benefícios concedidos; A DCTF apresentada é tempestiva. Do Acórdão da DRJ Em 14 de maio de 2013. a 2ª Turma da DRJ/RJ1 proferiu Acórdão 1255.824 e, apesar de considerar intempestiva a impugnação, examinou seus argumentos e declaroua improcedente, mantendo o crédito tributário, sob o argumento de que, nos termos da Portaria MF nº 23/2011, os atos processuais que se iniciaram em 11 de janeiro de 2011 ficaram suspensos até 31 de julho de 2011. Portanto, segundo a DRJ, para impugnar as notificações cientificadas neste período, o prazo terseia iniciado em 1 de agosto de 2011 e o prazo terseia encerrado em 30 de agosto de 2011. Do Recurso Voluntário Fl. 64DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por LUIS ROBERTO BUELONI SANTOS FERREIRA, Assinado digitalmen te em 20/10/2014 por LUIS ROBERTO BUELONI SANTOS FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por E STER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13748.720321/201365 Acórdão n.º 1802002.317 S1‐TE02 Fl. 4 3 Inconformado, o interessado apresentou Recurso Voluntário em 21/06/2013, reiterando, em síntese, os argumentos invocados na impugnação que, repitase, foi considerada intempestiva. É o relatório. Voto Conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira, Relator. Da Tempestividade A ciência do Acórdão deuse em 19/06/13 e o Recurso Voluntário foi interposto tempestivamente, em 21/06/13, portanto, dele tomo conhecimento, ressalvando que o faço na esteira do quanto decidido pela DRJ que, apesar de considerar intempestiva a defesa, examinou seus argumentos e manteve a multa. Do Mérito A Portaria MF nº 23, de 18/1/2011, prorrogou o prazo de pagamento de tributos federais, no âmbito da Receita Federal do Brasil – RFB, dos contribuintes domiciliados na região serrana do Estado do Rio de Janeiro, na situação em que os vencimentos dos tributos estavam previstos para o período de 11 de janeiro a 31 de março de 2011. Também suspendeu os atos processuais com termo inicial em 11 de janeiro de 2011, até o dia 31 de julho de 2011. A IN RFB nº 1.122, de 18/1/2011, prorrogou para 31 de julho de 2011, os prazos antes previstos para janeiro a março de 2011, das entregas das declarações à RFB, dos contribuintes domiciliados na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Já o Ato Declaratório Executivo RFB nº 10, de 10/8/2011, cancelou as intimações lavradas em 30/6/2011, quando não respeitadas as disposições da IN RFB nº 1.122/2011. É meu entendimento que a IN RFB nº 1.222/2011 não alterou o prazo previsto para entregas de declarações que venciam em 20/5/2011, mas sim para aqueles prazos previstos originalmente para janeiro a março de 2011. Em consequência, não se aplica ao caso presente o Ato Declaratório Executivo RFB nº 10/2011. Ademais, a Portaria MF nº 23/2011 determinou que os atos processuais que se iniciaram em 11 de janeiro de 2011 ficariam suspensos até 31 de julho de 2011. Portanto, o prazo de 30 dias para impugnação da notificação cientificada em 30/6/2011, iniciouse em 1/8/2011 e encerrouse em 30/8/2011. Diante do exposto, concluise que a impugnação apresentada em 08/04/2013 é intempestiva. Conclusão Face a todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO e MANTER O CRÉDITO TRIBUTÁRIO de multa por atraso na entrega da declaração de Fl. 65DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por LUIS ROBERTO BUELONI SANTOS FERREIRA, Assinado digitalmen te em 20/10/2014 por LUIS ROBERTO BUELONI SANTOS FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por E STER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13748.720321/201365 Acórdão n.º 1802002.317 S1‐TE02 Fl. 5 4 débitos e créditos tributários federais – DCTF, correspondente ao mês de MARÇO/2011, no valor de R$ 500,00 (multa mínima). É o meu VOTO (assinado digitalmente) Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira Fl. 66DF CARF MF Impresso em 24/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/10/2014 por LUIS ROBERTO BUELONI SANTOS FERREIRA, Assinado digitalmen te em 20/10/2014 por LUIS ROBERTO BUELONI SANTOS FERREIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por E STER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 16327.001315/2010-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2008
Pedido de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais - PERC.
Retificação da declaração. Diminuição do valor destinado. Possibilidade. A única conseqüência da posterior retificação da declaração seria que eventuais valores já recolhidos e aplicados no fundo passariam a ser considerados aplicação com recursos próprios do contribuinte.
Numero da decisão: 1302-001.525
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Júnior - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Hélio Eduardo de Paiva Araújo - Relator.
EDITADO EM: 27/10/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior (presidente da turma), Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade e Hélio Eduardo de Paiva Araújo.
Nome do relator: HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Júnior - Presidente. (documento assinado digitalmente) Hélio Eduardo de Paiva Araújo - Relator. EDITADO EM: 27/10/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior (presidente da turma), Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade e Hélio Eduardo de Paiva Araújo.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2008 Pedido de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais PERC. Retificação da declaração. Diminuição do valor destinado. Possibilidade. A única conseqüência da posterior retificação da declaração seria que eventuais valores já recolhidos e aplicados no fundo passariam a ser considerados aplicação com recursos próprios do contribuinte. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Júnior Presidente. (documento assinado digitalmente) Hélio Eduardo de Paiva Araújo Relator. EDITADO EM: 27/10/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior (presidente da turma), Waldir Veiga Rocha, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade e Hélio Eduardo de Paiva Araújo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 13 15 /2 01 0- 10 Fl. 665DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR 2 Relatório BANCO VOTORANTIM S.A., já qualificado nos autos, recorre de decisão proferida pela 2a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba/PR – DRJ/CTA, que, por unanimidade, considerou improcedente a manifestação de inconformidade para manter o Despacho Decisório recorrido que indeferiu o Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais – PERC Consta da decisão recorrida o seguinte relato: Trata se de manifestação de inconformidade apresentada em 15/08/2012, contra o indeferimento de Pedido de Revisão de Ordem de Emissão de Incentivos Fiscais (PERC) referente ao ano calendário 2007, exercício 2008, formulado em 30/09/2010. O contribuinte optou por aplicar parte do imposto devido no Finor, conforme consta da ficha do sistema RBF – IRPJ/OEIF IRPJ/ INCENTIVOS FISCAIS, uma vez que do processo não consta cópia da DIPJ correspondente. Ainda com base em consulta ao IRPJ/CONS, constatouse que para o exercício de 2008 a contribuinte apresentou três declarações a saber; a primeira em 30/06/2008 (1429425), com status de cancelada, a segunda em 10/08/2009 (1885412), também com status de cancelada e, por fim a terceira, entregue em 29/04/2011 (1961604), status liberada. O indeferimento do pleito para revisão de Ordem de Emissão Incentivo Fiscal PERC, exercício 2008, Finor, foi ocasionado pelo fato de o contribuinte ter apresentado a declaração retificadora fora do exercício de competência, com alteração dos valores que pretendia aplicar em incentivos fiscais, contrariando o disposto no Ato Declaratório Normativo CST nº 26/1985 e a Nota SRF/Cosar nº 131/2001. Cientificado em 18/07/2012, apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 285/298, onde alega que: é pessoa jurídica de direito privado, dedicada às atividades descritas em seu estatuto social, sendo contribuinte do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ("IRPJ"). exerceu a "Opção" de destinar parte do IRPJ apurado no anocalendário de 2007 Exercício 2008, ao Fundo de Investimentos do Nordeste ("FINOR"), na forma estabelecida pela Lei n° 9.532/97 ("Incentivo Fiscal"). formalizou sua Opção, em 31/03/2008, mediante recolhimento em DARF específico, sob o código de receita 9344, no montante de RS 10.081.851,74 (dez milhões, oitenta e um mil, oitocentos e cinqüenta e um reais e setenta e quatro centavos) (Doc. 03), equivalente a 12% do IRPJ apurado no exercício. evidenciou sua Opção na respectiva Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica relativa ao anocalendário 2007Exercício 2008, entregue em 30/06/2008 ("DIPJ/2008 Original" Doc 04). após a entrega da DIPJ/2008 Original, a Requerente constatou equívoco na apuração do lucro real, o que motivou a sua retificação, a última em 29/04/2011 ("DIPJ/2008 Retífícadora" Doc. 05). Fl. 666DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 16327.001315/201010 Acórdão n.º 1302001.525 S1C3T2 Fl. 666 3 a DIPJ/2008 Retificadora não alterou a Opção, tendo se mantido a eleição do FINOR e o seu cálculo no valor de 12% do IRPJ apurado no período. a despeito de devidamente formalizada a Opção, em 31/03/2008, quando do recolhimento do DARF específico, bem como evidenciada na DIPJ/2008 Original, em 30/06/2008, o Incentivo Fiscal foi indeferido, sob a alegação de que a entrega da DIPJ/2008 Retificadora, em.: 29/04/2011, de per se, anularia o direito da Requerente, o que constou do Extrato das Aplicações em Incentivos Fiscais expedido pela Receita Federal do Brasil (/RFB), que apontou supostas "ocorrências" que impediriam o deferimento automático da Ordem de Emissão de Incentivo Fiscal ("OEIF"); apresentou tempestivo PERC visando ao reconhecimento do seu direito ao Incentivo Fiscal e à necessária expedição da respectiva OEIF. ao analisálo, a D. Autoridade Fiscal proferiu o Despacho Decisório ora recorrido indeferindo o PERC e não reconhecendo o direito da Requerente à Opção, em função da existência da DIPJ/2008 Retificadora, in verbis: [...], não procede o entendimento da D. Autoridade Fiscal, uma vez que a Opção foi devidamente formalizada na competência correta (i.e., 2008), mediante DARF específico, recolhido em 31/03/2008, e evidenciada na própria DIPJ/2008 Original, também entregue dentro da competência correspondente (Exercício de 2008), sendo certo que a DIPJ/2008 Retificadora não consubstanciou nova Opção, tampouco acarretou acréscimo ao Incentivo Fiscal atrelado à Opção efetuada. servese da presente Manifestação de Inconformidade para demonstrar a insubsistência das alegações apontadas pela D, Autoridade Fiscal como óbice à emissão da OEIF, devendo ser reformado o Despacho Decisório recorrido, para reconhecer a Opção tia Requerente ao Incentivo Fiscal. No mérito: (i) Da Opção ao Incentivo Fiscal mediante DARF específico e dentro da competência do exercício correspondente; 2008; (ii) Da ausência de nova Opção ou acréscimo na DIPJ/2008 Retificadora e Do descabimento do Ato Declaratório Normativo CST n° 26/1985 e da Nota SRF/COSARn° 131/2001 "in casu"; (iii) Da ausência de embasamento legal ao indeferimento da Opção por mera entrega de declaração retificadora; e Adicionalmente: (ív) Do pedido de transferência do recolhimento a maior ao FINOR, sob o código 9344, para o IRPJ, sob o código 2390. É o que se passa a demonstrar. De início, reitera que formalizou a Opção ao Incentivo Fiscal por meio de DARF específico, em 31/03/2008, e a manifestou, Fl. 667DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR 4 também, no ato de entrega de sua DIPJ/2008 Original, em 30/06/2008. Como cediço, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real podem manifestar a opção pela aplicação do imposto em investimentos regionais na declaração de rendimentos ou no curso do ano calendário, nas datas de pagamento do imposto com base no lucro estimado apurado mensalmente, ou no lucro real, apurado trimestralmente, nos termos do artigo 4°, da Lei n° 9.532/97. No período a que se refere o Incentivo Fiscal em debate (i.e., 2008), a opção, no curso do anocalendário, deveria ser manifestada mediante o recolhimento, por meio de documento de arrecadação (DARF) específico, de parte do imposto sobre a renda de valor equivalente a até 12% para o FINOR, sendo indicado no respectivo DARF o código de receita relativo ao fundo pelo qual houver optado. À luz desse permissivo legal, a Requerente efetuou o recolhimento do IRPJ devido no ajuste de 2007, mediante DARF, sob o código de receita 9344, correspondente ao FINOR, no montante de R$ 10.081.851,74 (principal), equivalente a 12% do IRPJ apurado, o que está evidenciado no próprio DARF especifico recolhido à época, abaixo copiado: [...] Ato contínuo, uma vez formalizada a Opção, a Requerente também a evidenciou por meio da correspondente DIPJ/2008 Original, senão vejamos: [...] Dessa forma, a Requerente cumpriu os exatos termos da legislação específica, à formalização da Opção, em especial observando a competência do exercício correspondente: 2008. Com efeito, inconteste o devido exercício da Opção, eis que atendidos e cumpridos os ditames legais, o que garante à Requerente o direito ao gozo de sua Opção, para que seja destinada a parcela do IRPJ (montante do DARF específico) ao respectivo fundo escolhido (no caso, FINOR), consoante pacífico entendimento do C. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais ("CARF"): [...] Dessa forma, pelas próprias razões de fato que circundam o presente caso, avultase inconteste o direito da Requerente ao Incentivo Fiscal, eis que a Opção foi devidamente formalizada, sendo certo que inexiste fundamento legal que crie obstáculo ao exercício deste direito. A despeito da devida formalização da Opção, a D. Autoridade Fiscal alega que a mera entrega da DIPJ/2008 Retificadora após a competência da Opção (no caso, 2008) anularia o direito ao Incentivo Fiscal, devendo a parcela de IRPJ destinada ao FINOR ser tratada como investimento próprio e, ainda, exigido o imposto por meio de lançamento de ofício. Nada mais absurdo! Para tanto, baseia seu entendimento em normas editadas pela antiga Secretaria da Receita Federal SRF, que versam sobre hipótese de Opção manifestada em período posterior ao da Fl. 668DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 16327.001315/201010 Acórdão n.º 1302001.525 S1C3T2 Fl. 667 5 competência do exercício correspondente, mediante declaração de rendimentos original ou retificadora. Tratamse do Ato Declaratório Normativo CST n° 26/1985 e da Nota SRF/COSAR n° 131/2001, que, em suma, dispõem, respectivamente, acerca da vedação à opção para aplicação em Incentivos Fiscais pela pessoa jurídica que apresentar declaração de rendimentos ou retificação desta fora do exercício de competência e da possibilidade de realização de aplicações para Incentivos Fiscais por meio de declarações retificadoras entregues após 31/12 do respectivo exercício, desde que cumpridas as condições que especifica. Esclarecendo os termos das citadas normas, vêse que ambas visam impedir que os contribuintes exerçam Opção por Incentivos Fiscais via DIPJ, original ou retificadora, entregue fora da competência do exercício correspondente. Destacandose os elementos chave das hipóteses de aplicação das normas acima, enxergamse duas situações sujeitas às vedações prescritas em tais normas, quais sejam: (i) Opção manifestada via DIPJ e (ii) Opção formalizada após a respectiva competência do exercício a que se vincula o Incentivo Fiscal. Definitivamente, em nenhuma dessas situações se encaixa o presente caso; a uma, porque sua Opção não foi formalizada em DIPJ mas em DARF específico e, a duas, porque sua Opção foi devidamente manifestada no exercício de 2008, competência dentro da qual está o Incentivo Fiscal pugnado. Como se demonstrou acima, a Requerente exerceu sua Opção dentro da competência do exercício (i.e., 2008) mediante DARF específico e evidenciada quando da entrega da sua DIPJ/2008 Original. Por outro lado, a retificação da DIPJ/2008 ocorrida em 29/04/2011 não representou, de forma alguma, uma "nova" Opção ao Incentivo Fiscal, tampouco acarretou o aumento desta. Ao contrário, a Opção já houvera sido manifestada no próprio exercício da respectiva competência, em 2008, quando da entrega de sua DIPJ/2008 original, não tendo sido retificado seu percentual e/ou modalidade. Aliás, o E. CARF já analisou caso análogo ao presente, garantindo o direito do contribuinte, ao definir que a mera entrega de declaração retificadora não anula de per se o direito a Incentivos Fiscais cuja Opção foi devidamente formalizada dentro do seu exercício de competência, in verbis: [...] No julgado acima, digase, a Ilustre Conselheira Sandra Maria Faroni, em brilhante exposição, coloca uma pá de cal na discussão, ao demonstrar que o Ato Declaratório Normativo CST n° 26/1985 e a Nota SRF/COSAR n° 131/2001 vedam exatamente a manifestação da Opção ao Incentivo Fiscal por intermédio da entrega da DIPJ e/ou retificadora fora do exercício de competência, corroborando a interpretação Fl. 669DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR 6 delineada acima e que retira a Requerente do âmbito de aplicação dessas normas, conforme se infere de seu voto, abaixo transcrito em parte, in verbis: [...] Vejase que a Ilustre Conselheira deixa claro que as citadas normas editadas pela RFB pressupõem que a DIPJ e/ou DIPJ retificadora tragam nova Opção ou mesmo o acréscimo à Opção original, o que não é o caso. Ora, como já minuciosamente demonstrado, a Requerente fez a Opção via DARF específico, em 31/03/2008, evidenciada quando da entrega de sua DIPJ/2008 Original. Além disso, a entrega da DIPJ/2008 Retificadora, em 29/04/2011 não representou, de forma alguma em nova Opção de Incentivo Fiscal, tampouco algum acréscimo àquela. Reparese que a Requerente respeitou o limite de 12% previsto em Lei tanto na DIPJ/2008 Original quanto na DIPJ/2008 Retificadora. Assim, do exposto acima, temse que a retificação da DIPJ/2008 da Requerente, em hipótese alguma, pode acarretar na perda de seu direito ao Incentivo Fiscal, uma vez que, diversamente do quanto alegado pela D. Autoridade Fiscal, a Opção foi manifestada dentro do exercício de competência, exercida via DARF específico e evidenciada na DIPJ/2008 Original e se manteve na DIPJ/2008 Retificadora. Para que dúvidas não pairem acerca do direito da Requerente, confiramse, abaixo, outros julgados do E. CARF, que, versando sobre situação análoga à presente, asseveram que o contribuinte que entregar declaração retificadora fora do exercício de competência, mesmo com redução do valor do imposto, não perde o direito à Opção pela aplicação em Incentivos Fiscais, in verbis: [...] Portanto, a Opção deve ser reconhecida, a fim de que seja expedida a competente OEIF. Outrossim, a Requerente chama a atenção dos Ilustres Julgadores para o fato de que a vedação perpetrada pela D. Autoridade Fiscal não conta com amparo em base legal. Muito pelo contrario, não há lei que disponha sobre a impossibilidade de retificação de DIPJ quando há a Opção pelo Incentivo Fiscal, fazendo com que os contribuintes percam o seu direito à Opção. De fato, a legislação específica que trata da matéria não estabelece que a retificação da declaração faça com que a pessoa jurídica perca o direito à opção. Contrario sensu, estarseia diante da situação em que os contribuintes, em hipótese alguma, poderiam cometer equívocos no preenchimento de sua declaração, sob pena de terem sua Opção ao Incentivo Fiscal indeferida. Nada mais absurdo! Nesse sentido, a Requerente reverbera as esclarecedoras palavras da Ilustre Conselheira Sandra Maria Faroni sobre o assunto, in verbis: [...] Fl. 670DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 16327.001315/201010 Acórdão n.º 1302001.525 S1C3T2 Fl. 668 7 Assim, como bem exposto no julgado acima, "não há qualquer disposição legal que vede a manutenção da opção (fundo e percentual) em declaração retificadora, que, afinal substitui em tudo a retificada", mormente quando a DIPJ, retificadora não traz nova Opção de Incentivo Fiscal, tampouco acresce Opção originária, conforme se verifica no presente caso. Portanto, o indeferimento da Opção pela Autoridade Fiscal não conta com amparo legal, sendo mais um motivo pelo Despacho Decisório deve ser reformado, a fim de ser reconhecido o direito Requerente de destinar parte do IRPJ apurado no ano calendário de 2007/ao FINOR. Reconhecido o seu direito ao Incentivo Fiscal, a Requerente, adicionalmente, requer seja transferido o valor de RS 218.745,75 (R$ 10.081.851,74 RS 9.863.105,99), decorrente da correção na apuração do IRPJ do período, da entrega de DIPJ Retificadora, a fim de obstar qualquer procedimento tendente à exigência do IRPJ supostamente recolhido a menor, bem como à configuração de aplicação com recursos próprios. Como se viu já na descrição dos fatos, em sua DIPJ/2008 Original, a Requerente apurou IRPJ no montante de R$ 84.015.431,14 dos quais 12% (i.e., R$ 10.081.851,74) foram destinados ao FINOR, via DARF específico. Contudo, na DIPJ/2008 Retificadora, restou corrigida a apuração do IRPJ, para R$ 82.192.549,95, dos quais 12% passaram a representar RS 9.863.105,99. Assim, remanesceu a diferença de RS 218.745,75, destinados a maior ao FINOR, decorrente de mero erro na apuração do IRPJ do exercício, cuja solução afigurase oportuna, mediante a alocação desse montante ao recolhimento do IRPJ devido. Buscase ver regularizada tal situação, a fim de que a parcela excedente seja transferida à quitação do IRPJ, por tratarse de um equívoco cometido quando do recolhimento dos valores destinados ao FINOR e, não uma "subscrição voluntária" como pretende a D. Autoridade Fiscal. Por óbvio, ignorar o equívoco cometido redundaria não só na obrigação da Requerente de manter uma aplicação não desejada, como também no risco de a cobrança em duplicidade do IRPJ já pago, o que é terminantemente vedado pelo ordenamento jurídico. Vejase que situação similar já foi analisada pelo E. CARF, tendo se decidido pela possibilidade de retratação do valor recolhido a maior, mormente quando comprovado que o excesso na destinação se deu/por mero equívoco (erro de fato), como é o caso, in verbis: [...] Isto, pois, deve prevalecer o princípio da verdade material, sendo que o mero erro de cálculo cometido pela Requerente não pode servir de base para o indeferimento do Incentivo Fiscal, conforme também já decidiu o E. CARF, in verbis [...]: Fl. 671DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR 8 Portanto, o valor recolhido a maior pela Requerente, a título de Incentivo Fiscal, sob o código 9344, deve ser transferido ao código 2390. Diante de todo exposto, requerse seja a presente Manifestação de Inconformidade recebida e provida, diante do evidente direito da Requerente ao gozo do Incentivo Fiscal pleiteado em sua Opção, reformandose o Despacho Decisório recorrido, para: (i) Deferir o PERC e determinar a emissão OEIF; e (ii) Determinar a transferência do montante excedente destinado ao FINOR, ao IRPJ apurado no período, no código 2390, a fim de obstar qualquer procedimento tendente à exigência do IRPJ supostamente recolhido a menor, bem como à configuração de aplicação com recursos próprios. Protestase pela produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente prova documental suplementar. Juntou os documentos de fls. 299/599. A ora Recorrente, devidamente cientificada do acórdão recorrido, apresenta recurso voluntário tempestivo, onde repisa os argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, reiterando os argumentos e pedidos que já haviam sido formulados. É o relatório. Fl. 672DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR Processo nº 16327.001315/201010 Acórdão n.º 1302001.525 S1C3T2 Fl. 669 9 Voto Conselheiro Hélio Eduardo de Paiva Araújo O Recurso Voluntário é tempestivo, bem como atende aos demais requisitos de admissibilidade do Decreto 70.235/72, portanto, dele conheço. Conforme consignado no relatório, o PERC foi indeferido pela DEINF/SPO/DIORT pelo motivo de a contribuinte ter entregue DIPJ retificadora após o encerramento do exercício com alteração no valor do incentivo fiscal, o qual foi contestado pela contribuinte em sua manifestação de inconformidade. A contribuinte pauta toda a defesa na tese de que a retificação da DIPJ/2008 ocorrida em 29/04/2011 não representou, de forma alguma, uma "nova" opção ao incentivo fiscal, tampouco acarretou o aumento desta. Corrobora a alegação sustentando que a opção já havia sido manifestada no próprio exercício da respectiva competência, quando da entrega de sua DIPJ/2008 original, não tendo sido retificado seu percentual e/ou modalidade. Por fim, requer a emissão da OEIF e, por fim, pede o aproveitamento do excesso dos valores destinados ao FINOR para o IRPJ apurado no período, sob o código 2390. Razão, em parte, assiste à Recorrente! O Ato Declaratório COSIT nº 26/85 não se presta a justificar o indeferimento, visto que a opção fora apresentada no exercício de competência e em conformidade com a legislação de regência do incentivo em questão. A Nota SRF/COSAR nº 131, de 15 de agosto de 2001 também não se presta ao indeferimento, porque a Nota pressupõe opção de aplicação em declaração retificadora, o que não é o caso, eis que a opção foi exercida na declaração original. A alteração da retificadora não apresenta nova opção, posto que não houve acréscimo à opção já exercida, mas mantevese a sua modalidade original – FINOR – bem como o percentual de contribuição – 12%. Por último, importante salientar que os dispositivos legais que regem o assunto não estabelecem que a retificação da declaração faz com que a pessoa jurídica perca o direito à opção, não havendo nada na lei de regência dos incentivos versando sobre os possíveis efeitos de uma retificação da declaração depois de exercida a opção pelo contribuinte na declaração retificada. De acordo com os dispositivos legais que regem a matéria, a pessoa jurídica deve exercer sua opção para aplicação em incentivos fiscais na declaração, mediante a indicação do fundo em que pretende investir e do respectivo percentual (Decretolei 1.376/74, art. 11). A Secretaria da Receita Federal, por sua vez, com base nas opções exercidas pelos contribuintes, (ou seja, o Fundo e respectivo percentual indicado na declaração) e no Fl. 673DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR 10 controle dos recolhimentos, deve encaminhar, para cada anocalendário, aos mencionados fundos, registros de processamento eletrônico de dados que constituirão ordens de emissão de certificados de investimentos, em favor das pessoas jurídicas optantes, bem como deve expedir, em cada anocalendário, à pessoa jurídica optante, extrato de conta corrente contendo os valores efetivamente considerados como imposto e como aplicação nos Fundos de Investimento. (art. 15 do DL n° 1.376/74, com a alteração do art. 1º do DL 1.752/79, e art. 3º do DL 1.752/79). Não há qualquer disposição legal que vede a manutenção da opção (fundo e percentual) em declaração retificadora, que, afinal, substitui em tudo a retificada. Por outro lado, considerando que as ordens de emissão terão seus valores calculados, exclusivamente, com base nas parcelas do imposto recolhidas dentro do exercício financeiro, não há, sequer, como alegar dificuldades na operacionalização da fruição dos incentivos. Reduzidos os valores do imposto, mantido o fundo e o percentual, ficam reduzidos, na mesma proporção, os valores considerados como incentivo e os certificados emitidos corresponderão a quotas dos Fundos de Investimento. A tão só retificação da declaração reduzindo o imposto e, na mesma proporção, o valor do incentivo, não justifica o indeferimento. Não consta alegação de falta de recolhimento do imposto. Se a empresa recolheu integralmente o imposto devido (parte a título de imposto e parte a título de dedução do imposto para aplicação no fundo), a única conseqüência razoável da posterior retificação da declaração seria que o valor já recolhido e aplicado no fundo não poderia ser retificado e restituído, e a parcela reduzida passaria a ser considerada aplicação com recursos próprios. Por todo o exposto, dou provimento ao parcial ao Recurso Voluntário do contribuinte para deferir o PERC e determinar a emissão da OIEF, limitando o valor do benefício ao montante efetivamente pago e declarado na DIPJ Retificadora. Ademais, nego provimento ao pedido para transferir o montante excedente recolhido a título de incentivo para o código 2390, devendo tais valores serem considerados como aplicação ao FINOR com recursos próprios do contribuinte. Sala de Sessões, em 21 de outubro de 2014. (documento assinado digitalmente) HÉLIO EDUARDO DE PAIVA ARAÚJO Relator Fl. 674DF CARF MF Impresso em 25/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 2 7/10/2014 por HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por ALBERTO PINTO S OUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 13857.000057/99-20
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Oct 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/2002
BASE DE CÁLCULO INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. EXCLUSÃO. O incentivo denominado crédito presumido de IPI somente pode ser calculado sobre as aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, sendo indevida a inclusão, na sua apuração, de custos de serviços de industrialização por encomenda.
DECADÊNCIA. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL.
Tendo o procedimento fiscal se iniciado em 1º de abril de 2004, nos termos do artigo 150, §4º do Código Tributário Nacional, tem o Fisco o prazo de 5 (cinco) anos contados dessa data para revisar os créditos presumidos de IPI apropriados nos termos do artigo 1º da Lei nº 9.363/96. Assim, podem ser auditados os créditos presumidos apropriados até a competência março de 1999.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ.
Nos termos do artigo 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
Recurso Especial do Contribuinte Negado
Numero da decisão: 9303-002.329
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) por unanimidade de votos, conhecer, em parte, do recurso especial; e, II) na parte conhecida, pelo voto de qualidade, negar-lhe provimento. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Cardozo Miranda (Relator), Nanci Gama, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Maria Teresa Martínez López e Ivan Allegretti. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. O Conselheiro Júlio César Alves Ramos votou pelas conclusões.
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente Substituto
Rodrigo Cardozo Miranda - Relator
Rodrigo da Costa Pôssas - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Ivan Allegretti (Substituto convocado) e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto).
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/2002 BASE DE CÁLCULO INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. EXCLUSÃO. O incentivo denominado “crédito presumido de IPI” somente pode ser calculado sobre as aquisições, no mercado interno, de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, sendo indevida a inclusão, na sua apuração, de custos de serviços de industrialização por encomenda. DECADÊNCIA. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. Tendo o procedimento fiscal se iniciado em 1º de abril de 2004, nos termos do artigo 150, §4º do Código Tributário Nacional, tem o Fisco o prazo de 5 (cinco) anos contados dessa data para revisar os créditos presumidos de IPI apropriados nos termos do artigo 1º da Lei nº 9.363/96. Assim, podem ser auditados os créditos presumidos apropriados até a competência março de 1999. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Recurso Especial do Contribuinte Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 7. 00 00 57 /9 9- 20 Fl. 382DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Acordam os membros do colegiado, I) por unanimidade de votos, conhecer, em parte, do recurso especial; e, II) na parte conhecida, pelo voto de qualidade, negarlhe provimento. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Cardozo Miranda (Relator), Nanci Gama, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Maria Teresa Martínez López e Ivan Allegretti. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. O Conselheiro Júlio César Alves Ramos votou pelas conclusões. Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente Substituto Rodrigo Cardozo Miranda Relator Rodrigo da Costa Pôssas Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Ivan Allegretti (Substituto convocado) e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto). Relatório Cuidase de recurso especial interposto por Tecumseh do Brasil Ltda. (fls.238 a 323) contra o v. acórdão proferido pela Colenda Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção de Julgamento do Conselho de Contribuintes (fls.227 a 235) que negou provimento ao recurso nos seguintes termos: a) por unanimidade de votos, afastouse a decadência; e, b) quanto ao mérito, por maioria de votos, negouse o direito à inclusão na base de cálculo do crédito presumido dos valores incluídos na rubrica “industrialização por encomenda”. A ementa do v. acórdão recorrido, que bem resume os seus fundamentos, é a seguinte: ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/10/1998 a 31/12/1998 Fl. 383DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13857.000057/9920 Acórdão n.º 9303002.329 CSRFT3 Fl. 3 3 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE A FAZENDA PROCEDER A SUA CONFERÊNCIA. INOCORRÊNCIA. Não existe previsão legal definindo o limite temporal para que a Fazenda Nacional confira o cálculo do crédito presumido de IPI apurado pelo contribuinte, não podendo ser invocado para tanto a aplicação do disposto no § 4º do Código Tributário Nacional, que trata de lançamento de crédito tributário. ASSUNTO: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração 01/10/1998 a 31/12/1998 CRÉDITO PRESUMIDO. LEI Nº 9.363/96. BASE DE CÁLCULO INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. EXCLUSÃO. O incentivo denominado “crédito presumido de IPI” somente pode ser calculado sobre as aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, sendo indevida a encomenda, especialmente quando nas duas fases de irresignação a empresa não traz detalhes ou especifica no que consiste o seu processo de industrialização por encomenda, tratando o tema de forma genérica, de modo que não se sabe qual o tipo de material retorna desse processo, bem como de que forma o mesmo é utilizado no processo industrial. Recurso Voluntário Negado Irresignada, a contribuinte interpôs o já mencionado recurso especial, apontando, em síntese, o seguinte: a) Decadência do direito do Fisco de efetuar a revisão e a glosa do crédito presumido em relação a períodos já decaídos na forma do art. 150, § 4º do CTN; b) Direito de incluir os valores da industrialização por encomenda no cálculo do crédito presumido. O recurso foi admitido na sua integralidade através do r. despacho de fls. 325. Contrarrazões da Fazenda Nacional às fls. 328 a 348, alegando, em síntese, que: a) não restou demonstrado o cumprimento dos requisitos regimentais para interposição e admissão do recurso especial interposto pela Recorrente; b) apenas se incluem na base de cálculo do crédito presumido do IPI as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem. Diante desta falta de previsão legal, estão excluídos os serviços de beneficiamento prestados por terceiros; c) a Recorrente, não juntou aos autos documentos que comprovassem que os produtos por ele indicados, efetivamente, foram remetidos às empresas Fl. 384DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 terceirizadas, e tampouco restou demonstrado que o produto beneficiado foi efetivamente industrializado pelo exportador. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Relator Presentes os requisitos de admissibilidade, entendo que o recurso merece ser conhecido. Inicialmente, no tocante à prejudicial de decadência levantada pela Recorrente, é de se destacar que a Colenda Turma a quo não reconheceu a decadência do direito da Fiscalização rever os créditos que foram objeto de pedidos de ressarcimento apresentados anteriormente a março de 2002. Com efeito, de acordo com o disposto no v.acórdão ora recorrido não há um limite temporal para o Fisco rever o aproveitamento de benefício fiscal, não havendo assim que se invocar a regra do § 4º do artigo 150 do Código Tributário Nacional (CTN), vez que a mesma versa sobre lançamento de crédito tributário e não de conferência de cálculo de benefício fiscal. Do referido acórdão é possível extrair o seguinte trecho, que elucida o entendimento proferido: “Definitivamente, o presente caso, em que o Fisco tardou a conferir a procedência do crédito pleiteado pela interessada (forma de ressarcimento das contribuições pagas a título de PIS/Pasep e da Cofins quando da aquisição de insumos), em nada se assemelha a todas aquelas situações em que foram positivadas regras visando tratar dos institutos da decadência e da prescrição. Em outras palavras, portanto, o Fisco tem prazo ilimitado para proceder à análise quanto à correção dos créditos pleiteados pelos contribuintes na forma de favor fiscal”. Entendo, no entanto, que tal decisão não merece prosperar, devendo ser reformada. Deveras, independentemente do prazo decadencial ser contado pelo artigo 150 ou pelo artigo 173 do CTN, fato é que deve ser considerado um prazo para o exercício do ato administrativo, no caso o do lançamento. No presente caso, em que houve pagamento parcial, aplicase o disposto no § 4º do artigo 150 do CTN. Fl. 385DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13857.000057/9920 Acórdão n.º 9303002.329 CSRFT3 Fl. 4 5 A propósito, resta claro e lógico que o prazo disposto no art. 150, § 4º, CTN tem por finalidade dar segurança jurídica às relações tributárias. Sendo assim, tem o Fisco o prazo de cinco anos, a contar do fato gerador, para emprestar definitividade à atividade desempenhada pelo contribuinte, homologando expressa ou tacitamente o quanto por este declarado, com o que chancela o cálculo realizado pelo contribuinte. É neste prazo para homologação que o Fisco deve promover a fiscalização, analisando o tributo declarado e o pagamento efetuado e, entendendo que é insuficiente, fazendo o lançamento de ofício. Com o decurso do prazo de cinco anos contados do fato gerador, pois, ocorre a decadência do direito do Fisco lançar eventual diferença. Seja o crédito ordinário de escrita fiscal, seja o crédito presumido decorrente de benefício fiscal, ambos sujeitamse ao mesmo fluxo temporal decadencial, não tendo a lei, nesse particular, criado prazo especial, nem tampouco, deixando de regular o prazo decadencial do crédito presumido. Nesse particular, a decisão recorrida cria tratamento diferenciado ao benefício fiscal em apreço, pondoo ao largo da regra geral de decadência, cuja disciplina coube ao CTN por força do artigo 146, III, “b” da Constituição Federal. Segundo a decisão recorrida, o benefício fiscal teria contornos sui generis pelo fato de o artigo 111 do CTN determinar seja aplicada interpretação literal à exclusão do crédito tributário. Primeiramente, ainda que o crédito presumido possa ser lido como hipótese de exclusão parcial do crédito tributário, nada assegura que o referido crédito apresenta apenas essa conformação jurídica, de modo a regerse pela regra do artigo 111 do CTN. Em segundo lugar, a norma geral de direito tributário que define decadência – e que convive no mesmo diploma normativo que determina seja interpretada literalmente a legislação tributária no caso de exclusão do crédito tributário – não foi excepcionada nos casos de benefícios fiscais. Não se lê no CTN qualquer ressalva que apóie a interpretação abraçada na decisão recorrida, carecendo, portanto, de fundamento legal que a ampare. Por tais razões, tendo em conta que a primeira manifestação da autoridade tributária no sentido de rever o crédito presumido apropriado pela Recorrente deuse em 1º de abril de 2004, com espeque na regra do artigo 150, §4º do CTN, temse que a fiscalização poderia rever o crédito presumido apropriado pela Recorrente de competências pretéritas, até 5 (cinco) anos da data da intimação que deu início ao procedimento fiscal, assim, a fiscalização somente poderia auditar o crédito presumido apropriado pela Recorrente até 1º de abril de 1999, tendo decaído o seu direito de rever competências anteriores a essa data. Por outro lado, no tocante à possibilidade de se incluir ou não na base de cálculo do crédito presumido do IPI os valores referentes à industrialização por encomenda, e ao se analisar o artigo 1º da Lei nº 9.363/96, identificase que a finalidade do incentivo à exportação é o ressarcimento das contribuições ao PIS e à COFINS incidentes sobre as Fl. 386DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 6 aquisições no mercado interno de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem. Por sua vez, o artigo 2º desta mesma Lei identifica a base de cálculo do ressarcimento, determinando o cálculo do crédito presumido sobre as aquisições totais de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, aplicandose a essa base de cálculo o percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produto exportado. Em seguida, o parágrafo único do artigo 3º determina o uso dos conceitos de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem existente na legislação do IPI para determinação daquela base de cálculo. Efetivamente, a criação do incentivo teve por finalidade a desoneração tributária dos produtos nacionais exportados, proporcionando uma maior competitividade no âmbito internacional. O processo industrial pode ser todo executado em um só estabelecimento, mas certas etapas desse processo podem ser transferidas a terceiros. Isso gera a necessidade de se transferir a terceiros as etapas que não podem ser desenvolvidas pelo estabelecimento industrial ou comercial autor da encomenda, interpondose um industrializador, que exercerá atividademeio, adicionando valor ao produto industrializado e retornandoo ao autor da encomenda. Poderá ainda o estabelecimento autor da encomenda, por sua conta e ordem, remeter diretamente ao industrializador matériasprimas para serem industrializadas. Essa é a inteligência da industrialização por conta e ordem, operação tipificada no artigo 414 e seguintes do Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2012 – Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (RIPI). A remessa a terceiros de produtos industrializados semielaborados ou matériasprimas pelo estabelecimento autor da encomenda são recebidos pelo industrializador que a eles adicionará valor. Poderá o industrializador adicionar valor através da incorporação de outras matériasprimas, produtos intermediários, embalagens e mãodeobra, retornandoo novamente semielaborado ou pronto para comercialização para o autor da encomenda. Tanto a Lei nº 9.363/96 quanto o RIPI não fixam definição fiscal para a expressão matériaprima. Segundo a versão eletrônica do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (http://houaiss.uol.com.br), o verbete matériaprima pode ser colhido nas seguintes acepções: (i) a substância principal que se utiliza no fabrico de alguma coisa; (ii) qualidade do que está em estado bruto, que precisa ser trabalhado, lapidado; base, fundamento. Ora, se é assim, o produto retornado do industrializador ao encomendante não pode sofrer interpretação restritiva que o ponha fora do campo de incidência do artigo 1º da Lei nº 9.430/96, uma vez que o produto retornado ao encomendante é, na essência, o produto semi industrializado ou a matériaprima modificada. Sua essência pode terse preservado, retornando aprimorado para nova industrialização ou consumo. Desse modo, o produto semiindutrializado pelo autor da encomenda, remetido para o industrializador, quando retornado ao autor da encomenda, embora semielaborado, é matériaprima para o recebedor, uma vez que passará a nova etapa de industrialização. Nessa hipótese, a mãodeobra incorporada ao produto semielaborado fará parte de seu custo de produção, percebendo o autor da encomenda o preço do produto semi industrializado. Tenho que, juridicamente, o autor da encomenda paga preço pelo produto semielaborado, não paga a mãodeobra, que é custo de produção do industrializador. Fl. 387DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13857.000057/9920 Acórdão n.º 9303002.329 CSRFT3 Fl. 5 7 Se é assim, retornando matériaprima beneficiada ao estabelecimendo sob as vestes de produto semielaborado e pagando o autor da encomenda o preço desse produto, onde a mãodeobra é um custo de produção do industrializador, não faz sentido e não se molda ao arranjo do artigo 1º da Lei nº 9.363/96 segregar dele a mãodeobra, buscandose assim segregar do preço do produto semielaborado a parcela correspondente a mãodeobra. Mesmo a formação do preço da matériaprima em seu estado mais bruto pode ter sido influenciado pelo acréscimo de mãodeobra (via de regra o é, pois não se tem notícia de matériaprima que chegue à indústria sem intervenção humana), nem por isso a legislação do IPI, ao permitir o crédito do imposto sobre matériaprima, determina seja ela expurgada do preço de venda, colhendo apenas a matéria em si, como se isso fosse possível. Vêse, assim, que o conceito fiscal de matériaprima da legislação do IPI convive harmonicamente com a mãodeobra que lhe foi acrescida, custo de produção para o vendedor e preço para o adquirente, estendendose tal conceito, portanto, à industrialização por encomenda. Resta assim permitida a inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI a mãodeobra que participe do custo de produção na industrialização efetuada por terceiros (industrialização por encomenda), quando agregada à matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem na fabricação de produtos posteriormente exportados pelo autor da encomenda. No tocante à industrialização por encomenda, por conseguinte, meu entendimento coincide com o do seguinte precedente: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000 Ementa: RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RELATIVO AO PIS/COFINS. INDUSTRIALIZAÇÃO POR TERCEIROS. A industrialização efetuada por terceiros, visando aperfeiçoar, para o uso ao qual se destina, matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem utilizados nos produtos exportados pelo encomendante, agregase ao seu custo de aquisição para o efeito de gozo e fruição do crédito presumido do IPI relativo ao PIS e à Cofins, previsto na Lei nº 9.363/96. PRECLUSÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Incabível a apreciação na fase recursal de matéria não questionada na fase impugnatória. Recurso provido em parte. (grifos nossos) Esse entendimento, a propósito, também já foi acolhido no Superior Tribunal de Justiça, sendo de se destacar o seguinte precedente, lastreado na jurisprudência consolidada de ambas as Turmas de Direito Público daquele Egrégio Tribunal: Fl. 388DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 8 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. MATÉRIAPRIMA. BENEFICIAMENTO POR TERCEIROS. CRÉDITOS ESCRITURAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. MATÉRIA DECIDIDA PELA 1ª SEÇÃO, NO RESP 1.035.847/RS, DJE 03.08.2009, SOB O REGIME DO ART. 543 C DO CPC. ESPECIAL EFICÁCIA VINCULATIVA DESSE PRECEDENTE (CPC, ART. 543C, § 7º), QUE IMPÕE SUA ADOÇÃO EM CASOS ANÁLOGOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Em recurso especial, não se conhece de matéria não prequestionada. 2. Faz jus ao crédito presumido do IPI o estabelecimento comercial que adquire insumos e os repassa a terceiros para beneficiálos, por encomenda, para posteriormente exportar os produtos. Precedentes. 3. É devida a correção monetária de créditos escriturais quando o seu aproveitamento, pelo contribuinte, sofre demora em virtude de resistência oposta por ilegítimo ato administrativo ou normativo do Fisco. Precedentes. 4. A Primeira Seção, ao julgar o REsp 1.035.847/PR, Min. Luiz Fux, DJe 03/08/2009, sob o regime do art. 543C do CPC, reafirmou o entendimento, que já adotara em outros precedentes sobre o mesmo tema, no sentido de que ocorrendo oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, postergando o exercício do direito de crédito, exsurge legítima a necessidade de atualização monetária. 5. Não é cabível, em recurso especial, examinar a justiça do valor fixado a título de honorários, já que o exame das circunstâncias previstas nas alíneas do § 3º do art. 20 do CPC impõe, necessariamente, incursão à seara fáticoprobatória dos autos, atraindo a incidência da Súmula 7/STJ e, por analogia, da Súmula 389/STF. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. (REsp 752888/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/09/2009, DJe 25/09/2009) (grifos e destaques nossos) Por outro lado, é de se ressaltar, ainda, que se impõe a atualização do ressarcimento de créditos presumidos de IPI pela taxa SELIC, visto que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se posicionou quanto à matéria na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, ou seja, através da análise dos chamados “recursos repetitivos”. O precedente acima aludido tem a seguinte ementa: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. Fl. 389DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13857.000057/9920 Acórdão n.º 9303002.329 CSRFT3 Fl. 6 9 ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel.Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1035847/RS, Rel. Ministro oLUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/06/2009, DJe 03/08/2009) (grifos nossos) A decisão acima aludida foi proferida justamente em julgamento relativo a pedido de ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, de que trata a lei 9.363/1996, em que atos normativos infralegais obstaculizaram a inclusão na base de cálculo do incentivo das compras realizadas junto a pessoas físicas e cooperativas. Restou consolidado, assim, no âmbito do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, a atualização do ressarcimento de créditos presumidos de IPI pela taxa SELIC. Fl. 390DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 10 O Regimento Interno do CARF, por sua vez, na redação dada recentemente pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, tem os seguintes comandos nos seus artigos 62 e 62 A: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B.} § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. (grifos e destaques nossos) Verificase, assim, que a referida decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso especial do contribuinte para reconhecer a decadência do direito do Fisco revisar o crédito presumido de IPI das competências de janeiro de 1998 a março de 1999, reconhecendo, ainda, a legitimidade da inclusão dos valores dos "serviços de industrialização por encomenda" no cálculo do incentivo previsto na Lei nº 9.363/96 e a incidência da SELIC como critério de atualização no ressarcimento do crédito presumido de IPI. RODRIGO CARDOZO MIRANDA Fl. 391DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13857.000057/9920 Acórdão n.º 9303002.329 CSRFT3 Fl. 7 11 Fl. 392DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 12 Voto Vencedor A Lei n.º 9.363, de 1996, que introduziu o benefício em tela, previu, em seu art. 1º, que o crédito presumido de IPI, como ressarcimento das contribuições para o PIS e para a COFINS sejam incidentes “sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo” (g.n.). Em razão dos termos em que vazada a aludida norma, qualquer interpretação que se lhe empreste não deve afastarse das seguintes premissas: por primeiro, que os insumos utilizados no cômputo do benefício devam ser adquiridos, ou seja, comprados de outro estabelecimento, resultando de uma operação comercial de compra e venda mercantil, não de serviços, como é o caso em comento; segundo, que sejam efetivamente utilizados na produção de produtos exportados, no estabelecimento adquirente; terceiro, como se trata de direito excepto, não comporta interpretação ampliativa, pois os benefícios tributários devem ser interpretados restritivamente, já que envolvem renúncia de receitas públicas. Em relação à primeira das premissas, na operação realizada pela contribuinte não há qualquer aquisição de matériaprima, vez que já pertencia ao estabelecimento encomendante no momento do envio para industrialização por encomenda. A aquisição da matériaprima se deu, portanto, em momento anterior à remessa para industrialização. O custo do beneficiamento realizado por terceiro deve ser contabilizado como “Gastos Gerais de Fabricação”, não como incremento do valor da matériaprima, não podendo ser incluído no cálculo do crédito presumido. O montante despendido por tal pagamento não deve entrar no cômputo do benefício, mesmo porque a operação de envio e retorno se dá com suspensão do IPI, conforme sublinhado na Nota MF/SRF/COSIT/COTIP/DIPEX n.º 312, de 3 de agosto de 1998. Aliás, não há razão para que os custos dos insumos que não se enquadram no conceito de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem não sejam agregados quando utilizados pelo encomendante, quando a operação de industrialização se dá em seu próprio estabelecimento, mas, ao contrário, sejam agregados quando a industrialização se dê por encomenda. Ora, “Onde há a mesma razão, há de se aplicar o mesmo direito”, diz o brocardo romano. Com efeito, tratarseia de situação no mínimo incongruente, para não dizer injusta, retirando a racionalidade das disposições legais que compõem o arcabouço normativo do IPI. No tocante à última das premissas inicialmente delineadas, pois que, quanto à segunda, não há dissenso, importa destacar que há uma certa tendência à construção de exegeses que resultam, as mais das vezes, de considerações outras que não a propriamente jurídica, tal como as de natureza meramente econômica, tão costumeiramente encontráveis no diaadia do julgador. Em que pese o brilhantismo como tais teses são construídas, é preciso evidenciar que não cabe ao intérprete a tarefa de legislar, de modo que o sentido da norma não se pode afastar dos termos em que positivada, pena de, invadindo seara alheia, fugir de sua competência. Fl. 393DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13857.000057/9920 Acórdão n.º 9303002.329 CSRFT3 Fl. 8 13 Aliás, ainda com relação à terceira premissa, costuma ser encontradiço nos textos que discorrem sobre Hermenêutica Jurídica a afirmação de que “a lei não contém palavras inúteis”, a qual, segundo se diz, vem a ser princípio basilar da disciplina. É dizer, as palavras devem ser compreendidas como tendo, ao menos, alguma eficácia. Não se presumem, na lei, palavras inúteis (Carlos Maximiliano, Hermenêutica e aplicação do direito, 8a. ed., Freitas Bastos, 1965, p. 262). Querse evidenciar com isso que, caso se concebesse o contrário, não haveria razão para que o legislador expressamente previsse o cômputo do valor relativo à prestação de serviços na hipótese de industrialização por encomenda. Veja como dispôs ao estruturar o art. 1º da Lei n.º 10.276, de 2001, in verbis: “Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. § 1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matériasprimas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo; II correspondentes ao valor da prestação de serviços decorrente de industrialização por encomenda, na hipótese em que o encomendante seja o contribuinte do IPI, na forma da legislação deste imposto” (g.n.). Ora, in casu, fosse verdadeira a afirmação de que os valores correspondentes ao serviço de beneficiamento, na industrialização por encomenda, deveriam ser incluídos no cômputo do crédito presumido de que trata a Lei n.º 9.363, de 1996, não haveria razão para que o legislador inequivocamente inserisse tal hipótese na Lei n.º 10.267, de 2001, permitindo o seu acréscimo juntamente com o custo de outros insumos (energia elétrica e combustíveis). Notese, por importante, que a aplicação do novel regramento, conforme disciplinado na Lei n.º 10.267, de 2001, se dá alternativamente ao estabelecido na Lei n.º 9.363, de 1996, quando da determinação do crédito presumido. Assim sendo, é de se concluir que a hipótese introduzida no inciso II naquele diploma legal não se encontrava incluída neste último. Pelos fundamentos legais expostos, nego provimento ao recurso, para negar o aproveitamento dos custos com beneficiamentos realizados externamente aos estabelecimentos da sociedade, para fins de cálculo do crédito presumido de IPI. Fl. 394DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 14 (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 395DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 13/09/2 014 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 01/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 16327.001697/2004-25
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2004
RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO - PIS - PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI FISCAL.
Somente com o advento da Lei nº 11.051/04, é que se considerou não passível de compensação, e consequentemente como não declaradas as compensações que tivessem por objeto crédito de terceiro, sendo certo que até à edição da referida lei, qualquer crédito apurado, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativos a tributo ou contribuição administrados pela SRF poderiam ser aportados ao processo de compensação até o limite dos débitos compensados, não sendo lícito à Fiscalização excluir do procedimento de compensação crédito declarado em Pedido de Restituição adquirido de terceiro. A pretendida aplicação retroativa de restrições legais, somente instituídas posteriormente ao Pedido de Restituição, enseja violação ao princípio da irretroatividade da lei tributária e ao disposto nos arts. 103, 105, 140 e 144 do CTN, que impossibilitam aplicação retroativa dos sucessivos regimes legais de compensação tributária.
Numero da decisão: 3402-002.344
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, deu-se provimento ao recurso nos termos do voto do relator. Vencidos os Conselheiros Luiz Carlos Shimoyama e Mônica Monteiro de los Rios. Ausente, justificadamente os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho e Nayra Bastos Manatta.
SILVIA DE BRITO OLIVEIRA
Presidente
FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA
Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Silvia de Brito Oliveira (Presidente), Fernando Luiz da Gama Lobo d'Eça (Relator), Monica Monteiro Garcia de los Rios (Suplente), Luiz Carlos Simoyama (Suplente), João Carlos Cassuli Júnior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA
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(ATUAL DENOMINAÇÃO DE IMPÉRIO NEGÓCIOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO PIS PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI FISCAL. Somente com o advento da Lei nº 11.051/04, é que se considerou “não passível de compensação”, e consequentemente como “não declaradas” as compensações que tivessem por objeto “crédito de terceiro”, sendo certo que até à edição da referida lei, qualquer crédito apurado, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativos a tributo ou contribuição administrados pela SRF poderiam ser aportados ao processo de compensação até o limite dos débitos compensados, não sendo lícito à Fiscalização excluir do procedimento de compensação crédito declarado em Pedido de Restituição adquirido de terceiro. A pretendida aplicação retroativa de restrições legais, somente instituídas posteriormente ao Pedido de Restituição, enseja violação ao “princípio da irretroatividade da lei tributária” e ao disposto nos arts. 103, 105, 140 e 144 do CTN, que impossibilitam aplicação retroativa dos sucessivos regimes legais de compensação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, deuse provimento ao recurso nos termos do voto do relator. Vencidos os Conselheiros Luiz Carlos Shimoyama e Mônica Monteiro de los Rios. Ausente, justificadamente os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho e Nayra Bastos Manatta. SILVIA DE BRITO OLIVEIRA AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 16 97 /2 00 4- 25 Fl. 262DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA 2 Presidente FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Silvia de Brito Oliveira (Presidente), Fernando Luiz da Gama Lobo d'Eça (Relator), Monica Monteiro Garcia de los Rios (Suplente), Luiz Carlos Simoyama (Suplente), João Carlos Cassuli Júnior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 222/231) contra o v. Acórdão DRJ/SPOI nº 1614.037 de 10/07/07 (fls. 210/219), exarado pela da 10ª Turma da DRJ de São Paulo SP que, por unanimidade de votos, houve por bem indeferir a Manifestação de Inconformidade de fls. 185/199, deixando de homologar o Pedido de Restituição (Processo Administrativo n° 16327.001697/200425) cumulado com Pedidos de Compensação (Processos Administrativos de nºs 16327.001774/200447/16327.001776/200436/16327.001772/2004 58/16327.001773/200401/16327.001775/200491/16327.001771/20041/16327.001778/2004 25/16327.001779/200470/16327.001780/200402/16327.001771/200411), protocolados no CAC/DEINF/SPO em 06/12/04, indeferidos por despacho decisório da DEINF de São Paulo SP (fls. 89/103), e através dos quais a ora Recorrente pretendia ver compensado suposto crédito de terceiro objeto de Contrato Particular de Cessão de Direito de Crédito e Outras Avenças realizado entre a Recorrente (cedida) e Pauling Consultoria SC Ltda, CNPJ n° 01.221.038/000157 (cedente) nos autos do processo judicial Ação Declaratória, cumulada com Ação Ordinária de Repetição de Indébito, n° 92.00067514, proposta na 17ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, por IBF da Amazônia Impressos de Segurança Ltda, CNPJ n° 22.810.550/000189 – no qual que foi reconhecido, incidentur tantum, a inconstitucionalidade dos Decretos nos 2.445/88 e 2.449/88, e garantido a autora o direito de repetição dos valores pago a titulo de PIS, na parcela que fosse superior ao previsto na Complementar n° 7/70. A Ação transitou em julgado em 08/04/1997, com débitos vincendos declarados nas referidas DCOMPs. O r. despacho decisório da DEINF de São Paulo SP (fls. 89/103) indeferiu os Pedidos de Restituição e Compensação aos fundamentos sintetizados em sua ementa nos seguintes termos: “Ementa: Pedido de Restituição/Compensação. Compensação de débito do sujeito passivo com crédito de terceiro. Vedação. Indeferimento do pedido. Dispositivos Legais: Art. 74, caput da Lei n° 9.430/96, com redação dada pela Lei n° 10.637, de 2002, Lei n° 10.833, de 2003 e Lei n° 11.051, de 2004; Art. 30 da IN 210 de 30 de setembro de 2002; Art. 1° da IN 41 de 07 de abril de 2000.” Por seu turno a r. decisão de fls. 210/219 da 10ª Turma da DRJ de São Paulo SP, houve por bem indeferir a Manifestação de Inconformidade de fls. 185/199, mantendo o Fl. 263DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Processo nº 16327.001697/200425 Acórdão n.º 3402002.344 S3C4T2 Fl. 3 3 r. despacho decisório da DEINF de São Paulo SP (fls. 89/103), aos fundamentos sintetizados em sua ementa exarada nos seguintes termos: “Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 2004 Ementa: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO DE DÉBITO COM CRÉDITO DE TERCEIROS. VEDAÇÃO LEGAL. Sendo expressa a vedação legal quanto A compensação de débitos com créditos de terceiros, deve ser mantido o indeferimento ao crédito pleiteado. Solicitação Indeferida” Nas razões de Recurso Voluntário (fls. 222/231) oportunamente apresentadas, a ora Recorrente sustenta a reforma da r. decisão recorrida e a legitimidade do crédito compensando, tendo em vista: a) o inequívoco direito à repetição dos recolhimentos a maior e/ou indevidos do PIS/PASEP relativos ao período de apuração, concedida por decisão transitada em julgado; b) a impossibilidade de retroatividade das limitações introduzidas na Lei nº 9430/96 Voto Conselheiro FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA, Relator O Recurso Voluntário reúne as condições de admissibilidade e, no mérito merece ser provido. Realmente, ao regular as hipóteses legais de vedação dos créditos objeto de compensação, dando nova redação ao art. 74 da Lei nº 9430/96, o art. 49 da Lei nº 10.637 de 30/12/02 (DOU de 31/12/02) veio estabelecer que: “Art. 49. O art. 74 da Lei n. 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: ‘Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1 º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Fl. 264DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA 4 § 3º Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação: I — o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; II — os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. § 4º Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. § 5 º A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo.” Da mesma forma, aditando as hipóteses legais de vedação dos créditos objeto de compensação e prevendo a aplicação da Multa isolada para o descumprimento da vedação, os arts. 17 e 18 da MP nº 135, de 30/10/03, convertida na Lei nº 10.833, de 29/12/2003 (DOU de 30/12/2003), expressamente estabeleceram que: “Art. 17 O art. 74 da Lei n. 9.430, de 27 de dezembro de 1996, alterado pelo art. 49 da Lei n. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, passa a vigorar com a seguinte redação: ‘Art. 74 – (...) § 3º Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § lº: (...) III — os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; IV — os créditos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal com o débito consolidado no âmbito do Programa de Recuperação Fiscal — Refis, ou do parcelamento a ele alternativo; e V — os débitos que já tenham sido objeto de compensação não homologada pela Secretaria da Receita Federal. (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. § 6º A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Processo nº 16327.001697/200425 Acórdão n.º 3402002.344 S3C4T2 Fl. 4 5 § 7º Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. § 8º Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7º, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Divida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9º. § 9º É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação. § 10 Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes. § 11 A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto n. 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. § 12 A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo, podendo, para fins de apreciação das declarações de compensação e dos pedidos de restituição e de ressarcimento, fixar critérios de prioridade em função do valor compensado ou a ser restituído ou ressarcido e dos prazos de prescrição.” “Art. 18 O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. § 1º Nas hipóteses de que trata o caput, aplicase ao débito indevidamente compensado o disposto nos §§ 6º a 11 do art. 74 da Lei no 9.430, de 1996. § 2º A multa isolada a que se refere o caput é a prevista nos incisos I e II ou no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, conforme o caso. § 3º Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente.” Fl. 266DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA 6 Finalmente, mais uma vez aditando as hipóteses legais de vedação dos créditos objeto de compensação, o art. 4º da Lei nº 11.051 de 29/12/04 (DOU de 30/12/04), veio a dispor em seu art. 4º que: “Art. 4º O art. 74 da Lei n. 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: ‘Art. 74 – (...) § 3º (...). (...) IV débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal SRF; V débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e VI valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita FederalSRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; (...) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (§ 12, caput, com redação dada pela Lei nº 11.051, de 29/12/2004 DOU de 30/12/2004 em vigor desde a publicação). I previstas no § 3º deste artigo; II em que o crédito: a) seja de terceiros; b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1º do Decreto Lei nº 491, de 5 de março de 1969; c) refirase a título público; d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. § 13. O disposto nos §§ 2º e 5º a 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo. § 14. A Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação.’” Dos preceitos legais expostos verificase claramente que somente com a edição da Lei nº 11.051 de 29/12/04 (DOU de 30/12/04 – art. 4º), é que se passou a considerar Fl. 267DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Processo nº 16327.001697/200425 Acórdão n.º 3402002.344 S3C4T2 Fl. 5 7 “não passível de compensação”, e consequentemente como “não declaradas” as compensações que tivessem por objeto “crédito de terceiro” sendo certo que até à edição da referida lei, enquanto a compensação se encontrasse pendente de decisão definitiva na esfera administrativa, qualquer crédito apurado, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal poderia ser aportado ao processo de compensação até o limite dos débitos compensandos, desde que estes já não tivessem sido objeto de compensação anterior não homologada pela SRF, não sendo lícito à Fiscalização excluir do procedimento de compensação o referido crédito declarado no Pedido de Restituição adquirido de terceiro. Assim, a pretendida aplicação retroativa das restrições legais somente instituídas posteriormente (art. 74, §§ 1º e 3º, e 12, inc. II alínea “a” da Lei 9430/1996, com redação dada pela Lei nº 11.051 de 29/12/04 DOU de 30/12/04 – art. 4º) ao Pedido de Restituição e respectivos Pedidos de Compensação referentes aos períodos nestes últimos mencionados, data vênia enseja manifesta ilegalidade, por violação ao “princípio da irretroatividade da lei tributária” e ao disposto nos arts. 103, 105, 140 e 144 do CTN. Nesse sentido a Jurisprudência do E. STJ tem reiteradamente proclamado a “nãoaplicação retroativa dos sucessivos regimes legais de compensação tributária”, como se pode ver da seguinte e elucidativa ementa: “RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUTÔNOMOS E ADMINISTRADORES. COMPENSAÇÃO. ART. 170A DO CTN. IRRETROATIVIDADE. AÇÃO PROPOSTA POSTERIORMENTE À VIGÊNCIA DA LC 104/2001. APLICAÇÃO DO ART. 170A DO CTN. COMPENSAÇÃO SOMENTE APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. CUMULAÇÃO VEDADA. AFASTADA A APLICAÇÃO DOS JUROS PREVISTOS NO CTN. RECURSO DESPROVIDO. 1. A Primeira Seção desta Corte, no julgamento dos EREsp 488.992/MG, firmou entendimento no sentido da nãoaplicação retroativa dos sucessivos regimes legais de compensação tributária. Na mesma ocasião, fixouse a data da propositura da ação para se estabelecer o regime de compensação aplicável em cada caso. 2. O art. 170A do CTN, inserido pela Lei Complementar 104/2001, somente é aplicável aos pedidos de compensação formulados após a sua vigência. Assim, é viável exigirse o novo requisito previsto no art. 170A do CTN para as ações ajuizadas em data posterior à vigência da Lei Complementar 104, de 10 de janeiro de 2001. (...) 4. Recurso especial desprovido.” (cf. Ac. da 1ª turma do STJ no REsp nº 694211PR, Reg. nº 2004/01442671, em sessão de 12/09/06, Rel. Min. DENISE ARRUDA, publ. in DJU de 02/10/06, p. 228) “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DOS ADMINISTRADORES, AUTÔNOMOS E Fl. 268DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA 8 AVULSOS. INAPLICABILIDADE DO DIREITO SUPERVENIENTE. ART. 170A DO CTN, ACRESCENTADO PELA LC Nº 104/2001. COMPENSAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. POSSIBILIDADE. I A Egrégia Primeira Seção, no julgamento dos EREsp nº 488.992/MG, da relatoria do Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 07/06/2004, consolidou o entendimento de que, em matéria de compensação tributária, deve ser observada a legislação vigente à época do ajuizamento da ação, não podendo ser julgada a causa à luz do direito superveniente. II Neste contexto, tendo a demanda sido ajuizada em 30/06/95, não há como se aplicar o teor do art. 170A do CTN, acrescido pela Lei Complementar nº 104/2001, inexistindo vedação legal à compensação antes do trânsito em julgado. III Agravo regimental provido.” (cf. Ac. da 1ª Turma do STJ no AgRg no REsp nº 770939SP, Reg. nº 2005/01263081, em sessão de 08/11/05, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, publ. in DJU de 19/12/05 p. 266) Nessa mesma ordem de idéias, também parece não haver dúvida de que as Instruções Normativas invocadas na r. decisão recorrida, obviamente não poderiam instituir obrigações ou penalidades tributárias, que se acham sob reserva da lei (art. 97, incs. III e V do CTN) e à qual deviam estrita subserviência (arts. 99 e 100, inc. I do CTN). Nesse sentido o E. STJ tem reiteradamente proclamado que: “o ato administrativo, no Estado Democrático de Direito, está subordinado ao princípio da legalidade (CF/88, arts. 5º, II, 37, caput, 84, IV), o que equivale assentar que a Administração só pode atuar de acordo com o que a lei determina. Desta sorte, ao expedir um ato que tem por finalidade regulamentar a lei (decreto, regulamento, instrução, portaria, etc.), não pode a Administração inovar na ordem jurídica, impondo obrigações ou limitações a direitos de terceiros. (...) Consoante a melhor doutrina, ‘é livre de qualquer dúvida ou entredúvida que, entre nós, por força dos arts. 5º, II, 84, IV, e 37 da Constituição, só por lei se regula liberdade e propriedade; só por lei se impõem obrigações de fazer ou não fazer. Vale dizer: restrição alguma se impõem à liberdade ou à propriedade pode ser imposta se não estiver previamente delineada, configurada e estabelecida em alguma lei, e só para cumprir dispositivos legais é que o Executivo pode expedir decretos e regulamentos.’ (Celso Antônio Bandeira de Mello. Curso de Direito Administrativo. São Paulo, Malheiros Editores, 2002, págs. 306/331)” (cf. Ac. da 1ª Turma do STJ no REsp nº 584.798PE, Reg. nº 2003/01571957, em sessão de 04/11/04, Rel. Min. LUIZ FUX, publ. in DJU de 06/12/2004 p. 205) Na aplicação concreta dos arts. 96, 99 e 100 do CTN, Aliomar Baleeiro há muito já ensinava que: “... como regulamento em relação à lei (art. 99 do CTN), os atos normativos das autoridades administrativas não podem inovar, indo além do que está na lei ou no regulamento; subordinamse a este e àquele, pois se destinam à sua fiel execução. O mesmo quanto aos atos dos Diretores de Departamento e órgãos hierarquicamente colocados abaixo do auxiliar imediato do poder executivo.” (...). “... são regras internas endereçadas aos funcionários, que lhes devem obediência, pelo princípio hierárquico até o limite da lei. Fl. 269DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA Processo nº 16327.001697/200425 Acórdão n.º 3402002.344 S3C4T2 Fl. 6 9 Mas não suprem a lei nem o decreto regulamentar. não compelem à obediência o cidadão, salvo na medida que expressam o que já está contido na lei.” (...). “A Portaria do Ministério da Fazenda, segundo os arts. 99 e 100, do Código Tributário Nacional, realmente participa do conceito genérico de ‘legislação tributária’, como norma complementar da lei ou do regulamento. Mas isso apenas para estabelecer pormenores de serviço interno a serem obedecidos pelos funcionários públicos, sem eficácia, todavia, para os cidadãos, salvo quando se limitam a exigir deles o que já está determinado na lei tributária.” (cf. Ac. do STF no A.I. nº 57.279, 1ª Turma, Rel. Min. Aliomar Baleeiro, publ. in RDA vol. 119/32022) Mais recentemente a Suprema Corte recentemente assentou que; “a reserva de lei em sentido formal qualificase como instrumento constitucional de preservação da integridade de direitos e garantias fundamentais. O princípio da reserva de lei atua como expressiva limitação constitucional ao poder do Estado, cuja competência regulamentar, por tal razão, não se reveste de suficiente idoneidade jurídica que lhe permita restringir direitos ou criar obrigações. Nenhum ato regulamentar pode criar obrigações ou restringir direitos, sob pena de incidir em domínio constitucionalmente reservado ao âmbito de atuação material da lei em sentido formal.” (cf. Ac do STF Pleno na ACOQO nº 1048RS, em sessão de 30/08/07, Rel. Min. CELSO DE MELLO, publ. in DJU de 31/10/07, pág. 077, EMENT VOL0229601 PP00001). Assim, conclui a Suprema Corte que “as instruções regulamentares, quando emanarem de Ministro de Estado, qualificarseão como regulamentos executivos, necessariamente subordinados aos limites jurídicos definidos na regra legal a cuja implementação elas se destinam, pois o exercício ministerial do poder regulamentar não pode transgredir a lei, seja para exigir o que esta não exigiu, seja para estabelecer distinções onde a própria lei não distinguiu, notadamente em tema de direito tributário”. (cf. Ac. do STF Pleno na ADIMC nº 1075DF, em sessão de 17/06/98, Rel. Min. CELSO DE MELLO, publ. in DJU de 24/11/06, pág. 059, EMENT VOL0225701 PP00156) Em suma, tratandose de Pedido de Restituição cumulado com Declarações de Compensação, protocolados em 06/12/04, portanto anteriormente à vigência das restrições à compensação somente instituídas em 30/12/04 (cf. art. 74, §§ 1º e 3º e 12, inc. II alínea “a” da Lei 9430/1996, na redação dada pela Lei nº 11.051 de 29/12/04 DOU de 30/12/04 – art. 4º), parece evidente que referidas restrições não se aplicavam ao caso por força do “princípio da irretroatividade da lei tributária” e do disposto nos arts. 103, 105, 140 e 144 do CTN, o que impõe a reforma da r. decisão recorrida para que, afastada a restrição retroativamente aplicada, seja aferida a quantificação, liquidez e certeza do crédito restituendo e homologada a compensação nos limites apurados, sendo certo que a eventual existência de débitos remanescentes, devem ser cobrados através do procedimento previsto nos §§ 7º e 8º do art. 74 da Lei nº 9.430/96 (redação da Lei nº 10.833, de 2003). Isto posto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao Recurso e reformar a r. decisão recorrida, para com fundamento nos arts. 103, 105, 140 e 144 do CTN afastar a restrição retroativamente aplicada, determinandose o retorno dos autos à instância “a quo” para quantificação do crédito restituendo e homologação da compensação nos limites apurados, Fl. 270DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA 10 sendo que eventuais débitos remanescentes, devem ser cobrados através do procedimento previsto nos §§ 7º e 8º do art. 74 da Lei nº 9.430/96 (redação da Lei nº 10.833, de 2003). É como voto. Sala das Sessões, em 25 de março de 2014 FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D'EÇA Fl. 271DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente e m 12/05/2014 por FERNANDO LUIZ DA GAMA LOBO D ECA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por SILVIA DE BRITO OLIVEIRA
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Numero do processo: 10980.723652/2009-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 2202-000.359
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausente justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausente justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .7 23 65 2/ 20 09 -2 0 Fl. 1708DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 3 2 Relatório SANDIR FRANCISCO BEZERRA, contribuinte inscrito no CPF/MF sob o nº 362.922.81787, com domicílio fiscal na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, à Rua Izidoro Wosch Vista, n.º 401 – Casa – Bairro Santa Catarina, jurisdicionado a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Curitiba PR, inconformado com a decisão de Primeira Instância de fls. 1647/1654, prolatada pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba PR, recorre, a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pleiteando a sua reforma, nos termos da petição de fls. 1671/1697. Contra o contribuinte acima mencionado foi lavrado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Curitiba PR, em 09/12/2009, o Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Física (fls. 1600/1605), com ciência por AR, em 10/12/2009 (fls.1592/1607), exigindo se o recolhimento do crédito tributário no valor total de R$ 6.675.167,80 (padrão monetário da época do lançamento do crédito tributário), a título de Imposto de Renda Pessoa Física, acrescidos da multa de lançamento de ofício normal de 150% e dos juros de mora de, no mínimo, de 1% ao mês, calculado sobre o valor do imposto de renda relativo aos exercícios de 2005 e 2007, correspondente aos anoscalendário de 2004 e 2006, respectivamente. A exigência fiscal em exame teve origem em procedimentos de fiscalização de revisão de Declaração de Ajuste Anual referente aos exercícios de 2005 a 2007, onde a autoridade fiscal lançadora constatou as seguintes irregularidades: 1) Omissão de ganhos líquidos no mercado de renda variável obtidos em operações na Petra Personal Trader Corretora de Títulos e Valores Mobiliário S/A, conforme Termo de Verificação da Ação Fiscal, que é parte integrante deste Auto de Infração, Arts. 758, 760, 761, 762, 766, 767, 770, 841, 852 e 859 do RIR/99; Lei n° 9.959/00; IN SRF n° 25/2001; 2) Omissão de rendimentos caracteriza por valores creditados em conta(s) de depósito ou de investimentos, mantida(s) em instituição (ões) financeira(s), em relação aos quais o sujeito passivo, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme Termo de Verificação da Ação Fiscal, que é parte integrante deste Auto de Infração, Arts. 42 e 44 da Lei n° 9.430/1996, com as alterações posteriores; Art. 849 do RIR/ 99; Art. 1° da Medida Provisória n° 22/2002 convertida na Lei n° 10.451 de 2002; Art. 1° da Lei n° 11.119 de 2005; Art. 1° da Lei n° 11.311 de 2006. A AuditoraFiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela constituição do crédito tributário lançado esclarece, ainda, através do Relatório da Ação Fiscal, datado de 09/12/2009 (fls. 1574/1584), entre outros, os seguintes aspectos: que, no dia 19 de junho de 2008, com amparo na Lei Complementar (LC) n° 105, de 2001, e Decreto n° 3.724, de 2001, requisitouse aos Bancos nos quais o contribuinte manteve contacorrente e de poupança/investimento a apresentação dos extratos de movimentação de contascorrentes e de aplicação financeira em nome do contribuinte Sandir Francisco Bezerra, relativos aos anoscalendário 2003 a 2005 (fls. 16/429); que, de posse dos extratos bancários, intimouse o contribuinte, em 16/08/2008, por meio do Termo de Intimação Fiscal n° 002, a comprovar a origem dos depósito/crédito bancários constantes na planilha 002, anexa ao referido Termo (fls. 430/445); Fl. 1709DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 4 3 que no dia 01/09/2008, o contribuinte apresentou a resposta de fls. 446/449, por meio da qual solicitou a prorrogação do prazo por 30 dias alegando que, por mudança de endereço, sem, porém, ter efetuado a devida alteração no cadastro da SRF, recebeu a intimação n° 002 no dia 27/08/2008. Concedeuse a prorrogação de prazo conforme solicitado (fl. 446). Solicitou, também, que as futuras intimações fossem encaminhadas para o seu novo endereço, ao que essa fiscalização respondeu que só seria possível caso o contribuinte efetuasse a devida alteração nos sistemas informatizados da SRF; que, em 30/09/2008, o contribuinte apresentou a resposta de fls. 450/466, por meio da qual declarou que exercia, no período de 2003 a 2005, a profissão de corretor autônomo de investimentos, intermediando e/ou indicando ações para os investidores e recebendo, por esse serviços, comissões. Afirmou que, na maioria das vezes, recebia os numerários em sua contacorrente e posteriormente efetuava a compra das ações, por conta e ordem de terceiros. Informou nomes de alguns remetentes dos valores creditados em suas contas bancárias, sem, porém, comprovar essa afirmação. Também não comprovou que esses valores pertencem as pessoas informadas, tendo sido, pois, a elas devolvidos, inclusive com os acréscimos decorrentes de aplicações financeiras intermediadas pelo contribuinte. Irresignado com o lançamento o autuado apresenta, tempestivamente, em 11/01/2010, a sua peça impugnatória de fls. 1615/1638, solicitando que seja acolhida a impugnação e determinado o cancelamento do crédito tributário amparado, em síntese, nos seguintes argumentos: que, recurso administrativo (voluntario) apresentado pelo ora contribuinte em face do auto de infração lavrado pela Sra. Auditora Fiscal Neucir Salazar Bonfim, AFRFB, Matrícula n. 65047, de Curitiba – PR, na forma da legislação vigente, no processo administrativo fiscal em destaque, que tem por objeto a suposta falta de recolhimento do imposto de renda pessoa física do exercício de 2004 e 2005, anoscalendário 2005/2006 respectivamente, onde teriam sido constatadas irregularidade consoante a descrição dos fatos e o enquadramento legal, tendo sido apurado crédito tributário em favor do fisco; que, importante esclarecer que os agentes autônomos de investimentos, como é o caso do ora contribuinte, podem ou não constituir pessoa jurídica para o exercício da atividade, observados os requisitos estabelecidos pela própria CVM; que, no entanto e importe esclarecer que muitas das informações a respeito das remessas e/ou devoluções de dinheiro feitas a terceiros (investidores) foram solicitadas ás instituições financeiras onde o contribuinte possuía contacorrente, pois não há condições de detectar, sem informação do próprio banco, que destino (titularidade) tiveram algumas operações realizadas por meio de cheque; que dentre as espécies de lançamento, a Lei Complementar Tributaria é muito clara ao disciplinar a hipótese de lançamento por homologação, firmando ao sujeito passivo o dever de prestar as informações necessárias e antecipar o pagamento do tributo, como ocorre no presente caso, com o imposto de renda; que a qualidade básica da decadência é a de a ordem jurídica certificarse que um direito potestativo, ao nascer, seja exercido a tempo, nenhum sentido haverá em se considerar que, para que a Fazenda venha a decair desse direito, possa deixar passar cinco anos inerte com ele em seus patrimônio para que, só então, comece a ter contra si contados mais cinco anos para exercêlo. Fl. 1710DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 5 4 Após resumir os fatos constantes da autuação e as principais razões apresentadas pelo impugnante, os membros da Quarta Turma da Delegacia da Receita do Brasil de Julgamento em Curitiba PR, concluíram pela procedência da ação fiscal e pela manutenção do crédito tributário, com base, em síntese, nas seguintes considerações: que, portanto, não cabe razão ao impugnante no que tange à preliminar que objetiva à extinção do crédito tributário quanto aos ganhos no mercado de renda variável e à omissão de rendimentos por falta de comprovação de origem de depósitos bancários, no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2004, com fulcro nos artigos 150, § 4º, e 173 do CTN, pelos quais teria ocorrido a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir tais créditos em 10 de dezembro de 2009, data da ciência do auto de infração; que, quanto à data de ocorrência do fato gerador do IR de pessoa física, verificase que a partir da edição da Lei nº 8.134, de 1990, além da incidência mensal, exclusiva no caso dos ganhos em bolsa de valores, sem sujeição ao ajuste anual, há ainda aquela a título de antecipação, no caso, por exemplo, de rendimentos do trabalho, onde a legislação determina que a apuração definitiva do Imposto de Renda da Pessoa Física seja efetuada na declaração anual de ajuste. Estamos diante de um fato gerador complexivo, com duas modalidades de incidência no mesmo período de apuração, em momentos distintos; que assim, o fato gerador do imposto sobre os rendimentos sujeitos ao ajuste anual somente aperfeiçoase no momento em que se completa o período de apuração dos rendimentos e deduções: 31 de dezembro de cada anocalendário, mesmo estando o contribuinte obrigado a sofrer retenção do imposto de renda na fonte pagadora ao longo do anocalendário, à medida que recebe rendimentos tributáveis, ou ao recolhimento mensal do tributo, quando sujeitos ao CarnêLeão; que, ao contrário do que costumeiramente se afirma, a lei não faz nenhuma presunção de omissão de rendimentos. Ela somente estabelece que o ônus da prova, de que os ingressos de recursos (depósitos) não representam aquisição de renda ou acréscimo patrimonial de natureza tributável, é do titular da conta corrente. A lógica do legislador é muito singela: desconhecese aquisição de disponibilidade financeira que não seja oriunda da prática de algum negócio jurídico, em sentido lato: doação venda, empréstimo, prestação de serviço, trabalho, etc.; que, em referência à alegação de que não foi compensado o imposto retido na fonte de 0,005% (cinco milésimos por cento), incidente a partir de janeiro de 2005 sobre operações em bolsa, muito embora o impugnante não tenha trazido qualquer documento ou comprovante dos valores que teriam sido retidos, a corretora informou retenções nos anos de 2005 e 2006 de R$ 47,63 e R$ 8,53, respectivamente, sobre as operações em bolsa do impugnante e da interposta pessoa, Elisângela Mireider, fls. 1644/1646, pelo que é de se reconhecer o direito à compensação de tais valores; que à alegação de que tal multa fere princípios constitucionais, como já dito neste voto, não cabe à esfera administrativa examinar a constitucionalidade de leis oriundas do devido processo legislativo e que se encontram plenamente em vigor, tarefa que cabe exclusivamente ao Poder Judiciário, nos termos da Constituição Federal; A decisão de Primeira Instância está consubstanciada nas seguintes ementas: Fl. 1711DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 6 5 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 DECADÊNCIA. GANHOS DE RENDA VARIÁVEL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Não havendo o contribuinte pago o imposto devido, nem declarado os ganhos de renda variável, no lançamento de ofício o termo inicial do prazo decadencial é contado do primeiro dia do exercício seguinte ao que poderia o fisco ter feito o lançamento (CTN, art. 173, I). DECADÊNCIA. RENDIMENTOS SUJEITOS À DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. O fato gerador do imposto de renda em relação aos rendimentos sujeitos à declaração de ajuste anual ocorre em 31 de dezembro; quando não declarados, para efeito de lançamento de ofício, o termo inicial do prazo decadencial é contado do primeiro dia do exercício seguinte ao que poderia o fisco ter feito o lançamento (CTN, art. 173, I). MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA. OBTENÇÃO. AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. A autoridade administrativa pode requisitar informações sobre a movimentação financeira do contribuinte, diretamente à instituição bancária, independentemente de autorização judicial, quando haja procedimento fiscal em curso e os exames se mostrem imprescindíveis à atividade de fiscalização. OMISSÃO DE RENDIMENTO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430 de 1996. A presunção legal de omissão de receitas, prevista no art. 42, da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza o lançamento com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo, excluindo se os valores comprovados. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. GANHOS LÍQUIDOS NO MERCADO DE RENDA VARIÁVEL. Incide o imposto de renda mensal sobre os ganhos líquidos auferidos na compra e venda de ações em Bolsa de Valores. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. DOLO. É dolosa a conduta reiterada de omitir rendimentos tributáveis em montante muito superior aos submetidos ao ajuste anual, ocultando movimentação financeira e operações em bolsas de valores mediante a utilização de contas em nome de interposta pessoa. SUSTENTAÇÃO ORAL. PRIMEIRA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. O rito estabelecido em lei para o julgamento do lançamento impugnado, em primeira instância, não prevê a sustentação oral. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte. Fl. 1712DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 7 6 Cientificado da decisão de Primeira Instância, em 13/04/2010, conforme Termo constante às fls. 1647/1654, e, com ela não se conformando, o recorrente interpôs, em tempo hábil (30/07/2010), o recurso voluntário de fls. 1671/1697, no qual demonstra irresignação contra a decisão supra ementada, baseado, em síntese, nas mesmas razões expendidas na fase impugnatória, reforçado pelas seguintes considerações: que, o presente processo administrativo teve origem no cruzamento de informações da Secretaria da Receita Federal, tendo sido verificado que nos anoscalendário de 2005, 2006 e 2007, a movimentação financeira do contribuinterecorrente teria sido incompatível com aquelas informações por ele fornecidas de ajuste anual do imposto de renda pessoa física; que, para a realização do trabalho fosse efetuada, o contribuinte informou que a maioria das negociações eram realizadas da seguinte forma: o recorrente recebia os valores em sua contacorrente e posteriormente efetuava a compra das ações, por conta e ordem de terceiros que eram, efetivamente, os investidores e por conseguinte, proprietários dos numerários que estavam depositados em sua contacorrente. Sendo assim, informou também à fiscalização os nomes, endereços e demais dados destes remetentes de valores; que diante de informações, constatou a fiscalização que o contribuinte recorrente teria se utilizado de contas bancarias e contas de investimentos mantidas em nome da pessoa física de Elisângela Mireider para supostamente realizar depósitos e aplicações financeiras de valores de sua titularidade e em seu benefício, intimandoo a comprovar a origem dos referidos depósitos, a natureza das operações e a sua respectiva regularidade; que, consoante informado anteriormente, o contribuinterecorrente exercia atividade laborativa denominada de “corretor autônomo de investimentos”, que é a pessoa física natural que obtém registro junto a Câmara de Valores Mobiliários CVM, para exercer, sob responsabilidade e como preposto de instituição e mediação de valores mobiliários, conforme definição estabelecida pela 355 e 366, ambas da CVM, em vigor à época do exercício da profissão pelo contribuinte; que, além disso, muitas das remessas de dinheiro de propriedade de terceiro (Investidor), eram enviadas a aplicações financeiras (em renda fixa, especialmente), como acusam, inchusive, dos próprios extratos bancários e se referem, na absoluta maioria das vezes, à espera do melhor momento para aquisição, justamente por ser um mercado oscilável, depois de realizada a análise das altas e/ou baixas do mercado de ações, sendo este o motivo pelo qual algumas das quantias em dinheiro permaneciam, teoricamente, sem movimento por algum período; que, sendo assim, consignou a decisão recorrida que quanto ao sigilo bancário do contribuinte, o fisco poderia requisitar informações financeiras do contribuinte diretamente à instituição bancária na qual o contribuinte de autorização judicial, especialmente quando haja procedimento fiscal em curso e os exames demonstrem que tal medida se torna imprescindível à atividade da fiscalização; que, com efeito, para evitar a decadência do direito de lançar, competiria à autoridade administrativa notificar o devedor, iniciando, pois, a constituição do credito tributário, mesmo que esse procedimento ficasse suspenso em virtude de liminar concedida em mandado de segurança. Competiria, também, proceder ao lançamento do credito tributário mesmo que tenha ocorrido depósito, hipótese em que a autoridade administrativa tem de lançar Fl. 1713DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 8 7 e, de imediato, suspender a continuidade do procedimento, até que seja decisão definitiva na instancia competente; que, entendese por ativos de renda variável aqueles ativos cuja remuneração ou retorno de capital não pode ser dimensionado no momento da aplicação. São eles as ações, quotas, ou quinhões de capital, o ouro, o ativo financeiro, e os contratos negociados em bolsas de valores, de mercadorias, de futuro e assemelhadas. É o Relatório. Fl. 1714DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 9 8 Voto Conselheiro Nelson Mallmann, Relator Do exame inicial dos autos verificase que existe uma questão prejudicial à análise do mérito da presente autuação, relacionada com sobrestamento de julgados. Observase às fls. 1574/1584, onde consta o Termo de Verificação Fiscal, o seguinte excerto: No dia 19 de junho de 2008, com amparo na Lei Complementar (LC) n° 105, de 2001, e Decreto n° 3.724, de 2001, requisitouse aos Bancos nos quais o contribuinte manteve contacorrente e de poupança/investimento a apresentação dos extratos de movimentação de contascorrentes e de aplicação financeira em nome do contribuinte Sandir Francisco Bezerra, relativos aos anoscalendário 2003 a 2005 (fls. 16/429). Com visto, resta claro da análise dos autos, que a autoridade administrativa, através da Requisição de Movimentação Financeira – RMF solicitou diretamente às instituições financeiras os extratos bancários. Assim sendo, a discussão sobre os depósitos bancários lançados, por enquanto, não faz sentido haja vista que se trata de mais um caso de sobrestamento de julgado feito, por unanimidade de votos, por esta turma de julgamento, nos termos do art. 62A e parágrafos do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, verbis: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543 B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. É de se ressaltar, que a primeira orientação dada era de que se os extratos bancários fossem acostados aos autos mediante o atendimento da Solicitação de Emissão de Requisição de Movimentação Financeira (RMF) solicitada pela autoridade fiscal lançadora, com base no art. 3º do Decreto nº 3.724, de 2001, o processo deveria ser sobrestado até que a repercussão geral fosse julgada. Entretanto, na evolução da discussão sobre o assunto, surgiu a corrente que defende a tese de que somente é possível sobrestar as matérias que o próprio Supremo Tribunal Federal tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinário – RE. Fl. 1715DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 10 9 Para pacificar o assunto o Presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) editou a Portaria CARF nº 001, de 03 janeiro de 2012, determinando os procedimentos a serem adotados para o sobrestamento de processos, da qual extraio os seguintes excertos: Art. 1º. Determinar a observação dos procedimentos dispostos nesta portaria para realização do sobrestamento do julgamento de recursos em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, em processos referentes a matérias de sua competência em que o Supremo Tribunal Federal – STF tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinários – RE, até que tenha transitado em julgado a respectiva decisão nos termos do art. 543B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Parágrafo único. O procedimento de sobrestamento de que trata o caput somente será aplicado a casos em que tiver comprovadamente sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal – STF o sobrestamento de processos relativos à matéria recorrida, independentemente da existência de repercussão geral reconhecida para o caso. Resta evidente, nos autos, de que se trata de imposto de renda incidente sobre depósitos bancários com origem não comprovada, onde o fornecimento das informações sobre a movimentação bancária do contribuinte, pelas instituições financeiras, foi realizada diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001). Ou seja, o fornecimento das informações sobre movimentação bancária do contribuinte foram obtidas pelo fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial, assunto na esfera das matérias de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, conforme o recurso extraordinário 601314. O Recurso Extraordinário (RE) 601314 chegou ao Supremo contra uma decisão que considerou legal o artigo 6° da Lei Complementar nº 105, de 2001, que permite a entrega das informações, por parte dos bancos, a pedido do Fisco. Para o autor do recurso, contudo, este dispositivo seria inconstitucional, uma vez que permite a entrega de informações de contribuintes, sem autorização judicial, configuraria quebra de sigilo bancário, violando o artigo 5°, X e XII da Constituição Federal. De acordo com o relator, a matéria discutida no RE 601314, a eventual inconstitucionalidade de quebra de sigilo bancário pelo Poder Executivo (Receita Federal) atinge todos os contribuintes, conforme a ementa, de 20/11/2009, abaixo transcrita: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA DE CONTRIBUINTES, PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, DIRETAMENTE AO FISCO, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL (LEI COMPLEMENTAR 105/2001). POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA LEI 10.174/2001 PARA APURAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES A EXERCÍCIOS ANTERIORES AO DE SUA VIGÊNCIA. RELEVÂNCIA JURÍDICA DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (RE 601314 RG, Relator (a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 22/10/2009, DJe218 DIVULG 19112009 PUBLIC 20112009 EMENT VOL0238307 PP01422) Fl. 1716DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 11 10 Em data posterior (15/12/2010) a decretação da repercussão geral o Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu, por cinco votos a quatro, que a Receita Federal não tem poder de decretar, por autoridade própria, a quebra do sigilo bancário do contribuinte, durante julgamento do Recurso Extraordinário interposto pela GVA Indústria e Comércio contra medida do Fisco (RE 389.808), cuja ementa é a seguinte: SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Observase que a discussão girou em torno do respaldo constitucional dos dispositivos da Lei nº 10.174, de 2001, da Lei Complementar nº 105, de 2001 e do Decreto nº 3.724, de 2001, usados pela Receita para acessar dados da movimentação financeira. O relator do caso, ministro Marco Aurélio, destacou em seu voto que o inciso 12 do artigo 5º da Constituição diz que é inviolável o sigilo das pessoas salvo duas exceções: quando a quebra é determinada pelo Poder Judiciário, com ato fundamentado e finalidade única de investigação criminal ou instrução processual penal, e pelas Comissões Parlamentares de Inquérito. “A inviabilidade de se estender essa exceção resguarda o cidadão de atos extravagantes do Poder Público, atos que possam violar a dignidade do cidadão”. Por maioria de votos, o STF entendeu ser indispensável à prévia manifestação do Poder Judiciário para que seja legítimo o acesso da Receita Federal às informações que se encontram protegidas pelo sigilo bancário. E assim o fez em virtude de regra clara e inequívoca, constante do artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal, que prescreve que o sigilo de dados somente pode ser afastado mediante prévia autorização judicial. Em seu voto o ministro Celso de Mello, a equação direito ao sigilo — dever de sigilo exige — para que se preserve a necessária relação de harmonia entre uma expressão essencial dos direitos fundamentais reconhecidos em favor da generalidade das pessoas (verdadeira liberdade negativa, que impõe, ao Estado, um claro dever de abstenção), de um lado, e a prerrogativa que inquestionavelmente assiste ao Poder Público de investigar comportamentos de transgressão à ordem jurídica, de outro — que a determinação de quebra de sigilo bancário provenha de ato emanado de órgão do Poder Judiciário, cuja intervenção moderadora na resolução dos litígios, insistase, revelase garantia de respeito tanto ao regime das liberdades públicas quanto à supremacia do interesse público. Os efeitos dessa decisão por ora estão limitados ao caso concreto e não vinculam as instâncias inferiores. Porém, ela reafirma entendimento pacificado do Supremo Tribunal Federal. Não se pode esquecer, pois, que se trata de decisão do Pleno da mais alta corte do país e como tal deve ser entendida e respeitada. Isso quer dizer, na prática, que mesmo que o Supremo ainda não tenha julgado definitivamente a matéria (várias ações diretas de inconstitucionalidade contra a lei complementar ainda aguardam para ser julgadas na corte, além do Recurso Extraordinário 601.314), sua decisão em relação à Lei Complementar nº 105, de 2001, poderá ser o argumento para os próximos julgados. Fl. 1717DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 12 11 Em decisão monocrática publicada em março de 2011, a ministra Cármen Lúcia afirma categoricamente que não cabe mais discussão sobre o assunto. "No julgamento do Recurso Extraordinário 389.808 (…), com repercussão geral reconhecida, o Supremo Tribunal Federal afastou a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários dos contribuintes", disse ela ao julgar o Recurso Extraordinário 387.604, verbis: RE 387.604 RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO PELA RECEITA FEDERAL: IMPOSSIBILIDADE. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região: “EMBARGOS INFRINGENTES. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS. INTIMIDADE E SIGILO DE DADOS VERSUS ORDEM TRIBUTÁRIA HÍGIDA. ART. 5º, X E XII. PROPORCIONALIDADE. 1. O sigilo bancário, como dimensão dos direitos à privacidade (art. 5º, X, CF) e ao sigilo de dados (art. 5º, XII, CF), é direito fundamental sob reserva legal, podendo ser quebrado no caso previsto no art. 5º, XII, 'in fine', ou quando colidir com outro direito albergado na Carta Maior. Neste último caso, a solução do impasse, mediante a formulação de um juízo de concordância prática, há de ser estabelecida através da devida ponderação dos bens e valores, in concreto, de modo a que se identifique uma 'relação específica de prevalência' entre eles. 2. No caso em tela, é possível verificarse a colisão entre os direitos à intimidade e ao sigilo de dados, de um lado, e o interesse público à arrecadação tributária eficiente (ordem tributária hígida), de outro, a ser resolvido, como prega a doutrina e a jurisprudência, pelo princípio da proporcionalidade. 3. Com base em posicionamentos do STF, o ponto mais relevante que se pode extrair desse debate, é a imprescindibilidade de que o órgão que realize o juízo de concordância entre os princípios fundamentais a fim de aplicálos na devida proporção, consoante as peculiaridades do caso concreto, dandolhes eficácia máxima sem suprimir o núcleo essencial de cada um revistase de imparcialidade, examinando o conflito como mediador neutro, estando alheio aos interesses em jogo. Por outro lado, ainda que se aceite a possibilidade de requisição extrajudicial de informações e documentos sigilosos, o direito à privacidade, deve prevalecer enquanto não houver, em jogo, um outro interesse público, de índole constitucional, que não a mera arrecadação tributária, o que, segundo se dessume dos autos, não há. Fl. 1718DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 13 12 4. À vista de todo o exposto, o Princípio da Reserva de Jurisdição tem plena aplicabilidade no caso sob exame, razão pela qual deve ser negado provimento aos embargos infringentes” (fl. 275). 2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 5º, inc. X e XII, da Constituição da República. Argumenta que “investigar a movimentação bancária de alguém, mediante procedimento fiscal legitimamente instaurado, não atenta contra as garantias constitucionais, mas configura o estrito cumprimento da legislação tributária. Assim, (...) mesmo se considerarmos o sigilo bancário como um consectário do direito à intimidade, não podemos esquecer que a garantia é relativa, podendo, perfeitamente, ceder, se houver o interesse público envolvido, tal como o da administração tributária” (fl. 284). Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO. 3. Razão jurídica não assiste à Recorrente. 4. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 389.808, Relator o Ministro Marco Aurélio, com repercussão geral reconhecida, o Supremo Tribunal Federal afastou a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários de contribuintes: “O Plenário, por maioria, proveu recurso extraordinário para afastar a possibilidade de a Receita Federal ter acesso direto a dados bancários da empresa recorrente. Na espécie, questionavamse disposições legais que autorizariam a requisição e a utilização de informações bancárias pela referida entidade, diretamente às instituições financeiras, para instauração e instrução de processo administrativo fiscal (LC 105/2001, regulamentada pelo Decreto 3.724/2001). Inicialmente, salientou se que a República Federativa do Brasil teria como fundamento a dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III) e que a vida gregária pressuporia a segurança e a estabilidade, mas não a surpresa. Enfatizouse, também, figurar no rol das garantias constitucionais a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas (art. 5º, XII), bem como o acesso ao Poder Judiciário visando a afastar lesão ou ameaça de lesão a direito (art. 5º, XXXV). Aduziuse, em seguida, que a regra seria assegurar a privacidade das correspondências, das comunicações telegráficas, de dados e telefônicas, sendo possível a mitigação por ordem judicial, para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal. Observouse que o motivo seria o de resguardar o cidadão de atos extravagantes que pudessem, de alguma forma, alcançálo na dignidade, de modo que o afastamento do sigilo apenas seria permitido mediante ato de órgão eqüidistante (Estadojuiz). Assinalouse que idêntica premissa poderia ser assentada relativamente às comissões parlamentares de inquérito, consoante já afirmado pela jurisprudência do STF”. Fl. 1719DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 14 13 O acórdão recorrido não divergiu dessa orientação. 5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Recorrente. 6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publiquese. Brasília, 23 de fevereiro de 2011. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora. Nesta linha de raciocínio, é de se notar, ainda, que nas demais decisões o Supremo Tribunal Federal tem determinado o sobrestamento de tal matéria, conforme é possível se verificar nos julgados abaixo: Decisão: Vistos. Verifico que a discussão acerca da violação, ou não, aos princípios constitucionais que asseguram ser invioláveis a intimidade e o sigilo de dados, previstos no art. 5º, X e XII, da Constituição, quando o Fisco, nos termos da Lei Complementar 105/2001, recebe diretamente das instituições financeiras informações sobre a movimentação das contas bancárias dos contribuintes, sem prévia autorização judicial teve sua repercussão geral reconhecida no RE nº 601.314/SP, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski. Dessa forma, dados os reflexos da decisão a ser proferida no referido recurso, no deslinde do caso concreto, determino o sobrestamento do presente feito, até o julgamento do citado RE nº 601.314/SP. Publique se. Brasília, 13 de junho de 2012. Ministro Dias Toffoli Relator Documento assinado digitalmente (RE 410054 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 13/06/2012, publicado em DJe120 DIVULG 19/06/2012 PUBLIC 20/06/2012). DECISÃO REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA – PROCESSOS VERSANDO A MATÉRIA – SIGILO DADOS BANCÁRIOS – FISCO – AFASTAMENTO – ARTIGO 6º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 – BAIXA À ORIGEM. 1. Reconsidero o ato de folhas 343 a 344. 2. O Tribunal, no Recurso Extraordinário nº 601.314/SP, relator Ministro Ricardo Lewandowski, concluiu pela repercussão geral do tema relativo à constitucionalidade de o Fisco exigir informações bancárias de contribuintes mediante o procedimento administrativo previsto no artigo 6º da Lei Complementar nº 105/2001. 3. Ante o quadro, considerado o fato de o recurso veicular a mesma matéria, havendo a intimação do acórdão de origem ocorrido posteriormente à data em que iniciada a vigência do sistema da repercussão geral, bem como presente o objetivo maior do instituto – evitar que o Supremo, em prejuízo dos trabalhos, tenha o tempo tomado com questões repetidas – , determino a devolução dos autos ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Façoo com fundamento no artigo 328, parágrafo único, do Regimento Interno deste Tribunal, para os efeitos do artigo 543B do Código de Processo Civil. 4. Publiquem. Brasília, 3 de novembro de 2011. Ministro MARCO AURÉLIO Relator(AI 714857 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 03/11/2011, publicado em DJe 217 DIVULG 14/11/2011 PUBLIC 16/11/2011). Fl. 1720DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 15 14 Ora, o presente tema tem sido muito discutido após a Lei nº 10.174, de 2001 (que alterou a Lei nº 9.311, de 1996, e passou a admitir a utilização de dados da extinta CPMF para fins de apuração de outros tributos) e, sobretudo, a Lei Complementar nº 105, de 2001 (cujos artigos 5º e 6º admitem o acesso, pelas autoridades fiscais da União, Estados e municípios, das contas de depósito e aplicações financeiras em geral), tem reflexo direto em inúmeros lançamentos que são fundamentados na existência de movimentação bancária incompatível com os rendimentos e receitas declarados pelo contribuinte. Como visto, anteriormente, o primeiro julgamento de relevância adveio na ação cautelar nº 33 – ajuizada para o fim de atribuir efeito suspensivo a recurso extraordinário – em que, por seis votos a quatro, admitiuse a quebra independentemente de autorização judicial. Votaram a favor do Fisco os ministros Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Carmen Lúcia, Ayres Britto e Ellen Gracie, enquanto, contrariamente à quebra sem ordem judicial, posicionaramse os ministros Marco Aurélio, Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Todavia, poucas semanas após o próprio recurso extraordinário (nº 389.808) veio a ser apreciado, desta vez com resultado diverso. O ministro Gilmar Mendes mudou de posição e, como o ministro Joaquim Barbosa não participou do julgamento, o placar foi favorável aos contribuintes, por cinco a quatro. Apesar da decisão monocrática da ministra Cármen Lúcia afirmado categoricamente que não cabe mais discussão sobre o assunto, entendo, que a questão não está resolvida. Tivesse o ministro Joaquim Barbosa participado do julgamento (no pleno do STF) e mantido sua posição adotada na cautelar, o resultado teria ficado empatado (cinco a cinco). Além disso, existem várias Adins que aguardam julgamento (nºs 2.386, 2.390, 2.397 e 4.010) e o tema já teve sua repercussão geral reconhecida (RE nº 601.314), porém, ainda pendente de julgamento. Por outro lado, existe noticias na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que o mesmo tem determinado o sobrestamento de processos onde a discussão abrange o fornecimento das informações sobre a movimentação bancária do contribuinte, pelas instituições financeiras, diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001). Assim, resta evidente, que o assunto se encontra na esfera das matérias de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, conforme o recurso extraordinário 601314 e que os processos estão sobrestados. É de se ressaltar, que caso a posição definitiva do Supremo Tribunal Federal STF seja no sentido da possibilidade da quebra sem autorização judicial, os autos de infração em curso deverão ser mantidos pelos órgãos administrativos de julgamento, o mesmo sucedendo com os processos judiciais, ressalvadas as questões peculiares envolvidas em cada caso. Contudo, se declarada a inconstitucionalidade dos diplomas que permitem a quebra pelas autoridades administrativas, será preciso verificar com maior critério as consequências nos procedimentos em curso. Isso porque nem sempre o lançamento é motivado apenas na existência de movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados. Nos casos, por exemplo, de omissão de receitas (artigo 42, da Lei nº 9.430, de 1996) fundamentados exclusivamente na existência de valores em instituições financeiras, não há dúvida de que, declarada a inconstitucionalidade da quebra sem autorização judicial, os lançamentos restarão viciados e deverão assim ser declarados pelo órgão administrativo ou judicial competente. No Fl. 1721DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 16 15 entanto, há casos em que a existência de recursos financeiros eventualmente não comprovados é apenas um dos indícios que fundamentam a ação fiscal. No caso em questão, resta claro, nos autos, de que se trata de imposto de renda incidente sobre depósitos bancários com origem não comprovada, onde o fornecimento das informações sobre a movimentação bancária do contribuinte, pelas instituições financeiras, foi realizada diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001). Ou seja, os extratos bancários foram acostados aos autos mediante o atendimento da Solicitação de Emissão de Requisição de Movimentação Financeira (RMF) solicitada pela autoridade fiscal lançadora, com base no art. 3º do Decreto nº 3.724, de 2001. É conclusivo, que no julgamento do Recurso Extraordinário n. 389.808, não aplicável a repercussão geral, o Pleno do Supremo Tribunal Federal afastou a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários de contribuintes: SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Decisão O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Senhor Ministro Marco Aurélio (Relator), deu provimento ao recurso extraordinário, contra os votos dos Senhores Ministros Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ayres Britto e Ellen Gracie. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Falou, pelo recorrente, o Dr. José Carlos Cal Garcia Filho e, pela recorrida, o Dr. Fabrício Sarmanho de Albuquerque, Procurador da Fazenda Nacional. Plenário, 15.12.2010. Naquele julgado, o Plenário, por maioria, proveu recurso extraordinário para afastar a possibilidade de a Receita Federal ter acesso direto a dados bancários da empresa recorrente. Na espécie, questionavamse disposições legais que autorizariam a requisição e a utilização de informações bancárias pela referida entidade, diretamente às instituições financeiras, para instauração e instrução de processo administrativo fiscal (Lei Complementar nº 105, de 2001, regulamentada pelo Decreto nº 3.724, de 2001). Não há duvidas de que o Supremo Tribunal Federal, em sua composição plenária, naquela ocasião, declarou, por maioria de votos, a impossibilidade de acesso aos dados bancários dos contribuintes através de procedimento administrativo efetuado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil diretamente as instituições financeiras, entretanto a decisão, ainda, não transitou em julgado e não se aplica na solução da repercussão geral em discussão, razão pela qual entendo que se faz necessário sobrestar o presente julgado até a solução final da repercussão geral em questão. Fl. 1722DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10980.723652/200920 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.359 S2C2T2 Fl. 17 16 Assim sendo, resta evidente nos autos de que se trata de imposto de renda incidente sobre depósitos bancários com origem não comprovada e parte da discussão se concentra sobre o fornecimento de informações sobre movimentação bancária do contribuinte obtida pelo fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial, assunto na esfera das matérias de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, conforme o recurso extraordinário 601314. A vista disso seja o presente processo encaminhado à Secretaria da 2ª Câmara da 2ª Seção para as devidas providencias no sentido de atender o sobrestamento do julgamento. Observando que, após solucionada a questão, o presente processo será novamente incluído em pauta publicada. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Fl. 1723DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NELSON MALLMANN
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Numero do processo: 10875.001125/2004-53
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2001, 01/06/2001 a 30/06/2001, 01/10/2001 a 30/11/2001, 02/02/2002 a 31/05/2002, 01/07/2002 a 31/07/2002, 01/12/2002 a 31/12/2002, 01/01/2003 a 28/02/2003
COFINS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ALEGAÇÕES DE NULIDADE.
Não há que se falar em nulidade e sequer em cerceamento ao direito de defesa em auto de infração que exige insuficiência de recolhimento da COFINS com base em demonstrativos da própria Recorrente e em obediência à decisão judicial por ela obtida, tendo a Recorrente recolhido quantia a menor.
SUPOSTA COMPENSAÇÃO REALIZADA. NECESSIDADE DE PROVA.
Mesmo antes da vigência do atual artigo 170-A do Código Tributário Nacional a compensação realizada mediante ordem judicial necessita de base contábil e declaração à receita federal, não sendo suficiente a alegação de suposta compensação com base em mero demonstrativo de apuração sem qualquer tipo de controle quanto ao crédito, valores e saldo.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3403-003.265
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Luiz Rogério Sawaya Batista - Relator.
Luiz Rogério Sawaya Batista - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da Turma), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti, Luiz Rogério Sawaya Batista (relator) e Paulo Roberto Stocco Portes.
Nome do relator: LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2001, 01/06/2001 a 30/06/2001, 01/10/2001 a 30/11/2001, 02/02/2002 a 31/05/2002, 01/07/2002 a 31/07/2002, 01/12/2002 a 31/12/2002, 01/01/2003 a 28/02/2003 COFINS. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ALEGAÇÕES DE NULIDADE. Não há que se falar em nulidade e sequer em cerceamento ao direito de defesa em auto de infração que exige insuficiência de recolhimento da COFINS com base em demonstrativos da própria Recorrente e em obediência à decisão judicial por ela obtida, tendo a Recorrente recolhido quantia a menor. SUPOSTA COMPENSAÇÃO REALIZADA. NECESSIDADE DE PROVA. Mesmo antes da vigência do atual artigo 170A do Código Tributário Nacional a compensação realizada mediante ordem judicial necessita de base contábil e declaração à receita federal, não sendo suficiente a alegação de suposta compensação com base em mero demonstrativo de apuração sem qualquer tipo de controle quanto ao crédito, valores e saldo. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 00 11 25 /2 00 4- 53 Fl. 293DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA 2 Antonio Carlos Atulim Presidente. Luiz Rogério Sawaya Batista Relator. LUIZ ROGÉRIO SAWAYA BATISTA Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da Turma), Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Ivan Allegretti, Luiz Rogério Sawaya Batista (relator) e Paulo Roberto Stocco Portes. Relatório Tratase de Auto de Infração relativo à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social ("COFINS") decorrente de Mandado de Procedimento Fiscal para análise de procedimento administrativo envolvendo ação judicial relacionada à Lei n 9.718/1998 e Emenda Constitucional n 20/1998, referente ao processo 1999.61.00.60583. As autoridades fazendárias solicitaram inúmeros documentos relativos à ação fiscal e aos recolhimentos da COFINS e pesquisaram no mesmo período as planilhas de apuração de débito, relação de pagamentos efetuados e o demonstrativo de situação apurada, encontrando a diferença de R$ 226.929,11. A Recorrente apresentou Impugnação em que alega que os valores não recolhidos dizem respeito à compensação efetuada com créditos de PIS, oriundos de decisão proferida em ação judicial na qual busca o reconhecimento de que recolheu referida contribuição a maior (por não ter obedecido aos critérios fixados nos DL´s n 2.445 e 2.449/1988), bem como a compensação com tributos administrados pela Receita Federal. Fl. 294DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10875.001125/200453 Acórdão n.º 3403003.265 S3C4T3 Fl. 6 3 E a ausência de referência à compensação implicaria nulidade do lançamento por motivação insuficiente, além de configurar cerceamento ao direito de defesa. A DRJ iniciou sua decisão citando o artigo 59 do Decreto n 70.235/1972, o qual dispõe que são nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; e os despacho proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Dessa forma, conclui a Decisão, apenas essas hipóteses poderiam levar a nulidade do Auto de Infração. Por outro lado, a Decisão descreve o seguinte: Assim, conclui a Decisão, nesse sentido cai por terra a alegada falta de detalhamento da Recorrente, sendo que o auto de infração tomou por base a documentação fornecida pela própria Recorrente. Os meios de prova foram fornecidos pela própria Recorrente a partir de sua contabilidade sobre os quais foram aplicados os parâmetros de apuração definidos na legislação vigente à época, não se podendo falar em prejuízo à defesa. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA 4 E conclui a Decisão que a Recorrente não fez prova de sua alegação. A Recorrente apresentou Recurso Voluntário em que, basicamente, repete as alegações de nulidade constantes em sua Impugnação. Voto Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista Não assiste razão à Recorrente. O Auto de Infração encontrase devidamente fundamentado, apontando ausência de recolhimento da COFINS e sendo o resultado do trabalho de fiscalização da apuração da base de cálculo da referida Contribuição, pela própria Recorrente, que foi intimada a apresentar documentação, tendo fornecido certidão de objeto e pé e o pedido no Mandado de Segurança n 1999.61.00.0060625. Nos documentos relativos à apuração da base de cálculo da COFINS não há nenhuma informação que remeta à suposta compensação realizada pela Recorrente, mas tão somente no documento de fls. 181, juntado pela Recorrente em sua Impugnação, que simplesmente informa valor compensando conforme o Mandado de Segurança n 1999.61.00.0127872 (R$ 434.660,57) e Mandado de Segurança n 1999.61.00.0060625 (R$ 3.386,79). A Recorrente junta cópia de inicial de Ação Declaratório e da respectiva sentença proferida em 22 de abril de 1999, em que foi autorizada a compensar as quantias indevidamente recolhidas com base nos Decretoslei n 2.445 e 2.449/1988 em relação à diferença da base de cálculo prevista na Lei Complementar n 07/1970, sem as restrições impostas pela Instrução Normativa n 21/1997. Com efeito, não se trata de Mandado de Segurança, conforme estampado no demonstrativo de apuração de fls. 181, e realmente, como apontado pela Decisão, não há nenhum documento que demonstre contabilmente a referida compensação efetuada, apenas a informação no demonstrativo juntado pela Recorrente. A Recorrente, em sua Defesa e Recurso Voluntário, se preocupou em arguir somente a nulidade do Auto de Infração por não ter feito referência à sua compensação, mas as base de cálculo da Contribuição foram fornecidas pela própria Recorrente e no processo administrativo constam todos os documentos utilizados pela autoridade fazendária. Na data dos fatos a que se refere o presente processo administrativo ainda não vigia a atual redação do artigo 170A do Código Tributário Nacional, sendo que a Recorrente poderia realizar a compensação mesmo antes do trânsito em julgado, mas isso não significa que Fl. 296DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 10875.001125/200453 Acórdão n.º 3403003.265 S3C4T3 Fl. 7 5 tal compensação seja realizada sem nenhum tipo de controle contábil e fiscal e muito menos que somente a informação de uma quantia lançada na apuração da Recorrente seja bastante para que a autoridade fazendária se dê por satisfeita. Dessa forma, não há como dar guarida ao Recurso Voluntário da Recorrente. Ante o exposto, nego provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Luiz Rogério Sawaya Batista Fl. 297DF CARF MF Impresso em 08/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2014 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA
score : 1.0
Numero do processo: 13204.000194/2005-11
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/2005 a 31/07/2005
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO OU CONTRADIÇÃO.
Considerando a inexistência de omissão ou contradição na decisão embargada, impõe-se a rejeição dos embargos de declaração, mormente quando a Embargante postula o exame de fundamentação não apreciada pelo colegiado.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 3801-004.543
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Sérgio Celani, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo.
Nome do relator: FLAVIO DE CASTRO PONTES
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INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO OU CONTRADIÇÃO. Considerando a inexistência de omissão ou contradição na decisão embargada, impõese a rejeição dos embargos de declaração, mormente quando a Embargante postula o exame de fundamentação não apreciada pelo colegiado. Embargos rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Sérgio AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 20 4. 00 01 94 /2 00 5- 11 Fl. 235DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/11/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13204.000194/200511 Acórdão n.º 3801004.543 S3TE01 Fl. 11 2 Celani, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo. Fl. 236DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/11/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13204.000194/200511 Acórdão n.º 3801004.543 S3TE01 Fl. 12 3 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional contra termos parciais em que foi proferido o Acórdão nº 3801002.048, de 21 de agosto de 2013, sob o argumento da existência de omissão no acórdão. Em síntese, sustenta que o óleo ABPF tem como função produzir calor e é utilizado em equipamentos destinados à geração de energia térmica. Sustenta que a autorização para o aproveitamento de crédito ligado à energia térmica somente surgiu com a Lei n° 11.488/2007. Assim, antes de 2007, não havia autorização legal para esse aproveitamento. Discorda do entendimento da Turma que afastou a glosa de crédito decorrente da aquisição de óleo utilizado para gerar energia térmica dos períodos de 01/07/2005 a 31/07/2005. Por fim, requereu que os embargos de declaração fossem conhecidos e acolhidos, a fim de sanar o vício acima apontado e préquestionar a matéria que não foi objeto de análise expressa no acórdão embargado. É o relatório. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/11/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13204.000194/200511 Acórdão n.º 3801004.543 S3TE01 Fl. 13 4 Voto Conselheiro Flávio de Castro Pontes O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. A Fazenda Nacional sustenta que houve uma omissão no Acórdão. Convém lembrar que, em regra, a omissão é a falta de apreciação de um ponto específico relevante. Como será demonstrado não ocorreu no acórdão guerreado uma omissão. A primeira observação a fazer é que a Fazenda Nacional equivocouse em relação à interpretação do acórdão embargado. A efetiva compreensão do decidido pelo colegiado passa necessariamente pelo exame do conceito de insumo. Destarte, o Colegiado a partir do exame dos elementos comprobatórios, em especial a descrição do processo produtivo, manifestouse no sentido de que o óleo combustível TP ABPF configura insumo de acordo com o processo produtivo, conforme excerto abaixo: Ao contrário dos demais combustíveis, o óleo combustível TP A BPF, que é utilizado na fase da "evaporação" (redução do teor de água contida na polpa através de passagem por evaporadores, que são aquecidos por caldeiras alimentadas pela queima de combustível), configura insumo, visto que é consumido diretamente no processo fabril.(grifouse) Como visto, no acórdão guerreado há menção explícita de que o óleo combustível é um insumo em face de que ele é consumido diretamente no processo fabril, sendo irrelevante para essa caracterização que ele tenha a função de produzir calor e é utilizado em equipamentos destinados à geração de energia térmica. Tenhase presente que a autoridade fiscal que efetuou a glosa também não discutiu essa matéria sob o ângulo de geração de energia térmica. A fiscalização federal apenas afirmou que este bem não se enquadra no conceito de insumo. Neste ponto específico é que o colegiado discordou. Deste modo, não ficou caracterizada uma suposta omissão, pelo contrário evidenciase uma tentativa da recorrente de rediscutir a matéria sob outro fundamento, o que não é viável no recurso de embargos de declaração. Em face do exposto, voto no sentido de rejeitar os embargos de declaração apresentados. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Relator Fl. 238DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/11/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13204.000194/200511 Acórdão n.º 3801004.543 S3TE01 Fl. 14 5 Fl. 239DF CARF MF Impresso em 07/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 06/11/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 12571.720168/2011-19
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007, 2008, 2009
DECLARAÇÃO RETIFICADORA. AUSÊNCIA DE ESPONTANEIDADE APÓS O INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL.
As declarações retificadoras entregues após o início o início do procedimento fiscal carecem de espontaneidade por força do disposto no § 1º do art. 7º do Decreto nº 70.235/72, não produzindo efeitos sobre o lançamento de ofício.
DEDUÇÕES. DEPENDENTES. INSTRUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. GLOSA.
Face à ausência de comprovação, devem ser mantidas as glosas das deduções declaradas a título de despesas médicas e com instrução.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2802-003.189
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para fins de restabelecer a dedução de despesas médicas no valor de R$ 162,00 (cento e sessenta e dois reais) declarada no ano-calendário 2007, vinculada à nota fiscal emitida pelo Instituto de Cardiologia Ourinhos Ltda., mantendo-se o restante da autuação, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso, Presidente.
(Assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson, Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jaci de Assis Júnior, Vinicius Magni Verçoza (suplente), Ronnie Soares Anderson, Nathalia Correia Pompeu (suplente) e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007, 2008, 2009 DECLARAÇÃO RETIFICADORA. AUSÊNCIA DE ESPONTANEIDADE APÓS O INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. As declarações retificadoras entregues após o início o início do procedimento fiscal carecem de espontaneidade por força do disposto no § 1º do art. 7º do Decreto nº 70.235/72, não produzindo efeitos sobre o lançamento de ofício. DEDUÇÕES. DEPENDENTES. INSTRUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. GLOSA. Face à ausência de comprovação, devem ser mantidas as glosas das deduções declaradas a título de despesas médicas e com instrução. Recurso Voluntário Provido em Parte
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1984; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE02 Fl. 213 1 212 S2TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12571.720168/201119 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2802003.189 – 2ª Turma Especial Sessão de 08 de outubro de 2014 Matéria IRPF Recorrente SIMPLÍCIO JOSÉ DA SILVA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007, 2008, 2009 DECLARAÇÃO RETIFICADORA. AUSÊNCIA DE ESPONTANEIDADE APÓS O INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. As declarações retificadoras entregues após o início o início do procedimento fiscal carecem de espontaneidade por força do disposto no § 1º do art. 7º do Decreto nº 70.235/72, não produzindo efeitos sobre o lançamento de ofício. DEDUÇÕES. DEPENDENTES. INSTRUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. GLOSA. Face à ausência de comprovação, devem ser mantidas as glosas das deduções declaradas a título de despesas médicas e com instrução. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para fins de restabelecer a dedução de despesas médicas no valor de R$ 162,00 (cento e sessenta e dois reais) declarada no ano calendário 2007, vinculada à nota fiscal emitida pelo Instituto de Cardiologia Ourinhos Ltda., mantendose o restante da autuação, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Jorge Cláudio Duarte Cardoso, Presidente. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson, Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 57 1. 72 01 68 /2 01 1- 19 Fl. 213DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jaci de Assis Júnior, Vinicius Magni Verçoza (suplente), Ronnie Soares Anderson, Nathalia Correia Pompeu (suplente) e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Julianna Bandeira Toscano. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Curitiba (PR) DRJ/CTA, que julgou procedente Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), exigindo crédito tributário no valor total de R$ 51.285,79 relativo aos anoscalendário 2006, 2007 e 2008. O lançamento, conforme descrição dos fatos e enquadramento legal de fls. 37/38, referese à constatação de deduções indevidas de dependentes, despesas médicas e com instrução, em relação as quais, após intimado, o contribuinte não apresentou esclarecimentos. Foi aplicada multa qualificada de 150% às glosas das despesas médicas relativas à profissional Adriana Aparecida Levatti, em virtude da publicação do Ato Declaratório Executivo n° 007, de 1º/3/2011, da Delegacia da Receita Federal em Londrina/PR, por meio do qual se declarou a inidoneidade dos recibos de tratamento de fisioterapia emitidos por aquela, no período de 1º/1/2005 a 31/12/2008. Na impugnação, o contribuinte, questionou, preliminarmente, a vedação à possibilidade de se retificar as Declarações de Ajuste Anual (DAA) em comento. Alega que as retificações foram feitas antes de efetuado o lançamento, nos termos do art. 147, § 1° do Código Tributário Nacional (CTN). Aduziu que a fiscalização cancelou ilegalmente as retificações, rejeitando e devolvendo os documentos e esclarecimentos prestados, sob a alegação de que foram entregues intempestivamente. No mérito, requereu fosse acatada a juntada dos extratos bancários e outros documentos que demonstram o efetivo pagamento dos recibos já emitidos, considerando as retificações ocorridas antes do lançamento e insurgiuse contra a qualificação da multa de ofício, pois não ficou demonstrado o seu intuito doloso. Ao final, requereu a anulação do auto de infração, considerando que houve a retificação das declarações de ajuste anual antes do lançamento; a desconstituição da multa de ofício qualificada, visto que não há prova inequívoca da inidoneidade dos recibos apresentados; e o parcelamento dos tributos remanescentes após a efetivação das retificações das declarações de imposto de renda. A instância de primeiro grau manteve o lançamento integralmente, consubstanciando seu entendimento no acórdão assim ementado: DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual está condicionada à comprovação hábil e idônea dos gastos efetuados, podendo ser exigida a demonstração do efetivo pagamento e prestação do serviço. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. RETIFICAÇÃO. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. Fl. 214DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 12571.720168/201119 Acórdão n.º 2802003.189 S2TE02 Fl. 214 3 Uma vez afastado o instituto da “denúncia espontânea”, não se admite a retificação de declaração de ajuste anual após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização relacionados com a infração. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. Demonstrada a intenção deliberada do contribuinte de deduzir despesas com recibos formalmente declarados inidôneos sem a devida comprovação do tratamento e do pagamento, com propósito de deixar de recolher o tributo devido aos cofres públicos, tornase perfeitamente aplicável a multa qualificada de 150%. Inconformado, o autuado interpôs recurso voluntário em 8/6/2012, pedindo a anulação do auto de infração, e alegando, em síntese: que os recibos relativos à Adriana Aparecida Levatti são verossímeis e foram efetivamente pagos e os serviços prestados, conforme se pode verificar da análise dos extratos bancários anteriormente apresentados; quanto às retificadoras, admite que após o início do procedimento verificou a existência de informações equivocadas, no que se constata um erro formal e não uma fraude; o lançamento deve ser anulado, porque trouxe os recibos, os extratos bancários e procurou comprovar os tratamentos. Registrese que não foi vertida irresignação específica quanto à qualificação da multa de ofício, diversamente do que ocorreu na impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Esclareçase que embora o contribuinte peça a nulidade do lançamento, as razões que aduz dizem respeito ao mérito da autuação, e como tal serão analisadas. Das retificadoras. Reza o § 1º do art. 7º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972: Art. 7º O procedimento fiscal tem início com:(Vide Decreto nº 3.724, de 2001) I o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; Fl. 215DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 (...) § 1° O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. Iniciado o procedimento fiscal junto ao recorrente em 26/5/2011, restou a partir de então excluída a sua espontaneidade, não gerando qualquer efeitos em relação aos períodos abrangidos pela fiscalização as retificadoras a que alude o referido, entregues somente em 13/6/2011 (exercício 2007, fls. 95/99, exercício 2008, fls. 89/94 e exercício 2009, fls. 84/88). Não se trata de qualificar a conduta como dolosa ou fraudulenta em decorrência, isoladamente, dessa atuação, como parece crer o contribuinte, mas de mero atendimento aos termos da legislação por parte da administração tributária. Inexiste previsão normativa para a aceitação de retificadora nessas circunstâncias, ainda que na ocorrência do que ele reputa ser erro material, o que aliás, não restou comprovado. Aliás, a autoridade lançadora teve o cuidado de alertar, no seu Termo de Início de Ação Fiscal (fl.4), que "estas DIRPF não poderão ser retificadas após o recebimento do presente Termo de Início de Fiscalização". Ressaltese que o contribuinte excluiu a maioria das deduções originalmente pleiteadas e sujeitas à fiscalização quando da entrega dessas retificadoras, o que revela, no mínimo, falta de diligência de sua parte no cumprimento de suas obrigações tributárias, visto que entregara suas DAA inicialmente com várias informações equivocadas, conforme expressamente reconhece. Das deduções glosadas. O contribuinte não apresentou qualquer documentação comprovando que as pessoas físicas indicadas nas suas DAA eram suas dependentes, tampouco amparando as despesas com instrução declaradas, razão pela qual é de rigor manter as respectivas glosas, em consonância com o entendimento da instância a quo. Por decorrência lógica, as deduções de despesas médicas associadas a esses dependentes, quedam também insubsistentes. É o caso das deduções baseadas nas notas fiscais apresentadas quando da impugnação às fls. 164 e 165 (anocalendário 2006), e à fl. 162 (ano calendário 2007), todas relativas a tratamentos de Sofia Alves Cerqueira, alegadamente mãe do autuado. Por sua vez, os recibos constantes de fl. 166 trazem vícios formais como ausência de data (recibo no valor de R$ 200,00), e ausência do endereço do prestador de serviço (recibo no valor de R$ 150,00), não sendo aptos a respaldar as deduções neles amparadas. De outra sorte, porém, é a nota fiscal de fl. 163 emitida em 23/3/2007 pelo Instituto de Cardiologia Ourinhos Ltda., CNPJ nº 07.673.659/000158, que não apresenta máculas de natureza formal e que registra valor relativamente baixo, R$ 162,00, bastante compatível com o pagamento da prestação de serviços médicos a que se refere. Nesse compasso, não se traduz a impossibilidade de relacionar o pagamento nela consignado, com os extratos bancários de fls. 167/173, em razão suficiente para a manutenção da glosa dessa despesa, como aventado pela DRJ/CTA Fl. 216DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 12571.720168/201119 Acórdão n.º 2802003.189 S2TE02 Fl. 215 5 Sendo assim, deve ser restabelecida a dedução em espécie. Relativamente às demais despesas médicas glosadas, documento algum trouxe o contribuinte para comproválas, à exceção dos extratos bancários da Caixa Econômica Federal de fls. 167/173, referentes ao período compreendido entre 31/7/2006 e 25/4/2007. Neles, sequer são discriminados os débitos que estariam correlacionados com tais despesas, dentre as quais se encontram os pagamentos declarados como tendo sido realizados à Adriana Aparecida Levatti, CPF n° 822.562.68934. Relativamente a essa profissional, aliás, a situação salientase como ainda mais precária, pois a idoneidade dos recibos por ela emitidos, ainda que existentes, estaria seriamente comprometida em face da existência de Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, conforme Ato Declaratório Executivo DRF/LON n° 007, de 1º/3/2011, publicado no Diário Oficial da União de 11/3/11 (fl. 12). O contribuinte então, além de deduzir despesas para as quais não apresenta sequer vestígio de comprovação, ainda associouas a profissional para a qual foi exarada Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz. A alegação de que tais recibos são "verossímeis" em nada favorece suas pretensões, ao contrário, evidencia a completa ausência de sustentação para as deduções em questão, motivo pelo qual queda escorreita a qualificação da multa de ofício referente às despesas declaradas como pagas à Adriana Aparecida Levatti. Por conseguinte, à exceção da improcedência da glosa da dedução de despesas médicas no valor de R$ 162,00 para o anocalendário 2007, não merece reparos o lançamento guerreado. Ante o exposto, concluo o voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, para fins de restabelecer a dedução de despesas médicas no valor de R$ 162,00 (cento e sessenta e dois reais) declarada no anocalendário 2007, vinculada à nota fiscal emitida pelo Instituto de Cardiologia Ourinhos Ltda., mantendose o restante da autuação. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 217DF CARF MF Impresso em 21/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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