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Numero do processo: 13502.000794/2004-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS – IRPJ. Ano-calendário: 1999 LUCRO INFLACIONÁRIO REALIZADO. REALIZAÇÃO MÍNIMA OBRIGATÓRIA. A partir de 1º de janeiro de 1996, constatada a falta de realização mínima do saldo do lucro inflacionário acumulado até 31/12/1995, cabe exigir o imposto correspondente à parcela não oferecida à tributação
Numero da decisão: 1301-000.970
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, afastar a preliminar suscitada e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
Nome do relator: EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS – IRPJ. Anocalendário: 1999 LUCRO INFLACIONÁRIO REALIZADO. REALIZAÇÃO MÍNIMA OBRIGATÓRIA. A partir de 1º de janeiro de 1996, constatada a falta de realização mínima do saldo do lucro inflacionário acumulado até 31/12/1995, cabe exigir o imposto correspondente à parcela não oferecida à tributação . Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, afastar a preliminar suscitada e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente (assinado digitalmente) Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente em 06/09/2012 por ALBERTO P INTO SOUZA JUNIOR 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte acima identificada contra decisão proferida pela 2ª Turma da DRJ em Salvador/BA. Versa o presente processo administrativo acerca de Auto de Infração, referente ao anocalendário 1999, que traz em seu bojo glosa atinente ao Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ (fls. 01 – 03), por meio do qual se promoveu o ajuste da base de cálculo do imposto, reduzindo em R$ 2.521.712,98 (dois milhões, quinhentos e vinte e um mil, setecentos e doze reais e noventa e oito centavos), o valor prejuízo fiscal declarado pela pessoa jurídica em decorrência de ausência de adição ao lucro líquido, na determinação do lucro real do período, do lucro inflacionário realizado, sem observância do percentual de realização mínima de 10% (dez por cento) ao ano, previsto na legislação de regência. Depreendese do citado auto de infração que o enquadramento legal aponta infração ao artigo 8º da Lei n° 9.065/95, artigos 6º e 7º da Lei n° 9.249/95 e artigos 249, inciso I, e 449 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999. Devidamente cientificada da autuação (fl. 69), a recorrente apresentou Impugnação (fls. 71 – 75), alegando, em resumo, que da análise dos documentos internos da época do períodobase constatou equívoco no preenchimento declaração de rendimentos do períodobase de 1991, na indicação do ”Saldo Credor Dif. IPC/BTNF Corrigido”, na linha 28, item 56, quadro 04, Anexo A, no valor de Cr$ 20.891.599.422,00 e que o referido valor corresponde apenas à diferença IPC/BTNF decorrente da correção das contas do Patrimônio Líquido. Afirmou, portanto, que de acordo com o artigo 3º da Lei n° 8.200/91, tal valor deveria ser contraposto aquele decorrente da correção do Ativo Permanente, resultando daí o saldo credor ou devedor concernente aos efeitos da Lei n° 8.200 sobre os balanços das pessoas jurídicas e que em conformidade com o que se verifica nas notas explicativas integrantes dos Balanços Patrimoniais da recorrente, publicado no Jornal Gazeta Mercantil (nota n° 19 "b"), a aplicação da Lei 8.200 resultou num saldo devedor de correção monetária (diferença IPC/BTNF) da ordem de Cr$ 994.647 mil, portanto, dedutível ao invés de tributável. Com base nesses dados oficiais, afirmou a recorrente que se poderia extrair a composição do mencionado valor de Cr$ 20.891.599.422,00, confirmando as contas do Patrimônio Líquido que lhe deu origem (elabora pequeno demonstrativo). Em conclusão, assenta não haver falar em saldo credor da diferença IPC/BTNF decorrente da aplicação da Lei n° 8.200, e destacou que caso entendessem os julgadores que os documentos e informações apresentados não fossem suficientes para comprovar o alegado, deferissem a realização de Perícia e, para tanto, indicou assistente técnico e formulou quesitos a serem respondidos pelo perito. Por fim, pugnou pelo acolhimento e provimento da Impugnação para que fosse declarado insubsistente o auto de infração em questão. Fl. 303DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente em 06/09/2012 por ALBERTO P INTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13502.000794/200434 Acórdão n.º 1301000.970 S1C3T1 Fl. 2 3 Juntamente com a Impugnação, a recorrente fez juntar aos autos documentos de folhas 76 a 78 e consoante despacho de folhas 89 e 90 foi solicitada a realização de diligência, para esclarecimento de algumas questões atinentes ao lançamento e ao litígio, tendo a unidade da RFB que jurisdiciona a Contribuinte anexado a documentação de folhas 92 a 175, na qual se encontra o Relatório de Diligência Fiscal (fls. 157 – 158), tendo a recorrente se manifestado (fl. 161), juntando os documentos que entendeu pertinentes (fls. 162 – 175). A 2ª Turma da DRJ em Salvador/BA, nos termos do acórdão e voto de folhas 184 a 197, julgou o lançamento parcialmente procedente, assentado para tanto que a autuação decorreu de revisão interna efetuada nas declarações de rendimento da Contribuinte, de n° 0781108, correspondente ao anocalendário 1999, com base no que prevê o artigo 835 do RIR/1999, aprovado pelo Decreto n° 3.000/99 e que se verificou que a recorrente, quando da apuração do lucro real relativo ao referido anocalendário, teria deixado de adicionar o valor do lucro inflacionário realizado, de R$ 2.521.712,98, ou seja, a parcela do lucro inflacionário acumulado em 31/12/1995, calculada com base no percentual de realização mínima obrigatória, no caso, de 10% ao ano. Feitos esses esclarecimentos, destacou a decisão recorrida que o valor do lucro inflacionário não realizado no anocalendário de 1999 seria decorrente de duas parcelas distintas que vieram a se somar a partir do anocalendário de 1993. A primeira delas é o saldo credor originário da diferença de correção monetária IPC/BTNF apurada no ano de 1990, de que trata o artigo 3º, inciso II, da Lei n° 8.200/91 e a segunda decorre da aplicação da mesma diferença sobre o "lucro inflacionário acumulado a realizar", existente em 31/12/1989, em conformidade com o Demonstrativo do Lucro Inflacionário (SAPLI), às folhas 04 a 10. Afirmouse ainda, que em decorrência da irregularidade apontada, ajustouse a base de cálculo do imposto de renda do anocalendário de 1999 em R$ 2.521.712,98, reduzindose o valor do prejuízo fiscal declarado pela Autuada, de R$ 29.222.683,46 para R$ 26.700.970,48, destacando que o pedido de perícia deveria ser indeferido ante a desnecessidade, já que o processo conteria todos os elementos para a formação da livre convicção do julgador, conforme o disposto no artigo 18 do Decreto n° 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal PAF, visto que foi realizada diligência fiscal, cujas conclusões e documentos que a fundamentaram foram anexados aos autos. No mérito, assentou a decisão recorrida que a recorrente alegava que não apurou saldo credor de correção monetária, no ano de 1990, e sim saldo devedor, já que, por equívoco, o valor de Cr$ 20.891.599.422,00, indicado na linha 28, item 56, do quadro 04 do anexo "A" da DIRPJ/1992, anobase de 1991, reportase à diferença de correção monetária IPC/BTNF apenas das contas do Patrimônio Líquido, enquanto o verdadeiro saldo de correção monetária da diferença IPC/BTNF foi devedor, da ordem de Cr$ 994.647.346,24, conforme balanço patrimonial da empresa juntado à folha 78. Salienta que de acordo com o Demonstrativo SAPLI de folhas 04 a 10, haveria uma diferença credora de correção monetária IPC/BTNF, apurada no anobase de 1990, corrigida até 31/12/1991, no valor de Cr$ 20.891.599.422,00 e que examinandose toda a documentação relativa à diligência efetuada, em especial o Relatório de Diligência Fiscal, verificase que a correção monetária de balanço referente ao anobase de 1990, no valor de Cr$ 1.060.112.759, teve natureza credora, conforme demonstrativo de folha 125, fundamentado em lançamentos registrados no Livro Diário, com cópias às folhas 126 a 133. Fl. 304DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente em 06/09/2012 por ALBERTO P INTO SOUZA JUNIOR 4 Acrescentouse que a própria recorrente corroborou tal conclusão, em resposta a intimação fiscal, consoante documento de folhas 119 a 124 e assim, confirmada a apuração de saldo credor de correção monetária, no anobase de 1990, obviamente, a diferença de correção monetária IPC/BTNF referente ao mesmo período também terá natureza credora, uma vez tratarse de simples complemento da correção monetária apurada, originariamente, com base apenas no BTNF, a fim de ajustála à correção monetária integral, calculada com base no IPC, tal como determinado pela Lei n° 8.200/91. Afirmouse, portanto, que se a Contribuinte admite que foi credor o saldo de correção monetária relativo ao anobase de 1990, decorrente da comparação entre a correção monetária das contas do ativo permanente e a correção monetária das contas do patrimônio líquido, apurado mediante a aplicação da variação do BTNF sobre o saldo inicial das referidas contas, seria absurdo argumentar que foi devedor no valor de Cr$ 994.647.346,24 o saldo de correção monetária correspondente à diferença IPC/BTNF calculada em relação ao mesmo anobase de 1990, mediante a incidência do índice complementar de correção monetária sobre as mesmas bases (saldos das contas do ativo permanente e do patrimônio líquido). Entendeuse, em suma, que se o saldo das contas do ativo permanente supera o das contas do patrimônio líquido, como ocorreu no presente caso, a correção monetária sempre terá natureza credora, independentemente do índice de correção monetária utilizado e, por outro lado, procederia a alegação da recorrente no sentido de que errou ao registrar, no item 56 da linha 28 do quadro 04 do anexo "A" da declaração de rendimentos do períodobase de 1991, o valor de Cr$ 20.891.599.422,00, como se pode observar no extrato do Sistema IRPJ Consulta, à folha 84, porquanto, naquele campo da declaração deveria ser preenchido o montante do saldo credor de correção monetária referente à diferença IPC/BTNF do anobase de 1990, corrigido até 31/12/1991, mas, a recorrente informou a parcela da diferença de correção monetária IPC/BTNF, relativa, tãosomente, às rubricas do patrimônio líquido. Destarte, concluiuse que o verdadeiro valor do saldo credor da diferença de correção monetária IPC/BTNF apurado no ano de 1990, como consta do demonstrativo de folhas 134, é de Cr$ l.811.165.538,49, resultante da diferença entre as correções monetárias (IPC/BTNF) do ativo permanente, no valor de Cr$ 22.702.764.958,74, e do patrimônio líquido, no valor de Cr$ 20.891.599.420,25, sendo que este último valor a recorrente alega ser de Cr$ 23.697.412.316,96, o que somente seria possível caso o patrimônio líquido fosse maior do que o ativo permanente, no anobase de 1990. Assim, concluiuse que o valor de Cr$ 1.811.165.538,49, corrigido até 31/12/1991, pelo índice de correção monetária de 5,7682, importaria em Cr$ 10.447.165.059,00, valor que deveria constar do Demonstrativo do Lucro Inflacionário (SAPLI), à folhas 05, ao invés do valor de Cr$ 20.891.599.422,00, destacando que o Fisco reconheceu, de ofício, a decadência do imposto de renda correspondente a várias parcelas do saldo de lucro inflacionário acumulado que deveriam ter sido oferecidas à tributação, fazendo constar do sistema SAPLI tais ajustes, como se pode observar no novo Demonstrativo do Lucro Inflacionário (SAPLI), às fls. 176 a 181, registrando as parcelas excluídas do lucro inflacionário acumulado na linha "Baixa por decadência". Segundo a decisão recorrida, portanto, foram baixadas por decadência as parcelas que deixaram de ser realizadas nos meses de janeiro a dezembro dos anoscalendário de 1993 e 1994, e nos anoscalendário de 1996, 1997, 1998, 2000, 2001 e 2002, verificandose no novo Demonstrativo do Lucro Inflacionário (SAPLI), que já contempla todas as alterações descritas acima (até 1999), que o "Lucro Inflacionário Acumulado a Realizar", em 31/12/1995, alcançou o valor de R$ 9.326.378,55 e que aplicandose o percentual mínimo de realização Fl. 305DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente em 06/09/2012 por ALBERTO P INTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13502.000794/200434 Acórdão n.º 1301000.970 S1C3T1 Fl. 3 5 (10% ao ano), encontrase o valor de R$ 932.637,86, que corresponde ao lucro inflacionário realizado que deve ser adicionado no cálculo do lucro real, no anocalendário de 1999. Concluiu a decisão recorrida, consequentemente, que se haveria de retificar a alteração procedida no valor do prejuízo fiscal declarado no anocalendário de 1999, que deverá ser reduzido em apenas R$ 932.637,86, conforme Demonstrativo SAPLI, às folhas 182 e 183, julgando assim, parcialmente procedente a alteração efetuada no valor do prejuízo fiscal declarado no anocalendário 1999, que passa a ser de R$ 28.290.045,60 (vinte e oito milhões, duzentos e noventa mil, quarenta e cinco reais e sessenta centavos), mantendose uma redução do prejuízo no valor de R$ 932.637,86 (novecentos e trinta e dois mil seiscentos e trinta e sete reais e oitenta e sete centavos), conforme demonstrativos. Devidamente cientificada (fl. 194), a contribuinte interpôs Recurso Voluntário, alegando em síntese que a decisão objetada seria nula porquanto proferida com preterição ao seu direito de defesa, eis que fora indeferida sua pretensão pela realização de perícia e a diligência determinada não teria respondido os quesitos formulados na Manifestação de Inconformidade. Quanto ao mérito, reiterou os argumentos já relatados e pugnou por provimento. É o relatório. Fl. 306DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente em 06/09/2012 por ALBERTO P INTO SOUZA JUNIOR 6 Voto Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr., Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos genéricos de recorribilidade. Admitoo para julgamento. Não vislumbro nos autos a ocorrência da citada nulidade da decisão recorrida. Ao meu sentir, a decisão recorrida indeferiu o a realização da pretendida perícia de forma fundamentada, atestando que os elementos que se achavam inseridos nos autos eram suficientes para decidirse a controvérsia, sendo certo que para os pontos que reputou necessários, determinouse a realização de diligência sendo facultado à recorrente manifestar se sobre ela. Ademais, a recorrente apresentou de forma tempestiva e fundamentada todos os recursos próprios ao processo administrativo fiscal demonstrando conhecer as imputações, de sorte que, qualquer equívoco cometido pela decisão recorrida, quanto ao mérito da autuação, poderá ser suprido pela apreciação do Recurso Voluntário, nada justificando a decretação da nulidade. Com efeito, a glosa implementada se relaciona ao lucro inflacionário não realizado, cujo valor, no anocalendário 1999, seria decorrente de duas parcelas distintas que vieram a se somar a partir do anocalendário de 1993, sendo a primeira delas o saldo credor originário da diferença de correção monetária IPC/BTNF apurada no ano de 1990, de que trata o artigo 3º, inciso II, da Lei n° 8.200/91 e a segunda decorrente da aplicação da mesma diferença sobre o "lucro inflacionário acumulado a realizar", existente em 31/12/1989, em conformidade com o Demonstrativo do Lucro Inflacionário (SAPLI fls. 04 – 10). Em cotejo dos argumentos sustentados pela recorrente, observase que nenhum reparo deve ser feito na decisão impugnada, porquanto, tal como assentado naquela sede, examinandose toda a documentação relativa à diligência efetuada, em especial o Relatório de Diligência Fiscal, verificase que a correção monetária de balanço referente ao anobase de 1990, no valor de Cr$ 1.060.112.759, teve natureza credora, conforme demonstrativo de folha 125, fundamentado em lançamentos registrados no Livro Diário, com cópias às folhas 126 a 133, devendose mencionar, inclusive, que a própria recorrente, em resposta a intimação fiscal, consoante documento de folhas 119 a 124, corrobora tal assertiva. Destarte, comprovada a apuração de saldo credor de correção monetária no anobase de 1990, obviamente, a diferença de correção monetária IPC/BTNF referente ao mesmo período também terá natureza credora, uma vez tratarse de simples complemento da correção monetária apurada, originariamente, com base apenas no BTNF, a fim de ajustála à correção monetária integral, calculada com base no IPC, tal como determinado pela Lei n° 8.200/91, nos exatos termos constantes do aresto impugnado. Como os ajustes formais já foram realizados pela decisão recorrida, tal como relatado, encaminho meu voto no sentido de Negar provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 03 de julho de 2012. (assinado digitalmente) Fl. 307DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente em 06/09/2012 por ALBERTO P INTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13502.000794/200434 Acórdão n.º 1301000.970 S1C3T1 Fl. 4 7 Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 31/07/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente em 06/09/2012 por ALBERTO P INTO SOUZA JUNIOR
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Numero do processo: 13748.000118/2008-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2301-000.210
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em
converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Nome do relator: DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a). (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Bernadete De Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes. Relatório Fl. 468DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13748.000118/200810 Resolução n.º 2301000.210 S2C3T1 Fl. 463 2 1. Tratase de recurso voluntário interposto pela empresa SINCORA CONSTRUÇÃO E INCORPORAÇÃO LTDA em face da decisão que julgou procedente o lançamento de débito referente ao período de 02/1995 a 12/2003. 2. Narra o relatório fiscal que o débito foi levantado com base nos seguintes fatos geradores: “3.1 O valor dos pagamentos efetuados a instituições de ensino para custeio de cursos a ‘Administradores’ e ‘Empregados’. Os valores dos pagamentos efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamentos — RL’ levantamento ‘EDU — SAL PL IND EDUCACAO’. 3.2 O valor das folhas de pagamento contabilizadas de 1995 a 1998, valores retirados da RAIS, pois não foram apresentadas todas as folhas de pagamento do período, no exercício de 1995 não foram apresentadas nenhuma delas, além de não estarem de acordo com os padrões estabelecidos pelo INSS. Todos os fatos geradores foram lançados no estabelecimento 42288324/000117, pois a compatibilização das folhas de pagamento com as guias de recolhimento mostrouse inviável, pois a contabilização não corresponde ao estabelecimento do recolhimento. Os valores dos pagamentos efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamentos RL’ levantamento "FP — FOLHA DE PAGAMENTO’ e planilha anexa discriminando os fatos geradores do exercício de 1995. 3.3 O valor dos serviços de frete prestados por pessoas físicas até 1998. Os valores dos pagamentos efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamentos — RL’ levantamento ‘FRE — FRETE PESSOA FiSICA ANTES 99’. 3.4. Os valores pagos aos segurados empregados fora da folha de pagamento contabilizada. Os valores dos pagamentos efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamentos – RL’ levantamento ‘FFP – FORA DA FOLHA DE PAG CONT’. 3.5. Os valores pagos às Reclamatórias Trabalhistas contabilizadas, pois a empresa apesar de intimada não apresentou as reclamatórias e suas petições iniciais no período de 1995 a 1998 para apuração dos valore devidos. Os valores dos pagamento efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamentos – RL’ levantamento ‘RT – RECLAMATÓRIA TRABALHISTA’. 3.6. O valor contabilizado além do que consta na folha de pagamento a título de prólabore. Os valores dos pagamento efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamentos – RL’ levantamento ‘PLC – PROLABORE CONTABIL’. 3.7. Os valores de reembolsos de passagem contabilizados fora das folhas de pagamento. Os valores dos pagamentos efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamentos – RL’ levantamento ‘PLC – PROLABORE CONTABIL’. Fl. 469DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13748.000118/200810 Resolução n.º 2301000.210 S2C3T1 Fl. 464 3 3.8. A diferença de acréscimos legais no período de 07/1995 a 11/1998 apurada conforme demonstrado no relatório ‘DAL Diferença de Acréscimos Legais’. 3.9. O valor dos serviços de frete prestados por pessoas fiscais a partir de 1999. Os valores dos pagamentos efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamento – RL’ levantamento ‘FT9 – FRETE A PARTIR DE 99’. 3.10. Os pagamentos efetuados aos Administradores tendo como contrapartida conta de custos. Os valores dos pagamentos efetuados encontramse discriminados ‘Relatório de Lançamentos – RL’ levantamento ‘PLF – PROLABORE EM CUSTO’. 3.11. Os pagamentos efetuados a segurados empregados fora da folha de pagamento a partir de 1999. Os valores dos pagamentos efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamentos – RL’ levantamento ‘FF9 – FORA FOLHA A PARTIR DE 99’. 3.12. As diferenças entre os valores de folha contabilizados e os apurados no sistema informatizado CNISA a partir das informações prestadas pela notificada. Os valores dos pagamentos efetuados encontramse discriminados no ‘Relatório de Lançamentos – RL’ levantamento ‘FC9 – FP CONT DIF GFIP’ e planilha com as folhas contabilizadas, bases do sistema CNISA e diferenças apurados.” (ff. 276 a 277) 3. A decisão de primeira instância restou ementada nos termos que transcrevo abaixo: “CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS INCIDENTES SOBRE FOLHA DE PAGAMENTO Nos termos do art. 30, I, alíneas ‘a’ e ‘b’ da lei 8.212/91, redação das leis 8.620/93, 9.063/95 e 9.876/99, a empresa é obrigada a descontar a contribuição da parte de seus segurados empregados e contribuintes individuais e recolhêlas junto com as contribuições previdenciárias a seu cargo, incidentes sobre a folha de pagamentos. Contribuições determinadas pelos arts. 20, 22, I e II e 94 da Lei 8.212/91. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO E CONSTRIBUIÇÕES DE SEGURADOS E DA EMPRESA. Nos termos do art. 214, I e III do RPS (Decreto 3.048/99), entendese por saláriodecontribuição, para o empregado e o trabalhador avulso, a remuneração, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma; para o contribuinte individual, é a remuneração auferida, observados os limites mínimo e máximo de contribuição. Nos termos dos arts. 201, I e II, 202 e 274, §1º do RPS, incidem contribuições a cargo da empresa sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, avulsos e contribuinte individuais a seu serviço. Fl. 470DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13748.000118/200810 Resolução n.º 2301000.210 S2C3T1 Fl. 465 4 LANÇAMENTO PROCEDENTE” (f. 420) 4. Buscando a reforma da decisão a quo, o contribuinte apresentou recurso voluntário aduzindo, em síntese: a) que recebeu de uma única vez 05 (cinco) Decisões de Notificação pelo correio sem que houvesse a conferência de que seu recebimento fora feito por pessoa idônea para tal, o que caracteriza a má fé por parte do fisco; b) a decadência parcial do débito, com base no que prevê o §4º, do art. 150, do CTN; c) a nulidade do procedimento fiscal tendo em vista que a citação não se deu de forma pessoal, o que fere ao princípio da ampla defesa e do contraditório; d) que não houve a citação do dispositivo legal aplicado ao caso, o que caracteriza cerceamento de defesa, devendo o lançamento ser anulado; e) a necessidade de perícia para assegurar ao contribuinte o direito à ampla defesa, “de modo a permitir a comprovação das alegações aqui trazidas, definitivas à constatação da total improcedência das infrações imputadas à impugnante”; f) que a caracterização, ou não, de vínculo empregatício somente pode ser reconhecida pela Justiça do Trabalho; g) “os fatos de estarem incompletos ou não terem sido incluídos em GFIP os dados dos contribuinte individuais não torna por si só devido o pagamento e muito menos faz admissível o emprego da alíquota incidente sobre as remunerações de segurados empregados”; h) à época dos fatos geradores, vigorava a Lei Complementar 84/1996, que facultava à empresa o recolhimento da alíquota, sendo 15% sobre as remunerações dos segurados administradores e autônomos ou 20% sobre o saláriobase dos mesmos; i) por fim, alega a inconstitucionalidade da cobrança das penalidade e acréscimos moratórios, a limitação percentual da multa e a inaplicabilidade dos juros. 5. Sem contrarrazões. Os autos foram encaminhados à apreciação deste Conselho. É o relatório. Voto Conselheiro Damião Cordeiro de Moraes DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Fl. 471DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13748.000118/200810 Resolução n.º 2301000.210 S2C3T1 Fl. 466 5 1. Conheço do recurso voluntário, uma vez que atende aos pressupostos de admissibilidade. DA NECESSIDADE DE DILIGÊNCIA 2. Compulsando os autos verificase que a então denominada “NFLD – Notificação Fiscal de Lançamento de Débito”, juntada à f. 01, foi enviada por AR ao contribuinte divido à sua ausência. 3. Ocorre que no AR juntado às ff. 402 a 403 consta apenas a data de postagem, sendo que em nenhuma de suas vias conta a data de recebimento da notificação pelo contribuinte. 4. E embora o contribuinte tenha apresentado impugnação que foi considerada tempestiva pelo fisco, a ausência da data da ciência do lançamento pelo contribuinte prejudica o cálculo para efeitos de incidência da decadência no caso concreto. 5. Dessa forma, entendo como necessária a conversão do julgamento em diligência para que a autoridade fiscal junte ao processo documentação que demonstre a data em que o contribuinte foi cientificado do lançamento. 6. E observando o direito à ampla defesa e ao contraditório, após o retorno da diligência, fica concedido o prazo de trinta dias para que o recorrente, caso queira, se manifeste sobre o resultado do expediente. 7. Após, retornem os autos à apreciação deste Conselho para análise e julgamento do recurso voluntário. CONCLUSÃO 8. Por todo o exposto, converto o julgamento em diligência, em consonância com as razões postas acima. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator Fl. 472DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 04/07 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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Numero do processo: 11070.001393/2010-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2302-000.168
Decisão: ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda
Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade em converter o julgamento em diligência nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 36266.009251/2006-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/03/1999 a 31/01/2005
SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RETENÇÃO. LEI Nº 10.666/2003.
A empresa é obrigada a arrecadar, na condição de substituto tributário, a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontandoa da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado em favor do segurado, não lhe sendo licito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou
arrecadou em desacordo com a lei.
Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 2302-001.903
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: ARLINDO DA COSTA E SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1999 a 31/01/2005 SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RETENÇÃO. LEI Nº 10.666/2003. A empresa é obrigada a arrecadar, na condição de substituto tributário, a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontandoa da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado em favor do segurado, não lhe sendo licito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com a lei. Recurso de Ofício Negado
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EPP ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1999 a 31/01/2005 SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RETENÇÃO. LEI Nº 10.666/2003. A empresa é obrigada a arrecadar, na condição de substituto tributário, a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontandoa da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado em favor do segurado, não lhe sendo licito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com a lei. Recurso de Ofício Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Marco André Ramos Vieira Presidente. Arlindo da Costa e Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vicepresidente de turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Jhonatas Ribeiro da Silva e Arlindo da Costa e Silva. Fl. 356DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Ausência momentânea: Manoel Coelho Arruda Junior. Relatório Período de apuração: 01/03/1999 a 31/01/2005 Data da lavratura da NFLD: 01/09/2006. Data da Ciência da NFLD: 01/09/2006. Tratase de Recurso de Ofício interposto pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo/SP em face de decisão aviada no Acórdão 1728.225 – 9ª Turma da DRJ/SPOII, de 21 de outubro de 2008, que julgou procedente em parte lançamento tributário pelo reconhecimento de opção da empresa notificada ao SIMPLES, com data retroativa a 1º de janeiro de 1997, fazendo excluir do lançamento a parte patronal, sendo mantida, tão somente, as contribuições sociais a cargo dos segurados contribuintes individuais a contar de abril/2003. Informa a Autoridade Lançadora que o crédito tributário objeto do presente lançamento referese a contribuições devidas pela empresa, corresponde à parte patronal, destinadas à Seguridade Social, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e a outras entidades e fundos, incidentes sobre a remuneração paga aos seus empregados e a segurados contribuintes individuais, bem como diferenças de recolhimento das contribuições a cargo dos segurados contribuintes individuais a seu serviço, as quais deveriam ter sido arrecadadas pela empresa, mediante desconto das respectivas remunerações desta categoria de segurados, e recolhidas no prazo legal, conforme descrito no Relatório Fiscal a fls. 121/129. Esclarece a fiscalização que a empresa formalizou opção ao Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte — Simples, em 18/03/97, com efeitos retroativos a partir de 01/1997, mas foi excluída através de ato de oficio da Receita Federal em 02/1999, conforme termo a fl. 129. Entretanto, continuou a recolher apenas os valores referentes aos descontos dos segurados empregados e as retenções incidentes sobre os pagamentos efetuados aos contribuintes individuais, a partir de 04/2003, motivo pelo qual foram apuradas e lançadas na vertente NFLD os valores referentes à parte patronal. Irresignado com o supracitado lançamento tributário, o sujeito passivo apresentou impugnação a fls. 135/158. Por força de provimento judicial datado de 12/11//1999, aviado nos autos do Mandado de Segurança Coletivo nº 97.00086097, que tramitou perante a 22ª Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo, houvese por assegurado à Notificada o direito de inscrição e manutenção no Sistema Simples de tributação, conforme Sentença a fls. 255/262, com efeitos retroativos a 01/01/1997, sendo ratificada pelo Acórdão a fls. 297/303, proferido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região em 10 de julho de 2008. Nessa prumada, em cumprimento à determinação contida nos autos do processo judicial n° 97.00086097, em trâmite na 22° Vara Cível Federal em São Paulo, Fl. 357DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 36266.009251/200680 Acórdão n.º 230201.903 S2C3T2 Fl. 335 3 procedeuse à inclusão da empresa em foco no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte — SIMPLES, a partir de 01/01/1997, conforme Notificação a fl. 270. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento São Paulo II baixou o feito em diligência para que o auditor fiscal notificante esclarecesse se a empresa havia arrecadado, mediante desconto, e recolhido a contribuição devida pelo contribuinte individual, a partir de 04/2003, conforme art. 4º da Lei n° 10.666/2003, conforme despacho a fls. 273/274. Mediante Informação fiscal a fls. 293/295, informou a Autoridade Lançadora haver intimado a empresa a apresentar as folhas de pagamentos, os recibos de pagamento de prólabore dos sócios, as guias de recolhimento e os livrosdiário e razão para o período de 04/2003 a 01/2005. Em razão da não apresentação dos citados documentos, não foi possível ao auditor concluir se a empresa havia efetivamente arrecadado, mediante desconto, a parcela devida pelos contribuintes individuais. Quanto ao recolhimento das aludidas contribuições, da análise dos valores lançados na notificação fiscal, dos valores recolhidos e das informações constantes da GFIP e no sistema informatizado do INSS, concluiu a fiscalização que não houve o recolhimento integral das parcelas devidas pelos contribuintes individuais no período de 04/2003 a 08/2004 e que foram parcialmente recolhidos em 09/2004 e 12/2004. Já nas competências 10/2004, 11/2004 e 01/2005, as contribuições foram integralmente recolhidas. O contribuinte em foco tomou ciência do resultado do incidente processual acima mencionado em 29/08/2008, conforme Recibo a fl. 291, dispensando expressamente nova intimação para manifestação e renunciando a eventual prazo de recurso, conforme documento a fl. 296. Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo II/SP lavrou Decisão Administrativa contextualizada no Acórdão a fls. 325/332, julgando procedente em parte o lançamento em debate, fazendo excluir do crédito tributário nele consubstanciado a parte patronal, sendo mantido na notificação de lançamento em realce, tão somente, a parcela a cargo dos segurados contribuintes individuais, nos termos do art. 4º da Lei nº 10.666/2003, retificando o quantum devido na forma detalhada no Discriminativo Analítico do Débito Retificado DADR a fls. 304/324, recorrendo de ofício da decisão. O Sujeito Passivo foi cientificado da decisão de 1ª Instância no dia 23 de dezembro de 2008, conforme atesta documento a fl. 338, deixando transcorrer in albis o prazo recursal, sem a interposição de recurso voluntário. Relatados sumariamente os fatos relevantes. Voto Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator. Fl. 358DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Presentes os requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheço. Ante a inexistência de questões preliminares, passamos diretamente ao exame do mérito. 1. DO MÉRITO Não merece reparos a decisão exarada pelo Órgão Julgador de 1ª Instância a fls. 325/332. Com efeito, a motivação da lavratura da vertente Notificação Fiscal de Lançamento de Débito fundouse no fato de a empresa em voga haver sido excluída do simples, através de ato de oficio da Receita Federal o qual produziu efeitos de exclusão a contar de 1º de março de 1999, e, mesmo assim, ter continuado a recolher, tão somente, os valores referentes aos descontos dos segurados empregados e as retenções incidentes sobre os pagamentos efetuados aos contribuintes individuais, como se tal exclusão de ofício não houvesse eficácia no mundo jurídico. Tendo, todavia, a Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária de São Paulo, de forma superveniente, por força de sentença Judicial dimanada da 22ª Vara Federal da Seção Judiciária de S. Paulo, nos autos do Mandado de Segurança Coletivo nº 97.00086097, procedido à inclusão da empresa notificada no Sistema Simplificado em questão, com data retroativa a 1º de janeiro de 1997, não há como se sustentar a manutenção das contribuições patronais no lançamento em questão, circunstância que deságua, inexoravelmente, em sua improcedência, por ausência de sustentáculo jurídico. Nada obstante, devidas permaneceram as contribuições previdenciárias a cargo dos segurados contribuintes individuais, as quais deveriam ter sido arrecadadas pela empresa em tela mediante desconto das respectivas remunerações e, no prazo legal, recolhidas aos cofres da autarquia previdenciária federal. Mediante Termos próprios a fls. 278/281, foi a empresa intimada a apresentar as folhas de pagamentos, os recibos de pagamento de prólabore dos sócios, as guias de recolhimento e os livrosdiário e razão para o período de 04/2003 a 01/2005, os quais não foram apresentados à fiscalização. Da análise dos valores lançados na notificação fiscal, dos valores recolhidos e das informações constantes nas GFIP e no sistema informatizado do INSS, concluiu a fiscalização não ter havido o recolhimento integral das parcelas devidas pelos contribuintes individuais no período de 04/2003 a 08/2004 e que foram parcialmente recolhidos em 09/2004 e 12/2004. Em razão da não apresentação dos citados documentos, ante o permissivo encartado no §3º do art. 33 da Lei nº 8.212/91, a fiscalização lançou de ofício a importância reputada como devida, transferindo a lei aos ombros do increpado o ônus da prova em contrário, permitindo a empresa que transcorresse in albis o prazo que fora concedido pela norma tributária para bloquear o lançamento remanescente. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das Fl. 359DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 36266.009251/200680 Acórdão n.º 230201.903 S2C3T2 Fl. 336 5 contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal – SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas ‘d’ e ‘e’ do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. (Redação dada pela Lei nº 10.256, de 2001). §1º É prerrogativa do Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e do Departamento da Receita FederalDRF o exame da contabilidade da empresa, não prevalecendo para esse efeito o disposto nos arts. 17 e 18 do Código Comercial, ficando obrigados a empresa e o segurado a prestar todos os esclarecimentos e informações solicitados. (grifos nossos) §2º A empresa, o servidor de órgãos públicos da administração direta e indireta, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei. §3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e o Departamento da Receita FederalDRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. Nesse contexto, abdicando a notificada ao direito de impugnar o lançamento que ora se edifica, pugnamos pela negativa de provimento ao Recurso de Ofício interposto, e pela manutenção da exigibilidade das contribuições previdenciárias referentes à rubrica “1F Contrib Indiv”, constantes no Discriminativo Analítico do Débito Retificado DADR a fls. 319/324, a contar da competência 05/2003 até 12/2004. 2. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do Recurso de Oficio para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Arlindo da Costa e Silva Fl. 360DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Fl. 361DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 16045.000318/2007-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/09/1996 a 31/12/1996
DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DIES A QUO DO ART. 173, INCISO I PARA FATOS GERADORES OMITIDOS.
De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do
referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. A apuração do montante do pagamento antecipado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos
geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do valor a ser pago antecipadamente. Constatando-se dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada para o art. 173, inciso I do CTN.
Numero da decisão: 2301-002.613
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: MAURO JOSE SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/1996 a 31/12/1996 DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DIES A QUO DO ART. 173, INCISO I PARA FATOS GERADORES OMITIDOS. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. A apuração do montante do pagamento antecipado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do valor a ser pago antecipadamente. Constatando-se dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada para o art. 173, inciso I do CTN.
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PREV NFLD Recorrente COMPANHIA OPERADORA DE RODOVIAS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/1996 a 31/12/1996 DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DIES A QUO DO ART. 173, INCISO I PARA FATOS GERADORES OMITIDOS. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. A apuração do montante do pagamento antecipado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do valor a ser pago antecipadamente. Constatandose dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada para o art. 173, inciso I do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Mauro Jose Silva Relator. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Wilson Antonio de Souza Correa, Damião Cordeiro De Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 274 3 Relatório Tratase da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) nº 37.037.7320 , lavrada em 19/12/2006, que constituiu crédito tributário relativo a contribuições previdenciárias incidentes sobre , no período de 01/09/1996 a 31/12/1996 , tendo resultado na constituição do crédito tributário de R$ 1.004.631,27, fls. 01. Após tomar ciência pessoal da autuação em 20/12/2006, fls. 01, a recorrente apresentou impugnação, fls. 23/61, na qual apresentou argumentos similares aos constantes do recurso voluntário. A 7ª Turma da DRJ/Brasília, no Acórdão de fls. 144/154, julgou o lançamento procedente em parte, tendo a recorrente sido cientificada do decisório em 13/02/2008, fls. 160. O recurso voluntário, apresentado em 14/03/2008, fls. 165/208, apresentou argumentos que deixamos de resumir em virtude da patente ocorrência da decadência. É o relatório. Fl. 288DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 4 Voto Conselheiro Mauro José Silva Reconhecemos a tempestividade do recurso apresentado e dele tomamos conhecimento. Decadência. Prazo de cinco anos e dies a quo tomando a regra do art. 173, inciso I ou art. 150, §4º, conforme detalhes do caso. Aplicação do Resp 973.733SC. A aplicação da decadência suscita o esclarecimento de duas questões essenciais: o prazo e o dies a quo ou termo de início. O prazo decadencial para as contribuições sociais especiais para a seguridade social, que era objeto de disputa com relação à aplicação do que dispunha a Lei 8.212/1991 – dez anos ou o CTN – cinco anos, suscitou o surgimento de súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: Fl. 289DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 275 5 “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Como se constata, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos judiciais e administrativos devem acatar o conteúdo da Súmula Vinculante n°. 08. Temos, então, que a partir da edição da Súmula Vinculante nº 08 o prazo decadencial das contribuições sociais especiais destinadas para a seguridade social é de cinco anos. Definido o prazo decadencial, resta o esclarecimento sobre o seu dies a quo. Como podemos extrair dos trechos citados acima, a referida súmula trata, no que se refere â decadência, da definição de seu prazo – 05 anos – em harmonia com o previsto no CTN , deixando o dies a quo do prazo decadencial para ser definido segundo as regras constantes do art. 150,§4º ou do art. 173, inciso I do CTN. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 6 A regra geral para aplicação dos termos iniciais da decadência encontrase disciplinada no art. 173 CTN: “Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.” Quis o legislador dispensar tratamento diferenciado para os contribuintes que antecipassem seus pagamentos, cumprindo suas obrigações tributárias corretamente junto a Fazenda Pública, fixando o termo inicial do prazo decadencial anterior ao do aplicado na regra geral, no dispositivo legal do §4o do art. 150 do CTN, in verbis : "Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. (...). § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” Observese, pois que, da definição do termo inicial do prazo de decadência, há de se considerar o cumprimento pelo sujeito passivo do dever de interpretar a legislação aplicável para apurar o montante devido e efetuar o pagamento ou o recolhimento do tributo ou contribuição correspondente a determinados fatos jurídicos tributários. Nesta mesma linha transcrevemos algumas posições doutrinárias: Misabel Abreu Machado Derzi, Comentários ao Código Tributário Nacional, coordenado por Carlos Valder do Nascimento, Ed. Forense, 1997, pág. 160 e 404: “A inexistência do pagamento devido ou a eventual discordância da Administração com as operações realizadas pelo sujeito passivo, nos tributos lançados por homologação, darão ensejo ao lançamento de ofício, na forma disciplinada Fl. 291DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 276 7 pelo art. 149 do CTN, e eventual imposição de sanção.” (auto de infração). “O prazo para homologação do pagamento, em regra, é de cinco anos, contados a partir da data da ocorrência do fato gerador da obrigação. Portanto a forma de contagem é diferente daquela estabelecida no art. 173, própria para os demais procedimentos, inerentes ao lançamento com base em declaração ou de ofício. Tratase de prazo mais curto, menos favorável a Administração, em razão de ter o contribuinte cumprido com seu dever tributário e realizado o pagamento do tributo.”. Luciano Amaro , Direito Tributário Brasileiro, Ed. Saraiva, 4a Ed., 1999, pág. 352: “Se porém o devedor se omite no cumprimento do dever de recolher o tributo, ou efetua recolhimento incorreto, cabe a autoridade administrativa proceder ao lançamento de ofício (em substituição ao lançamento por homologação, que se frustrou em razão da omissão do devedor), para que possa exigir o pagamento do tributo ou da diferença do tributo devido.”. Sob o mesmo enfoque, no Acórdão CSRF/0101.994, manifestouse o Relator: “O lançamento por homologação pressupõe o pagamento do crédito tributário apurado pelo contribuinte, prévio de qualquer exame da autoridade lançadora. Segundo preceitua o art. 150 do Código Tributário Nacional, o direito de homologar o pagamento decai em cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, exceto nos casos de fraude, dolo ou simulação, situações previstas no § 4º do referido artigo 150. O que se homologa é o pagamento efetuado pelo contribuinte, consoante dessumese do referido dispositivo legal. O que não foi pago não se homologa, porque nada há a ser homologado. Se o contribuinte nada recolheu, se houve insuficiência de recolhimento e estas situações são identificadas pelo Fisco, estamos diante de uma hipótese de lançamento de ofício. Tratase de lançamento ex officio cujo termo inicial da contagem do prazo de decadência é aquele definido pelo artigo 173 do Código Tributário Nacional, ou seja, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.” (negrito da transcrição). O Superior Tribunal de Justiça (STJ), que durante anos foi bastante criticado pela doutrina por adotar a tese jurídica da aplicação cumulativa do art. 150, §4º com o art. 173, inciso I, julgou em maio de 2009 o Recurso Especial 973.733 – SC (transitado em julgado em outubro de 2009) como recurso repetitivo e definiu sua posição mais recente sobre o assunto, conforme podemos conferir na ementa a seguir transcrita: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO Fl. 292DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 8 CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadência regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). Extraise do julgado acima transcrito que o STJ, além de afastar a aplicação cumulativa do art. 150, §4º com o art. 173, inciso I, definiu que o dies a quo para a decadência nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação somente será aquele da data do fato gerador quando o contribuinte tiver realizado o pagamento antecipado. Nos demais casos, deve ser aplicado o dispositivo do art. 173, inciso I. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 277 9 Apesar de contribuir para clarificar a aplicação da decadência, tal julgado não eliminou por completo as possíveis dúvidas do aplicador da lei. Entre elas, a que nos interessa no momento é a seguinte: qualquer pagamento feito pelo contribuinte relativo ao tributo e ao período analisado desloca a regra do dies a quo da decadência do art. 173, inciso I para o art. 150, § 4º? Nossa resposta é: não. O pagamento antecipado realizado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do montante a ser pago antecipadamente. Fatos não considerados no cálculo, seja por omissão dolosa ou culposa, se identificados pelo fisco durante procedimento fiscal que antecede o lançamento, permanecem com o dies a quo do prazo decadencial regido pelo art. 173, inciso I. Vale dizer que a aplicação da regra decadencial do art. 150, §4º referese aos aspectos materiais dos fatos geradores já admitidos pelo contribuinte. Afinal, não se homologa, não se confirma o que não existiu. Assim, mesmo estando obrigados a reproduzir as decisões definitivas de mérito do STJ, por conta da alteração do Regimento do CARF pela Portaria 586 de 26/12/2010, manteremos nossa posição quanto a esse aspecto, uma vez que a decisão daquele Tribunal Superior não esclarece a dúvida quanto à abrangência do pagamento antecipado. Definida a aplicação da regra decadencial do art. 173, inciso I, precisamos tomar seu conteúdo para prosseguirmos: “Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;” Da leitura do dispositivo, extraímos que este define o dies a quo do prazo decadencial como o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado”. Mas ainda precisamos definir a partir de quando o lançamento pode ser efetuado. O texto do item 3 do Resp 973.733 fala que tal data “corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível”. ,Se considerássemos isoladamente tal trecho da ementa do Resp 973.733 poderíamos concluir que o dies a quo da decadência para aplicação do art. 173, inciso I do CTN seria o primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível. Um fato gerador ocorrido em 31/12/20XX teria como dies a quo do prazo decadencial 01/01/20(X+1), o que levaria o fim do prazo de caducidade para 31/12/20(X+5). Tal conclusão, entretanto, estaria em desalinho com a lógica, uma vez que um fato gerador que se constata ocorrido em 31/12/20XX só poderá ser lançado a partir de 01/01/20(X+1), dada a cristalina premissa de que só existe obrigação tributária após a ocorrência do fato gerador. Se só poderia ser lançado em 01/01/20(X+1) , o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é 01/01/20(X+2), o que leva o fim do prazo de caducidade para 31/12/20(X+6). Ainda sobre o assunto, estamos cientes que após o trânsito em julgado do Resp 973.733, em 22/10/2009, a Segunda Turma do STJ já se manifestou no sentido de admitir que os fatos geradores ocorridos em dezembro de 200X só tem seu dies a quo em relação à decadência em 01 de janeiro de 20(X+2), conforme podemos conferir na ementa a seguir: Fl. 294DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 10 EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 674.497 PR (2004/01099782) Julgado em 09/02/2010. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. Dessa maneira, já podemos afirmar que o próprio STJ já expressou, por uma de suas Turmas, que a afirmação categórica do item 3 do Resp 973.733 serviu apenas para afastar a tese da decadência decendial que houvera sido adotada por aquele Tribunal. Ademais, ao adotarmos a interpretação mais formalista do item 3 do Resp 973.733, estaríamos em contradição com a própria finalidade da norma regimental que criou a obrigatoriedade de os conselheiros seguirem as decisões do STJ tomadas em Recursos Repetitivos. O art. 62A do RICARF tem nítida finalidade de evitar que o CARF continue emitindo decisões que serão revistas pelo Poder Judiciário, o que estaria em desacordo com o princípio da eficiência, da moralidade administrativa e acarretaria despesas para o Erário Público na forma de ônus de sucumbência. Como o próprio STJ já vem adotando uma interpretação alinhada com lógica do texto do art. 173, inciso I do CTN, a continuidade de uma interpretação formalista resultaria em não atingimento da finalidade da norma regimental. Resulta, então, em síntese, que para fatos geradores ocorridos em 31/12/20XX (competência 12/20XX das contribuições previdenciárias, por exemplo) teremos o fim do prazo decadencial em 31/12/20(X+6) no caso de aplicação da regra do art. 173, inciso I do CTN. Assim, para o lançamento do crédito tributário de contribuições sociais especiais destinadas à seguridade social, seja este oriundo de tributo ou de penalidade pelo não pagamento da obrigação principal, o prazo decadencial é de cinco anos contados a partir do primeiro do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, no caso dos fatos geradores para os quais não houve qualquer pagamento por parte do contribuinte, em atendimento ao disposto no art. 173, inciso I do CTN. Para o lançamento de ofício em relação aos aspectos materiais dos fatos geradores relacionados a pagamentos efetuados pelo contribuinte nas situações em que não haja caracterização de dolo, fraude ou sonegação, o dies Fl. 295DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 278 11 a quo da decadência é a data da ocorrência do fato gerador, conforme preceitua o art. 150, §4º do CTN. Para a aplicação do art. 150, § 4º, entretanto, temos que atentar para o texto do referido dispositivo: § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Notamos que o texto legal referese a uma homologação tácita por parte da Fazenda Pública – “considerase homologado” é a expressão utilizada no caso de expirado o prazo de cinco anos do fato gerador sem que o fisco “se tenha pronunciado”. A interpretação mais comum desse trecho conclui que o pronunciamento a que se refere o dispositivo deve ser entendido como a homologação expressa ou a conclusão do lançamento de ofício com a ciência do sujeito passivo. Discordamos de tal entendimento. A expressão “pronunciado” não conduz a uma interpretação inequívoca de que equivale a homologação expressa ou lançamento de ofício. O verbo pronunciar, no dicionário Michaelis, é associado a diversos sentidos possíveis, entre eles, “emitir a sua opinião, manifestar o que pensa ou sente “. Quando a Fazenda Pública inicia fiscalização sobre um tributo em um período, está se manifestando, se pronunciando no sentido de que irá realizar a atividade prevista no art. 142 do CTN. Caso o §4º do art. 150 quisesse exigir a homologação expressa e não um simples pronunciamento, teria feito referência ao conteúdo do caput do mesmo artigo que define os contornos de tal atividade, mas preferiu a expressão ”pronunciado”. Com esse entendimento concluímos que, iniciada a fiscalização, a decadência em relação a todos os fatos geradores ainda não atingidos pela homologação tácita, passa a ser submetida à regra geral de tal instituto, ou seja, passa a ser regida pelo art. 173, inciso I. Ressaltamos que não se trata de interrupção ou suspensão do prazo decadencial, mas de um deslocamento da regra aplicável. Vejamos um exemplo. Considerando que uma fiscalização tenha sido iniciada em 06/20XX em relação a um tributo para o qual o sujeito passivo exerceu a atividade dele exigida pela lei, ou seja, o sujeito passivo realizou sua escrituração, prestou as informações ao fisco e antecipou, se foi o caso, algum pagamento. Nesse caso teria ocorrido a homologação tácita em relação aos fatos geradores ocorridos até 05/20(XX5). Os fatos geradores ocorridos depois de 05/20(XX5) poderão ser objeto de lançamento de ofício válido, desde que este seja cientificado ao sujeito passivo antes de transcorrido o prazo previsto no art. 173, inciso I. Feitas tais considerações jurídicas gerais sobre a decadência, passamos a analisar o caso concreto. A autuação em análise diz respeito a fatos geradores apontados pela fiscalização nos meses de 09/1996 a 12/1996. Para tais competências, tornase desnecessária a discussão do dies a quo entre aquele estabelecido pelo art. 150, §4º ou aquele constante do art. 173, inciso I do CTN, pois em ambas as alternativas chegaremos à conclusão de que o prazo para o fisco constituir o crédito tributário já havia exaurido antes da ciência do lançamento. Tomando o dies a quo do prazo decadencial aquele constante do art. 173, inciso I, teríamos o início da contagem decadencial em 01/01/1998, para a competência 12/1996 o que resultaria no Fl. 296DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 12 prazo final de 31/12/2002. Portanto, o lançamento cientificado em 20/12/2006 foi concluído após a ocorrência da caducidade do direito do fisco de declarar a constituição do crédito tributário, tornando improcedente a autuação guerreada pela recorrente. Por todo o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao RECURSO VOLUNTÁRIO. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator Fl. 297DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002283/2008-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2004 a 30/09/2004
Ementa:
COMPETÊNCIA DO AUDITOR FISCAL
Súmula n.º 08 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador.
AUTODEINFRAÇÃO.
GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES.
Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91.
RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 449.
REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória nº 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei nº 8.212.
Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase
a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe
comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2302-001.654
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32-A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32-A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 30/09/2004 Ementa: COMPETÊNCIA DO AUDITOR FISCAL Súmula n.º 08 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. AUTODEINFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES. Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória nº 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei nº 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 30/09/2004 Ementa: COMPETÊNCIA DO AUDITOR FISCAL Súmula n.º 08 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. AUTODEINFRAÇÃO. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES A TODOS OS FATOS GERADORES. Constitui infração a apresentação de GFIP com dados não correspondentes a todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme artigo 32, Inciso IV e §5º, da Lei nº 8.212/91. RETROATIVIDADE BENIGNA. GFIP. MEDIDA PROVISÓRIA N º 449. REDUÇÃO DA MULTA. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212. Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte Fl. 96DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade em conceder provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. A multa deve ser calculada considerando as disposições da Medida Provisória n º 449 de 2008, mais precisamente o art. 32A, inciso II, que na conversão pela Lei n º 11.941 foi renumerado para o art. 32A, inciso I da Lei n º 8.212 de 1991. Marco Andre Ramos Vieira Presidente. Liege Lacroix Thomasi Relatora. EDITADO EM: 20/03/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Marco Andre Ramos Vieira (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Liege Lacroix Thomasi, Eduardo Augusto Marcondes de Freitas, Manoel Coelho Arruda Junior, Adriana Sato Fl. 97DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 19515.002283/200818 Acórdão n.º 230201.654 S2C3T2 Fl. 2 3 Relatório Trata o presente de autodeinfração, lavrado em 12/06/2008, em desfavor do sujeito passivo acima passivo acima identificado, com ciência em 17/06/2008, em virtude do descumprimento do artigo 32, inciso IV, §5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, com multa punitiva aplicada conforme dispõe o artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, por não ter informado nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP’s do período de 01/2004 a 09/2004, todos os valores pagos ao segurados empregados, conforme planilhas de fls. 15 a 28. A recorrente impugnou a autuação e Acórdão de fls. 62/66, julgou o lançamento procedente. Ainda inconformada, a recorrente apresentou recurso tempestivo, arguindo em síntese: a) que não houve registro dos pagamentos porque eles inexistiram; b) que não houve dolo ou intenção de fraudar o fisco e por isso o arbitramento é inaceitável, resultando num valor exorbitante; c) que as multas,juros e correção monetária são incabíveis; d) que o auto de infração só tem validade se lavrado por profissional contador e o fiscal não comprovou ser contador; e) que o auto deveria trazer o valor originário da dívida, sem o que temse um vício insanável; f) que não pode ser aplicada a taxa SELIC. Requer a reforma da decisão de primeira instância para declarar a improcedência do lançamento, ou a incorreção das impropriedades no que tange a multa e a Selic. É o relatório. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheira Relatora Liege Lacroix Thomasi Cumprido o requisito de admissibilidade frente à tempestividade, documento de fls. 73, conheço do recurso e passo ao seu exame. Da Preliminar É inócuo o argumento de que o Auditor Fiscal não tem competência para efetuar o lançamento em virtude de não estar credenciado junto ao CRC – Conselho Regional de Contabilidade, porque tal competência é decorrente de lei, não se sujeitando a qualquer habilitação em curso superior específico ou ao requisito de registro junto ao CRC. Nesse sentido já se posicionou o STJ por meio do Agravo Regimental no Recurso Especial n ° 291937, cujo Relator foi o Ministro Francisco Falcão, publicado no DJ em 27 de agosto de 2001, com a seguinte ementa: ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. FISCAL DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS – INSCRIÇÃO EM CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DESNECESSIDADE. "O fiscal de contribuições previdenciárias prescinde de inscrição em Conselho Regional de Contabilidade para desempenhar suas funções, dentre as quais a de fiscalização contábil das empresas. Recurso improvido."(REsp 218.406/RS, Relator Ministro Garcia Vieira, D.J.U 25.10.1999, Pág. 63.) Agravo regimental improvido. E, no mesmo sentido firmou entendimento o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, por meio da Súmula de n ° 8, publicada no DOU de 22/012/2009, nestas palavras: Súmula CARF No 8 O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. Do Mérito Referese o auto de infração ao descumprimento de obrigação acessória, qual seja a falta de informação em GFIP de toda a remuneração paga aos segurados empregados da recorrente, que constavam das folhas de pagamento da recorrente. A obrigação acessória surge do descumprimento de dever instrumental a cargo do sujeito passivo, consistindo numa prestação positiva (fazer), que não seja o recolhimento do tributo, ou negativa (não fazer). Descumprida obrigação acessória (obrigação de fazer/não fazer) possui o Fisco o poder/dever de lavrar o AutodeInfração. A penalidade pecuniária exigida dessa forma convertese em obrigação principal, na forma do § 3º do art. 113 do CTN. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 19515.002283/200818 Acórdão n.º 230201.654 S2C3T2 Fl. 3 5 No presente caso, a obrigação acessória corresponde ao dever de informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, por intermédio de documento definido em regulamento (GFIP), TODOS os dados relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias e outras informações de interesse do INSS. Ao não informar todo os valores relativos aos pagamentos efetuados aos emprega, a recorrente infringiu o artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei n.º 8.212/91 e artigo 225, inciso IV do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, pois é obrigada a informar, mensalmente, ao INSS, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações do interesse do Instituto, sendo que a apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada. É totalmente improcedente a alegação quanto à impropriedade do arbitramento e de que inexistiram pagamentos, eis que não houve arbitramento e o relatório fiscal de fls. 13 e 14, diz que os valores não declarados em GFIP constavam das folhas de pagamento elaboradas pela recorrente, as planilhas de fls. 19 a 26, trazem todos os segurados cujas remunerações não foram declaradas e nas folhas 27 e 28, consta a relação dos segurados informados nas GFIP’s, conforme Sistema GFIPWEB, o que permite a perfeita compreensão da autuação e a recorrente poderia facilmente ter confrontado os valores apontados como não declarados com as GFIP’s e folhas de pagamento. A multa referente ao descumprimento da obrigação acessória, que originou este auto de infração, está contida no artigo 32, § 5º da Lei n.º 8.212/91 e artigo 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99: Art.284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do art. 225 sujeitará o responsável às seguintes penalidades administrativas: I valor equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no caput do art. 283, em função do número de segurados, pela não apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, independentemente do recolhimento da contribuição, conforme quadro abaixo: 0 a 5 segurados ½ valor mínimo 6 a 15 segurados 1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados 2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados 5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados 10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados 20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados 35 x o valor mínimo Fl. 100DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Acima de 5000 segurados 50 x o valor mínimo II cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores, seja em relação às bases de cálculo, seja em relação às informações que alterem o valor das contribuições, ou do valor que seria devido se não houvesse isenção ou substituição, quando se tratar de infração cometida por pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social em gozo de isenção das contribuições previdenciárias ou por empresa cujas contribuições incidentes sobre os respectivos fatos geradores tenham sido substituídas por outras; e (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 9/06/2003) III cinco por cento do valor mínimo previsto no caput do art. 283, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. § 1º A multa de que trata o inciso I, a partir do mês seguinte àquele em que o documento deveria ter sido entregue, sofrerá acréscimo de cinco por cento por mês calendário ou fração. § 2º O valor mínimo a que se refere o inciso I será o vigente na data da lavratura do autodeinfração. Deverá ser considerado, por competência, o número total de segurados da empresa, para fins do limite máximo da multa, que será apurada por competência, somandose os valores da contribuição não declarada, e seu valor total será o somatório dos valores apurados em cada uma das competências. A aplicação de penalidade por descumprimento de obrigação acessória constante da Lei n.º 8.212/91, não foi enquinada de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, estando totalmente válida e devendo ser obedecida pela via administrativa, vez que está dentro dos pressupostos legais e constitucionais. São inócuas as assertivas da recorrente quanto aos juros, taxa Selic e correção monetária, posto que não são assuntos pertinentes a esta autuação que se refere à falta de informação em GFIP de todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, cuja multa foi aplicada de acordo com a legislação vigente, não contendo juros tampouco correção monetária.. Por derradeiro, há que se observar a retroatividade benigna prevista no art. 106, inciso II do CTN. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, que beneficiam o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212, já na redação da Lei n.º 11.941/2009, nestas palavras: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou Fl. 101DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 19515.002283/200818 Acórdão n.º 230201.654 S2C3T2 Fl. 4 7 omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Conforme previsto no art. 106, inciso II do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Assim, no caso presente, há cabimento do art. 106, inciso II, alínea “c” do Código Tributário Nacional. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial do recurso, devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do artigo 32A, inciso I, da Lei n.º 11.941/2009. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 102DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 20/03/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 18471.001891/2007-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto de Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Ano-calendário: 2003 ARBITRAMENTO - A não apresentação de livros contábeis/fiscais durante o procedimento de fiscalização justifica o arbitramento do lucro. OMISSÃO DE RECEITAS - DEPÓSITOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA - A presunção legal de omissão de receitas com base na falta de comprovação da origem dos valores depositados fica elidida se o contribuinte, cuja atividade é agenciamento de cargas, consegue demonstrar que os valores depositados correspondem a ressarcimento de despesas que pagou por conta e ordem dos clientes. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES Ano-calendário 2003 TRIBUTAÇÃO REFLEXA- PIS, CSLL, COFINS - Aplica-se ao lançamento reflexo o mesmo tratamento dispensado ao lançamento matriz, em razão da relação de causa e efeito que os vincula.
Numero da decisão: 1301-000.823
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, DAR provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo de apuração do lucro arbitrado, para fins de IRPJ e CSLL, os valores considerados como omissão de receitas, e cancelar as exigências de PIS e COFINS.
Matéria: IRPJ - AF- omissão receitas- presunção legal Dep. Bancarios
Nome do relator: VALMIR SANDRI
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Recorrida Fazenda Nacional Assunto: Imposto de Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2003 ARBITRAMENTO A não apresentação de livros contábeis/fiscais durante o procedimento de fiscalização justifica o arbitramento do lucro. OMISSÃO DE RECEITAS DEPÓSITOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA A presunção legal de omissão de receitas com base na falta de comprovação da origem dos valores depositados fica elidida se o contribuinte, cuja atividade é agenciamento de cargas, consegue demonstrar que os valores depositados correspondem a ressarcimento de despesas que pagou por conta e ordem dos clientes. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES Anocalendário 2003 TRIBUTAÇÃO REFLEXA PIS, CSLL, COFINS Aplicase ao lançamento reflexo o mesmo tratamento dispensado ao lançamento matriz, em razão da relação de causa e efeito que os vincula. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, DAR provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo de apuração do lucro arbitrado, para fins de IRPJ e CSLL, os valores considerados como omissão de receitas, e cancelar as exigências de PIS e COFINS. (documento assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente Fl. 1DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 18471.001891/200715 Acórdão n.º 1301000.823 S1C3T1 Fl. 2 2 (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Waldir Veiga Rocha, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 18471.001891/200715 Acórdão n.º 1301000.823 S1C3T1 Fl. 3 3 Relatório O litígio em exame estabeleceuse em torno de autos de infração lavrados contra M & P Cargo Ltda., para exigência de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) relativos a fatos geradores ocorridos no anocalendário de 2003. A pessoa jurídica teve seu lucro arbitrado com base no art. 530, inciso III, do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99 (Decreto nº 3.000/99), tendo em vista que, intimada a apresentar os livros e documentos de sua escrituração, deixou de fazêlo. Para fins de arbitramento, a fiscalização tomou a receita bruta informada na DIPJ, acrescida da omissão de receitas apurada a partir de depósitos em instituição financeira com recursos de origem não comprovada. Em impugnação tempestiva a interessada refutou a acusação de omissão de receitas. Informou que tem por atividade o agenciamento de serviços de carga e serviços de despacho aduaneiro e, nessa atividade, os clientes adiantam recursos para fazer face às despesas. Assim, independentemente das imperfeições da contabilidade, os recursos que ingressam em suas contas bancárias não são receitas omitidas, só sendo receitas as comissões recebidas. Anexou demonstrativos de despesas agrupadas por depósito para indicar que determinado depósito bancário corresponde à determinada prestação de contas. Apresentou, ainda, cartas endereçadas aos clientes solicitando informações acerca dos valores creditados em suas contas bancárias, sendo que alguns responderam e outros ignoraram a solicitação. Ponderou que as informações poderão ser obtidas pela Receita Federal em procedimento de diligência. Para os demais créditos, alega: (a) que a baixa de caderneta de poupança é pura transferência entre contas, que não pode compor o valor tributável; (b) que as transferências entre contas do mesmo titular devem ser desconsideradas; (c) que o histórico “redução de saldo devedor de CPMF” identifica e comprova a origem do crédito; (d) da mesma forma, os resgates de títulos de capitalização têm sua origem comprovada; (e) que a fiscalização cometeu erros de digitação na elaboração do quadro demonstrativo; (f) que os valores que constam como desbloqueio de cheque deve ser expurgado, para que não haja cômputo em duplicidade. Contestou a utilização de depósitos bancários para formalização da exigência, dizendo que depósito bancário não significa receita, e que a fiscalização não demonstrou a vinculação dos depósitos com receitas. Alegou, ainda, que o arbitramento foi medida arbitrária, pois a fiscalização não aguardou a reconstituição da escrita. Aduziu que não houve embaraço a fiscalização. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 18471.001891/200715 Acórdão n.º 1301000.823 S1C3T1 Fl. 4 4 Solicitou diligência junto aos clientes para que informem os valores creditados em suas contas correntes e a que título, e diligência para comprovação do lucro real reconstituído. Acrescentou que a improcedência da exigência do IRPJ comprova a improcedência, também dos lançamentos reflexos. A 3ª Turma de Julgamento da DRJ no Rio de Janeiro considerou procedente em parte os lançamentos, em decisão assim ementada: Assunto: Imposto de Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2003 JUNTADA POSTERIOR DE PROVA – DILIGÊNCIA A impugnação deve, necessariamente, mencionar os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões de prova que possuir. ARBITRAMENTO A não apresentação de livros contábeis/fiscais durante o procedimento de fiscalização justifica o arbitramento do lucro. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. A existência de depósitos de origem não comprovada autoriza a presunção de omissão de receitas. Os valores comprovados devem ser excluídos do lançamento. RECEITA OPERACIONAL. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS Como parâmetro para o arbitramento, é legítima a adoção da receita informada na DIPJ. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES Anocalendário 2003 TRIBUTAÇÃO REFLEXA PIS, CSLL, COFINS Aplicase ao lançamento reflexo o mesmo tratamento dispensado ao lançamento matriz, em razão da relação de causa e efeito que os vincula. Lançamento procedente em parte. A Turma considerou injustificável a diligência junto aos clientes do interessado, ao argumento de que a guarda dos documentos que comprovassem a origem dos depósitos competia à própria interessada. Quanto aos demonstrativos apresentados, vinculando despesas com prestação de contas, considerouos insuficientes, por não haver documentos que comprovem a realização das despesas neles relacionadas. Reconheceu a procedência da impugnação quanto aos equívocos apontados como baixa automática de poupança, transferência entre contas de mesma titularidade (em relação a um depósito), redução do saldo devedor de CPMF, resgate de título de capitalização e erros de digitação. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 18471.001891/200715 Acórdão n.º 1301000.823 S1C3T1 Fl. 5 5 Ciente da decisão em 21 de julho de 2008, a interessada ingressou com recurso em 18 de agosto seguinte. Reedita as razões da impugnação, e aduz o a seguir sintetizado. Quanto à sua atividade de agenciamento de serviços e cargas, insiste em que os valores que recebe de seus clientes ou são adiantamento para despesas, ou reembolso de despesas, alegando que os documentos de despesas não são emitidos em seu nome, mas dos clientes. Acrescenta que tais documentos seriam comprobatórios não dos ingressos, mas das saídas de recursos. Diz que o procedimento correto adotado e exigido por seus clientes é a apresentação de demonstrativo de despesas para cada despacho aduaneiro, realizado a título de prestação de contas, e acompanhado da documentação comprobatória hábil e idônea das despesas realizadas (recibos, notas fiscais, etc.). Diz que tais demonstrativos, bem com as cartas dos clientes, foram apresentados com a impugnação e desprezados pelo julgador a quo. Admite que compete a ela a guarda dos documentos que comprovem a origem dos depósitos, mas discorda da decisão recorrida quanto ao seu dever de guardar os documentos comprobatórios das despesas dos clientes. Indaga a razão pela qual os demonstrativos acostados à impugnação não foram aceitos e quais documentos de sua propriedade poderiam ser aceitos como comprobatórios. Para que não subsistam dúvidas, acosta documentos de despesas que conseguiu junto a dois clientes, que entende serem suficientes para provar a veracidade de suas alegações, informando que restringiuse a dois clientes dado o imenso volume que representam. Diz que reconhece as imperfeições de sua escrita contábil, mas assegura que era perfeitamente possível ao fisco constatar que os ingressos em suas contas não representavam omissão de receitas. Alega que por diversas vezes, nas reuniões que teve com o auditor, explicou o funcionamento da empresa, e pediu prazo para regularizar a escrita, mas foi surpreendido com o auto de infração antes que pudesse fazêlo. Alega não ter contabilizado as contascorrentes que mantinha com os clientes porque entedia, à época, que o importante era escriturar corretamente suas receitas e despesa. Quanto aos equívocos que alega terem sido cometidos pelo autuante, diz estar comprovando um depósito não aceito pelo julgador a quo, representativo de transferência entre contas de mesma titularidade, bem como valores indevidamente computados, representativos de desbloqueio de depósitos. Sobre o arbitramento, diz ter solicitado prazo para reconstituir a escrita, e que em seguida foi intimado a comprovar a origem dos depósitos. Alega que diante das duas árduas tarefas, se a autoridade fiscal tivesse tido um pouco de compreensão, teria apresentado a escrita, que foi toda reconstituída e trazida com a impugnação. Pondera não ter ocorrido embaraço a fiscalização, e menciona doutrina no sentido de que a lavratura prévia de auto de infração por embaraço à fiscalização é praticamente indispensável. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 18471.001891/200715 Acórdão n.º 1301000.823 S1C3T1 Fl. 6 6 Afirma que, ao indeferir a diligência, o julgador cerceou sua defesa, pois que não pretendeu, com isso, eximirse do ônus da prova, mas sim, corroborar os seus argumentos e respaldar a documentação apresentada. É o relatório. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 18471.001891/200715 Acórdão n.º 1301000.823 S1C3T1 Fl. 7 7 Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator O recurso é tempestivo e assente em lei. Dele conheço. Duas são as matérias objeto deste recurso: a omissão de receitas, presumida a partir de depósitos de origem não comprovada e o arbitramento do lucro. O arbitramento do lucro impôsse diante da situação configurada. Intimada em 29 de março de 2007 a apresentar seus livros contábeis e fiscais, a interessada informou, em 17 de abril, que os mesmos se extraviaram e pediu prazo de 60 dias para apresentálos. O auto de infração, com arbitramento do lucro, foi lavrado em 22 de novembro, portanto, tempo bem superior ao solicitado. Por outro lado, a apresentação da escrita reconstituída juntamente com a impugnação não tem nenhuma influência no arbitramento. A Súmula nº 59, de observância obrigatória pelos membros do CARF, nos termos do art. 72 do Regimento Interno, enuncia: Súmula CARF nº 59: A tributação do lucro na sistemática do lucro arbitrado não é invalidada pela apresentação, posterior ao lançamento, de livros e documentos imprescindíveis para a apuração do crédito tributário que, após regular intimação, deixaram de ser exibidos durante o procedimento fiscal. Dessa forma, correto o procedimento da fiscalização e da decisão recorrida que manteve o arbitramento do lucro da Recorrente. Passo a analisar a questão da omissão de receitas. De pronto, cabe afirmar que não procede o entendimento da interessada no sentido de que os depósitos, embora possam refletir exteriorização de riqueza, não caracterizam, por si só, receitas tributáveis, sendo necessário que o auditor prove, de modo categórico, a omissão de receitas. Tratandose de presunção legal, configurado o fato indício (créditos em instituição financeira para os quais o contribuinte, intimado, não tenha comprovado a origem dos recursos utilizados), a fiscalização está autorizada a presumir tratarse de omissão de receitas. Contudo, tratase de presunção relativa, que o contribuinte pode elidir com a apresentação das provas da origem dos recursos. Portanto, quanto a esse tema, cabe apenas analisar as provas trazidas aos autos pela Recorrente. Conforme se verifica dos documentos anexos aos autos, a Recorrente tem por objeto social o agenciamento de serviços e cargas, sendo consabido que tais empresas recebem de seus clientes, além da remuneração pelos serviços prestados, valores para fazer frente ou reembolsar despesas dos próprios clientes. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 18471.001891/200715 Acórdão n.º 1301000.823 S1C3T1 Fl. 8 8 Assim, é óbvio que essas empresas não estão desobrigadas de escriturar os valores recebidos a esse título, bem como de manter os comprovantes de prestação de contas, de maneira a permitir distinguir os valores que representam receitas dos demais. Todavia, estamos dentro do campo de presunção legal, em que todos os créditos em conta bancária da ora Recorrente foram considerados receita e, ao mesmo tempo, sabese, com certeza, em razão do objeto social da empresa, que a maior parte deles não o são. Para fazer prova a seu favor, a Recorrente instruiu o processo com cópia de correspondências encaminhadas aos seus clientes (25 no total), solicitando que informassem os valores creditados em sua contacorrente no anocalendário de 2003, sendo que apenas 5 (cinco) responderam. Além disso, num minucioso trabalho demonstrativo, trouxe, para cada crédito questionado pela fiscalização, o respectivo documento demonstrativo das despesas ressarcidas, que emite para cobrança dos clientes (Anexos II a XXV). Por sua vez, a decisão recorrida entendeu que os documentos apresentados não se prestam para comprovar a origem dos depósitos, pelo fato de não ter sido juntada prova da realização das despesas relacionadas nos demonstrativos constantes dos Anexos II a XXV. Ou seja, não considerou, a decisão, que essas despesas são dos clientes da Recorrente (importador/exportador), pagas pelo agente de cargas por conta e ordem desses, a quem os documentos são repassados não só para efeito de ressarcimento dos valores pagos e comprovação de que efetuou tais pagamentos, mas principalmente porque devem lastrear a escrituração dos referidos clientes. De se registrar que, muito embora apenas cinco clientes tenham atendido a solicitação da Recorrente para informar os valores das despesas que lhe foram ressarcidas e creditadas em sua conta corrente, os valores informados coincidem rigorosamente, em datas e valores, com os depósitos questionados e com os demonstrativos de despesas trazidos pelo contribuinte. Logo, se a contribuinte traz os demonstrativos individualizados das despesas ressarcidas que deram origem aos depósitos, se as declarações de clientes identificando os valores que depositaram em seu nome e que correspondem a ressarcimento de despesas ou adiantamento para esse fim coincidem em datas e valores com esses demonstrativos, não se materializa o fato indício que autorizaria a presunção de omissão de receitas, qual seja, a não identificação da origem dos recursos. Pelas razões acima expostas, entendo que não há como subsistir as exigências decorrentes das omissões de receitas apuradas pela fiscalização com base em depósitos bancários, razão porque, DOU provimento PARCIAL ao recurso voluntário, para excluir da base de cálculo da apuração do lucro arbitrado, para fins incidência do IRPJ e CSLL, os valores considerados como omissão de receitas, bem como as exigências relativas ao PIS e a COFINS, decorrentes da mesma omissao. Sala das Sessões, em 14 de março de 2012. (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 8DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI Processo nº 18471.001891/200715 Acórdão n.º 1301000.823 S1C3T1 Fl. 9 9 Fl. 9DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 24/07/2012 por AL BERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 27/03/2012 por VALMIR SANDRI
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Numero do processo: 12268.000431/2008-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu May 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2000
CONHECIMENTO DO RECURSO.
DECADÊNCIA QÜINQÜENAL DO DIREITO DO FISCO DE LANÇAR. SUPERADO O PRAZO DECADENCIAL NÃO CABE AO FISCO EXIGIR DOCUMENTOS DE PERÍODO POR ESSE ACOBERTADO.
De acordo com a Súmula Vinculante nº 08 do Supremo Tribunal Federal, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer as disposições da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, no que diz respeito a prescrição e decadência.
Não sendo mais possível constituir o crédito tributário, torna-se indevida a multa pela não exibição de livros fiscais relativos à época.
Numero da decisão: 2301-003.319
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. O Conselheiro Mauro José Silva acompanhou a votação por suas conclusões.
Marcelo Oliveira - Presidente.
Adriano Gonzales Silvério - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Damião Cordeiro de Moraes (vice-presidente), Bernadete de Oliveira Barros, Leonardo Henrique Pires Lopes, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério.
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2000 CONHECIMENTO DO RECURSO. DECADÊNCIA QÜINQÜENAL DO DIREITO DO FISCO DE LANÇAR. SUPERADO O PRAZO DECADENCIAL NÃO CABE AO FISCO EXIGIR DOCUMENTOS DE PERÍODO POR ESSE ACOBERTADO. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08 do Supremo Tribunal Federal, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer as disposições da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, no que diz respeito a prescrição e decadência. Não sendo mais possível constituir o crédito tributário, torna-se indevida a multa pela não exibição de livros fiscais relativos à época.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. O Conselheiro Mauro José Silva acompanhou a votação por suas conclusões. Marcelo Oliveira - Presidente. Adriano Gonzales Silvério - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Damião Cordeiro de Moraes (vice-presidente), Bernadete de Oliveira Barros, Leonardo Henrique Pires Lopes, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1877; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 71 1 70 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12268.000431/200880 Recurso nº 999.999 Voluntário Acórdão nº 2301003.319 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de fevereiro de 2013 Matéria Auto de Infração Não exibição de documentos fiscais Recorrente DELARA BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2000 a 31/12/2000 CONHECIMENTO DO RECURSO. DECADÊNCIA QÜINQÜENAL DO DIREITO DO FISCO DE LANÇAR. SUPERADO O PRAZO DECADENCIAL NÃO CABE AO FISCO EXIGIR DOCUMENTOS DE PERÍODO POR ESSE ACOBERTADO. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08 do Supremo Tribunal Federal, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer as disposições da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, no que diz respeito a prescrição e decadência. Não sendo mais possível constituir o crédito tributário, tornase indevida a multa pela não exibição de livros fiscais relativos à época. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. O Conselheiro Mauro José Silva acompanhou a votação por suas conclusões. Marcelo Oliveira Presidente. Adriano Gonzales Silvério Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 8. 00 04 31 /2 00 8- 80 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 29/04 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Damião Cordeiro de Moraes (vicepresidente), Bernadete de Oliveira Barros, Leonardo Henrique Pires Lopes, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério. Relatório Tratase de Auto de Infração nº 37.171.7221, cientificado ao contribuinte em 12/03/2008, o qual exige multa pela não exibição de documentos fiscais relativos aos exercícios de 01/2000 a 12/2000, relativos a: "No decorrer da ação fiscal realizada no contribuinte Delara Brasil Ltda, CNPJ: 81.167.587/000120, instaurada pelo Mandado de Procedimento Fiscal MPF n° 0910100.2008.00531, ciência do sujeito passivo em 12/03/2008, referido contribuinte foi devidamente intimado para apresentar documentos contábeis de interesse da fiscalização e relacionados com as contribuições previstas na Lei 8.212/91 conforme Termos de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD (de 07/04/2008 e 12/06/2008). Decorridos os prazos concedidos para cumprimento das obrigações, não foram apresentados os documentos que deram origem aos lançamentos nas contas contábeis 5.1.1.14.01.26.11000 a 5.1.1.14.01.26.608010 (grupo despesas extraordinárias) dos livros "Diário" números 153 a 188 (ano de 2000)." A ora recorrente, devidamente intimada, apresentou sua impugnação requerendo alegando a decadência do direito do Fisco constituir seus créditos tributários, uma vez que seria inviável a presente autuação pois qualquer obrigação tributária material relativa ao ano 2000, já teria sido atingida pela decadência em 2008 e que haveria, ainda, bis in idem no presente caso, haja visto que, conforme relata a Fiscalização, a contribuinte já teria sido autuada por motivo idêntico em 12/05/2005. A DRJ de Curitiba julgou improcedente a impugnação, mantendo, assim, o crédito lançado no auto de infração. A autuada apresentou recurso voluntário alegando a nulidade do Mandado de Procedimento Fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro Adriano Gonzales Silvério O recurso reúne as condições de admissibilidade e dele conheço. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 29/04 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 12268.000431/200880 Acórdão n.º 2301003.319 S2C3T1 Fl. 72 3 Decadência Por se tratar a decadência de matéria cujo reconhecimento prejudica o mérito da demanda administrativa, passo apreciar esse tema em sede de preliminar. A presente autuação exige multa, lançada em março de 2008, pela não apresentação de documentos fiscais, referentes às contas contábeis 5.1.1.14.01.26.11000 a 5.1.1.14.01.26.608010 (grupo despesas extraordinárias) dos livros "Diário" números 153 a 188 (ano de 2000), relativos ao período de 2000. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional. Nos termos do art. 103A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. O Supremo Tribunal Federal, entendendo que apenas lei complementar pode dispor sobre prescrição e decadência em matéria tributária, nos termos do artigo 146, III, ‘b’ da Constituição Federal, negou provimento por unanimidade aos Recursos Extraordinários nº 5596664, 559882, 559943 e 560626, em decisão plenária que declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46, da Lei nº 8212/91. Na oportunidade, foi editada a Súmula Vinculante nº 08 na respeito do tema, publicada em 20/06/2008, transcrita abaixo: Súmula vinculante 8 “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário” Cumpre ressaltar que o art. 62, da Portaria 256/2009, que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, veda o afastamento de aplicação ou inobservância de legislação sob fundamento de inconstitucionalidade. Porém, determina, no inciso I do § único, que o disposto no caput não se aplica a dispositivo que tenha sido declarado inconst6itucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal: “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou” Portanto, em razão da declaração de inconstitucionalidade dos arts 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 pelo STF, restaram extintos os créditos cujo lançamento tenha ocorrido após Fl. 74DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 29/04 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 4 o prazo decadencial e prescricional previsto nos artigos 173 e 150 do Código Tributário Nacional. Concluise que a vinculação à súmula alcança a administração pública e, por conseqüência, os julgadores no âmbito do contencioso administrativo fiscal. Ademais, nos termos do artigo 64B da Lei 9.784/99, com a redação dada pela Lei 11.417/06, as autoridades administrativas devem se adequar ao entendimento do STF, sob pena de responsabilidade pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. “Art. 64B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, darseá ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal” Como se sabe, a guarda, manutenção e exibição de livros fiscais fazem parte das obrigações que o Código Tributário Nacional denominam de “acessórias” (deveres instrumentais), isto é, são instituídas com o intuito de propiciar ao Poder Público o cumprimento da obrigação principal (art. 113 § 2º do CTN). No caso dos autos o que se verifica é a decadência do direito do Fisco de lançar a obrigação principal, ou seja, de exigir contribuições previdenciárias, uma vez que os fatos investigados datam do ano de 2000 a teor da Súmula Vinculante nº08 da Suprema Corte. Não sendo mais viável a constituição do crédito tributário relativo ao período supra, não há mais a necessidade de o contribuinte manter ou exibir os livros daquela época, sendo, portanto, incabível a multa aplicada. Nesse sentido vem sinalizando o Poder Judiciário, como se vê nos julgados abaixo: “TRIBUTÁRIO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. OMISSÃO. INEXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. DECADÊNCIA. ART. 45 DA LEI. 8.212/91. INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 32, § 11º DA LEI 8.212/91. HONORÁRIOS. 1 As obrigações acessórias (ou deveres instrumentais ou formais art. 113, § 2º, do CTN) foram instituídas no interesse da arrecadação ou fiscalização dos tributos, a qual visa a tornar possível a realização da principal, propiciando ao ente tributante a verificação do adequado cumprimento da obrigação tributária. 2 Não sendo mais possível a constituição do crédito previdenciário em virtude do decurso do prazo decadencial, é indevida a imposição de multa pela não exibição de livros fiscais relativos à época. 3 A teor da Súmula Vinculante nº 08, "são inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". 4 O prazo de dez anos previsto no §11 do art. 32 da Lei n° 8.212/91 deve acompanhar o prazo decadencial previsto no art. 45 da referida lei. 5 Honorários advocatícios mantidos em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, conforme dispõe o art. 20, § 4º, do CPC.” (APELREEX 200871080076923, ARTUR CÉSAR DE SOUZA, TRF4 SEGUNDA TURMA, 02/12/2009) “TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. MULTA. EXIBIÇÃO LIVROS DIÁRIOS. OMISSÃO. INEXIGIBILIDADE Fl. 75DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 29/04 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 12268.000431/200880 Acórdão n.º 2301003.319 S2C3T1 Fl. 73 5 DO CRÉDITO. DECADÊNCIA. ART. 45 DA LEI. 8.212/91. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICABILIDADE ART. 173, I, DO CTN. 1. A apresentação de livros fiscais por parte do contribuinte é modalidade de obrigação acessória (ou deveres instrumentais ou formais art. 113, § 2º, do CTN) instituída no interesse da arrecadação ou fiscalização dos tributos, a qual visa a tornar possível a realização da principal, propiciando ao ente tributante a verificação do adequado cumprimento da obrigação tributária. 2. Não sendo mais possível a constituição do crédito previdenciário em virtude do decurso do prazo decadencial, é indevida a imposição de multa pela não exibição de livros fiscais relativos à época. O contribuinte não está obrigado a manter e apresentar documentos relativamente a períodos acerca dos quais não há mais crédito tributário que possa ser constituído, seja por ter ocorrido o lançamento perfeito e acabado, seja por se ter verificado qualquer outra forma de extinção, tal como a decadência. O acessório segue a sorte do principal. 3. Em se tratando de valores relativos a período posterior à promulgação da Constituição Federal, o caráter tributário das contribuições previdenciárias é inquestionável, o que atrai a incidência das normas do CTN, especialmente o seu art. 173, I, em detrimento do art. 45 da Lei nº 8.212, cuja inconstitucionalidade já foi reconhecida por esta Corte na Argüição de Inconstitucionalidade no AI nº 2000.04.01.0922283/PR, ante a impossibilidade de ampliação, via ordinária, do prazo para dez anos. A decadência constitui matéria reservada à lei complementar, na forma do artigo 146, III, b, da Constituição Federal, status que a Lei nº 8.212 não ostenta.” (REO 200172050008625, VIVIAN JOSETE PANTALEÃO CAMINHA, TRF4 PRIMEIRA TURMA, 14/02/2007) Ante o exposto, VOTO no sentido de CONHECER o recurso voluntário e, no mérito, DARLHE PROVIMENTO, cancelandose, dessa forma, o crédito tributário plasmado no auto de infração impugnado. Adriano Gonzales Silvério Relator Fl. 76DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 29/04 /2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
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Numero do processo: 17546.001110/2007-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de Apuração: 01/1996 a 12/1998.
DECADÊNCIA. PRAZO PREVISTO NO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratando-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN.
Aplica-se o art. 150, §4º do CTN se verificado que o lançamento refere-se a descumprimento de obrigação tributária principal, houve pagamento parcial das contribuições previdenciárias no período fiscalizado e inexiste fraude,
dolo ou simulação.
Numero da decisão: 2301-002.942
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de Apuração: 01/1996 a 12/1998. DECADÊNCIA. PRAZO PREVISTO NO CTN. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Aplicase o art. 150, §4º do CTN se verificado que o lançamento referese a descumprimento de obrigação tributária principal, houve pagamento parcial das contribuições previdenciárias no período fiscalizado e inexiste fraude, dolo ou simulação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Marcelo Oliveira Presidente Leonardo Henrique Pires Lopes Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzáles Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes e Leonardo Henrique Pires Lopes. Fl. 200DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 2 2 Relatório Tratase de NFLD da qual o contribuinte foi notificado em 20/09/2006, referente ao período de 01/1996 a 12/1998, no valor total de R$ 407.556,07 (quatrocentos e sete mil quinhentos e cinquenta e seis reais e sete centavos), decorrente das contribuições previdenciárias devidas pela empresa destinadas ao financiamento do SAT (competências até 06/1997), dos benefícios concedidos em razão do grau de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e das contribuições destinadas a terceiros: SalárioEducação, INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE, incidentes sobre as remunerações pagas aos segurados que lhe prestaram serviços no referido período, incluindo o 13º salário, tudo conforme o Relatório Fiscal às fls. 52/53. Informa ainda, o aludido Relatório, que os documentos analisados para a elaboração do lançamento foram as folhas de pagamento relativas ao período acima identificado 01/1996 a 12/1998, e que os valores correspondentes ao saláriofamília e ao saláriomaternidade, pagos pela empresa aos seus empregados, assim como os por ela compensados em virtude da Ação Ordinária n° 2000.03.99.0646437, restaram deduzidos do débito apurado, de acordo com a legislação regente. A ora Recorrente apresentou impugnação tempestiva a Notificação às fls. 67/86, junto com seus atos constitutivos e procuração. A decisão recorrida julgou procedente o lançamento, cuja ementa assim dispôs: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/1998 PREVIDENCIÁRIO. REMUNERAÇÕES PAGAS PELA EMPRESA AOS TRABALHADORES QUE LHE PRESTAM SERVIÇOS. CONTRIBUIÇÕES. DECADÊNCIA. É de dez anos o prazo de que dispõe a seguridade social para constituir os seus créditos, contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que estes poderiam ter sido constituídos. Irresignada, interpôs a contribuinte o Recurso Voluntário sob exame, em que destacou novamente os argumentos apresentados na defesa: 1) Prescrição Judicial, tendo em vista que na ação de execução fiscal, o decurso do prazo superior a 5 (cinco) anos entre a constituição definitiva do crédito tributário (lançamento) e a citação do devedor implicam prescrição. 2) Compensação: alega que é credora do INSS, no valor de R$ 602.525,83 (seiscentos e dois mil quinhentos e vinte e cinco reais e oitenta e três centavos), dandose, Fl. 201DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 3 3 portanto, entre as partes o instituto da compensação, com fulcro no art. 368 do Código Civil. Assim, vieram os autos a este Conselho de Contribuintes por meio de Recurso Voluntário. Sem Contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Henrique Pires Lopes, Relator Dos Pressupostos de Admissibilidade Sendo o Recurso tempestivo, passo ao seu exame. Da Decadência Em que pese as alegações da ora Recorrente versarem sobre o instituto da prescrição nas suas razões recursais, trata a hipótese de decadência, matéria de ordem pública, o que permite a apreciação por esta Turma julgadora. No caso em apreço, o lançamento foi realizado enquanto vigorava os art. 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, segundo os quais os prazos decadencial e prescricional das contribuições previdenciárias seriam de 10 anos. Ocorre que, nas sessões plenárias dos dias 11 e 12.06.2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal–STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais aqueles dispositivos legais e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do Fl. 202DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 4 4 art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A da Constituição Federal O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Lei n° 11.417, de 19/12/2006 Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. (...). ...Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. Temos que a partir da publicação na imprensa oficial, que se deu em 20/06/2008, todos os órgãos judiciais e administrativos ficaram obrigados a acatar a Súmula Vinculante. Assim, afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, resta verificar qual regra de decadência prevista no Código Tributário Nacional CTN se aplica ao caso concreto, uma vez que existem duas regras, aparentemente conflitantes, dispondo sobre a decadência de créditos tributários, tomando a primeira como termo inicial o pagamento indevido (art. 150, §4º), e a segunda o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido realizado (art. 173, I). Cumpre transcrever os referidos dispositivos legais: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Fl. 203DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 5 5 (...). § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Harmonizando os referidos dispositivos legais, o Superior Tribunal de Justiça esclareceu a aplicação do art. 173 para os casos em que o tributo sujeitarse a lançamento por homologação: 1) Quando não tiver havido pagamento antecipado; 2) Quando tiver ocorrido dolo, fraude ou simulação; 3) Quando não tiver havido declaração prévia do débito. Cumpre transcrever o acórdão prolatado em sede de Recurso Especial representativo da controvérsia: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Fl. 204DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 6 6 Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009). No voto lavrado no referido REsp 973.733/SC, foi transcrito entendimento firmado em outros julgamento (REsp 766.050∕PR, Rel. Ministro Luiz Fux, DJ 25.02.2008), que limitam a aplicação do art. 150, §4º do CTN às hipóteses que tratam de tributo sujeito a lançamento por homologação, “quando ocorrer pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ou simulação, nem sido notificado pelo Fisco de quaisquer medidas preparatórias” . A comprovação da presença de tais circunstâncias seria imprescindível para o afastamento do art. 150, §4º do CTN e aplicação do seu art. 173, I, o que não se vislumbra em qualquer momento da autuação. Depreendese dos autos que a Recorrente efetuou o pagamento de algumas das contribuições devidas à Seguridade Social, conforme se infere do Relatório de Documentos Apresentados (fls. 25/27) e Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados (fls. 30/38), o que afasta, de início, um dos pressupostos para aplicação do art. 173 do CTN. Outrossim, não tendo sido comprovando que sua conduta tenha sido eivada de dolo, fraude ou simulação, restando configurado, portanto, o pressuposto fático ensejador da aplicação do prazo decadencial previsto no artigo 150, §4º do Código Tributário Nacional, fica definitivamente afastada a incidência do disposto no artigo 173, I do mesmo dispositivo legal. Fl. 205DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 7 7 De Qualquer modo, para afastar definitivamente qualquer alegação de validade do presente lançamento, ainda que se aplicasse o art. 173, I do CTN estaria o crédito tributário totalmente decaído. Desta feita, considerando que a consolidação do crédito previdenciário se deu em 20/09/2006 e que a autuação abrange fatos geradores ocorridos no período de 01/1996 a 12/1998, tenho como certo que essas competências foram atingidas pela decadência qüinqüenal. Da Conclusão Ante ao exposto, conheço do Recurso, para, no mérito, DARLHE TOTAL PROVIMENTO, em face da decadência de todo o período lançado. É como voto. Sala das Sessões, em 11 de julho de 2012 Leonardo Henrique Pires Lopes Fl. 206DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A
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Numero do processo: 19515.005149/2008-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2003 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece do recurso voluntário apresentado fora do prazo assinalado na legislação de regência. RECURSO DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO DA MULTA. NÃO APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO SOLICITADA PELA FISCALIZAÇÃO. RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO. Deve ser afastada a responsabilidade solidária no que toca ao agravamento da multa em decorrência de falta de atendimento à intimação, uma vez não intimada a responsável tributária no curso da ação fiscal. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. PROCESSO DE CISÃO. Respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, extintas ou cindidas, a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida. GANHO EM EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL. COMPROVAÇÃO. Uma vez não comprovada a natureza do rendimento contabilizado a titulo de ganho em equivalência patrimonial, deve ser mantida a glosa da exclusão desse rendimento, efetuada na determinação do lucro real.
Numero da decisão: 1301-000.824
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso de ofício; não conhecer do recurso voluntário do contribuinte; e negar provimento ao recurso voluntário do responsável solidário.
Matéria: IRPJ - AF - lucro real (exceto.omissão receitas pres.legal)
Nome do relator: EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR
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Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2003 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece do recurso voluntário apresentado fora do prazo assinalado na legislação de regência. RECURSO DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO DA MULTA. NÃO APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO SOLICITADA PELA FISCALIZAÇÃO. RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO. Deve ser afastada a responsabilidade solidária no que toca ao agravamento da multa em decorrência de falta de atendimento à intimação, uma vez não intimada a responsável tributária no curso da ação fiscal. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. PROCESSO DE CISÃO. Respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, extintas ou cindidas, a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida. GANHO EM EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL. COMPROVAÇÃO. Uma vez não comprovada a natureza do rendimento contabilizado a titulo de ganho em equivalência patrimonial, deve ser mantida a glosa da exclusão desse rendimento, efetuada na determinação do lucro real. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, negar provimento ao recurso de ofício; não conhecer do recurso voluntário do contribuinte; e negar provimento ao recurso voluntário do responsável solidário. Fl. 469DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 2 (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente (assinado digitalmente) Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr. Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Waldir Veiga Rocha, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. . Relatório Tratase de Recursos Voluntários interpostos pela contribuinte acima identificada (GAUTAMA) e pela empresa responsabilizada solidariamente (CONSTRUTORA LJA LTDA.), contra decisão proferida pela 3ª Turma da DRJ de São Paulo/SP. Há nos autos ainda, ante o afastamento da multa agravada em relação à recorrente LJA, Recurso de Ofício manuseado para inafastável apreciação por esse colegiado administrativo. Verificase pela análise do presente processo, que em desfavor da recorrente Gautama foram lavrados os autos de infração de Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL), consoante se vê às folhas 117 a 128, relativamente ao anocalendário 2003. Às folhas 114 a 116 está encartado o Termo de Verificação Fiscal, do qual se depreende que a empresa recorrente (Gautama) foi intimada a apresentar, entre outros elementos, os arquivos digitais contábeis e fiscais relativos aos anoscalendário 2002, 2003 e 2004, tendo alegado impossibilidade de fazêlo, porquanto o indigitado material encontravase em posse da Policia Federal, de acordo com cópia do Auto Circunstanciado de Busca e Apreensão, Inquérito Judicial n° 544/2006 — STJ, apresentando seus livros Diário e Razão do período. Relata a autoridade administrativa que após análise desses livros, referentes ao anocalendário de 2003, intimouse a recorrente Gautama, em 05/06/2008, a apresentar no prazo de dez dias, a documentação completa relativa a determinados lançamentos realizados em sua contabilidade. Em resposta, protocolada em 23/06/2008, a contribuinte alegou não estar em posse da documentação solicitada e comprometendose a providenciála, sendo certo que por meio do termo lavrado em 26/06/2008, intimouse a empresa a informar se dentre os documentos apreendidos e já restituídos pela Policia Federal haveria elementos já solicitados pela Fiscalização em intimações anteriores e, em caso positivo, apresentálos mediante protocolo. Fl. 470DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Processo nº 19515.005149/200879 Acórdão n.º 130100.824 S1C3T1 Fl. 2 3 Em nova resposta, protocolada em 07/07/2008, a contribuinte alegou estar conferindo o material recebido para posteriormente checálo com as intimações recebidas, e novo termo, datado de 18/07/2008, foi emitido para reiterar a intimação para apresentação da documentação completa relativa à intimação de 05/06/2008, concedendo um prazo adicional de cinco dias para o atendimento, alertandose o contribuinte de que o não atendimento no prazo previsto acarretaria o agravamento da multa consoante artigo 959 do RIR11999. Verificase ainda, que em 28/07/2008 a recorrente Gautama protocolou documento se comprometendo a fornecer os esclarecimentos solicitados no prazo de cinco dias, sendo certo que em 01/08/2008, solicitou a concessão de vinte dias para o fornecimento dos documentos solicitados. Assentou a Fiscalização, no entanto, que até a data da lavratura do Termo de Verificação Fiscal ora relatado, que se deu em 26 de agosto de 2008, nada foi apresentado em relação ao solicitado, razão pela qual efetuouse a glosa da exclusão do valor de R$ 24.531.672,00, registrada no LALUR — 2003 (Cisão), a título de resultado de Equivalência Patrimonial, ante a falta de comprovação de que tal resultado adveio de equivalência patrimonial (não tributável), destacandose que se considera indedutível o valor do prejuízo de R$ 24.587.672,00 apurado pelo contribuinte na suposta venda de seu investimento "New Tower Com. e Participações Investimentos" relativo a sua conta contábil 131.10.006 68, uma vez que a pessoa jurídica nada apresentou que pudesse justificar a necessidade da realização desse prejuízo. Lavrouse ainda, o Termo de Sujeição Passiva Solidária (fls. 131 e 132) contra a empresa CONSTRUTORA LJA LTDA., CNPJ n° 01.560.379/000157, que absorveu patrimônio da autuada, cindida parcialmente em 30/10/2003, conforme se esclareceu no Termo de Verificação Fiscal à fl. 116. A recorrente Gautama foi cientificada do lançamento em 05/09/2008 (fl. 130) e apresentou em Impugnação (fls. 135 – 148), acompanhada dos documentos de folhas 149 a 231, alegando em síntese, que em decorrência de operação deflagrada pela Policia Federal, milhares de documentos da empresa foram apreendidos, conforme Auto de Apreensão (fls. 188 199), sem relação que os identifique, havendo ainda documentos não devolvidos, de sorte que a não apresentação da documentação solicitada não decorreu de recusa e/ou resistência em atender à Fiscalização, visto que tal documentação não estava em seu poder porquanto fora retida pela Polícia Federal. Sustentou ainda que recorreu às partes envolvidas nas operações realizadas, com o propósito de obter cópia dos documentos comprobatórios da alienação do investimento e da apuração da receita não tributável relativa à equivalência patrimonial, defendendo que o enquadramento legal citado no auto de infração não indicaria a infração cometida, sendo que um deles, o artigo 3º da Lei n° 9.718/1998, sequer versaria sobre imposto de renda e o artigo 418 do RIR/99, ao contrário de indicar infração, autorizaria o procedimento da recorrente. Afirmou que o ganho ou perda na alienação de bens integrantes do ativo permanente dependerá do preço que o comprador se dispõe a pagar pelo investimento, frisando que nos artigos 425 a 428 do RIR/99 não constaria qualquer previsão de indedutibilidade da perda apurada na alienação de ativos, avaliados pelo método da equivalência patrimonial, contratada com terceiros (pessoa jurídica não ligada à autuada). Fl. 471DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 4 No mais, argumentou que a operação de venda ocorreu e encontrase suportada pelo contrato de compra e venda com a empresa Lavra Impex S/A, além de estar devidamente contabilizada e que a autoridade fiscal pretende desconsiderar um negócio jurídico efetuado pelas empresas com amparo nos artigos 104 e 166 da Lei n° 10.406/2002, afirmando que não constaria dos autos qualquer evidência de que não ocorreu a venda do investimento, bem como o enquadramento legal que autorize a glosa da perda na alienação de investimento. Em relação à glosa da exclusão no valor de R$ 24.531.672,00, a título de resultado de equivalência patrimonial, sustentou a recorrente que a autoridade fiscal não indicou, no enquadramento legal, qual a infração cometida, ou seja, qual a vedação constante da norma citada e o descumprimento por parte da autuada, destacando eu procedeu ao cálculo e ao registro do mencionado valor, em estrita observância ao preceituado nos artigos 387 a 389 do RIR/99, conforme memória de cálculo anexa às folhas 182 a 186. Por fim, requereu o cancelamento do auto de infração por considerar não atendido o previsto no artigo 142 do Código Tributário Nacional, combinado com o artigo 150, inciso I, da Constituição Federal e o artigo 97 do mesmo código, ante o entendimento de que o lançamento estaria destituído de base legal e, alternativamente, solicitou que o lançamento fosse julgado improcedente. A contribuinte considerada responsável solidária, CONSTRUTORA LJA LTDA., foi cientificada em 05/09/2008 (fl. 133), apresentando Impugnação (fls. 232 250) na qual alegou, em resumo, a legitimidade da pessoa indicada como responsável tributária para apresentar defesa, de acordo com os artigos 9º e 58 da Lei n° 9.784/1999 e sustentando que o Código Tributário Nacional não prevê a atribuição de responsabilidade tributária às pessoas jurídicas resultantes de cisão. Entendendo que o artigo 5° do Decretolei n° 1.598/1977 criou hipótese de responsabilidade tributária não prevista em lei complementar, motivo pelo qual seria inconstitucional. Acrescentou que o Protocolo de Cisão, firmado por ela, pela Gautama e pelos sócios destas, consigna expressamente a responsabilidade da pessoa jurídica cindida pelas obrigações tributárias anteriores à cisão, conforme autoriza o artigo 233 da Lei n° 6.404/1976. Referiu que não haveria previsão legal para a transferência de penalidades às empresas resultantes de incorporação, fusão, transformação ou cisão e, deste modo, a responsabilidade do sucessor, quando não afastada por convenção particular, ficaria limitada aos tributos devidos até a data do ato, considerando que se alguma multa fosse exigível dela, não seria a multa agravada, uma vez que a troca de informações entre a Gautama e a Receita Federal, ocorrida no segundo semestre de 2007, deuse sem qualquer participação da recorrente LJA, que havia se desvinculado da Gautama quatro anos antes. Requereu que a defesa elaborada pela Gautama lhe aproveitasse, como se tivesse por ela sido apresentada, uma vez que não haveria, quanto ao mérito da autuação, qualquer discussão jurídica, por tratarse, simplesmente, de comprovação documental de registros realizados na escrituração fiscal da Gautama. Observou que não dispõe de meios para ter acesso aos documentos solicitados pela Fiscalização. Às folhas 286 e 287, consta petição apresentada pela autuada Gautama, com o intuito de "acostar aos autos a cópia da Ata de Assembleia Geral da New Tower Comércio e Participações S/A, realizada em 14 de maio de 2003, que registra a subscrição e integralização de capital por parte da Construtora Gautama Ltda." (fls. 321 a 323), que, segundo a interessada, não estava disponível por ocasião da apresentação da Impugnação, Fl. 472DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Processo nº 19515.005149/200879 Acórdão n.º 130100.824 S1C3T1 Fl. 3 5 assinalando que tal documento comprovaria a participação da recorrente naquela empresa e a necessidade de registrar a equivalência patrimonial relativa à sua controlada. A 3ª Turma da DRJ de São Paulo/SP, nos termos do acórdão e voto de folhas 325 a 337, julgou o lançamento parcialmente procedente, assentando para tanto, no que toca à Impugnação da Gautama, que a autuação foi motivada pela falta de comprovação de que o valor excluído na determinação do lucro real, a título de resultado da equivalência patrimonial, adveio realmente de equivalência patrimonial, e ainda pela falta de apresentação de prova da efetividade do prejuízo apurado na suposta venda de seu investimento "New Tower Comércio e Participações", frisando neste sentido, que o auto de infração estaria bem fundamento e indicaria com precisão os dispositivos legais tidos por infringidos. Destacouse, quanto ao mérito, que o direito à exclusão de receita contabilizada como resultado da equivalência patrimonial ou quanto à dedutibilidade de perda na alienação de investimento somente terá lugar se ao exame das provas trazidas aos autos ficasse demonstrada a realidade desses fatos econômicos. Assim sendo, assentou a decisão recorrida que a contribuinte trouxe aos autos, juntamente com a Impugnação, cópias dos Livros Razão e Diário, cópia de Contrato de Compra e Venda de Participação Societária, demonstrativo denominado Cálculo da Equivalência Patrimonial, documento que retrataria o balanço da empresa New Tower em 31/08/2003 e cópia do Auto Circunstanciado de Busca e Apreensão, lavrado pela Polícia Federal em 17 de maio de 2007 (Anexos I a V, fls. 150 a 199) e, posteriormente, apresentou cópia da ata da assembleia geral da New Tower, realizada em 14 de maio de 2003 (fls. 321 a 323), na qual deliberouse o aumento de capital mediante conferência de participações societárias detidas pelos sócios. Feita essa recapitulação dos documentos juntados aos autos, afirmou a decisão recorrida que a empresa New Tower seria constituída sob a forma de sociedade por ações, de acordo com a ata da assembleia geral acima mencionada, motivo pelo qual deve ter seus atos societários e suas demonstrações financeiras, publicados e arquivados no Registro do Comércio, na forma prevista na Lei n° 6.404/1976 e, deste modo, o documento de folhas 185 e 186 não se prestaria a comprovar que aquela companhia levantou balanço em 31/08/2003, tampouco a cópia do Contrato de Compra e Venda de Participação Societária de folhas 165 a 181 seria prova da efetividade da transação que menciona. Ressaltouse que o referido contrato, além de não identificar o representante da empresa estrangeira que figura como compradora, não foi transcrito no registro público de títulos e documentos, providência necessária para que seus efeitos se operem em relação a terceiros, nos termos do artigo 221 do Código Civil e, além disso, o citado instrumento prevê, em seu "Artigo VIII" (fl. 176), a possibilidade de rescisão e abandono das transações nele contempladas, com a consequente nulidade do contrato. Portanto, entendeuse que a efetivação do negócio deveria ser provada pela ata da assembleia geral da New Tower que teria deliberado sobre a transferência da titularidade das ações à aludida empresa estrangeira. Todavia, somente foi apresentada a ata da assembleia geral que registra a participação da autuada naquela sociedade, concluindose que não estaria comprovada a natureza do rendimento no valor de R$ 24.532.672,00, contabilizado sob o histórico "Ref. Equiv New Tower", reputandose correta a glosa da exclusão do valor de R$ 24.531.672,00, registrada no LALUR. Fl. 473DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 6 Diante disso, considerada não evidenciada a efetividade da alienação do investimento na New Tower, não haveria de se admitir a dedução da perda contabilizada a esse título. Quanto ao agravamento da multa, assentou a decisão recorrida que a recorrente argumenta que a não apresentação da documentação solicitada não decorreu de recusa ou resistência em atender a Fiscalização, mas do fato de tal documentação ter sido retida pela Polícia Federal, porém, a Fiscalização noticiou que, em termo lavrado em 26/06/2008, a recorrente foi intimada a informar se, dentre os elementos já restituídos pela Polícia Federal, haveria elementos solicitados em intimações anteriores e seguiuse resposta evasiva da empresa, de que estaria conferindo o material recebido. Salientouse que em 18/07/2008, foi reiterada a intimação para apresentação dos documentos no prazo de cinco dias. Em 28/07/2008 e 01/08/2008, a contribuinte solicitou prorrogações de prazo por cinco e vinte dias, respectivamente e em 26/08/2008, procedeuse à lavratura do auto de infração, por falta de apresentação dos elementos de suporte dos lançamentos contábeis mencionados no Termo de Verificação Fiscal (fls. 114 a 116), decidindose que caso houvesse efetivado a transação que teria motivado os registros contábeis em questão, os atos correspondentes estariam arquivados no Registro do Comércio, considerandose evidenciada a falta de interesse do contribuinte em apresentar os esclarecimentos e/ou os elementos solicitados, justificandose a aplicação da multa agravada, prevista no artigo 44, inciso I e § 2°, da Lei n° 9.430/1996, com a redação dada pela Lei n° 11.488/2007. No que toca à Impugnação da empresa indicada como responsável solidária, Construtora LJA Ltda., a decisão recorrida entendeu que o Código Tributário Nacional autoriza a fixação de responsabilidade solidária por meio de lei, a teor do artigo 124, anotando que a sujeição passiva solidária, em caso de cisão, decorre de expressa previsão legal, conforme estabelece o § 1° do artigo 5° do Decretolei n° 1.598/1977, mas seria de rigor afastar o agravamento da multa em relação à contribuinte solidarizada. Em vista da parcial procedência e a consequente exoneração da multa agrava em relação à recorrente LJA, recorreuse de ofício ao então Primeiro Conselho de Contribuintes, de acordo com o artigo 34, inciso I, do Decreto n° 70.235/1972, com a redação dada pela Lei n° 9.532/1997, e a Portaria MF n° 3/2008, vigente à época. Ambas as contribuintes foram devidamente cientificadas, o Aviso de Recebimento referente à Construtora Gautama está encartado à folha 355, sendo certo que a recorrente LJA também foi regularmente cientificada, consoante Aviso de Recebimento de folha 356. A recorrente LJA apresentou Recurso Voluntário às folhas 357 a 383, sustentando de início a tempestividade do recurso, rememorando os fatos sucedidos e já relatados insistindo na sua ilegitimidade para figurar no polo passivo da mencionada exigência e reiterando seus argumentos quanto à impossibilidade de exigência da multa agravada. Por seu turno, a recorrente Gautama apresentou Recurso Voluntário às folhas 388 a 411, alegando em síntese a nulidade do auto de infração porquanto não se teria mencionado, com exatidão e precisão, os dispositivos legais infringidos, alegando, quanto ao mérito, que estaria mais do que provado o prejuízo em seu investimento, sendo seu direito utilizálo como dedução do IRPJ e CSSL. Fl. 474DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Processo nº 19515.005149/200879 Acórdão n.º 130100.824 S1C3T1 Fl. 4 7 Teceu substanciosas considerações no tocante à equivalência patrimonial, afirmando que no caso concreto seria improcedente a glosa vez que os valores excluídos são resultados de Equivalência Patrimonial, não devendo compor a apuração do lucro real. Por fim, reputou abusiva a multa aplicada requerendo a reforma da decisão recorrida e, por consequência, a improcedência da autuação. A autoridade administrativa, em cotejo preparatório do feito em análise, consoante Certidão de folha 457, atestou que o Recurso Voluntário da empresa LJA foi apresentado dentro do prazo legal e que a peça recursal da Gautama fora apresentada intempestivamente, mencionando a necessidade de apreciação do Recurso de Ofício. É o relatório. Fl. 475DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 8 Voto Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr., Relator. Como bem destacado no relatório acima elaborado, ambas as recorrentes foram cientificadas em 17 de abril de 2009, situação que se comprova pelos Avisos de Recebimento de folhas 355 e 356, a recorrente LJA, por seu turno, protocolou o Recurso Voluntário em 15 de maio de 2009, consoante se depreende da primeira página do seu recurso (fl. 357), sendo tempestiva sua irresignação. Já a recorrente Gautama, conquanto tenha sido cientificada também em 17 de abril de 2009 (fl. 355), protocolou seu Recurso Voluntário somente em 25 de maio daquele mesmo ano, conforme destacado no topo da primeira página do seu recurso, situação que evidencia a intempestividade do seu inconformismo. Salientese ainda, que nem mesmo se a contagem do prazo final se der na data da postagem do Recurso Voluntário (vide fls. 464 – 465) se verificaria a tempestividade do Recurso manuseado pela Gautama. Diante dessas constatações, como bem assentado pelo Despacho de Encaminhamento de folha 457, conheço do Recurso de Ofício e do Recurso Voluntário apresentado pela contribuinte solidarizada (LJA), inadmitindo, por intempestivo que é, o Recurso apresentado pela empresa Gautama. Com estas considerações, analiso primeiramente o Recurso de Ofício apresentado em face do afastamento parcial da responsabilidade solidária da empresa Construtora LJA Ltda., CNPJ no 01.560.379/000157, no que toca, especificamente, ao agravamento da multa aplicada pelo não atendimento à Fiscalização, por parte da empresa Gautama. Sobre tais circunstâncias, falo da exoneração parcial da multa, a decisão recorrida assim se manifestou (fl. 336). (...) No que tange ao agravamento da multa, o artigo 44, § 2°, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, com a redação dada pela Lei n° 11.488/2007, prevê que o percentual referido no inciso I do caput do mesmo artigo será aumentado de metade, em caso de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimentos. Entretanto, não consta dos autos que a Construtora LJA Ltda., indicada com responsável solidária, tenha sido intimada no curso da ação fiscal. Não evidenciado haver permanecido algum vínculo entre a pessoa jurídica cindida e a empresa que absorveu parcela de seu patrimônio, a esta última não se aplica o agravamento da penalidade, previsto no dispositivo citado, podendo ser exigido da responsável tributária somente o percentual estabelecido no inciso I do caput do citado artigo 44. (...) Como se pode observar a decisão que exonerou a multa agravada em relação à empresa responsabilizada, o fez sobre uma premissa bem estabelecida, eis que não verificou qualquer intimação do Fisco para que a recorrente LJA apresentasse qualquer documentação, de sorte que se não lhe foi exigida participação na elucidação dos fatos, não seria legítimo Fl. 476DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Processo nº 19515.005149/200879 Acórdão n.º 130100.824 S1C3T1 Fl. 5 9 penalizála pelo não atendimento, situação que por si só, autoriza a exclusão da multa agravada. Ausente na espécie, qualquer comprovação que a LJA foi intimada a apresentar algum documento e não o fez, nego provimento ao Recurso de Ofício, mantendo intacta a decisão que afastou a penalidade agravada em relação à recorrente Construtora LJA Ltda., CNPJ no 01.560.379/000157. Quanto ao mérito do Recurso Voluntário apresentado pela contribuinte LJA, este cingese em duas vertentes, a primeira relacionada à sua responsabilização e segunda quanto à materialidade da própria autuação, refutada pela contribuinte e analisada em homenagem ao princípio da ampla defesa e do irrestrito contraditório. Analisando os argumentos sustentados pela aludida recorrente, consistentes na alegação de impossibilidade de exigirse dela contribuinte, surgida após processo de cisão da primeira autuada, qualquer crédito tributário relacionado à empresa Gautama, vale registrar que a recorrente argumentou que o artigo 124, inciso I, do CTN, trata da responsabilidade das pessoas que têm interesse na situação que constitua fato gerador da obrigação principal e não faria qualquer referência às cisões e nem mesmo o artigo 132 do CTN, que trata da responsabilidade tributária das pessoas jurídicas resultantes de fusão, transformação ou incorporação, menciona as cisões. A questão que se põe, portanto, no que toca à solidarização da recorrente LJA, é saber se a empresa responsabilizada, surgida por processo de cisão da autuada, pode responder por crédito tributário cuja sujeição passiva não detém. Como já adiantou a decisão recorrida, a sujeição passiva solidária em caso de cisão, decorre de expressa previsão legal, estabelecida no § 1° do artigo 5° do Decretolei n° 1.598/1977: Art. 5º. Respondem pelos tributos das pessoas jurídicas transformadas, extintas ou cindidas: (...) III a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio de sociedade cindida; (...) § 1º Respondem solidariamente pelos tributos da pessoa jurídica: (...) b) a sociedade cindida e a sociedade que absorver parcela do seu patrimônio, no caso de cisão parcial; (...). Não há, portanto, fundamento legal que suporte a insurgência da recorrente, e ainda que se pretendesse imputar a solidarização nos moldes do artigo 124 do Código Tributário Nacional, a fortiori se constataria hipótese concreta de responsabilização da ora recorrente, porquanto se analisada a questão para além da previsão do Decretolei acima referido, vai se concluir que tratandose de solidariedade no contexto da obrigação tributária, nos termos do artigo 121 do CTN, é contribuinte a pessoa que tenha relação direta e pessoal com o fato gerador do tributo e que o artigo 124 do CTN, dispõe em seu inciso I, que são Fl. 477DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 10 solidariamente responsáveis as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador. Comungando ambas as regras, podese dizer que a figura da solidariedade não se afasta daquela contida no Código Civil, Livro I, Título I, Capítulo VI, “Das Obrigações Solidárias”, ou seja, há solidariedade quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com um direito, ou obrigado, à dívida toda. Sendo assim, caso se tenha pluralidade de pessoas com interesse na situação que constitua o fato gerador (regra do 124, I) e todas tenham mantido relação direta e pessoal com tal situação (regra do 121), apresentase possibilidade de solidarização, tal como se dá no caso concreto. Feitas essas ponderações, mantenho a decisão no que concerne à responsabilização da recorrente LJA, quer pela regra específica do Decretolei n° 1.598/1977, quer pela caracterização da regra geral contida no CTN. Por fim, malgrado seja intempestivo o recurso da autuada Gautama, convém apreciar o mérito das imputações em resguardo à ampla defesa da recorrente solidarizada, cumprindo rememorar nessa ordem de intenções, que o auto de infração encartado às folhas 117 a 128 divide as imputações em duas e Termo de Verificação de Fiscal de folhas 114 a 116 nos dá com precisão os motivos pelos quais concluiuse pela ocorrência das infrações, relatando que após diversas intimações para apresentação da documentação relativa às escriturações do anocalendário 2003, e a negativa da contribuinte seriam tomadas seguintes medidas, confirase: (...) • Será glosada a exclusão do valor de R$ 24.531.672,00 efetuada pelo contribuinte em seu Lalur — 2003 (Cisão), a título de resultado de Equivalência Patrimonial, uma vez que o mesmo, embora intimado à exaustão, não comprova que esse resultado adveio de equivalência patrimonial (não tributável); • Será considerado indedutível o valor do prejuízo de R$ 24.587.672,00 apurado pelo contribuinte na "suposta" venda de seu investimento "New Tower Com. e Participações Investimentos" relativo a sua conta contábil 131.10.006 68, uma vez que a pessoa jurídica nada apresentou que pudesse justificar a necessidade da realização desse prejuízo. Como nada nos foi apresentado só possuímos os lançamentos contábeis e os históricos relativos a essa operação, que são os seguintes: (...) Bem observou a decisão recorrida que o direito à exclusão de receita contabilizada como resultado da equivalência patrimonial ou quanto à dedutibilidade de perda na alienação de investimento, situações glosadas pela Fiscalização, somente terá lugar se, ao exame das provas trazidas aos autos, ficar demonstrada a realidade desses fatos econômicos. O mérito da autuação, portanto, passa pelo enfrentamento das provas produzidas nos autos pelas contribuintes, cumprindo aferir se o que foi trazido a título de comprovação suporta a exclusão efetuada a título de resultado de equivalência patrimonial, demonstrando que o resultado de fato adveio de equivalência patrimonial e se restou Fl. 478DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Processo nº 19515.005149/200879 Acórdão n.º 130100.824 S1C3T1 Fl. 6 11 comprovado o efetivo prejuízo na alienação do investimento para os fins de autorizar a dedução ou reafirmar a glosa. Vêse do presente processo administrativo que a recorrente LJA procurou refutar os fundamentos que motivaram a decisão recorrida a concluir que as provas apresentadas não seriam suficientes a autorizar as deduções implementadas, afirmando que a DRJ teria se prestigiado o formalismo ao afirmar que o contrato de folhas 165 a 181 não foi transcrito no registro público e demais formalidades. Ao meu sentir, ao contrário do que afirma a recorrente, a decisão sob exame não prestigiou qualquer tipo de formalismo ou fez exigências absurdas, o que se teve como premissa na decisão objetada é que a escrituração da contribuinte somente faz prova em seu favor se amparada por documentação hábil e idônea que suporte as operações ali transcritas, concluindo que aquilo que fora apresentado, em somatória, quer pela falta de registro, quer pelas demais imperfeições, não seriam documentos hábeis a amparar a dedução daquelas despesas. Tornando a analisar a documentação que foi encartada, não vejo como censurar a decisão recorrida. Com efeito, foram trazidas aos autos cópias do Razão e Diário, cópia de Contrato de Compra e Venda de Participação Societária e demonstrativo denominado Cálculo da Equivalência Patrimonial, pelo qual se pretende estampar o balanço da empresa New Tower em 31/08/2003 e cópia do Auto Circunstanciado de Busca e Apreensão, lavrado pela Polícia Federal em 17 de maio de 2007 (Anexos I a V, fls. 150 a 199), bem como ata da assembleia geral da New Tower, realizada em 14 de maio de 2003 (fls. 321 a 323), na qual se deliberou sobre o aumento de capital mediante conferência de participações societárias detidas pelos sócios. Não há nos autos, além do parco contrato de compra e venda e demais documentos acima referidos, nada que indique a efetivação do negócio, de sorte que remanesce não comprovada a natureza do rendimento no valor de R$ 24.532.672,00, contabilizado sob o histórico "Ref. Equiv New Tower", reputandose correta a decisão que mantém a glosa da exclusão do valor de R$ 24.531.672,00, registrada no LALUR e que considerou não evidenciada a efetividade da alienação do investimento na New Tower. Com essas considerações, encaminho meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso de Ofício e ao Recurso Voluntário. Sala das Sessões, em 14 de março de 2012 (assinado digitalmente) Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr. Fl. 479DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 12 Fl. 480DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES , Assinado digitalmente e m 03/05/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES
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