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Numero do processo: 13706.000415/2007-62
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF
Ano-calendário: 2001
IRRF. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. Aplica-se ao pedido
de restituição do IRRF retido a título de antecipação do devido na declaração de ajuste anual o prazo decadencial previsto no artigo 168 do Código Tributário Nacional, contado a partir da data da ocorrência do fato gerador, que, no caso, concretiza-se no dia 31 de dezembro de cada ano-calendário.
Numero da decisão: 2101-001.885
Decisão: Acordam os membros do colegiado,por unanimidade de votos, em NEGAR
provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA
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PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. Aplicase ao pedido de restituição do IRRF retido a título de antecipação do devido na declaração de ajuste anual o prazo decadencial previsto no artigo 168 do Código Tributário Nacional, contado a partir da data da ocorrência do fato gerador, que, no caso, concretizase no dia 31 de dezembro de cada anocalendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado,por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Gilvanci Antôno de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy, Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage. Fl. 44DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão proferida pela 2ª. Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ) no Rio de Janeiro II RJ, fls. 31/33, que não reconheceu o direito creditório relativo à restituição de IRRF, anocalendário 2001, em virtude de a contribuinte ser portadora de doença grave. O pleito, protocolado em 07/02/2002, fl.2, foi inicialmente apreciado pela DRF/Derat – Rio de Janeiro, fls.16, que considerou atingido pela decadência, por força do disposto no Inciso I, do artigo 168 da Lei nº 5.172/66 – CTN. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, que foi indeferida pela DRJ, conforme Acórdão de fls. 31/33, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Anocalendário: 2001 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. O direito de pleitear a restituição de imposto de renda retido indevidamente na fonte extinguese após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. A ciência do Acórdão ocorreu em 19/08/2010, AR de fl. 37. Em 30/08/2010 a interessada protocolou recurso voluntário (fls. 38), identificando o assunto como Pedido de Restituição Ano 2002, onde informa que houve equívoco quanto ao ano de 2001, sendo sabedora de que não teria direito quanto a esse último. Ao final requer seja efetuada à restituição relativa ao ano de 2002. É o relatório. Voto Conselheiro Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. De início, em sede de preliminar, fazse necessária a análise do decurso de prazo para interposição do pedido. In casu, o pedido foi interposto em 07/02/2007, fl. 02, cujo motivo recebeu a seguinte informação: “Isenção do Imposto de Renda por motivo de doença grave (amparada por Lei) Referente ao exercício 2001 – anocalendário 2001.” Fl. 45DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13706.000415/200762 Acórdão n.º 2101001.885 S2C1T1 Fl. 2 3 No caso do IRRF, por se tratar de tributo cujo fato gerador é complexivo, mister considerarse como termo a quo do prazo de 05 (cinco) anos previsto no art. 168, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), data que efetivamente concretizado o fato gerador, qual seja, o dia 31 de dezembro do respectivo anocalendário. Compulsandose os autos, verificase que, de fato, na impugnação (fls.28), e também nesta fase recursal, não se fez juntar qualquer documento em contraposição à informação de que o pedido foi apresentado com equívoco. Não há sequer declaração retificadora alusiva ao anocalendário 2002. O que se tem de concreto é o pedido de restituição concernente ao anocalendário 2001. Em face do exposto, entendo que a decisão recorrida não merece reparo, a cujos fundamentos me reporto e adoto como razões de decidir. Dessa forma, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso voluntário. Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa Relator Fl. 46DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 10980.010431/2005-64
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO.
É intempestivo o Recurso Voluntário interposto após o transcurso do prazo legal de trinta dias contados da data da ciência da decisão recorrida, excluindo-se o dia do início (data da ciência) e incluindo-se o do vencimento do prazo.
Não interposto Recurso Voluntário no prazo legal, tal como ocorreu na hipótese, torna-se definitiva a decisão de primeira instância.
Numero da decisão: 2101-001.945
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestividade.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. É intempestivo o Recurso Voluntário interposto após o transcurso do prazo legal de trinta dias contados da data da ciência da decisão recorrida, excluindo-se o dia do início (data da ciência) e incluindo-se o do vencimento do prazo. Não interposto Recurso Voluntário no prazo legal, tal como ocorreu na hipótese, torna-se definitiva a decisão de primeira instância.
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RECURSO INTEMPESTIVO. É intempestivo o Recurso Voluntário interposto após o transcurso do prazo legal de trinta dias contados da data da ciência da decisão recorrida, excluindose o dia do início (data da ciência) e incluindose o do vencimento do prazo. Não interposto Recurso Voluntário no prazo legal, tal como ocorreu na hipótese, tornase definitiva a decisão de primeira instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestividade. (assinado digitalmente) __________________________________________________ JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS – Presidente Substituto (assinado digitalmente) ________________________________________________ CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos (Presidente Substituto), Gonçalo Bonet Allage, José Evando Carvalho Araujo, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 01 04 31 /2 00 5- 64 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Celia Maria de Souza Murphy (Relatora). Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração contra a contribuinte em epígrafe, no qual apurouse: (i) omissão de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício, recebido da Prefeitura Municipal de Curitiba; (ii) dedução indevida de despesas médicas; e (iii) dedução indevida a título de doação a entidades filantrópicas. Em 22.9.2005, foi apresentada impugnação parcial, na qual a interessada alegou que as despesas médicas são dedutíveis, as doações foram feitas a instituições devidamente cadastradas na Secretaria da Receita Federal e não atendeu à intimação da Fiscalização em razão do falecimento de seu esposo. A 5.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) julgou o lançamento procedente, por meio do Acórdão n.º 0618.662, de 18 de julho de 2008, que contou com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. A legislação tributária prevê que a prova das despesas médicas dedutíveis na Declaração de Ajuste Anual seja feita por meio de documentos originais que demonstram a efetiva prestação dos serviços. DEDUÇÕES DO IMPOSTO Só podem ser deduzidas do valor do imposto apurado, as contribuições feitas aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais ou Nacional dos Direitos da Criança e dos Adolescentes; as contribuições feitas em favor de projetos culturais aprovados pelo PRONAC e as contribuições feitas a título de incentivo às atividades audiovisuais. Lançamento Procedente. Ciente da decisão em 19 de agosto de 2008, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 25 de setembro do mesmo ano. É o Relatório. Voto Conselheira Celia Maria de Souza Murphy Fl. 92DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10980.010431/200564 Acórdão n.º 2101001.945 S2C1T1 Fl. 81 3 O Acórdão n.º 0618.662, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) no presente processo foi entregue no domicílio da interessada no dia 19 de agosto de 2008, conforme comprova o carimbo de entrega dos Correios no Aviso de Recebimento – AR às fls. 39. Examinando os autos, verifiquei que o Recurso Voluntário foi protocolizado na Delegacia da Receita Federal do Brasil em Curitiba (PR) no dia 25 de setembro de 2008, conforme atesta funcionária daquela unidade, em carimbo aposto no referido documento, às fls. 42. Em sua peça recursal, a interessada suscita uma preliminar de tempestividade, argumentando que é funcionaria pública da Universidade Federal do Paraná, na função de Professora de Ensino Superior e, em razão desta função, realiza constantes viagens a Brasília (DF), em atividades decorrentes do cargo. Acredita que, por esta razão, a intimação do Acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, proferido no presente processo, não lhe foi entregue pessoalmente, mas a uma terceira pessoa, que realizava a limpeza da portaria do edifício onde reside. Explica que, por esse motivo, referida correspondência acabou se misturando a outras daquele Condomínio, e somente lhe foi entregue no dia 1 de setembro de 2008, quando retornou de uma viagem a Brasília (DF). Sendo assim, considerando que o Aviso de Recebimento foi juntado a este processo somente no dia 25 de agosto de 2008, e que a Intimação não lhe foi feita pessoalmente, conclui que a interposição do recurso voluntário é plenamente tempestiva. Primeiramente, cumpre esclarecer que os meios pelos quais pode ser feita a intimação ao sujeito passivo, no processo administrativo fiscal, está disciplinada no Decreto n.º 70.235, de 1972. Vejamos: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) [...] § 2° Considerase feita a intimação: [...] Fl. 93DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) [...] § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) Da leitura dos dispositivos acima transcritos, depreendese que a lei admite diversos meios pelos quais o sujeito passivo possa ser cientificado da intimação feita no âmbito do processo administrativo fiscal. Dentre eles, a intimação pessoal e a intimação por via postal. Primeiramente, a intimação pessoal, além de não ser o único meio legal para que ocorra intimação válida, não é requisito para a intimação por via postal. Nos termos do § 3.º do artigo 23 do Decreto n.º 70.235, de 1972, os meios pelos quais a Administração pode intimar o sujeito passivo não estão sujeitos a ordem de preferência. No caso de intimação por via postal, ocorre a ciência do sujeito passivo na data em que a correspondência que a veicula tenha sido comprovadamente entregue no seu domicílio tributário. Desse modo, uma vez recepcionada no domicílio do sujeito passivo, reputase este ciente da intimação, na data do recebimento da correspondência, mesmo que o respectivo Aviso de Recepção dos Correios tenha sido assinado por terceira pessoa. Este entendimento, que tem por fundamento legal o Decreto n.º 70.235, de 1972, já está consolidado no âmbito deste Conselho, nos termos da Súmula CARF n.º 9, a seguir transcrita: Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. No caso sob análise, a intimação que veiculou a decisão administrativa de primeira instância foi recepcionada no domicílio tributário da interessada no dia 19 de agosto de 2008, mas o recurso voluntário foi protocolado somente no dia 25 de setembro daquele ano. Ocorre que o prazo para a interposição de recurso voluntário é de trinta dias contados da ciência da Decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, nos termos do artigo 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972, a seguir transcrito: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. A contagem dos prazos no Processo Administrativo Fiscal está disciplinada no artigo 5.º do mesmo diploma legal, que assim dispõe, ipsis litteris: Art. 5° Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. No presente caso, iniciouse a contagem do prazo em 20 de agosto de 2008, quartafeira, dia seguinte ao do recebimento da Decisão de primeira instância. Tendo em vista Fl. 94DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10980.010431/200564 Acórdão n.º 2101001.945 S2C1T1 Fl. 82 5 que não consta ter havido expediente anormal nas repartições federais em Curitiba (PR) na data, a contagem dos trinta dias teve início no próprio dia 20 de agosto de 2008 e encerrouse em 18 de setembro do mesmo ano, uma quintafeira, também dia de expediente normal. Sendo assim, o recurso voluntário poderia ter sido interposto pela interessada até essa data, mas isso não se realizou. Ocorre que os prazos recursais são peremptórios e preclusivos. Decorrendo o lapso temporal previsto em lei sem que ocorra a interposição do Recurso Voluntário, extingue se, tal como sucedeu na hipótese, o direito do interessado de deduzilo. Constatada a sua intempestividade, o Recurso Voluntário não preenche os requisitos de admissibilidade. Impõese, portanto, a conclusão que o quanto decidido no Acórdão n.º 06 18.662, de 18 de julho de 2008, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) tornouse definitivo na esfera administrativa, nos termos do artigo 42 do Decreto n.º 70.235, de 1972, uma vez esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tivesse sido interposto. Conclusão Ante todo o exposto, voto por não conhecer do Recurso Voluntário, por intempestividade. (assinado digitalmente) _________________________________ Celia Maria de Souza Murphy Relatora Fl. 95DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 10680.000608/2005-07
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Sep 24 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FiSICA IRPF
Exercício: 2004
IRPF, DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. OBRIGATORIEDADE POR SER SÓCIO DE EMPRESA. EMPRESA INAPTA. DESCABIMENTO DA MULTA POR ATRASO. SÚMULA CARF Nº 44.
Descabe a aplicação da multa por falta ou atraso na entrega da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, quando o sócio ou titular de pessoa jurídica inapta não se enquadre nas demais hipóteses de obrigatoriedade de apresentação dessa declaração - Súmula CARF n° 44.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2101-000.793
Decisão: Acordam os membros do colegiada, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: IRPF- auto infração - multa por atraso na entrega da DIRPF
Nome do relator: José Evande Carvalho Araujo
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V Turma Ordinária Sessão de 24 de setembro de 2010 Matéria IRPF Recorrente SUSANA ROSALI C PACHECO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FiSICA IRPF Exercício: 2004 IRPF, DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. OBRIGATORIEDADE POR SER SÓCIO DE EMPRESA. EMPRESA INAPTA. DESCABIMENTO DA MULTA POR ATRASO. SÚMULA CARI N D 44. Descabe a aplicação da multa por falta ou atraso na entrega da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, quando o sócio ou titular de pessoa jurídica inapta não se enquadre nas demais hipóteses de obrigatoriedade de apresentação dessa declaração - Súmula CARF n° 44. Recurso Voluntário Provido.. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiada, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Caio Marcos Candido Presidente. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo- Relatar, EDITADO EM: 05/10/2010 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Caio Marcos Candido, Ana Neyle Olímpio Holanda, José Evande Carvalho Araujo, Alexandre Naoki Nishioka, Odmir Fernandes e Gonçalo Bonet Allage. 1DC r 2 1)1 1:ARI NU' Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado foi lavrada a Notificação de Lançamento de fi. 02, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2004, relativa à multa por atraso na entrega da declaração de rendimentos, formalizando a exigência de multa no valor de R$165,74 IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação (11. 01), acatada como tempestiva, onde alegou que não tinha condições para pagar a multa, e que a empresa da qual era proprietário estava inativa havia mais de 25 anos. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A 2" Turma da DRI/Belo Horizonte/MG julgou procedente o lançamento com base, em síntese, nas seguintes considerações (11s, 15 a 17): No exercício de 2004, a Declaração de Ajuste Anual deveria ser entregue até o dia 30 de abril de 2004, conforme Instrução Normativa tf 393, de 02 de fevereiro de 2004, que dispõe sobre a apresentação pela pessoa física, residente no Brasil, da referida Declaração.. ) Com efeito, a entrega da declaração do exercício de 2004 se deu no dia 30/11/2004, consoante documento de fls. 07 Consta da tela do sistema on une da SRF "Guia, Vic, Visão Integrada do Contribuinte", anexada à fl 14, que o CPF da contribuinte está vinculado ao CNN n° 19.907.153/0001-45 "Boutike Bauzinito Ltda". A situação cima descrita obrigaria a interessada a apresentar a DIRPF/2004, a teor do disposto na:IN/Rd acima, art. 1', inciso 111, segundo o qual está obrigada a apresentar a Declaração de Ajuste Anual, referente ao exemicio de 2004, a pessoa física residente no Brasil que, no ano-calendário de 2003, participou do quadro societário de empresa, como titular ou sócio Esclareça-se que, nesta hipótese, não se cogita se a empresa iniciou ou não suas atividades, está ou não paralisada. Ressalte-se, ainda, que, segundo o artigo 136 do Código Tributário Nacional, "Salvo di,sposição de lei em contrário, a responsabilidade por infraçães da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato" RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARE) Cientificado da decisão de primeira instância em 16/03/2009 (II. 20), o contribuinte apresentou, em 30/03/2009, o recurso de fl. 21, postulando perdão da multa, pois a empresa da qual era proprietário foi a falência em 1977, e não foi dado baixa. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 23, que também trata do envio dos autos a.0 então Primeiro Conselho de Contribuintes. ii 26 Processo n" I 0680 000608/2005-07 S2-CITI Acórdão n° 2101-00..793 Fl 25 É o Relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator.. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há argüição de qualquer preliminar. O contribuinte apresentou, no dia 30 de novembro de 2004, Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física - DIRPF do exercício de 2004 (fl. 7).. A Instrução Normativa SRF IV .393, de 2 de fevereiro de 2004, era o ato legal que regulamentava a declaração daquele exercício, e determinava, em seu art 1°, inciso 111, que estava obrigado a declarar quem participou do quadro societário de empresa como titular ., sócio ou acionista, ou de cooperativa, e fixava o prazo de entrega para 30 de abril de 2004 (art. 3 0). Desta forma, por estar obrigado a apresentar declaração anual de ajuste por ser sócio da empresa BOUTIQUE BAUZ1N110 LTDA, CNPT 19,.907,153/0001-45 (fl. 14), e por fazê-lo em atraso, recebeu a multa no valor mínimo de R$165,74. Em análise do extrato de fi. 14, observa-se que a empresa da qual o contribuinte é sócio está na situação de inapta desde 31/08/1997, pelo fato de ser omissa contumaz. Ora, a Súmula CARF if 44 possui o seguinte enunciado: Descabe a aplicação da multa por falta ou atraso na entrega da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, quando o sócio ou titular- de pessoa jurídica inapta não se enquadre nas demais hipóteses de obrigatoriedade de apresentação dessa declaração. A essa súmula foi atribuído 'efeito vinculante aos órgãos da administração tributária federal pela Portaria MF n° .383, de 12 de julho de 2010, Assim, como a declaração que provocou a multa por atraso deste processo é referente ao ano de 2003, período em que a empresa já estava na situação de inapta, e corno os rendimentos tributáveis declarados foram de R$8,368,78 (11, 7), valor inferior ao limite de isenção do período (R$ 12.696,00, IN 393/2004, art. 1°, inciso I), não se verificando outra hipótese de obrigatoriedade de apresentação de DIRPF, há subsunção perfeita com a situação da súmula, o que impende considerar a multa aplicada como indevida, Diante do exposto, voto por DAR provimento ao recurso voluntário, José Evande Carvalho Araujo I I 3 1)1. C...A R V ',vil Ë : 4
score : 1.0
Numero do processo: 10725.001055/2009-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2009
CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO.
São isentos do imposto sobre a renda os proventos de reforma, aposentadoria ou pensão recebidos por contribuintes portadores de moléstia especificada em lei, devidamente comprovada por meio de laudo médico oficial.
Na hipótese, a contribuinte, beneficiária de rendimentos de aposentadoria e pensão, comprovou, por meio de laudo médico oficial que, no ano-calendário, era portadora de cardiopatia grave.
Numero da decisão: 2101-001.723
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso.
Nome do relator: CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY
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ISENÇÃO. São isentos do imposto sobre a renda os proventos de reforma, aposentadoria ou pensão recebidos por contribuintes portadores de moléstia especificada em lei, devidamente comprovada por meio de laudo médico oficial. Na hipótese, a contribuinte, beneficiária de rendimentos de aposentadoria e pensão, comprovou, por meio de laudo médico oficial que, no ano calendário, era portadora de cardiopatia grave. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ________________________________________________ LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. (assinado digitalmente) ________________________________________________ CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Gonçalo Bonet Allage, José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Celia Maria de Souza Murphy (Relatora). Fl. 59DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 2 Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento contra a contribuinte em epígrafe, na qual apurouse omissão de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica. Em 24.9.2009, a contribuinte impugnou o lançamento (fls. 1 a 4), alegando, em síntese, que não omitiu rendimentos tributáveis, já que sofre de cardiopatia grave, identificada desde 1998, é aposentada da Secretaria de Estado de Planejamento Gestão e beneficiária de pensão do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS por morte previdenciária de seu cônjuge. Sendo assim, a seu ver, os rendimentos percebidos são isentos do imposto sobre a renda por ser portadora de moléstia grave prevista no artigo 6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 1988. A 2.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro 2 decidiu pela procedência do lançamento mediante o Acórdão n.º 1335.073, de 30 de maio de 2011, cuja ementa a seguir transcrevese:. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 OMISSÃO DE RENDIMENTOS.MOLÉSTIA GRAVE. A isenção para portadores de moléstia grave só poderá ser concedida quando o contribuinte preenche os dois requisitos cumulativos indispensáveis à concessão da isenção: a natureza dos valores recebidos, que devem ser proventos de aposentadoria/reforma ou pensão, e o outro que relacionase à existência da moléstia tipificada no texto legal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada da Decisão em 26.7.2011 (fls. 33), a contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 5.8.2011 (fls. 34 a 37), no qual reitera as razões de impugnação e apresenta novas provas, consubstanciadas nos documentos anexados às fls. 45 a 48. É o relatório. Voto Conselheira Celia Maria de Souza Murphy O recurso atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Cabe, primeiramente, ressaltar que a isenção do imposto sobre a renda em razão de moléstia grave é cabível em relação aos rendimentos auferidos em decorrência da inatividade por contribuinte portador de uma das patologias listadas no artigo 6.º, inciso XIV, Fl. 60DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10725.001055/200961 Acórdão n.º 210101.723 S2C1T1 Fl. 52 3 da Lei n.º 7.713, de 1988. O reconhecimento da isenção depende, portanto, do cumprimento dos seguintes requisitos: 1.º) que os rendimentos auferidos sejam de aposentadoria, reforma ou pensão; 2.º) que o contribuinte seja portador de moléstia grave prevista em lei. No tocante à primeira exigência, isto é, que os rendimentos auferidos sejam provenientes de reforma, aposentadoria ou pensão, foi constatado que a recorrente aufere rendimentos de inatividade, mais especificamente, de sua aposentadoria, publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro na data de 16 de abril de 1996 (fls. 9 e 10 frente e verso) e de pensão por morte previdenciária (fls. 11). Sobre este aspecto, já no voto condutor da decisão a quo, a Relatora verificou ter ficado comprovado que os rendimentos percebidos pela interessada decorrem de aposentadoria e pensão, nos seguintes termos: “Ab initio, é de se informar que, de acordo com os documentos de fls.08 e 09, a contribuinte é aposentada da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (matrícula 00656900) desde abril de 1996. Conseqüentemente, os rendimentos por ela auferidos da citada fonte pagadora têm a natureza de aposentadoria. Acrescentese que também restou comprovado no presente processo que a Sra. Marília dos Santos Assad recebeu pensão por morte previdenciária em 2007, do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, conforme consta do documento acostado à fl. 10 (comprovante de rendimentos pagos e de retenção do imposto de renda na fonte).” Sendo assim, restou preenchido o primeiro requisito para a isenção. As moléstias graves que autorizam a isenção do imposto sobre a renda de contribuintes que auferem rendimentos decorrentes da inatividade são aquelas relacionadas no artigo 6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 1988, a seguir transcrito: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: [...] XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois Fl. 61DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 4 da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004) (g.n.) [...] O cumprimento do segundo requisito, qual seja, que a contribuinte é portadora de moléstia grave, prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713, de 1988, deve ser feito por meio de Laudo Médico Pericial emitido por serviço médico oficial da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, nos termos da Lei n° 9.250, de 1995, verbis: Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 1º O serviço médico oficial fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. [...] No caso em análise, em sede de impugnação, foi acostado aos autos laudo emitido por médico da Santa Casa de Misericórdia de Campos, RJ (fls. 14 e 15), o qual atesta que a recorrente sofre de cardiopatia grave, desde 1998. Tal comprovante, todavia, foi insuficiente para cumprir o segundo requisito, por força do que prevê o artigo 30 da Lei n.º 9.250, de 1995, acima transcrito. Por esse motivo, a decisão da DRJ foi pela improcedência da impugnação. Nesse ponto, a Relatora do Voto condutor de referida decisão assim se manifestou: “Quanto ao outro requisito indispensável à concessão da isenção, é de se ressaltar que consta dos documentos de fls. 14 e 15, ambos exarados pela Santa Casa de Misericórdia de Campos, em 15/07/2007, que a interessada é portadora de cardiopatia grave. Notese, entretanto, que em pesquisa à Internet (http://cnes.datasus.gov.br) fl.26, verificase que a mencionada Instituição é de natureza privada, não se revestindo os documentos de fls.14 e 15 das características de laudos periciais emitidos por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, como determina a legislação que trata da isenção para portadores de moléstia grave.” Diante dessas informações, para complementar as provas já apresentadas em sede de impugnação, visando ao atendimento dos requisitos exigidos por lei para comprovar o direito à isenção pleiteada, a interessada apresentou, em sede de recurso voluntário, os documentos juntados às fls. 45 a 48. Às fls. 45 consta “declaração” (laudo) do médico Paulo A. Maia, emitida em papel timbrado (receituário) da UPA 24 Horas – Campos. As UPA 24 Horas Unidades de Pronto Atendimento são unidades pré hospitalares vinculadas à Secretaria de Estado de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. A declaração apresentada às fls. 45 foi, portanto, emitida por órgão oficial, e contém, em seu bojo, identificação da contribuinte, especificação da moléstia grave (prevista Fl. 62DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10725.001055/200961 Acórdão n.º 210101.723 S2C1T1 Fl. 53 5 no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713, de 1988), a data a partir da qual a recorrente passou a ser portadora de tal doença e, ao final, é subscrito por médico identificado. Cumpre, portanto, a exigência do artigo 30, caput, da Lei n.º 9.250, de 1995. Em circunstâncias tais como as da presente hipótese, imperioso o reconhecimento da isenção. Este entendimento já foi pacificado pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais por meio da Súmula CARF n.º 63: “Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.” Sendo assim, cumpridos os requisitos legais, a recorrente faz jus à isenção do imposto sobre a renda por moléstia grave. Conclusão Ante todo o exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) _________________________________ Celia Maria de Souza Murphy Relatora Fl. 63DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10510.001635/2008-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2004
DECADÊNCIA. INOCORÊNCIA.
Nos casos de lançamento por homologação, havendo pagamento antecipado, aplica-se a regra do artigo 150, § 4.º, do Código Tributário Nacional. Na hipótese, na qual se trata de lançamento correspondente ao ano-calendário de 2003, o lançamento poderia ter sido efetuadoaté 31.12.2008, cinco anos, a contar da ocorrência do fato, o que, efetivamente, ocorreu.
DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Podem ser deduzidos como despesas médicas os valores pagos pelo
contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar elementos de prova da efetividade dos serviços prestados ou dos correspondentes pagamentos. Para fazer prova das despesas
médicas pleiteadas como dedução na declaração de ajuste anual, os
documentos apresentados devem atender aos requisitos exigidos pela legislação do imposto sobre a renda de pessoa física.
Na hipótese, o contribuinte comprovou parte das despesas declaradas.
Numero da decisão: 2101-001.933
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar a preliminar decadência e, no mérito, dar provimento em parte ao recurso para restabelecer a dedução de R$ 6.753,84, a título de despesas médicas.
Nome do relator: CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY
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INOCORÊNCIA. Nos casos de lançamento por homologação, havendo pagamento antecipado, aplicase a regra do artigo 150, § 4.º, do Código Tributário Nacional. Na hipótese, na qual se trata de lançamento correspondente ao anocalendário de 2003, o lançamento poderia ter sido efetuadoaté 31.12.2008, cinco anos, a contar da ocorrência do fato, o que, efetivamente, ocorreu. DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. Podem ser deduzidos como despesas médicas os valores pagos pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar elementos de prova da efetividade dos serviços prestados ou dos correspondentes pagamentos. Para fazer prova das despesas médicas pleiteadas como dedução na declaração de ajuste anual, os documentos apresentados devem atender aos requisitos exigidos pela legislação do imposto sobre a renda de pessoa física. Na hipótese, o contribuinte comprovou parte das despesas declaradas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar a preliminar decadência e, no mérito, dar provimento em parte ao recurso para restabelecer a dedução de R$ 6.753,84, a título de despesas médicas. (assinado digitalmente) __________________________________________________ AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 00 16 35 /2 00 8- 93 Fl. 78DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS – Presidente Substituto (assinado digitalmente) ________________________________________________ CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Raimundo Tosta Santos (Presidente Substituto), Gonçalo Bonet Allage, José Evande Carvalho Araujo, Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Celia Maria de Souza Murphy (Relatora). Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração contra o contribuinte em epígrafe, no qual foi feita glosa de deduções de despesas médicas (fls. 2 a 8). Segundo relato da Fiscalização, o contribuinte informou, em sua DIRPF/2004, ter pago os seguintes valores, a título de despesas médicas: a) R$ 4.266,70 a Douglas de Faria; b) R$ 3.290,65 a São Lucas MédicoHospitalar Ltda.; c) R$ 7.333,22 a Unimed Sergipe. Tendo em vista que, intimado, o contribuinte não apresentou comprovação das despesas declaradas, a Fiscalização procedeu à respectiva glosa, informando haver indícios de fraude na dedução da despesa médica declarada como paga a Douglas de Faria, conforme consta da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, integrante do Auto de Infração, razão pela qual, sobre o imposto correspondente, foi aplicada multa qualificada. Em 16.5.2008, o contribuinte impugnou lançamento, alegando irregularidade na autuação por entender terem ocorrido prescrição e decadência. Argumentou ser uma praxe os contribuintes não guardarem para si os documentos que apresentaram na declaração de ajuste anual do imposto sobre a renda dos anos anteriores. Teceu considerações sobre o crime de estelionato, alertou quanto às possíveis conseqüências de uma acusação leviana e irresponsável de crimes inexistentes, por parte do AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil e disse anexar documentos. A 3.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA) julgou o lançamento procedente, por meio do Acórdão n.º 1516.160, de 10 de julho de 2008, com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003 DEDUÇÕES. PROVAS. Fl. 79DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10510.001635/200893 Acórdão n.º 2101001.933 S2C1T1 Fl. 75 3 As deduções devem ser comprovadas com documentação hábil e idônea. Lançamento Procedente Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário às fls. 60 a 66, no qual alega ser nulo o lançamento, haja vista entender ter ocorrido a “prescrição do crédito tributário”. Volta a discorrer sobre o crime de estelionato e, invocando o artigo 27 do Decreto n.º 70.235, de 1972, argumenta que o processo entrou na sessão de julgamento em 10.7.2008, e deveria ter sido julgado até 18.5.2008 (sic); além disso, só foi notificado em 15.8.2008, ou seja, num prazo superior a 30 dias. Ao final, ratifica o procedimento da inicial e espera provimento. É o Relatório. Voto Conselheira Celia Maria de Souza Murphy O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais previstos no Decreto n° 70.235, de 1972. Dele conheço. O lançamento constante deste processo originouse de seleção de contribuintes a partir de Representação Fiscal da Delegacia da Receita Federal em Caxias do Sul (RS) que relata a ocorrência de flagrante efetuado pela Polícia Federal contra Douglas de Faria, CPF. 238.502.80691, pela venda de recibos médicos para uso como dedução nas declarações de Imposto sobre a Renda de diversas Pessoas Físicas (vide fls. 3). A Fiscalização esclarece que o flagrante ocorreu em 1999 na cidade de Natal (RN) e foi objeto de processo criminal na Justiça Federal sob o n° 99.00033466. Tendo em vista que o contribuinte Adelson Lima dos Santos informou, em sua DIRPF/2004, ter pago ao Sr. Douglas de Faria o montante de R$ 4.266,70, a título de despesas médicas, foi intimado a apresentar originais e cópias dos documentos comprobatórios da efetiva prestação do serviço e do respectivo pagamento. Em atendimento à intimação, o contribuinte declarou ter realizado diversas incursões para localização dos referidos documentos, porém não obteve sucesso. Diante desse cenário, as deduções com despesas médicas foram glosadas na sua totalidade. Por outro lado, a Fiscalização entendeu que, ao utilizar despesas médicas sem a efetiva prestação de serviços, o contribuinte agiu de forma dolosa para modificar a base de cálculo, de modo a reduzir o montante do imposto sobre a renda devido, incorrendo, em tese, na conduta descrita como fraude, cuja definição decorre do art. 72, da Lei n° 4.502, de 1964. Sendo assim, não logrando o contribuinte comprovar, através de documentação hábil, a efetiva prestação dos serviços médicos, bem como o seu pagamento, foi glosado o valor deduzido a esse título na sua declaração de rendimentos do anocalendário de 2003, e a multa lançada para a infração referente ao Sr. Douglas de Faria foi qualificada, em razão de a Fiscalização ter entendido que os fatos apontavam para uma conduta, em tese, enquadrada naquelas previstas pela Lei n.º 8.137, de 1990, artigos 1.º e 2.º. Fl. 80DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 O lançamento foi integralmente mantido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador (BA). 1. Da decadência e da prescrição Em sua impugnação (fls. 29 a 32), o interessado suscita preliminar de prescrição e decadência, tese na qual insiste em sede de recurso voluntário. Examinando os autos, verifiquei que o Auto de Infração, constante às fls. 1 a 8, correspondente ao anocalendário de 2003, foi lavrado em 16 de abril de 2008. A notificação pessoal do ato ao contribuinte data de 18 de abril de 2008, conforme consta às fls. 2. Sobre o tema da decadência, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, em 12.8.2009, no julgamento do Recurso Especial REsp n.º 973.733/SC, firmou o entendimento de que, nos casos em que o sujeito passivo antecipa o pagamento do imposto, desde que não tenha havido dolo, fraude ou simulação, deve ser adotada a regra do artigo 150, § 4º, do Código Tributário Nacional CTN. A norma do artigo 173 do mesmo diploma é aplicável aos demais casos. A decisão exarada pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do mencionado Recurso Especial n.º 973.733/SC ficou assim ementada: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, Fl. 81DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10510.001635/200893 Acórdão n.º 2101001.933 S2C1T1 Fl. 76 5 "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, Primeira Seção, julgado em 12.08.2009, DJe 18.09.2009). (grifouse). O Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria do Ministério da Fazenda n.º 256, de 22 de junho de 2009, no artigo 62A de seu Anexo II, acrescentado pela Portaria do Ministério da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010, determina que as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática estabelecida nos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento dos recursos administrativos: Artigo 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 6 § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Depreendese, do entendimento exarado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp n.º 973.733/SC, que, tratandose de tributo sujeito a lançamento por homologação no qual: (i) não há constituição do crédito pelo contribuinte; (ii) não foi constatado dolo, fraude ou simulação e (iii) a legislação não previu o pagamento antecipado ou, tendoo previsto, o pagamento não foi comprovado, deve ser aplicado o prazo previsto no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional CTN, iniciandose a contagem do prazo decadencial quinquenal a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. No caso em análise, tratase de lançamento por homologação, no qual houve pagamento antecipado, na forma de retenção na fonte, circunstância na qual, segundo a decisão do STJ, aplicase a regra do artigo 150, § 4.º, do Código Tributário Nacional. Não obstante, constataseque, mesmo assim, não teria ocorrido a decadência, tal como quer fazer crer o recorrente. É que o “fato gerador” do imposto sobre a renda ocorre em 31 de dezembro de cada anocalendário. Sendo assim, tratandose de lançamento correspondente ao anocalendário de 2003, a fiscalização poderia, segundo essa regra, efetuar o lançamento até 31.12.2008, cinco anos, a contar da ocorrência do fato, o que, efetivamente, ocorreu. Tendo em vista que o lançamento aperfeiçoouse em 18 de abril de 2008, com a notificação pessoal ao contribuinte, não há que se falar em decadência do “direito” da Fazenda Pública de constituir o crédito tributário objeto deste processo. Já a prescrição do direito de proceder à cobrança do crédito tributário ocorre em um momento posterior e segundo circunstâncias totalmente distintas. Uma vez lançado o crédito tributário, a Fazenda Pública tem um prazo (prescricional) para proceder à ação de cobrança. Este prazo, regulado no Código Tributário Nacional, é de cinco anos a contar da constituição definitiva do crédito tributário. Todavia, esse prazo pode ser interrompido, nos termos do artigo 174 do Código Tributário Nacional – CTN (Lei n.º 5.172, de 1966), ou suspenso, em função de determinadas circunstâncias previstas na norma geral, que suspendem a exigibilidade do crédito tributário (artigo 151 do CTN). Entre elas estão as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo (inciso III). No presente caso, a exigibilidade do crédito tributário encontrase suspensa, ante a interposição de tempestiva impugnação e, após, de recurso voluntário. A contagem do prazo prescricional só terá início a partir da ciência do interessado da decisão defnitiva no âmbito administrativo. Diante disso, a alegação do interessado sobre “prescrição do crédito tributário” é totalmente impertinente. 2. Da comprovação das despesas médicas Todas as deduções utilizadas na declaração de imposto sobre a renda de pessoa física de ajuste devem ser especificadas e comprovadas. As despesas médicas dedutíveis restringemse aos pagamentos efetivamente realizados pelo contribuinte, com o próprio tratamento e o de seus dependentes, a teor do que prescreve o artigo 8.º da Lei n.º 9.250, de 1995: Fl. 83DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10510.001635/200893 Acórdão n.º 2101001.933 S2C1T1 Fl. 77 7 Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; [...] § 2º O disposto na alínea a do inciso II: [...] II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; [...] (g. n.) O artigo 73 do Decreto n.º 3.000, de 1999, que tem por matriz legal o artigo 11 do DecretoLei n.º 5.844, de 1943, autoriza a autoridade fiscalizadora a exigir comprovação ou justificação de todas as deduções pleiteadas pelo contribuinte em sua declaração de ajuste, nos seguintes termos: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). [...]. Depreendese, dos dispositivos acima transcritos, que a comprovação de despesas médicas, para fins de dedução do imposto sobre a renda, deve ser específica, apta a demonstrar tanto a prestação do serviço propriamente dita, ao próprio contribuinte ou a dependente seu, quanto o seu efetivo pagamento, feito ao profissional, pelo contribuinte, em valor correspondente à referida prestação, tudo de forma especificada. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 8 Na presente hipótese, o contribuinte deduziu despesas médicas, entre as quais figuram despesas realizadas com Douglas de Faria, médico que, segundo consta às fls. 3, sofreu flagrante efetuado pela Polícia Federal pela venda de recibos médicos para uso como dedução nas declarações de Imposto de Renda de diversas pessoas físicas. Foi instado, pela Fiscalização, a comprovar a realização das despesas médicas deduzidas, mas não apresentou qualquer documento que viesse lastrear as deduções pleiteadas. Em sede de impugnação, o contribuinte também não apresentou qualquer documento que comprovasse quer a prestação dos serviços médicos, quer o efetivo pagamento das despesas declaradas no anocalendário 2003. Por esse motivo, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA) manteve integralmente o lançamento. No recurso voluntário, o interessado diz estar anexando declaração de pagamento à UNIMED, em 2003, referente ao plano de saúde cuja dedução havia sido glosada. Com efeito, consta, às fls. 68, documento em papel timbrado da UNIMED – Sergipe, no qual foram informados pagamentos efetuados pelo contribuinte, a título de plano de saúde do qual é beneficiário, no valor total de R$ 6.753,84, no ano de 2003. Diante desse documento, apresentado após a decisão de primeira instância, entendo ter ficado comprovada a despesa com plano de saúde do titular, no exato limite do valor informado na declaração daquela pessoa jurídica (R$ 6.753,84). Cumpre ressaltar que as demais despesas médicas declaradas não ficaram comprovadas. 3. Do prazo para julgamento administrativo O recorrente alega, por fim, que o “julgador singular” não obedeceu aos preceitos legais do artigo 27, do Decreto n.º 70.235, de 1972, que diz: “Art. 27. O processo será julgado no prazo de 30 dias, a partir de sua entrada no órgão incumbido do julgamento”. Sobre este tema, impende ressaltar que o artigo 27 do Decreto n.º 70.235, de 1972, a partir da Lei n.º 9.532, de 1997, vigora com a seguinte redação: Art. 27. Os processos remetidos para apreciação da autoridade julgadora de primeira instância deverão ser qualificados e identificados, tendo prioridade no julgamento aqueles em que estiverem presentes as circunstâncias de crime contra a ordem tributária ou de elevado valor, este definido em ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Parágrafo único. Os processos serão julgados na ordem e nos prazos estabelecidos em ato do Secretário da Receita Federal, observada a prioridade de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Como se vê, a nova redação conferida ao dispositivo suprimiu o prazo que se delimitava na redação original. Sendo assim, a partir do advento da Lei n.º 9.532, de 1997, não há mais fixação de prazo para julgamento do processo administrativo fiscal. Diante dessa alteração legislativa, levada a efeito há mais de uma década, nada existe de ilegal na conduta do órgão julgador de primeira instância. Os ditames do artigo 27 do Decreto n.º 70.235, de 1972, com a redação em vigor, foram plenamente observados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10510.001635/200893 Acórdão n.º 2101001.933 S2C1T1 Fl. 78 9 Conclusão Ante todo o exposto, voto por afastar a preliminar de decadência e, no mérito, dar provimento em parte ao Recurso Voluntário, para restabelecer a dedução de R$ 6.753,84, a título de despesas médicas. (assinado digitalmente) _________________________________ Celia Maria de Souza Murphy Relatora Fl. 86DF CARF MF Impresso em 08/11/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/ 10/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 04/11/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 13888.000952/2007-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Exercício: 2004
APLICAÇÃO DE MULTA. NECESIDADE DE PREVISÃO LEGAL. NULIDADE DO LANÇAMENTO.
É nulo o auto de infração que formaliza multa de mora, por falta de previsão legal para a aplicação de ofício desta
Numero da decisão: 1101-000.506
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, ANULAR o lançamento por vício material.
Matéria: DCTF_IRPJ - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (IRPJ)
Nome do relator: Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro
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Numero do processo: 10530.002265/2004-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 01 00:00:00 UTC 2010
Ementa: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2000
Ementa:
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL — ARGÜIÇÃO DE ERRO DE
IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO
Para que a imposição tributária seja atribuída a outrem, necessária a apresentação de provas capazes de respaldar a alegada propriedade de terceiros, quanto ao imóvel objeto do auto de inflação
ITR —ÁREA DE PASTAGEM - ÍNDICE DE LOTAÇÃO PECUÁRIA
Não restando comprovado o quantitativo de cabeças de gado diverso daquele informado na DITR, este deve refletir no cálculo da área de pastagem
VALOR DA TERRA NUA- VTN ARBITRAMENTO - TABELA SIPT
A fixação do Valor da Terra Nua (VTN) pela lei, para a formalização do lançamento do ITR, tem como efeitos principais criar uma presunção, juris tantum em favor da Fazenda Pública , invertendo o ônus da prova caso o contribuinte se insurja contra o valor de pauta estabelecido na legislação A fixação do VTN, por meio de informações sobre preços de terras, advindos de sistemas instituídos pela Secretaria da Receita Federal, encontra respaldo
no mandamento do artigo 14 da Lei nº 9.393, de 1996.
VTN DECLARADO SUBAVALIAÇÃO
A subavaliação materializa-se pela simples constatação de diferença considerável entre o VTN declarado pelo sujeito passivo e aquele veiculado na tabela SIPT para as terras da área em que se encontra o imóvel rural, não necessitando o fisco de outros meios de prova que o autorize o arbitramento do VTN.
VTN LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO
A autoridade administrativa competente poderá rever o VTN, que vier a ser questionado, com base em laudo técnico emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou profissional devidamente habilitado, desde que demonstrados os elementos suficientes ao embasamento da revisão.
Deverá ser mantido o VTN arbitrado pela fiscalização, na Luta de
documentação hábil para comprovar o valor declarado do imóvel e suas características particulares desfavoráveis, que o justificassem.
Preliminar Rejeitada.
Recurso Negado.
Numero da decisão: 2101-000.879
Decisão: ACORDAM Os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em
rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora.
Matéria: ITR - notific./auto de infração eletrônico - valor terra nua
Nome do relator: ANA NEYLE OLIMPIO HOLANDA
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ementa_s : Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2000 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL — ARGÜIÇÃO DE ERRO DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO Para que a imposição tributária seja atribuída a outrem, necessária a apresentação de provas capazes de respaldar a alegada propriedade de terceiros, quanto ao imóvel objeto do auto de inflação ITR —ÁREA DE PASTAGEM - ÍNDICE DE LOTAÇÃO PECUÁRIA Não restando comprovado o quantitativo de cabeças de gado diverso daquele informado na DITR, este deve refletir no cálculo da área de pastagem VALOR DA TERRA NUA- VTN ARBITRAMENTO - TABELA SIPT A fixação do Valor da Terra Nua (VTN) pela lei, para a formalização do lançamento do ITR, tem como efeitos principais criar uma presunção, juris tantum em favor da Fazenda Pública , invertendo o ônus da prova caso o contribuinte se insurja contra o valor de pauta estabelecido na legislação A fixação do VTN, por meio de informações sobre preços de terras, advindos de sistemas instituídos pela Secretaria da Receita Federal, encontra respaldo no mandamento do artigo 14 da Lei nº 9.393, de 1996. VTN DECLARADO SUBAVALIAÇÃO A subavaliação materializa-se pela simples constatação de diferença considerável entre o VTN declarado pelo sujeito passivo e aquele veiculado na tabela SIPT para as terras da área em que se encontra o imóvel rural, não necessitando o fisco de outros meios de prova que o autorize o arbitramento do VTN. VTN LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO A autoridade administrativa competente poderá rever o VTN, que vier a ser questionado, com base em laudo técnico emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou profissional devidamente habilitado, desde que demonstrados os elementos suficientes ao embasamento da revisão. Deverá ser mantido o VTN arbitrado pela fiscalização, na Luta de documentação hábil para comprovar o valor declarado do imóvel e suas características particulares desfavoráveis, que o justificassem. Preliminar Rejeitada. Recurso Negado.
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RiEciAmENTo Process o n" 10530..002265/2004-40 Recurso nú 140 579 Voluntário Acórdão u" 2101-00.879 — 1" Camara / 1' Turma Ordinitria Sessão de 1 de dezembro de 2010 Matéria ITR Recorrente MONICA SAIVIPA10 CERQUEIRA LIMA Recorrida 1" - 1 - UR M A/DRI-RECI1 , E/PE Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2000 ifienta: PRO(TSSO ADMINISTRATIVO FISCAL — ARGÜIÇÃO URRO DE IDENTII.ICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO Para que a imposição tributária seja atribuida a outrem, necessária a apresentação de provas capazes de respaldar a alegada propriedade de terceiros, quanto ao imóvel objeto do auto de inflação ITR — AREA DE PASTAGEM - INDICE DE LOTAÇÃO PECU ARIA Não restando complovado o quantitativo de cabeças de gado dive' so daquele informado na Df FR, este deve refletir no cálculo da área de pastagem VALOR DA TERRA NUA- VTN ARBITRAMENTO - TABELA STPT A ,fixação do Valor da Terra Nua (VTN) pela lei, para a formalização do lançamento do 1TR, tem como efeitos principais criar uma presunção ,juris tan/not e.m favor da Fazenda Páblica , invertendo o ônus da prova caso o contribuinte se insurja contra o valor de pauta estabelecido na legislação A fixação do ViN , por meio de informações sobre preços de terras, advindos de sistemas instituidos pela Secretaria da Receita Federal, encontra respaldo no mandamento do artigo 14 da Lei n" 9.393, de 1996., VTN DECLARADO SIJBAVAIÁAÇÃO A snbavaliação materializa-se pela simples constatação de diferenç a . considerável entre o VTN declarado pelo sujeito passivo e aquele veiculado na tabela S1PT para as terms da álea em que se encontra o imóvel rural, não necessitando o fisco de outros meios dc prova que o autorize o arbitramento do VTN. VTN LAUDO TÉCNICO DE AVALIA(„,A0 A autoridade administrativa competente poderá Fever O VTN, que vier a ser questionado, com base ern laudo técnico emitido pot entidade de reconhecida capacidade técnica ou profissional devidamente habilitado, desde que demonstrados os elementos suficientes ao enibasamento da revisão. Deverá ser mantido o VTN arbitrado pela fiscalização, na Luta de documentação hábil para comprovar o valor declarado do imóvel e suas características particulares desfavoráveis, que o justificassent. Pre] imi tar Rejeitada.. Recurso Negado, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACOR DA M Os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora. MARCOS CANT) •presidente yld Olímpio folanda Relatora Editado em: 08.02,2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ana -Neyle Olimpio Holanda, Caio Marcos Cândido, Alexandre Naoki Nishioka, lose Raimundol'osta. dos Santos, Odmir Fernandes e Gonçalo Bonet .Allage. Relatório Trata o presente processo de auto de infiação qUe diz respeito a imposto sobre a propriedade territoiial rural (ITR), referente ao imóvel Fazenda Lagoa dos Ovos, localizada no Município de Curayd (BA), por meio do qual se exige do sujeito passivo acima identilicado o montante de R$ 3363,24, a titulo de imposto, acrescido da multa de oficio equivalente a 75% do valor do tributo apurado, além de :linos de mora, em face da glosa de valores apresentados na declaracão do tributo, no exercicio 2000, com supedâneo nos artigos 8",§ 2', 10, § I", inciso V, "b" e § 3", 11 e 14 da Lei n" 9.393, de 19/11/1996, artigos 24 e 25, inciso IT, da Instrução Normativa SRF n" 73, de 18/07/2000, e Instrução kspeoi ai INCRA n" 19, de 19/05/1980, aprovada pela Portaria do Ministro de Estado da Agricultura n" 145, de 1980, nos seguintes moldes: I) Area de Pastagem — 4.020,00 ha paw 3.460,00 ha; 2 ne 105 30 0022651200 1 -10 S2-C1 Ii Acin (kio ii " 2 11 01-00.8 79 VI . 61 ) Valor da Tona Nua R$ 5 000,00 para R$ 211 140,00 A laviatura do auto de infraçdo deu-se pela constata0o do aumeato indevido no Grau de Utilização (Gil), por in formação na D1TR, exercieio 2000, de area utilizada como pastagons em valor superior à calculada con forme indices de Rendimentos Mínimos para Pecuária, exigidos no artigo 10, § 1', inciso V, alinea "h" da Lei n' 9 393, de 1996, e fixados polo artigo 24, §1 0, da IN SRF IV 73, dc 18/07/2000, como sendo os estabelecidos na Tabela 5 da instrução Especial NCR A n° 19, de 1980, aprovada pela Portaria do Ministro de Estado da Agricultura n' 145, de 1980.. 0 valor da area de pastagens foi recalculado corn base nas informaçOes sobre o rebanho prestadas pelo próprio eontribuinte na Ficha 6 - Atividade Pccuaria 'I am por que o sujeito passivo, regularmente in -timado, nao comprovou que o valor da terra nua declarado corresponde ao preço de mercado cm 01/01/2000, por isso, considerou-se para o fim de apuração do 1TR o VTN de R$ 45,00/ha informado pelo Sistema dc Preços de Tetras, aprovado pela Portaria SRI' n" 447, de 28/03/2002, nos termos do artigo 14 da I ei n' 9 393, de 1996 Fin contraposição, foi apresentada a impugnação de ils. 16 a 17.. 4. Submetida a lide a .julgamento, Os membros da V [ulna da. Delegacia da Receita Federal dc Julgarneato em Recife ('P17) acordfflam por dar o lançamento corno ptocedente, resumindo o seu entendimento nos forums da ementa a seguir transcrita: ASSUNTO IMPOS70 SOBRE, A PROPRIEDAD.E TERREIORIAL IT!? 1vercicio - 2000 AREA DE .PASTAGENS. &DICE DE RENDIML170 Para fins de ealcuh) do tí (11.1 dc utilização do imóvel ;"!Hai, considela-se area servida de pastagem a menor (wire a declarada pelo contribuinte e a obtida pelo quociente entre a quanridade de cabeças do rebanho ajustada e o indiee de lotação minima ÁREAS DE PAST:AGE -1f ANIMALS. pr/loyit DE COMPROV10. Dove .ser mantida a ■.'2,-lo.sa do valor deelarado a Pluto de area de pastagem, qnando não-comprovada pelo contribuinte, recalculando-se, (..onseqiientemente, o IT!?, devendo a dileVença apurada ser acrescida das COÍnmaÇOe legais, por meio de lançamento oficio suplementar VALOR DA TER/IA NUA ACEITO PARA O CA LCULO DO FIR Não scrá aceito o valor da terra nua declarado quando este for inkrioi à me'dia dos valores constantes do Sistema Nacional de Preços de Terra utilizado como base para o lançamento de ()lick). PEDIDO DE PERÍCIA E DILIGENCIA INDEFERIMLNTO Estando presentes nos autos todos os elementos de (,)rivicção necessários a adequada solução da lide, iiiddc.Te-se, por pi escindivel, o pedido de realizaçao de pet iela e diligencia, mormente quando .sairsjaz O requisito..s. previsto.s na legilay'io de regalcla Lançamento Pt ocedente 5.. Intimado aos 10/10/2007, o sujeito passivo apresenta sua irresignacao por meio de recurs() voluntário tempestivo (li s, 41 a 42).. 6, No apelo interposto, o sujeito passivo apresenta, em sillies°, os seguintes argumentos dc defesa: I em preliminar, ono dc identificação do sujeito passivo, vez clue o imovel em questão pertence ao espólio dc Maria Amélia de Cerqueira Lima; TI -- no merit°, que, em razão das secas fieqüentes da região ei ). que se situa o imóvel, o índice de lotação minima da zona de pecuária varia muito, impossibilitando a observância do índice minim() exigido no cálculo da area dc pastagem; Ill - Os imóveis rurais da região possuem valor irrisorio, sendo que o V - 1 -N apurado no auto de infração é uma distorção da realidade; IV — a comprovação do erro do VTN atribuído, pelo alto custo, ern razão da necessária contratação de profissional qual i licado, esta acima das suas possibilidades tinanceiras.. 7.. A.o final, defende o provimento do recurso para o cancelamento do auto de infração guerreado. S, S ubmetidos os autos a .julgamento na Primeira Turma Ord inária da Segunda Camara da Terceira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministerio da. Fazenda, os membros do colegiado decidiram por diligência, corn o escopo de que Mônica. Sampaio Cerqueira Lima, seja intimada a apresentar a cópia integral do processo de inventário acompanhada de Certidão de Objeto e Pé do espólio de Maria Amélia de Cerqueira I ima . 9.. Intimado aos 24/08/2009, após transcorrido o prazo estabelecido pa Intimação n' 141/2009, fT 55, 0 sujeito passivo não al)rescirtou nenhum dos documentos solicitados ou prestou quaisquor esciarecimentos, Após as providências adotadas, ViCralll os autos a julgamento nesse colcgiado, de acordo com as determinações dc competência veiculadas pela Portaria MF n" 256, de 22/06/2009, em seu artigo 3 0, O Relatório. Voto Conselheira Ana Neyle Olímpio Holanda, Relatora 0 recurso preenche os requisitos para sua admissibilidade, Me tomo conheci lrlent0 O objeto do presente processo é o auto de inflação para cobrança de valores que dizem respeito a imposto sobre a propriedade territorial rural (11 R), id:create ao imovel 4 occ;:so n" 10530. 002265/2004-40 S2C1 II A col ao n '' 2101-00..879 I I 65 fazenda Lagoa dos Ovos, localizada 110 Município de Curaça. (BA), em thee da. glosa de valores apresentados na declaração do tributo, no exercício 2000, nos seguintes moldes: i) Area de Pastagem 4.020,00 ha para 3.460,00 ha; e ii) Valor da Terra Nua — R$ 5.000,00 para R$ 211..140,00. Ern contraposição ao lançamento, preliminarmente, alega a recorrente a sti a . nulidade, com espeque no argumento de erro de identificação do sujeito passivo, vez que o imóvel em questão pertence ao espolio de Maria Amélia de Ccrqueira - 1 al a•gum.entação fora apresentada desde a impugnação, por fah em primeiro julgamento, a Primeira Turma Ordindria da Segunda Camara da Terceira Seco do Conselho Administrativo de Recursos Fiseais do Ministério da Fazenda decidiu por diligência, com o escopo d.e clue 'Monica Sampaio Cerquei ía Lima, seja intimada a apresenta i .. a cop -la integral do Processo de inveinario aeo.mpanhada de Certidão d.e Objeto e Pé do espólio de Maria Amélia. de (.:`,er queira Lima. Devidamente intimada, a recorrente não aduziu ao caderno processual os elementos de prova necessários a respaldar a alegada propriedade de terceiros, quanto ao imóvel objeto do auto de infração.. Por tal, deixamos de acatar as considerações acerca de erro de identificação CIO sujeito passivo.. Ultrapassada a preliminar, passamos à analise das questões de mérito.. A. lavratura do auto de infração fez-se sob o argumento de que, conforme informações prestadas pelo sujeito passivo na declaração de ITR, quando tratou da atividade pecuaria, á Area de Pastagem foi calculada em valor superior aquela Obtida nos moldes dos Indices de Rend ii Mínimos para a Pecuária, exigidos no artigo 10, § 1", V, b, da Lei n" 9.393, de 19/11/1996, e fixados pelo artigo 24, § 1", da Instrução Normativa SRF n" 73, de 18/07/2000, nos segui Ines termos: Art. 24. As áreas do imóvel servidas de pastazem e as exploradas com extrativismo estdo sujeitas, respectivamente a indices de lotação por tona de peemiria e de rendimento pot' J)i 0(i eynyttivo I" .Aplit.?..m).--Ae, até ulterior ato em contrário, as- indices constanies das rabelas i7 6 .3 (indices de Rendimentos pant Produtos. Vegetais e Florestais) e n" 5 (indices de Pendimentos Mínimos para Pecuária), aprovados pela Instakiio :Especial IN(.71?A n" 19, de 28 de maio de 1980 e Portaria n" .145, de 28 de maio de 1980, do Ministro de Estado da Agricultura (Aneyos respectivamente) (destaques da transcrição) O sujeito passivo inform= ern sua declaração de ITR, exercício 200, que eram mantidos na propriedade rural 700 (setecentos) animais de grande porte e 660 (seiscentos e sessenta) animais de médio porte.. Fin decorrência do que dispõe a Instrução Normativa SRF n" 43, de 07/05/1997, a Area Servida de Pastagem admitida pela fiscalização foi a Mellor entre a Area de Pastagem Declarada QUADRO 10 -- DISTRIBUIÇÁO DA AREA UTILIZADA ITEM 08, da declarac5o de 1TR, exercício 2000, e a Area de Pasta2em Cale!" 'ado. — F1CHA 06 — ATIVIDADE 'PECUÁR.IA - ITEM 09, do mesmo tOrmulario.. O valor da Area dc Pastagem Calculada 1Oi obtido pelo quociente entre o número de cabeças do rebanho ajustado e o índice de lota0o minima (rendimento), por zona pee uáii. a. Também aqui, nao trouxe a recorrente elementos de prova capazes de contraditar o auto de intiayao, pelo que, deve ser mantida a Area de Pastagem calcula da pela tisealizayao. A recorrente também se insurge contra a a1tera0o do VTN declarado, tendo a autoridade fiscal Observado aquele valor veiculado na tabela do Sistema de Preços de Terms (Siff), instituída pela Portaria SRF n°447, de 28/03/2002, A fixaçiio do VTN, por meio de informayiks sobre preços de terras, advindos de sistemas instituidos pela Secretaria da Receita Federal, encontra respaldo 110 mandamento do artigo 14 da Lei ri" 9.393, de 19/11/1996, nos seguintes termos: Art 14 .1\1 -o caso de falta de entrega do DIA.0 ou do DIA T, bem como de sir/avaliação ou prestação de irOrmaçOes ineyatas, incorretas ou fiaudulentas, a Secretaria da Receita Federal mweederri à determinação e ao lançamento de oficio do imposto, considerando informações sobre preços de tetras constantes de sistema a ser por ela instituído, e 0.5 dados area total, area tributavel e gnat de utilização do imóvel„ apuradas em procedimento.s de fiscalização determina indica os móvel, e preços de r. As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos no art. 12, 1, inciso .11 da Lei n" 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Azricultura das Unidades Federadas ou dos Hunicipios. (destaques da transcriyao) Por seu turno, no artigo 12, § 1 0, inciso 11 da Lei n" 8.629, de os patiimetros para justa indenizaçao em desapropriaçOes pant aspectos que devem ser considerados para a dcterminaç5o do val01 que serum levados em conta pela Secretaria da Receita Federal pa terras, para fins de base de calculo do 1TR, Cain a seguinte dicçao: 25/02/1. )93, (rue fetbrma agraria, da terra nua do ra a ..fixacao dos Artigo 12 Considera-se justa a indenização que permita ao desapropriado o reposicão, em .seu patrimônio, do valor. do bem (Inc perdeu por interesse social I" - A identificação do valor do bem a s -ei. indenizado sera leita, preklenciafinente„ corn base nos seguimes referenciajs t&wieos e mcreadológicos„ entre °taros usualmente ernpregado.s: 1 - valor deJs benfeitorias ff leis e 17000sárias-, descontada a depteciação conforme o estado de conservação; 11- valor da terra nun, observados os segitiates. as localiza ('do do imóvel; capacidade potencial da terra; dimensão do imóvel. (destaques da transcriçzio) Process.° I 05=10 002265/200440 S2-C1 I c6rcrio o " 2101-00.879 F! 66 A Portaria S -RF n" 447, de 28/03/2002, em seu artigo 3", indica as Secretarias de Agi icultuna dos Fstados ou entidades correlatas como fontes das informações sobre os valores das terras que sera() inseridos para a foi inação da tabela do SIPT, Ai t. 3". A alimenta(do do SIP1' COM OS valot es de terras e demais dodos recebidos das ,S'eerelarias Agricultura on enticlade.s cot-relator, e corn as valores de te Til nua da base de declaty4...iies ITR, se i ri. etetliada pela Cojis e pelas Super intendencias Regionais da Federal. Diante do desencontro entre o VTN declarado e aquele arbitrado pela nsealiza0o, caberia ao sujei to passivo a apresentação de laudo técnico de avaliação do imóvel, que se presta como prova, no sentido de o sujeito passivo contraditar 0 VIM constante do I ançamento. Para a atribuição do guerreado YIN- foram consideradas as características gerais da legião onde estava localizada a propriedade rural. A fixação legal do -VTN, pata a. formalização do lançamento do IIR , tem como efeitos principais criar uma presunção juris 01-0 favor da Fazenda Publica, invertendo O ônits da prova caso o contribuinte se insurja contra o valor de pauta estabelecido na legislação, sendo as instancias administrativas de . julgamento o foro competente para tal. discussão, A possibilidade de contraditório fica patenteada pela apresentação do laudo• de avaliação, permitindo ao sujeito passivo a apresentação de instrumento no qual reste cornprovado existir em sua propriedade características peculiares que a distingam das demais da. região, it vista do qual, poderá a autoridade administrativa rever o VTN que fora atribuído ao imóvel rural. Assim, o laudo de avaliação que preencha os -requisitos legais é o meio baba para que a. autoridade administrativa possa rever o VTN questionado pelo contribuinte, e, por se configurar em prova de fimdamental importância para o deslinde dos casos em que estej a. presente tal questionamento, o laudo de técnico dc avaliação deverá fornecer elementos suficientes ao embasamento di revisão do VTN, demonstrando que o imóvel possui peculiaridadeS especificas que o distingue dos demais da região. Na espécie, deixou o sujeito passivo de carrear aos autos qualquer documento hábil a col -AK:id itar O VTN arbitrado, que deve ser mantido, Forte no exposto, somos por negar provimento ao recurso voluntário apresentado Sala das Sessões, em 1 de dezembro de 2010 V1 Iolanda ._Alra 7
score : 1.0
Numero do processo: 10730.002171/2008-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 21 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 2004
OMISSÃO DE RENDIMENTOS
As exclusões estabelecidas pelo art 1º, da Lei 8.852/94, são exclusões do conceito de remuneração, não são exclusões do rendimento ou hipóteses de isenção ou de não inidôneo a do MIT
Recurso Voluntario Negado.
Numero da decisão: 2101-000.840
Decisão: ACÓRDÃO os membros do Colegiado, por unanimidade, em NEGAR
provimento ao recurso, nos termos do voto do Re tor. —
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: Odmir Fernandes
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2004 OMISSÃO DE RENDIMENTOS As exclusões estabelecidas pelo art 1º, da Lei 8.852/94, são exclusões do conceito de remuneração, não são exclusões do rendimento ou hipóteses de isenção ou de não inidôneo a do MIT Recurso Voluntario Negado.
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Vistos, relatados e discuti dos os presentes autos ACÓRDÃO os membros do Colegiado, por unanimidade, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do Re tor. — ) Marcos Cándido Participaram da. sessdo de julgamento os Conselheiros Alexandre Naoki Nishioka, Ana -Neyle Olimpio Holanda, Caio Marcos Cândido, Gonçalo Bonet Allap -,e, José Raimundo Tosta Santos e Odmir Fernandes, Relatório I rata-se de Recurso Volunti'lrio da decisdo da I Turma de Julgamento da 1)R.F- do Rio de Janeiro II, que manteve a exigacia do .I.RPF do exercicio de 2004, decorrente da ornissao de rendimentos recebidos sob o titulo de adicional por tempo de ( C/ VIÇO e compensacao Ofgdnica., no valor de R.$ R$ 16,634,16. A dccisao recorrida manteve a exigência ern razdo de o rendimento recebido - adicional por tempo dc serviço e compensaçao orgânica ser tributado e de nib o haver a e.xclusao prevista na alinea 'd e n", Hi , do art. 1" , cial ,ei 8.852/94. Nas razões de recurso sustenta, ern síntese que ado houve omissao Os renclientos, objeto da autuacao, decorrem do adicional por tempo de sí .'iço e eompcnsaçâo organica, recebidos do Exercito Brasileiro, lido sujeitos ao impost°, na forma do art 1 0,111, n, da Lei n 8.852/94. Voto Conselheiro Odmir Fernandes, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido.. Sustenta o Recorrente que os rendimentos ditos omitidos deconem do adicional por lampo de serviço e compensacao orgânica, recebidos do exercito, no sujeitos ao imposto na forma do art. I' n, da. Lei n, 8.852/94. A decisao recorrida entendeu que a exclusdo prevista no art.. 1 0, III, da Lei 8.852/94, é do conceito de remuneraydo, sem excluir o rendimento da tributacao. Veiamos a disposicao normativa da alined "d e n", incise 111, do art. 1. 0, da Lei 8.852/94, e o paragralb primeiro, "Art. Para os i.1(41.o,s desta Lei, a retribukáo pecuniária devida no administração publica direta, indireta e fandacional de qualquer do.s Poderes da Uniao compreende- - cony) vencin•rento hás (GO a) a Ten ilnikáo a que Ne re/ere o art 40 da Lei n" 8 112, de 11 de dezembro de 1990, devida pelo efilivo exercicio do cargo. para os servidores civis poi cla rag idos. c) o .salario básico estipulado e/I1 pianos ou tabelas de retribui0o Op nas contratos de trabalho, convenyies, acordos dissidio.s coletivos, para os empregados de empresas públicas, de sociedades de economia mista, de slurs .subsidiárias, controladas ou coligadas, ou de quaiyquer ernpresas ou entidades de cujo capital ou patrimOnio o poder publico tenha o commie direto err indireto, inclusive ern virtude de incorporaçao ao pati inuinio public°, 2 10730 0()2 71/2008-18 S2-CI TI ii ' 2[01-00.840 21 2 11 como vencimemos, a soma do vencimento héisico com as vantagens permanentes relativas ao cargo, empiego, posto ou gt aduação ; .111 - conto remunerocao, a soma dos vencimentos com os adicionais de caráter. individual e demais vainagors, nestas eompreendidas U.s relativas é natureza ou ao local de trabalho e a prevista no art 62 da Lei n" 8 112, de 1990, ou outra paga sob () li1C.S1110 fiindainento„5endo excluída: a) &cit. ias, ofiaa de Custo eia rerzão de nrudançü de scch ou indenização de transporte; c) auxiliolardamento, (1) gratificação de compensação orgânica, que se refere o aft 18 da Lei a" 8.237, de 1991; ,s al io famil i a ; 1) ,,..:,,ratific.a(lio ou (ldieional nata/n/°, OH décimo-terceiro salário, g) abono pecuniário t«soltai/te da converscio de até 1/3 (um terço) das férias, hi) adicional ou auxilio (atalidade; I) adicional funeral, j) adicional de férias, até o limire de 1/3 (um levy)) sobre retribuição habitual, 1) adicional pela pre.stação de -serviço extraordinário, tiara Wender situtty7;e,s - excepcionais e temporát ias, obedecidos os. limites de duração previsurs. em lei, contratos, r(,....z,,ularnernos, convenções, acordos ou dissidios coletivos e desde que o valor pogo uno execyla em mais de 50% (cinqiienta por cento) o estipuhrdol.)ara a hora de trabalho na fornada normal; in) adieirmal notur no, en quanto o serviço permanece; sendo prestado em horário que fint(/amenie sua concessão, n) adicional por tempo de serviço; conversão de liecnca-prétnio ern peclinia lacultada par a os crypt egados de empresa pública ou sociedade de economia ¡Instil por ato normativo, estatutário OU regulamentar anterior a If' de tIvera/co 0 de 1994, p) adieional de insalubridade, de periculosidade ou pelo exercicio de utividades penosas percebido &frame o pet iodo Cm que o beneficiário estiver sujeito às condi(5e,s ou aos riscos que dcram causa é sua concessão; (I) hora repouso e alinienta0i7o e adicional de sobreaviso, a Tie .se ieferem, respectivainente, O inciso II do ail 3" 0 o inciso II do art, 6" da L.4 n' 5.811, de Ii de outubro de 1972, outras parcelas cujo caráter indenizatório esteja definido cai lei, ou Ncia reconhecido, no ambit() das Cinpies-us pidVicas 0 sociedades de economia mIStO , poi- ato do Poder Exceutivo § 1" 0 disposto no in.ciso 111 abrange adiantamentos desprovidos de natureza. indenizatória. 0 adicional poi tempo de ,servieo 0 a gratificacilo de compeasaei:io 01 pdmiicu, previsto na alinea "d co", Ill, do art, 1 0 , da Lei 8.852/94, fluo significa dispensa da tributaçao do rendimento pelo imposto de renda na pessoa fisica. Observe-se que o paragrafo primeiro, ao estabelecer que todas as alinens, de "a" a "r" do referindo inciso, decorreu] de adiantamentos. , "desprovido de iratureza indenizato] ia", esta se referindo à rellittflefa(a0, a "soma dos' vencimentos cow os adiciona es C/c eafáter individual c demails vantagens, neqas compreendidas as relativas d natureza ou ao local dc trabalho previsto no inciso 111, Por essa razao, a expressao "exclusao", referida no dispositivo, nib o significa exclusao do rendimento, mas exclusio do conceito de remu.nerayao. Direito sistema e ifto texto de lei, o conjunto das disposições normativos, coin Os prineipios, cmiccitos e regras, dai porque no contexto, o dispositivo nos conduz ao entendimento esposado pela decisao Recorrida. Basta ligeira leitura ao dispositivo para ver que existem outras verbas citadas na mesma disposiyiio non ativa, a exemplo das &arias, ajuda de custo, salatio de tamilia, que possuem isençao do imposto; outras, a exemplo do d6cimo terceiro salário, no mesmo texto, com tributayao e, exclusiva na fOrite, sem permitir sequer o ajuste ou a compensaçao do imposto pogo .ria declara0o anual de rendimentos.. Ante o exposto, conheço e nego provimento ao recurso para manter a. decisao recorrida e a autuaçao. 4
score : 1.0
Numero do processo: 10725.001054/2009-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2008
CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO.
São isentos do imposto sobre a renda os proventos de reforma, aposentadoria ou pensão recebidos por contribuintes portadores de moléstia especificada em lei, devidamente comprovada por meio de laudo médico oficial.
Na hipótese, a contribuinte, beneficiária de rendimentos de aposentadoria e pensão, comprovou, por meio de laudo médico oficial que, no ano-calendário, era portadora de cardiopatia grave.
Numero da decisão: 2101-001.722
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso.
Nome do relator: CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY
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ISENÇÃO. São isentos do imposto sobre a renda os proventos de reforma, aposentadoria ou pensão recebidos por contribuintes portadores de moléstia especificada em lei, devidamente comprovada por meio de laudo médico oficial. Na hipótese, a contribuinte, beneficiária de rendimentos de aposentadoria e pensão, comprovou, por meio de laudo médico oficial que, no ano calendário, era portadora de cardiopatia grave. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ________________________________________________ LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. (assinado digitalmente) ________________________________________________ CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Gonçalo Bonet Allage, José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Celia Maria de Souza Murphy (Relatora). Fl. 59DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 2 Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento contra a contribuinte em epígrafe, na qual apurouse omissão de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica. Em 24.9.2009, a contribuinte impugnou o lançamento (fls. 1 a 4), alegando, em síntese, que não omitiu rendimentos tributáveis, já que sofre de cardiopatia grave, identificada desde 1998, é aposentada da Secretaria de Estado de Planejamento Gestão e beneficiária de pensão do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS por morte previdenciária de seu cônjuge. Sendo assim, a seu ver, os rendimentos percebidos são isentos do imposto sobre a renda por ser portadora de moléstia grave prevista no artigo 6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 1988. A 2.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro 2 decidiu pela procedência do lançamento mediante o Acórdão n.º 1335.074, de 30 de maio de 2011, cuja ementa a seguir transcrevese:. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2008 OMISSÃO DE RENDIMENTOS.MOLÉSTIA GRAVE. A isenção para portadores de moléstia grave só poderá ser concedida quando o contribuinte preenche os dois requisitos cumulativos indispensáveis à concessão da isenção: a natureza dos valores recebidos, que devem ser proventos de aposentadoria/reforma ou pensão, e o outro que relacionase à existência da moléstia tipificada no texto legal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada da Decisão em 26.7.2011, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 5.8.2011 (fls. 34 a 37), no qual reitera as razões de impugnação e apresenta novas provas, consubstanciadas nos documentos anexados às fls. 45 a 48. É o relatório. Voto Conselheira Celia Maria de Souza Murphy O recurso atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Cabe, primeiramente, ressaltar que a isenção do imposto sobre a renda por moléstia grave é cabível em relação aos rendimentos auferidos, em razão da inatividade, por contribuinte portador de uma das patologias listadas no artigo 6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 1988. O reconhecimento da isenção depende, portanto, do cumprimento dos seguintes requisitos: Fl. 60DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10725.001054/200917 Acórdão n.º 210101.722 S2C1T1 Fl. 52 3 1.º) que os rendimentos auferidos sejam de aposentadoria, reforma ou pensão; 2.º) que o contribuinte seja portador de moléstia grave prevista em lei. No tocante à primeira exigência, isto é, que os rendimentos auferidos sejam provenientes de reforma, aposentadoria ou pensão, foi constatado que a recorrente aufere rendimentos de inatividade, mais especificamente, de sua aposentadoria, publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro na data de 16 de abril de 1996 (fls. 8 e 9, frente e verso) e de pensão por morte previdenciária (fls. 10). Sobre este aspecto, já no voto condutor da decisão a quo, a Relatora verificou ter ficado comprovado que os rendimentos percebidos pela interessada decorrem de aposentadoria e pensão, nos seguintes termos: “Ab initio, é de se informar que, de acordo com os documentos de fls.08 e 09, a contribuinte é aposentada da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (matrícula 00656900) desde abril de 1996. Conseqüentemente, os rendimentos por ela auferidos da citada fonte pagadora têm a natureza de aposentadoria. Acrescentese que também restou comprovado no presente processo que a Sra. Marília dos Santos Assad recebeu pensão por morte previdenciária em 2007, do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, conforme consta do documento acostado à fl. 10 (comprovante de rendimentos pagos e de retenção do imposto de renda na fonte).” Sendo assim, restou preenchido o primeiro requisito para a isenção. As moléstias graves que autorizam a isenção do imposto sobre a renda de contribuintes que auferem rendimentos decorrentes da inatividade são aquelas relacionadas no artigo 6.º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 1988, a seguir transcrito: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: [...] XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004) (g.n.) [...] Fl. 61DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 4 O cumprimento do segundo requisito, qual seja, que a contribuinte é portadora de moléstia grave, prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713, de 1988, deve ser feito por meio de Laudo Médico Pericial emitido por serviço médico oficial da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, nos termos da Lei n° 9.250, de 1995, verbis: Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 1º O serviço médico oficial fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. [...] No caso em análise, em sede de impugnação, foi acostado aos autos laudo emitido por médico da Santa Casa de Misericórdia de Campos, RJ (fls. 14 e 15), o qual atesta que a contribuinte sofre de cardiopatia grave, desde 1998. Tal comprovante, todavia, foi insuficiente para cumprir o segundo requisito, por força do que prevê o artigo 30 da Lei n.º 9.250, de 1995, acima transcrito. Por esse motivo, a decisão da DRJ foi pela improcedência da impugnação. Nesse ponto, a Relatora do Voto condutor de referida decisão assim se manifestou: “Quanto ao outro requisito indispensável à concessão da isenção, é de se ressaltar que consta dos documentos de fls. 14 e 15, ambos exarados pela Santa Casa de Misericórdia de Campos, em 15/07/2007, que a interessada é portadora de cardiopatia grave. Notese, entretanto, que em pesquisa à Internet (http://cnes.datasus.gov.br) fl.26, verificase que a mencionada Instituição é de natureza privada, não se revestindo os documentos de fls.14 e 15 das características de laudos periciais emitidos por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, como determina a legislação que trata da isenção para portadores de moléstia grave.” Diante dessas informações, para complementar as provas já apresentadas em sede de impugnação, visando ao atendimento dos requisitos exigidos por lei para comprovar o direito à isenção pleiteada, a interessada apresentou, em sede de recurso voluntário, os documentos acostados às fls. 45 a 48. Às fls. 45 consta “declaração” do médico Paulo A. Maia, emitida em papel timbrado (receituário) da UPA 24 Horas – Campos. As UPA 24 Horas Unidades de Pronto Atendimento são unidades pré hospitalares vinculadas à Secretaria de Estado de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. A declaração apresentada às fls. 45 foi, portanto, emitida por órgão oficial, e contém, em seu bojo, identificação da contribuinte, especificação da moléstia grave (prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713, de 1988), a data a partir da qual a recorrente passou a ser portadora de tal doença e, ao final, é subscrito por médico identificado. Cumpre, portanto, a exigência do artigo 30, caput, da Lei n.º 9.250, de 1995. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 10725.001054/200917 Acórdão n.º 210101.722 S2C1T1 Fl. 53 5 Em circunstâncias tais como as da presente hipótese, imperioso o reconhecimento da isenção. Este entendimento já foi pacificado pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais por meio da Súmula CARF n.º 63: “Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.” Sendo assim, cumpridos os requisitos legais, a recorrente faz jus à isenção do imposto sobre a renda por moléstia grave. Conclusão Ante todo o exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) _________________________________ Celia Maria de Souza Murphy Relatora Fl. 63DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por MARIA APARECIDA PEREIRA DOS SANTOS - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 25/ 06/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 13882.001587/2008-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2007
DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Podem ser deduzidos como despesas médicas os valores pagos pelo
contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar elementos de prova da efetividade dos serviços prestados ou dos correspondentes pagamentos. Para fazer prova das despesas
médicas pleiteadas como dedução na declaração de ajuste anual, os
documentos apresentados devem atender aos requisitos exigidos pela legislação do imposto sobre a renda de pessoa física.
Na hipótese, o contribuinte não logrou comprovar a efetiva realização das despesas declaradas.
Numero da decisão: 2101-001.804
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Nome do relator: CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY
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DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. Podem ser deduzidos como despesas médicas os valores pagos pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, podendo a autoridade lançadora solicitar elementos de prova da efetividade dos serviços prestados ou dos correspondentes pagamentos. Para fazer prova das despesas médicas pleiteadas como dedução na declaração de ajuste anual, os documentos apresentados devem atender aos requisitos exigidos pela legislação do imposto sobre a renda de pessoa física. Na hipótese, o contribuinte não logrou comprovar a efetiva realização das despesas declaradas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ________________________________________________ LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. (assinado digitalmente) ________________________________________________ Fl. 139DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 2 CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Gonçalo Bonet Allage, José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Celia Maria de Souza Murphy (Relatora). Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento contra o contribuinte em epígrafe, médico, na qual foi feita glosa de despesas médicas no valor de R$ 56.670,00, por falta de comprovação ou de previsão legal para a dedução. Segundo relato da Fiscalização (fls. 5), o contribuinte foi intimado a comprovar o efetivo pagamento e a efetiva utilização dos serviços profissionais declarados, uma vez que os recibos médicos apresentados, da forma como foram emitidos e sem as provas dos efetivos pagamentos e prestação dos serviços, careciam de idoneidade e caracterizavam indícios de irregularidades. Ainda de acordo com o relato da Fiscalização, em resposta à intimação, o contribuinte não logrou comprovar de forma inequívoca os pagamentos efetuados, apresentando apenas declarações e laudos dos profissionais relacionados para atestar a prestação de serviços e pagamentos em espécie. Em decorrência dessas constatações, foram glosadas as despesas a seguir relacionadas: Margareth C. Aguiar: R$ 8.000,00 Paulo Roberto C. Coelho: R$ 5.000,00 Ana Luiza A Prudente: R$ 7.600,00 Raquel Oliveira M. Brasil: R$ 4.100,00 Lizzie Helena R. S.Coelho: R$10.000,00 Elaine C B Rois Castro: R$ 5.000,00 Geiza Amelia Baptista Hamad: R$ 9.800,00 Mirian Rois M. Santos: R$ 7.170,00 Em 18.12.2008, o contribuinte impugnou lançamento (fls. 1 a 3), e, pedindo a nulidade do “Auto de Infração”, alega, em síntese, que (a) não houve questionamento quanto à efetividade da prestação dos serviços; (b) o procedimento decorre, apenas, da pretensa falta de comprovação do "efetivo pagamento aos profissionais"; (c) inexiste obrigatoriedade legal de as pessoas efetuarem pagamentos apenas por meio de cheque, cartão de crédito, transferência bancária etc.; (d) nos termos do artigo 80, parágrafo 1°, inciso III, do RIR/99, o recibo de prestação de serviços é documento hábil a comprovar a efetividade das despesas médicas, desde que dele constem nome, endereço e número de inscrição no CPF; (e) a autoridade fiscal não pode desconsiderar recibos que preencham os requisitos da Lei, pelo simples fato de o contribuinte não ter apresentado comprovante do pagamento do valor objeto do recibo, posto Fl. 140DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 13882.001587/200801 Acórdão n.º 2101001.804 S2C1T1 Fl. 2 3 que realizado em moeda corrente; e (f) a comprovação da despesa médica através de recibo não é suficiente para afastar sua dedutibilidade. A 8.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo 2 (SP) julgou a impugnação improcedente, por meio do Acórdão n.º 1738.827, de 8 de março de 2010, com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 GLOSA DE DEDUÇÕES COM DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. Mantidas as glosas de despesas médicas, visto que o direito às suas deduções condicionase à comprovação dos correspondentes pagamentos, a juízo da autoridade fiscal. Inteligência do artigo 11, §3°, do Decretolei n° 5.844/43 e artigo 73 do RIR/99. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário às fls. 130 a 133 (equivocadamente numeradas 30 a 33), no qual, citando e transcrevendo ementas de julgados no âmbito administrativo, alega que o recibo é documento hábil e suficiente para comprovar o efetivo pagamento das despesas médicas, e, no caso de pagamentos em espécie, é um absurdo ter que comprovar os saques, coincidentes em datas e valores, com os extratos bancários, pois isto significa dizer que ninguém pode reter e acumular dinheiro em seu poder e com ele efetuar pagamento válido. Além disso, salienta que, em momento algum, foi apontado qualquer vício nos respectivos recibos. Por fim, ao contrário do que pensa o relator, o ônus da prova compete a quem acusa, e, se alguma objeção ou suspeita existisse quanto à prestação do serviço profissional e qualquer vício no tocante aos recibos, caberia ao Fisco apontálo de forma clara e objetiva. Pede que seu recurso seja acolhido e, no mérito, julgado procedente. É o Relatório. Voto Conselheira Celia Maria de Souza Murphy O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais previstos no Decreto n° 70.235, de 1972. Dele conheço. O lançamento constante deste processo originouse de procedimento de revisão de declaração, previsto no artigo 835 do Decreto n.° 3.000, de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda. Tal dispositivo prevê, in verbis: Fl. 141DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 4 Art. 835. As declarações de rendimentos estarão sujeitas a revisão das repartições lançadoras, que exigirão os comprovantes necessários (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 74). § 1° A revisão poderá ser feita em caráter preliminar, mediante a conferência sumária do respectivo cálculo correspondente à declaração de rendimentos, ou em caráter definitivo, com observância das disposições dos parágrafos seguintes. § 2° A revisão será feita com elementos de que dispuser a repartição, esclarecimentos verbais ou escritos solicitados aos contribuintes, ou por outros meios facultados neste Decreto (DecretoLei n°5.844, de 1943, art. 74, § 1°). § 3° Os pedidos de esclarecimentos deverão ser respondidos, dentro do prazo de vinte dias, contados da data em que tiverem sido recebidos (Lei n° 3.470, de 1958, art. 19). § 4° O contribuinte que deixar de atender ao pedido de esclarecimentos ficará sujeito ao lançamento de oficio de que trata o art. 841 (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 74, §3°, e Lei n° 5.172, de 1966, art. 149, inciso III)." Os dispositivos acima transcritos autorizam a autoridade fiscalizadora a exigir esclarecimentos sobre o conteúdo da Declaração de Ajuste Anual do contribuinte. Além disso, mais especificamente, o artigo 73 do Decreto n.º 3.000, de 1999, que tem por matriz legal o artigo 11 do DecretoLei n.º 5.844, de 1943, autorizaa a exigir comprovação ou justificação de todas as deduções pleiteadas pelo contribuinte em sua declaração de ajuste, nos seguintes termos: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). [...]. Sobre a forma como devem ser comprovadas as deduções utilizadas, na declaração de imposto sobre a renda de pessoa física de ajuste, com despesas médicas, vejamos o que diz o artigo 8.º da Lei n.º 9.250, de 1995: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames Fl. 142DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 13882.001587/200801 Acórdão n.º 2101001.804 S2C1T1 Fl. 3 5 laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; [...] § 2º O disposto na alínea a do inciso II: [...] II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; [...] (g. n.) Depreendese, dos dispositivos acima transcritos, que a comprovação de despesas médicas, para fins de dedução do imposto sobre a renda, deve ser apta a demonstrar tanto a prestação do serviço propriamente dita, ao próprio contribuinte ou a dependente seu, quanto o seu efetivo pagamento, feito ao profissional, pelo contribuinte, em valor correspondente à referida prestação, tudo de forma especificada. Na presente hipótese, o contribuinte, desde o início do procedimento fiscal, foi instado a comprovar o efetivo pagamento das despesas médicas deduzidas, tal como informado pelo agente da Fiscalização, na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, integrante da Notificação de Lançamento (fls. 5) e conforme se verifica do Termo de Intimação Fiscal, às fls. 21 e da Intimação Malha Fiscal às fls. 90 e 91. Nesta última, o contribuinte foi especificamente intimado a comprovar o efetivo pagamento das despesas declaradas, por meio de cópias de cheques, ordens de pagamento, transferências e extratos bancários que registrassem tais operações ou quaisquer outros documentos que comprovassem os pagamentos efetuados. Todavia, limitouse a trazer aos autos os documentos às fls. 22 a 85 e 95 a 112verso. Das provas acostadas, interessam à presente análise apenas aquelas concernentes às despesas médicas glosadas, provas essas que passamos a apreciar, ante a legislação reguladora da matéria: a) Margareth C. Aguiar S Ferreira: R$ 8.000,00 A título de “tratamento psicoterápico” com esta profissional, o contribuinte acostou recibos às fls. 37 a 42, emitidos mensalmente, no dia 10, a partir de fevereiro de 2006 até dezembro do mesmo ano, sendo que, de fevereiro a agosto, o valor individual corresponde a R$ 720,00; nos meses de setembro a dezembro, o montante de cada recibo é de R$ 740,00, totalizando R$ 8.000,00 referentes a despesas com psicoterapia. Às fls. 97, consta declaração na qual a profissional atesta que prestou atendimento ao contribuinte em “tratamento psicoterápico” e “terapia alimentar”, e que, devido Fl. 143DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 6 às perdas ocorridas no ano de 2005, o contribuinte sofria de “depressão” e “baixa estima”, sendo os pagamentos efetuados “em espécie”. b) Paulo Roberto C. Coelho: R$ 5.000,00 O recorrente apresentou recibos preenchidos de forma incompleta, emitidos por este médico oftalmologista, às fls. 61 a 65, correspondentes aos meses de janeiro, fevereiro e maio a dezembro de 2006, no valor de R$ 500,00 cada, totalizando o montante de R$ 5.000,00. Às fls. 98, consta declaração na qual o profissional atesta que o contribuinte foi submetido a cirurgia de ceratoplastia (Lasik), para correção de miopia e astigmatismo em ambos os olhos em 2003. Todavia, complementa, tendo apresentado recidiva de parte da miopia, foi proposta, em 2006 uma nova intervenção para corrigir o grau remanescente, realizandose retoque em ambos os olhos. Para tanto, teria sido paga a importância, de cinco mil reais, parcelados. Complementam o conjunto probatório receita médica às fls. 99 e exame identificado na informação às fls 93 como “mapeamento ocular” (item 2), com data de “20.11.00”, às fls. 100 a 102. c) Ana Luiza A Prudente: R$ 7.600,00 O recorrente apresentou recibos às fls. 49 a 54, emitidos de fevereiro a novembro de 2006, referentes a “tratamento odontológico”. De fevereiro a setembro, foi emitido um recibo a cada mês, no valor de R$ 600,00 cada. Nos meses de outubro e novembro, foram emitidos dois recibos em cada mês: em 6 de outubro e 4 de novembro, no valor de R$ 600,00 cada; em 14 de outubro e 6 de novembro, no valor de R$ 800 cada. O montante anual corresponde a R$ 7.600,00. d) Raquel Oliveira M. Brasil: R$ 4.100,00 Foram juntados recibos, emitidos de forma incompleta por esta profissional, às fls. 67 e 68, correspondentes aos meses de março, abril, maio e junho de 2006, respectivamente nos montantes de R$ 700,00, R$ 400,00, R$ 600,00 e R$ 550,00. O somatório dos recibos corresponde a R$ 2.250,00. Às fls. 103 consta documento manuscrito parcialmente ilegível. A partir da informação do contribuinte, às fls. 93, podese inferir que tal papel corresponde a “ficha individual da paciente” Dayse Aparecida Alves Reis Monteiro Barbosa a que se refere o item 3. Foi ainda anexado “Relatório Fisioterápico” (fls. 104), em papel em cujo cabeçalho lêse “DRª RAQUEL OLIVEIRA MOURA BRASIL CREFITO 69643”, no qual se atesta que a paciente Dayse Aparecida Alves Reis Monteiro Barbosa procurou atendimento fisioterápico em domicílio devido a fortes dores na cabeça e na coluna cervical, tendo sido diagnosticada com tensão na musculatura de trapézio direito e esquerdo, rotação das vértebras cervicais e formigamento do membro superior direito. No “Relatório Fisioterápico” apresentado não consta data, assinatura ou identificação do responsável pela sua emissão. e) Lizzie Helena R. S.Coelho: R$10.000,00 Fl. 144DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 13882.001587/200801 Acórdão n.º 2101001.804 S2C1T1 Fl. 4 7 O recorrente apresentou recibos com preenchimento incompleto às fls. 43 a 48, emitidos mensalmente, de janeiro a dezembro, nos montantes de R$ 900,00 cada, de janeiro a abril e de R$ 800,00 cada os demais. O somatório dos recibos corresponde a R$ 10.000,00. Às fls. 105 consta documento no qual a cirurgiãdentista atesta que o tratamento realizado consistiu em dois implantes, no valor de R$ 3.000,00 cada e duas cirurgias de implante, no valor de R$ 1.000,00 cada, mais acompanhamento radiográfico mensal no valor de R$ 2.000,00. e) Elaine C B Rois Castro: R$ 5.000,00 O recorrente apresentou recibos preenchidos de forma incompleta às fls. 55 a 60, referentes a “terapia fonoaudiológica”, emitidos mensalmente, de janeiro a dezembro de 2006, no valor individual de R$ 400,00, de janeiro a outubro e R$ 500,00 cada em novembro e dezembro, totalizando o montante de R$ 5.000,00. Às fls. 106, foi anexada declaração da profissional, na qual consta que Dayse Aparecida A. R. M. Barbosa foi sua paciente em 2006 e que pagou seus honorários “em espécie”. f) Geiza Amelia Baptista Hamad: R$ 9.800,00 Foram acostados recibos às fls. 31 a 36, referentes a “tratamento fisioterapêutico”, emitidos mensalmente, de janeiro a dezembro de 2006, no valor individual de R$ 800,00, de janeiro a agosto e de R$ 850,00 cada de setembro dezembro, totalizando o montante de R$ 9.800,00. Às fls. 111, o recorrente fez anexar “Relatório da Avaliação” emitido pela profissional, no qual indica diagnóstico de várias moléstias e atesta que o paciente não tem data determinada para “receber alta fisioterapêutica”. É possível que o pedido de 10 sessões de fisioterapia por lombalgia, às fls. 107, tenha sido anexado aos autos para complementar o conjunto probatório das despesas declaradas com esta profissional. No entanto, referido documento não contém identificação legível do médico e tampouco há referência a este pedido no “Relatório de Avaliação” às fls. 111. g) Mirian Rois M. Santos: R$ 7.170,00 O recorrente apresentou recibos às fls. 25 a 30, referentes a “terapia fonoaudiológica”, emitidos mensalmente, de janeiro a dezembro de 2006, totalizando o montante de R$ 7.170,00. Às fls. 95, fez anexar “Relatório da Avaliação e Terapia Fonoaudiológicas”, no qual a profissional atesta que o contribuinte, que “utiliza a voz como instrumento de trabalho”, foi diagnosticado com “disfonia funcional (mau uso da voz)” e, pelo serviço prestado, recebeu os pagamentos relacionados. Considerações gerais Fl. 145DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 8 Do exame dos autos, verificase, no cômputo geral, que (i) a alegação de pagamento em dinheiro não ficou comprovada; (ii) os documentos com os quais se pretende comprovar as despesas nem sempre cumprem os requisitos mínimos estipulados na Lei n.º 9.250, de 1995. Primeiramente, analisando os documentos com os quais o contribuinte pretende comprovar as despesas com tratamento odontológico com (i) Ana Luiza Prudente e (ii) Lizzie Helena R. S.Coelho, verifiquei que, além de não comprovarem os pagamentos “em espécie” que afirmou ter feito, são, no primeiro caso, genéricos (meros recibos com descrição inespecífica de “tratamento odontológico”) e, no segundo, os não cumprem nem mesmo os requisitos mínimos exigidos pelo artigo 8.° da Lei n.° 9.250, de 1995. Sendo assim, temse que os documentos acostados pelo recorrente não são suficientes para comprovar de forma satisfatória as despesas odontológicas declaradas. No tocante às demais despesas, destacase que o contribuinte, médico, além de prestar serviços para a Unimed Guaratinguetá (fls. 15), era, no anocalendário sob análise, titular de dois seguros (“Seguro VG” e “Seguro Serit Mais”) e de plano de saúde (“Plano Médico Master”) da mesma Cooperativa de Trabalho Médico (vide fls. 85). No “Guia Médico” disponível na página da internet da Unimed Guaratinguetá (www.unimedguaratingueta.com.br), podese constatar que a cooperativa oferece serviços de oftalmologia, fisioterapia, fonoaudiologia e psicologia. No entanto, o contribuinte declarou ter incorrido em despesas com tratamentos de saúde particulares e dispendiosos. O fato de ser titular de plano de saúde que inclui todos os serviços declarados, por si só, não impede que o contribuinte incorra em elevados dispêndios com tratamento médico, psicológico, fisioterápico e fonoaudiológico em caráter particular, para si e sua dependente, tal como ocorreu na hipótese. Todavia, nos casos em que isso ocorre, a fim de convencer o julgador que a despesa foi efetivamente realizada, é necessário que o contribuinte seja particularmente cuidadoso na produção das provas, com o objetivo de justificar a opção pela não utilização dos serviços oferecidos pela própria cooperativa de serviços médicos da qual é titular de plano médico, preferindo realizar tratamentos em caráter particular, ainda mais quando se trata de tratamentos prolongados, dispendiosos e quando se alega que todos os pagamentos foram feitos “em dinheiro”, tal como ocorreu neste processo. Em casos como o que aqui se analisa, em que os valores declarados a título de despesa com tratamento de saúde são expressivos, os tratamentos prolongados, o contribuinte é titular de plano de saúde mas não o utiliza e alega que todos os pagamentos pelos serviços médicos foram feitos “em espécie”, tenho entendido ser necessário apresentar outros documentos além dos recibos e declarações dos profissionais prestadores dos serviços, mesmo quando esses documentos cumprem os requisitos mínimos do artigo 8.° da Lei n.° 9.250, de 1995 (o que, como se viu, nem mesmo é a regra neste processo). Para comprovar a efetiva realização dos serviços de saúde, o conjunto probatório pode ser formado por documentos tais como fichas médicas ou odontológicas, receitas, exames, notas fiscais de aquisição de medicamentos, entre outros. Para comprovar o efetivo pagamento pelos serviços, podem ser trazidos aos autos quaisquer documentos hábeis e idôneos, tais como cópias dos cheques utilizados para pagamento dos serviços, comprovantes de transferências bancárias ou DOC, entre outros. No caso de pagamentos “em espécie”, recomendase apresentar cópias dos extratos bancários nos quais figurem os saques que tenham lastreado tais pagamentos, principalmente quando o contribuinte, tal como ocorreu na hipótese, foi especificamente intimado, ainda no procedimento fiscal, para produzir tal prova. Fl. 146DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 13882.001587/200801 Acórdão n.º 2101001.804 S2C1T1 Fl. 5 9 O contribuinte alega, em sua peça recursal, que o recibo é documento hábil e suficiente para comprovar o efetivo pagamento das despesas médicas, e, no caso de pagamentos em espécie, é um absurdo ter que comprovar os saques, coincidentes em datas e valores, com os extratos bancários, pois isto significa dizer que ninguém pode reter e acumular dinheiro em seu poder e com ele efetuar pagamento válido. Sobre o tema, importante pontuar que o contribuinte pessoa física, sempre que enquadrado nos requisitos da legislação de regência, deve preencher, anualmente, sua Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda, sendo dever do declarante prestar as informações conforme a verdade. Uma vez regularmente intimado pela Fiscalização a comprovar as deduções efetuadas, deve estar apto a fazêlo, caso contrário as deduções são glosadas, nos moldes previstos no artigo 73 do Decreto n.º 3.000, de 1999, que tem por matriz legal o artigo 11 do DecretoLei n.º 5.844, de 1943. Impugnando o lançamento, o contribuinte deve instruir os autos do processo administrativo fiscal com provas fortes o suficiente para respaldar seus argumentos. Quanto mais robustas as provas trazidas aos autos, mais fácil se torna o convencimento do julgador quanto à veracidade das alegações suscitadas. É que a convicção do julgador não é formada por meras alegações sem provas, nem por uma única prova isolada, nem por determinadas provas, mas por todo o conjunto probatório juntado aos autos. Sendo assim, é de suma importância que os argumentos apresentados sejam coerentes e, confrontados com as provas, demonstrem, de forma inequívoca, que os fatos ocorreram da forma descrita. No presente caso, além dos documentos acostados, o contribuinte poderia ter trazido outros, de modo a complementar as provas dos autos, a fim de não deixar qualquer dúvida que os serviços de saúde foram prestados, e, igualmente importante, deveria ter trazido provas do efetivo pagamento dos serviços, tal como exigido desde o início do procedimento fiscal. Todavia, assim não procedeu o interessado. Observase que algumas das provas anexadas não são contemporâneas aos fatos, tal como o exame às fls. 100 a 102, que precede em seis anos a alegada cirurgia oftálmica declarada no anocalendário 2006. Há ainda receitas médicas e recomendação de “fisioterapia” em papel timbrado da Prefeitura Municipal de Guaratinguetá (fls. 107 a 110), com trechos ilegíveis e identificação do médico também ilegível. Além disso, não ficou demonstrada qualquer correlação entre os referidos exame, recomendação e receitas e os tratamentos declarados, providência recomendável quando se considera que os julgadores administrativos não possuem, via de regra, formação acadêmica que os permita fazer essa correlação e tirar conclusões. O recorrente salienta que, em momento algum, foi apontado qualquer vício nos recibos; ao contrário do que pensa o relator da decisão a quo, o ônus da prova compete a quem acusa, e, se alguma objeção ou suspeita existisse quanto à prestação do serviço profissional e qualquer vício no tocante aos recibos, caberia ao Fisco apontálo de forma clara e objetiva. Sobre os argumentos suscitados, oportuno lembrar que o processo administrativo de determinação e exigência dos créditos tributários da União não é sede apropriada para a discussão de vícios em documentos fornecidos à Secretaria da Receita Federal do Brasil. Verificase, do exame dos autos, que os documentos originais apresentados pelo contribuinte foram retidos para averiguação, conforme consta do Termo de Retenção de Documentos às fls. 92. Se for o caso, aquele órgão instaurará o procedimento adequado. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS 10 Ainda sobre aqueles argumentos, ressalto que, conforme anteriormente destacado, todas as deduções do imposto sobre a renda estão sujeitas a comprovação ou justificação. Os comprovantes das despesas médicas declaradas não precisam ser apresentados no momento da entrega da declaração anual de ajuste. Todavia, podem ser exigidos em procedimento de fiscalização, tal como ocorreu na hipótese, e, neste caso, é importante que o contribuinte possa comprovar as despesas de forma satisfatória. Caso contrário, as deduções não são restabelecidas no âmbito administrativo. E, conforme afirmado anteriormente, no caso de despesas médicas, ainda que presentes todas as formalidades exigidas pelo artigo 8.°, § 2.°, III, da Lei n.° 9.250, de 1995 (o que, como visto, nem sempre ocorreu, no caso em análise), os documentos apresentados pelo interessado podem ser considerados insuficientes para comprovar as despesas médicas declaradas. Por fim, ao longo da peça recursal, o contribuinte cita e transcreve ementas de julgados deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF que entende virem ao encontro de seus argumentos. A respeito deste tema, impende salientar que as decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não estão vinculadas a outras decisões administrativas válidas somente entre as partes integrantes do processo. O livre convencimento do julgador permite que a decisão proferida, baseada na lei, tenha por supedâneo o argumento que entender razoável ou cabível ao caso concreto, desde que devidamente fundamentada, explicitadas as razões de fato e de direito que o levaram a tal convicção. Não há, portanto, reparos a fazer na decisão a quo. Conclusão Ante todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) _________________________________ Celia Maria de Souza Murphy Relatora Fl. 148DF CARF MF Impresso em 02/10/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 23/ 08/2012 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS
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