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Numero do processo: 13411.000300/2007-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE EM SEDE RECURSAL (ART. 17 DO DECRETO N.º 70.235/72)
Nos termos do art. 17 do Decreto n.º 70.235/72, consideram-se
não impugnadas as questões não apontadas, expressamente, por ocasião da apresentação da impugnação.
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS APONTADOS PELAS FONTES PAGADORAS EM DIRF. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO, PELO CONTRIBUINTE, DA INEXISTÊNCIA DOS REFERIDOS RENDIMENTOS.
Sendo devidamente demonstrada, em DIRF, a existência de rendimentos omitidos pelo contribuinte em sua declaração de ajuste, cumpre a este último a comprovação da inexistência da citada omissão de rendimentos.
Hipótese em que a Recorrente demonstra, parcialmente, a inexistência da referida omissão, apontando equívoco na DIRF apresentada pela fonte pagadora.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2101-001.632
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso, para excluir da base de cálculo do imposto o valor de R$ 18.489,04 e respectivo imposto de renda na fonte.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE EM SEDE RECURSAL (ART. 17 DO DECRETO N.º 70.235/72) Nos termos do art. 17 do Decreto n.º 70.235/72, consideramse não impugnadas as questões não apontadas, expressamente, por ocasião da apresentação da impugnação. IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS APONTADOS PELAS FONTES PAGADORAS EM DIRF. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO, PELO CONTRIBUINTE, DA INEXISTÊNCIA DOS REFERIDOS RENDIMENTOS. Sendo devidamente demonstrada, em DIRF, a existência de rendimentos omitidos pelo contribuinte em sua declaração de ajuste, cumpre a este último a comprovação da inexistência da citada omissão de rendimentos. Hipótese em que a Recorrente demonstra, parcialmente, a inexistência da referida omissão, apontando equívoco na DIRF apresentada pela fonte pagadora. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso, para excluir da base de cálculo do imposto o valor de R$ 18.489,04 e respectivo imposto de renda na fonte. Fl. 60DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13411.000300/200783 Acórdão n.º 210101.632 S2C1T1 Fl. 58 2 (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), José Raimundo Tosta Santos, Celia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 34/36) interposto em 26 de maio de 2010 contra o acórdão de fls. 26/29, do qual a Recorrente teve ciência em 25 de abril de 2010 (fl. 33), proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife (PE), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de fls. 13/16, lavrado em 09 de abril de 2007, em decorrência de omissão de rendimentos do trabalho com e/ou sem vínculo empregatício, verificada no anocalendário de 2003. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004 IRPF. RENDIMENTOS. Na declaração de ajuste anual do imposto sobre a renda de pessoa física devem ser incluídas todas as fontes pagadoras da mesma. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido” (fl. 26). Não se conformando, a Recorrente interpôs o recurso de fls. 34/36, pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o auto de infração. É o relatório. Voto Fl. 61DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13411.000300/200783 Acórdão n.º 210101.632 S2C1T1 Fl. 59 3 Conselheiro ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Consoante se extrai dos documentos acostados, o auto de infração combatido foi lavrado em virtude da constatação de omissão de rendimentos percebidos de pessoas jurídicas, devidamente informados à Secretaria da Receita Federal do Brasil em Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (“DIRF” – fl. 14) pelas seguintes fontes pagadoras: (i) Coopecardio Cooperativa de Trabalho dos Médicos Cardiologistas (“Coopercardio”), (ii) Sul América Companhia de Seguro Saúde (“Sul América”), (iii) PróMatre de Juazeiro (“Pró Matre”), (iv) UNIMED Vale do São Francisco Cooperativa de Trabalho Médico (“UNIMED”), e, por fim, (v) Novartis Biociências S/A (“Novartis”). Em relação às citadas omissões de rendimento, apuradas em virtude da apresentação das DIRFs pelas fontes pagadoras, cumpre destacar, ab initio, que a contribuinte, ora Recorrente, deixou de impugnar, especificamente, eventual ilegalidade do auto de infração no que atine aos rendimentos percebidos (i) da Coopercardio, (ii) da UNIMED e (iii) da Novartis, razão pela qual, deixandose de instaurar a fase litigiosa em relação aos citados aspectos (art. 14 do Decreto 70.235/72), devese considerar não impugnados os citados itens do auto de infração, na forma do art. 17 do Decreto 70.235/72. Na esteira do ora sufragado, portanto, em que pese ao fato de ter a Recorrente contestado, em sede de recurso voluntário, os rendimentos apontados pela Novartis, e muito embora não tenha reunido provas bastantes à demonstração de que tais valores teriam sido entregues a título gratuito pela referida pessoa jurídica com o correspondente recolhimento do imposto de doação (ITCMD) ao ente federado competente (notese que a alegação de que o laboratório teria pago congresso e curso à Recorrente jamais poderia ser entendida como indenização, eis que ausente o caráter de recomposição de dano), referidas alegações não poderiam ser conhecidas nesta etapa, na medida em que não impugnadas em momento oportuno, razão pela qual não merecem prosperar. No tocante aos rendimentos percebidos da Sul América, também devidamente apontados em DIRF, entendo que, muito embora tenha a Recorrente se limitado a alegar eventual divergência entre o informe de rendimentos e os valores constantes na base de dados da Receita Federal, havendo a impugnação específica em relação ao referido ponto no momento próprio, instaurandose a fase contenciosa, seria possível a análise dos novos fundamentos apontados em sede recursal, em razão da plena aplicabilidade do princípio da verdade material, corolário da legalidade e da tipicidade no processo administrativo fiscal, consoante já sedimentou a jurisprudência da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF, 2ª Turma, Acórdão n.º 40203.131, Relator Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, DJ de 06/05/2008). Passandose ao mérito das alegações da Recorrente, no entanto, entendo não haver robusta demonstração de que os valores apontados em DIRF como rendimentos pagos à contribuinte seriam idênticos àqueles percebidos por outra pessoa jurídica (Pro Coração S/C Ltda.). De fato, compulsandose os termos da DIRF apresentada pela Sul América, verificase que o valor dos rendimentos pagos à Recorrente atinge a monta de R$ 6.991,00 (fl. 14), ao passo que os montantes pagos à citada pessoa jurídica possuem base de cálculo absolutamente Fl. 62DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13411.000300/200783 Acórdão n.º 210101.632 S2C1T1 Fl. 60 4 distinta (fls. 45/47), de maneira que o valor liberado àquela sociedade e pago pela Sul América atinge cifra bem inferior (R$ 1.450,42 – vide fls. 46 e 48). Além disso, não há qualquer demonstração da relação entre os valores apontados em DIRF (R$ 6.991,00) e aqueles referidos como rendimentos isentos ou não tributáveis pela Recorrente (R$ 5.348,35), razão pela qual não se pode acatar as alegações da contribuinte, eis que despidas de comprovação. Por fim, em relação aos rendimentos apontados em DIRF pela PróMatre, entendo que a irresignação do contribuinte merece prosperar. De fato, compulsandose os documentos trazidos aos autos, verificase que a fonte pagadora, no documento de fl. 53, expressamente admite o equívoco em relação ao preenchimento do CPF de outro prestador de serviços, reconhecendo, textualmente, que os valores apontados em DIRF não teriam sido pagos à Recorrente, mas a outra médica, Sra. Maria Betania Magalhães Caraciollo (vide, também, o equívoco apontado à fl. 42). Dessa forma, esclarecido o equívoco, entendo inexistir qualquer omissão de rendimentos em relação à citada fonte pagadora. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de DAR provimento EM PARTE ao recurso, para excluir da base de cálculo do imposto o valor de R$ 18.489,04 e respectivo imposto de renda na fonte. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 63DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 14751.001767/2009-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO – AUTO DE INFRAÇÃO – OBRIGAÇÃO PRINCIPAL GFIP TERMO DE CONFISSÃO DE DÍVIDA SEGURADOS EMPREGADOS INCLUÍDOS EM FOLHA DE PAGAMENTO CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES AUTÔNOMOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS NÃO IMPUGNAÇÃO EXPRESSA INCONSTITUCIONALIDADE.
A GFIP é termo de confissão de dívida em relação aos valores declarados e não recolhidos.
Os requisitos para determinação da condição de isenta encontra-se
descrito no art. 55 da lei 8212/91.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006
AUTO DE INFRAÇÃO OSCIP EQUIPARADA A EMPRESA MANUTENÇÃO DE DOCUMENTOS CONTÁBEIS LIVRO DIÁRIO OBRIGATORIEDADE PARA ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVAS
As organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, assim, como as associações ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras são equiparadas a empresa para cumprimento da legislação tributária As OSCIP nos termos dos art. 4 e 5 da Lei 9790 deverão ter observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de
Contabilidade;
AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL NULIDADE DA AUTUAÇÃO CERCEAMENTO DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES.
Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente não só no relatório de lançamentos, no DAD, bem como no relatório fiscal.
Todo o procedimento fiscal adotado pelo auditor, seguiu os ditames legais, não existindo qualquer vício no procedimento realizado.
TRABALHO DO AUDITOR ATIVIDADE VINCULADA
Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-002.383
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar a preliminar de nulidade; e II) no mérito, negar provimento ao recurso.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO – AUTO DE INFRAÇÃO – OBRIGAÇÃO PRINCIPAL GFIP TERMO DE CONFISSÃO DE DÍVIDA SEGURADOS EMPREGADOS INCLUÍDOS EM FOLHA DE PAGAMENTO CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES AUTÔNOMOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS NÃO IMPUGNAÇÃO EXPRESSA INCONSTITUCIONALIDADE. A GFIP é termo de confissão de dívida em relação aos valores declarados e não recolhidos. Os requisitos para determinação da condição de isenta encontra-se descrito no art. 55 da lei 8212/91. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006 AUTO DE INFRAÇÃO OSCIP EQUIPARADA A EMPRESA MANUTENÇÃO DE DOCUMENTOS CONTÁBEIS LIVRO DIÁRIO OBRIGATORIEDADE PARA ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVAS As organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, assim, como as associações ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras são equiparadas a empresa para cumprimento da legislação tributária As OSCIP nos termos dos art. 4 e 5 da Lei 9790 deverão ter observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL NULIDADE DA AUTUAÇÃO CERCEAMENTO DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES. Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente não só no relatório de lançamentos, no DAD, bem como no relatório fiscal. Todo o procedimento fiscal adotado pelo auditor, seguiu os ditames legais, não existindo qualquer vício no procedimento realizado. TRABALHO DO AUDITOR ATIVIDADE VINCULADA Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Recurso Voluntário Negado.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2158; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 14751.001767/200914 Recurso nº 000.000 Voluntário Acórdão nº 2401002.383 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 18 de abril de 2012 Matéria DIFERENÇA DE CONTRIBUIÇÕES Recorrente CENTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E GERAÇÃO DE EMPREGOS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO – AUTO DE INFRAÇÃO – OBRIGAÇÃO PRINCIPAL GFIP TERMO DE CONFISSÃO DE DÍVIDA SEGURADOS EMPREGADOS INCLUÍDOS EM FOLHA DE PAGAMENTO CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES AUTÔNOMOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS NÃO IMPUGNAÇÃO EXPRESSA INCONSTITUCIONALIDADE. A GFIP é termo de confissão de dívida em relação aos valores declarados e não recolhidos. Os requisitos para determinação da condição de isenta encontrase descrito no art. 55 da lei 8212/91. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006 AUTO DE INFRAÇÃO OSCIP EQUIPARADA A EMPRESA MANUTENÇÃO DE DOCUMENTOS CONTÁBEIS LIVRO DIÁRIO OBRIGATORIEDADE PARA ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVAS As organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, assim, como as associações ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras são equiparadas a empresa para cumprimento da legislação tributária As OSCIP nos termos dos art. 4 e 5 da Lei 9790 deverão ter observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL NULIDADE DA AUTUAÇÃO CERCEAMENTO DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 2 Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente não só no relatório de lançamentos, no DAD, bem como no relatório fiscal. Todo o procedimento fiscal adotado pelo auditor, seguiu os ditames legais, não existindo qualquer vício no procedimento realizado. TRABALHO DO AUDITOR ATIVIDADE VINCULADA Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar a preliminar de nulidade; e II) no mérito, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 288DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 2 3 Relatório O presente Auto de infração de Obrigação Principal, lavrada sob o n. 37.215.6410, tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo da empresa, incluindo a relativa ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incapacidade laborativa em virtude dos riscos ambientais do trabalho, sobre a remuneração paga aos segurados empregados que lhe prestaram serviços na competências 10/2005, 12/2005 e 06/2006. Conforme descrito no relatório fiscal, fls. 16 a 26, segundo o seu Estatuto Social firmado através de Ata de Fundação O CENEAGE Centro Nacional de Educação Ambiental e Geração de Emprego, fundada em 02 de janeiro de 2004, é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, de direito privado de caráter social, educativo, de saúde básica, técnico, cultural, cientifico •e assistencial, tendo finalidade fundamentada no desenvolvimento humano. Consta, apresentada pela entidade, cópia xerográfica de Certidão emitida pelo Departamento de Justiça, classificação, títulos e qualificação Secretaria Nacional de Justiça Ministério da Justiça certificado que qualifica a CENEAGE como "Organização da Sociedade Civil de Interesse Público por despacho do Secretário Nacional de Justiça DOU de 12.03.2004 tendo sua condição de OSCIP, nestes termos, renovada até 28.02.2008. Para constituição do credito previdenciário, acima citado, alem das informações extraídas dos Sistemas Informatizados da Previdência Social e da Receita Federal do Brasil, foram examinados os seguintes documentos: • Extrato disponibilizado pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraiba, contendo os empenhos da entidade; • • Termos de Parceria com Municípios; • Comprovantes de Recolhimentos GP5uia da Previdência Social; • Guias de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social GFIP; • Demais documentos pertinentes, constantes no Termo de Inicio do Procedimento Fiscal (TIPF) e/ou no(s) Termo(s) de Intimação Fiscal (TIF) e disponibilizados pela empresa; A entidade, indevidamente declarou em suas GFIP' s em várias competências FPAS incorretos/indevidos ao invés do FPA5 515 agindo desta forma, os valores calculados, como devidos a Previdência Social, através destas declarações em GFIP foram indevidamente reduzidos, a saber: FPAS 639: • competências: 10 e 12 de 2005 e 06 de 2006; Fl. 289DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 4 • Redução indevida: em toda .a parte patronal do valor devido a Previdência Social e aquele devido as Outras Entidades e Fundos / Terceiros; FPAS 566: . Competências: 01, 03 a 12 de 2006 e todo o ano 2007; • Redução indevida: diferença na alíquota devida as Outras Entidades e Fundos / Terceiros, notadamente em relação 'a diferença de 1,3% (SENAC =1,0 e ao SEBRAE =0,3). Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 13/07/2009, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no mesmo dia 17/07/2009. Não conformada com a autuação, foi apresentada impugnação, fls. 195 a 209. Foi proferida Decisão de 1 instância às fl. 260 a A DecisãoNotificação confirmou a procedência do lançamento, fls. 290 a 307. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006 AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIAS. BASES DE CALCULO. GFIP. DECLARAÇÃO. Conforme autorização legal expressa, as informações constantes da GFIP servirão como base de cálculo das contribuições previdenciárias. IMUNIDADE. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. IMPOSSIBILIDADE DE EXTENSÃO. A imunidade do art. 150, VI, "c" da Constituição Federal somente alcança impostos, e não contribuições, como é o caso dos autos. Ademais, devem ser interpretadas restritivamente as normas que estabelecem imunidades e isenções, não podendo o julgador administrativo estender as hipóteses legalmente previstas. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso, conforme fls. 267 a . Em síntese, o recorrente em seu recurso alega o seguinte: 1. Desde o inicio das suas atividades, a Entidade defendente atuou com recursos exclusivamente públicos, assim não se deveria exigir livros contábeis de natureza privada, mas sim nos termos da Lei d. 4.320/64, como procedido pela instituição, inclusive pautada em determinação do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba. 2. Ao longo dos dois anos de atuação no Estado da Paraíba a Instituição Ré desenvolveu projetos voltados as populações desprivilegiadas, em parceria com alguns Municípios, bem como, com o próprio Estado da Paraíba, por meio de Termos de Parceria e Convênios. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 3 5 3. Lega cerceamento do direito de defesa, visto que o auto de infração está baseado unicamente em alegações que não foram comprovadas documentalmente, numa tentativa de inversão do ônus da prova; 4. Com isso, viciou de nulidade o Auto de Infração em questão, onde, na tentativa de mascarar a sua omissão e inverter o ônus da prova para a Recorrente, o autuante apenas menciona o número de outro Auto de Infração anteriormente lavrada também sem subsistência. 5. Portanto, em havendo omissões ou a falta de uma descrição minuciosa da infração de forma que não possibilite o exercício do direito de defesa do contribuinte, o lançamento tornase NULO "pleno jure". 6. Ao contrário do que pensa o auditor, as pessoas contratadas pelo CENEAG não eram empregadas, mas sim prestadores de serviços contratados com base no código civil, com vinculo de cooperação e não de subordinação; 7. Iliquidez do crédito tributário: ao determinar a base de cálculo, o auditor não precisou os valores e tão pouco os identificou, vez que seu singelo demonstrativo de crédito tributário apenas dispõe o valor final, sem explicar como chegou à determinação do valor tributável, deixando ainda de determinar a alíquota aplicada para o caso; 8. Os efeitos da isenção tributária conferidos pelo art. 150, VI, "c" da Constituição Federal, devem ser estendidos ao Impugnante, pelo principio da isonomia. Não existindo nada que distinga uma OSCIP para uma entidade com titulo de utilidade pública, não há que se falar em cobrança de contribuição patronal, quanto mais, quando ela é dupla, conforme AI n°. 37.215.6444. 9. Ser imune de impostos é estar a salvo de qualquer cobrança. Ê estar seguro de que nada lhe será imposto, não poderá ser criado qualquer imposto que incida sobre as atividades e patrimônio de sua instituição. Como se pode ver, algumas das entidades do setor já são abarcadas pela imunidade, como é o caso das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público OSCIP. 10. Disserta acerca da isenção de Imposto de renda e de outras contribuições, para entidades sem fins lucrativos. 11. Ao final, requer a improcedência da autuação, protestando provar o alegado pela juntada de novos documentos e a realização de perícia técnicocontábil. Requer seja declarada a nulidade do lançamento. A Delegacia da Receita Federal do Brasil, encaminhou o processo a este Conselho para julgamento. É o relatório. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 6 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 105. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DAS PRELIMINARES AO MÉRITO AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO PARA O LANÇAMENTO – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Alegando nulidade, argumenta o recorrente que o procedimento administrativo adotado não poderia ser realizado da forma como foi, sem a discriminação precisa dos fatos geradores e das multas aplicadas, o que malfere o princípio do devido processo legal, pois não houve fundamentação para que se apurasse determinadas verbas como salário de contribuição. Quanto as ditas alegações, em primeiro lugar cumprenos destacar que o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não havendo, pois, quaisquer das nulidades avençadas pelo recorrente. Observase anexo ao relatório fiscal e mencionado no corpo do próprio relatório as autorizações por meio da emissão do Termo de Início de Procedimento Fiscal, fls. 45 a 46, com a competente designação do auditor fiscal responsável pelo cumprimento do procedimento. Foi realizada a devida intimação para a apresentação dos documentos conforme Termos de Intimação Fiscal, fl. 184, intimando o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária. Foi realizada a conclusão dos trabalhos com a emissão do Termo de Encerramento, fl. 188, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores, indicados de forma detalhada no relatório fiscal, fl. 16 a 26 e fundamentação legal que constituíram a lavratura do auto de infração ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes, inclusive anexando Neste sentido, as alegações de que o procedimento não poderia prosperar por não ter a autoridade realizado a devida descrição dos fatos geradores, implicando cerceamento do direito de defesa não lhe confiro razão. Por meio das informações trazidas no relatório e nas planilhas é possível ao recorrente identificar todos os fatos geradores apurados. Notese que a empresa não mantinha livros contábeis regulares, tanto que ofreu autuação pela não apresentação de folhas e livro diário. Dessa forma, como consta do relatório os dados foram apurados por meio de informações fornecidas pelo tribunal de contas por meio de empenhos. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 4 7 Simplesmente alegar, sem demonstrar o cumprimento da legislação, ou mesmo quais os vícios contidos no lançamento, não servem como meio para anular o lançamento. Notese que o relatório fiscal, encontrase detalhado, permitindo ao recorrente o exercício do amplo direito de defesa, razão porque correto foi o procedimento adotado. O cerceamento do direito de defesa enseja a impossibilidade do recorrente identificar os valores apurados no lançamento, ou mesmo de identificar qual o fato gerador apurado, o que não é o caso do lançamento em questão, onde, conforme mencionado acima, identificou devidamente o crédito apurado. Ademais, não compete ao auditor fiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, ou a ausência de contabilização do movimento real da empresa, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. DO MÉRITO Em primeiro lugar o procedimento adotado pelo AFPS na aplicação do presente autodeinfração seguiu a legislação previdenciária, conforme fundamentação legal descrita. Importante destacar que as associações em relação aos segurados que contrata, ou mesmo no caso de contratação de cooperativas, possui as mesmas obrigações que as empresas em geral, tendo em vista sua equiparação. Art. 12. Consideramse: I empresa a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; e II empregador doméstico aquele que admite a seu serviço, mediante remuneração, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Parágrafo único. Equiparamse a empresa, para os efeitos deste Regulamento: (Redação alterada pelo Decreto nº 3.265/99) I o contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço; (Redação alterada pelo Decreto nº 3.265/99) II a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras; Fl. 293DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 8 III o operador portuário e o órgão gestor de mãodeobra de que trata a Lei nº 8.630, de 1993; e IV o proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviço. Assim, independente da missão de contribuir para a formação da cidadania ambiental e promover o desenvolvimento sócio econômico, cultural, ampliando o mercado de trabalho e a qualidade de vida das pessoas, possuía empresa obrigações trabalhistas e previdenciárias em relação aos segurados que mantém com ela relações de trabalho. Ademais, tratase de AIOP que tomou por base documentos do próprio recorrente, sendo que os fatos geradores estão discriminados mensalmente de modo claro e preciso no Discriminativo Analítico de Débito – DAD. Os valores objeto da presente notificação foram lançados com base na GFIP declaradas com código incorreto e segurados empregados vinculados a empresa e não , declaração realizada pela própria empresa. Conforme dispõe o art. 225, § 1º do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999, abaixo transcrito, os dados informados em GFIP constituem termo de confissão de dívida quando não recolhidos os valores nela declarados. Portanto, não há que se falar que não foi possível identificar os fatos geradores. Art.225. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse daquele Instituto; (...) § 1º As informações prestadas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social servirão como base de cálculo das contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social, comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários, bem como constituir seão em termo de confissão de dívida, na hipótese do não recolhimento. A base da argumentação de mérito do recorrente diz respeito ao fato que atuou com recursos exclusivamente público, razão porque não se deveria exigir livros contábeis de natureza privada, mas sim, nos termos da lei 4320/64. As Organ iz açõe s da Soc i edade C iv i l d e In t e r e s s e Púb l i co (OSCIP ) s ão entidades formalizadas através de um título fornecido pelo Ministério da Justiça, cuja finalidade é facilitar parcerias tanto com o setor público, através da formação de convênios e parcerias, tanto com o setor privado. Assim, os art. 4 e 5 da lei 9790 definem obrigações acerca da gestão contábil e financeira: Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exigese ainda, para qualificaremse como Organizações da Sociedade Civil de Fl. 294DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 5 9 Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre: I a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência; II a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório; III a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; IV a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta; V a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social; VI a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação; VII as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo: a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindose as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocandoos à disposição para exame de qualquer cidadão; c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento; d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 10 Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de conselho de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, vedada a percepção de remuneração ou subsídio, a qualquer título.(Incluído pela Lei nº 10.539, de 2002) Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos: I estatuto registrado em cartório; II ata de eleição de sua atual diretoria; III balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício; IV declaração de isenção do imposto de renda; V inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes. Quanto a alegação de imunidade em relação a contribuição patronal, considerando o objeto da recorrente, bem como sua condição de entidade sem fins filantrópicos não há como lhe conferir razão. Conforme mencionado no relatório de trabalho a auditoria teve por desiderato apurar as diferenças entre a contribuição devida declarada pelo sujeito passivo na GFIP (com código FPAS e os valores efetivamente recolhidos). Pois bem, enxergase sem dificuldade que o enquadramento da empresa notificada foi efetuado pela própria, na guia declaratória, quando registrou os códigos FPAS 639 e 566, os quais não são destinados as entidades beneficentes de assistência social que gozam da imunidade prevista no art. 150 da Constituição Federal. E bom que se diga que perante o banco de dados da Previdência Social a empresa defendente não figura como entidade beneficente de assistência social, entendendo porém que deveria gozar de isenção em relação a parcela patronal. Quanto ao argumento levantado pelo recorrente de que é imune conforme previsão no art. 150, VI, “a” da Constituição Federal, e dessa forma não deveria ter pago o tributo, razão não confiro ao recorrente. É notório que a imunidade disposta no art. 150, VI, “a” referese apenas a impostos, e mais do que isso restringe a imunidade a impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades mencionadas nessa alínea, conforme prevê o art. 150, § 4º da CF/1988. Definitivamente as contribuições em tela não são impostos. A própria Constituição Federal em seu art. 150, § 7º reconhece a distinção entre as espécies tributárias impostos e contribuições, nestas palavras: Art. 150 (...) § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de impostos ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.(grifei) Fl. 296DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 6 11 Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, houve a previsão, em seu art.195 §7º, da permissão de isenção de contribuições para a seguridade social das entidades beneficentes de assistência social que atendam aos requisitos estabelecidos em lei. Esse dispositivo constitucional foi regulado por meio da Lei n º 8.212 de 24/07/1991. Em outra linha, para fazer jus a imunidade prevista pelo parágrafo 7° do art 195 da CF/88, deveria a notificada cumprir os requisitos estabelecidos no art 55 da lei n° 8.212/91, abaixo transcritos: Art. 55. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; 11 seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; Ill promova a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes; IV não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios a qualquer titulo; V aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais apresentando, anualmente ao órgão do INSS competente, relatório circunstanciado de suas atividades. §I 0 Ressalvados os direitos adquiridos, a isenção de que trata este artigo será requerida ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, que terá o prazo de 30 (trinta) dias para despacharo pedido. Além de tudo já exposto, observese que para que a defendente pudesse gozar da imunidade tributária, após cumprir os requisitos contidos no artigo 55 da Lei n.° 8.212/1991, deveria ter procedido na forma do § 10 do mesmo artigo, requerendo ao INSS a isenção (imunidade) das contribuições previdenciárias a seu cargo. Pois bem, a impugnante não traz aos autos nenhum elemento que nos leve a convicção do cumprimento dos citados requisitos, tampouco de haver requerido ao órgão previdenciário o beneficio fiscal invocado. No que concerne a apresentação de provas a Portaria RFB n° 10.875, a qua! regula o processo administrativo fiscal concernente à exigência das contribuições previdenciárias, é taxativa quando dispõe sobre o momento processual para apresentaçãoda prova documental. De acordo com o citado normativo, a faculdade processual de juntada de documentos aos autos encerrase com o término do prazo para impugnação. No entanto, em situações excepcionais, previstas pela própria norma, a autoridade julgadora poderá admitir a Fl. 297DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 12 prova documental, mesmo depois de esgotado o prazo de defesa. Eis a dicção da Portaria em comento: Art. 9°A impugnação mencionará: § I° A prova documental será apresentada na impugnação. precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor Já/os ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 2" A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de urna das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Para a juntada posterior de provas, a defendente teria que comprovar a ocorrência de uma das hipóteses previstas nas três alíneas acima transcritas, o que não se verifica dos autos. Por fim, o fato da empresa enquadrarse como OSCIP, e mesmo que por encontrarse devidamente registrada, estar gozando de imunidade em relação ao Imposto de Renda, não lhe atribui o mesmo direito em relação as contribuições previdenciárias, que, conforme descrito acima, possuem legislação própria. Assim, entendo que a fiscalização seguiu o trâmite correto, sendo que as alegações da recorrente em sua totalidade foram incapazes de desconstituir o lançamento. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para rejeitar a preliminar de nulidade e no mérito NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 298DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 10580.720099/2005-52
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 31/01/2004 a 31/03/2004 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA DOS FATOS ALEGADOS. Conforme artigo 16, §4º, do Decreto nº 70.235/72 e artigo 333, do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo administrativo fiscal, é ônus do contribuinte trazer o conjunto probatório necessário para o exame do seu potencial direito creditório. Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3403-001.677
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Matéria: IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
Nome do relator: MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 31/01/2004 a 31/03/2004 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA DOS FATOS ALEGADOS. Conforme artigo 16, §4º, do Decreto nº 70.235/72 e artigo 333, do CPC, aplicável subsidiariamente ao processo administrativo fiscal, é ônus do contribuinte trazer o conjunto probatório necessário para o exame do seu potencial direito creditório. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Adriana Oliveira Ribeiro, Rosaldo Trevisan, Raquel Motta Brandão Minatel, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim. Fl. 170DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 Relatório Tratase de pedidos de ressarcimento nºs 20747.98925.310805.1.1.014351 (seguido da DComp nº 09955.69121.171105.1.3.010790) e 31504.56556.290107.1.1.010388, transmitidos respectivamente em 31.08.2005 (fls. 81/103) e 29.01.2007 (fls. 01/80), por meio dos quais a recorrente objetiva, em ambos, o recebimento de créditos de IPI referentes ao 1º trimestre de 2004. Posteriormente, foi apresentado pedido de cancelamento do PER/DComp 20747.98925.310805.1.1.014351 (f1s. 112). Por meio da Intimação n° 397/2007 (fls. 113/116), a DRF requisitou a entrega de diversos documentos contábeis e fiscais, os quais, incompletos, redundaram na expedição da Intimação n° 25/2008 (fls. 119/122). Em cumprimento ao segundo comunicado, a recorrente peticionou (fls. 123), arguindo já ter atendido integralmente a solicitação desde a primeira intimação recebida. Em 08.08.2008, foi proferido despacho decisório (fls. 125/131), através do qual a DRF/SalvadorBA (i) deferiu o cancelamento do pedido de ressarcimento nº 20747.98925.310805.1.1.014351 com fundamento nos arts. 62 e 73, da IN/SRF nº 600/05, recusando, por conseguinte, a homologação da correspectiva DCcomp; e (ii) não reconheceu o direito creditório reivindicado através do pedido de ressarcimento nº 1504.56556.290107.1.1.010388. Para tanto, invocou a autoridade julgadora a regra de distribuição dos ônus probatórios prevista no artigo 333, do Código de Processo Civil, afirmando que, ao deixar de atender às intimações para exibição de documentos que pudessem comprovar o direito alegado – entre os quais, os próprios livros de Registro de Entradas, Registro de Saídas e Registro de Apuração do IPI – a recorrente provocara o indeferimento do pleito. Cientificado do despacho decisório na mesma data, o recorrente apresentou inconformidade em 04.09.2008 (fls. 135/145), alegando que (i) o despacho decisório é nulo, em razão do disposto no art. 59, do Decreto nº 70.235/72; (ii) em nenhum momento se furtara à entrega dos documentos solicitados pela autoridade fiscal; (iii) não teria tido tempo suficiente para a preparação e entrega da documentação por inteiro; e (iv) teria colacionado a complementação da referida documentação, cerca de mil laudas, à manifestação de inconformidade interposta no processo nº 10580.720104/200527, onde também discute o ressarcimento de créditos de IPI, com relação a outro trimestre de apuração. Requereu, por fim, que se conhecesse, nos presentes autos, das provas alegadamente produzidas no processo em referência, argumentando que, do contrário, restariam violados os princípios da ampla defesa e da verdade material. Em 05.11.2008, o acórdão da DRJ/SalvadorBA negou provimento à manifestação de inconformidade, mantendo os fundamentos do despacho decisório. Inconformada, a recorrente interpõe o presente voluntário (fls. 160/171), reafirmando os argumentos outrora exteriorizados e ratificando que os documentos solicitados se encontram anexados ao P.A. nº 10580.720104/200527. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10580.720099/200552 Acórdão n.º 340301.677 S3C4T3 Fl. 2 3 Voto Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz O recurso é tempestivo e, observadas as demais formalidades aplicáveis, dele conheço. O debate é todo centrado na prova dos fatos que renderiam ensejo ao ressarcimento pretendido pela recorrente. Para análise do pedido, a fiscalização intimou a contribuinte a produzir, durante o procedimento de análise, uma série de provas documentais, entre as quais, (i) Livro Registro de Entradas, Livro Registro de Saídas e Livro Registro de Apuração do IPI e (ii) NFs de aquisição dos insumos que teriam produzido a formação do saldo credor. A recorrente, de início, requisitou fosselhe deferido prazo de 90 dias para o atendimento da intimação argumentando que o prazo concedido – 5 dias úteis – seria exíguo demais, o que, considerando o número de informações pretendidas pela fiscalização, fazia, de fato, sentido. Semanas depois, mas ainda antes do fim do prazo requerido, protocolou na repartição fazendária petição que afirmava conter, anexos, todos os documentos que fora intimada a entregar (fls. 118). Por ocasião da própria recepção dos documentos, a autoridade de origem, constatando que o anexo à petição não incluía muitas das provas que requisitara, ressalvou a falta por escrito em ambas as vias do protocolo, mencionando, entre os documentos ausentes, os livros e as notas fiscais supracitadas, havidas pela fiscalização por essenciais para a verificação do alegado saldo credor. Somente em 5 de março de 2008 – depois de escoado o prazo de 90 dias que a recorrente requerera para atender à intimação, portanto – a fiscalização tomou a iniciativa de expedir uma nova comunicação à fiscalizada, cobrandolhe a entrega dos documentos ainda faltantes. Em resposta, a recorrente afirmou por escrito já ter satisfeito por inteiro à exigência, por ocasião do atendimento à primeira intimação. Fundado em insuficiência probatória, sobreveio, então, corretamente, despacho decisório indeferindolhe o ressarcimento. Em sua manifestação de inconformidade, afirma a recorrente que formulara 19 pedidos semelhantes de ressarcimento de IPI, cada qual autuado sob um processo administrativo próprio. Afirma que à manifestação de inconformidade interposta em um deles o de nº 10580.720104/200527 – teria anexado os documentos originais de que se ressentira a fiscalização ao decidir estes autos, entre os quais (i) livros relativos ao IPI, de 2001 a 2008 e (ii) notas fiscais correspondentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem ocorridas entre 2001 a 2005. Pediu, então, que quando do julgamento deste feito em Primeira Instância administrativa, o Colegiado conhecesse dos elementos probatórios em questão. Compulsando, porém, os autos do processo a que a recorrente faz menção (10580.720104/200527), verificase do acórdão no. 380301.343 que decidiu o recurso Fl. 172DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 voluntário lá interposto, que não foi isso o que, de fato, ocorreu. Lá, o recurso voluntário acabou desprovido por falta de provas, tendo o CARF consignado no aresto que o decidiu que os documentos a que a manifestação de inconformidade se referira – e que teriam sido levados àqueles autos juntamente com ela – em realidade não chegaram a ser produzidos. Do voto do relator, Conselheiro Alexandre Kern, se lê, nesse sentido, que: “o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal, (...) segundo o disposto na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36”. Naqueles autos, prossegue o acórdão de Segundo Grau, parte dos documentos destinados à prova do direito creditório teriam sido colacionados somente quando da interposição do recurso voluntário, momento em que, em razão de preclusão, já não poderiam ser conhecidos por vedação contida no artigo 16, §4º do rito do PAF, in verbis: “Art. 16. A impugnação mencionará: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997)” Tivesse a recorrente produzido a prova naqueles autos por ocasião da manifestação de inconformidade – tal como aqui afirma ter feito – não haveria motivo para não conhecêla no desenlace deste processo. Como, entretanto, não foi isso o que lá se sucedeu, a solução aqui não poderia ser diferente: por duas vezes a recorrente afirmou produzir documentos que, em realidade, não trouxe aos autos (quando da primeira intimação e quando da manifestação de inconformidade). De nada resolveria que este Colegiado se dispusesse a examinar elementos de prova levados a outro processo administrativo porque, como visto, os documentos relevantes à comprovação do fato constitutivo também não estão presentes naqueles autos. Portanto, à falta de prova quanto ao direito creditório, voto pelo desprovimento do recurso. (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz Fl. 173DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
score : 1.0
Numero do processo: 10665.600483/2005-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2002
IRPF. DEDUÇÃO DE DOAÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Para beneficiar-se da dedução da doação o contribuinte deve comprovar que efetuou o pagamento diretamente aos fundos de assistência da criança e do adolescente, mediante depósito em conta específica por meio de documento de arrecadação próprio, não se admitindo, por falta de previsão legal, a dedução de doações efetuadas diretamente a entidades filantrópicas.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2101-001.667
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 IRPF. DEDUÇÃO DE DOAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para beneficiar-se da dedução da doação o contribuinte deve comprovar que efetuou o pagamento diretamente aos fundos de assistência da criança e do adolescente, mediante depósito em conta específica por meio de documento de arrecadação próprio, não se admitindo, por falta de previsão legal, a dedução de doações efetuadas diretamente a entidades filantrópicas. Recurso negado.
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DEDUÇÃO DE DOAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para beneficiarse da dedução da doação o contribuinte deve comprovar que efetuou o pagamento diretamente aos fundos de assistência da criança e do adolescente, mediante depósito em conta específica por meio de documento de arrecadação próprio, não se admitindo, por falta de previsão legal, a dedução de doações efetuadas diretamente a entidades filantrópicas. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 143DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10665.600483/200508 Acórdão n.º 210101.667 S2C1T1 Fl. 113 2 Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), José Raimundo Tosta Santos, Celia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 103/104) interposto em 27 de janeiro de 2009 contra o acórdão de fls. 97/99, do qual o Recorrente teve ciência em 29 de dezembro de 2008 (fl. 102), proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (MG), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o auto de infração de fls. 43/47, lavrado em 03 de março de 2004, em decorrência de dedução indevida de despesas médicas e de dedução indevida de imposto (doações), verificadas no anocalendário de 2001. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 DEDUÇÃO DE INCENTIVO. Podem ser deduzidas do imposto as contribuições feitas aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, as contribuições realizadas em favor de projetos culturais e incentivos às atividades audiovisuais. Lançamento Procedente” (fl. 97). Não se conformando, o Recorrente interpôs o recurso de fls. 103/104, pedindo a reforma do acórdão recorrido, para cancelar o auto de infração. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Verificase que a controvérsia gira exclusivamente em torno da possibilidade de dedução da base de cálculo do imposto de renda dos valores doados diretamente a entidades filantrópicas (declarações e recibo de fls. 39/41). Com relação às deduções de incentivo, assim dispõe o art. 12, incisos I, II e III, da Lei n.° 9250, de 1995: Fl. 144DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10665.600483/200508 Acórdão n.º 210101.667 S2C1T1 Fl. 114 3 “Art. 12. Do imposto apurado na forma do artigo anterior, poderão ser deduzidos: I as contribuições feitas aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente; II as contribuições efetivamente realizadas em favor de projetos culturais, aprovados na forma da regulamentação do Programa Nacional de Apoio à Cultura PRONAC, instituído pelo art. 1º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991; III os investimentos feitos a título de incentivo às atividades audiovisuais, na forma e condições previstas nos arts. 1º e 4º da Lei nº 8.685, de 20 de julho de 1993”. Dessa forma, verificase que, a partir de 01/01/1996, com a entrada em vigor da Lei n.º 9.250, passaram a não ser mais dedutíveis as doações realizadas às entidades filantrópicas. Para fins de dedução do imposto, passaram a ser admitidas somente as contribuições feitas aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, as contribuições efetivamente realizadas em favor de projetos culturais, aprovados na forma da regulamentação do PRONAC e os investimentos feitos a título de incentivo às atividades audiovisuais. Nesse sentido, este Tribunal Administrativo tem decidido que: “DEDUÇÃO DO IMPOSTO. DOAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Para beneficiarse da dedução do incentivo o contribuinte deve comprovar que efetuou a doação diretamente aos fundos de assistência da criança e do adolescente, mediante depósito em conta específica por meio de documento de arrecadação próprio, não se admitindo, por falta de previsão legal, a dedução de doações efetuadas diretamente a entidades filantrópicas.” (CARF, 2ª Seção, 2ª Turma da 2ª Câmara, Acórdão 220200.847, de 19/10/2010) “DEDUÇÃO DE INCENTIVO. ESTATUTO DA CRIANÇA. Somente são dedutíveis as doações efetuadas aos Fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estadual e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.” (CARF, 2ª Seção, 2ª Turma Especial, Acórdão 280200.442, de 19/08/2010) “DEDUÇÃO DE DOAÇÕES. Somente os donativos feitos diretamente aos fundos controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Federal, de amparo à criança e ao adolescente podem ser deduzidos na declaração de ajuste anual.” (CARF, 2ª Seção, 2ª Turma da 1ª Câmara, Acórdão 210200.259, de 31/07/2009) Assim, nos termos da legislação e das decisões transcritas, para que o contribuinte faça uso desse tipo de dedução na declaração de ajuste anual, é necessário que as Fl. 145DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10665.600483/200508 Acórdão n.º 210101.667 S2C1T1 Fl. 115 4 doações tenham sido feitas diretamente aos Fundos de Assistência da Criança e do Adolescente que são controlados pelos Conselhos Municipais, Estaduais ou Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes. Esses Fundos de Assistência devem emitir comprovante em favor do doador, especificando o nome, CNPJ ou o CPF do doador, a data e o valor efetivamente recebido em dinheiro, além do número de ordem do comprovante, o nome, a inscrição no CNPJ, o endereço do emitente, e ser firmado por pessoa competente para dar a quitação da operação. As contribuições, portanto, devem ser depositadas em conta específica por meio de documento de arrecadação próprio. No caso dos autos, como o contribuinte efetuou doação diretamente às entidades filantrópicas, não há como concederse a dedução pleiteada. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 146DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 11516.001485/2007-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2202-000.237
Decisão: RESOLVEM os Membros da 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Fez sustentação oral, o seu representante legal, Dr. Marcos Joaquim Gonçalves Alves, inscrito na OAB/DF sob o nº 20.389.
Nome do relator: ANTONIO LOPO MARTINEZ
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Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Fez sustentação oral, o seu representante legal, Dr. Marcos Joaquim Gonçalves Alves, inscrito na OAB/DF sob o nº 20.389. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente justificadamente o Conselheiros Helenilson Cunha Pontes. Fl. 1002DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 13/08/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 11516.001485/200740 Resolução n.º 220200.237 S2C2T2 Fl. 2 2 RELATÓRIO Em desfavor da contribuinte, IDELI SALVATI, foi lavrado auto de infração de folhas 797 a 808, onde exigese a importância de R$ 27.984,00, acrescida de multa de oficio de 75% e juros de mora, relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercícios 2004 e 2005, anoscalendário 2003 e 2004. Da Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is), às folhas 798 a 802, verificase que a autuação é decorrente da apuração de omissão de rendimentos do trabalho com vinculo empregatício recebidos de pessoa jurídica. A autoridade fiscal fundamenta o lançamento: Conforme os comprovantes de rendimentos emitidos pela fonte pagadora SENADO FEDERAL, CNPJ 00.530.279/000115, a interessada recebeu rendimentos a titulo de Ajuda de Custo, informados como rendimentos isentos e não tributáveis, conforme segue (fls. 26, 28, 33, 39, 40, 41 e 52); [..] [R$ 50.880,00, em uma parcela de R$ 25.440,00 e duas de R$ 12.720,00, no anocalendário 2003; e R$ 50.880,00, em quatro parcelas de R$ 12.720,00, no anocalendário 2004] Como se pode observar, no presente caso, o pagamento feito contribuinte a titulo de "Ajuda de Custo" não se enquadra dentro da previsão legal para a concessão de isenção do imposto. O rendimento em questão, ainda que denominado "Ajuda de Custo", pela fonte pagadora, traduz, na realidade, aquisição de disponibilidade econômica, porquanto acresce o patrimônio do beneficiário e não repõe patrimônio anteriormente existente. Tanto isso é verdade que se não considerarmos os valores recebidos a titulo de "Ajuda de Custo" ocorre o acréscimo patrimonial a descoberto — ou seja, os recursos declarados se mostram insuficientes para cobrir todas as aplicações realizadas pela interessada no ano de 2003 — nos seguintes meses: Setembro de 2003 — R$ 1.763,83 Dezembro de 2003 — R$ 8.639,12 A contribuinte foi intimada a prestar esclarecimentos acerca do acréscimo patrimonial a descoberto e assim se manifestou: Quanto ao item (h), essa D. Fiscalização apresenta Demonstrativo Mensal de Evolução Patrimonial 2003 e requer à contribuinte que apresente as explicações que entender necessárias. Assim, vem a contribuinte esclarecer, de inicio, que não foram considerados por essa D. Fiscalização, como recursos recebidos em 2003, os valores pagos pelo Senado Federal nos dias 02/07/2003, 31/07/2003 e 09/12/2003, no montante de R$ 12.720,00 cada depósito, valores esses que, conforme comprovam os extratos e as folhas de pagamento anexos, foram efetivamente recebidos pela contribuinte em casos de convocação extraordinária durante o período de férias/recesso, e não poderiam ter sido desconsiderados por essa D. Fiscalização. Destaquese que tais valores não foram tributados na fonte em razão do que já restou Fl. 1003DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 13/08/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 11516.001485/200740 Resolução n.º 220200.237 S2C2T2 Fl. 3 3 decidido pelo Superior Tribunal de Justiça: 'Súmula 125 — pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está sujeito á incidência do Imposto de Renda' [..] Apesar das alegações da interessada, consideramos que os valores recebidos pela contribuinte a titulo de "Ajuda de Custo" nos anos calendário de 2003 e 2004 se configuram como remuneração por serviços prestados, constituindo rendimento produzido pelo trabalho, revestindose de todas as características formais e legais de fato gerador do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. Inconformada com o lançamento, a contribuinte, mediante procurador (folhas 23 e 24) apresenta a impugnação de folhas 812 a 841, na qual, após a descrição dos fatos, expõe suas razões de contestação: Sob o titulo Da descaracterização da Ajuda de Custo e das Diárias como Renda a contribuinte tece diversas considerações acerca do conceito de renda e da natureza jurídica de ajuda de custo/diária, como verbas indenizatórias. A contribuinte, com base nos conceitos jurídicos expostos, discorda do entendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil — RFB de que seus rendimentos, recebidos do Senado sob a rubrica diárias/ajudas de custo, sofram incidência do imposto de renda. Defende a impugnante que os valores recebidos a titulo de diárias e ajudas de custo, nos anoscalendário 2003 e 2004, se coadunam com a situação hipotética prevista em lei. Alega que todos os documentos necessários e solicitados pela autoridade fiscal foram entregues, cumprindo o que determina a legislação. Explica que os valores recebidos e creditados em conta corrente foram destinados a cobrir despesas de alimentação, deslocamento, com o fim de se realizar serviços eventuais por determinação do empregador. Ressalta o caráter de indenização — com o fim inegável de ressarcir despesas — e conclui que, como não configura acréscimo patrimonial para fins de imposto de renda, as verbas são isentas. A contribuinte transcreve parte da Portaria n° 02/2003, editada pelo próprio Senado Federal, que regulamenta o pagamento da verba indenizatória pelo exercício da atividade parlamentar, instituída pelo Ato da Comissão Diretora n° 3/2003, a qual dispõe que o pagamento da verba indenizatória farseá por meio de ressarcimento ao Senador das despesas efetuadas, entre outras, com aluguel de imóvel e outras taxas; aquisição de material de consumo para o escritório; locomoção do parlamentar e de servidores em cargos de comissão de seu gabinete; combustível; contratação de serviços de apoio ao mandato parlamentar e divulgação da atividade parlamentar. E, conclui: Assim, não obstante que a terminologia utilizada no Ato en, comento se refira a ajuda de custo com caráter indenizatório, é nítida afina/idade exclusivamente repara/ária do pagamento das verbas indeniza/árias aqui tratadas (ajudas de custo/diárias), não sendo possível caracterizá las como qualquer tipo de beneficio tributável, pois, como manifestado Fl. 1004DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 13/08/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 11516.001485/200740 Resolução n.º 220200.237 S2C2T2 Fl. 4 4 reiteradas vezes anteriormente, não representam acréscimo patrimonial. Em sua defesa a contribuinte cita jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, do Conselho de Contribuinte do Ministério da Fazenda e de órgãos da RFB, bem como junta, As folhas 843 a 848, Parecer n° 151/2007 da Advocacia Geral do Senado Federal — ADVOSF. Por fim, a impugnante transcreve trechos da Lei n° 8.112/90 — Estatuto dos Servidores Públicos, a fim de reforçar a tese de que indenizações, ajudas de custo e diárias não são tributáveis. No tópico III Da Falta de Sujeição Passiva por Parte da Impugnante, As folhas 834 a 837, a contribuinte alega não ser o sujeito passivo da obrigação tributária. Ao defender sua tese, fundamentada no artigo 121 do CTN e doutos doutrinadores, a impugnante argumenta que a responsabilidade pela retenção do Imposto de Renda Pessoa Física é da fonte pagadora, no caso, o Senado Federal. A impugnante cita, ainda, o Parecer Normativo COSIT n° 01/2002 que determina que, no caso do imposto de renda incidente exclusivamente na fonte, a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto é da fonte pagadora e a Instrução Normativa n° 306/2003, a qual esclarece que a obrigação pela retenção do imposto de renda incidente sobre o pagamento efetuado é da fonte pagadora. Em sua defesa, a contribuinte cita jurisprudência do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda para concluir que a responsabilidade pelo recolhimento do imposto de renda é exclusiva da fonte pagadora. Como última contestação, a contribuinte alega no tópico IV — Da taxa Selic, As folhas 878 a 881, por razões de variada ordem, a inconstitucionalidade e ilegalidade da utilização da taxa Selic como juros de mora. Por fim, solicita a impugnante — IV— Do Pedido — por todos os meios de prova em direito admitidos, requerendo a improcedência total do lançamento. Os membros da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Florianópolis proferiram Acórdão que considerou procedente o lançamento, nos termos da Ementa a seguir transcrita. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003, 2004 SUJEITO PASSIVO. CONTRIBUINTE.APURAÇÃO DEFINITIVA. BENEFICIÁRIO DO RENDIMENTO. 0 sujeito passivo da relação jurídico tributária é o contribuinte, obrigado a informar todos os rendimentos quando da apuração definitiva do imposto de renda na declaração de ajuste anual, independentemente de ter havido a retenção do imposto por antecipação, cuja responsabilidade é da fonte pagadora. Fl. 1005DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 13/08/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 11516.001485/200740 Resolução n.º 220200.237 S2C2T2 Fl. 5 5 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003, 2004 NATUREZA INDENIZATÓRIA NA.0 COMPROVADA. TRIBUTAÇÃO. Não logrando o contribuinte comprovar a natureza indenizatória/reparatória dos rendimentos recebidos a titulo de ajuda de custo paga com habitualidade a membros do Senado Federal, constituem eles acréscimo patrimonial incluído no âmbito de incidência do imposto de renda. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003, 2004 ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no Pais, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. JUNTADA DE PROVAS. LIMITE TEMPORAL. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, ou que se refira ela a fato ou direito superveniente ou se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas por Conselhos de Contribuintes não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, sendo aquela objeto da decisão. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais contrárias à disposição literal de lei, quando não comprovado que o contribuinte figurou como parte na referida ação judicial. Lançamento Procedente A contribuinte, se mostrando irresignada, apresentou o Recurso Voluntário, de fls. 905/932, onde reitera as razões da impugnação, que podem aqui ser sintetizadas: Da preliminar de nulidade do lançamento por ilegitimidade passiva, atribuindo a responsabilidade a fonte pagadora; Da descaracterização de ajuda de custo e das diárias como renda; Fl. 1006DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 13/08/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 11516.001485/200740 Resolução n.º 220200.237 S2C2T2 Fl. 6 6 Da natureza jurídica das diárias e da ajuda de custo; Da ilegalidade e da inconstitucionalidade da utilização da taxa selic. Em memorial distribuído na sessão de julgamento de 16/06/2012, a recorrente representado por seu patrono, solicita que seja baixado o processo em diligência, intimando o Senado Federal para que este apresente os comprovantes de gastos relativos a “ajuda de custos”. É o relatório. Fl. 1007DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 13/08/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 11516.001485/200740 Resolução n.º 220200.237 S2C2T2 Fl. 7 7 VOTO Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator O recurso é tempestivo e preenche o seu pressuposto de admissibilidade. Dele, então, tomo conhecimento. O lançamento teve por base valores recebidos pela Contribuinte, na condição de Parlamentar, a título de “ajuda de custo”. A autoridade lançadora entendeu que tais verbas constituem rendimento tributável. Vale ressaltar que não é a denominação que se dá aos rendimentos pagos que vai determinar sua natureza tributável (ou não), mas os efeitos que esses recebimentos têm sobre o patrimônio do Autuado. No caso de verbas destinadas à reposição de gastos, de fato, não se configura o fenômeno renda, pois não se verifica o acréscimo patrimonial. Para tanto, todavia, é indispensável que o pagamento desses valores esteja vinculado à efetiva comprovação dos gastos a cuja reposição se destina. E, neste caso, o Contribuinte não comprovou a efetividade desses gastos. Importante destacar que a contribuinte apresenta nos autos uma série de recibos com os quais justifica perante o Senado Federal o recebimento de “verba indenizatória”, que é diferente da “ajuda de custo” que foi objeto do lançamento. É certo que a possibilidade de recebimento de verbas indenizatórias destinadas a reposição de gastos não se limita àquelas mencionadas no referido dispositivo, mas é incontestável que tais gastos, em qualquer caso, devem ser comprovados para que se considerem os pagamentos destinados à sua reposição como sendo indenizatórios. Conforme alegado pela Recorrente, esta teria apresentado os devidos requerimentos e comprovações exigidas de todas as despesas em caráter de ajuda de custo, apontando os seguintes documentos (i) Ofício no. 174/2003 (fls.700), (ii) Memorando No. 000243/2003 (fls.738), (iii) Memorando no. 0013/2003 (fl.741) e (iv) Ofício No. 00501/2004 (fl. 793) Para que não reste qualquer dúvida no julgamento, bem como para atender o pleito da Recorrente que em Memorial, reiterou que teria entregue ao Diretor da Secretaria de Fiscalização e Controle do Senado Federal a comprovação das despesas dos valores recebidos como “ajuda de custo”, voto no sentido de ser convertido em diligência para que a repartição de origem tome as seguintes providências: Intimese o Senado Federal a apresentar os comprovantes apresentados pela Recorrente, com os quais alega que comprovaria a “ajuda de custo”. Fl. 1008DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 13/08/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 11516.001485/200740 Resolução n.º 220200.237 S2C2T2 Fl. 8 8 Que a autoridade fiscal se manifeste, em relatório circunstanciado e conclusivo, sobre a validade das provas eventualmente apresentadas, dandose vista a Recorrente, com prazo de 20 (vinte) dias para se pronunciar, querendo. Após vencido o prazo, os autos deverão retornar a esta Câmara para inclusão em pauta de julgamento. É o meu voto. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 1009DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 13/08/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 11/08/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
score : 1.0
Numero do processo: 13964.000135/2002-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001
Ementa:
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI COMO RESSARCIMENTO DE PIS E COFINS. LEI Nº. 9.363/96. ENERGIA ELÉTRICA. SÚMULA Nº. 19, DO CARF. DESCABIMENTO.
Assentou-se nesse Tribunal que por não se desgastar ou se consumir no contato direito com o produto em fabricação, a energia elétrica e o combustível não compõe a base de cálculo crédito presumido da Lei nº. 9.363/96, nos termos da Súmula nº. 19, do CARF.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI COMO RESSARCIMENTO DE PIS E COFINS. LEI Nº. 9.363/96. INDUSTRIALIZAÇÃO POR TERCEIROS. COMPOSIÇÃO DO CUSTO DO INSUMO. CABIMENTO.
A industrialização efetuada por terceiros aplicada sobre insumo adquirido pelo exportador, visando aperfeiçoar para o uso ao qual se destina, para posterior emprego nos produtos exportados pelo encomendante, compõe o custo de produção da matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem, devendo compor a base de cálculo do crédito presumido do IPI como ressarcimento do PIS e da COFINS previsto na Lei nº 9.363/96.
Recurso Parcialmente Provido.
Direito Creditório Reconhecido em Parte.
Numero da decisão: 3402-002.001
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para conceder os créditos referentes à industrialização por encomenda. Vencido conselheiro Mário César Fracalossi Bais.
(Assinado digitalmente)
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO - Presidente Substituto.
(Assinado digitalmente)
JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), João Carlos Cassuli Junior (Relator), Mario Cesar Fracalossi Bais (Suplente), Fernando Luiz Da Gama Lobo D Eca, Silvia De Brito Oliveira, Francisco Mauricio Rabelo De Albuquerque Silva. Ausente, justificadamente, a Conselheira Nayra Bastos Manatta.
Nome do relator: JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
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LEI Nº. 9.363/96. ENERGIA ELÉTRICA. SÚMULA Nº. 19, DO CARF. DESCABIMENTO. Assentouse nesse Tribunal que por não se desgastar ou se consumir no contato direito com o produto em fabricação, a energia elétrica e o combustível não compõe a base de cálculo crédito presumido da Lei nº. 9.363/96, nos termos da Súmula nº. 19, do CARF. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI COMO RESSARCIMENTO DE PIS E COFINS. LEI Nº. 9.363/96. INDUSTRIALIZAÇÃO POR TERCEIROS. COMPOSIÇÃO DO CUSTO DO INSUMO. CABIMENTO. A industrialização efetuada por terceiros aplicada sobre insumo adquirido pelo exportador, visando aperfeiçoar para o uso ao qual se destina, para posterior emprego nos produtos exportados pelo encomendante, compõe o custo de produção da matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem, devendo compor a base de cálculo do crédito presumido do IPI como ressarcimento do PIS e da COFINS previsto na Lei nº 9.363/96. Recurso Parcialmente Provido. Direito Creditório Reconhecido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para conceder os créditos referentes à industrialização por encomenda. Vencido conselheiro Mário César Fracalossi Bais. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 96 4. 00 01 35 /2 00 2- 07 Fl. 523DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 2 (Assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Presidente Substituto. (Assinado digitalmente) JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), João Carlos Cassuli Junior (Relator), Mario Cesar Fracalossi Bais (Suplente), Fernando Luiz Da Gama Lobo D Eca, Silvia De Brito Oliveira, Francisco Mauricio Rabelo De Albuquerque Silva. Ausente, justificadamente, a Conselheira Nayra Bastos Manatta. Fl. 524DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13964.000135/200207 Acórdão n.º 3402002.001 S3C4T2 Fl. 524 3 Relatório Versam estes autos de Pedido de Ressarcimento de IPI no valor de R$300.751,16, sendo R$102.288,34 correspondente ao saldo credor da diferença entre o IPI pago na aquisição de insumos e o IPI debitado na saída dos produtos do estabelecimento e R$198.462,82 de crédito presumido de IPI como ressarcimento das contribuição ao PIS/PASEP e à COFINS incidentes sobre os insumos utilizados no processo produtivo de produtos exportados (Lei nº 9.363/96). A DRF houve por bem deferir parcialmente o direito creditório no valor de R$268.603,84, glosando R$916,42 referente aos créditos básicos e R$31.230,90 do crédito presumido, pela exclusão das aquisições de energia elétrica e gastos com industrialização por encomenda do cálculo do beneficio do período de janeiro a setembro de 2001. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do despacho decisório em 27/10/2006, o sujeito passivo apresentou em 24/11/2006 (fls. 307/313) sua Manifestação de Inconformidade com os argumentos abaixo expostos: · Cita o Decreto n° 2.637/98, em seu artigo 147, para fundamentar a inclusão dos gastos com aquisições de energia elétrica na base de cálculo do crédito presumido. Justifica que apesar de não integrar o produto final é consumida no processo de industrialização, incluindose no custo do produto exportado. Transcreve ainda a MP 948/95, que objetiva a busca pela redução da carga tributária incidente sobre os insumos utilizados na fabricação de produtos exportados com o intuito de aumentar a competitividade dos produtos brasileiros. · Afirma que a Lei 9.363/96 em seu artigo 3°, parágrafo único estabelece que os conceitos admitidos pela legislação do IPI e do Imposto de Renda serão utilizados para a interpretação da lei de forma subsidiária e reitera que a energia elétrica é um insumo utilizado para movimentar as máquinas e equipamentos absolutamente necessários para industrializar os produtos a serem exportados. · Utilizase de jurisprudência do CARF favorável e solicita inclusão na base de cálculo do crédito presumido, os valores pagos a titulo de energia elétrica no valor de R$ 223.846,52. · Esclarece que os produtos fabricados têm como insumo principal a madeira e que a mesma passa por várias etapas durante o processo produtivo sendo que algumas são realizadas pelo próprio estabelecimento e outras são encomendadas à empresas prestadoras de serviços. Salienta que se a empresa optasse por comprar madeira já industrializada, o custo Fl. 525DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 4 da matériaprima seria composto pelo valor da madeira em bruto, acrescido do valor dos serviços de beneficiamento, sendo sobre este total o cálculo do crédito presumido de IPI, e que, em sentido oposto, a mesma situação deveria ocorrer quando a compra da madeira em bruto ocorre de um fornecedor e o beneficiamento por outro, somandose no mesmo sentido o valor final da matéria prima para compor a base de cálculo do crédito pretendido. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Em análise e atenção aos pontos suscitados pela interessada na defesa apresentada, a 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto/SP, proferiu o Acórdão de nº. 1435.260, nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. Os conceitos de produção, matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem são os admitidos na legislação aplicável ao IPI, não abrangendo as despesas com energia elétrica. Tampouco a industrialização efetuada por terceiros não entra no cômputo do beneficio fiscal. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA A matéria não especificamente contestada na manifestação de inconformidade é reputada como incontroversa e é insuscetível de ser trazida à baila em momento processual subsequente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em síntese, a DRJ entendeu que os gastos com energia elétrica, conforme Parecer Normativo 65/79 não reveste condição de insumo que trata a Lei 9.363/96 (Matéria prima, produto intermediário e material de embalagem) e ainda, que não há ação direta sobre o produto de fabricação, confirmando com jurisprudência do CARF seu posicionamento quanto a exclusão do cômputo da base de cálculo do crédito presumido. No tocante a industrialização feita por terceiros, esclarece que a Lei 9.363/96 não menciona, nos insumos, serviços de beneficiamento feito por terceiro. DO RECURSO Cientificado da decisão de 1ª instância em 28/02/2012, conforme AR de fls. 459, e não concordando com os termos em que foi proferida, o sujeito passivo apresentou tempestivamente, em 27/03/2012 seu Recurso Voluntário dirigido à este Conselho, repisando os argumentos já utilizados na manifestação de inconformidade os quais não repetirei por brevidade. Fl. 526DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13964.000135/200207 Acórdão n.º 3402002.001 S3C4T2 Fl. 525 5 DA DISTRIBUIÇÃO Tendo o processo sido distribuído a esse relator por sorteio regularmente realizado, vieram os autos para relatoria, por meio de processo eletrônico, em 2 (dois) Volumes, numerado até a folha 522 (quinhentos e vinte e dois), estando apto para análise desta Colenda 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Fl. 527DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 6 Voto Conselheiro Relator João Carlos Cassuli Junior O recurso é tempestivo e atende os pressupostos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Da análise dos autos verificase que a discussão focalizase, essencialmente, no indeferimento do pleito do contribuinte quanto à tomada de créditos presumidos de IPI como ressarcimento de PIS e de COFINS relativos à aquisição de energia elétrica, bem como de industrialização por encomenda das matériasprimas por ele empregadas em seu processo fabril, de produtos voltados ao mercado externo. Merece saliência o fato de que é, e é tão somente esta a discussão em tela, não tendo o contribuinte se oposto a glosa havida dos créditos básicos que igualmente compunha o pedido inicial e que fora parcialmente indeferido. Assim, o contribuinte limitouse a argumentar quanto ao direito de creditamento oriundo da aquisição destas duas rubricas, como “insumos” em seu processo produtivo, para fins do cálculo do crédito presumido de que trata a Lei nº. 9.363/96. Delimitada a controvérsia, cumpre observar que quanto ao direito de crédito pleiteado sobre os dispêndios relativos a aquisição de energia elétrica, o entendimento deste Colegiado é sumulado e não deixa dúvidas, devendo, por força do que dispõe o artigo 72 do RICARF, pura e simplesmente ser reproduzido. Vejase: Súmula CARF nº 19: Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº. 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário. Desta forma, em que pese a judiciosa argumentação despendida pelo sujeito passivo, a realidade é que se assentou no seio deste Colegiado Administrativo entendimento em sentido antagônico, como retrata a súmula acima transcrita, pelo que, nesse particular entendo que não merece guarida o pleito do contribuinte. Já no tocante ao outro aspecto componente da discussão nos autos, relativo à possibilidade de inclusão na base de cálculo do crédito presumido de IPI dos valores correspondente à industrialização por encomenda, exponho que filiome ao entendimento retratado pela Eg. Câmara Superior de Recursos Fiscais (abaixo reproduzido), no sentido de que os dispêndios decorrentes da industrialização por encomenda que venham a ser aplicados sobre ou na obtenção de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, por sua vez aplicados no processo produtivo do produto exportado, seu valor integra o custo deste insumo, e, consequentemente, deve integrar a base de cálculo do crédito presumido do IPI. É o que se verifica dos seguintes julgados: Fl. 528DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13964.000135/200207 Acórdão n.º 3402002.001 S3C4T2 Fl. 526 7 Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF / Segunda Turma / ACÓRDÃO CSRF/0202.320 em 25.04.2006 RESSARCIMENTO DE IPI IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO RELATIVO AO PIS/COFINS. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA A industrialização efetuada por terceiros visando aperfeiçoar para o uso ao qual se destina a matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem utilizados nos produtos exportados pelo encomendante agregase ao seu custo de aquisição para efeito de gozo e fruição do crédito presumido do IPI relativo ao PIS e a COFINS previsto na Lei nº 9.363/96. Recurso especial negado. Por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Josefa Maria Coelho Marques e Antonio Bezerra Neto que deram provimento ao recurso. Manoel Antonio Gadelha Dias Presidente. Publicado no DOU em: 06.08.2007 Relator: Adriene Maria de Miranda Recorrente: FAZENDA NACIONAL Interessado: CALÇADOS MAIDE LTDA E ainda: “IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO RELATIVO AO PIS/COFINS. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA – A industrialização efetuada por terceiros visando aperfeiçoar para o uso ao qual se destina a matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem utilizados nos produtos exportados pelo encomendante agregase ao seu custo de aquisição para efeito de gozo e fruição do crédito presumido do IPI relativo ao PIS e a COFINS previsto na Lei nº 9.363/96. Recurso especial negado.” (CSRF/0201.905, Rel. Cons. Dalton César Cordeira de Miranda, d.j 12/04/2005) INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. Os custos referentes à matéria prima beneficiada por terceiros e utilizada no produto final exportado deve ser incluído na base de cálculo do “IPI CRÉDITO PRESUMIDO – INDUSTRIALIZAÇÃO. Processo nº : 11065.001677/9850. Acórdão : CSRF/0202.320. RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RELATIVO AO PIS/COFINS. INDUSTRIALIZAÇÃO POR TERCEIROS. – A industrialização efetuada por terceiros visando aperfeiçoar para o uso ao qual se destina a matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem utilizados nos produtos exportados pelo encomendante agregase ao seu custo de aquisição para o efeito de gozo e fruição do crédito presumido do IPI relativo ao PIS e a COFINS previsto na Lei nº 9.363/96. (...) Recurso negado.” (CSRF/0201.754, Rel. Cons. para acórdão Rogério Gustavo Dreyer, d.j 14/09/2004) Quanto à este aspecto, considerando que a Recorrente em seu processo produtivo comprovou que remete toras em estado bruto para serem objeto de beneficiamento em terceiros, que após lhe retornam devidamente aperfeiçoadas para que sejam utilizadas como Fl. 529DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 8 matériaprima de seus produtos finais (molduras), que por sua vez são exportados ao exterior, tenho que, efetivamente, deve essa etapa de industrialização por encomenda ser agregada ao custo da matéria prima por ela adquirida, para fins de cômputo do crédito presumido de IPI veiculado pela Lei nº 9.363/96. Entender de modo diverso, segundo compreendo, poderia estabelecer um tratamento inadequado, pois que imporia aos contribuintes adquirirem os insumos (no caso as madeiras já beneficiadas) em seu estado já totalmente prontos para serem utilizados no produto em fabricação, o que, certamente, por vezes oneraria o custo de produção por contemplar em seus custos a margem de lucratividade da etapa anterior e em outras vezes inviabilizaria a produção em se constatando a ausência deste insumo no estado necessário ao seu emprego naquele processo (daí porque do termo “encomenda”). E, em se adquirindo esse insumo já beneficiado de terceiros (ao invés de no estado bruto – ou no estágio anterior de processamento), não se questionaria quanto ao direito de crédito pela aquisição, de modo que entendo que por compor o custo de formação do próprio produto em fabricação, deve compor a base de cálculo do crédito presumido do IPI em questão. Assim sendo, na esteira das considerações constantes dos autos, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, apenas para reconhecer o direito ao cômputo dos custos com industrialização por encomenda, no cálculo do crédito presumido de IPI como ressarcimento de PIS e COFINS. (Assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior Relator Fl. 530DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 15586.001608/2010-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Data do fato gerador: 24/11/2010
CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, I DA LEI N.º 8.212/91
C/C ARTIGO 225, I DO REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,
APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 NÃO ELABORAÇÃO DE FOLHA DE PAGAMENTOS DE ACORDO COM OS PADRÕES.
A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar a SRP na administração previdenciária.
Inobservância do artigo 32, I da Lei n.º 8.212/91 c/c artigo 225, I do RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99.
A empresa não comprovou sua inscrição no PAT, passando os valores a constituírem salário de contribuição. Estando, portanto, no campo de incidência do conceito de remuneração e não havendo dispensa legal para não incidência de contribuições previdenciárias sobre tais verbas, no período objeto do presente lançamento, devida a contribuição e por consequência a
obrigação acessória a ela correspondente.
A empresa é obrigada a preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-002.446
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso. Ausente momentaneamente o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do autode infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar a SRP na administração previdenciária. Inobservância do artigo 32, I da Lei n.º 8.212/91 c/c artigo 225, I do RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99. A empresa não comprovou sua inscrição no PAT, passando os valores a constituírem salário de contribuição. Estando, portanto, no campo de incidência do conceito de remuneração e não havendo dispensa legal para não incidência de contribuições previdenciárias sobre tais verbas, no período objeto do presente lançamento, devida a contribuição e por consequência a obrigação acessória a ela correspondente. A empresa é obrigada a preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Ausente momentaneamente o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 250DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 2 Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa. Fl. 251DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 15586.001608/201075 Acórdão n.º 240102.446 S2C4T1 Fl. 2 3 Relatório O presente Auto de Infração de Obrigação Acessória AIOA, lavrado sob n. 35.745.3409 em desfavor da recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 32, I da Lei n ° 8.212/1991 c/c art. 225, I e § 9º e art. 283, I, “a” do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. Segundo a fiscalização previdenciária, a recorrente deixou de elaborar folha de pagamento com todas as remunerações dos segurados que lhe prestaram serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidas pelo INSS. As remunerações que deixaram de ser informadas NAS FOLHAS DE PAGAMENTO, referemse a pagamentos realizados na forma de alimentação e referemse aos valores lançados a débito das contas de despesa mencionadas (representativos dos pagamentos às empresas fornecedoras de alimentação ao trabalhador), deduzidos dos valores lançados a crédito (representativos dos descontos efetuados em folhas de pagamento de segurados empregados). A natureza remuneratória de ditos valores decorre do fato da empresa não estar aderida, no período, ao Programa de Alimentação do Trabalhador PAT instituído pela Lei 6.321/76. A inscrição da empresa no mencionado Programa somente se deu a 13/09/2010, operando, a partir dai, de forma proativa. Assim as parcelas pagas têm natureza remuneratória, não incidindo a hipótese de exclusão do salário de contribuição prevista no art. 28, parágrafo 9° , alínea "c" da Lei 8.212/91. A empresa, como dito, não declarou em GFIP os valores da remuneração ao trabalhador, não fez constar das folhas de pagamento de empregados ditos valores e tampouco fez o recolhimento das contribuições previdenciárias sobre eles incidentes. Importante, destacar que a lavratura do AIOA, deuse em 24/11/2010, tendo a cientificação ao sujeito passivo tomadora dos serviços ocorrido no dia 26/11/2010. Inconformada, a empresa notificada apresentou impugnação à fls. 191 a 200. Foi exarada Decisão que determinou a procedência do lançamento, fls. 224 a 229. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Constitui infração deixar de informar em folha de pagamento a totalidade dos valores pagos a segurados empregados. BIS IN IDEM. INOCORRÊNCIA. Inexiste bis in idem entre as multas decorrentes do descumprimento da obrigação acessória e inadimplemento da obrigação principal. Fl. 252DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 4 Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não conformado com o resultado proferido e a tomadora apresentou recurso, fl. 236 a 246. Em síntese alega: 1. Que a autuação não pode prosperar, visto que foi lavrado por descumprimento de dever instrumental, sendo que nos autos lavrados concomitantemente a este, que exigem adimplemento de tributo, também se exige o pagamento de multa de caráter punitivo, configurandose, por óbvio, em bis in idem; 2. A infração decorrente do auto ora questionado foi formalizada através de auto de infração autónomo, já a multa que decorre da outra autuação foi imputada juntamente com o valor do tributo que supõese devido. Para um mesmo fato está se aplicando, duas multas, portanto, nítida é a conduta do"bis in idem" praticada pela autoridade fiscal, que é contraria à legislação tributária pátria; 3. Que ao deixar de inscrever o fornecimento de alimentação, no Programa de Alimentação do Trabalhador, do Ministério do Trabalho e Emprego, não gerou qualquer prejuízo ao erário, vez que incorreu em simples descumprimento de obrigação de natureza acessória; 4. Extrema é a exigência de tributo em razão de a empresa autuada ter incorrido em simples descumprimento de obrigação de natureza acessória. 5. Cita ainda decisões do Superior Tribunal de Justiça, para corroborar seu entendimento, quanto a não incidência da contribuição previdenciária sobre verbas que não têm natureza salarial; 6. Não deve prosperar a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário in natura, em decorrência da não informação da inscrição no PAT, conforme já se manifestou de forma reiterada os a tribunais pátrios, sob o argumento trazido no acordão ora questionado, de que a administração encontrase proibida de trazer ao âmbito interno os efeitos judiciais. Foi proferido despacho com a indicação da tempestividade do recurso. O processo foi encaminhado para julgamento no âmbito deste Conselho. É o relatório. Fl. 253DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 15586.001608/201075 Acórdão n.º 240102.446 S2C4T1 Fl. 3 5 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme já apreciado a fl. 264. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DO MÉRITO QUANTO A INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO SOBRE A ALIMENTAÇÃO PAGA EM DESACORDO COM A LEI De acordo com o previsto no art. 28 da Lei n ° 8.212/1991, para o segurado empregado entendese por saláriodecontribuição a totalidade dos rendimentos destinados a retribuir o trabalho, incluindo nesse conceito os ganhos habituais sob a forma de utilidades, nestas palavras: Art.28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) Existem parcelas que não sofrem incidência de contribuições previdenciárias, seja por sua natureza indenizatória ou assistencial, tais verbas estão arroladas no art. 28, § 9º da Lei n ° 8.212/1991, nestas palavras: Art. 28 (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado Fl. 254DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 6 para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97)Grifo nosso No que tange ao auxílio alimentação, o dispositivo que trata do mesmo é a alíneas “c” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, acima transcrita. A Lei nº 6.321/1976 em seu artigo 3º dispõe que “ não se inclui como salário de contribuição a parcela paga in natura, pela empresa, nos programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho.” Por sua vez o Decreto nº 05/1991 que regulamentou a Lei nº 6.321/1976, define com precisão como se dá a aprovação dos programas de alimentação pelo Ministério do Trabalho, conforme de verifica no § do art. 1º, in verbis: “§ 4° Para os efeitos deste Decreto, entendese como prévia aprovação pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, a apresentação de documento hábil a ser definido em Portaria dos Ministros do Trabalho e Previdência Social; da Economia, Fazenda e Planejamento e da Saúde” Art. 4º Para a execução dos programas de alimentação do trabalhador, a pessoa jurídica beneficiária pode manter serviço próprio de refeições, distribuir alimentos e firmar convênio com entidades fornecedoras de alimentação coletiva, sociedades civis, sociedades comerciais e sociedades cooperativas. (alterado pelo Dec. 2.101, de 23.12.96) Parágrafo único. A pessoa jurídica beneficiária será responsável por quaisquer irregularidades resultantes dos programas executados na forma deste artigo. Portanto, enquanto a empresa não efetuar a apresentação do documento hábil, ao qual se refere o decreto encimado, não se pode dizer que seu programa de alimentação está aprovado pelo Ministério do Trabalho, para fins de não incidência da contribuição previdenciária. Ao não apresentar a devida inscrição no PAT, deixou o recorrente de cumprir o disposto na legislação para excluir a verba da base de cálculo. Estando, portanto, no campo de incidência do conceito de remuneração e não havendo dispensa legal para incidência de contribuições previdenciárias sobre tais verbas, no período objeto do presente lançamento, conforme já analisado, deve persistir o lançamento. Ressalto apenas, para efeitos de esclarecimentos que o pagamento hora em julgamento não se enquadra na exclusão prevista no Parecer PGFN/CRJ/Nº 2117/2011 da Procuradoria da Fazenda Nacional, aprovado pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda que ensejou a publicação do Ato Declaratório 03/2011, posto que a alimentação mencionada no dito Parecer é “in natura”. DA INOCORRÊNCIA DE BIS IN IDEM O procedimento adotado pelo AFPS na aplicação do presente autode infração seguiu a legislação previdenciária, conforme fundamentação legal descrita. Fl. 255DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 15586.001608/201075 Acórdão n.º 240102.446 S2C4T1 Fl. 4 7 No presente caso, a obrigação acessória está prevista na Lei n ° 8.212/1991 em seu artigo 32, I, nestas palavras: Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhasdepagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; Como se percebe, a própria lei conferiu poderes a DRFB para definir o padrão e as normas de elaboração dos documentos. A elaboração das folhas de pagamentos está disciplinada no art. 225 do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999, nestas palavras: Art.225. A empresa é também obrigada a: I preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; (...) § 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput, elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: I discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado; IIagrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99) III destacar o nome das seguradas em gozo de salário maternidade; IV destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e V indicar o número de quotas de saláriofamília atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso. Assim, era obrigação da recorrente o preparo das folhas de pagamentos. Conforme comprovado nos autos, tal elaboração não foi realizada na forma estabelecida, tendo em vista que o recorrente não reconhecia os pagamentos de valores pagos à título alimentação como salário de contribuição. Destacase que as obrigações acessórias são impostas aos sujeitos passivos como forma de auxiliar e facilitar a ação fiscal. Por meio das obrigações acessórias a fiscalização conseguirá verificar se a obrigação principal foi cumprida. Como é sabido, a obrigação acessória é decorrente da legislação tributária e não apenas da lei em sentido estrito, conforme dispõe o art. 113, § 2º do CTN, nestas palavras: Fl. 256DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 8 Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. A legislação engloba as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes, conforme dispõe o art. 96 do CTN. Observase que desnecessária seria a apreciação dos valores serem incluídos no conceito de salário de contribuição, como acontece com os autos de infração pela não informação em GFIP, uma vez que a legislação previdenciária exige a inclusão em folha de pagamento de todos os valores pagos aos segurados que lhe prestam serviços, mesmo que estes valores não constituíssem base de cálculo de contribuição, senão vejamos: “§ 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput, elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: IV destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e” Assim, foi correta a aplicação do auto de infração ao presente caso pelo órgão previdenciário. O relatório fiscal, indicou de maneira clara e precisa todos os fatos ocorridos, havendo subsunção destes à norma prevista no art. 32, I, da Lei n ° 8.212/1991. Os valores aplicados em auto de infração pela omissão justificamse pelo fato da importância dos esclarecimentos para administração previdenciária. As informações prestadas auxiliarão na fiscalização das contribuições arrecadadas pela Previdência Social. Não há de se confundir a multa pelo descumprimento de obrigação acessória aqui imposta, com o auto de infração de obrigação principal. Neste último lança a autoridade fiscal a contribuição devida e não recolhida, enquanto no auto de infração de obrigação acessória o objeto e o descumprimento de obrigação de fazer. Isto posto, não há de se falar em “bis in idem”. Vale destacar, ainda, que a responsabilidade pela infração tributária é em regra objetiva, isto é independe de culpa ou dolo. Desse modo, a autuação deve persistir. CONCLUSÃO: Voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO, julgando procedente o lançamento efetuado. É como voto. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 15586.001608/201075 Acórdão n.º 240102.446 S2C4T1 Fl. 5 9 É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 258DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 10240.000275/2004-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 16 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR
Exercício: 1999 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. EXIGÊNCIA DE ADA - A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000 (Súmula CARF Nº 41). JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. (Súmula CARF nº 4). ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2202-001.974
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo do imposto a área de preservação permanente (restabelecer a área declarada pela Recorrente), nos termos do voto do Relator.
Matéria: ITR - notific./auto de infração eletrônico - outros assuntos
Nome do relator: ANTONIO LOPO MARTINEZ
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR Exercício: 1999 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. EXIGÊNCIA DE ADA - A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000 (Súmula CARF Nº 41). JUROS - TAXA SELIC - A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. (Súmula CARF nº 4). ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). Recurso provido em parte.
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EXIGÊNCIA DE ADA A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000 (Súmula CARF Nº 41). JUROS TAXA SELIC A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. (Súmula CARF nº 4). ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE O CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo do imposto a área de preservação permanente (restabelecer a área declarada pela Recorrente), nos termos do voto do Relator. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente justificadamente o Conselheiros Helenilson Cunha Pontes. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10240.000275/200414 Acórdão n.º 220201.974 S2C2T2 Fl. 2 3 Relatório Em desfavor do contribuinte, AGROPECUARIA R J R LTDA., foi lavrado, em 12/04/2010, a Notificação de Lançamento, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário a título de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, do exercício de 1999, acrescido de multa de ofício (75,0%) e juros legais. A ação fiscal proveniente dos trabalhos de revisão das DITR/2000, determinou a glosa da área de preservação permanente, já que o ADA era intempestivo, bem como da área de pastagens já que não houve confirmação da existência de rebanho compatível. Cientificada, a contribuinte alega que a área de preservação existe, não se manifesta sobre a área de pastagens. A DRJ Campo Grande ao apreciar as razões da interessada, julgou a impugnação procedente. Insatisfeito o interessado interpõe recurso voluntário onde reiterando ponto descritos na impugnação. Desta a existência da APP e questia a taxa selic e a multa confiscatória. É o relatório. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator O presente recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal e deve, portanto, ser conhecido por esta Turma de Julgamento. Da Exigência do ADA A exigência do ADA como requisito para a exclusão das áreas de preservação permanente da base de cálculo do ITR encontrase estabelecida no 10 da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº 43, de 1997, com redação da IN SRF nº 67, de 1997: Art 10. Área tributável é a área total do imóvel excluídas as áreas: I de preservação permanente; II de utilização limitada. (...) § 4º As áreas de preservação permanente e as de utilização limitada serão reconhecidas mediante ato declaratório do IBAMA, ou órgão delegado através de convênio, para fins de apuração do ITR, observado o seguinte: I as áreas de reserva legal, para fins de obtenção do ato declaratório do IBAMA, deverão estar averbadas à margem da inscrição da matrícula do imóvel no registro de imóveis competente, conforme preceitua a Lei n° 4.771, de 1965; II o contribuinte terá o prazo de seis meses, contado da data da entrega da declaração do ITR, para protocolar requerimento do ato declaratório junto ao IBAMA; III se o contribuinte não requerer, ou se o requerimento não for reconhecido pelo IBAMA, a Secretaria da Receita Federal fará lançamento suplementar recalculando o ITR devido. A exigência da apresentação tempestiva do ADA para fins de exclusão da área de preservação permanente, estabelecida em legislação infralegal, contrapõese ao princípio da reserva legal, posto que a desconsideração das áreas de preservação permanente e de reserva legal, como tal, representam sua inclusão na área tributável pelo ITR. Assim, qualquer restrição à exclusão de áreas da tributação do ITR, por corresponder a aumento de tributo, deve ser instituída por lei, ex vi do inciso II combinado com o § 1º do art. 97 do Código Tributário Nacional: Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: Fl. 300DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10240.000275/200414 Acórdão n.º 220201.974 S2C2T2 Fl. 3 5 (...) II a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; (...) § 1º Equiparase à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em tornálo mais oneroso. Tanto é assim que o art. 1º da Lei nº 10.165, de 2000 estabeleceu aquela condição ao incluir o art. 17O na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, para os exercícios a partir de 2001, verbis: Art. 17O Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria." (NR) (...) § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. Portanto, se a obrigação de apresentação do ADA foi instituída posteriormente por lei, não poderia o órgão de administração tributária antecipar tal exigência, que resulta majoração de tributo, por meio de instrução normativa. Esse posicionamento inclusive já se encontra sumulado no CARF: A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000 (Súmula CARF Nº 41) Acrescentese, por pertinente que a área de pastagem não foi objeto da impugnação e do recurso, portanto não há o que se alterar nessa parte do lançamento. Da Multa Confiscatória No referente a suposta inconstitucionalidade das Normas aplicadas, que determinariam a aplicação de multas e juros de natureza confiscatória, acompanho a posição sumulada pelo CARF de que não compete à autoridade administrativa de qualquer instância o exame da legalidade/constitucionalidade da legislação tributária, tarefa exclusiva do poder judiciário. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2). Cabe esclarecer o contribuinte que a falta de recolhimento do tributo ou declaração inexata, apurada em lançamento de ofício, enseja o lançamento da multa de 75%, prevista no art. 44, da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, não podendo a autoridade lançadora deixar de aplicála ou reduzir seu percentual ao seu livre arbítrio. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 6 Nestes termos, como a multa de ofício está prevista em disposições literais de lei e como as instâncias julgadoras não podem negar validade a estas disposições, não se pode aqui acatar a alegação da contribuinte. É de se manter, assim, a penalidade de 75%. Portanto em se tratando de lançamento de ofício, é legítima a cobrança da multa correspondente, por falta de pagamento do imposto, sendo inaplicável o conceito de confisco que é dirigido a tributos. Da Inaplicabilidade da Selic como Taxa de Juros Por fim, quanto à improcedência da aplicação da taxa Selic, como juros de mora, aplicável o conteúdo da Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). Assim, é de se negar provimento também nessa parte. Ante ao exposto, voto por DAR provimento PARCIAL ao recurso para restabelecer o valor declarado de área de preservação permanente. (Assinando digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 302DF CARF MF Impresso em 27/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
score : 1.0
Numero do processo: 13906.000371/2008-03
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004 Ementa: IRPF. DEDUÇÕES. DESPESA MÉDICA. Comprovada, através de recibos e declarações firmadas pelos prestadores, a efetividade das despesas médicas declaradas, devem as mesmas ser restabelecidas. Não podem ser desconsiderados os documentos trazidos pelo contribuinte desde o início da fiscalização, sem que a autoridade fiscal demonstre o que motivaria o seu não-acolhimento.
Numero da decisão: 2102-001.892
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR parcial provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Núbia Matos Moura que negava provimento.
Nome do relator: ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI
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DEDUÇÕES. DESPESA MÉDICA. Comprovada, através de recibos e declarações firmadas pelos prestadores, a efetividade das despesas médicas declaradas, devem as mesmas ser restabelecidas. Não podem ser desconsiderados os documentos trazidos pelo contribuinte desde o início da fiscalização, sem que a autoridade fiscal demonstre o que motivaria o seu nãoacolhimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR parcial provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Núbia Matos Moura que negava provimento. Assinado Digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Presidente Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Relatora EDITADO EM: 13/03/2012 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Nubia Matos Moura, Atilio Pitarelli, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 2 Relatório Em face do contribuinte acima identificado foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 24/27 para exigência de IRPF em razão da glosa das despesas médicas deduzidas por ele em sua DIRPF 2004. O total das despesas glosas foi de R$ 25.800,00. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 01/02, por meio da qual requereu o cancelamento do lançamento em razão da comprovação do pagamento e da efetiva realização das despesas em comento. Na análise de suas alegações, os membros da DRJ em Curitiba decidiram pela manutenção integral do lançamento. O contribuinte teve ciência de tal decisão e contra ela interpôs o Recurso Voluntário de fls. 71/72, por meio do qual reiterou que as despesas estão devidamente comprovadas através da documentação carreada aos autos, e que foram feitas em dinheiro, razão pela qual ficou ele impossibilitado de apresentar cópias de cheques ou outros documentos comprobatório do desembolso. Os autos então foram remetidos a este Conselho para julgamento. É o Relatório. Voto Conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Relatora O contribuinte teve ciência da decisão recorrida em 15.03.2011, como atesta o AR de fls. 70. O Recurso Voluntário foi interposto em 01.04.2011 (dentro do prazo legal para tanto), e preenche os requisitos legais por isso dele conheço. Conforme relatado, tratase de processo no qual se discute lançamento motivado pela glosa das seguintes despesas médicas declaradas originalmente pelo Recorrente: Foram glosadas despesas com os profissionais Nivaldo Tamabani, Raquel Alves Lemes, Angela Kuchpil de Souza e Elizabeth Izumi Omotto por falta de comprovação do efetivo pagamento através de documentação hábil e idônea. Foram glosadas também despesas com Hospital da Providência por se tratar de despesas de terceiro não dependente na DIRPF/2004 do contribuinte. De uma leitura dos autos, o documento de fls. 35 demonstra que ao ser intimado o contribuinte para apresentar os comprovantes das despesas médicas incluídas em sua DIRPF 2004, apresentou à fiscalização os recibos comprobatórios das despesas com todos os profissionais incluídos em sua Declaração (no total de 7). Fl. 116DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13906.000371/200803 Acórdão n.º 2102001.892 S2C1T2 Fl. 2 3 Em face da apresentação de tais recibos, foi expedida nova intimação (fls. 53) para que fossem então apresentados os comprovantes de pagamentos das referidas despesas, bem como outros documentos que comprovassem sua efetividade, tais como exames, orçamentos, receitas, etc.. O contribuinte então anexou as declarações e documentos de fls. 56/61, assinadas pelos profissionais emitentes dos recibos, e das quais constava um detalhamento dos serviços prestados. Com a apresentação de tais documentos, foi em seguida lavrada a Notificação, sem, porém, que a autoridade lançadora prestasse maiores esclarecimentos acerca dos motivos que a levaram a não acolher a documentação trazida pelo contribuinte; isto é, dos motivos pelos quais entendeu que aquela documentação não seria hábil a comprovar a efetividade das despesas. O único esclarecimento constante da Notificação é o de que o pagamento das mesmas não teria sido comprovado. De fato, a legislação fiscal prevê que para que o contribuinte possa se beneficiar da dedução de suas despesas médicas do Imposto de Renda, deverá ele ter em mãos, além dos recibos competentes (que devem preencher os requisitos da lei), quaisquer outros documentos que demonstrem, ainda que minimamente, a efetividade dos serviços prestados, ou o seu pagamento, quando for o caso. É o que determina o art. 8º da Lei nº 9.250/95: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...) II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; Fl. 117DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 4 IV não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; (...) Por isso a autoridade lançadora pode e deve exigir a comprovação do pagamento das despesas cuja dedução pleiteia o contribuinte em sua DIRPF. No entanto, esta comprovação só deve ser exigida quando faltarem outros dados de comprovação da efetividade das despesas, e/ou ainda quando a documentação apresentada pelo contribuinte for inidônea – sob pena de serem invalidados os documentos (recibos e declarações) legitimamente expedidos pelos profissionais prestadores de serviços. No caso em exame, é de se ressaltar que o Recorrente trouxe aos autos (ainda durante a fiscalização) alguns documentos que – ao menos – indicavam a efetividade das despesas cuja dedução ele pleiteava. Os recibos e documentos por ele apresentados não estavam maculados, a primeira vista, com qualquer vício que indicasse que não se referiam à verdade dos fatos. Assim, neste específico caso que ora se analisa, caberia à fiscalização ter esclarecido os motivos pelos quais a documentação apresentada não poderia ser acolhida como suficiente para acobertar as despesas glosadas. Da mesma forma, a decisão recorrida manteve as glosas sem tecer uma linha sequer acerca dos motivos pelos quais a documentação trazida pelo Recorrente não foi acolhida como suficiente. Tal decisão limitase a mencionar que a falta de prova do pagamento seria um motivo suficiente a justificar a manutenção das glosas. É o que se depreende do seguinte trecho: 12. No caso em tela, observase que o Impugnante declarou, em sua DAA o montante de R$ 27.351,72 (vide fl. 30) a título de despesa médica, valor este bastante expressivo (15,46% dos rendimentos tributáveis) e que justifica, por si só, um exame mais criterioso por parte da autoridade fiscal, bem como a glosa dessa dedução quando o contribuinte não faz prova suficiente da sua procedência, haja vista o disposto no art. 73, § Io do Decreto n° 3.000/99. 13.0 motivo da glosa das despesas médicas, segundo o relatório fiscal de fl. 12, foi a falta de comprovação do efetivo pagamento (desembolso) dos valores deduzidos, porém, compulsando os autos, constatamos que o Impugnante instruiu sua defesa com diversos documentos (recibos, declarações dos profissionais, radiografias e diversos documentos referentes aos tratamentos supostamente realizados), porém, nenhum documento que demonstre o efetivo pagamento das despesas (cheque ou extrato bancário, por exemplo) foi apresentado. Cabe destacar, inclusive, que em relação à despesa com o Hospital da Providência nenhum documento foi carreado aos autos. 14. Convém observar que as declarações apresentadas (fls. 11 a 16) podem até ter o condão de provar o pagamento das despesas a que se referem, e isso está bem claro no Código Civil (Lei n° 10.406/02), em seu art. 320, porém, tal declaração, além de não provar que o desembolso foi do Impugnante, faz prova de quitação de débito do devedor em face de seu credor, mas não possui, necessariamente, efeito erga omnes, podendo terceiros Fl. 118DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13906.000371/200803 Acórdão n.º 2102001.892 S2C1T2 Fl. 3 5 exigirem outras formas de comprovação do pagamento, que é o que ocorreu no presente caso ao ser solicitado da contribuinte a comprovação do efetivo desembolso do valor deduzido. Tal entendimento não pode prosperar, pois cabe à autoridade lançadora – e também à julgadora – em obediência ao princípio da motivação dos atos administrativos, justificar e motivar seus atos. Como tal motivação não consta no presente processo, a decisão recorrida merece ser reformada para que sejam acolhidos os recibos e documentos apresentados pelo Recorrente em relação aos profissionais Nivaldo Tamabani, Raquel Alves Lemes, Angela Kuchpil de Souza e Elizabeth Izumi Omotto. Quanto a eles, o Recorrente logrou trazer aos autos os recibos comprobatórios de despesas efetuadas em seu próprio nome e em nome de sua esposa Maria Luiza Mendonça (que era sua dependente), de forma que as deduções devem ser acolhidas, como se segue: profissional especialidade paciente valor Raquel psicóloga Maria Luiza 5.400,00 Angela dentista Maria Luiza 6.837,00 Nivaldo dentista Eudilson 10.000,00 Elizabeth psicóloga Eudilson 3.400,00 25.637,00 Por outro lado, no que diz respeito às despesas com o Hospital da Providência, releva destacar que o Recorrente não trouxe quaisquer alegações acerca dos motivos pelos quais tal despesa deveria ser acolhida, sendo certo que o documento de fls. 48 demonstra que a mesma se deu em nome de Maria Vitória Piacentini, que não consta como dependente do Recorrente em sua DIRPF 2004 (cf. fls. 32). Assim, a glosa quanto a este valor deve permanecer. Diante do exposto, VOTO no sentido de DAR PARCIAL provimento ao Recurso para que sejam restabelecidas as despesas de R$ 25.637,00. Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Fl. 119DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 6 Fl. 120DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 11/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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Numero do processo: 10930.000765/98-71
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/03/1998
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI - AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E DE COOPERATIVAS.
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
É lícita a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e de cooperativas de produtores.
Recurso Especial do Procurador Negado.
Numero da decisão: 9303-001.607
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Nome do relator: Henrique Pinheiro Torres
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As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. É lícita a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e de cooperativas de produtores. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Henrique Pinheiro Torres Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Rodrigo Cardozo Miranda, Júlio César Alves Ramos, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Fl. 368DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/08/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Relatório Os fatos foram assim descritos no relatório do acórdão recorrido: A contribuinte solicitou Pedido de Ressarcimento de crédito presumido de IPI de que trata a Portaria n° 38/97, em relação ao período de 01 a 03/1998. Em seguida, foi o processo baixado em diligência. A Informação Fiscal de fls. 189/192, que relata a diligência, concluiu favoravelmente, em parte, ao pedido do contribuinte. Propôs a exclusão dos cálculos das matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem adquiridos de pessoas fisicas, cooperativas e do MICT, bem como dos combustíveis, energia elétrica e fretes. A DRF em LondrinaPR seguiu o entendimento da Fiscalização e reconheceu parcialmente o direito creditório em favor da contribuinte. O ressarcimento parcial foi efetivado através de compensações, conforme Documento de fls. 226. De tal decisão houve recurso à DRJ em Curitiba – PR, questionando as exclusões dos valores relativos às aquisições de pessoas fisicas, cooperativas e do MICT, bem como as exclusões de combustíveis, energia elétrica e frete. A DRJ em Curitiba PR indeferiu a reclamação da interessada De tal decisão, a contribuinte recorreu ao Segundo Conselho de Contribuintes. Julgando o feito, a Câmara recorrida deu provimento parcial ao recurso voluntário, em acórdão assim ementado: IPI — IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO As Instruções Normativas são normas complementares das leis. Não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS, COOPERATIVAS E MICT A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total, das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1° da Lei n° 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 20 da Lei n° 9.363/96). A lei citada referese a "valor total" e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas rrs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei n° 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às Contribuições PIS/PASEP e à COFINS (IN 23/97), bem como Fl. 369DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/08/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10930.000765/9871 Acórdão n.º 930301.607 CSRFT3 Fl. 331 3 que as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN n° 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam. COMBUSTÍVEIS, ENERGIA ELÉTRICA E FRETES Não integram a base de cálculo do crédito presumido na exportação as aquisições de combustíveis e energia elétrica, de vez que não existe previsão legal para tal inclusão. O art. 2° da Lei n° 9.363/96 trata apenas das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, não contemplando outros insumos. Igualmente, não há previsão legal para a inclusão dos fretes. Recurso provido quanto às cooperativas e pessoas físicas e negado quanto aos demais itens. Inconformada, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional apresentou recurso especial, por contrariedade à lei, onde requereu a reforma do acórdão vergastado para que fosse restabelecida a decisão de primeira instância. O recurso foi admitido, nos termos do despacho de fl. 277. Cientificada do acórdão e, também, do despacho de admissibilidade do recurso da Fazenda Nacional, o Sujeito Passivo apresentou embargos de declaração, alegando omissão no tocante a matéria sobre a qual deveria terse pronunciado o Colegiado, mais precisamente, sobre a questão de se excluir da receita operacional bruta os valores relativos as exportações de mercadorias adquiridas de terceiros. Junto com os Embargos, a contribuinte apresentou as contrarrazões ao apelo Fazendário. A Câmara recorrida acolheu os embargos de declaração, com efeitos infringentes, e determinou a exclusão, da receita operacional bruta, dos valores correspondentes as exportações de mercadorias adquiridas de terceiros. Cientificada do acórdão integrativo referente aos declaratórios mencionados linhas acima, a PGFN não apresentou recurso. É o relatório. Fl. 370DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/08/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 Voto Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele conheço. A matéria devolvida ao Colegiado cingese às questões da inclusão dos valores pertinentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem junto a pessoas físicas e cooperativas de produtores, na base de cálculo do crédito presumido de IPI. No tocante às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem junto a pessoas físicas e cooperativas, o meu entendimento é no sentido contrário à pretensão do sujeito passivo. Todavia, com a alteração regimental, que acrescentou o art. 62A ao Regimento Interno do Carf, as decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos devem ser observados no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Assim, se a matéria foi julgada pelo STJ, em sede de recurso repetitivo, a decisão de lá deve ser adotada aqui, independentemente de convicções pessoais dos julgadores. Essa é justamente a hipótese dos autos, em que o STJ, em sede de recurso repetitivo versando sobre matéria idêntica à do recurso ora sob exame, decidiu1 que, O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. ......................................................................................................... Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). 1 AgRg no AgRg no REsp 1088292 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2008/02047717 Fl. 371DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/08/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10930.000765/9871 Acórdão n.º 930301.607 CSRFT3 Fl. 332 5 Essa decisão foi proferida, justamente, em julgamento relativo a pedido de ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, de que trata a lei 9.363/1996, em que atos normativos infralegais obstaculizaram a inclusão na base de cálculo do incentivo das compras realizadas junto a cooperativas. Com essas considerações, ressalvo meu entendimento em contrário, explicitado em inúmeros votos neste Colegiado, e, por força regimental, curvome a decisão do STJ, e dou provimento ao recurso para a admitir a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e cooperativas de produtores. É como voto. Henrique Pinheiro Torres Fl. 372DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/08/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
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