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Numero do processo: 10882.000659/00-41
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jun 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Jun 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL
Exercício: 1996
CSLL CORRETORAS DE SEGUROS. ALÍQUOTA MAJORADA. NÃO APLICAÇÃO. “AGENTE AUTÔNOMO DE SEGUROS”. NÃO EQUIPARAÇÃO.
As corretoras de seguro não podem ser equiparadas aos ‘agentes autônomos de seguros arrolados expressamente no art. 21, da Lei nº 8.212/91, tendo em vista tratar-se de pessoas jurídicas submetidas a diferentes regimes e características especificas, sendo vedado o emprego de analogia para estender o alcance da lei, no tocante à fixação do pólo passivo da relação jurídico-tributária, a hipótese que não esteja legal e expressamente previstas. (Precedentes: Acórdãos Câmara Superior de Recursos Fiscais nº 0103.633, de06/11/2001; nº 0105.059, de 10/08/2004, nº 0105.198, d 14/03/2005, nº 0105.606, de 26/03/2007 e nº 0105.688, de 12/06/2007.
Numero da decisão: 9101-001.098
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR
provimento ao recurso interposto pelo Contribuinte.
Matéria: CSL- auto eletrônico (exceto glosa compens. bases negativas)
Nome do relator: CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 1996 CSLL CORRETORAS DE SEGUROS. ALÍQUOTA MAJORADA. NÃO APLICAÇÃO. “AGENTE AUTÔNOMO DE SEGUROS”. NÃO EQUIPARAÇÃO. As corretoras de seguro não podem ser equiparadas aos ‘agentes autônomos de seguros’ arrolados expressamente no art. 21, da Lei nº 8.212/91, tendo em vista tratarse de pessoas jurídicas submetidas a diferentes regimes e características especificas, sendo vedado o emprego de analogia para estender o alcance da lei, no tocante à fixação do pólo passivo da relação jurídico tributária, a hipótese que não esteja legal e expressamente previstas. (Precedentes: Acórdãos Câmara Superior de Recursos Fiscais nº 0103.633, de06/11/2001; nº 0105.059, de 10/08/2004, nº 0105.198, d 14/03/2005, nº 0105.606, de 26/03/2007 e nº 0105.688, de 12/06/2007. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso interposto pelo Contribuinte. (documento assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente. (documento assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias Relator. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 10882.000659/0041 Acórdão n.º 910101.098 CSRFT1 Fl. 524 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Claudemir Rodrigues Malaquias, Karen Jureidini Dias, Viviane Vidal Wagner, Antônio Carlos Guidoni Filho, Alberto Pinto Souza Junior, Valmir Sandri e Susy Gomes Hoffman (Vice Presidente). Relatório Com fundamento no art. 7º, inciso II do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (RICSRF), aprovado pela Portaria MF nº 147/07, a Contribuinte interpõe recurso especial em face do acórdão nº 10514.918, de 25.04.2008 (fls. 422/435), proferido pela Quinta Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes, assim ementado: “CSLL. ALÍQUOTA DIFERENCIADA. SOCIEDADE CORRETORAS DE SEGURO As sociedades corretoras de seguro estão compreendidas na expressão "agente autônomo de seguro" constante do art. 22 parágrafo 1° da Lei n° 8.212/91 e, assim, estão sujeitas à alíquota diferenciada da CSLL no período base de 1995. Recurso negado.” Tratam os presentes autos de auto de infração (fls. 02/17) para a exigência da CSLL decorrente de discrepância entre a DIRPJ do anocalendário de 1995 e o relatório do procedimento de malha (verificação eletrônica de declarações). A Fiscalização constatou que a Recorrente aplicava a alíquota de 10% sobre a base de cálculo apurada, enquanto que pelo relatório da malha, a alíquota (correta) aplicável seria de 30%. O lançamento foi impugnado pela Recorrente que sustentou não desenvolver qualquer das atividades mencionadas na Lei nº 8.212/1991, art. 22, § 1º. Argumentou que atuava como corretora de seguros dos Ramos Elementares e de Planos Previdenciários, sendo sua principal função intermediar os seguros pretendidos e orientar os segurados sobre as coberturas necessárias à sua proteção, atividade distinta, portanto, de “sociedade de seguro”. A DRJCampinas, por meio do Acórdão nº 3.288, de 10/02/2003, rechaçou as argumentações e manteve o lançamento ao argumento de que, embora distintos os conceitos entre ‘sociedade corretora de seguros’ e ‘sociedade de seguro’, o fato é que ‘corretora de seguro’ está compreendido na extensão do termo ‘agente autônomo de seguro’, referenciado pela Lei nº 8.212/1991, art. 22, § 1º e, desta forma, a Recorrente está sujeita à mesma alíquota da CSLL de 30%, aplicável às instituições financeiras. Ante a decisão que lhe foi desfavorável, a Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 117/139), sustentando o equívoco da decisão de primeira instância, uma vez que nem por equiparação, nem por semelhança, pode ser incluída no rol das instituições de que trata o mencionado dispositivo. A Quinta Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes não considerou as argumentações da defesa e manteve o lançamento, ao argumento de que as sociedades corretoras de seguro estão compreendidas na expressão "agente autônomo de Fl. 2DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 10882.000659/0041 Acórdão n.º 910101.098 CSRFT1 Fl. 525 3 seguro" constante do art. 22, § 1º da Lei nº 8.212/91 e, assim, estão sujeitas à alíquota diferenciada da CSLL, a mesma aplicável às instituições financeiras no ano de 1995. A Recorrente interpõe o presente recurso especial (fls. 442/458), juntando como decisões paradigmas os acórdãos nº 10322.313, de 24/02/2006 e o de nº 10194.702, de 16/09/2004, nos quais, os colegiados entenderam, de forma diversa, que as sociedades corretoras de seguros não podem ser equiparadas aos agentes autônomos de seguros, tendo em vista tratarse de pessoas jurídicas submetidas a diferentes regimes e institutos jurídicos, sendo vedado o emprego da analogia para estender o alcance da lei a hipóteses que não estejam expressamente previstas. Conforme Despacho nº 105509/2008, de 01/12/2008, o Presidente da Quinta Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes deu seguimento ao recurso, por entender que restaram atendidos os pressupostos legais para a admissibilidade do recurso da Contribuinte. Regularmente intimada, a Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões (fls. 516/521) onde pugna pela manutenção da decisão a quo em face dos mesmos argumentos que embasaram o lançamento. É o relatório. Voto Conselheiro Claudemir Rodrigues Malaquias O recurso especial interposto pela Contribuinte é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, pelo que delo tomo conhecimento. A questão submetida à apreciação deste Colegiado cingese à classificação da Recorrente como "agente autônomo de seguros privados". Este entendimento foi manifestado no Parecer Normativo COSIT nº 1/93 (item 10), ao dizer que as ‘corretoras de seguro’ se submetem ao disposto no art. 22 da Lei nº 8.212/1991, "na qualidade de agentes autônomos de seguros privados". Em que pesem as razões e argumentos que fundamentam o referido Parecer Normativo, no sentido de que o ‘agente autônomo’, do gênero ‘agente’, equivale a ‘corretor’, com ele não podemos concordar. Na jurisprudência deste Tribunal há exemplos de decisões no mesmo sentido e em, em maior número, em sentido contrário ao dado pelo Parecer. É oportuno registrar que a matéria em questão foi objeto de uniformização por esta Câmara Superior de Recursos Fiscais, conforme o Acórdão nº CSRF/0103.633, de 6 de novembro de 2001, entendimento confirmado pelos Acórdãos CSRF nº 0105.059, de 2004, nº 0105.198, de 2005, nº 0105.606, de 2007 e nº 0105.688, de 2007. Em face dos casos precedentes já apreciados e uniformizados no âmbito deste Colegiado, peço vênia para transcrever a fundamentação do voto condutor do Acórdão nº Fl. 3DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 10882.000659/0041 Acórdão n.º 910101.098 CSRFT1 Fl. 526 4 CSRF/0103.633/2001, de autoria do ilustre Conselheiro José Carlos Passuello, que analisa detidamente a questão e cujas razões de decidir adoto integralmente neste voto: "O ponto crucial da divergência se localiza no campo conceitual e o deslinde da questão se dará com a conclusão acerca de a empresa, que desenvolve a atividade de corretora de seguros, estar ou não incluída na atividade própria de "empresa de seguros privados e capitalização" ou de "agentes autônomos de seguros privados". Por tudo o que consta do processo e principalmente pelo contido no Decreto lei n° 73/66, me é dado concluir que a empresa não reveste a atividade de empresa de seguros privados e capitalização, tratada nos artigos 72 a 88, restando apenas a hipótese de ser classificada como agente autônomo de seguros privados. Efetivamente, como asseverou a autoridade julgadora de primeiro grau, não se trata de discutir a inclusão ou não da empresa na categoria de instituição financeira, uma vez que o § 10, do art. 22 da Lei n° 8.212/91 não dicotomiza a classificação em instituições financeiras e não financeiras, apenas elenca algumas delas. A Secretaria da Receita Federal, através da Coordenação Geral do Sistema de Tributação, já se manifestou pelo ADN COSIT n° 23/93, entendendo estarem as corretoras de seguros submetidas à tributação, na forma do art. 11 da Lei Complementar n° 70/91, sem porém, esclarecer se por entender tratarse de empresa de seguro ou agente autônomo de seguros, ou por outra razão. No PN 1/93, item 10, a Fazenda entendeu que as corretoras de seguros se submetem ao art. 22 da Lei n° 8.121/91, "na qualidade de agentes autônomos de seguros privados", o que dá contornos definitivos à questão. A alíquota majorada se aplicaria, portanto, diante do tipo empresarial de agente autônomo de seguros privados. O PN 1/93 tratou de duas situações diversas. A primeira relativa à obrigatoriedade da tributação das corretoras de seguro pelo lucro real, à vista do art. 5° da Lei n° 8.541/93, onde concluiu negativamente, sendo que no rol de entidades obrigadas não constaram os agentes autônomos de seguros privados, conceito fulcral da discussão. A segunda, contemplando as instituições submetidas à alíquota ampliada da contribuição social definida no art. 23 da Lei n° 8.212/91, que mencionou o rol de instituições contempladas no § 1° do art. 22 da mesma lei, concluindo positivamente, por lá constar os agentes autônomos de seguros privados, cujo conceito a autoridade administrativa estendeu às corretoras de seguro. Assim no dizer da autoridade administrativa, o agente autônomo de seguros privados, apesar de não estar obrigado a apurar seus resultados pelo lucro real, estava submisso à alíquota ampliada da contribuição social. O segundo aspecto é que ressalta importante, no presente caso. O contido no PN 1/93, manifestação formal da autoridade administrativa em sua função interpretativa da lei, coincidente com o entendimento do I. Conselheiro prolator da declaração de voto (vencido), apresenta, como já visto no relatório, e como está sobejamente debatido nos autos, enfoque diferenciado daquele adotado no voto vencedor prolatado pelo I. Relator. E a divergência é clara. Centrase na identidade ou diferença que possa existir entre as figuras do "agente autônomo de seguros" e do "corretor de seguros"e/ou "sociedade corretora de seguros". A jurisprudência, como já comentado, é dicotômica, pendendo, ora pela identidade, ora pela diferença entre tais figuras. A par daquela jurisprudência trazida Fl. 4DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 10882.000659/0041 Acórdão n.º 910101.098 CSRFT1 Fl. 527 5 aos autos, destaco o Acórdão n° 10320.498 (sessão de 24.01.2001), que, em cotejo com o Acórdão n° 10319.922, indica nova posição da 3ª Câmara. O Ac. 10320.498, da lavra da I. Relatora Mary Elbe Gomes Queiroz, tirado por decisão unânime, está assim ementado: "CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO — ALÍQUOTA MAJORADA — CORRETORAS DE SEGURO — Em prestígio à estrita legalidade, certeza e segurança jurídica, as corretoras de seguros não podem ser equiparadas aos agentes autônomos de seguro, tendo em vista tratarse de pessoas jurídicas submetidas a diferentes regimes e institutos jurídicos, revestindose cada uma das atividades de natureza e características específicas, sendo vedado o emprego de analogia para estender o alcance da lei, no tocante à fixação do pólo passivo da relação jurídicotributária, a hipóteses que não estejam legal e expressamente previstas, Recurso Provido." Após exame reflexivo do conteúdo das peças já mencionadas, persistindo dúvidas sobre o deslinde da questão, passei a examinar a legislação regulamentar da atividade de seguros, pela ação e regulamentação das diversas instituições existentes. No exame conjunto do Decretolei n° 2.063/40, Lei n° 4.594/65, Decreto n° 56.903/65 e Decretolei n° 73/66 encontrei uma relação que me impressionou. A Lei n° 4.594/65 regulou a atividade de corretor de seguros e trouxe no seu artigo 1°, como principais contornos: "Art.1 O corretor de seguros, seja pessoa física ou jurídica, é o intermediário legalmente autorizado a angariar e a promover contratos de seguros, admitidos pela legislação vigente, entre as sociedades de seguros e as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado." Aqui se constata a previsão para que empresas tenham a atividade de corretor de seguros, ou, digamos, sociedades corretoras de seguros, bem como se define a atividade precípua de "angariar e promover contratos de seguros". Seu artigo 32 determinava que, no prazo de 90 dias, seria regulamentada a profissão de corretor de seguro de vida, silenciando sobre os demais ramos. Efetivamente, o Decreto n° 56.903/65 veio cumprir tal função e definiu, em seu artigo 1°, que: "Art.1 O Corretor de Seguros de Vida ou de Capitalização, anteriormente denominado Agente, quer seja pessoa física quer jurídica, é o intermediário legalmente autorizado a angariar e a promover contratos de seguros de vida ou a colocar títulos de capitalização, admitidos pela legislação vigente, entre sociedades de seguros e capitalização e o público em geral." (destaquei) E nesse texto encontrei o elo de ligação que me faltava para a conclusão acerca do tema. Quando o legislador fez constar que "o Corretor de Seguros de Vida .... anteriormente denominado Agente", mostrou claramente ter havido a passagem de Fl. 5DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 10882.000659/0041 Acórdão n.º 910101.098 CSRFT1 Fl. 528 6 denominação de agente para corretor. Se bem tal declaração explícita somente foi trazida quanto ao corretor de seguros de vida e capitalização, é de se aceitar que seja válida para os demais ramos. Se não aceitarmos que a mudança de denominação de "agente" para "corretor de seguros" se deu em todos os ramos seguradores, teremos a inconsistência de chamarmos de corretor de seguros de vida e, para mesma atividade profissional, porém no ramo de incêndios, teríamos a denominação de agente de seguros contra incêndios. A integração deve prevalecer sobre a ilogicidade, motivo por que passo a entender como sendo corretor de seguros o profissional que atua na atividade, independentemente do ramo a que se dedique. Assim, a partir de então (04.01.1965), sempre que a legislação se referisse ao corretor de seguros, deveria adotar sua nova designação de "corretor de seguros", salvo se alguma outra espécie de agente de seguro existisse que fosse diferenciada daquela de corretor. Essa dicotomia de conceitos de agente foi largamente explorada no voto vencedor, como relatado anteriormente, fazendo sentido, diante da conclusão ora estampada no voto. Dessa forma, quando a legislação tributária adotou posicionamento objetivo com relação a agente autônomo de seguro, seguramente não o fez com relação a corretor de seguro ou sociedade corretora de seguros, até porque, por força da expressão da própria lei, o corretor não mais seria chamado de agente. Sendo o Decreto n° 56.903, do ano de 1965 (alterou a designação de agente para corretor) e a Lei n° 8.212, do ano de 1991 (mencionou agente autônomo de seguros), quando de sua edição, a lei não mais podia referirse a agente de seguros pretendendo alcançar o corretor de seguros. E não mais perdura dúvida, no meu pensamento, acerca da existência de duas naturezas diferenciadas de agentes de seguro, até porque Amílcar Santos, em seu Dicionário de Seguros, assim expressou tal variação de conceitos: "Agente — Representante da empresa de seguros em determinado Estado ou localidade. Há duas espécies de agentes na nomenclatura dos seguros: os agentes representantes da empresa e os agentes angariadores de seguros. Apesar de exercerem funções diversas, a identidade de nomes tem dado causa a confusões, fazendo com que não se distingam as duas categorias, embora elas sejam inconfundíveis. O agenterepresentante ou, simplesmente, o agente, exerce um mandato, age em nome da sociedade. O agente angariador de seguros, melhor dito, o corretor de seguros, ao contrário, é um mero intermediário, trabalhando por conta própria, embora exerça, por vezes, a sua atividade, em proveito de uma única sociedade. O novo regulamento das operações de seguros (Decretolei número 2.063), determinando que a aquisição de qualquer seguro "não poderá ser feita senão mediante proposta assinada pelo interessado ou por corretor Fl. 6DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 10882.000659/0041 Acórdão n.º 910101.098 CSRFT1 Fl. 529 7 habilitado", estabelece, de modo definitivo, a separação entre os dois termos. O agente angariador de seguros tem, agora, sua denominação própria: é corretor de seguros. Agente, em matéria de seguros, é, unicamente, o representante da empresa em determinada localidade. As sociedades são obrigadas a manter, pelo menos nas respectivas capitais, nos Estados em que tiverem riscos em vigor ou responsabilidades não liquidadas, representantes para atender aos portadores de apólices ou interessados em contratos de seguros (Art. 127, Decretolei n° 2.063). Tais representantes devem ter poderes para receber e resolver reclamações, acordar a respeito, fazer pagamento de indenizações e de capitais garantidos, receber primeiras citações, representar a sociedade perante o Departamento Nacional de Seguros, inclusive no tocante às obrigações impostas pelo Regulamento de Seguros às sociedades (Art. 127, § 1°, Decretolei n° 2.063) Aos representantes com poderes de emitir apólices cabem todas as atribuições fixadas acima (Art. 127, § 2°, Decretolei 2.063)." (destaquei) Se bem, Alexandre Del Fiori, no seu Dicionário de Seguros, não deixa tão explícita tal diversidade, quando expõe: "Agente: (ger) 1 — Titulo de pessoa que exerce representação de empresa de seguros em determinada localidade; Agente Representante; 2 — Termo utilizado para definir profissional que intermedia contratos de seguro; Corretor de Seguros." Diante de tudo isso, concluo, por lógico que, após 1965, quando se definiu tecnicamente a substituição do termo agente pelo termo corretor, no exercício de algumas funções próprias do corretor, como definidas em lei, quando a legislação quis alcançar o corretor o designou por corretor (pessoa física ou jurídica — sociedade corretora), remanescendo o uso da designação de agente apenas para aquele seu representante que Mary Elbe tão apropriadamente designou, no voto condutor do Acórdão n° 10320.498, de "longo manus da seguradora, seu mandatário, atuando em nome dela porém de modo autônomo, prestando serviço e atuando como sua extensão junto aos clientes, com poderes para emitir a apólice de seguro que obriga a seguradora". Penso que, quando a Lei n° 8.212/91 determinou a incidência de alíquota majorada da CSLL, para os "agentes autônomos de seguro", pretendeu efetivamente alcançar tão somente os agentes das seguradoras seus representantes e não os corretores de seguros ou as sociedades corretoras de seguro. É inegável que o pólo passivo da relação jurídico tributária é matéria adstrita à legalidade e tipicidade cerrada, sendo as previstas hipóteses de sujeição objetivamente fixadas em lei, não comportando ao interprete, por meio de ato normativo infralegal integrar a norma por analogia na pretensão de abranger outras instituições com vistas a suprir suposta omissão. Ainda é de se lembrar que a adoção da analogia é vedada pelo art. 108, § 1º do Código Tributário Nacional, para exigir tributo ou alcançar hipótese de incidência não prevista em lei. Fl. 7DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 10882.000659/0041 Acórdão n.º 910101.098 CSRFT1 Fl. 530 8 Isso tudo porque, como ficou claro, "agente autônomo de seguros" e "corretoras de seguros", tratase de instituições com atividades submetidas a institutos diversos e que apresentam, na sua natureza, regimes diversos, o que redunda dizer que, tendo a Lei n° 8.212/91 abrangido o corretor autônomo de seguros, não se pode afirmar que englobou também as corretoras de seguros, por simples não inclusão. Por outro lado, não é de se desconhecer fortes argumentos trazidos no PN n° 01/93, em seu item 10, de que: "Quis o legislador, portanto, para fins da Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL), estender a todas as pessoas jurídicas cuja constituição, funcionamento e operações são fiscalizadas pela SUSEP, o mesmo tratamento conferido às instituições financeiras. Assim, tanto as empresas seguradoras como as sociedades corretoras de seguros, na qualidade de agentes autônomos de seguros privados (Lei n° 4.594/64, art. 1°; Decreto n° 56.903/65, art. 1°; Decretolei n° 73/66, art. 122 e Decreto n° 60.459/67, art. 100), recebem esse tratamento." Tais argumentos embasaram tanto o voto vencido na 8' Câmara, quanto o Memorial do Sr. Procurador da Fazenda Nacional e merecem conhecimento. A submissão do tratamento tributário às funções administrativas da SUSEP deve ser objetivamente tratada. A SUSEP, na forma do artigo 8° do Decretolei n° 73/66, integra o Sistema Nacional de Seguros Privados, que é constituído por instituições lá elencadas, como segue: DECRETOLEI 73 DE 21/11/1966 DOU 22/11/1966 Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, Regula as Operações de Seguros e Resseguros e dá outras providências * Regulamentado pelo Decreto n° 60.459, de 13/03/1967 CAPÍTULO II Do Sistema Nacional de Seguros Privados. (artigos 7 e 8) TEXTO: "Art. 80 Fica instituído o Sistema Nacional de Seguros Privados, regulado pelo presente Decretolei e constituído: a) do Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP; b) da Superintendência de Seguros Privados SUSEP, c) do Instituto de Resseguros do Brasil IRB; d) das Sociedades autorizadas a operar em seguros privados; e) dos corretores habilitados." Por definição legal, as funções da SUSEP são, objetivamente, como trazido no artigo 36, de executora da política traçada pelo CNSP, como órgão fiscalizador da constituição, organização, funcionamento e operações das Sociedades Seguradoras, estampadas abaixo: DECRETOLEI 73 DE 21/11/1966 DOU 22/11/1966 Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, Regula as Operações de Seguros e Resseguros e dá outras providências. * Regulamentado pelo Decreto n° 60.459, de 13/03/1967. CAPÍTULO V Da Superintendência de Seguros Privados. Fl. 8DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 10882.000659/0041 Acórdão n.º 910101.098 CSRFT1 Fl. 531 9 SEÇÃO I (artigos 35 e 36) TEXTO: "Art.. 36 Compete à SUSEP, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP, como órgão fiscalizador da constituição, organização, funcionamento e operações das Sociedades Seguradoras: a) processar os pedidos de autorização, para constituição, organização, funcionamento, fusão, encampação, grupamento, transferência de controle acionário e reforma dos Estatutos das Sociedades Seguradoras, opinar sobre os mesmos e encaminhálos ao CNSP; b) baixar instruções e expedir circulares relativas à regulamentação das operações de seguro, de acordo com as diretrizes do CNSP; c) fixar condições de apólices, planos de operações e tarifas a serem utilizadas obrigatoriamente pelo mercado segurador nacional; d) aprovar os limites de operações das Sociedades Seguradoras, de conformidade com o critério fixado pelo CNSP; e) examinar e aprovar as condições de coberturas especiais, bem como fixar as taxas aplicáveis; f) autorizar a movimentação e liberação dos bens e valores obrigatoriamente inscritos em garantia das reservas técnicas e do capital vinculado; g) fiscalizar a execução das normas gerais de contabilidade e estatística fixadas pelo CNSP para as Sociedades Seguradoras; h) fiscalizar as operações das Sociedades Seguradoras, inclusive o exato cumprimento deste Decretolei, de outras leis pertinentes, disposições regulamentares em geral, resoluções do CNSP e aplicar as penalidades cabíveis; i) proceder à liquidação das Sociedades Seguradoras que tiverem cassada a autorização para funcionar no País; j) organizar seus serviços, elaborar e executar seu orçamento." A leitura do artigo acima transcrito deixa nítida impressão de que as funções fiscalizadoras da SUSEP alcançam, basicamente, as sociedades seguradoras, alcançando as demais instituições elencadas no art. 8°, apenas por força da determinação genérica do item h) do art. 36, "... fiscalizar as operações da Sociedades Seguradoras, inclusive o exato cumprimento deste Decretolei, de outras leis pertinentes, disposições regulamentares em geral, resoluções do CNSP e aplicar as penalidades cabíveis;" (destaquei) A distinção entre sociedades seguradoras e corretores de seguros ou sociedades é tão nítida, que a lei, para subsumir os corretores de seguros teve que tratar especificamente de tal relação, sob responsabilidade profissional, como consta do artigo 127 do Decretolei n° 37/66: Fl. 9DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Processo nº 10882.000659/0041 Acórdão n.º 910101.098 CSRFT1 Fl. 532 10 DECRETOLEI 73 DE 21/11/1966 DOU 22/11/1966 Dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, Regula as Operações de Seguros e Resseguros e dá outras providências. * Regulamentado pelo Decreto n° 60.459, de 13/03/1967 CAPÍTULO XI Dos Corretores de Seguros. (artigos 122 a 128) TEXTO: "Art.127 Caberá responsabilidade profissional, perante a SUSEP, ao corretor que deixar de cumprir as leis, regulamentos e resoluções em vigor, ou que der causa dolosa ou culposa a prejuízos às Sociedades Seguradoras ou aos segurados." O tratamento em separado, sob responsabilidade profissional, sem dúvida, dá novos limites à ampla submissão contida no artigo 8°. De outra feita, o entendimento de que a simples submissão da atividade, na qualidade de integrante do Sistema Nacional de Seguros Privados, à atividade fiscalizadora da SUSEP implicaria em estender a alíquota ampliada da Contribuição Social, pode ser cotejado com antecedente tirado no Acórdão n° 10193.401 (sessão de 22 de abril de 2001), que excluiu o Instituto de Resseguros do Brasil, entidade integrante do CNSP, do alcance de tal alíquota majorada.” Assim, por tudo o que consta do processo, voto por conhecer do recurso especial da Procuradoria e, no mérito, negarlhe provimento. “ (os destaques são do original) Desta forma, em razão da identidade fática verificada entre a questão dos presentes autos e os precedentes desta Corte, voto por conhecer do recurso da Contribuinte para, no mérito, DARLHE provimento. É como voto. (documento assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias Relator Fl. 10DF CARF MF Emitido em 23/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS Assinado digitalmente em 22/08/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 08/07/2011 por CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS
score : 1.0
Numero do processo: 10680.002345/2005-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Oct 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/07/1988 a 30/11/1995
DECISÃO JUDICIAL. ALCANCE. CUMPRIMENTO.
A decisão judicial transitada em julgado faz lei entre as partes e deve ser
cumprida nos exatos termos do decidido, que guarda relação direta com o
pedido.
Numero da decisão: 3302-001.264
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Nome do relator: WALBER JOSE DA SILVA
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ALCANCE. CUMPRIMENTO. A decisão judicial transitada em julgado faz lei entre as partes e deve ser cumprida nos exatos termos do decidido, que guarda relação direta com o pedido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente e Relator. EDITADO EM: 11/10/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Fl. 679DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA 2 No dia 29/08/2003 a empresa CONSTRUTORA ENCCAMP LTDA., já qualificada nos autos, apresentou Pedido de Restituição e Declarações de Compensação PER/DCOMP, pleiteando a restituição de PIS reconhecido em decisão judicial transitada em julgado e informando que efetuou a compensação dos créditos apurados com débitos seus. Comprovado que o crédito reconhecido na decisão judicial foi insuficiente para extinguir os débitos compensados pela interessada, o Delegado da DRF em Belo Horizonte MG não homologou a compensação de parte dos débitos declarados, nos termos do Despacho Decisório nº 1607 fls. 594/602. Ciente desta decisão, a recorrente ingressou com manifestação de inconformidade, argüindo, em apertada síntese, que: 1 no despacho decisório não restou demonstrada a análise da composição dos créditos oriundos da ação judicial, mas apenas os débitos do PIS calculados com base na Lei Complementar n° 7, de 1970, ainda assim com incorreções; 2 os valores deveriam ter sido corrigidos até agosto de 2003 (data do pedido de compensação), o que não foi possível aferir, pois o cálculo não demonstra esta situação; 3 a solicitação de compensação apresentada inicialmente foi acompanhada de planilhas com a demonstração de seus créditos, suficientes para quitar os débitos informados. A DRJ em Belo Horizonte MG indeferiu a solicitação da recorrente, nos termos do Acórdão no 0218.634, de 11/08/2008, cuja ementa abaixo transcrevo: Nos termos da legislação de regência, é de reconhecerse o pedido/declaração de restituição/compensação até o limite do montante creditório verificado. As unidades da Secretaria da Receita Federal do Brasil devem dar cumprimento As decisões judiciais nos exatos termos em que foram proferidas. Dos fundamentos da decisão recorrida, relativamente aos índices utilizados na atualização do crédito da recorrente, cabe destacar o seguinte: No que se refere às planilhas anexadas pela manifestante, observase que os cálculos nelas demonstrados divergem dos realizados pela repartição especificamente quanto aos índices de atualização monetária adotados. Salientese, quanto a este ponto, que o provimento jurisdicional alcançado pela manifestante asseguroulhe a correção monetária de seus indébitos pelos índices OTN/BTN/INPC/UFIR, além da Selic a partir de 01/01/1996, sendo que, nos cálculos realizados pela repartição, foi observada a Norma de Execução Conjunta n° 8, de 27 de junho de 1997, que contempla exatamente estes índices para atualização monetária dos pagamentos indevidos realizados no período entre 01/01/1988 e 31/12/1991. Os coeficientes constantes dessa norma de execução foram determinados a partir da acumulação dos percentuais mensais correspondentes ao IPC do período de janeiro de 1988 a Fl. 680DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 10680.002345/200562 Acórdão n.º 330201.264 S3C3T2 Fl. 670 3 fevereiro de 1990 (exceto o relativo a janeiro de 1989, expurgado, inclusive, do reajuste da OTN), BTN do período de março de 1990 a janeiro de 1991 e INPC de fevereiro de 1991 a dezembro de 1991, reproduzidos a seguir: [...] Determina ainda a supracitada norma de execução que, entre janeiro de 1992 e dezembro de 1995, os valores sejam acrescidos da variação da UFIR, e, a partir de janeiro de 1996, da taxa Selic, o que foi igualmente observado pela repartição em seus cálculos. Já nas planilhas apresentadas pela manifestante, utilizaramse índices diversos destes, considerando, outrossim, expurgos inflacionários que não foram explicitados na decisão judicial. De se ressaltar que quaisquer outros índices diferentes dos oficiais, acima reproduzidos, como também expurgos inflacionários, somente poderão ser acatados administrativamente em obediência a expressa determinação judicial neste sentido, o que não se observou no presente caso. A recorrente tomou ciência da decisão de primeira instância no dia 27/08/2008, conforme AR de fl. 642, e, no dia 24/09/2008 impetrou o recurso voluntário de fls. 644/651, no qual defende que a decisão judicial autoriza a aplicação dos expurgos inflacionários, não considerados na apuração de seu crédito. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este Conselheiro. É o Relatório. Voto Conselheiro Walber José da Silva, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais. Dele conheço. Como relatado, a recorrente defende que a decisão judicial autoriza a aplicação dos expurgos inflacionários ao crédito pleiteado. Inicialmente entendo oportuno destacar que o valor original do crédito reconhecido não foi objeto de contestação, recaindo esta tão somente sobre o critério de sua atualização. Para melhor entender o alcance da decisão judicial, transcrevo a parte dispositiva da sentença que determina a forma de atualização do crédito pleiteado (esta parte da sentença não foi objeto de reforma). Diz a sentença o seguinte: Fl. 681DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA 4 Farseá a compensação nos moldes do artigo 66, da Lei n° 8.383/91, afastadas as limitações impostas pela IN 67/92, com atualização monetária pelo seqüencial OTN/BTN/INPC/UFIR (artigo 66, § 3º, Lei 8.383/91) e juros de mora, a partir de 01 011.996, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais ( artigo 161, § 1° e 167, § único, do CTN e artigo 39, §4º, da Lei 9.250/95 ), respeitandose os limites temporais e valores apurados nos documentos originais anexados aos autos. (grifei). Vêse, portanto, que a decisão judicial determinou a aplicação dos mesmos índices aplicados, pelo Fisco Federal, aos débitos dos contribuintes, ou seja, aqueles fixados na Norma de Execução Conjunta Cosit/Cosar nº 08/97, como bem esclareceu a decisão recorrida. Não há, na referida norma de execução, nenhuma ilegalidade ou contrariedade aos princípios da moralidade e do enriquecimento ilícito, a que se refere a recorrente. No mais, com fulcro no art. 50, § 1o, da Lei no 9.784/19991, adoto e ratifico os fundamentos do acórdão de primeira instância. Por tais razões, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Walber José da Silva 1 Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: [. . .] § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Fl. 682DF CARF MF Emitido em 13/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 por WALBER JOSE DA SILVA
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Numero do processo: 10120.000967/2010-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008
PAGAMENTOS “EXTRA FOLHA”. COMPROVAÇÃO. OCORRÊNCIA DE FATO GERADOR DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS.
Ao provar que a empresa pagava remunerações a seus empregados, sem que
tais valores fossem objeto de declaração ao Fisco e registro contábil, a
Auditoria cumpriu o seu mister de demonstrar a ocorrência dos fatos
geradores correspondentes a esses pagamentos.
AFERIÇÃO INDIRETA. UTILIZAÇÃO DE PARÂMETROS COLETADOS EM PROCESSOS TRABALHISTAS NA QUAL O SUJEITO PASSIVO ERA PARTE RECLAMADA. POSSIBILIDADE.
Não se apresenta desarrazoada a aferição indireta da base de cálculo efetuada
com base em parâmetros coletados em processos trabalhistas nos quais a
empresa autuada era parte reclamada.
BIS IN IDEM. AFERIÇÃO COM BASE EM RECIBOS DE PAGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO INDIRETA DOS MESMOS FATOS GERADORES.
Não há o que se falar em bis in idem, posto inexistiu, para o período
envolvido, lançamento com base nos mesmos fatos geradores e as
contribuições incidiram sobre remunerações não declaradas em GFIP. Assim
não há duplicidade de cobrança, uma vez que em relação a essas parcelas não
houve qualquer recolhimento de contribuições.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008
REUNIÃO DE PROCESSOS PARA JULGAMENTO CONJUNTO. INEXISTÊNCIA NO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DE NORMA OBRIGANDO TAL PROCEDIMENTO.
Inexiste no âmbito do Processo Administrativo Fiscal Federal norma que
torne obrigatório o julgamento conjunto de processos lavrados contra o
mesmo contribuinte, ainda que guardem relação de conexão, quando há
elementos que permitam o julgamento em separado.
PROCEDIMENTO FISCAL. NATUREZA INQUISITÓRIA. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. INAPLICABILIDADE.
O procedimento fiscal possui característica inquisitória, não sendo cabível,
nessa fase, a observância do contraditório, que só se estabelecerá depois de
concretizado o lançamento.
RELATÓRIO FISCAL QUE RELATA A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR, APRESENTA A FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO TRIBUTO LANÇADO E ENFOCA A APURAÇÃO DA MATÉRIA
TRIBUTÁVEL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Não se vislumbra cerceamento ao direito do defesa do sujeito passivo,
quando as peças que compõem o lançamento lhe fornecem os elementos
necessários ao pleno exercício da faculdade de impugnar a exigência.
DECISÃO ADMINISTRATIVA QUE ENFRENTA TODOS OS PONTOS DA IMPUGNAÇÃO E CARREGA A MOTIVAÇÃO SUFICIENTE AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA DO SUJEITO PASSIVO
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Não se vislumbra cerceamento ao direito do defesa do sujeito passivo,
quando o órgão julgador enfrenta todas as alegações suscitadas por esse e traz
a motivação necessária ao exercício do pleno direito defesa do administrado.
REQUERIMENTO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. PRESCINDIBILIDADE PARA SOLUÇÃO DA LIDE. INDEFERIMENTO.
Será indeferido o requerimento de perícia técnica/diligência quando esta não
se mostrar útil para a solução da lide.
ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008
INDICAÇÃO DOS MOTIVOS PARA SELEÇÃO DE EMPRESA A SER SUBMETIDA A PROCEDIMENTO FISCAL. OBRIGATORIEDADE. INEXISTÊNCIA.
Os procedimentos fiscais, em geral, têm por finalidade averiguar a
regularidade do sujeito passivo quanto ao cumprimento de suas obrigações
tributárias, não sendo obrigatório à Administração Tributária justificar os
motivos que a levaram a selecionar determinado contribuinte a ser submetido
a ação fiscal.
ESCRITA CONTÁBIL QUE NÃO REFLETE A REALIDADE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA E DOCUMENTAÇÃO QUE NÃO APRESENTA DADOS SUFICIENTES PARA VERIFICAÇÃO DA
REGULARIDADE FISCAL. POSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES MEDIANTE ARBITRAMENTO.
A exibição de documentos e esclarecimentos insuficientes para verificação de
sua regularidade fiscal, bem como a existência de registros contábeis que não
reflitam a realidade econômico financeira da empresa, possibilita ao Fisco o
arbitramento do tributo devido, sendo do contribuinte o ônus de fazer prova
em contrário.
DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS FISCAIS NA SEDE DA EMPRESA FISCALIZADA. OBRIGATORIEDADE. INEXISTÊNCIA.
Inexiste norma que obrigue o Fisco a desenvolver os trabalhos de auditoria
necessariamente em estabelecimento do sujeito passivo.
ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. MULTA QUALIFICADA. DOLO, FRAUDE OU CONLUIO. NÃO COMPROVADOS. IMPOSSIBILIDADE APLICAÇÃO. De conformidade
com a legislação tributária, especialmente artigo 44, inciso I, § 1º, da Lei nº
9.430/96, c/c Sumula nº 14 do CARF, a qualificação da multa de ofício, ao
percentual de 150% (cento e cinquenta por cento), condiciona-se à comprovação, por parte da fiscalização, do evidente intuito de fraude do contribuinte. Assim não o tendo feito, não prospera a qualificação da multa, sobretudo quando a autoridade lançadora sequer contempla no Relatório da Autuação as razões que a levaram a aplicar a multa àquele percentual.
MULTA AGRAVADA. AUSÊNCIA DEMONSTRAÇÃO OBSTACULIZAÇÃO DA AÇÃO FISCAL POR PARTE DO CONTRIBUINTE. INAPLICABILIDADE.
Improcedente a aplicação da multa agravada contemplada no artigo 44, § 2°,
da Lei n° 9.430/1996, quando não comprovada ou sequer imputada pela autoridade lançadora no Relatório da Autuação a existência de atos do contribuinte tendentes a dificultar, impedir e/ou retardar o regular desenvolvimento da ação fiscal.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2401-002.052
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) afastar as preliminares suscitadas; II) indeferir o pedido de perícia técnica/diligência; e III) no mérito, dar provimento parcial ao recurso para reduzir a multa de ofício ao patamar de 75%. Vencidos os conselheiros Kleber Ferreira de Araújo (relator) e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que negavam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o(a) Conselheiro(a) Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008 PAGAMENTOS “EXTRA FOLHA”. COMPROVAÇÃO. OCORRÊNCIA DE FATO GERADOR DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. Ao provar que a empresa pagava remunerações a seus empregados, sem que tais valores fossem objeto de declaração ao Fisco e registro contábil, a Auditoria cumpriu o seu mister de demonstrar a ocorrência dos fatos geradores correspondentes a esses pagamentos. AFERIÇÃO INDIRETA. UTILIZAÇÃO DE PARÂMETROS COLETADOS EM PROCESSOS TRABALHISTAS NA QUAL O SUJEITO PASSIVO ERA PARTE RECLAMADA. POSSIBILIDADE. Não se apresenta desarrazoada a aferição indireta da base de cálculo efetuada com base em parâmetros coletados em processos trabalhistas nos quais a empresa autuada era parte reclamada. BIS IN IDEM. AFERIÇÃO COM BASE EM RECIBOS DE PAGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO INDIRETA DOS MESMOS FATOS GERADORES. Não há o que se falar em bis in idem, posto inexistiu, para o período envolvido, lançamento com base nos mesmos fatos geradores e as contribuições incidiram sobre remunerações não declaradas em GFIP. Assim não há duplicidade de cobrança, uma vez que em relação a essas parcelas não houve qualquer recolhimento de contribuições. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008 REUNIÃO DE PROCESSOS PARA JULGAMENTO CONJUNTO. INEXISTÊNCIA NO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DE NORMA OBRIGANDO TAL PROCEDIMENTO. Inexiste no âmbito do Processo Administrativo Fiscal Federal norma que torne obrigatório o julgamento conjunto de processos lavrados contra o mesmo contribuinte, ainda que guardem relação de conexão, quando há elementos que permitam o julgamento em separado. PROCEDIMENTO FISCAL. NATUREZA INQUISITÓRIA. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. INAPLICABILIDADE. O procedimento fiscal possui característica inquisitória, não sendo cabível, nessa fase, a observância do contraditório, que só se estabelecerá depois de concretizado o lançamento. RELATÓRIO FISCAL QUE RELATA A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR, APRESENTA A FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO TRIBUTO LANÇADO E ENFOCA A APURAÇÃO DA MATÉRIA TRIBUTÁVEL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se vislumbra cerceamento ao direito do defesa do sujeito passivo, quando as peças que compõem o lançamento lhe fornecem os elementos necessários ao pleno exercício da faculdade de impugnar a exigência. DECISÃO ADMINISTRATIVA QUE ENFRENTA TODOS OS PONTOS DA IMPUGNAÇÃO E CARREGA A MOTIVAÇÃO SUFICIENTE AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA DO SUJEITO PASSIVO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se vislumbra cerceamento ao direito do defesa do sujeito passivo, quando o órgão julgador enfrenta todas as alegações suscitadas por esse e traz a motivação necessária ao exercício do pleno direito defesa do administrado. REQUERIMENTO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. PRESCINDIBILIDADE PARA SOLUÇÃO DA LIDE. INDEFERIMENTO. Será indeferido o requerimento de perícia técnica/diligência quando esta não se mostrar útil para a solução da lide. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008 INDICAÇÃO DOS MOTIVOS PARA SELEÇÃO DE EMPRESA A SER SUBMETIDA A PROCEDIMENTO FISCAL. OBRIGATORIEDADE. INEXISTÊNCIA. Os procedimentos fiscais, em geral, têm por finalidade averiguar a regularidade do sujeito passivo quanto ao cumprimento de suas obrigações tributárias, não sendo obrigatório à Administração Tributária justificar os motivos que a levaram a selecionar determinado contribuinte a ser submetido a ação fiscal. ESCRITA CONTÁBIL QUE NÃO REFLETE A REALIDADE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA E DOCUMENTAÇÃO QUE NÃO APRESENTA DADOS SUFICIENTES PARA VERIFICAÇÃO DA REGULARIDADE FISCAL. POSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES MEDIANTE ARBITRAMENTO. A exibição de documentos e esclarecimentos insuficientes para verificação de sua regularidade fiscal, bem como a existência de registros contábeis que não reflitam a realidade econômico financeira da empresa, possibilita ao Fisco o arbitramento do tributo devido, sendo do contribuinte o ônus de fazer prova em contrário. DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS FISCAIS NA SEDE DA EMPRESA FISCALIZADA. OBRIGATORIEDADE. INEXISTÊNCIA. Inexiste norma que obrigue o Fisco a desenvolver os trabalhos de auditoria necessariamente em estabelecimento do sujeito passivo. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. MULTA QUALIFICADA. DOLO, FRAUDE OU CONLUIO. NÃO COMPROVADOS. IMPOSSIBILIDADE APLICAÇÃO. De conformidade com a legislação tributária, especialmente artigo 44, inciso I, § 1º, da Lei nº 9.430/96, c/c Sumula nº 14 do CARF, a qualificação da multa de ofício, ao percentual de 150% (cento e cinquenta por cento), condiciona-se à comprovação, por parte da fiscalização, do evidente intuito de fraude do contribuinte. Assim não o tendo feito, não prospera a qualificação da multa, sobretudo quando a autoridade lançadora sequer contempla no Relatório da Autuação as razões que a levaram a aplicar a multa àquele percentual. MULTA AGRAVADA. AUSÊNCIA DEMONSTRAÇÃO OBSTACULIZAÇÃO DA AÇÃO FISCAL POR PARTE DO CONTRIBUINTE. INAPLICABILIDADE. Improcedente a aplicação da multa agravada contemplada no artigo 44, § 2°, da Lei n° 9.430/1996, quando não comprovada ou sequer imputada pela autoridade lançadora no Relatório da Autuação a existência de atos do contribuinte tendentes a dificultar, impedir e/ou retardar o regular desenvolvimento da ação fiscal. Recurso Voluntário Provido em Parte
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OCORRÊNCIA DE FATO GERADOR DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. Ao provar que a empresa pagava remunerações a seus empregados, sem que tais valores fossem objeto de declaração ao Fisco e registro contábil, a Auditoria cumpriu o seu mister de demonstrar a ocorrência dos fatos geradores correspondentes a esses pagamentos. AFERIÇÃO INDIRETA. UTILIZAÇÃO DE PARÂMETROS COLETADOS EM PROCESSOS TRABALHISTAS NA QUAL O SUJEITO PASSIVO ERA PARTE RECLAMADA. POSSIBILIDADE. Não se apresenta desarrazoada a aferição indireta da base de cálculo efetuada com base em parâmetros coletados em processos trabalhistas nos quais a empresa autuada era parte reclamada. BIS IN IDEM. AFERIÇÃO COM BASE EM RECIBOS DE PAGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO INDIRETA DOS MESMOS FATOS GERADORES. Não há o que se falar em bis in idem, posto inexistiu, para o período envolvido, lançamento com base nos mesmos fatos geradores e as contribuições incidiram sobre remunerações não declaradas em GFIP. Assim não há duplicidade de cobrança, uma vez que em relação a essas parcelas não houve qualquer recolhimento de contribuições. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008 REUNIÃO DE PROCESSOS PARA JULGAMENTO CONJUNTO. INEXISTÊNCIA NO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL DE NORMA OBRIGANDO TAL PROCEDIMENTO. Fl. 1599DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Inexiste no âmbito do Processo Administrativo Fiscal Federal norma que torne obrigatório o julgamento conjunto de processos lavrados contra o mesmo contribuinte, ainda que guardem relação de conexão, quando há elementos que permitam o julgamento em separado. PROCEDIMENTO FISCAL. NATUREZA INQUISITÓRIA. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. INAPLICABILIDADE. O procedimento fiscal possui característica inquisitória, não sendo cabível, nessa fase, a observância do contraditório, que só se estabelecerá depois de concretizado o lançamento. RELATÓRIO FISCAL QUE RELATA A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR, APRESENTA A FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO TRIBUTO LANÇADO E ENFOCA A APURAÇÃO DA MATÉRIA TRIBUTÁVEL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se vislumbra cerceamento ao direito do defesa do sujeito passivo, quando as peças que compõem o lançamento lhe fornecem os elementos necessários ao pleno exercício da faculdade de impugnar a exigência. DECISÃO ADMINISTRATIVA QUE ENFRENTA TODOS OS PONTOS DA IMPUGNAÇÃO E CARREGA A MOTIVAÇÃO SUFICIENTE AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE DEFESA DO SUJEITO PASSIVO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se vislumbra cerceamento ao direito do defesa do sujeito passivo, quando o órgão julgador enfrenta todas as alegações suscitadas por esse e traz a motivação necessária ao exercício do pleno direito defesa do administrado. REQUERIMENTO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. PRESCINDIBILIDADE PARA SOLUÇÃO DA LIDE. INDEFERIMENTO. Será indeferido o requerimento de perícia técnica/diligência quando esta não se mostrar útil para a solução da lide. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008 INDICAÇÃO DOS MOTIVOS PARA SELEÇÃO DE EMPRESA A SER SUBMETIDA A PROCEDIMENTO FISCAL. OBRIGATORIEDADE. INEXISTÊNCIA. Os procedimentos fiscais, em geral, têm por finalidade averiguar a regularidade do sujeito passivo quanto ao cumprimento de suas obrigações tributárias, não sendo obrigatório à Administração Tributária justificar os motivos que a levaram a selecionar determinado contribuinte a ser submetido a ação fiscal. ESCRITA CONTÁBIL QUE NÃO REFLETE A REALIDADE ECONÔMICOFINANCEIRA DA EMPRESA E DOCUMENTAÇÃO QUE NÃO APRESENTA DADOS SUFICIENTES PARA VERIFICAÇÃO DA REGULARIDADE FISCAL. POSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES MEDIANTE ARBITRAMENTO. A exibição de documentos e esclarecimentos insuficientes para verificação de sua regularidade fiscal, bem como a existência de registros contábeis que não reflitam a realidade econômicofinanceira da empresa, possibilita ao Fisco o Fl. 1600DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.600 3 arbitramento do tributo devido, sendo do contribuinte o ônus de fazer prova em contrário. DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS FISCAIS NA SEDE DA EMPRESA FISCALIZADA. OBRIGATORIEDADE. INEXISTÊNCIA. Inexiste norma que obrigue o Fisco a desenvolver os trabalhos de auditoria necessariamente em estabelecimento do sujeito passivo. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/12/2008 a 31/12/2008 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. MULTA QUALIFICADA. DOLO, FRAUDE OU CONLUIO. NÃO COMPROVADOS. IMPOSSIBILIDADE APLICAÇÃO. De conformidade com a legislação tributária, especialmente artigo 44, inciso I, § 1º, da Lei nº 9.430/96, c/c Sumula nº 14 do CARF, a qualificação da multa de ofício, ao percentual de 150% (cento e cinquenta por cento), condicionase à comprovação, por parte da fiscalização, do evidente intuito de fraude do contribuinte. Assim não o tendo feito, não prospera a qualificação da multa, sobretudo quando a autoridade lançadora sequer contempla no Relatório da Autuação as razões que a levaram a aplicar a multa àquele percentual. MULTA AGRAVADA. AUSÊNCIA DEMONSTRAÇÃO OBSTACULIZAÇÃO DA AÇÃO FISCAL POR PARTE DO CONTRIBUINTE. INAPLICABILIDADE. Improcedente a aplicação da multa agravada contemplada no artigo 44, § 2°, da Lei n° 9.430/1996, quando não comprovada ou sequer imputada pela autoridade lançadora no Relatório da Autuação a existência de atos do contribuinte tendentes a dificultar, impedir e/ou retardar o regular desenvolvimento da ação fiscal. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) afastar as preliminares suscitadas; II) indeferir o pedido de perícia técnica/diligência; e III) no mérito, dar provimento parcial ao recurso para reduzir a multa de ofício ao patamar de 75%. Vencidos os conselheiros Kleber Ferreira de Araújo (relator) e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que negavam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o(a) Conselheiro(a) Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Fl. 1601DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira – Redator Designado Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Cleusa Vieira de Souza, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 1602DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.601 5 Relatório O lançamento O presente processo administrativofiscal referese ao Auto de Infração n.º 37.257.4076, no qual foram lançadas contra o sujeito passivo acima identificado as contribuições da empresa para a Seguridade Social, incluindo aquela destinada ao custeio dos benefícios ocasionados por incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O crédito, com data de consolidação em 29/01/2010, assumiu o montante de R$ 1.350.597,04 (um milhão, trezentos e cinquenta mil, quinhentos e noventa e sete reais e quatro centavos). De acordo com o Relatório Fiscal, os fatos geradores que deram ensejo ao lançamento foram os pagamentos efetuados a segurados empregados a serviço da empresa na competência 12/2008 e 13/2008 (13.º salário). Afirmase que a base de cálculo foi obtida por aferição indireta, em razão da constatação de que a empresa efetuou pagamentos a segurados sem fazer os registros contábeis dos mesmos, nem declarálos na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP. O Auditor Fiscal relata que a empresa costumeiramente efetuava pagamentos aos seus empregados, sem registrar as quantias em folha de pagamento. Esses desembolsos davamse mediante depósitos em contas bancárias dos beneficiários. Tal constatação foi verificada a partir da análise de vários processos trabalhistas, os quais foram listados no Relatório. Salientase que as reclamatórias trabalhistas evidenciam que a prática de efetuar pagamentos “por fora” era extensiva a todos os empregados da instituição autuada. O Fisco dá conta também da existência de ação cautelar de busca e apreensão tramitando na Justiça Comum, a qual foi proposta por JOÃO RODRIGUES DE PAULA e OUTROS em face de AGOSTINHO S. PEDROSA e CONTAC CONTABILIDADE S/S LTDA. Registrase ainda que na referida ação se postula a exclusão do sócio ALEX MARCÓRIO SANTIAGO, por gestão fraudulenta e transferência de bens. Segundo a Auditoria, ficou demonstrado nos autos do referido processo que recursos da empresa eram desviados para contas de outras pessoas jurídicas. Tal constatação foi corroborada em pesquisa efetuada pelo Fisco, na qual se evidencia que pagamentos de mensalidades escolares eram direcionados para outras empresas. A Autoridade Fiscal apresenta ainda dados que revelam a existência de ligação entre as empresas recebedoras dos recursos supostamente desviados da recorrente com Fl. 1603DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 sócios e empregados da mesma. Foram ainda mencionadas diversas irregularidades, a exemplo da transferência de recursos da empresa autuada para empresa já encerrada. Outro fato destacado é a realização de seqüestro pela Justiça do Trabalho de valores da conta corrente bancária de empresa que supostamente recebia transferências de recursos da recorrente para quitar dívida trabalhista dessa. Apresentouse ainda estudo comparativo entre a receita estimada da empresa, conforme pesquisa efetuada no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Ministério de Educação e Cultura, a qual demonstraria que o faturamento contabilizado é muito inferior ao que efetivamente foi realizado pela recorrente. O Fisco apontou ainda inconsistências entre valores contabilizados de distribuição de lucros e os valores lançados na Declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física – DIPJ do principal acionista da empresa autuada. Ao final, concluiu a Auditoria que os fatos narrados seriam suficientes a comprovar que a contabilidade da recorrente não reflete a realidade de sua situação econômico financeira. A base de cálculo para os empregados cujas reclamatórias trabalhistas foram analisadas foi obtida mediante a aplicação sobre a remuneração total (valores constantes e não constantes em folha) do percentual médio de remuneração não registrada. Quanto aos segurados que não constaram nos processos trabalhistas, o percentual de remuneração não declarada em relação à remuneração total foi obtido conforme indicado na reclamatória trabalhista do empregado NEY BARBOSA, responsável pelo setor de recursos humanos da empresa autuada. Esse percentual corresponde a aproximadamente 60,43% da remuneração total, patamar este muito próximo do percentual médio de remuneração não declarada dos empregados constantes das reclamatórias trabalhistas (60,98%). A auditoria menciona ainda que a multa foi aplicada nos termos do art. 35A da Lei n.º 8.212/1991, introduzido pela MP n.º 449/2008, posteriormente convertida na Lei n.º 11.941/2009. Assim a mesma foi fixada em 225%, considerandose aplicação do art. 44 da Lei n.º 9.430/1996, inciso I (falta de declaração – 75%), § 1.º (sonegação,fraude ou conluio – duplicação) e § 2.º (falta de atendimento à intimação – acréscimo de 50%). A decisão recorrida A Delegacia de Julgamento – DRJ em Brasília declarou improcedente a impugnação, mantendo integralmente o crédito. O recurso voluntário Irresignado, o sujeito passivo interpôs recurso voluntário no prazo legal, alegando, em apertada síntese, que: a) o recurso é tempestivo; b) todos os recursos relativos aos lançamentos efetuados na ação fiscal que deu ensejo ao presente AI devem ser julgados conjuntamente, em razão da conexão que os vincula; Fl. 1604DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.602 7 c) a empresa sempre cumpriu com suas obrigações previdenciárias e trabalhistas, prova disso é que contratou um dos mais conceituados escritórios de contabilidade do Estado de Goiás; d) não ficou esclarecido qual motivo levou a RFB a iniciar o procedimento fiscal que culminou com a lavratura questionada; e) há uma ação judicial envolvendo a recorrente, ajuizada para evitar que um sócio com poderes de gestão, mediante práticas criminosas, pudesse se apropriar indevidamente do controle da mesma; f) temse a impressão que o procedimento fiscal foi iniciado a partir de denúncias relacionadas à referida ação judicial; g) os autos lavrados na ação fiscal são de um todo absurdos e improcedentes, posto que a empresa sempre cumpriu com suas obrigações tributárias; h) as solicitações da Auditoria Fiscal sempre foram prontamente atendidas pela recorrente; i) com as autuações foram carreados ao processo inúmeros documentos, esses até então desconhecidos pela empresa; j) dentre os processos trabalhistas mencionados pela Fiscalização, verificase a existência de um do ano de 2003, portanto, fora do período fiscalizado; k) conforme a melhor doutrina, o lançamento deve ser efetuado em conformidade com o art. 142 do CTN, não sendo possível o Fisco extrapolar os limites legais; l) devem ser observados os princípios da legalidade, da objetividade da ação fiscal, da audiência do interessado e da instrução probatória ampla; m) a coleta de documentos e a investigação levada a cabo durante o procedimento fiscal deve ser notificada ao fiscalizado, sob pena de invalidação do trabalho da Auditoria; n) a empresa desconhece a maneira como foram feitas diligências em outros órgãos e até mesmo junto a pessoas físicas; o) a descrição do fato gerador presente no Relatório Fiscal não guarda relação com o que prescreve às normas aplicáveis, pois o Fisco não demonstrou a existência da prestação de serviços, quando a mesma ocorreu e quanto foi o montante envolvido; p) a Auditoria Fiscal atevese mais a questão da coerência dos registros contábeis de que a efetiva ocorrência da hipótese de incidência tributária; q) uma vez que as declarações prestadas pela empresa refletem a realidade dos fatos por ela praticados, descabe o procedimento de aferição indireta da matéria tributável; r) o arbitramento utilizado para obter o valor da remuneração paga aos empregados da recorrente não guarda nenhuma coerência técnica; Fl. 1605DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 s) o lançamento do tributo foi realizado pelo contribuinte, mediante declaração em GFIP, não sendo possível que seja alterado sem que o Fisco demonstre a ocorrência de irregularidades; t) meros erros nos registros contábeis, não autorizam a desconsideração de toda a contabilidade e o arbitramento do tributo, ainda mais que a sua escrita foi elaborada em obediência aos Princípios Fundamentais de Contabilidade; u) o valor da hora/aula encontrado nos documentos mencionados pelo Fisco está em conformidade com o valor estabelecido em convenção coletiva; v) o fato da empresa ter firmado acordo, perante a Justiça do Trabalho, com seus exempregados não pode ser tomado como confissão de culpa, uma vez que esse instrumento de conciliação tem larga utilização em processos judiciais, em especial nos Tribunais Trabalhistas; w) a análise da documentação deveria ter sido realizada nas dependências da empresa, como manda a boa técnica de auditoria, evitandose assim conclusões errôneas, dissociadas da realidade administrativa da recorrente; x) não pode ser aplicada a aferição indireta se existe a possibilidade de se verificar a base de cálculo pelas folhas de pagamento, GFIP e contabilidade; y) a Auditoria não determinou o momento em que se materializa o fato gerador da obrigação tributária; z) se houve o lançamento das contribuições por arbitramento não poderia haver na mesma ação fiscal outros lançamentos decorrentes de divergências de GFIP, de glosa de compensações, de diferenças de segurados, sob pena de se recair em bis in idem; a1) uma vez arbitrados os valores e descontadas as quantias recolhidas, descabe qualquer outro lançamento complementar; b1) o Fisco desrespeitou o princípio da verdade material, uma vez que não comprovou a ocorrência do fato gerador, não confirmou sua materialidade com base em documentos idôneos, tendo a Auditoria tomado como base apenas em registros secundários, informações obtidas unilateralmente e sem o formalismo exigido para que o ato de investigação pudesse produzir efeito; c1) é obrigação dos agentes da Administração Tributária investigar e demonstrar cabalmente a ocorrência do fato jurídico tributário, somente se podendo inverter o ônus da prova nos casos expressamente previstos em lei, o que não se aplica à situação sob enfoque; d1) notase que o cálculo do tributo foi levado a efeito de forma obscura, carecendo de maiores explicações sobre a forma de apuração da matéria tributável, donde se conclui que foi atropelado o art. 37 da Lei n.o 8.212/1991; e1) se não há clareza e precisão, é evidente o cerceamento ao seu direito de defesa, o que é causa de nulidade, conforme tem decidido reiteradamente o próprio Conselho de Contribuintes; f1) a decisão da DRJ simplesmente homologou as conclusões a que chegou o Fisco, sem levar em conta as diversas alegações de ilegalidade lançadas na peça de defesa; Fl. 1606DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.603 9 g1) ao tentar arrecadar a contribuição sem a destinação clara de sua aplicação, o ato fiscal fere o princípio de contrapartida da contribuição previdenciária; Ao final, requereu: a) o reconhecimento da tempestividade do recurso e o seu regular processamento; b) o reconhecimento dos lançamentos efetuados através da declaração da GFIP; c) a declaração de nulidade do lançamento; d) que o processo seja baixado em diligência para correção das irregularidades apontadas; e) a realização de perícia técnica, conforme quesitos que formula. É o relatório. Fl. 1607DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 Voto Vencido Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Reunião dos processos para julgamento conjunto Requer a contribuinte que todos os recursos relativos aos processos de débito lavrados na mesma ação fiscal, que são vinte e três julgamento conjunto. O pedido, apesar de desejável, não é obrigatório, posto que não há norma legal na seara do processo administrativo fiscal que preveja esse procedimento. Por outro lado, há de se convir que estamos incluindo nessa reunião de julgamento quinze dos processos referidos, de modo que se tenha a eficiência e a coerência desejadas nos julgamentos dos processos dessa empresa. Posso dizer ainda que, para o AI sob cuidado, os dados constantes dos autos são suficientes para o deslinde da controvérsia, não havendo necessidade de que se aguarde a chegada dos oito processos restantes a esse Conselho para que se inicie o seu julgamento. Da necessidade do contraditório durante o procedimento de fiscalização No que diz respeito à falta de comunicação à empresa fiscalizada acerca dos passos seguidos na fiscalização, devese ter em conta que no decorrer da ação fiscal não há contraditório. Os agentes do fisco dão ciência de que a empresa está sob ação fiscal através da entrega do Mandado de Procedimento Fiscal – MPF, promovem a intimação para apresentação da documentação necessária ao desenvolvimento dos trabalhos, elaboram os lançamentos (se cabível) e, por fim, comunicam ao sujeito passivo o resultado da fiscalização. Essa seqüência de atos é que deve ser observada, sob pena de nulidade do lançamento. Na espécie, não vislumbrei qualquer vício relativo ao procedimento narrado que pudesse macular o resultado da ação fiscal. A oportunidade disponibilizada ao contribuinte para demonstrar seu inconformismo ocorre durante o contencioso fiscal. Neste momento é possível apresentar todas as razões e provas que possam afastar ou modificar o lançamento fiscal. Assim, em relação ao trabalho de investigação do auditor fiscal não há o que se falar na obrigatoriedade de manter o contribuinte ciente de todos os passos seguidos pelo agente do Fisco, no entanto, quando da conclusão da fiscalização, o contribuinte deve ser municiado de todos os elementos que lhes sejam úteis a exercer o seu direito de defesa, sob pena de nulidade dos lançamentos porventura lavrados. Nessa linha de pensamento, vale repisar que a ação fiscal é um procedimento inquisitório, de investigação, durante o qual não há obrigatoriedade de ciência do contribuinte em relação ao modo de proceder da Auditoria. Isso porque o direito constitucional ao Fl. 1608DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.604 11 contraditório e à ampla defesa só é de observância obrigatória na fase litigiosa do processo, que tem início apenas com a impugnação ao lançamento. Nesse sentido, mesmo para as diligências realizadas pelo Fisco em órgãos fora da Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB, não havia obrigatoriedade de se cientificar previamente o sujeito passivo de tais providências, sendo, todavia, obrigatória a menção no Relatório Fiscal dos elementos coletados nas diligências efetuadas que tiveram influência nas conclusões da Auditoria quanto à existência de obrigação tributária não adimplida. Uma leitura do relato do Fisco me deixa à vontade para afirmar com convicção que foram apresentadas à contribuinte todas as fases do procedimento fiscal, bem como, as evidências que foram tomadas como base para se concluir sobre a necessidade de efetuar o lançamento das contribuições previdenciárias. Das motivações para início da ação fiscal Também não há necessidade de que a ação fiscal tenha uma motivação específica, posto que, via de regra, o objetivo do procedimento de fiscalização é sempre verificar a regularidade das obrigações tributárias do sujeito passivo, relativas aos tributos administrados pela RFB. Os elementos relativos ao procedimento fiscal que devem obrigatoriamente ser informados ao contribuinte são aqueles constantes do Mandado de Procedimento Fiscal – MPF (art. 7.º da Portaria RFB n.º 11.371/2007), quais sejam: a) natureza do procedimento (fiscalização/diligência); b) o tributo ou contribuição objeto do procedimento fiscal; c) o período da verificação. Vejo que esses dados constam do MPF e que não há obrigatoriedade de se informar qual o motivo determinante para que se programe determinada ação fiscal, posto que a seleção de empresas fica no campo da discricionariedade da Administração Tributária. Nesse sentido, não posso dar razão à recorrente quando alega nulidade em razão do seu desconhecimento dos motivos que deram ensejo ao procedimento fiscal, uma vez que, o próprio MPF já esclarece que a finalidade do procedimento é verificar o cumprimento das obrigações tributárias do contribuinte. Da apuração fiscal fora da sede da empresa Acerca do inconformismo da empresa quanto ao fato dos trabalhos fiscais terem se desenvolvido fora da sede da empresa, não hei de acatálo. Essa matéria já se encontra pacificada no CARF, sendo inclusive objeto de súmula, conforme se vê: Súmula CARF nº 6: É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. Portanto, descabe a alegação de que a apuração fiscal deveria obrigatoriamente ter se dado nas dependências da empresa fiscalizada. Fl. 1609DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 12 Da ocorrência dos fatos geradores Afirma a recorrente que o Fisco não se desincumbiu do encargo de demonstrar a ocorrência dos fatos geradores de contribuição previdenciária. Pois bem, conforme se verifica do relatório acima, a fiscalização inferiu mediante a verificação de diversos processos trabalhistas que a empresa fiscalizada utilizavase do artifício de pagar remunerações a segurados empregados que lhes prestavam serviço sem registrar a totalidade dos valores em folha de pagamento. Segundo a Auditoria, essas quantias eram depositadas diretamente em contas correntes dos beneficiários, não sendo também objeto de declaração em GFIP, nem de lançamento na escrita contábil da empresa autuada. A Autoridade Fiscal analisou treze processos trabalhistas identificando em todos eles a ocorrência de pagamentos de remunerações “por fora”, tendo sido anexados aos autos os depósitos bancários e os recibos desses pagamentos, os quais não se sujeitaram à incidência de contribuições previdenciárias. Há um processo, o de n.º 01354200400618003 (reclamante Ney Barbosa), que embora não circunscrito ao período da apuração, foi utilizado pelo Fisco para demonstrar a ocorrência de pagamentos sem registro na contabilidade da empresa. Esse processo, embora as contribuições decorrentes já não pudessem ser apuradas em razão do transcurso do prazo decadencial, assume grande relevância na medida em que o reclamante era o Encarregado do Setor de Recursos Humanos, o qual relata que recebia ordens superiores para efetuar pagamentos “por fora” para todo o quadro funcional da empresa, inclusive para ele próprio. O referido processo trabalhista, cujo pedido inicial totalizou R$ 25.020,00, foi objeto de acordo para pagamento de R$ 18.000,00. Assim, diante da constatação de que a empresa tinha por prática o pagamento, sem o devido registro, de parcelas salariais aos seus empregados, não poderia o Fisco deixar de apurar as contribuições decorrentes das remunerações que a empresa não houvera declarado na GFIP. Observese que foram solicitados os documentos que comprovariam a contabilização dos pagamentos correspondentes aos depósitos bancários coletados dos processos trabalhistas, todavia, a empresa não os apresentou, deixando claro que tais dispêndios não foram objeto de registros contábeis. Portando, devo afastar desde já dois dos principais argumentos utilizados pela empresa em seu recurso: a) o de que cumpria regularmente com suas obrigações fiscais e trabalhistas; e b) o de que houvera prontamente atendido a todas as solicitações do Fisco para exibição de documentos. Entendo, assim, que a ocorrência costumeira do artifício de pagar remunerações “por fora”, visando à supressão de obrigações trabalhistas e previdenciárias, está bem caracterizado no presente AI, portanto, observo que o Fisco não deixou de demonstrar a ocorrência da hipótese de incidência de contribuições, que se materializou pelo pagamento de parcelas salariais não lançadas em folha de pagamento, não declaradas em GFIP e nem registradas na escrita contábil. Do cabimento da aferição indireta da base de cálculo Passo agora a análise da alegação relativa ao descabimento da aplicação do método aferição indireta para obtenção de bases de cálculo utilizadas na presente apuração. Fl. 1610DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.605 13 O arbitramento da base de cálculo de tributos em geral é previsto no Código Tributário Nacional, art. 1481, tendo cabimento quando as informações prestadas pelo sujeito passivo não mereçam fé. Também a legislação previdenciária tem fundamentação específica para aferição indireta das contribuições, é esta a previsão do §§ 3.º e 6.º do art. 33 da Lei n.º 8.212/19912, os quais trazem a possibilidade de arbitramento das contribuições, quando haja recusa, sonegação ou apresentação deficiente de informações por parte do sujeito passivo. Nessa análise não se pode perder de vista que o procedimento de aferição indireta é um instituto jurídico de exceção, excepcional, incomum, por isso, a lei condicionou a sua aplicação à presença de anormalidade. Tal procedimento deve se pautar pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Dessa forma, o fisco precisa apresentar relação lógica entre os fatos e as conclusões e se acautelar, para não se enveredar no excesso de exação fiscal por arbítrio e abuso de discricionariedade. Somente é admissível o citado procedimento quando o fisco se vê diante de situação instransponível, ou seja, não tenha como se valer de outros meios para recompor o momento da ocorrência do fato gerador e obter os dados necessários ao cálculo do valor correspondente ao crédito tributário. Na situação sob enfoque, verifico que o Fisco solicitou a documentação relativa aos pagamentos “por fora” efetuados aos empregados, não tendo a empresa disponibilizado os elementos solicitados. Essas parcelas também não aparecem nos registros contábeis da recorrente, por conseguinte, fica explícito que a contabilidade da empresa não registrava a remuneração dos segurados a seu serviço. Ora, o mister da fiscalização é apurar a ocorrência dos fatos geradores e calcular o tributo devido. No caso sob análise, os autos demonstram que foram realizados pagamentos de remunerações não registradas na documentação da empresa. Por isso, o Fisco não teria como verificar diretamente o montante desses pagamentos, estando diante da impossibilidade de concluir o seu trabalho apenas com esteio nos elementos apresentados. 1 Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. 2 Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições incidentes a título de substituição e das devidas a outras entidades e fundos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) § 3o Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) § 6º Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. (...) Fl. 1611DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 14 Em resumo, poderseia dizer que a existência de pagamentos não contabilizados e cuja documentação não foi apresentada à Auditoria, caracterizouse um obstáculo intransponível para que se pudesse aferir diretamente a base de cálculo a partir dos elementos disponíveis. Assim, entendo que na espécie estão presentes os requisitos que autorizam a aferição indireta da remuneração paga sem lançamento na folha de salários, posto que a legislação já mencionada autoriza tal procedimento. Vejo, então, que a auditoria fiscal não se desviou das normas que permitem o arbitramento dos tributos lançados, as quais foram oportunamente mencionadas tanto no relatório do AI, quanto no anexo Fundamentos Legais do Débito. Há ainda muitas outras falhas contábeis apontadas no relato do Fisco, sobre as quais a empresa tenta justificar apenas em questões de disputa societária, fato que é irrelevante para o Direito Tributário. Apontou a Auditoria a existência de receitas de mensalidades escolares não contabilizadas, além de discrepâncias entre o número de alunos matriculados e a receita declarada, além de valores de distribuição de lucros não lançados integralmente na contabilidade. Todos essas falhas não caracterizam meros erros contábeis como quer fazer crer a recorrente, mas indicam que a documentação apresentada, principalmente a escrita contábil, não representa a realidade econômicofinanceira da empresa. Da inversão do ônus da prova Nos termos do § 6.º do art. 33 da Lei n.º 8.212/1991, já transcrito, a verificação de que os registros contábeis estão dissociados da realidade econômicofinanceira da empresa é motivo para arbitramento das contribuições, tendo o contribuinte a prerrogativa de fazer prova em contrário. Nessa toada, não devo acolher a tese recursal de que há na espécie inversão do onus probandi não autorizada por lei. Da razoabilidade do método de arbitramento adotado Outra questão aventada no recurso diz respeito à falta de coerência técnica e a obscuridade na determinação da base tributável por aferição indireta. Uma leitura do Relatório Fiscal indica que no presente processo foram arbitradas apenas as remunerações dos pagamentos efetuados “extra folha”, ou seja, aqueles que não foram declarados na GFIP. Conforme declarou o Fisco, para os segurados constantes nos processos trabalhistas a remuneração foi apurada mediante a utilização de índice que representa o quociente médio entre a remuneração não declarada e a remuneração total auferida pelo contribuinte. Fazendose uma média do índice para todos os segurados envolvidos nas reclamatórias obtémse 60,98%, levando a conclusão que cerca de sessenta por cento da remuneração total era paga sem o devido registro na contabilidade. Para os demais segurados utilizouse o índice encontrado para o segurado Ney Barbosa (Encarregado de RH), o qual não discrepou da média anterior, posto que foi calculado em 60,43%. Fl. 1612DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.606 15 Assim, não observo qualquer incoerência técnica ou falta de razoabilidade na determinação da base de cálculo por aferição indireta, haja vista que os índices para apuração dos valores pagos sem constar em folha aos segurados foi obtido com esteio em processos trabalhistas nos quais a empresa figurava na situação de reclamada, não se podendo afirmar que os valores não tenham qualquer relação com os fatos geradores que deram ensejo às contribuições apuradas. Da ocorrência de bis in idem Como já foi mencionado o processo em questão diz respeito às contribuições da empresa incidentes sobre as remunerações não declaradas em GFIP, não havendo o que se falar em duplicidade de cobrança, posto que outros lançamentos de obrigação principal referemse a contribuições decorrentes de remunerações não declaradas em GFIP. Há outros lançamentos relativos aos mesmos fatos geradores, todavia, correspondentes a período diverso, cuja segregação decorreu de modificação na legislação quanto à aplicação da multa. Ainda sobre essa questão, também não merece acolhimento a tese de que o Fisco desconsiderou as declarações prestadas pela recorrente mediante a GFIP, na verdade, conforme se depreende dos autos, as declarações de GFIP, bem como os recolhimentos efetuados, foram integralmente considerados pela Auditoria. Repito que o AI sob cuidado diz respeito ao lançamento de contribuições por arbitramento as quais tiveram como fato gerador os valores pagos aos segurados a serviço da contribuinte não declarados em GFIP, nem contabilizados. Do cerceamento ao direito de defesa em razão de deficiência no Relatório Fiscal Já tendo concluído que o Fisco descreveu com clareza a ocorrência do fato gerador e apresentou de forma clara e precisa os passos seguidos para obtenção da base tributável, além de haver mencionado todas as circunstâncias que o levaram a concluir pela existência de obrigação tributária não adimplida, não devo concordar com a afirmação de que o relato do fisco, por lhe faltarem clareza e precisão, estaria a prejudicar o direito de defesa do sujeito passivo. A meu ver, todos os elementos de que a autuada necessitaria para exercer com amplitude o seu direito de defesa lhe foram fornecidos, de modo que não há de se acolher a tese de cerceamento desse direito. Da decisão de primeira instância A decisão de primeira instância abordou todos os pontos trazidos ao processo com a impugnação, não merecendo sucesso a afirmação da recorrente de que a decisão se baseou tãosó nos argumentos da peça de acusação. Estando em confronto as teses do Fisco e do sujeito passivo, o órgão julgador tem obrigatoriamente que aderir a uma delas para dar uma solução para a contenda jurídica. Todavia essa escolha deve se dar de forma motivada, de modo a não prejudicar o direito de defesa do contribuinte. A motivação apresentada pela DRJ foi satisfatória, tendo sido abordados todos os pontos de inconformismo apresentados pela empresa. Fl. 1613DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 16 Na situação sob testilha, se a tese vencedora foi a da procedência do lançamento, fatalmente a DRJ teria que se basear nos fatos trazidos ao processo pela Auditoria Fiscal. Uma vez expostas as peças de ataque de defesa, tem o julgador que se posicionar, pondo fim à lide naquela instância, desde que o faça com esteio nas provas e na legislação aplicável ao caso. Ponderar se a decisão foi ou não acertada é o que deve fazer o órgão ad quem quando do enfretamento das questões de mérito. O Decreto n. 70.235/1972, quando trata das nulidades, prevê: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. (...) Por não enxergar na decisão recorrida qualquer das hipóteses acima listadas, afasto a preliminar de nulidade suscitada. Da perícia contábil/diligência Deixo de acatar o pedido para a produção de novas provas, haja vista que os elementos analisados já são suficientes para concluir pela procedência do lançamento, não havendo necessidade de outras dilações probatórias além daquelas já carreadas ao processo. Tenho que concordar com o indeferimento pelo órgão a quo do pedido de produção de novas provas, por entender que no processo administrativo fiscal vigora o princípio do livre convencimento motivado. Segundo o qual a autoridade julgadora tem liberdade para adotar a tese que ache mais adequada a solução da contenda, desde o que o faça com a devida motivação. Nesse sentido, somente à autoridade que preside o processo é dado determinar a realização de perícias e diligências caso ache necessário. Não está o julgador obrigado a deferir pedidos de dilação probatória se os elementos constantes nos autos já lhe dão o convencimento suficiente para emissão da decisão. Assim, sendo a prova dirigida à autoridade julgadora, é essa que tem a prerrogativa de determinar ou não a sua produção. Tenho que concordar com a decisão original, quando se afirma que o relato do fisco e os documentos colacionados permitem concluir pela existência de obrigação tributária não satisfeita pelo devedor. Não há, portanto, necessidade de realização de perícia contábil/diligência, haja vista que os elementos constantes dos autos são suficientes para que se tenha um julgamento seguro da presente lide. Fl. 1614DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.607 17 Conclusão Diante do exposto, voto por conhecer do recurso, por afastar as preliminares suscitadas, por indeferir o pedido de perícia técnica/diligência e, no mérito, pelo desprovimento do recurso. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 1615DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 18 Voto Vencedor Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Redator Designado. Não obstante as sempre bem fundamentadas razões do ilustre Conselheiro Relator, peço vênia para manifestar entendimento divergente, por vislumbrar na hipótese vertente conclusão diversa da adotada pelo nobre julgador, somente em relação à aplicação das multas qualificada e agravada, sobretudo em razão da inexistência de comprovação de dolo, fraude ou conluio, bem como da obstaculização à fiscalização, como passaremos a demonstrar. Em que pese a contribuinte não ter se insurgido contra referida matéria, impõese o conhecimento de ofício, por tratarse de questão de ordem, em razão de referirse à regularidade da exigência fiscal, notadamente trazendo em seu bojo a imputação de crimes fiscais. Mais a mais, como restará demonstrar adiante, o fato de a autoridade fiscal deixar de elucidar as razões da aplicação das penalidades qualificada e agravada, por si só, oferece obstáculo à defesa da contribuinte, não sendo viável exigir desta a irresignação de matéria que sequer fora explicitada no Relatório Fiscal, com a simples aplicação de tais multas. Conforme se depreende dos elementos que instruem o processo, especialmente do Discriminativo de Débito – DD, às fls. 04/06, a ilustre autoridade lançadora ao promover o lançamento entendeu por bem aplicar multa de 225% (duzentos e vinte e cinco por cento), lastreada no artigo 44 e incisos, da Lei n° 9.430/96. Antes mesmo de contemplar o mérito da questão, mister se faz traçar breve histórico dos procedimentos adotados para o lançamento das contribuições previdenciárias, mormente em face da edição da Lei n° 11.941/2009, unificando as Receitas Previdenciária e Federal, senão vejamos. No âmbito das contribuições previdenciárias, anteriormente administradas pela Secretaria da Receita Previdenciária, na maioria dos casos inexistia o devido cuidado em caracterizar a conduta dolosa do contribuinte para efeito de comprovação dos crimes fiscais caracterizados por dolo, fraude ou conluio. A fiscalização tão somente informava à notificada da existência de Representação Fiscal para Fins Penais, sem conquanto, via de regra, se aprofundar na demonstração/comprovação dos crimes imputados ao autuado. Isto porque, além de inexistir multa de ofício qualificada e/ou agravada, àquela época, vigia o artigo 45 da Lei nº 8.212/91, o qual contemplava o prazo decadencial de 10 (dez) anos, independentemente de antecipação de pagamento e/ou ocorrência de dolo, fraude ou conluio, o que, de certa forma, tornava despicienda o aprofundamento na matéria. Após a unificação das Secretarias das Receitas Previdenciária e Federal, em Receita Federal do Brasil (“Super Receita”), as contribuições previdenciárias passaram a ser administradas pela RFB que, em curto lapso temporal, compatibilizou os procedimentos fiscalizatórios e, por conseguinte, de constituição de créditos tributários, estabelecendo, igualmente, para os tributos em epígrafe multas de ofício a serem aplicadas em observância à Lei n° 9.430/1996, conforme alterações na legislação introduzidas pela Lei nº 11.941/2009. Fl. 1616DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.608 19 Diante desses fatos, com a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, associada com os novos procedimentos adotados pela RFB e a transferência de competência para julgamento das contribuições previdenciárias do CRPS para o CARF, passou a ser de extrema importância a comprovação da ocorrência de dolo, fraude ou conluio, para efeito de aplicação da multa qualificada, notadamente para os novos lançamentos, contemplando fatos geradores posteriores à edição da Lei n° 11.941/2009, uma vez que as atuais multas ali estabelecidas somente podem ser aplicadas a fatos posteriores à sua publicação, em observância ao princípio da irretroatividade da norma. Na esteira desse raciocínio, cumpre trazer à baila os dispositivos legais que atualmente regulamentam a matéria, nos seguintes termos: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) II (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) III (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) IV (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) V (revogado pela Lei no 9.716, de 26 de novembro de 1998). (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) § 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1o deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I prestar esclarecimentos; (Renumerado da alínea "a", pela Lei nº 11.488, de 2007) Fl. 1617DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 20 II apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 de agosto de 1991; (Renumerado da alínea "b", com nova redação pela Lei nº 11.488, de 2007) III apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei. (Renumerado da alínea "c", com nova redação pela Lei nº 11.488, de 2007)” Por sua vez, os artigos 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502/64, ao contemplarem as figuras do “dolo, fraude ou sonegação”, estabelecem o que segue: “Art . 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72.” Consoante se infere dos dispositivos legais acima transcritos, impõese à autoridade lançadora a observância dos parâmetros e condições básicas previstas na legislação de regência em casos de imputação da multa qualificada, que somente poderá ser levada a efeito quando àquela estiver convencida do cometimento do crime (dolo, fraude ou conluio), devendo, ainda, relatar todos os fatos de forma pormenorizada, possibilitando ao contribuinte a devida análise da conduta que lhe está sendo atribuída e, bem assim, ao procurador de que o delito fora efetivamente praticado. Em outras palavras, não basta à indicação da conduta dolosa, fraudulenta ou em conluio (o que sequer ocorrera no caso dos autos), a partir de meras presunções e/ou subjetividades, impondo a devida comprovação por parte da autoridade fiscal da intenção pré determinada do contribuinte, demonstrada de modo concreto, sem deixar margem a qualquer dúvida, visando impedir/retardar o recolhimento do tributo devido. Este entendimento, aliás, encontrase sedimentado no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, conforme se extrai dos julgados com suas ementas abaixo transcritas: “MULTA AGRAVADA – Fraude – Não pode ser presumida ou alicerçada em indícios. A penalidade qualificada somente é admissível quando factualmente constatada as hipóteses de fraude, dolo ou simulação.” (8ª Câmara do 1° Conselho de Contribuintes – Acórdão n° 10807.561, Sessão de 16/10/2003) (grifamos) Fl. 1618DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.609 21 “ MULTA QUALIFICADA – NÃO CARACTERIZAÇÃO – Não tendo sido comprovada de forma objetiva o resultado do dolo, da fraude ou da simulação, descabe a qualificação da penalidade de ofício agravada.” (2ª Câmara do 1° Conselho de Contribuintes – Acórdão n° 10245.625, Sessão de 21/08/2002) “MULTA DE OFÍCIO – AGRAVAMENTO – APLICABILIDADE – REDUÇÃO DO PERCENTUAL – Somente deve ser aplicada a multa agravada quando presentes os fatos caracterizadores de evidente intuito de fraude, como definido nos artigos 71 a 73 da Lei n° 4.502/64, fazendose a sua redução ao percentual normal de 75%, para os demais casos, especialmente quando se referem à infrações apuradas por presunção.” (8ª Câmara do 1° Conselho de Contribuintes – Acórdão n° 10807.356, Sessão de 16/04/2003) (grifamos) Em decorrência da jurisprudência uníssona nesse sentido, o então 1º Conselho de Contribuintes consagrou de uma vez por todas o entendimento acima alinhavado, editando a Súmula nº 14, assimilada pelo CARF com a mesma numeração, determinando que: “ Súmula nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo.” Assim, impende analisar os autos detidamente de maneira a elucidar se o fiscal autuante logrou comprovar que a contribuinte agiu com dolo, com o intuito de fraudar ou simular a hipótese de incidência da obrigação tributária. Neste ponto, aliás, mister esclarecer que o simples fato de, anteriormente às alterações na legislação acima mencionadas, não se exigir tal comprovação não é capaz de sustentar a pretensão fiscal em defesa da existência de dolo, fraude ou conluio. Com efeito, cabe/caberia à autoridade lançadora demonstrar de forma pormenorizada suas razões no sentido de que a contribuinte agiu com dolo, fraude ou conluio, para efeito da conclusão/comprovação do crime arquitetado pela notificada, especialmente em relação a fatos geradores sob a égide da nova legislação, como aqui se vislumbra. Pretender atribuir um crime ao contribuinte em sede de segunda instância, sem que a própria autoridade lançadora tivesse imputado tal conduta à notificada, comprovando e fundamentando suas conclusões, objetivando oportunizar a ampla defesa e contraditório da empresa em relação a este tema, além de representar supressão de instância, fere de morte o princípio do devido processo legal. Estarseia imputando um crime ao contribuinte sem que o fiscal autuante o fizesse, razão pela qual não houve contestação em relação à matéria em nenhuma das instâncias pretéritas. O fato de constar do Relatório Fiscal da Autuação as razões que levaram à fiscalização a promover o lançamento, independentemente do procedimento adotado (aferição/arbitramento, desconsideração da personalidade jurídica, caracterização de segurados empregados, etc) não suprime o dever legal do fisco de justificar e comprovar o crime a ser imputado ao contribuinte, ensejando a qualificação da multa. Fl. 1619DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 22 Por sua vez, no que tange ao agravamento da multa, inscrita no artigo 44, § 2°, da Lei n° 9.430/96, acima transcrito, supostamente atribuída em razão de a contribuinte haver dificultado o regular desenvolvimento da ação fiscal, o mesmo entendimento a ser adotado para a multa qualificada (em razão de eventual crime fiscal) deve ser levado a efeito, impondo a devida comprovação da conduta da autuada no sentido de obstar o regular procedimento fiscalizatório, o que, igualmente, não ocorrera no caso vertente. Com efeito, extraise do Relatório Fiscal que em nenhum momento o fiscal autuante procurou justificar a qualificação e o agravamento da multa, não escrevendo sequer uma linha a propósito de aludido procedimento. A rigor, no presente caso, o que torna ainda mais digno de realce é que a autoridade lançadora, no tópico “DA MULTA APLICÁVEL”, constante do Relatório Fiscal da Autuação, às fls. 46/96, inferiu ter aplicado multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento), reforçando a tese da inexistência da demonstração/comprovação das hipóteses legais que oferecem lastro à aplicação das multas qualificada ou agravada, em suma, ocorrência de crime fiscal, conceituado pelos artigos 71, 72 e 73 da Lei n°4.502/64, ou mesmo a obstaculização da ação fiscal por parte da contribuinte, em total afronta às normas que regulamentam a matéria, as quais impõem conste de aludido anexo às comprovações em comento. Assim, além de o fiscal autuante não ter comprovado com a segurança que o caso exige a ocorrência de dolo, fraude ou conluio, para efeito da qualificação da multa e, bem assim, da existência de atos tendentes de dificultar e/ou impedir o regular andamento da fiscalização, para fins do agravamento da multa, sequer inscreveu no Relatório Fiscal referidas imputações, fazendo constar exclusivamente a aplicação da multa de ofício de 75%. Partindo dessa premissa, o simples fato de a Câmara recorrida, à sua unanimidade, ter legitimado o procedimento adotado pelo fiscal autuante ao constituir o crédito previdenciário, em relação ao seu mérito, não implica dizer que a contribuinte cometeu o crime fiscal ou dificultou a ação fiscal. Dessa forma, repitase, o fato de considerarmos procedente o lançamento, não quer dizer que há o crime de fraude, dolo ou conluio comprovados. Impõese, assim, um aprofundamento maior no tema por parte do fiscal autuante ao pretender imputar tais crimes ao contribuinte, de forma a comprovar a conduta criminosa da notificada. No caso sob análise, vislumbramos tão somente a procedência do feito em seu mérito, mas não a demonstração da ocorrência dos crimes fiscais acima elencados ou mesmo a conduta de obstaculizar a ação fiscal, na forma que a legislação de regência exige. Mesmo porque o fiscal autuante sequer imputou tais condutas. A rigor, podemos traçar um paralelo entre essa situação com a simples constatação de omissão de receitas/rendimentos, em que a Sumula nº 14 do CARF já firmou o entendimento que, isoladamente, não se presta a caracterizar a conduta dolosa do contribuinte. Em outras palavras, tal qual no caso de simples omissão de receitas/rendimentos, a simples demonstração da procedência do lançamento, relativamente a seu mérito, por si só, não é capaz de comprovar a ocorrência de dolo, fraude ou conluio, bem como o eventual obstáculo à fiscalização, de maneira a ensejar a aplicação das multas qualificada e agravada, como se vislumbra na hipótese dos autos. No caso vertente, inobstante o esforço do ilustre Conselheiro Relator, não podemos afirmar com a devida certeza ter a contribuinte agido de maneira fraudulenta, dolosa Fl. 1620DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10120.000967/201069 Acórdão n.º 240102.052 S2C4T1 Fl. 1.610 23 ou em conluio, ou mesmo ter dificultado o desenrolar da ação fiscal, mesmo porque o fiscal autuante nada inferiu a este respeito para qualificar e agravar a multa, sendo defeso a esta Corte Administrativa inovar o lançamento com o fito de imputar crime ou outra conduta em sede de segunda instância, sem que tenha havido qualquer menção ou contestação neste sentido no decorrer de todo processo administrativo. Assim, em que pese a contribuinte não ter suscitado referida questão em seu recurso, impõese, de ofício, reduzir a multa aplicada ao percentual de 75% (Setenta e cinco por cento), em homenagem à jurisprudência deste Colegiado e legislação de regência, como demonstrado alhures. Por todo o exposto, estando o Auto de Infração em epígrafe parcialmente em consonância com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO E DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, para reduzir, de ofício, a multa aplicada ao percentual de 75%, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 1621DF CARF MF Emitido em 20/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 16/10/2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/10 /2011 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 17/10/2011 por RYCARDO HENRIQUE MAGALH AES DE , Assinado digitalmente em 19/10/2011 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 10120.013204/2008-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2004
PENSÃO ALIMENTÍCIA. COMPROVAÇÃO. São dedutíveis da base de
cálculo mensal e na declaração de ajuste apenas as importâncias pagas a título de pensão alimentícia, inclusive a prestação de alimentos provisionais, conforme normas do Direito de Família, sempre em decorrência de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente.
Somente a partir da DIPF do exercício de 2009 é que a escritura pública pode constituir tal obrigação, em face do artigo 1.124A
do Código de Processo Civil.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2101-001.238
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso.
Nome do relator: JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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COMPROVAÇÃO. São dedutíveis da base de cálculo mensal e na declaração de ajuste apenas as importâncias pagas a título de pensão alimentícia, inclusive a prestação de alimentos provisionais, conforme normas do Direito de Família, sempre em decorrência de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. Somente a partir da DIPF do exercício de 2009 é que a escritura pública pode constituir tal obrigação, em face do artigo 1.124A do Código de Processo Civil. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ___________________________________ Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Fl. 77DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/0 9/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOS TA SANTOS 2 Relatório O recurso voluntário em exame pretende a reforma do Acórdão nº 0339.042, proferido pela 3ª Turma da DRJ Brasília (fl. 46), que, por unanimidade de votos, manteve integralmente a Notificação de Lançamento do IRPF (fls. 02/06), referente ao exercício de 2004, decorrente da glosa parcial de despesas médicas, no montante de R$3.813,19, por falta de comprovação, glosa total da dedução com pensão alimentícia, no valor de R$10.249,18 por falta de comprovação. Apresentadas as razões de defesa pelo contribuinte, a lide foi submetida a julgamento, o qual recebeu seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2004 DEDUÇÃO INDEVIDA DE PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. REQUISITOS. IMPOSSIBILIDADE. Somente são dedutíveis na Declaração do Imposto de Renda os pagamentos efetuados a titulo de pensão alimentícia, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. DEDUÇÃO INDEVIDA DE DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. A falta de comprovação por documentação hábil e idônea dos valores informados a titulo de dedução de despesas médicas na Declaração do Imposto de Renda importa na manutenção da glosa. Impugnação Improcedente Em seu apelo ao CARF, às fls. 60/61, o contribuinte reitera o seu direito à dedução com pensão alimentícia, pois apesar de não haver ordem judicial, os pagamentos foram efetivos, através de ofício voluntário dirigido ao departamento de recursos humanos, que procede mensalmente o desconto em folha. Junta aos autos a Certidão de Escritura Pública de Declaração de fls. 62. É o Relatório. Voto Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, Relator. O recurso atende os requisitos de admissibilidade. Em litígio, tãosomente, a glosa da pensão alimentícia no valor de R$10.249,18, deduzida dos rendimentos brutos na Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2004. Em relação à glosa parcial das despesas médicas, nenhum reparo merece a decisão recorrida, cujos fundamentos adoto como razões de decidir, até porque não foi apresentado qualquer elemento de prova para análise em sede recursal. Fl. 78DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/0 9/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOS TA SANTOS Processo nº 10120.013204/200863 Acórdão n.º 2101001.238 S2C1T1 Fl. 70 3 Com efeito, em relação à glosa da dedução com pensão alimentícia, a decisão recorrida consignou no voto condutor do acórdão que o contribuinte asseverou corretamente, que a pensão foi estipulada de maneira extrajudicial, e que não há amparo legal para pensões alimentícias não decorrentes de cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. Sendo assim, há que se manter a glosa, por falta de comprovação hábil e idônea, ou seja, será tomada a pensão extrajudicial como mera liberalidade e, portanto, não dedutível na Declaração de Ajuste Anual. A pensão alimentícia constituída através de escritura pública passou a ter amparo legal a partir do exercício de 2009, anocalendário de 2008, em face do artigo 1.124A do Código de Processo Civil, com a redação dada pela Lei nº 11.127, de 2008. A Certidão de Escritura Pública de Declaração, à fl. 63, datada de 02/09/2009, não dá suporte à dedução de pensão alimentícia do anocalendário de 2003. Para dirimir quaisquer dúvidas a respeito da aplicação da legislação tributária, a Receita Federal edita anualmente o “Perguntas e Respostas” para orientar os contribuintes no preenchimento da Declaração de Ajuste Anual. Para a DIPF do exercício de 2004 colaciono as seguintes perguntas e respostas abaixo transcritas: PENSÃO JUDICIAL DEDUTÍVEL 329 — Quais são as pensões judiciais dedutíveis pela pessoa física? São dedutíveis da base de cálculo mensal e na declaração de ajuste apenas as importâncias pagas a título de pensão alimentícia, inclusive a prestação de alimentos provisionais, conforme normas do Direito de Família, sempre em decorrência de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente. Atenção: As despesas com instrução e as despesas médicas pagas pelo alimentante, em nome do alimentando, em razão de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, podem ser deduzidas somente na declaração de rendimentos, em seus campos próprios, observado o limite anual relativo às despesas com instrução (R$ 1.998,00). Na Relação de Pagamentos e Doações Efetuados da Declaração de Ajuste Anual, devem ser informados o nome e o número de inscrição no CPF de todos os beneficiários da pensão e o valor total pago no ano, mesmo que tenha sido descontado pelo empregador em nome de apenas um dos beneficiários. (Lei nº 9.250, de 1995, arts. 4º, II, e 8º, II, "f"; RIR/1999, art. 78) Consulte a pergunta 330 PAGAMENTOS EM SENTENÇA JUDICIAL QUE EXCEDAM A PENSÃO ALIMENTÍCIA 330 — São dedutíveis os pagamentos estipulados em sentença judicial que excedam a pensão alimentícia? Somente é dedutível o valor pago como pensão alimentícia. Fl. 79DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/0 9/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOS TA SANTOS 4 As quantias pagas decorrentes de sentença judicial para cobertura de despesas médicas e com instrução, destacadas da pensão, são dedutíveis sob a forma de despesas médicas e despesas com instrução dos alimentandos, desde que obedecidos os requisitos e limites legais. Os demais valores estipulados na sentença, tais como aluguéis, condomínio, transporte, previdência privada, não são dedutíveis. (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º; RIR/1999, art. 78, §§ 4º e 5º; IN SRF nº 15, de 2001, art. 50, § 2º) Consulte a pergunta 319 PENSÃO PAGA POR LIBERALIDADE 331 — As pensões pagas por liberalidade, ou seja, sem decisão judicial ou acordo homologado judicialmente são dedutíveis? As pensões pagas por liberalidade não são dedutíveis por falta de previsão legal. Em face ao exposto, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Fl. 80DF CARF MF Emitido em 16/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 08/0 9/2011 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTO, Assinado digitalmente em 06/09/2011 por JOSE RAIMUNDO TOS TA SANTOS
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Numero do processo: 10183.720186/2008-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2005
ITR. ÁREAS DE RESERVA LEGAL. OBRIGATORIEDADE DE AVERBAÇÃO DA ÁREA NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS ANTERIOR AO FATO GERADOR.
A averbação cartorária da área de reserva legal é condição imperativa para fruição da benesse em face do ITR, sempre lembrando a relevância extra fiscal de tal imposto, quer para os fins da reforma agrária, quer para a preservação das áreas protegidas ambientalmente, neste último caso avultando a obrigatoriedade do registro cartorário, condição especial para
proteção da área de reserva legal.
ITR. REDUÇÃO DO VALOR DA TERRA NUA. LAUDO TÉCNICO.
Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no VTN/ha apontados no SIPT, exige-se que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT, demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2102-001.773
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR
provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Núbia Matos Moura que dava parcial provimento, mantendo o arbitramento do VTN.
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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ÁREAS DE RESERVA LEGAL. OBRIGATORIEDADE DE AVERBAÇÃO DA ÁREA NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS ANTERIOR AO FATO GERADOR. A averbação cartorária da área de reserva legal é condição imperativa para fruição da benesse em face do ITR, sempre lembrando a relevância extrafiscal de tal imposto, quer para os fins da reforma agrária, quer para a preservação das áreas protegidas ambientalmente, neste último caso avultando a obrigatoriedade do registro cartorário, condição especial para proteção da área de reserva legal. ITR. REDUÇÃO DO VALOR DA TERRA NUA. LAUDO TÉCNICO. Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no VTN/ha apontados no SIPT, exigese que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT, demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Núbia Matos Moura que dava parcial provimento, mantendo o arbitramento do VTN. Assinado digitalmente. Giovanni Christian Nunes Campos Presidente. Assinado digitalmente. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 19/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/02/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10183.720186/200835 Acórdão n.º 210201.773 S2C1T2 Fl. 139 2 Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 04/02/2012 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho. Ausente justificadamente a Conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti. Relatório Trata o presente processo de autuação do ITR decorrente de retificações de ofício. Os valores declarados, retificados de ofício e julgados na DRJ seguiram o seguinte histórico: ITR 2005 Declarado, fl. 05 Retific. ofício, fl. 03 Acórdão DRJ, fl. 91 02Área de Preservação Permanente 2.612,0 ha 0,0 ha 0,0 ha 03Área de Utilização Limitada 6.529,0 ha 0,0 ha 0,0 ha 16Valor da Terra Nua R$ 392.000,00 R$ 2.535.424,27 R$ 2.535.424,27 Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto o relatório do acórdão de fls. 91 a 102 da instância a quo, in verbis: Exigese do interessado o pagamento do crédito tributário lançado em procedimento fiscal de verificação do cumprimento das obrigações tributárias, relativamente ao ITR, aos juros de mora e à multa por informação inexata na Declaração do ITR – DITR/2005, no valor total de R$ 1.095.882,48, referente ao imóvel rural denominado Fazenda Santa Tereza, com Área Total – ATI de 13.059,1ha, com Número na Receita Federal – NIRF 1.090.8706, localizado no município de Poconé MT, conforme Notificação de Lançamento NL de fls. 03 a 06, cuja descrição dos fatos e enquadramentos legais constam das fls. 04 e 06. 2. Inicialmente, com a finalidade de viabilizar a análise dos dados declarados nos exercícios 2003, 2004 e 2005, especialmente a Área de Preservação Permanente – APP; de Utilização Limitada – AUL/Área de Reserva Legal – ARL e o Valor da Terra Nua – VTN, o declarante foi intimado a apresentar diversos documentos comprobatórios, os quais, com base na legislação pertinente, foram listados, detalhadamente, no Termo de Intimação, fls. 01 e 02. Entre os mesmos constam: cópia do Ato Declaratório Ambiental – ADA, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA; Laudo Técnico emitido por profissional habilitado, relativamente à demonstração de existência da APP conforme enquadramento legal (art. 2o, da lei nº 4.771/1965 – Código Florestal), acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART; Certidão do Órgão Público competente, caso o imóvel ou parte dele esteja inserido em área declarada como de Preservação Permanente nos termos do art. 3o, do Código Florestal, acompanhado do Ato do Poder Público que assim a declarou; cópia da matrícula do imóvel, caso exista averbação de Área de Reserva Legal, de Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN, ou outros tipos de Área de Utilização Limitada – AUL; cópia do Termo de Responsabilidade/Compromisso de averbação da ARL ou Termo de Ajustamento de Conduta da ARL; Ato específico do órgão competente federal ou estadual, caso o imóvel ou parte dele tenha sido declarado como área de interesse ambiental; Laudo Técnico de Avaliação, elaborado com atendimento aos requisitos Fl. 151DF CARF MF Impresso em 19/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/02/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10183.720186/200835 Acórdão n.º 210201.773 S2C1T2 Fl. 140 3 das Normas Técnicas – NBR 14.6533, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, demonstrando os métodos de avaliação e fontes pesquisadas que levaram à convicção do valor atribuído ao imóvel, com Grau 2 de fundamentação mínima, entre outros. 3. Foi informado, inclusive, que a não apresentação do laudo propiciaria o lançamento de ofício do VTN, conforme a legislação, substituindose o valor informado na DITR pelo VTN constante do Sistema de Preços de Terras da Secretaria da Receita Federal – SIPT. 4. Após pedido de prorrogação de prazo deferido, com a carta de fls. 09 e 10 foi encaminhada a documentação de fls. 11 a 49, composta por: cópia do ADA, recebido pelo IBAMA, via Internet, em 26/09/2007, fls. 11 e 12; cópia da intimação; cópia de certidões das matrículas do imóvel, contendo, como último registro, averbações de ARL não datadas; cópia de declarações de VTN; Guia de Controle de Animais; ART; laudo técnico e; mapa com memorial descritivo; entre outros. 5. Da Descrição dos Fatos e Enquadramentos Legais a Autoridade Fiscal explicou que, após regularmente intimado, o contribuinte ano comprovou a isenção das APP e ARL. Relativamente ao VTN, não foi comprovado com laudo elaborado conforme estabelecido nas normas técnicas da ABNT. 6. Com base nessas constatações, foi procedida a glosa das áreas em pauta e modificado o VTN com a utilização das informações do SIPT, bem como alterados demais dados conseqüentes. 7. Apurado o crédito tributário foi lavrada a NL, cuja ciência foi dada ao contribuinte em 15/12/2008, fl. 81. 8. A impugnação foi apresentada em 05/01/2009, fls. 51 a 68, na qual, após tratar Dos Fatos até aqui conhecidos, tais como do atendimento à intimação apresentando diversos documentos, entre outros, e reproduzindo parte da descrição constante da NL, o interessado apresentou suas razões de discordância argumentando, em resumo, o seguinte: 8.1. Em Do Direito – Preliminarmente – Usurpação de Instância de Julgamento disse que houve cerceamento de defesa, sob a alegação que, ao pré julgar seu próprio ato preparatório, o Agente Lançador usurpou competência legalmente reservada ao Órgão Julgador. 8.2. Em Do Mérito, disse que não se tendo pronunciado, o Sr. Auditor Fiscal, sobre o requerimento do ADA, se considera que o mesmo foi acatado. 8.3. Na seqüência, afirmou não existir determinação legal para exigir este Ato para obter isenção das APP e ARL, bem como reproduziu jurisprudência judicial e administrativa, que tratam do assunto isentando as áreas em pauta, independentemente da apresentação do ADA. 8.4. A respeito da APP afirmou estar devidamente comprovada, identificada e constatada pelo laudo técnico apresentado e, também, mesmo sem necessidade legal, no requerimento do ADA e, ainda, fisicamente demonstrada na imagem satélite, sendo cumpridas as exigências legais. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 19/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/02/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10183.720186/200835 Acórdão n.º 210201.773 S2C1T2 Fl. 141 4 8.5. Tratou do dispositivo legal referente à matéria, lei nº 4.771/1965, o Código Florestal, ressaltando do interesse comum de todos os habitantes do país sobre as florestas. 8.6. Com relação às AUL/ARL, observou estar devidamente averbada nas matrículas do imóvel e repetiu que, embora sem a necessidade legal, consta de ADA protocolado no IBAMA. 8.7. Em O Laudo Técnico de constatação do VTN afirmou que atende as disposições das normas técnicas. 8.8. Observou das dificuldades de pesquisar preços, em virtude de, em diversas regiões, não serem vendidos imóveis rurais, às vezes por vários anos seguidos, bem como que os proprietários não autorizam o acesso aos imóveis para levantamento. 8.9. Explanou sobre itens da NBR 146533, dos métodos de avaliação, das recomendações que devem ser seguidas por profissionais, da necessidade do empenho do avaliador, das características do mercado e da amostra coletada, entre outros, e que, no caso de insuficiência de informações, o trabalho não seria classificado quanto à fundamentação e precisão, sendo considerado como parecer técnico. 8.10. Reproduziu jurisprudência administrativa que aceitou a avaliação com base em elementos de prova suficiente o bastante para demonstrar sem equívocos, que o imóvel se diferencia da média dos demais imóveis do município, justificando a aplicação de VTN inferior. 8.11. Em A insubsistência dos valores (VTN) atribuídos pela Receita Federal em seu Sistema de Preços de Terras, disse que as tabelas do SIPT não poderiam ser utilizadas porque seus valores são irreais. 8.12. Explanou sobre parte das comunicações oficiais entre a Receita Federal e demais Órgãos envolvidos na questão da terra, relativamente à informação do VTN, com o destaque da dificuldade de levantamento e apuração desse valor. 8.13. Discordou da solução legal na hipótese de não serem fornecidos, pelos órgãos conveniados, valores para alimentar o sistema de preço de terras, situação que permite a utilização do preço médio do hectare a partir das declarações apresentadas para os imóveis localizados em cada município. 8.14. Do Pedido. De todo o exposto, ante as razões de fato e de direito aduzidas, de rigor se faz a declaração da insubsistência da NL, devendo ser considerado que: a) O Agente Lançador não está revestido de competência para julgar, caracterizando, assim, cerceamento de defesa, suficiente a anular o ato praticado. b) Ainda que se afaste o cerceamento de defesa, o que se admite apenas ad argumentandum, é de se acolher que: I A APP foi devidamente comprovada através do laudo técnico, do ADA e imagem satélite. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 19/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/02/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10183.720186/200835 Acórdão n.º 210201.773 S2C1T2 Fl. 142 5 II Deverá ser acatada a existência da área declarada como AUL/ARL, conforme se comprova pela averbação nas matrículas, laudo técnico, imagem satélite e ADA. III O VTN apurado no laudo técnico ou aquele declarado, por não possuir a Receita Federal tabela de preço elaborada com atendimento da legislação reguladora que lhe autorize impugnar o valor declarado pelo contribuinte, conforme comprovado pelo recorrente. 9. Acompanhou a impugnação a documentação de fls. 69 a 78, composta por: cópia da NL e dos diversos ofícios de vários Órgãos Públicos ligados a questões da terra, relativamente a pedido de levantamento de VTN, informação das dificuldades e orientação da utilização de valores constantes dos acervos da Receita Federal, conforme autorização legal. 10. Das fls. 82 a 90 constam pesquisas, intimação e demais providências para regularização do processo quanto à autenticidade da assinatura constante da impugnação. 11. É o relatório. Diante desses fatos, as alegações da impugnação e demais documentos que compõem estes autos, o órgão julgador de primeiro grau, ao apreciar o litígio, em votação unânime, não acatou as preliminares argüidas e no mérito, julgou procedente o lançamento, mantendo o crédito consignado no auto de infração, pela falta de ADA tempestivo com relação ao pedido de isenção das áreas e ausência de Laudo Técnico competente para alteração do VTN Tributado, resumindo o seu entendimento na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 Áreas de Florestas Preservadas Requisitos de Isenção A concessão de isenção de ITR para as Áreas de Preservação Permanente APP ou de Utilização Limitada AUL, como Área de Reserva Legal ARL, está vinculada à comprovação de sua existência, como laudo técnico específico e averbação na matrícula até a data do fato gerador, respectivamente, e de sua regularização através do Ato Declaratório Ambiental ADA, cujo requerimento deve ser protocolado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA em até seis meses após o prazo final para entrega da Declaração do ITR. A prova de uma não exclui a da outra. Isenção Hermenêutica A legislação tributária para concessão de benefício fiscal deve ser interpretada literalmente, assim, se não atendidos os requisitos legais para a isenção, a mesma não deve ser concedida. Valor da Terra Nua VTN Laudo Técnico Fl. 154DF CARF MF Impresso em 19/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/02/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10183.720186/200835 Acórdão n.º 210201.773 S2C1T2 Fl. 143 6 O lançamento que tenha alterado o VTN declarado, utilizando valores de terras constantes do Sistema de Preços de Terras da Secretaria da Receita Federal SIPT, nos termos da legislação, é passível de modificação somente se, na contestação, forem oferecidos elementos de convicção, embasados em Laudo Técnico, elaborado em consonância com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, que apresente valor de mercado diferente ao do lançamento, relativo ao mesmo município do imóvel e ao ano base questionado. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, de fls. 109 a 133, ratificando os argumentos de fato e de direito expendidos em sua impugnação e requerendo pelo provimento ao recurso e cancelamento da exigência, cujo conteúdo se resume nos seguintes excertos: I. A existência física e que seja reconhecida a área declarada de Reserva Legal uma vez que decorre da própria Lei Ambiental, devidamente comprovada pela averbação na matricula, no Laudo Técnico e requerimento do ADA; II. A existência física e que seja reconhecida a área de Preservação Permanente declarada uma vez que decorre da própria Lei Ambiental, devidamente comprovada no Laudo Técnico e requerimento do ADA, inclusive em quantitativo superior ao declarado; III. c) Seja reconhecida a apresentação do requerimento referente o Ato Declaratório Ambiental — ADA, mesmo intempestivo, ou sua desnecessidade e IV. d) ainda que se afaste o Laudo Técnico de Avaliação do VTN, o que se admite apenas ad argumentadum, é de se acolher o valor da terra nua declarado por não possuir a Receita Federal tabela de pregos elaborada com atendimento a legislação reguladora que lhe autorize impugnar o valor declarado pelo contribuinte. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento de segunda instância administrativa. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. ADMISSIBILIDADE O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim sendo, dele conheço. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA). TEMPESTIVIDADE DA ENTREGA. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 19/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/02/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10183.720186/200835 Acórdão n.º 210201.773 S2C1T2 Fl. 144 7 Da análise da descrição dos fatos da autuação, verificamos que as motivações das glosas das áreas isentas que culminaram no lançamento, foi a extemporaneidade na apresentação do ADA para as Área de Preservação Permanente e Area de Reserva Legal. Em relação a tempestividade apresentação do ADA, essa questão já foi objeto de julgamento recente nessa Turma, v.g., o Acórdão n° 210200.528, de 14 de abril de 2010, tendo como relator do voto o Conselheiro Presidente Giovanni Christian Nunes Campos , cujo julgado se amoldando com perfeição ao caso em debate, utilizamos sua conclusão como fundamento para nossa decisão, nos seguintes termos: (...) Mais uma vez, entretanto, como a Lei nº 6.938/81 não fixou prazo para apresentação do ADA, parece descabida a exigência feita pelo fisco federal de apresentação do ADA contemporâneo à entrega da DITR, sendo certo apenas que o sujeito passivo deve apresentar o ADA, mesmo extemporâneo, desde que haja provas outras da existência das áreas de preservação permanente e de utilização limitada. Explanada a posição deste relator sobre as controvérsias referentes ao ADA para as áreas de utilização limitada (reserva legal e outras) e de preservação permanente e sobre a averbação cartorária da área de reserva legal, passase a apreciar o caso concreto aqui em discussão. ANÁLISE DO OBJETO DO PROCESSO Da explanação supra, concluise ser fundamental para que se possa conceder a isenção do ITR, a apresentação do ADA, contudo, sem a necessidade de ser entregue no prazo de 6 meses na data de entrega da DITR. Diante disso, considerando que o contribuinte apresentou ADA para as áreas declaradas, fls. 11/12 e que a razão da glosa das áreas isentas devese exclusivamente a sua intempestividade, com o afastamento da única motivação do lançamento, a glosa deve ser cancelada e restabelecidas as áreas isentas declaradas de Preservação Permanente e Área de Reserva Legal, devidamente averbada nas matrículas dos imóveis como mostram os documentos de fls. 15 a 23. VALOR DA TERRA NUA (VTN) Protesta o recorrente que há uma supervalorização do VTN Tributado com base no SIPT. Requer que seja subavaliado essa base de cálculo, conforme Laudo Técnico apresentado. Dos documentos de fls. 73 a 78, claramente vêse que a autoridade autuante, sem lastro nas informações das Secretarias de Agricultura dos Estados e Municípios, fixouse, excepcionalmente, no valor médio das DITR do município autuado, constante do SIPT. A utilização do valor médio das DITR do SIPT de um mesmo município, tratando todos os imóveis de pequeno, médio e grande porte de forma uniforme, é uma medida precária de arbitramento, pois é cediço que um imóvel de pequeno porte, próximo de estradas ou vias vicinais, com atributos especiais, pode atingir valor de VTN inalcançável para um imóvel de grande porte. Na prática, quando se utiliza essa forma de arbitramento, pedese qualquer possibilidade de discriminar os imóveis, por porte, por tipo de solo, cultura etc., tratando todos como uma massa uniforme, situação que não permite confrontar o VTN proveniente de um laudo técnico, subscrito por profissional habilitado, voltado para as Fl. 156DF CARF MF Impresso em 19/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/02/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10183.720186/200835 Acórdão n.º 210201.773 S2C1T2 Fl. 145 8 características individuais do imóvel, como se tem no Laudo Técnico de fls. 38 a 49, com a sua devida ART às fls. 36/37 e fontes de avaliação do VTN de fls. 24 a 28. Importante ressaltar que uma dessas fontes de avaliação, fl. 25, do VTN é a própria EMPRESA MATOGROSSENSE DE PESQUISA, ASSISTÊNCIA E EXTENSÃO RURAL S/A, Vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural—SEDER, do Governo do Estado de Mato Grosso. Com as considerações acima, voto por acatar o VTN indicado no Laudo Técnico, no valor de R$ 44,00/ha, conforme indicado à fl. 48. CONCLUSÃO Pelo exposto, VOTO PELO PROVIMENTO DO RECURSO, para que se restabeleça as áreas declaradas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, acatandose, ainda, o VTN de R$ 44,00/ha, conforme o Laudo Técnico apresentado. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 19/04/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 04/02/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 06/02/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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Numero do processo: 10283.002594/2005-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR
Exercício: 2002
PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. DESNECESSIDADE.
Nos termos do art. 18 do Decreto nº 70.235/72, pode a autoridade julgadora indeferir pedido de perícia quando a realização desta for prescindível ao deslinde da controvérsia. A realização de perícia é procedimento excepcional, que somente se justifica em determinados casos.
ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. GLOSA. FALTA DE APRESENTAÇÃO DO ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL AO IBAMA. MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO.
Para os fatos geradores ocorridos a partir de 2001, a apresentação do ADA ao Ibama é obrigatória para fins de redução do valor devido a título de ITR, ou seja, para exclusão das áreas de reserva legal. Aplicação do art. 17-O da Lei nº 6.938/81, com a redação dada pela Lei nº 10.165/2000.
Numero da decisão: 2102-001.562
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em
REJEITAR a preliminar de perícia e, no mérito, em NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. DESNECESSIDADE. Nos termos do art. 18 do Decreto nº 70.235/72, pode a autoridade julgadora indeferir pedido de perícia quando a realização desta for prescindível ao deslinde da controvérsia. A realização de perícia é procedimento excepcional, que somente se justifica em determinados casos. ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. GLOSA. FALTA DE APRESENTAÇÃO DO ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL AO IBAMA. MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 2001, a apresentação do ADA ao Ibama é obrigatória para fins de redução do valor devido a título de ITR, ou seja, para exclusão das áreas de reserva legal. Aplicação do art. 17O da Lei nº 6.938/81, com a redação dada pela Lei nº 10.165/2000. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar de perícia e, no mérito, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Presidente Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Relatora EDITADO EM: 27/09/2011 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO 2 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Nubia Matos Moura, Atilio Pitarelli, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos Andre Rodrigues Pereira Lima. Relatório Em face da contribuinte acima identificada, foi lavrado o Auto de Infração de fls. 16/23 para exigência do Imposto Territorial Rural (ITR) em razão da revisão da DITR entregue para o exercício de 2002, relativamente ao imóvel denominado “Fazenda Aruanã”, localizado no Município de Itacoatiara AM. De acordo com os esclarecimentos constantes do Auto, o lançamento decorreu da glosa da área declarada como sendo de utilização limitada (reserva legal). Através deste lançamento, foram alteradas as áreas declaradas pela contribuinte da seguinte forma (cf. quadro de fls. 20): 2002 Declarado Considerado no lançamento Área de Utilização Limitada 7.709,9 0,0 Cientificada do lançamento, a Interessada apresentou a Impugnação de fls. 33/35, por meio da qual alegou que apresentara à fiscalização decisão proferida pelo 3º Conselho de Contribuintes por meio da qual teria ficado consolidada a área tributável do imóvel de sua propriedade, a qual deveria ter sido acolhida pela autoridade fiscal. Afirmou que a reserva legal obrigatória correspondente a 80% do imóvel equivaleria a 9.600,0 hectares, e que a cobertura florística do imóvel já era reconhecida pelo Ibama antes mesmo da instituição do ADA. Alegou ainda que não poderia o Fisco lhe obrigar a apresentar outros documentos e que caso tivesse dúvidas quanto à efetiva existência destas áreas, deveria verificálas in loco. Às fls. 49, a contribuinte anexou aos autos cópia do Acórdão nº 12.326, da 1ª Turma da DRJ em Recife, por meio do qual restou reconhecida a existência de área tributável de 1.362,0 hectares em seu imóvel, a qual deveria, segundo ela, ser igualmente aplicada nestes autos. Na análise de tais alegações, os membros da DRJ em Recife decidiram pela integral manutenção do lançamento, acrescentando ainda que a área de reserva legal não poderia ser excluída da tributação pelo imposto também por não ter sido averbada à margem do Registro de Imóveis. O pedido de diligência foi indeferido. Inconformada com tal decisão, a contribuinte interpôs o Recurso Voluntário de fls. 76/83, por meio do qual reitera os argumentos expostos em sua Impugnação. Alegou que não seria correta a afirmação feita na decisão recorrida no sentido de que a área de reserva legal não teria sido averbada, pois esta averbação ocorrera em agosto de 1988. Pugnou pelo reconhecimento da existência de área reflorestada (cf. art. 23, II do Decreto nº 4.382/2002), a qual não poderia se sujeitar à exigência do ITR, alegando que a decisão recorrida teria classificado esta área erroneamente como área de plano de manejo. Reiterou o pedido de realização de perícia. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO Processo nº 10283.002594/200531 Acórdão n.º 210201.562 S2C1T2 Fl. 132 3 Os autos então foram remetidos a este Conselho para julgamento. É o Relatório. Voto Conselheiro Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Relator O contribuinte teve ciência da decisão recorrida em 02.09.2008, como atesta o AR de fls. 77. O Recurso Voluntário foi interposto em 29.09.2008 (dentro do prazo legal para tanto), e preenche os requisitos legais por isso dele conheço. Conforme relatado, tratase de processo no qual se discute lançamento de ITR, efetuado em razão da glosa da área de reserva legal declarada pela Recorrente. Antes de apreciar o mérito, porém, é preciso analisar o pedido de perícia formulado desde a Impugnação, o qual foi negado pela decisão de primeira instância, e por isso mesmo, reiterado em sede de Recurso Voluntário. Do Pedido de Perícia A Recorrente pugnou pela realização de perícia em sua propriedade, tendo indicado, inclusive o assistente técnico que a acompanharia. Este pedido foi formulado ainda em sede de Impugnação. A decisão recorrida entendeu ser despicienda a realização da perícia, pois não estava em discussão nos autos a efetiva existência das áreas em questão, mas somente o cumprimento das obrigações formais que permitiriam à Recorrente excluir da tributação do ITR as áreas em questão. Realmente, da leitura dos autos fica claro que a matéria aqui em discussão é eminentemente de direito, pois as questões de fato (existência ou não das áreas alegadas pela Recorrente) não foram postas em dúvida. Cumpre salientar, neste ponto, que o art. 18 do Decreto nº 70.235/72 assim dispõe quanto à realizações de diligências/perícias: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. Já o art. 28 mencionado assim determina: Art. 28. Na decisão em que for julgada questão preliminar será também julgado o mérito, salvo quando incompatíveis, e dela constará o indeferimento fundamentado do pedido de diligência ou perícia, se for o caso. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO 4 Percebese daí que a realização de perícias somente é deferida quando as autoridades julgadoras entenderem que são necessárias ao deslinde da controvérsia e/ou à elucidação de algum ponto controvertido. Mas este não é o caso dos autos. Por isso, deve ser mantida a decisão recorrida no que diz respeito ao indeferimento do pedido de perícia. Da Reserva Legal O lançamento que gerou a discussão travada nestes autos foi motivado pela glosa da área declarada pela Recorrente como existente em sua propriedade a título de reserva legal. A autoridade fiscal não acolheu a existência da área de 7.709,9 hectares a este título em razão da falta de apresentação do ADA ao Ibama. Na análise da Impugnação apresentada, a decisão recorrida entendeu que, sem a apresentação tempestiva do ADA, a Recorrente, de fato, não poderia se beneficiar da exclusão desta área do ITR, acrescentando ainda que também a falta de averbação da área junto ao Registro de Imóveis competente a impediria de fazêlo. Em sede de recurso, a Recorrente se insurge contra a exigência de apresentação do ADA, alegando que a existência da área já fora reconhecida pelo Ibama, desde muito antes da instituição do ADA. Além disso, afirmou que a área estaria averbada perante o Registro de Imóveis desde 1988. Há que se analisar então se a Recorrente tem ou não o direito à exclusão desta área na apuração do ITR. De fato, em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente comprovou que a área de reserva legal estaria averbada à margem do Registro de Imóveis em momento anterior ao fato gerador do ITR aqui em discussão (a averbação ocorrera em 1988). No entanto, é fato que a partir do Exercício 2001 o ADA é um documento imprescindível para que o contribuinte possa ter o direito de excluir uma determinada área da apuração do ITR. A lei nº. 9.393/96, em seu art. 10, § 1º exclui da área a ser tributada as Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, verbis: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: (...) II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989. (...). Fl. 4DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO Processo nº 10283.002594/200531 Acórdão n.º 210201.562 S2C1T2 Fl. 133 5 A Instrução Normativa SRF nº 60/2002 – fundamento para a manutenção do lançamento em exame – assim dispôs: Art. 17. Para fins de apuração do ITR, as áreas de interesse ambiental, de preservação permanente ou de utilização limitada, serão reconhecidas mediante ato do Ibama ou órgão delegado por convênio, observado o seguinte: I as áreas de reserva legal e de servidão florestal, para fins de obtenção do ato declaratório do Ibama, deverão estar averbadas à margem da inscrição da matrícula do imóvel no registro de imóveis competente, conforme preceitua a Lei no 4.771, de 1965; II o contribuinte terá o prazo de seis meses, contado a partir da data final da entrega da DITR, para protocolizar requerimento do ato declaratório junto ao Ibama; III se o contribuinte não requerer, ou se o requerimento não for deferido pelo Ibama, a Secretaria da Receita Federal fará lançamento suplementar, recalculando o ITR devido. Tal norma foi sucessivamente alterada pela IN/SRF nº 256/02 e 861/08, que sempre estabeleceram a obrigatoriedade da apresentação do Ato Declaratório Ambiental como condição para a exclusão das áreas de preservação permanente da tributação pelo ITR. Tais Instruções Normativas instituíram uma nova obrigação não constante da lei federal de regência do ITR, ao determinar que a condição para a exclusão da área de preservação permanente da base tributável pelo ITR seria a apresentação, pelo contribuinte, do Ato Declaratório Ambiental expedido pelo Ibama em momento anterior ao fato gerador da obrigação tributária (1º de janeiro de cada ano). De fato, a Lei nº 9.393/96 não previa tal exigência, exatamente como suscitou o Recorrente. No entanto, a Lei nº 10.165/2000 determinou que art. 17O da Lei nº 6.938/81 passasse a vigorar com a seguinte redação: "Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria." (NR) "§ 1oA. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA." (AC) "§ 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória." (NR) "§ 2o O pagamento de que trata o caput deste artigo poderá ser efetivado em cota única ou em parcelas, nos mesmos moldes escolhidos pelo contribuinte para o pagamento do ITR, em documento próprio de arrecadação do Ibama." (NR) Fl. 5DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO 6 "§ 3o Para efeito de pagamento parcelado, nenhuma parcela poderá ser inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais)." (NR) "§ 4o O inadimplemento de qualquer parcela ensejará a cobrança de juros e multa nos termos dos incisos I e II do caput e §§ 1oA e 1o, todos do art. 17H desta Lei." (NR) "§ 5o Após a vistoria, realizada por amostragem, caso os dados constantes do ADA não coincidam com os efetivamente levantados pelos técnicos do Ibama, estes lavrarão, de ofício, novo ADA, contendo os dados reais, o qual será encaminhado à Secretaria da Receita Federal, para as providências cabíveis."(NR) A referida norma, como se vê, passou a determinar a obrigatoriedade de apresentação do ADA para fins de redução do valor devido a título de ITR, ou seja, para exclusão das áreas de reserva legal e utilização limitada. Desde então, esta obrigação consta inclusive do Decreto nº 4.382/02, que versa sobre a exigência do ITR, que assim dispõe: Art. 10. Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1, inciso II): I de preservação permanente (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 Código Florestal, arts. 2º e 3, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, art. 1); II de reserva legal (Lei nº 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 24 de agosto de 2001, art. 1); (...) § 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17O, § 5, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000); e (...) No caso em exame, os fatos geradores objeto do lançamento ocorreram em 2002, quando a referida norma já estava em vigor, razão pela qual a apresentação do ADA seria uma condição para que o Recorrente pudesse se beneficiar da redução desta área da base de cálculo do ITR. Assim, ainda que se considerasse preenchido o requisito da averbação da área, a Recorrente deixara de cumprir o requisito legal de apresentar o ADA ao Ibama para que pudesse excluir a área de reserva legal da tributação pelo ITR. Segundo a defesa da Recorrente, ela não estaria obrigada a apresentar este Ato ao Ibama, tendo em vista que o referido órgão já havia reconhecido a existência da área de Fl. 6DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO Processo nº 10283.002594/200531 Acórdão n.º 210201.562 S2C1T2 Fl. 134 7 reserva legal em seu imóvel muito antes da própria instituição do ADA. Deixou de apontar, porém, que documentos seriam estes, razão pela qual seu pleito não merece acolhida. Trouxe apenas cópias das “vistorias de Implantação” datadas de 1982, as quais estão relacionadas ao reflorestamento de sua propriedade. Afirma ainda que não possui RPPN (como mencionado na decisão recorrida), mas sim uma área de reflorestamento, nos termos do art. 23 do Decreto nº 4.383/2002. O referido artigo assim dispõe: Art.23. Área plantada com produtos vegetais é a porção do imóvel explorada com culturas temporárias ou permanentes, inclusive com reflorestamentos de essências exóticas ou nativas, destinadas a consumo próprio ou comércio, considerandose: Iessências exóticas as espécies florestais originárias de região fitogeográfica diversa daquela em que se localiza o imóvel rural; IIessências nativas as espécies florestais originárias da região fitogeográfica em que se localiza o imóvel rural. Parágrafo único. Considerase área plantada com produtos vegetais a área efetivamente utilizada com a produção de forrageira de corte destinada a alimentação de animais de outro imóvel rural. Da defesa apresentada pela Recorrente, é possível depreender que ela pretende que a referida área seja excluída da tributação pelo ITR justamente pelo fato de ser área de reflorestamento. No entanto, não há como acolher sua pretensão, sem que tenham sido preenchidos os requisitos da lei. Por fim, devese ressaltar que a decisão trazida aos autos pela Recorrente (Acórdão nº 12.326) – proferida nos autos de outro processo de seu interesse – não tem aplicação aqui, pois ela somente surte efeito entre aquelas partes naquela relação jurídica específica, sendo certo que o que lá se questionava era a exigência do ITR relativamente ao Exercício de 1994. Diante do exposto, VOTO no sentido de NEGAR provimento ao Recurso. Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Fl. 7DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO 8 Fl. 8DF CARF MF Impresso em 06/03/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 08/12/2011 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PA, Assinado digitalmente em 23/12/2011 por GIOVANNI CHRI STIAN NUNES CAMPO
score : 1.0
Numero do processo: 10950.004606/2007-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 30 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Nov 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2004
EMBARGOS. ERRO DE CÁLCULO.
Verificadas as inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo, é de se acolher os Embargos opostos pelo Relator, para retificação do Acórdão, adaptando-o à verdade material.
Embargos Acolhidos
Numero da decisão: 2102-001.707
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, ACOLHER
os Embargos para, retificando o Acórdão nº 2102001.461,
de 22/08/2011, DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para reduzir o montante de R$ 166.880,00 da base de cálculo do acréscimo patrimonial a descoberto.
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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ERRO DE CÁLCULO. Verificadas as inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo, é de se acolher os Embargos opostos pelo Relator, para retificação do Acórdão, adaptandoo à verdade material. Embargos Acolhidos Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, ACOLHER os Embargos para, retificando o Acórdão nº 2102001.461, de 22/08/2011, DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para reduzir o montante de R$ 166.880,00 da base de cálculo do acréscimo patrimonial a descoberto. Assinado digitalmente. Giovanni Christian Nunes Campos Presidente. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 29/12/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Acácia Sayuri Wakasugi, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Fl. 16DF CARF MF Impresso em 08/05/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 29/12/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 02/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10950.004606/200713 Acórdão n.º 2102001.707 S2C1T2 Fl. 340 2 Relatório Tratase de Embargos interpostos por este Relator, ao Acórdão nº 2102 001.461, de 22/08/2011 com base no artigo 66 do Regimento Interno do Carf, aprovado pela Portaria MF n. 256, de 2009, in verbis: Art. 66. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão serão retificados pelo presidente de turma, mediante requerimento de conselheiro da turma, do Procurador da Fazenda Nacional, do titular da unidade da administração tributária encarregada da execução do acórdão ou do recorrente. No presente caso no item ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO do Voto do acórdão citado, ao acatar a alegação de mútuo no montante de R$ 267.050,00, conclui que a diferença a ser retificada no lançamento seria de R$ 26.765,54, resultante da diferença entre R$ 267.050,00 e R$ 240.284,46 indicada na Descrição dos Itens do Demonstrativo da Variação Patrimonial Fluxo Financeiro Mensal – Item 11, fl. 218. Ocorre que valor de $ 240.284,46 é na verdade o valor de recursos no APD decorrente de Receitas na Atividade Rural e não o valor de Empréstimos Não Comprovados. Ou seja, o montante de mútuo no valor de R$ 267.050,00 deve ser reduzido sim mas dos valores constantes do Item 9 Empréstimos Contraídos, fl. 218, no montante de R$ 100.170,00, resultando numa diferença a base de cálculo do acréscimo patrimonial a descoberto no valor de R$ 166.880,00. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. ADMISSIBILIDADE Os embargos devem ser conhecidos e acolhidos. Em razão do exposto, proponho os embargos para correção do erro de cálculo e voto no sentido de RETIFICAR o item ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO do dispositivo do Acórdão nº 2102001.461, de 22/08/2011 para que passe a constar o seguinte: ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO Em sede de recurso, não foram apresentados novos elementos de prova para contestar os argumentos utilizados pelo relator do voto do acórdão da DRJ, apenas foi solicitada novamente que fosse aceita a tese que a origem dos recursos para cobrir as suas despesas teriam como razão empréstimos pessoais com o seu pai Carlos de Oliveira Belli. Nesse sentido, cumpre observar o seguinte: Fl. 17DF CARF MF Impresso em 08/05/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 29/12/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 02/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10950.004606/200713 Acórdão n.º 2102001.707 S2C1T2 Fl. 341 3 Nas Declarações de Rendimentos do IRPF tanto do pai com o filho constam realmente valores registrados destes empréstimos, senão vejamos: DIRPF de João Paulo R. Belli, fl. 09, entregue em 28/12/2004, Quadro 10. Dívidas e Ônus Reais, diferença entre 31/12/2003 e 31/12/2002: R$ 777.424,00R$ 510.374,00 = R$ 267.050,00. DIRPF de Carlos de O. Belli, fl. 279, entregue em 27/04/2004, Quadro 9. Declaração de Bens e Direitos, diferenças entre 31/12/2003 e 31/12/2002 dos pagamentos e empréstimos registrados a João Paulo R. Belli: Isso implica no seguinte saldo de valores emprestados ao filho João Paulo: R$ 409.424,00R$ 510.374,00+R$ 368.000,00 = R$ 267.050,00. Ora, vemos que os valores assentados nas respectivas DIRPF batem exatamente e que a realidade dos fatos postas nos autos mostra que o pai e filho tinham vários negócios entre si, especialmente, no ramo da atividade rural onde esse tipo de empréstimo é notoriamente usual, particularmente entre pai e filho. Entendo dessa forma que devese acatar a alegação de mútuo entre eles no montante de R$ 267.050,00 informado nas respectivas DIRPF. Contudo, devese observar que a autoridade fiscal na Descrição dos Itens do Demonstrativo da Variação Patrimonial Fluxo Financeiro Mensal – Item 9, fl. 218, já considerou valores de empréstimos nos valores de R$23.040,00, R$40.380,00, R$5.700,00, R$10.350,00, R$6.900,00, R$6.900,00 e R$6.900,00, totalizando um valor de R$ 100.170,00. Dessa forma, o valor a ser considerado como origens de mútuo deve ser de R$ 166.880,00, resultante da diferença entre R$ 267.050,00 e R$ 100.170,00. Ainda, levando essa origem de recurso ao Fluxo Financeiro Mensal de fl. 215, temos os seguintes apurações Acréscimo Patrimonial a Descoberto (APD): jan fev mar abr mai jun Recursos 119.158,02 74.081,90 27.338,43 2.853,55 59.790,44 43.831,74 Aplicações 72.326,08 54.341,55 44.085,97 4.525,69 32.636,77 6.486,07 Saldo/ (APD) 46.831,94 19.740,35 (16.747,54) (1.672,14) 27.153,67 37.345,67 Diferença Carf 166.880,00 1 Saldo/ (APD) Carf 150.132,46 148.460,32 1 Diferença de mútuo de Carlos O. Belli considerada nesse julgamento conforme indicado acima.Observo que não havendo informação para precisar o momento dessa entrada de recurso, consideramos a mesma em janeiro. Fl. 18DF CARF MF Impresso em 08/05/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 29/12/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 02/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10950.004606/200713 Acórdão n.º 2102001.707 S2C1T2 Fl. 342 4 jul ago set out nov dez Recursos 110.930,75 820.741,46 2.829,00 40.579,00 33.539,88 96.528,63 Aplicações 49.319,94 842.065,39 118.913,24 25.168,12 176.557,43 215.692,60 Saldo/ (APD) 61.610,81 (21.323,93) (116.084,24) 15.410,88 (143.017,55) (119.163,97) Diferença Carf Saldo/ (APD) Carf 127.136,39 11.052,15 (131.965,40) (119.163,97) Ou seja, remanescem os Acréscimos Patrimoniais a Descoberto nos valores de R$ 131.965,40 (Nov) e R$ 119.163,97 (dez). Destarte, além dessa retificação, não merece outros reparos o lançamento do Acréscimo Patrimonial a Descoberto. É imperioso ressaltar que, no que diz respeito ao ônus da prova na relação processual tributária, a idéia de onus probandi não significa, propriamente, a obrigação, no sentido da existência de dever jurídico de provar, tratandose antes de uma necessidade ou risco da prova, sem a qual não é possível se obter o êxito na causa. Sob esta perspectiva, a pretensão da Fazenda deve estar fundada na ocorrência do fato gerador, cujos elementos configuradores se supõem presentes e comprovados, atestando a identidade de sua matéria fática com o tipo legal. Se um desses elementos se ressentir de certeza, ante o contraste da impugnação, incumbe à Fazenda, o ônus de comprovar a sua existência. Da mesma forma, o sujeito passivo, não tem a obrigação de produzir as provas, tão só incumbelhe o ônus. Contudo, à medida que ele se omite na produção de provas contrárias às que ampararam a exigência fiscal, compromete suas possibilidades de defesa. É imprescindível que as provas e argumentos sejam carreados aos autos, no sentido de refutar o procedimento fiscal, se revistam de toda força probante capaz de propiciar o necessário convencimento e, conseqüentemente, descaracterizar o que lhe foi imputado pelo fisco. Sobre os argumentos, jurisprudência e doutrina acerca de questões de presunções nas situações de lançamentos tributários com base em depósitos bancários, aclaramos que se trata de tema estranho ao objeto que ora se julga e inaplicável ao caso em debate. O cálculos do Acréscimo Patrimonial a Descoberto apurado foi minuciosamente apresentado ao contribuinte, fls. 213 a 222, para a sua defesa, contudo, o interessado preferiu não se justificar ao não se manifestar diante da intimação. Não há qualquer cabimento nesse caso em se falar que o lançamento foi baseado em presunção. Estes são embargos. Pelo exposto, VOTO PARA ACOLHER os Embargos para, retificando o Acórdão nº 2102001.461, de 22/08/2011, DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para reduzir o montante de R$ 166.880,00 da base de cálculo do acréscimo patrimonial a descoberto. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 19DF CARF MF Impresso em 08/05/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 29/12/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 02/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10950.004606/200713 Acórdão n.º 2102001.707 S2C1T2 Fl. 343 5 Fl. 20DF CARF MF Impresso em 08/05/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 29/12/ 2011 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 02/01/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 13687.000653/2008-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Sep 30 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Fri Sep 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: SIMPLES NACIONAL
Exercício: 2010
SIMPLES NACIONAL. EXCLUSÃO. DÉBITOS. NÃO REGULARIZAÇÃO NO PRAZO LEGAL.
Deve ser excluída do Simples Nacional a pessoa jurídica que possui débitos junto a Fazenda Pública Federal, cuja exigibilidade não esteja suspensa. Não sendo os débitos regularizados no prazo legal de 30 dias, contados a partir da
ciência do ato de exclusão, tal ato deve ser tido por perfeito e produzir os efeitos que lhe são próprios.
PARCELAMENTO DE DÉBITOS. APRECIAÇÃO EM OUTRO PROCESSO. INCOMPETÊNCIA DO CARF.
A alegação de que os débitos exigíveis, motivadores da exclusão do Simples Nacional, teriam sido objeto de parcelamento não se sustenta, à luz de evidências que comprovam que a análise desse pleito foi feita em outro processo administrativo e, lá, a inclusão dos débitos no parcelamento foi motivadamente indeferida. Descabe a reapreciação de lide já decidida em
outro processo, também por falecer ao CARF a competência para apreciar questões atinentes a parcelamento de débitos.
CERCEAMENTO DO DIREITO À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO. FALTA DE ALEGAÇÃO E COMPROVAÇÃO.
INAPLICABILIDADE DA SÚMULA CARF Nº 22.
Se o contribuinte demonstra pleno e específico conhecimento dos débitos com exigibilidade não suspensa que motivaram sua exclusão do SIMPLES
NACIONAL, não alega nem comprova cerceamento ao seu direito à ampla
defesa e ao contraditório e, além disso, do exame dos autos não se constata
qualquer prejuízo a esse direito, não se há de declarar a nulidade do Ato
Declaratório de exclusão do regime simplificado. Inaplicável, no caso, a
Súmula CARF nº 22.
Numero da decisão: 1301-000.693
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, negar
provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Valmir Sandri.
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Exercício: 2010 SIMPLES NACIONAL. EXCLUSÃO. DÉBITOS. NÃO REGULARIZAÇÃO NO PRAZO LEGAL. Deve ser excluída do Simples Nacional a pessoa jurídica que possui débitos junto a Fazenda Pública Federal, cuja exigibilidade não esteja suspensa. Não sendo os débitos regularizados no prazo legal de 30 dias, contados a partir da ciência do ato de exclusão, tal ato deve ser tido por perfeito e produzir os efeitos que lhe são próprios. PARCELAMENTO DE DÉBITOS. APRECIAÇÃO EM OUTRO PROCESSO. INCOMPETÊNCIA DO CARF. A alegação de que os débitos exigíveis, motivadores da exclusão do Simples Nacional, teriam sido objeto de parcelamento não se sustenta, à luz de evidências que comprovam que a análise desse pleito foi feita em outro processo administrativo e, lá, a inclusão dos débitos no parcelamento foi motivadamente indeferida. Descabe a reapreciação de lide já decidida em outro processo, também por falecer ao CARF a competência para apreciar questões atinentes a parcelamento de débitos. CERCEAMENTO DO DIREITO À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO. FALTA DE ALEGAÇÃO E COMPROVAÇÃO. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA CARF Nº 22. Se o contribuinte demonstra pleno e específico conhecimento dos débitos com exigibilidade não suspensa que motivaram sua exclusão do SIMPLES NACIONAL, não alega nem comprova cerceamento ao seu direito à ampla defesa e ao contraditório e, além disso, do exame dos autos não se constata qualquer prejuízo a esse direito, não se há de declarar a nulidade do Ato Declaratório de exclusão do regime simplificado. Inaplicável, no caso, a Súmula CARF nº 22. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13687.000653/200824 Acórdão n.º 130100.693 S1C3T1 Fl. 109 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Valmir Sandri. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior, Paulo Jakson da Silva Lucas, Carlos Augusto de Andrade Jenier, Valmir Sandri e Alberto Pinto Souza Junior. Relatório CERÂMICA CAPINÓPOLIS LTDA., já qualificada nestes autos, inconformada com o Acórdão n° 0929.314, de 05/05/2010, da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora/MG, recorre voluntariamente a este Colegiado, objetivando a reforma do referido julgado. O relatório elaborado por ocasião do julgamento do processo em primeira instância descreve de forma sucinta e objetiva o ocorrido, pelo que peço vênia para transcrevê lo. Tratase de manifestação de inconformidade contra Ato Declaratório Executivo (ADE) da DRF Uberlândia, de 22/8/2008, que excluiu o sujeito passivo do Simples Nacional em virtude da existência de débitos com a Fazenda Pública com exigibilidade não suspensa. O ADE foi cientificado ao interessado em 16/9/2008 (folha 67) e este postou sua inconformidade em 15/10/2008 (folha 1). Alega que os débitos relativos ao IRPJ e CSLL, quarto trimestre de 2004, foram incluídos no PAEX120 e que a divergência relativa a contribuições sociais previdenciárias foi regularizada mediante entrega de retificadora para a competência 12/2002 e GFIP 13/2002. Em 26/11/2008 (folha 62), reitera os motivos das petições já protocoladas. À folha 69, consta informação da impossibilidade da suspensão da exclusão no sistema Sivex. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13687.000653/200824 Acórdão n.º 130100.693 S1C3T1 Fl. 110 3 Em 27/3/2009 (folhas 71e 72), apresenta novo arrazoado reiterando que os débitos de CSLL e IRPJ são, àquela época, os únicos a constarem em suas pesquisas. Os débitos previdenciários foram regularizados. À folha 82, os autos foram encaminhados à Saort/DRF/UBE para juntada de informações sobre o parcelamento PAEX. Em resposta, esta última seção informou (folhas 83 a 86), mediante a juntada de cópia do Despacho Decisório 1280/DRF/UBE, exarado nos autos 10675.000587/200914, que os citados débitos não foram incluídos no PAEX tendo em vista terem sido confessados mediante DCTF em data posterior àquela permitida para tais efeitos. Desses documentos juntados foi dada ciência ao impugnante em 13/3/2010 (folhas 87 a 89). Em 26/3/2010, o manifestante protocola documento informando que os débitos citados foram declarados tempestivamente mediante entrega de Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, em 30/6/2005, e “constitui prova irrefutável de confissão de débito, não devendo, portanto, prevalecer a sustentação de débitos não constituídos por omissão de entrega de DCTF. A declaração do imposto de rendas é uma confissão de débitos tanto que a mesma já constitui em notificação ao contribuinte, do débito.” À folha 99, foi juntada informação do Sivex referente aos débitos do contribuinte após o prazo de regularização do ato declaratório. A 5ª Turma da DRJ em Juiz de Fora/MG analisou a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte e, por via do Acórdão nº 0929.314, de 05/05/2010 (fls. 100/101), consideroua improcedente com a seguinte ementa: Assunto: Simples Nacional Anocalendário: 2008 DÉBITOS. AUSÊNCIA DE SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE. Não provando o manifestante a exigibilidade não suspensa de débitos que ensejaram sua exclusão da sistemática de tributação do Simples Nacional, corretos os motivos expostos no ato declaratório de exclusão. Ciente da decisão de primeira instância em 01/07/2010, conforme Aviso de Recebimento à fl. 105, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 01/07/2010 conforme carimbo de recepção à folha 103. No recurso interposto (fls. 103/104), a interessada reitera seus argumentos no sentido de que tanto a DIPJ quanto a DCTF deveriam ser consideradas como instrumento hábil para confissão de débito. Desta forma, a DIPJ tempestivamente apresentada seria suficiente para que os débitos do IRPJ e CSLL, referentes ao quarto trimestre de 2004, fossem incluídos no PAEX – 120 estando, por consequência, com sua exigibilidade suspensa. Nenhum óbice haveria, pois, à adesão ao Simples Nacional. Pede, então, o cancelamento do Ato Declaratório Executivo de exclusão do Simples Nacional. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13687.000653/200824 Acórdão n.º 130100.693 S1C3T1 Fl. 111 4 É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. Gira a lide em torno da exclusão do contribuinte do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, em face de possuir débitos com a Fazenda Pública Federal, com exigibilidade não suspensa. A exclusão se fez mediante Ato Declaratório Executivo (fl. 04), datado de 22/08/2008, com ciência por via postal em 16/09/2008 (fl. 67). O prazo para regularização dos débitos foi até 16/10/2008. Eis os dispositivos da referida Lei Complementar aplicáveis à matéria e que fundamentaram o Ato Declaratório Executivo de exclusão: Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: [...] V que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; [...] Art. 31. A exclusão das microempresas ou das empresas de pequeno porte do Simples Nacional produzirá efeitos: [...] IV na hipótese do inciso V do caput do art. 17 desta Lei Complementar, a partir do anocalendário subseqüente ao da ciência da comunicação da exclusão. [...] §2o Na hipótese do inciso V do caput do art. 17 desta Lei Complementar, será permitida a permanência da pessoa jurídica como optante pelo Simples Nacional mediante a comprovação da regularização do débito no prazo de até 30 (trinta) dias contado a partir da ciência da comunicação da exclusão. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13687.000653/200824 Acórdão n.º 130100.693 S1C3T1 Fl. 112 5 À fl. 75 encontro consulta aos sistemas de processamento da RFB, na qual consta a existência de débitos não previdenciários e previdenciários consolidados até agosto de 2008, motivadores da exclusão do Simples Nacional, com as seguintes informações: a) IRPJ, código 2089, PA 10/2004 valor do saldo: R$ 3.629,32 b) CSLL, código 2372, PA 10/2004 valor do saldo: R$ 3.266,38 c) nº da IP: 003606042008; valor do saldo: R$ 6.056,35 À fl. 99, encontro consulta semelhante, porém referida aos débitos ainda encontrados após o prazo de 30 dias para regularização. Ali constam dois débitos, correspondente aos itens (a) e (b), acima, do que se depreende que o débito do item (c) teria sido tempestivamente regularizado, não mais integrando o litígio nem constituindo óbice à adesão do contribuinte ao sistema. Tal informação, acerca da existência de débitos exigíveis, foi decisiva para o desprovimento da manifestação de inconformidade, em primeira instância administrativa. Em sede recursal, a contribuinte reitera suas razões anteriormente apresentadas, no sentido de que os débitos tidos por impeditivos teriam sido por ela incluídos no parcelamento especial (PAEX – 120) e, desta forma, devidamente regularizados. Do exame dos autos, constato que a análise quanto à possibilidade de inclusão, ou não, dos débitos acima identificados como (a) e (b) no parcelamento especial (PAEX – 120) foi feita nos autos do processo administrativo nº 10675.000587/200914. À fl. 74 deste processo encontro cópia do documento que originou aquele outro processo, a saber, a SOLICITAÇÃO DE REVISÃO DOS DÉBITOS CONSOLIDADOS NO PAEX – SRDCPAEX, mediante o qual a interessada pleiteia que os dois débitos em questão sejam incluídos no parcelamento. A autoridade administrativa competente proferiu decisão, cuja cópia se encontra neste processo às fls. 84/85, indeferindo fundamentadamente o pedido, e não há notícia nos autos de que tal decisão tenha sido modificada. De qualquer forma, a possibilidade de inclusão dos débitos no parcelamento já foi apreciada e rejeitada em outro processo administrativo, pelo que descabe reabertura da questão nestes autos, inclusive por falecer competência a este Colegiado para apreciar questões atinentes a parcelamento de débitos. Resta, então, inalterada a situação fática que motivou a decisão recorrida, pelo que inexistem também razões para alterála. O contribuinte possuía débitos exigíveis por ocasião de sua opção pelo Simples Nacional, e deixou de promover sua regularização no prazo legal, motivo necessário e suficiente para sua exclusão do regime especial unificado de arrecadação. Finalmente, é de se verificar se seria o caso de declaração de nulidade do Ato Declaratório de exclusão do SIMPLES NACIONAL, em face da súmula CARF nº 22, a seguir transcrita. Súmula CARF nº 22: É nulo o ato declaratório de exclusão do Simples que se limite a consignar a existência de pendências perante a Dívida Ativa da União ou do INSS, sem a indicação dos débitos inscritos cuja exigibilidade não esteja suspensa. Fl. 118DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13687.000653/200824 Acórdão n.º 130100.693 S1C3T1 Fl. 113 6 O contexto em que surgiram as decisões administrativas que deram origem à súmula acima era o da vigência da Lei nº 9.317/1996, sendo de especial interesse seu artigo 9º, verbis: Art. 9° Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: [...] XV que tenha débito inscrito em Dívida Ativa da União ou do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, cuja exigibilidade não esteja suspensa; XVI cujo titular, ou sócio que participe de seu capital com mais de 10% (dez por cento), esteja inscrito em Dívida Ativa da União ou do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, cuja exigibilidade não esteja suspensa; Muitos litígios surgiram e foram levados à apreciação do extinto Terceiro Conselho de Contribuintes. A jurisprudência administrativa se firmou no sentido da nulidade do Ato Declaratório Executivo (ADE) de exclusão do SIMPLES e foram colhidos, como paradigmas representativos do consenso, os acórdãos de nº 30331.479, 30331.882, 301 31.763, 30131.917 e 30132.120. Aquele Conselho, então, houve por bem editar a Súmula nº 2 do Terceiro Conselho de Contribuintes, posteriormente recepcionada como Súmula nº 22 do CARF. Releva investigar os fundamentos dos acórdãos tidos por paradigmas para a aprovação da súmula, pois é a partir deles que se poderá concluir por sua aplicação, ou não, ao caso sob exame. Passo a fazêlo. 1) Acórdão 30331.479, de 17/06/2004 • O ADE é nulo de pleno direito por cerceamento do direito de defesa. • O ADE indicou a existência de pendências da empresa e/ou sócios junto à PGFN. • A empresa não sabia a qual sócio se referiam as pendências, e apresentou manifestação de inconformidade com CND de outra pessoa. • Fundamento da decisão: cerceamento do direito de defesa, comprovado nos autos. Não se cogitou de vício de forma. 2) Acórdão 30331.882, de 24/02/2005 • ADE é nulo por vício de forma. Falta de demonstração dos fundamentos e dos fatos jurídicos que o embasaram. • O ADE indicou a existência de pendências da empresa e/ou sócios junto à PGFN, sem discriminação acerca de quais seriam tais pendências. • O ADE não mencionou o dispositivo legal infringido. • O fato descrito de modo impreciso no ADE não acarretou sua subsunção à norma. • Fundamento da decisão: vício de forma, o ato deve ser motivado com a demonstração dos fundamentos e dos fatos jurídicos que o embasaram. O vício de forma impossibilitou a defesa adequada do contribuinte. 3) Acórdão 30131.763, de 14/04/2005 • O processo de exclusão do Simples é nulo. Fl. 119DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13687.000653/200824 Acórdão n.º 130100.693 S1C3T1 Fl. 114 7 • O ADE indicou a existência de pendências da empresa e/ou sócios junto à PGFN, sem discriminação acerca de quais seriam tais pendências, nem se teriam sido objeto de inscrição em Dívida Ativa. • Fundamento da decisão: cerceamento do direito de defesa. 4) Acórdão 30131.917, de 17/06/2005 • O ADE foi anulado por vício formal. Falta de estabelecimento de nexo entre o motivo do ato (situação material que lhe serviu de suporte) e a norma jurídica. Preterição do direito de defesa. • O ADE indicou a existência de pendências da empresa e/ou sócios junto à PGFN. • Fundamento da decisão: Inadequação entre o motivo do ato (pendências junto à PGFN) e a norma jurídica (débito inscrito em Dívida Ativa). A não explicitação da motivação cerceou o direito de defesa. 5) Acórdão 30132.120, de 13/09/2005 • O processo foi anulado por vício formal. Falta de estabelecimento de nexo entre o motivo do ato (situação material que lhe serviu de suporte) e a norma jurídica. Preterição do direito de defesa. • O ADE indicou a existência de pendências da empresa e/ou sócios junto à PGFN e ao INSS. • Fundamento da decisão: Inadequação entre o motivo do ato (pendências junto à PGFN e INSS) e a norma jurídica (débito inscrito em Dívida Ativa, com exigibilidade não suspensa). A análise acima, no que toca aos fundamentos de cada decisão, bem pode ser sintetizada no quadro que segue: ACÓRDÃO (1) (2) (3) (4) (5) Fundamento: Inadequação entre situação material e norma jurídica Não Sim Não Sim Sim Fundamento: Cerceamento ao direito de defesa Sim Subsidiário / decorrente Sim Subsidiário / decorrente Não Como se pode observar, dois foram os fundamentos para a declaração de nulidade do ADE. O primeiro deles, adotado em três dos paradigmas, foi a inadequação entre a situação material e a norma jurídica. Naquelas oportunidades, o ADE se limitava a consignar a existência de pendências junto à PGFN (situação material), enquanto o impedimento para a permanência no sistema simplificado seria a existência de débitos inscritos em Dívida Ativa com exigibilidade não suspensa (norma jurídica, art. 9º da Lei nº 9.317/1996). Entendo que tal fundamento não se aplica à situação ora analisada. A norma jurídica agora vigente é o art. 17 da Lei Complementar nº 123/2006, já anteriormente transcrito neste voto. Desta feita, a subsunção do fato à norma é correta, e não deixa margem a questionamentos. A situação material apontada pela Administração Tributária coincide com a prevista pela norma jurídica. Quanto ao segundo fundamento, na situação anterior, que motivou o surgimento da súmula nº 22, o ônus de descobrir quais pendências representariam, efetivamente, débitos inscritos em dívida ativa, e quais seriam esses débitos passíveis de regularização era transferido ao contribuinte. Ainda, a regularização exigida não se fazia especificamente com relação aos débitos que motivaram a emissão do ADE, sendo requerida Fl. 120DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13687.000653/200824 Acórdão n.º 130100.693 S1C3T1 Fl. 115 8 do contribuinte, genericamente, a apresentação de Certidão Negativa de Débitos da pessoa jurídica e de seus sócios. Em tais condições, quatro dos acórdãos paradigmas consideraram consubstanciado o cerceamento ao direito à ampla defesa e ao contraditório e, diante disso, decretaram a nulidade do ADE. Na situação presente, a indicação dos débitos não foi meramente alusiva à sua existência, mas sim apontando especificamente o local (a página na internet) onde o contribuinte poderia obter o detalhamento dos débitos existentes. Também a regularização exigida é específica quanto a esses débitos. Diante disso, considero que o prejuízo não pode ser teórico nem presumido, devendo ser comprovado nos autos. Se o contribuinte, em sua manifestação de inconformidade, demonstra conhecer perfeitamente quais débitos motivaram sua exclusão do sistema simplificado, descabe declarar a nulidade do ato por cerceamento ao direito de defesa meramente presumido e nem ao menos alegado. Nesse sentido, pertinente a lição de Neder e López1: Evidentemente, há de se contestar aqueles que defendem a idéia de que as hipóteses de nulidade em processo fiscal são, apenas, as discriminadas nos incisos I e II do artigo 59 do PAF. O legislador explicitamente se referiu a duas regras sancionadoras de nulidade, a primeira referese a pressuposto subjetivo (agente competente) de atos processuais (atos, termos, despachos e decisões), enquanto a segunda atente a pressuposto processual de ato decisório, eis que a obediência ao princípio constitucional da ampla defesa é mandatório em todo o processo administrativo fiscal. A existência de qualquer ato precedente produzido em ofensa ao contraditório e à ampla defesa macula o ato decisório posterior, que deverá ser tornado ineficaz por declaração de nulidade pelo julgador. [...] O inciso II cuida, ainda, da nulidade decorrente de cerceamento do direito de defesa que, no processo administrativo fiscal, é garantido pela Constituição Federal. Daí as decisões administrativas devem ser emitidas sempre em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa sob pena de serem consideradas nulas pela falta de elemento essencial à sua formação. Da mesma forma, a omissão de requisitos essenciais enseja a nulidade do lançamento quando cercearem o direito de defesa do contribuinte. É preciso, no entanto, examinar, no caso concreto, se o vício defensivo prejudica a ampla defesa como um todo, ou não. Para Ada Pellegrini Grinover, “há nulidade absoluta quando for afetada a defesa como um todo; nulidade relativa com prova de prejuízo (para a defesa) quando o vício do ato defensivo não tiver essa conseqüência”. Neste caso, o vício pode ser sanado. Segundo a autora, “o vício ou a inexistência do ato defensivo pode não levar, como conseqüência necessária, à vulneração do direito de defesa, em sua inteireza, dependendo a declaração de nulidade da demonstração do prejuízo à atividade defensiva como um todo”. A nulidade por vícios processuais carece de um fim em si mesma, isto é, não tem existência autônoma. Confirmando esta posição, o artigo 60 do Decreto nº 70.235/72 prevê a necessidade da prova de prejuízo no caso de vícios que não alcancem formalidades essenciais. Assim, por exemplo, a falta de indicação da capitulação legal do lançamento pode prejudicar a defesa do contribuinte, mas, se ele, em sua impugnação, demonstra saber, perfeitamente, os fundamentos jurídicos de sua 1 NEDER, Marcos Vinicius e LÓPEZ, Maria Tereza Martínez. Processo Administrativo Fiscal Federal comentado. 2ª ed. São Paulo: Dialética, 2004, pp. 477, 478, 480 e 481. Fl. 121DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13687.000653/200824 Acórdão n.º 130100.693 S1C3T1 Fl. 116 9 acusação, não é caso de nulidade. Tal imperfeição no ato do lançamento não necessariamente leva ao pronunciamento da nulidade pelo julgador. Entre os fundamentos mais comuns para pedido de nulidade por cerceamento do direito de defesa, encontramse, por exemplo: o nãoatendimento ao princípio do contraditório ou a omissão de formalidade essencial no ato de lançamento. Por sua vez, as autoridades julgadoras para não acolher, ou acolher parcialmente, as argüições de nulidade baseiam suas decisões no fato de o interessado não haver demonstrado o efetivo prejuízo [...]. Na Teoria do Processo, as nulidades não são um fim em si mesmas, antes se destinam a preservar as garantias e direitos das partes. Sob esta ótica, não se há de decretar uma nulidade sem que reste demonstrado o prejuízo ao direito que ela visa a preservar. É exatamente este o sentido do vetusto, mas ainda aplicável, brocardo jurídico pas de nullité sans grief (não há nulidade sem prejuízo), recentemente trazido à baila por um ilustre Conselheiro deste Colegiado. Também nessa linha de raciocínio, peço vênia para transcrever brilhante excerto do voto do Ministro Relator Napoleão Nunes Maia Filho, por ocasião do julgamento, pelo Superior Tribunal de Justiça, do Habeas Corpus nº 99.996SP (2008/00271824, data do julgamento 06/05/2008, publicado no DJe em 23/06/2008): 12. O processo não é um fim em si mesmo. Objetiva, sobretudo, garantir o respeito aos princípios considerados fundamentais, fornecendo a todo cidadão a segurança de que só será condenado após o justo processo. Exatamente por sua importância, o EstadoJuiz deve coibir a sua utilização como forma de impedir ou frustrar a atuação jurisdicional, acolhendo interpretações desprovidas de razoabilidade, sempre que constatar a inexistência de prejuízo para a defesa. Admitir a nulidade sem nenhum critério de avaliação, mas apenas por simples presunção de ofensa aos princípios constitucionais, é permitir o uso do devido processo legal como mero artifício ou manobra de defesa e não como aplicação do justo a cada caso, distanciandose o direito do seu ideal, qual seja, a aplicação da justiça. O Supremo Tribunal Federal igualmente se manifestou sobre a matéria, concluindo pela necessidade de demonstração do prejuízo, ainda que se trate de nulidade absoluta. Ilustrativo o julgamento do Agravo Regimental no Agravo de Instrumento nº 559.6329 MG, em 06/12/2005, sendo Relator o Ministro Sepúlveda Pertence. Ao final, o acórdão foi publicado no DJU em 03/02/2006, e restou assim ementado (grifos no original): 1. Recurso extraordinário: Descabimento: Acórdão recorrido que, para afastar as nulidades argüidas, limitouse a interpretar e aplicar a legislação ordinária pertinente (C.Pr.Penal, arts. 475; 563; e 578, VIII), a cujo reexame não se presta o RE: incidência, mutatis mutandis, do princípio da Súmula 636. 2. Nulidades processuais: ausência de prejuízo: “pas de nullité sans grief”. É da jurisprudência do Supremo Tribunal que não se adstringe ao das nulidades relativas o domínio do princípio fundamental da disciplina das nulidades processuais o velho pas de nullité sans grief , corolário da natureza instrumental do processo, donde sempre que possível ser exigida a prova do prejuízo, ainda que se trate de nulidade absoluta (HHCC 81.510, Pertence, 1T., DJ 12.4.02; HC 74.671, Velloso, 2ª T., DJ 11.4.97). Fl. 122DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13687.000653/200824 Acórdão n.º 130100.693 S1C3T1 Fl. 117 10 3. Júri: proibição de produção ou leitura de documento no plenário do Júri: nulidade que, além de relativa, não se configura quando o documento impugnado não chegou a ser lido em plenário: precedentes. Retornando ao exame do caso concreto, considero que o prejuízo ao direito à ampla defesa e ao contraditório precisaria ter sido alegado e comprovado pela parte supostamente prejudicada. Mesmo na falta de alegação, o julgador administrativo poderia, do exame dos autos e das circunstâncias do litígio, constatar a ocorrência do prejuízo. Nada disso encontro nos presentes autos. O cerceamento não foi alegado, e na manifestação de inconformidade a interessada demonstra conhecer especificamente os débitos que lhe são imputados, aduzindo com desenvoltura as razões pelas quais entende improcedente o ato impugnado. Em tais condições, não alegado nem comprovado qualquer prejuízo ao direito da interessada à ampla defesa e ao contraditório, não encontro aplicabilidade para a Súmula CARF nº 22. É certo que, em oportunidade anterior, já votei pela aplicação da mencionada súmula, não vinculando a nulidade ao exame acerca da efetividade do prejuízo. No entanto, ao reexaminar a matéria em maior profundidade, concluo que descabe sua aplicação automática, pelas razões aqui desenvolvidas. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 123DF CARF MF Impresso em 02/03/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/10/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 26/10/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Numero do processo: 10930.001522/2006-85
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Nov 11 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Nov 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO
INTEMPESTIVO.
Não merece ser conhecido recurso voluntário interposto depois de decorrido
o prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235/72.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3302-001.333
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não
conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: GILENO GURJAO BARRETO
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ementa_s : Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO. Não merece ser conhecido recurso voluntário interposto depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235/72. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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Numero do processo: 10283.003537/2005-79
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Feb 21 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Feb 21 00:00:00 UTC 2011
Ementa: REGIMENTO INTERNO CARF DECISÃO DEFINITIVA STF E STJ ARTIGO 62-A
DO ANEXO II DO RICARF- Segundo o artigo 62-A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito,
proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil devem ser reproduzidas no julgamento dos recursos no âmbito deste Conselho.
IRPJ E OUTROS DECADÊNCIA O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de Recurso Representativo de Controvérsia, pacificou o entendimento segundo o qual para os casos em que se constata pagamento parcial do tributo, deve-se aplicar o artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional; de outra parte, para os casos em que não se verifica o pagamento, deve ser aplicado o artigo 173, inciso I, também do Código Tributário Nacional. O Superior Tribunal de Justiça assevera que o dies a quo, nesta última hipótese, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato imponível.
Numero da decisão: 9101-000.811
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª TURMA DA CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS
FISCAIS, em negar provimento ao Recurso Especial.
Matéria: IRPJ - AF - lucro arbitrado
Nome do relator: Karem Jureidini Dias
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ementa_s : REGIMENTO INTERNO CARF DECISÃO DEFINITIVA STF E STJ ARTIGO 62-A DO ANEXO II DO RICARF- Segundo o artigo 62-A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil devem ser reproduzidas no julgamento dos recursos no âmbito deste Conselho. IRPJ E OUTROS DECADÊNCIA O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de Recurso Representativo de Controvérsia, pacificou o entendimento segundo o qual para os casos em que se constata pagamento parcial do tributo, deve-se aplicar o artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional; de outra parte, para os casos em que não se verifica o pagamento, deve ser aplicado o artigo 173, inciso I, também do Código Tributário Nacional. O Superior Tribunal de Justiça assevera que o dies a quo, nesta última hipótese, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato imponível.
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IRPJ E OUTROS DECADÊNCIA O Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de Recurso Representativo de Controvérsia, pacificou o entendimento segundo o qual para os casos em que se constata pagamento parcial do tributo, devese aplicar o artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional; de outra parte, para os casos em que não se verifica o pagamento, deve ser aplicado o artigo 173, inciso I, também do Código Tributário Nacional. O Superior Tribunal de Justiça assevera que o dies a quo, nesta última hipótese, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato imponível. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 11ªª TTUURRMMAA DDAA CCÂÂMMAARRAA SSUUPPEERRIIOORR DDEE RREECCUURRSSOOSS FFIISSCCAAIISS, em negar provimento ao Recurso Especial. (assinado digitalmente) Caio Marcos Cândido Presidente (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias Relatora Fl. 268DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS Assinado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, 21/03/2011 por CAIO MARCOS CANDIDO Processo nº 10283.003537/200579 Acórdão n.º 910100.811 CSRFT1 Fl. 2 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Caio Marcos Cândido, Viviane Vidal Wagner, Susy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho, Claudemir Rodrigues Malaquias, Leonardo de Andrade Couto, Antônio Carlos Guidoni Filho, Valmir Sandri, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz. Relatório Tratase de Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional, com base no artigo 7º, inciso II, do antigo Regimento Interno da Câmara Superior Recursos Fiscais, em face do Acórdão nº 10196.696, da então Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes. O Auto de Infração exige IRPJ, CSLL, Contribuição ao PIS e COFINS, referente anocalendário de 1999, cuja ciência se deu em 20/07/2005 (fl. 09). Impugnado o lançamento, sobreveio o acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que julgou o lançamento procedente. Sobrevieram, então, Recurso Voluntário e o acórdão da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, o qual acolheu a preliminar de decadência, nos termos da seguinte ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 1999 Ementa: LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. A Fazenda Pública dispõe de 5 (cinco) anos, contados a partir do fato gerador, para promover o lançamento de tributos e contribuições sociais enquadrados na modalidade do art. 150 do CTN, a do lançamento por homologação. Inexistência de pagamento ou descumprimento do dever de apresentar declarações não alteram o prazo decadencial nem o termo inicial da sua contagem. Apenas se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação aplicase a regra do art. 173, I, do Código. A Fazenda Nacional apresentou, então, Recurso Especial de Divergência, no qual alega, em suma, que deve ser aplicado o prazo previsto no artigo 173, inciso I, em detrimento do artigo 150, §4º, ambos do Código Tributário Nacional, uma vez que não há pagamento antecipado. O Despacho de fls. 428/429 deu seguimento ao Recurso da Fazenda Nacional. O contribuinte apresenta suas Contrarrazões às fls. 437/443. É o relatório. Fl. 269DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS Assinado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, 21/03/2011 por CAIO MARCOS CANDIDO Processo nº 10283.003537/200579 Acórdão n.º 910100.811 CSRFT1 Fl. 3 3 Voto Conselheira Karem Jureidini Dias, Relatora. O Recurso Especial bem demonstra a divergência acerca da aplicação do prazo decadencial, como constata o Despacho de Admissibilidade de fls. 428/429. Conheço do Recurso Especial da Fazenda Nacional. A matéria versa sobre decadência do IRPJ e reflexos, mais especificamente, se é aplicável o prazo previsto no artigo 173, inciso I ou no artigo 150, §4º, ambos do Código Tributário Nacional. Para tanto, verificase que: (i) o acórdão recorrido aplicou o prazo decadencial previsto no artigo 150, § 4° do Código Tributário Nacional; (ii) o acórdão recorrido, neste passo, cancelou a exigência fiscal referente ao anocalendário de 1999 (períodos de agosto e outubro), tendo em vista que a ciência do auto de infração lavrado para a constituição do crédito tributário se verificou em 20/07/2005; (iii) A DIPJ 2000 apresenta valores devidos de PIS/PASEP – folha de salários, não apresenta valores de COFINS, CSLL e IRPJ; (iv) Não houve imposição de multa qualificada; e (v) o Recurso Especial pugna pela aplicação do artigo 173 do Código Tributário Nacional. Tendo em vista a alteração do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, com o acréscimo do artigo 62A, no Anexo II, necessário se faz que este colegiado adote o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, quando a matéria tenha sido julgada por meio de Recurso Representativo de Controvérsia, nos termos do artigo 543B e 543C, do Código de Processo Civil. Eis a redação do artigo 62A do Anexo II, do Ricarf: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No tocante ao prazo decadencial aplicável aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), sessão em 12 de agosto de 2009, relator o Ministro Luiz Fux, pacificou entendimento a ser adotado por aquele colegiado, em acórdão assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A Fl. 270DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS Assinado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, 21/03/2011 por CAIO MARCOS CANDIDO Processo nº 10283.003537/200579 Acórdão n.º 910100.811 CSRFT1 Fl. 4 4 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, inaludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Fl. 271DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS Assinado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, 21/03/2011 por CAIO MARCOS CANDIDO Processo nº 10283.003537/200579 Acórdão n.º 910100.811 CSRFT1 Fl. 5 5 Neste passo, a despeito do posicionamento que sempre adotei, em razão da atual previsão regimental do CARF, manifestome por acolher o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça acerca do prazo decadencial aplicável. Considerando que no caso não há acusação de dolo, havendo pagamento parcial, de se aplicar o artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional; de outra parte, não se verificando o pagamento parcial, deve ser aplicado o artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Analisando os documentos juntados aos autos, verifico que na DIPJ 2000 (fls. 268 e seguintes), referente ao anocalendário de 1999, período objeto do lançamento em discussão, o contribuinte acusou pagamento relativo somente à Contribuição ao PIS, não informando ter efetuado qualquer pagamento relativos à COFINS, ao IRPJ e à CSLL. De se salientar que o referido PIS, corresponde ao PIS/PASEP – folha de salários. Caberia, à princípio, analisar se o recolhimento em questão ensejaria, ao menos, para a Contribuição ao PIS, a aplicação da regra decadencial do artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional. Entretanto, deixo de assim proceder, posto que o julgamento relativo à aplicação da regra decadencial do artigo 173, I do Código Tributário Nacional aplicável para os demais tributos, que não apresentaram pagamentos, é suficiente ao deslinde da questão e causa prejuízo ao contribuinte. Desta forma, no tocante à contagem do prazo, uma vez não constatada a existência de pagamento parcial, devese aplicar o artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Neste ponto, se adotado o critério utilizado por este colegiado para interpretação do disposto no artigo 173, inciso I do Código Tributário Nacional, o fato gerador correspondente a 31/12/1999 poderia ser objeto de lançamento no ano de 2000, razão pela qual o início da contagem do prazo decadencial ocorreria em 01/01/2001 e, nessa medida, caminharia o voto por dar provimento, ao menos parcial, ao Recurso da Fazenda Nacional. De se verificar, contudo, que não adota esta julgadora seu posicionamento pessoal, o qual seria pela aplicação do artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional, tampouco devese aplicar a interpretação deste colegiado, ainda que sedimentada, no que concerne ao disposto no artigo 173, do Código Tributário Nacional. Como dito, por força regimental, naquilo que houve decisão específica por parte do Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Repetitivo, deve ser o decisum aplicado ao caso sub judice. Se assim é, vale repetir a conclusão constante do item 3 da ementa do Recurso Especial nº 973.733SC, de relatoria do Exmo. Ministro Luiz Fux, quando ainda participava do Superior Tribunal de Justiça: “3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, inaludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação (...)” Ora, ao se aplicar a decisão do STJ, sem pestanejar, no que tange ao dies a quo do prazo decadencial previsto no artigo 173, I, do Código Tributário Nacional, teríamos que adotar o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador. Nessa Fl. 272DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS Assinado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, 21/03/2011 por CAIO MARCOS CANDIDO Processo nº 10283.003537/200579 Acórdão n.º 910100.811 CSRFT1 Fl. 6 6 medida, de se verificar que assiste razão ao contribuinte quando em sua Contrarrazões afirma que: Ora no caso analisado os fatos geradores ocorreram em 1999, podendo, a partir de 2000, o lançamento ser efetuado pela União Federal (e não 2001 como pretende fazer crer a Recorrente). Desta feita o lançamento deveria ser efetuado até 2004. Realizando a lavratura do Auto de Infração somente em 2005, mister seia mantida a r. decisão recorrida, vez que o débito em questão foi atingido pela decadência. Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Karem Jureidini Dias – Relatora. Fl. 273DF CARF MF Emitido em 22/03/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS Assinado digitalmente em 14/03/2011 por KAREM JUREIDINI DIAS, 21/03/2011 por CAIO MARCOS CANDIDO
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