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Numero do processo: 10783.906597/2012-33
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3301-000.899
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, á Unidade de Origem, para que elabore relatório onde se demonstre o critério de rateio adotado para os créditos a serem descontados.
assinado digitalmente
Winderley Morais Pereira - Presidente.
assinado digitalmente
Ari Vendramini - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini (Relator)
Nome do relator: ARI VENDRAMINI
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Por bem descrever os fatos, adoto os dizeres do Relatório do Acórdão nº 09 49342, exarado pela 2ª Turma da DRJ/JUIZ DE FORA : O interessado transmitiu os Pedidos de Ressarcimento (PER) e/ou Declarações de Compensação (Dcomp) relacionados no Despacho Decisório, RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 83 .9 06 59 7/ 20 12 -3 3 Fl. 1773DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.773 2 visando a compensação dos débitos nelas declarados, com crédito oriundo de PIS/Pasep nãocumulativo referente ao 4º trimestre de 2008; A DRFVitória/ES emitiu Despacho Decisório, no qual reconhece parcialmente o direito creditório e homologa as compensações pleiteadas até o limite do crédito reconhecido; A empresa apresenta manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese que : a) em preliminar: a.1) da imprecisão da apuração fiscal; a.2) da legitima desconsideração de negócios jurídicos. Da ausência de previsão legal para os procedimentos adotados pela fiscalização; b) do mérito: b.1) dos fundamentos jurídicos de validade e correção dos créditos de PIS e Cofins não cumulativos auferidos pela impugnante; b.2) da insubsistência das provas apresentadas pela fiscalização; b.3) da ausência de comprovação por parte da fiscalização, acerca da participação conjunta da impugnante com as empresas laranjas citadas nos itens II.4 e II.5, do Parecer Fiscal; b.4) a contabilidade (aquisições devidamente registradas) como meio de prova em favor da impugnante – a essência sobre a forma; b.5) da patente contradição do fisco frente a atuação pretérita e atual; b.6) das diligências efetuadas sob a denominação “Operação tempo decolheita”. Da ausência de nexo de casualidade para com as operações realizadas pela recorrente; b.7) da impossibilidade de extensão em face da impugnante dos efeitos dos atos praticados no âmbito da denominada “Operação Broca”; b.8) do entendimento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento sobre a possibilidade do creditamento integral do PIS e da Cofins nas aquisições de cooperativas; b.9) sem dúvida, um dado curioso; b.10) da precariedade do trabalho fiscal – prova produzida pela impugnante; b.11) do restabelecimento integral dos créditos informados pela impugnante; É o breve relatório. 4. Assim restou ementada a decisão da DRJ/JUIZ DE FORA, materializada no retrocitado Acórdão : Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2008 NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Incabível anular decisão sem que haja fatos ofensivos ao direito de ampla defesa, ao contraditório ou às normas que definem competência. PIS/PASEP COFINS.NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. ILEGITIMIDADE. PESSOA JURÍDICA IRREGULAR. A realização de transações com pessoas jurídicas irregulares, com fortes indícios de terem sido inseridas na cadeia produtiva com único propósito de gerar crédito na sistemática da não cumulatividade, compromete a liquidez e certeza do pretenso crédito, o que autoriza a sua glosa, sendo insuficiente para afastála, nesse caso, a prova do pagamento do preço e do recebimento dos bens adquiridos. Fl. 1774DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.774 3 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido 5. Irresignada com tal decisão, a empresa interpôs Recurso Voluntário, tempestivamente, onde, em suas razões de defesa, repisa os argumentos expendidos na impugnação como segue : 01 – FATO RELEVANTE a) aquisições de fornecedores b) aquisições de cooperativas 02 – PRELIMINARES a) da nulidade absoluta do procedimento fiscal, face ao inequívoco cerceamento ao direito de defesa da recorrente b) da descaracterização dos negócios jurídicos – situação tributária de todas as pessoas envolvidas 03 – DO MÉRITO a) da insubsistência das provas apresentadas pela fiscalização b) da contabilidade (aquisições devidamente registradas) como meio de prova em favor da recorrente – a essência sobre a forma c) da patente contradição do Fisco frente á atuação pretérita e atual d) das diligências realizadas sob a denominação “ Operação Tempo de Colheita”. Da ausência de nexo de causalidade para com as operações realizadas pela recorrente e) da impossibilidade de extensão em face da recorrente dos efeitos dos atos praticados no âmbito da denominada “Operação Broca” f) do entendimento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento sobre a possibilidade do creditamento integral do PIS e da COFINS nas aquisições de cooperativas g) sem dúvida, um dado curioso h) da precariedade do trabalho fiscal – prova produzida pela recorrente i) do restabelecimento integral dos créditos informados pela recorrente 04 – CONCLUSÃO se contornadas a s questões anteriores, o que se cogita apenas como argumento, entende a Recorrente que deve ser dado provimento integral ao presente recurso, visto que de todo corretos os seus procedimentos, em especial, pelos seguintes motivos : Fl. 1775DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.775 4 É o relatório. Voto Conselheiro Ari Vendramini Relator 6. Peço vênia para reproduzir alguns excertos do voto do julgador da DRJ, constante do processo administrativo nº 15586.720765/201326, ao qual este se encontra apenso, que bem sintetizou as complexas operações envolvidas na autuação Os autos de infração foram lavrados tendo em vista que a empresa apurou créditos indevidos para as contribuições em Fl. 1776DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.776 5 comento e usou parte desses créditos como dedução do valor a pagar no mês respectivo. A autoridade administrativa glosou parte dos citados créditos e indeferiu o pedido de ressarcimento respectivo e/ou não homologou as compensações correspondentes. Assim, as contribuições devidas foram declaradas a menor na DCTF relativa ao mês de apuração tendo em vista as deduções efetuadas com os créditos glosados. Essas diferenças foram lançadas nos autos de infração ora em análise. Registrase que os PER/Dcomps que deram origem às citadas glosas, constam dos processos abaixo;. PROCESSO CONTRIBUIÇÃO PERÍODO 10783.906589/201297 COFINS NÃO CUMULATIVA 4º TRIMESTRE/2008 10783.906590/201211 COFINS NÃO CUMULATIVA 1º TRIMESTRE/2009 10783.906593/201255 COFINS NÃO CUMULATIVA 2º TRIMESTRE/2009 10783.906594/201208 COFINS NÃO CUMULATIVA 3º TRIMESTRE/2009 10783.906597/201233 COFINS NÃO CUMULATIVA 4º TRIMESTRE/2009 10783.906599/201222 COFINS NÃO CUMULATIVA 1º TRIMESTRE/2010 10783.906601/201263 COFINS NÃO CUMULATIVA 2º TRIMESTRE/2010 10783.906603/201252 COFINS NÃO CUMULATIVA 3º TRIMESTRE/2010 10783.906605/201241 COFINS NÃO CUMULATIVA 4º TRIMESTRE/2010 10783.906588/201242 PIS NÃO CUMULATIVO 4º TRIMESTRE/2008 10783.906591/201266 PIS NÃO CUMULATIVO 1º TRIMESTRE/2009 10783.906592/201219 PIS NÃO CUMULATIVO 2º TRIMESTRE/2009 10783.906595/201244 PIS NÃO CUMULATIVO 3º TRIMESTRE/2009 10783.906596/201299 PIS NÃO CUMULATIVO 4º TRIMESTRE/2009 10783.906598/201288 PIS NÃO CUMULATIVO 1º TRIMESTRE/2010 10783.906600/201219 PIS NÃO CUMULATIVO 2º TRIMESTRE/2010 10783.906602/201216 PIS NÃO CUMULATIVO 3º TRIMESTRE/2010 10783.906604/201205 PIS NÃO CUMULATIVO 4º TRIMESTRE/2010 As manifestações de inconformidade apresentadas pela empresa em face dos processos acima, foram julgadas nesta mesma sessão de julgamento tendo sido prolatados acórdãos que as consideraram improcedentes, conforme voto deste mesmo relator (fls. 1.611 dos autos digitais) ............................................................................................................... Desde a implantação do regime de apuração nãocumulativa doPIS/Pasep e da Cofins, temos notícias de que grandes empresas do ramo cafeeiro vêm realizando operações irregulares com o objetivo de apurar e acumular créditos das citadas contribuições que poderão ser ressarcidos e/ou usados em compensação se o produto for exportado. A estratégia adotada passa pela criação de empresas intermediárias,caracterizadas como agroindústrias. O café adquirido por essas empresas tem origem em produtores rurais (pessoas físicas) ou em cerealistas que ao vender seus produtos conferem ao adquirente o direito de descontar créditos presumidos com percentual de 3,238% do valor das aquisições, ou seja, 35% do crédito ordinário (normal). Posteriormente, empresas exportadoras e/ou grandes atacadistas adquirem o café dessas empresas intermediárias, apurando créditos no Fl. 1777DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.777 6 montante de 9,25% (1,65% + 7,6%) de PIS/Pasep e Cofins nãocumulativa. Até este momento, pelo menos aparentemente, não existe nenhuma ilegalidade. O grande problema está no fato de que essas “empresas intermediárias”, criadas com a conivência de grandes exportadoras e/ou grandes atacadistas, são, em regra, constituídas por interpostas pessoas, e não pagam os tributos devidos (muitas delas sequer apresentam as declarações a que estão sujeitas). Significa dizer: são empresas de fachada ou empresas laranjas. Em geral, essas empresas de fachada apresentam algumas características em comum. A saber: não possuem estrutura física condizente com as atividades que dizem exercer, visto que o mínimo que se espera de uma empresa atacadista de café é a existência de áreas de armazenagem além de estrutura que a capacite movimentar grandes volumes de café; os endereços que fornecem como sendo o de sua sede, quando existem, não passam de simples “portas de garagem” e não raro os vizinhos nunca ouviram falar de tal empresa; seus sócios, quando encontrados, não possuem capacidade econômica financeira para serem proprietários de empresa deste porte. Muitas vezes não possuem sequer qualificação profissional e/ou intelectual para tal;incompatibilidade entre volume financeiro movimentado e total de tributos recolhidos, acompanhado de situação de omissão contumaz. Quando apresentam as declarações exigidas pela legislação muitas delas declaram não estar em atividade ou apresentam todos os quadros zerados. Resumindo, são empresas criadas unicamente com o objetivo de gerar créditos indevidos sem pagar os tributos correspondentes. A aplicação do regime de apuração nãocumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e Cofins no setor agropecuário é complexa. A maior parte das operações com o café é multifásica. A primeira fase ocorre quando um produtor (pessoa física) vende seus produtos a uma pessoa jurídica (comercial atacadista, comercial varejista, agroindustrial ou cooperativa). Se a pessoa jurídica adquirente dos produtos estiver submetida ao regime de apuração nãocumulativa, deveria ter direito de apurar e deduzir os créditos do PIS/Pasep e da Cofins, que corresponderão, via de regra, às mesmas contribuições pagas na fase anterior. Ocorre que o produtor rural (pessoa física) não é contribuinte, e sendo assim não havia pagamento de contribuições que permitisse apurar crédito a ser descontado na fase posterior. Portanto, as compras de produtos e mercadorias de pessoas físicas não geravam o direito de creditamento. A aplicação do regime da forma acima relatada provocava uma distorção no mercado agropecuário. As pessoas jurídicas desse setor, que estivessem inseridas no regime de apuração nãocumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, rejeitavam a aquisição de produtos e mercadorias diretamente dos produtores pessoas físicas, porque estas aquisições provocavam um aumento do custo tributário de suas operações. Para tentar corrigir essas distorções, o art. 25 da Lei nº 10.684/2003, inseriu os § 10 e 11 no art. 3º da Lei nº 10.637/2002, instituindo crédito presumido para o setor agropecuário. Ao criar este tipo de crédito, o legislador buscou equilibrar,ou pelo menos reduzir, as pressões mercadológicas produzidas pelo novo regime de apuração. Esse Fl. 1778DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.778 7 crédito presumido foi aperfeiçoado quando da publicação da Lei nº 10.833/2003, cujo § 5º do art. 3º possibilitava a apuração destes créditos também em relação à Cofins. Por fim, a Lei nº 10.925/2004 revogou os dispositivos acima mencionados, e em seus arts. 8º e 9º disciplinou a matéria, verbis: Art. 8º As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (Vigência) (Vide Lei nº 12.058, de 2009) § 1º O disposto no caput deste artigo aplicase também às aquisições efetuadas de: I cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM; (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) II pessoa jurídica que exerça cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; e III pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção agropecuária.(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2o O direito ao crédito presumido de que tratam o caput e o § 1o deste artigo só se aplica aos bens adquiridos ou recebidos, no mesmo período de apuração, de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País, observado o disposto no § 4o do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. § 3o O montante do crédito a que se referem o caput e o § 1o deste artigo será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a: (Vide Medida Provisória nº 582, de 2012) (Vide Medida Provisória nº 609, de 2013) I – (...) II – (...) III 35% (trinta e cinco por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os demais produtos (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) § 4o É vedado às pessoas jurídicas de que tratam os incisos I a III do § 1o deste artigo o aproveitamento: Fl. 1779DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.779 8 I do crédito presumido de que trata o caput deste artigo; II de crédito em relação às receitas de vendas efetuadas com suspensão às pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo. § 5o (...) § 6o Para os efeitos do caput deste artigo, considerase produção, em relação aos produtos classificados no código 09.01 da NCM, o exercício cumulativo das atividades de padronizar, beneficiar, preparar e misturar tipos de café para definição de aroma e sabor (blend) ou separar por densidade dos grãos, com redução dos tipos determinados pela classificação oficial. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). § 7o O disposto no § 6o deste artigo aplicase também às cooperativas que exerçam as atividades nele previstas. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004). § 8o (...) Art. 9º A incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I de produtos de que trata o inciso I do § 1o do art. 8o desta Lei, quando efetuada por pessoas jurídicas referidas no mencionado inciso; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II de leite in natura, quando efetuada por pessoa jurídica mencionada no inciso II do § 1o do art. 8o desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) III de insumos destinados à produção das mercadorias referidas no caput do art. 8o desta Lei, quando efetuada por pessoa jurídica ou cooperativa referidas no inciso III do § 1o do mencionado artigo. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1o O disposto neste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) I aplicase somente na hipótese de vendas efetuadas à pessoa jurídica tributada com base no lucro real; e (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II não se aplica nas vendas efetuadas pelas pessoas jurídicas de que tratam os §§ 6o e 7o do art. 8o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2o A suspensão de que trata este artigo aplicarseá nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) O citado art. 9º suspendeu a incidência da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos relacionados no art. 8º, quando efetuada por:cerealista que exerça cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar os produtos in natura de origem vegetal, classificados nos códigos 09.01, 10.01 a 10.08, exceto os dos códigos 1006.20 e 1006.30, 12.01 e 18.01, todos da NCM pessoas jurídicas que exerçam cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e venda a granel de leite in natura; ou pessoas jurídicas que desenvolvam atividades agropecuárias e cooperativas de produção agropecuária, nas vendas de insumos para produção das mercadorias mencionadas no caput do art. 8º. Fl. 1780DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.780 9 Em conseqüência, a possibilidade de apuração e desconto dos créditos presumidos foi expandida para as aquisições efetuadas com a suspensão de incidência estabelecida pelo art. 9º.Vale ressaltar o fato de que o crédito presumido, além de ser em valor inferior ao chamado crédito ordinário, não pode ser objeto de ressarcimento e nem de compensação, sendo especificamente destinado à dedução com débitos tributários da mesma espécie contributiva apurados em fases posteriores. Este entendimento foi formalizado por meio do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 15/2005, cujos arts 1º e 2º não permitem a compensação ou ressarcimento. Uma vez que o crédito presumido, além de ser em valor menor que o normal, não pode ser ressarcido e nem compensado, a exportação dos produtos adquiridos com esse tipo de crédito deixa de oferecer a possibilidade de ressarcimento ou compensação que ocorre em relação aos créditos normais, e, assim, ao final, os grandes prejudicados são o pequeno produtor rural e a pessoa jurídica que vende produtos com suspensão de incidência. Assim sendo, as grandes empresas exportadoras passaram à prática de adquirir produtos e mercadorias de empresas “intermediárias” (que na sua grande maioria, como já se disse, são empresas de fachada) porque essas são (em tese) contribuintes da do PIS/Pasep e da Cofins em relação às receitas de vendas desses produtos e mercadorias. E as contribuições que deveriam ser pagas por essas “intermediárias”, na fase anterior, geram o crédito ordinário de 9,25% ao invés do crédito presumido de 3,238% sobre o valor das aquisições. Os pequenos produtores, para não ficar fora do mercado, são compelidos a vender para estas “intermediárias”, cuja única finalidade é produzir créditos apurados com base no percentual de 9,25%, os quais serão ressarcidos nas exportações. No ramo do café, onde as exportações atingem um grande percentual da produção, este fato produz montantes realmente muito elevados de créditos que podem ser ressarcidos e/ou compensados. Os expedientes até aqui descritos trazem para as empresas que deles se valem duas vantagens cumulativas: além da majoração indevida do crédito gerado, permitem a burla da restrição à compensação e ao ressarcimento imposta aos créditos presumidos. Outra estratégia usada consiste no fato de se adquirir o café de cooperativas e cerealistas como se fossem para revenda. Assim, nos termos da legislação de regência, as vendas devem ser efetuadas sem a suspensão das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins prevista no art. 9º acima, ou seja, o vendedor fica obrigado ao pagamento dessas contribuições. No entanto, a empresa vendedora (muitas vezes uma cooperativa), mesmo informando na nota fiscal que efetuou a venda “sem suspensão”, ao preencher o Dacon respectivo considera a venda como se fosse “com suspensão”, ou seja, como se fosse para industrialização e não para revenda, não pagando a contribuição devida. Quando questionada por uma autoridade fiscal ela simplesmente responde que errou ao emitir a nota fiscal. A questão é que esse fato se repete em praticamente todas as notas fiscais emitidas para um determinado grupo de empresas, todas elas grandes exportadoras, o que induz a se acreditar na existência de acordo escuso entre vendedores e compradores no sentido de se produzir ilegalmente créditos a serem ressarcidos, o que gera enorme prejuízo aos cofres públicos. Fl. 1781DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.781 10 Tais conclusões ultrapassam a condição de meras conjecturas na medida que as irregularidades apuradas demonstram no caso concreto semelhante modus operandi ao constatado em esquema de vantagens tributárias ilegais entre empresas comerciantes, exportadoras e torrefadoras de café do Espírito Santo (ES) e em Minas Gerais (MG). Esquema desvendado por operações deflagradas pela Receita Federal, Ministério Público Federal e Polícia Federal (Tempo de Colheita e Broca), amplamente divulgado na mídia conforme excerto abaixo, extraído da Revista Cafeicultura, reportagem de 02/06/2010 (http://www.revistacafeicultura.com.br/index.php?tipo=ler&mat=3284 3): Na manhã desta terçafeira (1º), foi deflagrada uma operação, no Espírito Santo, baseada em investigações que sobre um esquema de obtenção de vantagens tributárias ilícitas por parte de empresas especializadas na exportação e na torrefação de café. A fraude teria resultado em um prejuízo aos cofres públicos de R$ 280 milhões. Documentos, computadores e armas foram apreendidos. As investigações apontam 39 empresas exportadoras, ao menos 23 atacadistas laranjas envolvidas no esquema. Na operação conjunta da Polícia Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão em 74 locais. Já foram 25 prisões na operação até o momento, dos 32 mandados expedidos Sete pessoas ainda não foram encontradas. Buscas foram realizadas em 74 endereços entre empresas e residências dos investigados, nos municípios de Colatina, Domingos Martins, Linhares, São Gabriel da Palha, Viana, Vila Velha Vitória e também em Manhuaçu (MG). Cerca de 20 homens foram ao Palácio do Café, na Enseada do Suá, em Vitória, de onde a operação foi desdobrada para outros dois prédios, o Arábica e o Conilon, também na Enseada. No Palácio do Café oito salas foram vistoriadas. Por volta das 9h agentes saíram com dois malotes contendo documentos apreendidos. A operação, denominada \"Broca\", conta com 337 homens da Polícia Fedral, com apoio de agentes de outros estados, além de 107 fiscais da Receita Federal Esquema. As firmas de exportação e torrefação envolvidas no esquema utilizavam empresas laranjas como intermediárias fictícias na compra do café dos produtores. As empresas beneficiárias da fraude eram as verdadeiras compradoras da mercadoria, mas formalmente quem aparecia nessas operações eram as empresas laranjas, que na verdade tinham como única finalidade a venda de notas fiscais, o que garantia a obtenção ilícita de créditos tributários. As empresas exportadoras conseguiam, por meio de criação de empresas laranjas, créditos de Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Essas empresas de exportação e torrefação usavam esses créditos para quitar seus próprios débitos tributários ou até mesmo para pedir ressarcimento junto ao Fisco. As empresas fictícias, no entanto, não recolhiam esses impostos, até porque não tinham lastro econômico para isso, uma vez que eram laranjas, criadas somente para \"guiar\" com suas notas fiscais o café para os verdadeiros compradores e gerar os créditos tributários. O creditamento para exportadores e torrefadores, portanto, era indevido, Fl. 1782DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.782 11 já que eram ressarcidos de valores que jamais entraram nos cofres públicos. As empresas, apesar de registradas como atacadistas, não tinham armazéns e funcionavam em pequenas salas. Para o Ministério Público Federal (MPF), está claro que as empresas exportadoras não só tinham conhecimento da fraude, mas também ditavam suas regras. Ao todo existem 300 empresas no Espírito Santo registradas no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) como atacadistas de café. Segundo a delegada da Receita Federal, Laura Gadelha, grande parte delas foi criada para o esquema de fraudes. Algumas, inclusive, com vida útil em torno de um ano. ................. Crimes seriam praticados desde 2003 As investigações, realizadas em conjunto pela Delegacia da Receita Federal em Vitória, pelo MPF e pela PF, começaram em outubro de 2007 com a deflagração da Operação Tempo de Colheita, quando auditores fiscais da Receita fiscalizavam o setor de comércio de café, inicialmente em empresas localizadas nas regiões Noroeste e Norte do estado. A prática criminosa, ainda segundo o MPF, vem ocorrendo desde 2003. Há indícios consistentes da existência dos crimes de formação de quadrilha, crime contra a ordem tributária, falsidade ideológica e estelionato. Mais recentemente, foi desencadeada a operação denominada de “Robusta”, que culminou na prisão de sete empresários, tendo em vista que “as investigações do MPES e da Receita Estadual apontam que empresas utilizavam notas fiscais irregulares e simulavam a compra de café de outras 25 empresas de fachadas, localizadas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro”. (notícia extraída do Portal G1/RJ de 09/04/2013). Ao constatar o tamanho da evasão de divisas em funçãonesse tipo de esquema fraudulento, e, segundo noticiado pela imprensa nacional, a pedido da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), e visando acabar com essas operações de geração de créditos irregulares foi editada a Medida Provisória nº 545/2011,convertida na Lei 12.599/2012 que introduz nova sistemática de apuração de créditos do PIS/Pasep e da Cofins nos casos de exportação de café. Reportagem sobre a citada MP nº 545/2011 publicada no jornal Valor Econômico, edição de 10/02/2012, de autoria de Carine Ferreira, relata que “segundo os defensores do novo regime, como a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), a tributação anterior gerava fraudes, irregularidades e favoreciam algumas poucas empresas”. Quando autuadas pela Receita Federal do Brasil ou quando o pedido de ressarcimento dos créditos apropriados indevidamente é indeferido, via de regra, as beneficiárias apresentam defesa nas quais alegam basicamente as mesmas razões: são compradoras de boa fé; não tinham conhecimento que as vendedoras eram “laranjas” e não podiam apurar esse fato; e a operação mercantil foi realizada. Ora, mesmo tendo em mente a presunção de boa fé das adquirentes, causa profunda estranheza o fato de, ao comprar café de fornecedores estabelecidos em cidades não muito grandes, essas empresas não saibam que aquelas das quais compram grande parte do café que exportam são empresas de fachada. Afinal, Fl. 1783DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.783 12 considerando o volume das operações efetuadas, para se concretizar a compra seus dirigentes precisariam ir até a sede da vendedora quando e onde certamente constatariam a precariedade ou inexistência de suas instalações. Da mesma forma teriam que se relacionar com os funcionários dessas “laranjas” e se cientificariam de que na verdade não existem. Também, é de se supor, iriam querer ter contato com os sócios das intermediárias e poderiam certamente ver que, quando encontrados, são pessoas sem as mínimas qualificações necessárias para atuar na direção de uma empresa. ................................................................................................................... ......................... Pelo contrário; no presente caso, a autoridade fiscal demonstra, por meio do PARECER FISCAL GAB903/ DRF/VIT/ES nº 007/2013 anexo, que a manifestante adquiriu o café que exporta de empresas que se enquadram perfeitamente na descrição das empresas de fachadas acima. ................................................................................................................. No entanto, como a autoridade fiscal explica no citado PARECER FISCAL GAB903/ DRF/VIT/ES nº 007/2013, “entre os documentos que fundamentam o presente Parecer estão aqueles carreados ao longo da investigação TEMPO DE COLHEITA .– como declarações prestadas a termo por produtores rurais/maquinistas, corretores, sócios e pessoas ligadas às empresas de fachada. 7. Tanto nas preliminares da sua impugnação, como nas suas razões recursais a recorrente alega que " a autoridade fazendária não trouxe aos autos os elementos necessários para demonstrar como foram apurados os ‘rateios’ dos valores por ela discriminados nas Tabelas constantes do referido Parecer, os quais foram utilizados pela mesma como base para a aplicação dos percentuais das glosas sobre as aquisições efetuadas pela Impugnante, falha esta que a prejudica em seu regular e legítimo direito de defesa, inclusive impossibilitando a de infirmar com precisão os supostos débitos indicados pela fiscalização 8. Verificando o Parecer Fiscal GAB903/DRF/VIT/ES nª 007/2013, (fls. 1.095 a 1.344 dos autos digitais do processo 15586.72765/201326), encontramos ás fls.1.331 o item II.6.4 RECOMPOSIÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO CRÉDITO A DESCONTAR APÓS GLOSAS EFETUADAS PELA FISCALIZAÇÃO, E ÁS FLS. 1.333 encontramos a LETRA (G) RATEIO DO CRÉDITO PASSÍVEL RESSARCIMENTO, onde os Auditores Fiscais esclarecem ; " o rateio dos créditos a descontar da linha (F) foi efetuado com base na proporção da receita de vendas de bens e serviços : receita mercado interno (tributada) e receita de exportação" 9. Ás fls. 1.077 do processo 15586.72765/201326 encontrase o Demonstrativo PIS NÃOCUMULATIVO DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DOS CRÉDITOS A DESCONTAR , com os quadros F e G respectivamente F) TOTAL DE CRÉDITOS APURADO NO MÊS SUJEITO AO RATEIO VALOR AJUSTADO PELA FISCALIZAÇÃO Rateio apenas Crédito Integral e (G) Rateio do crédito a descontar com base na proporção da Receita Bruta auferida Receita de Vendas de Mercadorias no Mercado interno (tributada) , Receita de Vendas de Mercadorias p/ o Mercado Externo (Exceto Compra Fim Específio Exportação) Créditos vinculados às operações no Mercado interno , Créditos vinculados às operações no Mercado Externo . Fl. 1784DF CARF MF Processo nº 10783.906597/201233 Resolução nº 3301000.899 S3C3T1 Fl. 1.784 13 10. Entendemos assistir razão á recorrente quando afirma não estar claro o critério utilizado pela fiscalização para o rateio dos créditos a serem descontados, pois que examinando os quadros citados não se vislumbra o critério adotado de forma clara detalhadamente demonstrada, o que pode ser interpretado pela recorrente como um cerceamento de defesa, pois esta alega que teria dificuldade em entender tal rateio. 11. Diante destas considerações, proponho que os autos sejam encaminhados á DRF/VITÓRIA/ES para que, em diligência fiscal : a) seja elaborado relatório onde se demonstre o critério de rateio adotado para os créditos a serem descontados, especificando os detalhes de como foram encontrados os valores do demonstrativo Demonstrativo PIS NÃOCUMULATIVO DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DOS CRÉDITOS A DESCONTAR , com os quadros F e G respectivamente F) TOTAL DE CRÉDITOS APURADO NO MÊS SUJEITO AO RATEIO VALOR AJUSTADO PELA FISCALIZAÇÃO Rateio apenas Crédito Integral e (G) Rateio do crédito a descontar com base na proporção da Receita Bruta auferida Receita de Vendas de Mercadorias no Mercado interno (tributada) , Receita de Vendas de Mercadorias p/ o Mercado Externo (Exceto Compra Fim Específio Exportação) Créditos vinculados às operações no Mercado interno , Créditos vinculados às operações no Mercado Externo . b) seja dada ciência deste relatório á recorrente, facultandolhe manifestação em até 30 dias da data da ciência 12. Após, sejam os autos retornados a este CARF para julgamento dos recursos voluntários apresentados neste e nos processos em apenso. 13. É como voto. Assinado digitalmente Ari Vendramini Relator Fl. 1785DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13433.000687/2001-24
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NT. IMPOSSIBILIDADE.
A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "não-tributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996.
Não havendo crédito a ser ressarcido, perde objeto a discussão quanto à incidência da taxa Selic.
Numero da decisão: 9303-007.525
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NT. IMPOSSIBILIDADE. A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "nãotributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996. Não havendo crédito a ser ressarcido, perde objeto a discussão quanto à incidência da taxa Selic. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 43 3. 00 06 87 /2 00 1- 24 Fl. 344DF CARF MF Processo nº 13433.000687/200124 Acórdão n.º 9303007.525 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte em face do Acórdão nº 330200104, de 14/08/2009, o qual possui a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS — IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001 CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS NT. A exportação de produtos não tributados pelo IPI não gera direito a crédito presumido de PIS/Cofins. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001 RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Inexiste amparo legal para a incidência de atualização monetária calculada pela variação da taxa Selic sobre ressarcimento de créditos de IPI. Recurso Voluntário Negado. O recurso especial do contribuinte suscita divergência quanto ao direito de aproveitamento de crédito presumido de IPI em relação à exportação de produtos NT e quanto à incidência da taxa Selic sobre os valores do ressarcimento. O recurso especial foi admitido por meio do Despacho de Admissibilidade, e fls. 323 e seg., proferido pelo Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, efls. 329 e seg., nas quais pede o não conhecimento do recurso especial e caso conhecido pede o seu improvimento. É o relatório. Fl. 345DF CARF MF Processo nº 13433.000687/200124 Acórdão n.º 9303007.525 CSRFT3 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, relator. O recurso especial do contribuinte atende aos requisitos formais e materiais para o seu conhecimento, no que concordo com as razões colocadas no Despacho de Admissibilidade. As matérias devolvidas para esse colegiado referemse à possibilidade de se apropriar de crédito presumido de IPI, de que trata a Lei nº 9.363/96, em relação aos insumos utilizados na produção de produtos NT (não tributados pelo IPI), e a possibilidade de incidência da taxa Selic sobre os valores ressarcidos. Importante ressaltar, que na origem havia uma controvérsia instalada pelo contribuinte a respeito se suas castanhas de caju exportadas não seria produto classificado como NT e sim seriam tributados à alíquota zero. Esta matéria já foi vencida no presente momento processual, de forma que a discussão que se trava, efetivamente, é quanto à possibilidade de aproveitamento de crédito presumido de IPI na exportação de produtos classificados como NT na TIPI. Esta matéria já está totalmente superada, sendo editada recentemente a Súmula CARF nº 124, que possui o seguinte teor: Súmula CARF nº 124 A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "nãotributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996. Assim sendo, voto por negar provimento ao recurso especial do contribuinte quanto a esta matéria. Deixo de apreciar a possibilidade de incidência da taxa Selic sobre o valor do ressarcimento, pois no presente processo não foi reconhecido qualquer direito creditório ao contribuinte. Típico caso de perda de objeto do recurso pois não existem valores a serem Fl. 346DF CARF MF Processo nº 13433.000687/200124 Acórdão n.º 9303007.525 CSRFT3 Fl. 5 4 ressarcidos e, por consequência, não há base de cálculo a incidir qualquer espécie de correção monetária. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial do contribuinte. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Fl. 347DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.003650/2005-16
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005
RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO.
Tendo o acórdão paradigma restringido a sua análise da matéria a quais bens ou serviços enquadram-se no conceito de insumos, segundo a legislação do IPI, para fins de creditamento do PIS/Pasep não-cumulativo, não se estabelece com a decisão recorrida a necessária divergência jurisprudencial, pois não se trava a discussão quanto à previsão expressa contida no inciso II do art. 3º, da Lei n.º 10.637/2002.
Numero da decisão: 9303-007.686
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Vanessa Marini Cecconello - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício).
Nome do relator: VANESSA MARINI CECCONELLO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO. Tendo o acórdão paradigma restringido a sua análise da matéria a quais bens ou serviços enquadram-se no conceito de insumos, segundo a legislação do IPI, para fins de creditamento do PIS/Pasep não-cumulativo, não se estabelece com a decisão recorrida a necessária divergência jurisprudencial, pois não se trava a discussão quanto à previsão expressa contida no inciso II do art. 3º, da Lei n.º 10.637/2002.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício).
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NÃO CONHECIMENTO. Tendo o acórdão paradigma restringido a sua análise da matéria a quais bens ou serviços enquadramse no conceito de insumos, segundo a legislação do IPI, para fins de creditamento do PIS/Pasep nãocumulativo, não se estabelece com a decisão recorrida a necessária divergência jurisprudencial, pois não se trava a discussão quanto à previsão expressa contida no inciso II do art. 3º, da Lei n.º 10.637/2002. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 36 50 /2 00 5- 16 Fl. 458DF CARF MF Processo nº 11020.003650/200516 Acórdão n.º 9303007.686 CSRFT3 Fl. 459 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela FAZENDA NACIONAL (efls. 404 a 430), com fulcro nos artigos 64, inciso II e 67, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, buscando a reforma do Acórdão nº 330200.176 (efls. 931 a 395) proferido pela 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, em 18 de setembro de 2009, no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário. O acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITO. OUTRAS DESPESAS. Por falta de previsão legal, não geram direito ao crédito do PIS/Cofins as despesas realizadas ou incorridas que não se enquadrem no conceito de insumo, exceto as previstas na legislação. Também não geram direito a crédito as despesas que não forem comprovadas por meio de documentação hábil e idônea. COMBUSTÍVEL E LUBRIFICANTES USADO NA PRODUÇÃO. DIREITO AO CRÉDITO. As despesas com a aquisição de combustíveis, inclusive o GLP, e os lubrificantes usados no processo produtivo da adquirente dão direito ao crédito do PIS/Cofins nãocumulativos. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da SEGUNDA TURMA ORDINÁRIA da TERCEIRA CÂMARA da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO do CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito ao crédito nas aquisições de GLP e lubrificantes para máquinas industriais. Fl. 459DF CARF MF Processo nº 11020.003650/200516 Acórdão n.º 9303007.686 CSRFT3 Fl. 460 3 (grifouse) Não resignada em parte com a decisão, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial alegando divergência jurisprudencial quanto ao conceito de insumos para fins de utilização de créditos das contribuições para o PIS e a COFINS na sistemática da não cumulatividade, defendendo que apenas podem ser considerados insumos para fins de cálculo do crédito do PIS nãocumulativo aqueles elencados no art. 3º da Lei nº 10.637/2002 combinado com o art. 66 da IN SRF nº 464/2004, adotando a tese da definição de “insumos” prevista na legislação do IPI. Nessa linha, sustenta não ser possível o creditamento de PIS e COFINS com relação às aquisições de gás GLP para empilhadeiras e lubrificantes para máquinas industriais, pois não se incorporam ao produto final. Para comprovar a divergência, colacionou como paradigma o acórdão n.º 20312.448 que, diversamente da decisão recorrida, adota como conceito de “insumo” a tese trazida na legislação do IPI. A Recorrente aduz ainda, em apertadas linhas, com base no conceito de insumos da legislação do IPI, para se considerar combustíveis e lubrificantes como insumos, é necessário que estes sejam empregados diretamente na fabricação dos produtos destinados à venda, e desde que não contabilizados pelo contribuinte no seu ativo permanente, que sofram, em função de ação exercida diretamente sobre o produto em fabricação, ou por ele diretamente sofrida, alterações tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas. Por fim, pede o provimento do recurso especial com a reforma do acórdão recorrido no ponto atacado. Nos termos do despacho n.º 330000.076, de 12 de fevereiro de 2014 (efls. 450 a 453), foi dado seguimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, por ter sido entendida como comprovada a divergência jurisprudencial, com base no Acórdão paradigma n.º 20312.448, quanto ao conceito de insumo para utilização dos créditos na apuração do PIS e da COFINS na sistemática da nãocumulatividade, mais especificamente quanto ao direito ao crédito de PIS/Pasep nas aquisições de GLP e lubrificantes para máquinas industriais. Cientificada a Contribuinte (efls. 456 e 457), não foram apresentadas contrarrazões. O presente processo foi distribuído a essa Relatora, estando apto a ser relatado e submetido à análise desta Colenda 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o Relatório. Fl. 460DF CARF MF Processo nº 11020.003650/200516 Acórdão n.º 9303007.686 CSRFT3 Fl. 461 4 Voto Conselheira Vanessa Marini Cecconello, Relatora Admissibilidade O recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo, restando analisarse o atendimento aos demais requisitos de admissibilidade constantes no art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 (anteriormente Portaria MF n.º 256/2009). No acórdão recorrido, a Turma a quo afastou a glosa relativa aos créditos de PIS/Pasep nãocumulativo decorrente das aquisições de combustíveis gás GLP para as empilhadeiras e lubrificantes para as máquinas industriais, com base no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.637/2002, que expressamente prevê a possibilidade de exclusão dos referidos itens da base de cálculo do PIS desde que utilizados na fabricação dos bens, restando superada a discussão quanto ao seu enquadramento no conceito de insumos. Para elucidar a assertiva, transcrevese trecho da decisão de parcial provimento do recurso voluntário, combatida no recurso especial da Fazenda Nacional, in verbis: [...] A recorrente defende que o gás usado em empilhadeira e o lubrificante usado na manutenção de máquinas são insumos, no que a decisão recorrida discorda. Sobre este tema, o inciso II, do art. 3º, da Lei n.º 10.637/2002, e alterações posteriores (Leis nº 10.684/03 e 10.865/04), assim dispõe: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata Fl. 461DF CARF MF Processo nº 11020.003650/200516 Acórdão n.º 9303007.686 CSRFT3 Fl. 462 5 o art. 2º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (grifei). Da leitura atenta deste dispositivo legal há que se concluir que a condição para descontar o crédito sobre combustíveis e lubrificantes é que eles sejam usados na fabricação de bens ou produtos, estando superada a discussão se os mesmos são ou não insumos. A Lei determina que os mesmos sejam assim tratados. No caso concreto, não vejo como negar o crédito sobre o gás (GLP) usado em empilhadeira e o lubrificante para máquinas porque estes equipamentos (máquinas e empilhadeira) são usados no processo de produção de artefatos de madeira. Poderseia questionar que a empilhadeira não é equipamento usado na fabricação de artefatos de madeira. No entanto, pelo que disse a recorrente, no que concordo, este equipamento é usado pára a movimentação de matériaprima dentro da empresa, indispensável e integrante do processo produtivo. 0 fato de também ser usada para movimentar produtos acabados, ao meu ver, não excluir o direito ao crédito. Por seu turno, o lubrificante usado na manutenção de máquinas deve ter o mesmo tratamento das peças de reposição que, inquestionavelmente, geram direito a crédito. [...] Portanto, os argumentos que embasaram a concessão do direito ao crédito passam ao largo da discussão quanto ao conceito de insumos, pois se restringem à disposição contida no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.637/2002 e na condição de que os combustíveis e lubrificantes sejam utilizados na fabricação dos bens, requisitos verificados no caso dos autos. A Fazenda Nacional, por meio do seu recurso especial, busca reverter o julgado com relação à concessão dos créditos decorrentes das aquisições de GLP e lubrificantes para máquinas, atacando, no entanto, argumento diverso daquele utilizado pelo acórdão recorrido. A divergência jurisprudencial suscitada e comprovada pela Procuradoria referese ao conceito de insumos, defendendo aplicarse aquele mais restrito decorrente da legislação do IPI. Nesse sentido é a argumentação desenvolvida em sua peça recursal, bem como o acórdão n.º 203 12.448, indicado como paradigma, cuja ementa segue abaixo transcrita, in verbis: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/07/2003 Fl. 462DF CARF MF Processo nº 11020.003650/200516 Acórdão n.º 9303007.686 CSRFT3 Fl. 463 6 IPI. CRÉDITOS. Geram o direito ao crédito, bem como compõem a base cálculo do crédito presumido, além dos que se integram ao produto final (matériasprimas e produtos intermediários, stricto sensu, e material de embalagem), e os artigos que se consumam durante o processo produtivo e que não faça parte do ativo permanente, mas que nesse consumo continue guardando uma relação intrínseca com o conceito stricto sensu de matériaprima ou produto intermediário: exercer na operação de industrialização um contato físico tanto entre uma matériaprima e outra, quanto da matériaprima com o produto final que se forma. PIS/PASEP. REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITOS. GLOSA PARCIAL. O aproveitamento dos créditos do PIS no regime da não cumulatividade há que obedecer às condições especificas ditadas pelo artigo 3° da Lei n° 10.637, de 2002, c/c o artigo 66 da IN SRF n° 247, de 2002, com as alterações da IN SRF n° 358, de 2003. Incabíveis, pois, créditos originados de gastos com seguros (incêndio, vendaval etc), material de segurança (óculos, jalecos, protetores auriculares), materiais de uso geral (buchas para máquinas, cadeado, disjuntor, calço para prensa, catraca, correias, cotovelo, cruzetas, reator para lâmpada), peças de reposição de máquinas, amortização de despesas operacionais, conservação e limpeza, manutenção predial. Recurso negado. Portanto, tendo o acórdão paradigma restringido a sua análise da matéria a quais bens ou serviços enquadramse no conceito de insumos, segundo a legislação do IPI, para fins de creditamento do PIS/Pasep nãocumulativo, não se estabelece com a decisão recorrida a necessária divergência jurisprudencial, pois não se trava a discussão quanto à previsão expressa contida no inciso II do art. 3º, da Lei n.º 10.637/2002. Além disso, verificase dos itens tratados na decisão paradigmática não estarem dentre os mesmos combustíveis (gas GLP) e lubrificantes para máquinas, evidenciandose ainda mais a ausência de divergência jurisprudencial. Diante do exposto, não se conhece do recurso especial da Fazenda Nacional. É o voto. (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Fl. 463DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10875.903299/2015-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2014
PERDCOMP - CRÉDITO ORIUNDO DE RETIFICAÇÃO DE DCTF - LIQUIDEZ E CERTEZA - ÔNUS DO CONTRIBUINTE
O contribuinte que justifica a origem de seu crédito a partir de indébito surgido tão só com a retificação de sua DCTF, transmitida após o despacho decisório, deve, obrigatoriamente, comprovar a correção dos novos valores retificados mediante documentos hábeis e idôneos, pena de não reconhecimento do direito creditório por falta de liquidez e certeza.
Numero da decisão: 1302-003.121
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10875.902721/2015-13, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado, Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2014 PERDCOMP - CRÉDITO ORIUNDO DE RETIFICAÇÃO DE DCTF - LIQUIDEZ E CERTEZA - ÔNUS DO CONTRIBUINTE O contribuinte que justifica a origem de seu crédito a partir de indébito surgido tão só com a retificação de sua DCTF, transmitida após o despacho decisório, deve, obrigatoriamente, comprovar a correção dos novos valores retificados mediante documentos hábeis e idôneos, pena de não reconhecimento do direito creditório por falta de liquidez e certeza.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10875.902721/2015-13, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado, Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2014 PERDCOMP CRÉDITO ORIUNDO DE RETIFICAÇÃO DE DCTF LIQUIDEZ E CERTEZA ÔNUS DO CONTRIBUINTE O contribuinte que justifica a origem de seu crédito a partir de indébito surgido tão só com a retificação de sua DCTF, transmitida após o despacho decisório, deve, obrigatoriamente, comprovar a correção dos novos valores retificados mediante documentos hábeis e idôneos, pena de não reconhecimento do direito creditório por falta de liquidez e certeza. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10875.902721/201513, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado, Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 90 32 99 /2 01 5- 13 Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10875.903299/201513 Acórdão n.º 1302003.121 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Cuida o feito de pedido de compensação aviado pelo recorrente, objetivando o reconhecimento de um crédito decorrente de pretenso pagamento indevido concernente ao IRPJ, incorrido no anocalendário de 2014, pago, através de DARF específico, em três parcelas. Por meio de despacho decisório a DRF de Guarulhos houve por bem não homologar a citada compensação, fundamentando a sua decisão na inexistência de crédito em decorrência da vinculação de DARF à pagamento, sem qualquer sobra de crédito a compensação. Inconformado, o contribuinte manejou a sua manifestação de inconformidade, informando, de início, ter incorrido em erro no preenchimento da DCTF que teria originado o valor indevidamente pago, promovendo, em seguida, a sua retificação. Passo seguinte, traz longo arrazoado para justificar a possibilidade de se retificar a predita DCTF, mesmo após a prolação de despacho decisório, afirmando, outrossim, ter logrado demonstrar a origem e liquidez de seu direito creditório. Como argumento supletivo, sustentou que a Unidade de Origem não teria promovido a correta atualização do crédito pleiteado que, segundo entende, deveria ser corrigido pela variação da SELIC, acrescido de juros moratórios à ordem 1%, incidentes até a data da efetiva utilização do indébito em processo compensatório.Tendo em conta esta alegada irregularidade, conclui que o despacho decisório seria nulo. Juntou à sua peça de defesa, cópias do comprovante (DARF) de recolhimento do IRPJ, das DCTF retificadoras e respectivos recibos de transmissão e da DIPJ/AC2014. Instada a analisar o caso, a DRJ de Recife/PE, houve por bem julgar improcedente a manifestação de inconformidade, mormente pela ausência de prova da liquidez e certeza. Após a ciência do acórdão acima, o contribuinte interpôs o seu recurso voluntário, por meio do qual reprisa os argumentos já despendidos em sua impugnação, à exceção de alegação nova concernente à inconstitucionalidade da multa isolada aplicada em razão de violação ao princípio do nãoconfisco. Este é o relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10875.903299/201513 Acórdão n.º 1302003.121 S1C3T2 Fl. 4 3 1302003.107, de 20/09/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10875.902721/2015 13, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302003.107): "O recurso é tempestivo e dele conheço em parte. Isto porque, no que toca ao argumento novo trazido com as razões de insurgência já se teria operado a preclusão, à luz dos preceitos do art. 16, III, do Decreto 70.235/72. Considerandose, neste passo, que o recurso devolve apenas a matéria impugnada, por interpretação dos preceitos do art. 33 do citado diploma normativo, e com espeque na regra encartada no art. 1.013 do CPC (aplicado ao processo tributário administrativo de forma supletiva) e, tendo em conta que este argumento não foi suscitado em momento apropriado, não como dele tomar conhecimento, ao menos não nesta instância. I Da prejudicial aventada pelo recorrente. Me permitam aqui inverter a ordem de análise dos argumentos do recorrente para tratar da, aparente, alegação de nulidade do despacho decisório por não aplicar, a seu ver, corretamente os critérios de atualização do crédito oriundo de indébito tributário. Dizse aparentemente porque o contribuinte, efetivamente, diz que o despacho deveria ser considerado insubsistente, única parte do arrazoado apresentado que justificaria, até mesmo, o conhecimento desta matéria. Isto porque, o despacho decisório não promoveu a atualização do crédito pretendido, porque, simplesmente, não reconheceu a sua existência. A alegada nulidade, digase, justificarseia acaso a Unidade Origem tivesse reconhecido parcialmente o direito creditório em decorrência, exclusivamente, de erro de atualização, mas, insistase, este não é o caso. Não há iliquidez, nulidade, insubsitência no despacho por conta de uma alegação etérea e desconectada da realidade dos autos, de que não se teria observado as regras de atualização do crédito postulado, porque, reprisese, a DRF não homologou, em toda a sua extensão, o direito creditório do contribuinte. A DRJ até se deu ao trabalho de esclarecer como se opera a atualização do indébito tributário, justificando a inocorrência de incidência concomitante da incidência de juros de mora 1% e da variação da SELIC... permissa venia, era, pelo que expus acima, de todo desnecessária semelhante explicação, já que o pedido do contribuinte não tem qualquer lógica dentro da estrutura do processo. Assim, voto por afastar esta "prejudicial". Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10875.903299/201513 Acórdão n.º 1302003.121 S1C3T2 Fl. 5 4 II Do mérito. Quanto ao mérito, melhor sorte não aproveita ao contribuinte. Como se extrai do relatório acima, o recorrente, para justificar o pleito compensatório, apresenta, após a manifestação de inconformidade, DCTFs retificadoras, reduzindose o montante do débito a ser pago, ali descrito; não trouxe, todavia, nenhum documento, argumento, dica, sugestão sobre os motivos pelos quais teria incorrido no erro do preenchimento da DCTF original, fazendo com que o direito creditório surgisse espontaneamente. O problema é que, como a origem do crédito está jungida a estes exclusivamente ao citado erro de preenchimento da DCTF, cabia ao recorrente, desde a sua manifestação de inconformidade (=impugnação), trazer os documentos necessários à demonstração da liquidez e certeza do crédito cuja compensação se postulava. Essa, digase, é a mens legis do art. 170, caput, do CTN, quando franqueia aos entes federados a realização compensação, senão vejamos: A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Os pressupostos, pois, do direito creditório a ser utilizado pelo sujeito passivo da obrigação tributária é a sua liquidez e certeza, pressupostos estes que antecedem o próprio pedido de compensação. Por isso, e não por outra razão, compete ao contribuinte demonstrar tais liquidez e certeza; é ônus do sujeito passivo e não da Administração Tributária. Toda a alegação concernente à possibilidade de apresentar a DCTF retificadora após o despacho decisório é dispicienda; não me oponho, de forma alguma, à retificação de declarações ou documentos após o início de ação fiscal ou, mesmo, como no caso, após a prolação de despacho que não homologa compensações. Esta possibilidade está explicitada na legislação de regência e a única consequência de sua apresentação extemporânea seria o afastamento da aplicação dos preceitos do art. 138 do CTN. O problema é que não basta retificar a DCTF; por força mesmo do art 170 acima reproduzido, impõese ao contribuinte demonstrar, documentalmente (por meio de livros contábeis e fiscais) os motivos pelos quais teria incorrido em erro, demonstrando, outrossim, a correção dos novos valores informados. E, como já dito, o recorrente não se dignou, nem mesmo, a explicar qual seria, efetivamente, o erro incorrido Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10875.903299/201513 Acórdão n.º 1302003.121 S1C3T2 Fl. 6 5 quando do preenchimento da DCTF original, aliás, como bem pontuado pelo acórdão ora questionado. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 138DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10240.000614/2009-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Oct 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005
AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA.
Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, nos termos dos artigos 10 e 59, ambos do Decreto nº 70.235/72.
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005
PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. APLICABILIDADE.
A autoridade fiscal observou os dois pressupostos hábeis a legitimar a adoção da presunção de omissão de receitas prevista no artigo 42, da Lei nº 9.430/96: respeitou os limites legais ao individualizar os lançamentos considerados de origem não comprovada e intimou e reintimou o contribuinte para comprovar a origem dos depósitos bancários. Diante da não comprovação pelo sujeito passivo, pode haver o correspondente lançamento de tributos.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SÓCIO DE FATO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INTERESSE COMUM.
São solidariamente responsáveis pelo crédito tributário as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, incluindo-se na hipótese os sócios de fato da pessoa jurídica. Cabível a aplicação do artigo 124, inciso I, do CTN.
RESPONSABILIDADE PESSOAL TRIBUTÁRIA. REQUISITOS.
São pessoalmente responsáveis apenas os dirigentes que comprovadamente praticaram atos com excesso de poderes ou infração a lei na administração da sociedade, conforme dispõe o artigo 135, III, do CTN. O elemento doloso deve ser demonstrado pela autoridade fiscal.
MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. ANÁLISE DE CONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE.
Não pode a autoridade lançadora e julgadora administrativa, invocando o princípio do não-confisco, afastar a aplicação da lei tributária. Isso ocorrendo, significaria declarar, incidenter tantum, a inconstitucionalidade da lei tributária que funcionou como base legal do lançamento (imposto e multa de ofício). Aplicável o teor da Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
APLICAÇÃO DE JUROS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICÁVEL.
A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Incidem juros de mora (com base na taxa Selic) sobre o crédito tributário constituído e a multa de ofício. Aplicável o teor da Súmula CARF nº 108.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. PIS. COFINS.
Dada a íntima relação de causa e efeito, aplica-se aos lançamentos reflexos o decidido no principal.
Numero da decisão: 1201-002.646
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntários, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gisele Barra Bossa - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães.
Nome do relator: GISELE BARRA BOSSA
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NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, nos termos dos artigos 10 e 59, ambos do Decreto nº 70.235/72. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003, 2004, 2005 PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. APLICABILIDADE. A autoridade fiscal observou os dois pressupostos hábeis a legitimar a adoção da presunção de omissão de receitas prevista no artigo 42, da Lei nº 9.430/96: respeitou os limites legais ao individualizar os lançamentos considerados de origem não comprovada e intimou e reintimou o contribuinte para comprovar a origem dos depósitos bancários. Diante da não comprovação pelo sujeito passivo, pode haver o correspondente lançamento de tributos. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SÓCIO DE FATO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INTERESSE COMUM. São solidariamente responsáveis pelo crédito tributário as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, incluindose na hipótese os sócios de fato da pessoa jurídica. Cabível a aplicação do artigo 124, inciso I, do CTN. RESPONSABILIDADE PESSOAL TRIBUTÁRIA. REQUISITOS. São pessoalmente responsáveis apenas os dirigentes que comprovadamente praticaram atos com excesso de poderes ou infração a lei na administração da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 00 06 14 /2 00 9- 69 Fl. 2348DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 3 2 sociedade, conforme dispõe o artigo 135, III, do CTN. O elemento doloso deve ser demonstrado pela autoridade fiscal. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. ANÁLISE DE CONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não pode a autoridade lançadora e julgadora administrativa, invocando o princípio do nãoconfisco, afastar a aplicação da lei tributária. Isso ocorrendo, significaria declarar, incidenter tantum, a inconstitucionalidade da lei tributária que funcionou como base legal do lançamento (imposto e multa de ofício). Aplicável o teor da Súmula CARF nº 2: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. APLICAÇÃO DE JUROS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICÁVEL. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Incidem juros de mora (com base na taxa Selic) sobre o crédito tributário constituído e a multa de ofício. Aplicável o teor da Súmula CARF nº 108. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. PIS. COFINS. Dada a íntima relação de causa e efeito, aplicase aos lançamentos reflexos o decidido no principal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntários, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães. Relatório 1. Tratase de processo administrativo decorrente de autos de infração lavrados para a cobrança de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS no montante de R$ 5.198.629,93, referente aos anoscalendário de 2003, 2004 e 2005, conforme o quadro abaixo: Imposto/ Juros de Mora Multa Proporcional TOTAL Fl. 2349DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 4 3 Contribuição de 150% IRPJ 442.503,61 282.456,21 663.755,38 1.388.715,20 CSLL 276.332,56 176.048,22 414.498,81 866.879,59 PIS 166.311,12 108.323,91 249.466,63 524.101,66 COFINS 767.590,44 499.957,47 1.151.385,57 2.418.933,48 5.198.629,93 2. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fls. 10/17), a empresa foi autuada pelas seguintes infrações à legislação tributária, nos termos dos artigos 287, 288, 519, 528 do RIR/99 e artigos 25 e 42 da Lei nº 9.430/96: 2.1. Omissão de Receitas da Atividade: referente a empréstimos tomados pela empresa autuada, junto ao Banco Rural, que foram liquidados pela Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. 2.2. Depósitos Bancários de Origem Não Comprovada: A empresa autuada, devidamente intimada, foi incapaz de comprovar movimentação financeira e depósitos de suas contas correntes com documentação hábil e idônea. 3. Por economia processual e por bem descrever os fatos, adoto como parte deste, trechos do TVF: “O relato circunstanciado dos fatos, transcrevemos abaixo: 1 — em cumprimento inicialmente ao Mandado de Procedimento Fiscal — Fiscalização N° 02.5.01.002006004249, foi lavrado o Termo de Início de Fiscalização, cientificado em 27/12/2006, solicitando em síntese, seus livros contábeis e fiscais, bem como os extratos bancários de suas contascorrente de depósitos bancários e de poupança, alusivos aos anoscalendário de 2003 a 2005 (termo, às fls. 02/03). Em resposta datada de 09/01/2007, o intimado por intermédio de seu procurador Antônio Spegiorin Tavares, CPF 328.331.721 — 68, apresenta diversos livros contábeis e fiscais, deixando de entregar os extratos bancários solicitados (doc. às fls. 04). 2 — em virtude do atendimento parcial ao termo anterior — item 1, foi lavrado o Termo de Reintimação Fiscal Nº 0001, cientificado em 16/02/2007, objetivando a reiteração do pedido de seus extratos bancário. Diante de tal fato, em respostas datadas de 16/02/2007 e 23/02/2007, o intimado por intermédio de seu procurador Antônio Spegiorin Tavares, apresenta diversos extratos bancários, dentre eles, os do Banco do Brasil S/A, relativos aos anos de 2003 e 2004. (termo e resposta, às fls. 05/09); 3 — Diante da pouca clareza dos extratos bancários apresentados pelo contribuinte, referentes ao Banco do Brasil S/A, Banco da Amazônia S/A e Banco Sudameris S/A — item 1 e 2— e a falta dos extratos bancários do Banco Bradesco S/A, do Banco Rural S/A e do Banco Unibanco S/A, solicitamos via Requisição de Informação Sobre Movimentação Financeira Fl. 2350DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 5 4 (RMF), que fosse apresentado pelas instituições financeiras nomeadas, em papel e em meio magnético, os extratos bancários das contascorrentes de titularidade do contribuinte, sendo prontamente atendido, cuja documentação encontrase abaixo relacionada: (...) 4 — posteriormente, intimouse o sujeito passivo a apresentar seu livro de inventário, relativo aos anoscalendário de 2003, 2004 e 2005 Termo de Intimação Fiscal, cientificado em 11/06/2007. Em 22/06/2007, o seu representante legal apresenta o livro objeto da intimação (termo, resposta e procuração de substabelecimento, às fls. 12/15); 5 — em 07/08/2007, intimamos o sujeito passivo por intermédio do Termo de Intimação fiscal, cientificado em 10/08/2007, a prestar esclarecimentos sobre a origem dos recursos creditados em suas contascorrente no Banco da Amazônia S/A, no Banco do Brasil S/A, no Banco Bradesco S/A, no Banco Rural S/A, no Banco Unibanco S/A e no Banco Sudameris S/A, transcorridos entre os meses de janeiro de 2003 a dezembro de 2005, conforme demonstrativos em anexo (Termo e demonstrativos, às fls. 16/117). Diante do solicitado, o contribuinte em 28/08/2007, requer e é concedido dilação do prazo para apresentação dos esclarecimentos objeto do termo de intimação, pelo prazo de 45 (quarenta e cinco) dias e em 11/10/2007, o intimado por intermédio de seu procurador Antonio Spegiorin Tavares, atende parcialmente a intimação e entrega diversos documentos vinculados ao Banco do Brasil S/A, ao Banco Basa S/A e ao Banco Sudameris S/A, deixando de apresentar os do Banco Bradesco S/A, do Banco Rural S/A e do Banco Unibanco S/A — docs., às fls. 118/121 , cuja documentação encontrase abaixo relacionada (...) 6 — em razão da autorização concedida pelo Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia aos Auditores — Fiscais da Receita Federal do Brasil — RFB (anexo IX, fls. 27/29), para acesso aos documentos e informações constantes dos inquéritos instaurados pelo Departamento de Polícia Federal — DPF, vinculados aos crimes praticados por Deputados Estaduais do Estado de Rondônia no âmbito da Assembleia Legislativa, procedemos a análise dos documentos anexados aos autos do Inquérito Policial N° 266/05 e demais documentos vinculados, cuja resultante foi a constatação, dentre outras pessoas físicas e jurídicas, que a empresa RONDOFORMS INDUSTRIA GRÁFICA LTDA, CNPJ 00.465.156/0001 — 48, bem como seu procurador ANTONIO SPEGIORIN TAVARES, CPF 328.331.721 — 68, estão envolvidos direta ou indiretamente nos processos de licitação considerados pelo DPF, como irregulares, senão vejamos (anexo IX, fls. 30/165 e anexo X, fls. 47/51): (...) 7 — em documento datado de 24/10/2005, o Ministério Público do Estado de Rondônia solicita ao Banco Rural S/A, os dados Fl. 2351DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 6 5 disponíveis relacionados às movimentações bancárias de amortização de mútuo, que nomeia. Em atendimento, a instituição financeira apresenta relação das empresas beneficiárias das amortizações de mútuo/parcelas, dentre elas, a RONDOFORMS INDÚSTRIA GRÁFICA LTDA (anexo X, às fls. 47/51). 8 Ante o exposto e após cotejo entre os diversos elementos citados nos itens precedentes — itens 1 a 7 e em suas Declarações de Informações Econômico — Fiscais da Pessoa Jurídica — DIPJ, relativas aos anoscalendário de 2003 a 2005, inferese que: 8.1 — o contribuinte apesar de ter apresentado diversos documentos, conforme relatado no item 5, retro, vinculados ao Banco do Brasil S/A, ao Banco da Amazônia S/A e ao Banco Sudameris S/A, objeto da solicitação constante no Termo de Intimação, cientificado em 10/08/2007 — termo, ás fls. 16/117 , tais documentos comprovam sua movimentação financeira e/ou sua atividade comercial e não sua tributação efetiva, o que ocorrerá no presente momento, após expurgo dos valores oferecidos espontaneamente a tributação em suas DIPJ, correspondentes; 8.2 — na contabilidade do sujeito passivo apenas encontrase registrada a movimentação financeira do Banco do Brasil S/A, do Banco da Amazônia S/A e do Banco Sudameris S/A, não se vislumbrando os registros contábeis do Banco Unibanco S/A, do Banco Rural S/A e do Branco Bradesco S/A, entre os anos de 2003 a 2005; 8.3 — os empréstimos tomados pelo sujeito passivo junto ao Banco Rural S/A, que foram liquidados pela Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia e que estão relacionados às fls. 31 do anexo IX e às fls. 48/51 do anexo X, são receitas tributáveis, cujas datas da ocorrência de seus fatos geradores encontrase arrolados no DEMONSTRATIVO XVIII, anexo ao presente termo. Com relação aos demais valores arrolados no DEMONSTRATIVO XVIII, os documentos fiscais comprobatórios encontramse nas notas fiscais às fls. 144/156 do anexo IX e na denúncia encaminhado pelo Ministério Público do Estado de Rondônia ao Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, às fls. 38/60, envolvendo a empresa RONDOFORMS INDÚSTRIA GRÁFICA LTDA”. 4. Diante da análise da relação de valores provenientes das movimentações financeiras em cotejo com as DIPJs dos anoscalendário de 2003 a 2005 (apresentadas pela Recorrente), a fiscalização constatou significativa discrepância entre esses valores. 5. Ademais, verificou que a empresa autuada além de não ter escriturado e tributado as movimentações financeiras provenientes das contas de sua titularidade no Banco Unibanco S/A, no Banco Rural S/A e no Branco Bradesco S/A, também não ofereceu à tributação como receita os valores recebidos da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia. Fl. 2352DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 7 6 6. A contribuinte foi autuada então pelas normas aplicadas ao lucro presumido, tomando por base sua receita bruta conhecida, excluindo os valores já oferecidos espontaneamente à tributação em DIPJ, correspondentes aos documentos comprobatórios apresentados pela autuada. 7. Diante da constatação de que o Sr. Antônio Spegiorin Tavares detinha posição de comando na empresa autuada no período em que ocorreram as operações fraudulentas e a omissão de receitas, foi atribuída a ele responsabilidade passiva e solidária constante dos artigos 124 e 135 do CTN. 8. Foi aplicada multa qualificada de 150%, nos termos do artigo 44, inciso I e §1º, da Lei nº 11.488/2007, diante da contumácia do Sujeito Passivo em absterse total ou parcialmente do recolhimento dos tributos e contribuições a que estava obrigado a recolher, com o resultado de sua atividade operacional. 9. A imputação da multa qualificada também decorreu da constatação de que as declarações, no curso dos anos auditados, apresentavam receita bruta muito aquém da efetivamente obtida em sua atividade operacional e, como consequência, os tributos e as contribuições foram recolhidos em valores bem inferiores aos efetivamente devidos, conforme demonstrativos integrantes dos autos de infração. 10. Devidamente intimados (o Contribuinte do lançamento em 27/04/2009 (fl. 181) e o Sr. Antônio do Termo de Sujeição Passiva em 29/04/2009 (fl. 177)), os sujeitos passivos apresentaram, individualmente, impugnações ao lançamento (fls. 195/245 e 258/314). 11. Em sessão de 27 de novembro de 2009 a 1ª Turma da DRJ/BEL, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação, nos termos do voto relator, Acórdão nº 0115.712 (fls. 342/365), cuja ementa recebeu o seguinte descritivo, verbis: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003, 2004, 2005 DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. São improfícuos os julgados administrativos trazidos pelo sujeito passivo, pois tais decisões não constituem normas complementares do Direito Tributário, já que foram proferidas por órgãos colegiados sem, entretanto, uma lei que lhes atribuísse eficácia normativa, na forma do art. 100, II, do Código Tributário Nacional. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. ENTENDIMENTO DOMINANTE DOS TRIBUNAIS SUPERIORES. VINCULAÇÃO ADMINISTRATIVA. É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais, quando comprovado que o contribuinte não figurou como parte na referida ação judicial. A autoridade julgadora administrativa não se encontra vinculada ao entendimento dos Tribunais Superiores, pois não faz parte da legislação tributária de que fala o artigo 96 do Código Tributário Nacional, salvo Fl. 2353DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 8 7 quando tenha gerado uma súmula vinculaste, nos termos da Emenda Constitucional n.º 45, DOU de 31/12/2004. NORMAS PROCESSUAIS. NULIDADE. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto n° 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo. É de ser rejeitada a nulidade do lançamento, por constituir o Mandado de Procedimento Fiscal elemento de controle da administração tributária, não influindo na legitimidade do lançamento tributário. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. FASE FISCALIZATÓRIA. INEXISTÊNCIA. Incabível se falar em cerceamento do direito de defesa, antes de iniciado o prazo para a impugnação do Despacho Decisório que indeferiu o pedido, haja vista que, no decurso da ação fiscal, inexiste litígio ou contraditório, por força do artigo 14 do Decreto n° 70.235/1972. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITAS. Os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações são caracterizados como omissão de receitas. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao auferimento de rendimentos (fato jurídico tributário), nos termos do art. 334, IV, do Código de Processo Civil. Cabe ao contribuinte provar que o fato presumido não existiu na situação concreta. MULTA CONFISCATÓRIA. É vedado aos órgãos do Poder Executivo afastar, no âmbito administrativo, a aplicação de lei, decreto ou ato normativo, por inconstitucionalidade ou ilegalidade. JUROS. TAXA SELIC. Tendo a cobrança dos juros de mora com base na Taxa SELIC previsão legal, não compete aos órgãos julgadores administrativos apreciar arguição de sua ilegalidade/inconstitucionalidade. Fl. 2354DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 9 8 INCONSTITUCIONALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a arguição de inconstitucionalidade ou ilegalidade de dispositivos legais. As leis regularmente editadas segundo o processo constitucional gozam de presunção de constitucional idade e de legalidade até decisão em contrário do Poder Judiciário. DAS PROVAS PEDIDO DE PERÍCIA. Devem ser indeferidos os pedidos de perícia, quando forem prescindíveis ao deslinde da questão a ser apreciada, não sendo o caso de solicitação de realização de perícia para produzir provas que caberia ao autuado apresentar, ainda mais quando se trata de presunção legal. O momento oportuno para apresentação das provas documentais é com a impugnação. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Aplicase às contribuições sociais reflexas, no que couber, o que foi decido para a obrigação matriz, dada a íntima relação de causa e efeito que os une. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. Os administradores que agem com excesso de poder, ou infração de lei, são pessoal e solidariamente responsáveis pelos créditos tributários decorrentes do ato ilícito, independentemente do benefício de ordem. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido”. 12. Cientificados da decisão (AR’s de 22/01/2010 e 27/01/2010, fls. 379/380) a contribuinte e o solidário Antônio Spegiorin Tavares interpuseram individualmente Recursos Voluntários em 22/02/2010 (fls. 384/431 e 432/484) reiterando as razões já expostas em suas Impugnações, quais sejam: (i) nulidade do lançamento fiscal por violação ao artigo 10, do Decreto Lei 70.235/72, afronta ao princípio documental e ausência de motivação; (ii) o procedimento de fiscalização não tem base técnicocontábil; (iii) não há correlação lógica entre a presunção de omissão de receitas e os depósitos bancários; (iv) não foi observado o princípio da imodificabilidade do lançamento em face da utilização de critério jurídico diferente; (v) a multa aplicada tem caráter confiscatório e desproporcional; (vi) os juros de mora são inaplicáveis; (vii) não basta o mero inadimplemento para atribuir a responsabilidade solidária ao sócio gerente; (viii) o solidário sequer é sócio, tampouco tem poder de gestão, figura apenas como procurador da empresa autuada. 13. Por fim, requerem que: (i) sejam declarados nulos os autos de infração em face da ausência de apresentação pela autoridade fiscal de documento hábil a informar os sujeitos passivos da continuidade do processo de fiscalização, o que configura cerceamento do direito de defesa; (ii) no mérito, sejam cancelados os autos; (iv) em relação ao juros, seja Fl. 2355DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 10 9 cancelada a parte que supera os 12% ao ano; (v) seja determinada a expedição de Certidão Positiva com Efeitos de Negativa em nome da empresa autuada nos termos do artigo 206 do CTN até decisão final de mérito ser proferida; e (vi) seja reformado o termo de responsabilidade solidária em face da inobservância dos requisitos previstos nos artigos 122, 124 e 135 do CTN. É o relatório. Voto Conselheira Gisele Barra Bossa, Relatora 14. O Recurso Voluntário interposto é tempestivo e cumpre os demais requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciar. Questões Preliminares I. Da Ausência de Nulidades 15. Os Recorrentes apresentam diversas razões pelas quais os lançamentos deveriam ser declarados nulos. Primeiramente, afirma que o lançamento fiscal não cumpriu os requisitos do artigo 10 do Decreto nº 70.235/72, pois a fiscalização foi iniciada sem mencionar qual o objeto da ação fiscal, sua abrangência e nem quais seriam as espécies tributárias em exame. 16. Afirmam que teve seu direito de defesa cercado ao ver negado seu pedido de prorrogação para apresentação de documentos complementares e pela falta de acesso aos trabalhos realizados pela fiscalização. Argumentam que, diante da ausência de acompanhamento do procedimento fiscal, foram surpreendidos por um milionário lançamento de ofício. 17. No mais, alegam nulidade do lançamento em razão da “fiscalização ter sido prorrogada por mais de 30 vezes, sem qualquer conhecimento prévio” e diante da ausência de motivação e descrição dos procedimentos de apuração do crédito. 18. Cumpre consignar que, somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, nos termos dos artigos 10 e 59, ambos do Decreto nº 70.235/72, verbis: “Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; Fl. 2356DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 11 10 V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.” “Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam consequência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta.” 19. In casu, a contribuinte notoriamente compreendeu a imputação que lhe foi imposta e cumpriu as exigências legais para a lavratura dos autos de infração. A constituição do crédito tributário foi feita de maneira correta, razão pela qual afasto a caracterização de nulidade. 20. Em relação à alegação de não ter ficado claro quais tributos seriam auditados. Os lançamentos de CSLL, PIS e COFINS foram efetuados por decorrência lógica, visto que a empresa autuada deixou de pagar IRPJ, CSLL, PIS e COFINS em razão da ocorrência de omissão de receitas. Tratamse de tributos reflexos, portanto tal apontamento não enseja a nulidade dos lançamentos. 21. Fica claro que o auditor fiscal analisou cuidadosamente a documentação entregue pela contribuinte. Conforme bem consignado na decisão de piso, a fiscalização “teve o cuidado de dar conhecimento da continuidade dos trabalhos fiscais através dos Termos de Ciência e de Continuação de Procedimento Fiscal de fl. 10, 122, 124, 126, 128, 130, 134, 136, 138 e 140, todos com ciência da impugnante via AR”. 22. De outra parte, evidencio que os interessados não trouxeram elementos de prova capazes de esclarecer a origem dos depósitos bancários relacionados/individualizados pela fiscalização. Portanto, não há que se falar em inobservância dos princípios do contraditório, da ampla defesa, tampouco em cerceamento do direito de defesa. 23. Também não procede a alegação de que os lançamentos carecem de fundamento e motivação. A partir da leitura do Termo de Verificação Fiscal e seus anexos fica claro que a fiscalização indicou não apenas os fundamentos legais da omissão de receitas como também expôs com assertividade o racional (descrição das circunstâncias fáticas) que fundamentou sua conclusão. Fl. 2357DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 12 11 24. No mais, apenas a título de esclarecimento, as normas que regulamentam a emissão de Mandado de Procedimento Fiscal MPF dizem respeito ao controle interno das atividades da Secretaria da Receita Federal. Portanto, eventuais vícios na sua emissão e execução não afetam a validade do lançamento, desde que não tragam prejuízo às defesas dos contribuintes. 25. Isso porque, a data do termo final do MPF tem implicações para fins de resgate da espontaneidade do contribuinte (art. 7º, § 2° do Decreto nº 70.235/72) e para a configuração da decadência do crédito tributário, mas não para a sua validade formal. 26. Nesse sentido, são os julgados desse E. Conselho, verbis: "VÍCIOS DO MPF NÃO GERAM NULIDADE DO LANÇAMENTO. As normas que regulamentam a emissão de mandado de procedimento fiscal MPF, dizem respeito ao controle interno das atividades da Secretaria da Receita Federal, portanto, eventuais vícios na sua emissão e execução não afetam a validade do lançamento." (Processo nº 13839.004872/200711, Acórdão nº 1201001.630, 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária/ 1ª Seção, Sessão de 10 de abril de 2017, Relator Luis Henrique Marotti Toselli). "MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF. CIÊNCIA. TERMOS EMITIDOS PELA FISCALIZAÇÃO. VALIDADE DO LANÇAMENTO FISCAL. O Mandado de Procedimento Fiscal MPF é instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos fiscais efetuados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Mesmo se houver equívocos na formalização do MPF, tendo sido emitidos os termos previstos no art. 196 do Código Tributário Nacional e no art. 8º do Decreto nº 70.235/1972 nos moldes legais, não há que se falar em nulidade do procedimento fiscal." (Processo nº 10875.722953/201409, Acórdão nº 2201003.859, 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária/ 2ª Seção, Sessão de 12 de setembro de 2017, Relator Marcelo Milton da Silva Risso). "MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE NÃO CONFIGURADA. A suposta imprecisão do MPF, ainda que impedisse a precisa identificação temporal para o seu encerramento, não implicaria a sua nulidade e do correlato lançamento, uma vez que não trouxe prejuízo às defesas dos contribuintes e, ainda, porque a data do termo final do MPF tem implicações para fins de resgate da espontaneidade do contribuinte (art. 7º, § 2° do Decreto nº 70.235/72) e para a configuração da decadência do crédito tributário, mas não para a sua validade formal." (Processo nº 10314.723792/201418, Acórdão nº 3402004.365, 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária/ 3ª Seção, Sessão de 30 de agosto de 2017, Relator Diego Diniz Ribeiro). 27. No presente caso, os sujeitos passivos não tiveram qualquer prejuízo que justifique a nulidade dos lançamentos em questão. Fl. 2358DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 13 12 28. Por fim, nos termos da Súmula CARF nº Súmula CARF nº 111: “O Mandado de Procedimento Fiscal supre a autorização, prevista no art. 906 do Decreto nº 3.000, de 1999, para reexame de período anteriormente fiscalizado.” 29. Diante do exposto, a constituição do crédito tributário foi feita de maneira correta, razão pela qual afasto a alegação de nulidade dos autos de infração. Questões de Mérito I. Da Omissão de Receitas 30. Sobre esta questão, os Recorrentes afirmam que a presunção utilizada na apuração da base de cálculo pela fiscalização é frágil e ilegal. 31. Inicialmente, cumpre registrar que a presente autuação se baseou na presunção de omissão de receitas constante do artigo 42, da Lei nº 9.430/96 e, portanto, não há dúvidas acerca da sua legalidade. O contribuinte está sujeito à presunção de omissão de receita existente na legislação do imposto de renda, apurável com base em depósitos bancários de origem não comprovada. 32. Conforme dispõe a Súmula CARF nº 26: "A presunção estabelecida no artigo 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada". 33. Portanto, basta ao fisco demonstrar a existência de depósitos bancários de origem não comprovada para que se presuma até prova em contrário, a cargo do contribuinte, a ocorrência de omissão de rendimentos. Tratase de presunção legal do tipo juris tantum e, portanto, cabe ao fisco comprovar apenas o fato definido na lei como necessário e suficiente ao estabelecimento da presunção para que fique evidenciada a omissão de receitas. 34. Contudo, não estamos diante de um "cheque em branco" dado às autoridades fiscais para aplicar indistintamente tal presunção. A fiscalização deve, necessariamente, respeitar os limites da lei. 35. Considero fundamental a observância de dois pressupostos para legitimar a adoção da presunção em questão: respeito aos limites legais constantes do artigo 42, da Lei nº 9.430/96, leiase individualização dos lançamentos considerados de origem não comprovada; e efetiva intimação do contribuinte para comprovar a origem dos depósitos bancários. 36. Primeiro, a autoridade deve cuidar de respeitar as disposições e limites constantes, do artigo 42, da Lei nº 9.430/96, verbis: "Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. Fl. 2359DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 14 13 §2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação especificas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. §3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse 0 valor de R$ 80.000, 00 (oitenta mil reais)." 37. A partir da análise do dispositivo supra, o lançamento com base em depósitos bancários de origem não comprovada tem validade apenas se a autoridade fiscal individualiza os depósitos que entende como não comprovados, para que, com base nessa segregação, o autuado se defenda e apresente provas. 38. Nesse sentido, é o r. Acórdão nº 1302001.642, cuja ementa segue abaixo transcrita, verbis: "OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. INTIMAÇÃO PARA COMPROVAÇÃO POR VALORES GLOBAIS. FALTA DE INDIVIDUALIZAÇÃO DOS CRÉDITOS. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO. Caracterizam omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores, a origem dos recursos utilizados nessas operações. A ausência de intimação que discrimine individualizadamente os créditos a serem comprovados, nos termos da lei, implica a improcedência do lançamento". (Processo nº 18471.001400/200736, Acórdão nº 1302001.642, 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária/ 1ª Seção, Sessão de 5 de fevereiro de 2015, Relator Waldir Veiga Rocha). (grifos nossos) 39. Da leitura do julgado em questão, fica claro o dever da autoridade fiscal de intimar regularmente o contribuinte para que esclareça a origem dos créditos bancários e de fazer constar da intimação a discriminação individualizada dos valores a serem comprovados. Tais deveres asseguram o direito dos contribuintes ao contraditório efetivo e a ampla defesa1, bem como convergem com o disposto no artigo 142, do CTN. 1 Lei nº 13.105/2015 Fl. 2360DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 15 14 40. Toda a presunção, ainda que estabelecida em lei, deve ter relação entre o fato adotado como indiciário e sua consequência lógica, a fim de que se realize o primado básico de se partir de um fato conhecido para se provar um fato desconhecido. 41. Os indícios em questão decorrem de questões fáticas levantadas tanto pela autoridade fiscal, por meio de suas plataformas tecnológicas de dados, como pelo contribuinte, que legalmente intimado, deve fazer prova da origem dos créditos bancários recebidos e demonstrar a ocorrência de lançamentos em duplicidade e/ou que não correspondem às receitas tributáveis, como é o caso dos resgates, estornos e transferências entre contas do mesmo titular. 42. No presente caso, a douta autoridade fiscal cuidou de atender os dois pressupostos hábeis a legitimar a presunção de omissão de receitas dos créditos bancários de origem não comprovada. 43. Foi solicitado no Termo de Início de Fiscalização, relativo aos anos calendário de 2003 a 2005, os livros contábeis e fiscais da empresa autuada, bem como os extratos bancários de suas contascorrente de depósitos bancários e de poupança. Em resposta, a contribuinte atende parcialmente a solicitação. Novamente intimada, apresenta extratos bancários relativos aos anos de 2003 e 2004. 44. Em face da pouca clareza dos extratos bancários apresentados pela contribuinte e da ausência de extratos das contas do Banco Bradesco S/A, Banco Rural S/A e Banco Unibanco S/A, a fiscalização solicitou via RMF que fosse apresentado pelas instituições financeiras nomeadas os extratos bancários das contascorrentes de titularidade da contribuinte. 45. A fiscalização elaborou lista individualizada (fls. 18/175) contendo as movimentações financeiras transcorridas entre os meses de janeiro de 2003 a dezembro de 2005 das contascorrente em nome da empresa autuada relativas ao Banco da Amazônia S/A, Banco do Brasil S/A, Banco Bradesco S/A, Banco Rural S/A, Banco Unibanco S/A e Banco Sudameris S/A. A contribuinte foi intimada em 10/08/2007 a prestar esclarecimentos sobre a origem dos recursos creditados. 46. Após pedir dilação de prazo para se manifestar sobre os recursos, a empresa autuada atende parcialmente a intimação e entrega diversos documentos referentes a alguns dos bancos indicados e deixa de apresentar documentação relativa ao Banco Bradesco S/A, Banco Rural S/A e Banco Unibanco S/A. 47. Entretanto, os documentos apresentados comprovam sua movimentação financeira e/ou sua atividade comercial e não a tributação efetiva desses valores. Importante ressaltar que, a fiscalização cotejou as movimentações comprovadas com os valores oferecidos à tributação espontaneamente via DIPJ. Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Lei nº 9.784/1999 Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Fl. 2361DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 16 15 48. Diferente do que foi alegado pela Recorrente, não se está tributando os depósitos e créditos bancários ou que sejam esses os fatos geradores do imposto de renda e dos demais tributos. Tributase sim, a importância financeira creditada em beneficio da Recorrente que, pelo fato de não estar escriturada, declarada ou justificada, deve ser considerada receita omitida, segundo a legislação acima reproduzida, respeitados os pressupostos da própria lei. 49. Em suas peças de defesa os Recorrentes se limitam a afirmar que a fiscalização se utilizou do instrumento menos apropriado para apurar com efetividade o real faturamento da empresa. Afirmam que inexiste embasamento técnicocontábil e que a apuração feita pela fiscalização não tem amparo jurídico na legislação que regulamenta a matéria. 50. Em que pesem os Recorrentes afirmem que realizaram a devida comprovação da origem dos depósitos no curso do procedimento fiscalizatório, não instruem suas defesas com documentação hábil e idônea capaz de corroborar suas alegações. 51. Diante da presunção legal de que esse montante na verdade se origina de receita tributável auferida e não declarada, cabe ao sujeito passivo o ônus de comprovar a origem dos recursos. 52. Do exposto, considero irreparável r. condução do procedimento fiscalizatório que ensejou a lavratura dos autos de infração e a condução do processo administrativo fiscal no tocante à aplicação da presunção de omissão de receitas constante do artigo 42 da Lei nº 9.430/96. Assim sendo, deixo de acolher as razões apresentadas pelos Recorrentes. 53. Vale consignar que, tanto em sede de Impugnação como em sede de Recurso Voluntário, os Recorrentes não questionaram os lançamentos relativos à infração “omissão de receitas da atividade” referente a empréstimos tomados, pelo Sujeito Passivo, junto ao Banco Rural, que foram liquidados pela Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia, tampouco a qualificação da multa de ofício. II. Da Responsabilidade Passiva Solidária Premissas Técnicas 54. Por considerar imprescindíveis para enfrentar as alegações acerca da responsabilidade solidária, trago no presente voto, inicialmente, ponderações acerca das aplicações dos artigos 124 e 135 do CTN. II.1. Pressupostos de Aplicação do Artigo 124 do CTN 55. Com relação à responsabilidade solidária capitulada no artigo 124, inciso I, do CTN, cabe trazer algumas ponderações de ordem técnicointerpretativas. Confira se o teor do dispositivo: “Art. 124 São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal” 56. Para restar configurada a responsabilidade solidariedade tributária em questão, as pessoas constantes do dispositivo devem efetivamente participar do negócio Fl. 2362DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 17 16 jurídico que deflagra a incidência tributária no mesmo polo da relação jurídica, como os co proprietários de um imóvel no caso do IPTU ou os herdeiros no caso do ITCMD incidente na sucessão2. 57. É nesse contexto de raciocínio que, o termo "interesse comum" não pode ser considerado como um interesse qualquer, de fundo econômico, sancionador, monetário ou de cunho inespecífico. Trata se de interesse exclusivamente jurídico, relativo à prática do fato gerador da obrigação tributária. 58. Com efeito, não pode ser aplicado às pessoas que se encontrem em posições diversas da relação jurídica (e.g. vendedor vs comprador) ou pessoas que não tenham qualquer ligação com a "situação que constitui o fato gerador". A chamada comunhão de interesses jurídicos entre duas ou mais pessoas, que tenham relação pessoal e direta com a situação que deflagra a obrigação de pagar o tributo, é condição sine qua non para aplicação do artigo 124, inciso I, do CTN. 59. Nesse sentido, são as lições de Luciano Amaro3 acerca da solidariedade tributária: "Sabendose que a eleição de terceiro como responsável supõe que ele esteja vinculado ao fato gerador (art. 128), é preciso distinguir, de um lado, as situações em que a responsabilidade do terceiro deriva do fato de ter ele 'interesse comum no fato gerador' (o que dispensa previsão na lei instituidora do tributo) e, de outro, as situações em que o terceiro tenha algum outro interesse (melhor diria, as situações com as quais ele tenha algum vínculo) em razão do qual ele possa ser eleito como responsável. Neste segundo caso é que a responsabilidade solidária do terceiro dependerá de a lei expressamente estabelecer. Por outro lado, o só fato de o Código Tributário Nacional dizer que, em determinada operação (p. ex. alienação de imóvel), a lei do tributo pode eleger qualquer das partes como contribuinte não significa dizer que, tendo eleito uma delas, a outra seja solidariamente responsável. Poderá sêlo, mas isso dependerá de expressa previsão da lei, nos termos do item II do art. 124). Até porque nessa hipótese o interesse de cada uma das partes no negócio não é comum, não é o mesmo; o interesse do vendedor é na alienação, o interesse do comprador é na aquisição. Se, porém, houver dois vendedores ou dois compradores (copropriedade), aí sim teremos interesse comum (dos vendedores ou dos compradores, respectivamente), de modo que se a lei definir como contribuinte a figura do comprador, ambos os compradores serão responsáveis solidários, não porque a lei tenha eventualmente vindo a proclamar essa solidariedade, mas sim porque ela decorre do interesse comum de ambos no fato da aquisição. O mesmo se diga em relação ao 2 Sobre o tema, vale referenciar DARZÉ, Andréa Medrado. Responsabilidade Tributária Solidária. Breves Considerações sobre os Artigos 124 e 125 do Código Tributário Nacional. In: Grandes Questões em Discussão no CARF. São Paulo: Foco Fiscal, 2014, p. 3637. 3 AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 22ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017. Fl. 2363DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 18 17 imposto predial. Havendo copropriedade, ambos os proprietários são devedores solidários". 60. É, também, o entendimento já fixado em definitivo pelas Turmas de Direito Público do Superior Tribunal de Justiça STJ sobre a matéria: "1. A solidariedade passiva ocorre quando, numa relação jurídicotributária composta de duas ou mais pessoas caracterizadas como contribuintes, cada uma delas está obrigada pelo pagamento integral da dívida. Ad exemplum, no caso de duas ou mais pessoas serem proprietárias de um mesmo imóvel urbano, haveria uma pluralidade de contribuintes solidários quanto ao adimplemento do IPTU, uma vez que a situação de fato a copropriedade élhes comum. (...) Deveras, o instituto da solidariedade vem previsto no art. 124 do CTN, verbis: (...) Conquanto a expressão "interesse comum" encarte um conceito indeterminado, é mister procederse a uma interpretação sistemática das normas tributárias, de modo a alcançar a ratio essendi do referido dispositivo legal. Nesse diapasão, temse que o interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal implica que as pessoas solidariamente obrigadas sejam sujeitos da relação jurídica que deu azo à ocorrência do fato imponível. Isto porque feriria a lógica jurídicotributária a integração, no pólo passivo da relação jurídica, de alguém que não tenha tido qualquer participação na ocorrência do fato gerador da obrigação... Segundo doutrina abalizada, in verbis: "... o interesse comum dos participantes no acontecimento factual não representa um dado satisfatório para a definição do vínculo da solidariedade. Em nenhuma dessas circunstâncias cogitou o legislador desse elo que aproxima os participantes do fato. o que ratifica a precariedade do método preconizado pelo inc. I do art 124 do Código. Vale sim, para situações em que não haja bilateralidade no seio do fato tributado, como, por exemplo, na incidência do IPTU, em que duas ou mais pessoas são proprietárias do mesmo imóvel. Tratandose, porém, de ocorrências em que o fato se consubstancie pela presença de pessoas em posições contrapostas, com objetivos antagônicos , a solidariedade vai instalarse entre sujeitos que estiveram no mesmo pólo da relação, se e somente se for esse o lado escolhido pela lei para receber o impacto jurídico da exação. E o que se dá no imposto de transmissão de imóveis, quando dois ou mais são os compradores; no ICMS, sempre que dois ou mais forem os comerciantes vendedores; no ISS, toda vez que dois ou mais sujeitos prestarem um único serviço ao mesmo tomador." (Paulo de Barros Carvalho, in Curso de Direito Tributário, Ed Saraiva, 8ª ed, 1996, p. 220)... Fl. 2364DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 19 18 Destarte, a situação que evidencia a solidariedade, quanto ao ISS, é a existência de duas ou mais pessoas na condição de prestadoras de apenas um único serviço para o mesmo tomador, integrando, desse modo, o pólo passivo da relação. Forçoso concluir, portanto, que o interesse qualificado pela lei não há de ser o interesse econômico no resultado ou no proveito da situação que constitui o fato gerador da obrigação principal, mas o interesse jurídico, vinculado à atuação comum ou conjunta da situação que constitui o fato imponível. 10. "Para se caracterizar responsabilidade solidária em matéria tributária entre duas empresas pertencentes ao mesmo conglomerado financeiro, é imprescindível que ambas realizem conjuntamente a situação configuradora do fato gerador sendo irrelevante a mera participação no resultado dos eventuais lucros auferidos pela outra empresa coligada ou do mesmo grupo econômico." (REsp 834044/RS, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/11/2008, DJe 15/12/2008). (...) 13. Recurso especial parcialmente provido, para excluir do pólo passivo da execução o Banco Safra S/A" (REsp 884.845/SC, 1ª T., Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ: 18/02/2009). "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMPRESA DE MESMO GRUPO ECONÔMICO. SOLIDARIEDADE PASSIVA. Inexiste solidariedade passiva em execução fiscal apenas por pertencerem as empresas ao mesmo grupo econômico, já que tal fato, por si só, não justifica a presença do 'interesse comum' previsto no artigo 124 do Código Tributário Nacional. Precedente da Primeira Turma (REsp 859.616/RS, Rei. Min. Luiz Fux, DJU de 15.10.07). Recurso especial não provido" (REsp 1.001.450/RS, 2ª T., Rel. Min. Castro Meira, DJ: 27/03/2008). 61. Portanto, de acordo com a doutrina e a jurisprudência, somente se pode cogitar de interesse comum nas situações em que duas ou mais pessoas concorrem, em pé de igualdade, para a realização do fato descrito em lei como deflagrador da obrigação tributária. 62. Ademais, o parágrafo único do artigo 124, do CTN, prevê que a solidariedade referida no artigo não comporta benefício de ordem, o que significa que o Fisco pode exigir o crédito tributário em sua integralidade de qualquer um dos sujeitos passivos, principal e solidários, sem seguir ordem de preferência ou individualizar valores para cada devedor, vez que todos os devedores respondem igualmente pelo crédito tributário. II. 2. Pressupostos de Aplicação do Artigo 135 do CTN 63. A responsabilidade disciplinada no artigo 135, III, do CTN, não considera a personalidade jurídica do contribuinte, mas cuida de incluir pessoalmente no polo Fl. 2365DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 20 19 passivo da relação jurídicotributária, o administrador responsável pela prática de atos com excesso de poderes ou infração à lei. 64. Para que se configurar a responsabilidade prevista no referido artigo, devem estar presentes duas condições: (i) os sócios, os acionistas, os gerentes e/ou administradores devem praticar atos de gestão e (ii) a obrigação tributária deve decorrer de atos praticados com abuso de poder ou contrários à lei, contrato social ou estatutos. Logo, o elemento doloso deve estar presente. 65. Em razão da gravidade dessas práticas, o legislador apontou expressamente quais pessoas devem ser pessoalmente responsabilizadas, verbis: Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I as pessoas referidas no artigo anterior; II os mandatários, prepostos e empregados; III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. (grifos nossos) 66. A partir da análise do dispositivo, verificase que apenas as pessoas elencadas podem ser responsabilizadas pessoalmente. No mais, caso a pessoa seja sócia, mas não tenha poderes de gestão, deve ser afastada a responsabilidade pessoal. Fl. 2366DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 21 20 67. Da mesma forma, ainda que tenha poderes de gestão, deve ser comprovado o nexo de causalidade entre a prática de atos com excesso de poderes, infração à lei, contrato social ou estatutos e a exigência do crédito tributário em litígio. 68. Neste sentido, é o posicionamento já consolidado em sede de repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal. Confirase: DIREITO TRIBUTÁRIO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. ART 146, III, DA CF. ART. 135, III, DO CTN. SÓCIOS DE SOCIEDADE LIMITADA. ART. 13 DA LEI 8.620/93. INCONSTITUCIONALIDADES FORMAL E MATERIAL. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DA DECISÃO PELOS DEMAIS TRIBUNAIS. 1. Todas as espécies tributárias, entre as quais as contribuições de seguridade social, estão sujeitas às normas gerais de direito tributário. 2. O Código Tributário Nacional estabelece algumas regras matrizes de responsabilidade tributária, como a do art. 135, III, bem como diretrizes para que o legislador de cada ente político estabeleça outras regras específicas de responsabilidade tributária relativamente aos tributos da sua competência, conforme seu art. 128. 3. O preceito do art. 124, II, no sentido de que são solidariamente obrigadas “as pessoas expressamente designadas por lei”, não autoriza o legislador a criar novos casos de responsabilidade tributária sem a observância dos requisitos exigidos pelo art. 128 do CTN, tampouco a desconsiderar as regras matrizes de responsabilidade de terceiros estabelecidas em caráter geral pelos arts. 134 e 135 do mesmo diploma. A previsão legal de solidariedade entre devedores – de modo que o pagamento efetuado por um aproveite aos demais, que a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, também lhes tenha efeitos comuns e que a isenção ou remissão de crédito exonere a todos os obrigados quando não seja pessoal (art. 125 do CTN) – pressupõe que a própria condição de devedor tenha sido estabelecida validamente. 4. A responsabilidade tributária pressupõe duas normas autônomas: a regra matriz de incidência tributária e a regra matriz de responsabilidade tributária, cada uma com seu pressuposto de fato e seus sujeitos próprios. A referência ao responsável enquanto terceiro (dritter Persone, terzo ou tercero) evidencia que não participa da relação contributiva, mas de uma relação específica de responsabilidade tributária, inconfundível com aquela. O “terceiro” só pode ser chamado responsabilizado na hipótese de descumprimento de deveres próprios de colaboração para com a Administração Tributária, estabelecidos, ainda que a contrario sensu, na regra matriz de responsabilidade tributária, e desde que tenha contribuído para a situação de inadimplemento pelo contribuinte. 5. O art. 135, III, do CTN responsabiliza apenas aqueles que estejam na direção, gerência ou representação da pessoa jurídica e tão somente quando pratiquem atos com excesso de poder ou infração à lei, contrato social ou estatutos. Desse modo, apenas o sócio com poderes de gestão ou representação da sociedade é Fl. 2367DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 22 21 que pode ser responsabilizado, o que resguarda a pessoalidade entre o ilícito (mal gestão ou representação) e a conseqüência de ter de responder pelo tributo devido pela sociedade. 6. O art. 13 da Lei 8.620/93 não se limitou a repetir ou detalhar a regra de responsabilidade constante do art. 135 do CTN, tampouco cuidou de uma nova hipótese específica e distinta. Ao vincular à simples condição de sócio a obrigação de responder solidariamente pelos débitos da sociedade limitada perante a Seguridade Social, tratou a mesma situação genérica regulada pelo art. 135, III, do CTN, mas de modo diverso, incorrendo em inconstitucionalidade por violação ao art. 146, III, da CF. 7. O art. 13 da Lei 8.620/93 também se reveste de inconstitucionalidade material, porquanto não é dado ao legislador estabelecer confusão entre os patrimônios das pessoas física e jurídica, o que, além de impor desconsideração ex lege e objetiva da personalidade jurídica, descaracterizando as sociedades limitadas, implica irrazoabilidade e inibe a iniciativa privada, afrontando os arts. 5º, XIII, e 170, parágrafo único, da Constituição. 8. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 13 da Lei 8.620/93 na parte em que determinou que os sócios das empresas por cotas de responsabilidade limitada responderiam solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à Seguridade Social. 9. Recurso extraordinário da União desprovido. 10. Aos recursos sobrestados, que aguardavam a análise da matéria por este STF, aplicase o art. 543B, § 3º, do CPC. (Recurso Extraordinário nº 562276/PR, Tribunal Pleno, Relatora Ministra Ellen Gracie, Julgado em 03/11/2010, Dje nº 27, Publicado em 10/02/2011). 69. O artigo 135 do CTN aponta a necessidade de elemento subjetivo, mais especificamente, dolo ou fraude para a configuração da responsabilidade, cabendo à fiscalização demonstrar e provar que as pessoas indicadas praticaram diretamente ou toleraram o ato abusivo, ilegal ou contrário ao estatuto enquanto sócias com poder de gestão. 70. Por fim, deve comprovar que os diretores, gerentes (de fato ou de direito) ou representantes da pessoa jurídica exerciam tais funções de gestão durante o período que ocorreu o fato gerador. Somente a partir desta construção probatória é possível imputar a responsabilidade pessoal constante do artigo 135, III, do CTN. II.3. Das Circunstâncias Fáticas 71. No presente caso foi atribuída a responsabilidade solidária e pessoal ao Sr. Antônio Spegiorin Tavares em razão do interesse comum na situação que constituiu o fato gerador, conforme o artigo 124 do CTN e também pela prática de atos ilícitos ou contrários ao contrato social enquanto sócio com poder de gestão e procurador da autuada, nos termos do artigo 135 do CTN, conforme Termo de Sujeição Passiva Solidária de fl.176. 72. Em sede de Recurso Voluntário, o solidário afirma ser entendimento pacífico no STJ que o mero inadimplemento da empresa não autoriza o redirecionamento da execução ao sóciogerente. Ademais, afirma que o Sr. Antônio sequer é sócio, tampouco tem poder de gestão, figura apenas como procurador da empresa autuada. Fl. 2368DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 23 22 73. A DRJ mantém sua responsabilidade solidária por entender que, apesar de não ser sócio estatutário da empresa autuada, era procurador da empresa no período fiscalizado e tinha interesse comum na situação que originou o fato gerador: “Com efeito, pela leitura sistemática dos artigos 124, inciso II e parágrafo único, c/c art 135 do CTN, os administradores que agem com excesso de poder ou infração de lei são pessoal e solidariamente responsáveis pelos créditos tributários decorrentes do ato ilícito, independentemente do benefício de ordem. No caso vertente, a autoridade lançadora aduz que o Procurador da RONDOFORMS, o Sr. ANTONIO SPERGIORIN TAVARES, participou diretamente nas tomadas das decisões na RONDOFORMS, fatos estes confirmados na Denúncia com base no Inquérito Policial n° 266/2005 — DPF (TJ 100.000.2005.0053370), em que comprovam que o Sr. ANTÔNIO SPERGIORIN TAVARES é na realidade o Sócio de fato da empresa fiscalizada. (fl. 38/60 do anexo IX). O poder de administração do Sr. ANTONIO SPERGIORIN TAVARES, é confirmado no Termo de Declaração (de fl. 75 — anexo IX) em que declara que é procurador da RONDOFORMS por mais de 06(seis) anos, fatos estes confirmados através de Substabelecimento de Procurações anexas às fl. 77 do anexo IX e fl. 15 do Volume I”. 74. Conforme indicado no trecho acima, o próprio sujeito passivo assume que desempenhou papel importante e central para a situação que constituiu o fato gerador, demonstrando, portanto, que tem interesse comum em consonância com o previsto no artigo 124 do CTN. 75. O Termo de Reinquirição (fls. 1978/1983) de Antônio Spegiorin, realizado pelo Departamento da Polícia Federal da Superintendência Regional do Estado de Rondônia, corrobora o entendimento da DRJ, verbis: “Aos dezenove (19) dias do mês de outubro (10) do ano de dois mil e cinco, (...) onde presente se encontrava (...) ANTÔNIO SPEGIORIN TAVARES (...) INQUIRIDO PEIA AUTORIDADE POI3CIAL, RESPONDEU: QUE é o responsável legal pela empresa RONDOFORMS INDÚSTRIA GRÁFICA LIDA por força de procuração passada por JUVINO TAVARES, seu irmão; (...) QUE durante a campanha eleitoral, de 2002 a RONDOFORMS prestou serviços ao então candidato JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA, vulgo CARLAO DE OLIVEIRA, atual presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (ALERO); QUE nem todos serviços prestados pela RONDOFORMS a CARLÃO foram pagos, sendo certo que já depois de encerrado o período eleitoral ainda h via pendências financeiras; QUE no inicio da atual legislatura o reinquirido procurou CARLÃO por diversas vezes, para tentar receber o que lhe era devido, mas encontrava muitas dificuldades para tanto; QUE CARLÃO sempre alegava que não tinha dinheiro e então disse ao reinquirido: que iria "preparar uns processos" (de Fl. 2369DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 24 23 licitação) para quitar as dívidas; QUE declara que o Deputado JOSÉ CARLOS comumente solicitava ao reinquirido dinheiro emprestado; (...) QUE assegura que o Processo n° 01&2712003 foi forjado para servir como pagamento de dívidas pessoais contraídas por CARLÃO com a RONDOFORMS, advindas da confecção de 200.000 (duzentos mil) cartões de natal, com nomes do Deputado JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA e de outros deputados, confeccionados em papel couchê 230 gramas, em formato seis, "tipo mala direta, que ele distribuiu no interiorzão"; (...) QUE ocorreu que, em determinada ocasião, HAROLDINHO procurou o reinquirido na sede da RONDOFORMS e disse que precisava que o reinquirido contraísse um empréstimo junto ao Banco Rural, pois a "Assembleia tinha aberto uma linha de crédito aberta com o Banco Rural", para pagar parte da dívida que CARLÁO, MOISÉS e HAROLDINHO, tinham contraído com a RONDOFORMS e com o reinquirido; QUE .HAROLDINHO assegurou ao reinquirido que a RONDOFORMS receberia o valor do empréstimo na conta corrente de que era titular no próprio Banco Rural, e que a Assembleia garantia o pagamento das parcelas do empréstimo; QUE acredita que toda a negociação entre o Banco Rural tenha sido feita por HAROLDINHO; (...) QUE em determinada ocasião HAROLDINHO procurou o reinquirido e disselhe que, em relação ao processo dos cartuchos de impressora, a RONDOFORMS. deveria executar apenas parte do contrato, pelo que receberia apenas parte do valor previsto nele, e deveria devolver o restante ao próprio HAROLDINHO e a MOISÉS; QUE HAROLDINHO disse que a parte que ficaria com o reinquirido representaria a quitação parcial da dívida que "eles tinham comigo"; QUE findou que HAROLDINHO disse ao reinquirido que a RONDOFORMS não precisaria fornecer nada do objeto contratual, mas que receberia o valor integral do contrato, devendo devolver a maior parte para ele e MOISÉS; QUE então HAROLDINHO e MOISÉS levavam os cheques relativos aos pagamentos, o reinquirido, endossava e "eles já levavam de volta"; QUE o reinquirido não se lembra de quanto reteve do pagamento efetuado por HAROLDINHO e MOISÉS, relativamente ao Processo n° 00117/2004; QUE o reinquirido emprestava dinheiro às pessoas de MOISÉS, HAROLDINHO e CARLÃO com habitualidade” 76. Portanto, merece ser mantida a responsabilidade solidária do Sr. Antônio Spegiorin Tavares, nos termos do artigo 124, inciso I, do CTN. 77. No mais, embora o Recorrente não figure como sócio da autuada (Rondoforms Indústria Gráfica Ltda) exercia atividade fática de gestão com excesso de poderes em afronta à lei (item 70), verifico nítido elemento doloso. Em vista das premissas técnicas desenvolvidas nos itens 60 a 65 (pressupostos de aplicação do artigo 135, do CTN), deve ser mantida a responsabilidade pessoal do Sr. Antônio Spegiorin Tavares. Fl. 2370DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 25 24 III. Das Alegações de Inconstitucionalidade 78. No que se refere à alegação da Recorrente de que a multa possui natureza confiscatória, tal argumento caracteriza a arguição da inconstitucionalidade dos dispositivos legais que dão suporte à penalidade aplicada e, a respeito, não cabe à Administração Pública afastar a legislação vigente. 79. Isso ocorrendo, significaria declarar, incidenter tantum, a inconstitucionalidade da lei tributária que funcionou como base legal do lançamento (imposto e multa de ofício). Ora, como é cediço, somente os órgãos judiciais tem esse poder. 80. Essa é a diretriz da Súmula CARF nº 2: "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". 81. O mesmo entendimento também é aplicável às demais alegações de inconstitucionalidade no que tange os conceitos de renda e faturamento. 82. Assim, considerando que o lançamento encontrase respaldado na legislação vigente, a análise de sua inconstitucionalidade esbarra na impossibilidade deste órgão julgador administrativo apreciar questões desta índole. IV. Do Juros de Mora 83. Em seu recurso, os Recorrentes afirmam que os juros de mora foram aplicados de forma equivocada, pois em análise das planilhas de cálculo da fiscalização verificaram que foi aplicado juros de até 92,85%, enquanto o artigo 161 do CTN e a Constituição estabelece o percentual máximo de 1% ao mês. 84. Apesar da manifesta inconformidade da Recorrente quanto a este ponto, a Súmula CARF nº 108 é bem clara ao descrever que os juros à taxa SELIC incidem sobre o valor correspondente à multa de ofício, verbis: “Súmula CARF nº 108 Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício”. 85. No mais, a alegação dos recorrentes de que os juros aplicados no caso concreto violam o limite constitucional não procede, pois o artigo 161, §1º, do CTN, estabelece que os juros de mora serão calculados à taxa de um por cento ao mês, salvo se a lei dispuser de modo diverso. 86. Conforme demonstrado pela decisão de piso, a Lei nº 9.430/96 estabeleceu de forma específica forma de utilização da taxa de juros SELICNo presente caso a Lei nº 9.430/96 em seu artigo 61 definiu de forma específica a utilização da taxa de juros SELIC: “O art. 61 da Lei n° 9430/96, por sua vez, reza que: “Art.61. Os débitos para tona a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de Fl. 2371DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 26 25 1997, não pagos nos prazos previsto na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. §3° Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3° do art. 5, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de tini por cento no mês de pagamento. (Vide Lei n° 9.716, de 1998)” O § 3° do art. 5° da Lei n° 9.430/96, por seu turno, dispõe que: “§3º As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e CustódiaSELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segando mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do Inês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento”. 87. Diante do exposto concluo que os juros não foram aplicados de forma equivocada ou contrária a lei. Portanto, deixo de acolher o pedido dos Recorrentes e determino a manutenção da aplicação dos juros sobre a multa de ofício. V. Lançamento Reflexo de CSLL, PIS e COFINS 88. Dada a íntima relação de causa e efeito, aplicase aos lançamentos reflexos o decidido no principal. VI. Demais Pedidos 89. Quanto ao pedido de expedição de Certidão Positiva com Efeitos de Negativa em nome da empresa autuada, consigno que não cabe ao julgador administrativo determinar expedição da referida certidão. 90. Por fim, afasto o pedido de intimação em nome do advogado dos sujeitos passivos em razão do disposto na Súmula CARF nº 110, verbis: “Súmula CARF nº 110 No processo administrativo fiscal, é incabível a intimação dirigida ao endereço de advogado do sujeito passivo”. Conclusão 91. Diante do exposto, VOTO no sentido de CONHECER dos RECURSOS interpostos e, no mérito, NEGARLHES provimento. Fl. 2372DF CARF MF Processo nº 10240.000614/200969 Acórdão n.º 1201002.646 S1C2T1 Fl. 27 26 É como voto. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa Fl. 2373DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.009556/2007-26
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Data do fato gerador: 14/01/2003
IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. ACORDO ALADI. REDUÇÃO TARIFÁRIA. EXPEDIÇÃO DIRETA. COMPROVAÇÃO.
Quando demonstrada a operação como expedição direta e cumpridos os demais requisitos de origem, previsto no Acordo de Complementação Econômica nº 27 (ACE 27), há que se reconhecer o cabimento do benefício do direito creditório proveniente do imposto recolhido a maior.
Numero da decisão: 9303-007.392
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Jorge Olmiro Lock Freire.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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RESTITUIÇÃO. ACORDO ALADI. REDUÇÃO TARIFÁRIA. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado PANASONIC DO BRASIL LIMITADA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 14/01/2003 IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. ACORDO ALADI. REDUÇÃO TARIFÁRIA. EXPEDIÇÃO DIRETA. COMPROVAÇÃO. Quando demonstrada a operação como expedição direta e cumpridos os demais requisitos de origem, previsto no Acordo de Complementação Econômica nº 27 (ACE 27), há que se reconhecer o cabimento do benefício do direito creditório proveniente do imposto recolhido a maior. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Jorge Olmiro Lock Freire. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 95 56 /2 00 7- 26 Fl. 375DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão nº 3803006.006, de 23 de abril de 2014, decisão que deu provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer o direito creditório pleiteado. A discussão dos presentes autos tem origem em pedido de restituição apresentado no qual o contribuinte, em resumo, informa: a ocorrência da incorporação da PANASONIC DO BRASIL LTDA pela sucessora PANASONIC DO BRASIL LIMITADA (atual denominação de PANASONIC DA AMAZÔNIA S.A.); que importou mercadorias produzidas no México, que posteriormente foram enviadas para os EUA, onde embarcaram para o Brasil em operação de comercialização internacional, havendo as mesmas sido desembaraçadas na Alfândega de Santos; que o México é país signatário da ALADI e, por tal razão, faz jus à redução de 20% sobre a alíquota normal do imposto de importação, independentemente da localização geográfica do exportador, no caso os EUA; que no ato de registro da DI no SISCOMEX o reconhecimento da redução da alíquota de imposto de importação não foi possível, pois esse sistema de processamento de dados administrado pela SRF e SECEX, somente admite a aplicação de redução tarifária da ALADI nos casos em que o exportador esteja localizado em país membro da referida Associação, contrariando, assim, o sistema jurídico vigente, que permite a realização da operação praticada. que o preenchimento dos campos da DI no SISCOMEX foi realizado nos termos seguintes: “Exportador Nome: AMAC CORPORATION País: ESTADOS UNIDOS. E Fabricante/Produtor Nome: KYUSHU MATSUSHITA DE BAJA CALIFÓRNIA País: MÉXICO. que em razão do exposto foi compelido ao recolhimento integral do imposto de importação, eis que o SISCOMEX não reconhece o seu direito, que pode ser devidamente comprovado mediante a apresentação do certificado de origem. Nas razões de direito aduziu pela expressa previsão para a realização da operação de importação e da redução tarifária nos moldes referenciados (Decretos nºs 90782/85 e 98.874/90 – redução de 20% por parte do país exportador), ex vi da Resolução nº 252 do Comitê de Representantes da ALADI, cuja regulamentação no Brasil se deu com a edição do Decreto nº 3.325/99, DOU de 31/12/1999. Fl. 376DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 4 3 O Contribuinte também formulou consulta à COANA acerca do preenchimento da DI para fruição de benefício de preferência tarifária, obtendo a orientação adequada nesse sentido, por meio do Ofício nº 2006/00263 – COANA, Coordenação Geral de Administração Aduaneira, bem assim o reconhecimento, em tese, de que houve o cumprimento da expedição direta, em realização de operação de importação de mercadorias já descritas. O Contribuinte formalizou o Pedido de Retificação de Declaração de Importação e Reconhecimento de Direito de Crédito, havendo o pedido sido indeferido através de Despacho Decisório lavrado pelo Grupo de Restituição e Parcelamento – GRESP, sob a alegação de que as mercadorias produzidas no México foram transacionadas com empresa sediada nos EUA (conforme fatura comercial), foram descarregadas em solo americano. Posteriormente, foi emitida nova fatura comercial pela AMAC CORPORATION, empresa sediada nos EUA, em favor da interessada, PANACONIC DO BRASIL LTDA, sendo, ao final, as mercadorias embarcadas para o Brasil, conforme conhecimento de Embarque (BL). Portanto a mercadoria foi, no entender da autoridade fiscal, faturada por operador de terceiro país, não integrante da ALADI (EUA), conforme atesta o Certificado de Origem em questão. Em face do pedido de restituição de Imposto de Importação formalizado pelo Contribuinte foi exarado Despacho Decisório pelo Serviço de Orientação e Análise Tributária da Alfândega no Porto de Santos, que indeferiu o pleito, sob o fundamento de que a interessada não logrou atender as condições elencadas na alínea ‘b’ do item quatro do art. 1º, da Resolução ALADI nº 252, em especial as constantes nos incisos ‘i’ e ‘ii’, já que as mercadorias não transitaram pelo território dos EUA por motivos geográficos ou por requerimentos de transporte e estavam destinadas a comércio por empresa sediada naquele país. Inconformado, o Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade protestando que o único fundamento para o indeferimento da restituição foi o fato das mercadorias originárias do México terem transitado pelos Estados Unidos antes de serem remetidas ao Brasil, e que o procedimento adotado pela Impugnante não feriu nenhuma disposição do acordo firmado no âmbito da ALADI, devendo tal despacho ser reformado. Ainda, alega o Contribuinte o reconhecimento do direito creditório, por meio do contido no Despacho Decisório DRF/SOROCABA/SEORT nº 538, de 19/08/2010, que deferiu o pedido anteriormente formulado pelo contribuinte nos autos do processo administrativo nº 10855.003858/200894, a título de precedente. A DRJ/SP2 julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Irresignado com a decisão contrária ao seu pleito, o Contribuinte apresentou recurso voluntário. O Colegiado a quo, por maioria de votos, deu provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório, conforme acórdão assim ementado, in verbis: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 14/01/2003 IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. ACORDO ALADI. REDUÇÃO TARIFÁRIA. EXPEDIÇÃO DIRETA. Fl. 377DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 5 4 Não constitui descumprimento dos requisitos para a concessão do benefício de redução do imposto de importação o fato de quando do transporte de mercadoria originária de país participante, transitar justificadamente por país não participante e, quando demonstrada a operação como expedição direta e cumpridos os demais requisitos de origem, há que se reconhecer o cabimento do benefício do direito creditório proveniente do imposto recolhido a maior. Precedentes. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial suscitando divergência quanto ao direito à redução tarifária em comento. Para comprovar o dissenso jurisprudencial apresentou o acórdão número 3202000.680, cuja cópia de inteiro teor foi juntada aos autos. O Recurso Especial da Fazenda Nacional foi admitido, conforme despacho do Presidente da Terceira Câmara da Terceira Seção do CARF. O Contribuinte apresentou contrarrazões manifestando pelo não provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, mantendose a decisão recorrida É o relatório, em síntese. Fl. 378DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303007.381, de 18/09/2018, proferido no julgamento do processo 11128.007256/200711, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303007.381): "Da Admissibilidade O Recurso Especial da Fazenda é tempestivo e, depreendendose da análise de seu cabimento, entendo pela admissibilidade integral do recurso conforme despacho de fls. 328 a 330. Do Mérito A matéria já vem sendo discutida neste Conselho, há muito tempo. A discussão se resume se a preferência tarifária deve ou não ser aplicada quando houver a interveniência de terceiro de país não signatária do Acordo Internacional. A questão inaugural pelo ponto de vista de elemento material de prova restringese à verificação da origem da mercadoria, do local de embarque e do seu destino final. O Certificado de Origem informa como: PAIS EXPORTADOR ESTADOS UNIDOS MEXICANOS PAIS IMPORTADOR BRASIL, além da norma que dá amparo à operação de importação com direito a fruição de redução da alíquota (fl.9) No mesmo sentido o documento, denominado: “TRANSPORTATION ENTRY AND MANIFESTO OF GOODS SUBJECT TO CUSTOMS INSPECTION AND PERMIT UNITED STATES CUSTOMS SERVICE”, informa que a mercadoria ali registrada foi importada do México, em, por meio de caminhão, via direta, tendo por porto estrangeiro de embarque BAJA CALIFORNIA e como destino final SÃO SEBASTIÃO, PANASONIC DO BRASIL LTDA, Rodovia Presidente Dutra, KM 155, Brasil. Igualmente a fatura, o BILL OF LADIN, informa que o local de recebimento da mercadoria como sendo TIJUANA, México, o porto de embarque como sendo HOUSTON e de desembarque como sendo o Porto de Santos. Inicialmente cumpre ressaltar que há várias decisões adotadas pelas turmas julgadoras que caminham no sentido de considerar que a operação realizada pela Contribuinte é legítima, quando se tem apresentação de todas as faturas comerciais atreladas a operação triangular, permitindo seu cotejamento com o certificado de origem e associada à expedição direta da mercadoria de país signatário daquele acordo para o Brasil. Esses procedimentos Fl. 379DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 7 6 comprovam o cumprimento do regime de origem da ALADI e impõe a manutenção da preferência tarifária, ainda que o faturamento se dê a partir de país não signatário, senão vejamos: Processo nº 18336.001558/200507 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201003.436 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de fevereiro de 2018 Matéria II Recorrente PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRÁS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do Fato Gerador: 20/02/1998 PREFERÊNCIA TARIFÁRIA CONCEDIDA EM RAZÃO DE ORIGEM. ALADI. TRIANGULAÇÃO. CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DOCUMENTAIS. A apresentação de todas as faturas comerciais atreladas a operação triangular, permitindo seu cotejamento com o certificado de origem que comprova o cumprimento do regime de origem da ALADI, associada à expedição direta da mercadoria de país signatário daquele acordo para o Brasil impõe a manutenção da preferência tarifária, ainda que o faturamento se dê a partir de país não signatário. Recurso Voluntário Provido. Winderley Morais Pereira Presidente Substituto e Relator. Processo nº 10209.000087/2003¬93 Recurso nº 344.651 Voluntário Acórdão nº 3102¬001.548 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 18 de julho de 2012 Matéria Preferência Tarifária Recorrente PETRÓLEO BRASILEIRO S/A ¬ PETROBRÁS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO ¬ II Data do fato gerador: 19/12/1997 PREFERÊNCIA TARIFÁRIA CONCEDIDA EM RAZÃO DA ORIGEM. ALADI. TRIANGULAÇÃO. POSSIBILIDADE. Preferência Tarifária Concedida em Razão da Origem. ALADI. Triangulação. Cumprimento das Exigências Documentais. A apresentação de todas as faturas Fl. 380DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 8 7 comerciais atreladas a operação triangular, permitindo seu cotejamento com o certificado de origem que comprova o cumprimento do regime de origem da ALADI, associada à expedição direta da mercadoria de país signatário daquele acordo para o Brasil impõe a manutenção da preferência tarifária, ainda que o faturamento se dê a partir de país não signatário. Recurso Voluntário Provido Luis Marcelo Guerra de Castro ¬ Presidente e Relator. Acórdão nº 320100.444: Julg. 30/04/2010. IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 21/12/1999 ALADI. PREFERÊNCIA TARIFÁRIA. CERTIFICADO DE ORIGEM E FATURAS COMERCIAIS. INTERMEDIAÇÃO. PAÍS NÃO SIGNATÁRIO. A rastreabilidade das operações é fundamental para que seja considerada a triangulação ocorrida PDVSA, PIECO, PETROBRÁS e superada a questão de não haver o preenchimento das formalidades previstas para a aplicação de preferência tarifaria em caso de divergência entre certificado de origem e fatura comercial, bem como quando o produto importado é comercializado por terceiro pais, não signatário do acordo internacional. Após a diligência determinada, constam dos autos todas as faturas (originária e do interveniente) o BL e o Certificado de Origem, todos ligados entre si. Acórdão 310200.691 Julg. 01/07/2010. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 24/05/2000 PREFERÊNCIA TARIFÁRIA CONCEDIDA EM RAZÃO DA ORIGEM. ALADI. TRIANGULAÇÃO. CUMPRIMENTO DAS EXIGÊNCIAS DOCUMENTAIS. A apresentação de todas as faturas comerciais atreladas a operação triangular, permitindo seu cotejamento com o certificado de origem que comprova o cumprimento do regime de origem da Aladi, associada à expedição direta da mercadoria de país signatário daquele acordo para o Brasil, impõem a manutenção da preferência tarifária, ainda que o faturamento se dê a partir de país não signatário, Recurso Voluntário Provido. Processo n" 10209.000544/200540 Recurso n° 138291 Voluntário Acórdão n° 310200.250 — l a Câmara! 24 Turma Ordinária Sessão de 20 de maio de 2009 . Matéria II/IPI FALTA DE RECOLHIMENTO Recorrente PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRAS Fl. 381DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 9 8 Recorrida DRLFORTÁLEZA/CE ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO /I Data do fato gerador: 28/06/2000 IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO PREFERÊNCIA TARIFÁRIA TRIANGULAÇÃO COMERCIAL POSSIBILIDADE. A apresentação para despacho do Certificado de Origem emitido pelo país produtor da mercadoria, acompanhado das respectivas faturas bem assim das faturas do pais interveniente, supre as informações que deveriam constar de declaração juramentada a ser apresentada à autoridade aduaneira, como previsto no art. 9°, do Regime Geral de Origem da ALADI (Res.78). Recurso Voluntário Provido. Relator Luciano Lopes Processo nº 18336.000160/200201 Recurso nº 3021.279.44 Especial do Contribuinte Matéria IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO AUTO DE INFRAÇÃO Acórdão nº 03006.239 Sessão de 08 de dezembro de 2008 Recorrente PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRÁS Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO II CERTIFICADO DE ORIGEM. PREFERÊNCIA TARIFÁRIA. RESOLUÇÃO ALADI nº 232. A apresentação para despacho do Certificado de Origem emitido pelo país produtor da mercadoria, acompanhada das respectivas faturas, bem assim das faturas do país interveniente, supre as informações que deveriam constar no Certificado de Origem, como previsto no art. 9° do Regime Geral de Origem da Aladi (Res. 78). Recurso Especial do Contribuinte Provido Rodrigo da Costa Pôssas Presidente Substituto e Redator ad hoc Transcrevo, agora, o voto do e. Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Acórdão nº 310201.338, que ao enfrentar a matéria, expôs de forma brilhante o entendimento ao qual concordo e que peço vênia para incluir no meu voto e dele também fazer minhas razões de decidir: Em síntese, a alegação de descumprimento do regime de origem está calcada no suposto descompasso entre a operação alvo de litígio e a resolução 252 da Associação LatinoAmericana de Integração (ALADI), promulgada por meio do Decreto nº 3.325, de 30 de dezembro de 1999. Segundo aduz a autoridade fiscal: Fl. 382DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 10 9 a) há um descompasso entre o certificado de origem e a fatura comercial apresentados por ocasião do despacho de importação; b) a Resolução 252 exigiria a expedição direta da mercadoria; c) a Petrobrás Finance Corp (Pifco), pessoa jurídica estabelecida um país não signatário da ALADI, atuara na operação na qualidade de exportador, hipótese não admitida pelo acordo, que só admitiria essa intervenção na qualidade de “operador”; d) ainda que a Pifco atuasse como operador, restariam descumpridas as exigências fixadas pela Resolução ALADI, eis que o certificado de origem apresentado não consignaria a informação de que a mercadoria seria faturada por meio de um terceiro país, nem identificara o nome, denominação ou razão social e domicílio daquele operador. Aduz, ainda, com relação a esta última exigência, que não fora apresentada declaração juramentada capaz de suprir a referida falha documental. Apesar do zelo demonstrado pela autoridade Fiscal, penso, com o máximo respeito, que tais fundamentos não dão suporte à manutenção da exigência. Explico. Em primeiro lugar, considero que a falha documental na instrução do despacho de importação foi devidamente saneada DF CARF MF Fl. 219 8 pela apresentação da fatura comercial nº 1163480, o que permitiu o cotejamento entre a mercadoria submetida ao crivo do Fisco e a constante do certificado de origem objeto do presente litígio. Em segundo, diferentemente do que se verificou em outras operações análogas envolvendo a recorrente, no caso do presente recurso, a mercadoria que tem sua origem questionada pelo Fisco embarcou no porto de Punta Cardon, Venezuela, a bordo do Navio THEANO, com destino ao Brasil, tendo sido descarregada no Porto de Belém, conforme se constata na leitura da averbação constante do extrato da Declaração de Importação e do conhecimento de transporte. Cabe aqui destacar o que diz o artigo Quarto da Resolução 252 (os destaques não constam do original): QUARTO. Para que as mercadorias originárias se beneficiem dos tratamentos preferenciais, as mesmas devem ter sido expedidas diretamente do país exportador para o país importador. Para tais efeitos, considerase como expedição direta: a) As mercadorias transportadas sem passar pelo território de algum país não participante do acordo. Sendo certo que a mercadoria não transitou pelas Ilhas Cayman, encontra¬se satisfeita a exigência de expedição direta da mercadoria. Também discordo que a intervenção da pessoa jurídica Pifco tenha ocorrido em desacordo com o que preceitua o regime de origem da ALADI. Cabe relembrar, nessa esteira, a distinção entre país de origem, procedência e aquisição gizada nas alíneas “h”, “i” e “j” do art. 425 do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 1985: Fl. 383DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 11 10 h) país de origem, como tal entendido aquele onde houver sido produzida a mercadoria, ou onde tiver ocorrido a última transformação substancial; i) país de aquisição, assim considerado aquele do qual a mercadoria foi adquirida para ser exportada para o Brasil, independentemente do país de origem da mercadoria ou de seus insumos; j) país de procedência, assim considerado aquele onde se encontrava a mercadoria no momento de sua aquisição; Cotejando os elementos carreados ao processo com os conceitos regulamentares, em especial o consignado na alínea “i”, vêse que as Ilhas Cayman, em verdade, representam o país de aquisição e não, como restou consignado, como país de origem ou procedência. Nessa linha, não há como afirmar validamente que o acordo proíba que a mercadoria seja faturada por um operador situado em um país não membro da ALADI. O artigo nono da Resolução ALADI nº 252 nesse ponto é explícito: NONO. Quando a mercadoria objeto de intercâmbio for faturada por um operador de um terceiro país, membro ou não da Associação, o produtor ou exportador do país de origem deverá indicar no formulário respectivo, no campo relativo a “observações”, que a mercadoria objeto de sua Declaração será faturada de um terceiro país, identificando o nome, denominação ou razão social e domicílio do operador que, em definitivo, será o que fature a operação a destino. (os destaques não constam do original) A mercadoria, diversamente do afirmado no auto de infração, é unicamente faturada a partir das Ilhas Cayman, na medida em que, conforme já mencionado anteriormente, é embarcada diretamente da Venezuela para o Brasil. Não se discute, ademais, sua extração em país diverso. Restaria, finalmente, avaliar se há vício formal no certificado de origem nº 56921 capaz de invalidalo. Chamo atenção para algumas informações consignadas no certificado que se entende imprestável para comprovar a origem da mercadoria: no campo 1 do certificado consignase expressamente a intervenção da Venezuela como país exportador e, no campo 2, o Brasil, como país importador, já no campo 9, identificase a pessoa jurídica PDVSA Petroleo Y GAS S.A. como produtor. Finalmente, no campo 10 (observações), indicase a participação da pessoa jurídica Petrobras Internacional Finance Company, o navio que transportará a mercadoria e a data de emissão do conhecimento de transporte. Ora, se foi indicado o país de destino da mercadoria, a intervenção do operador estabelecido em terceiro país e, a partir da apresentação da fatura comercial atrelada ao referido certificado, identificamse claramente todos os elos da cadeia comercial, não há como afirmar que o certificado esteja em desacordo com as regras do acordo, máxime em razão de que as informações relativas ao domicílio da Pifco estão perfeitamente identificadas na fatura acreditada por tal certificado. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário." Ou seja, não obstante as normas que regem o regime de origem, a Resolução 252 que engloba as Resoluções nºs 227, 232 e os Acordos nºs 25, 91 e 215 do Comitê de Fl. 384DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 12 11 Representantes da ALADI, em seu artigo 9º veio permitir a participação de um operador de um terceiro país, membro ou não da ALADI. Assim sendo, entendo cabível a redução tarifária prevista no Acordo de Complementação Econômica nº 39 (ACE 39), conforme Decreto de execução nº 3.138, de 16/08/1999, firmado entre Brasil e os seguintes países: Colômbia, Equador, Peru, Venezuela (Países Membros da Comunidade Andina). Vale ressaltar que no presente caso o Contribuinte, realizou um consulta à SRF sob o protocolo nº 3633/2006, em 27/07/06, sobre o preenchimento de declaração de importação para fruição de benefício de preferência tarifária. Tais assertivas constam do Of. nº 2006/00263, de 06/10/06, expedido pela Coordenação Geral de Administração Aduaneira, cujos itens 5 a 12 explicitam que houve o cumprimento da expedição direta para as mercadorias em comento, como também o contido no item 13 esclarece sobre o preenchimento da DI para fim de fruição do benefício de preferência tarifária, ex vi do Anexo I da IN SRF nº 206/02, art. 10. Seguindo a orientação contida no ofício mencionado o Contribuinte protocolou na unidade preparadora o Pedido de Cancelamento ou de Retificação de Declaração de Importação e Reconhecimento de Direito de Crédito no valor de R$ 43.997,53 (fls.). A título de precedente há o pedido de reconhecimento de direito creditório formulado pela Recorrente nos autos do processo n.º 10855.003858/200894, o qual foi deferido por meio do Despacho Decisório DRF/SOR/SEORT n.º 538, de 19/08/10 (fls. 174/175), que reconheceu o direito creditório no valor de R$ 23.622,41, relativo ao imposto de importação. Ainda em Relação ao tema a Contribuinte trouxe à baila a Decisão n.º 203, DOU de 15/09/99, proferida pela Divisão de Tributação da 8ª Região Fiscal, como também jurisprudência administrativa, na qual é parte interessada, com vistas à consubstanciar os seus argumentos. Ora, há o reconhecimento expresso pelos órgãos oficiais, seja no âmbito regional ou nacional, de que na importação de mercadorias, nas condições supramencionadas, devem as mesmas se beneficiar de alíquotas preferenciais por atender os requisitos previstos na Resolução 252 do Comitê de Representantes da ALADI. Vale ainda, ressaltar que a fruição dos tratamentos preferenciais achase normatizada no art. 4o, da Resolução ALADI/CR n" 78 Regime Geral de Origem (RGO), aprovada pelo Decreto n" 98.836, de 1990, 4o, in verbis: CUARTO. Para que las mercancias originarias se beneficien de los tratamientos preferenciales, las mismas deben haber sido expedidas directamente del país exportador al país importador. Diante disto, de acordo com o normativo acima a exportação direta do EUA para o Brasil, é suficiente para garantir a redução tarifária, sendo legitimo o beneficio fiscal. Vale ainda ressalta que a NOTA COANA/COLAD/DITEG N° 60/97, de 19 de agosto de 1997, traz importante constatação, sendo pertinente a respectiva transcrição: Na triangulação comercial que reiteramos, é prática freqüente no comércio moderno, essa acreditação não corre riscos, pois se trata de uma operação na qual o vendedor declara o cumprimento do requisito de origem correspondente ao Fl. 385DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 13 12 Acordo em que foi negociado o produto, habilitando o comprador, ou seja, o importador a beneficiarse do tratamento preferencial no país de destino da mercadoria. O fato de que um terceiro país fature essa mercadoria é irrelevante no que concerne à origem. O número da fatura comercial aposto na Declaração de Origem é uma condição coadjuvante com essa finalidade. Importante notar ainda que, em ambos os casos (ALADI e MERCOSUL), não há exigência expressa de apresentação de duas faturas comerciais. No caso MERCOSUL, se obriga apenas que na falta da fatura emitida pelo interveniente, se indique, na fatura apresentada para despacho (aquela emitida pelo exportador e/ou fabricante), a modo de declaração jurada, que "esta se corresponde com o certificado, com o número correlativo e a data de emissão, e devidamente firmado pelo operador". Após, foi publicada a Resolução n° 232 do Comitê de Representantes da ALADI, incorporada ao ordenamento jurídico pátrio pelo Decreto n.º 2.865, de 7 de dezembro de 1988, que alterou o Acordo 91 e deu nova redação ao art. 9º da Resolução n.º 78, prevendo: Quando a mercadoria objeto de intercâmbio, for faturada por um operador de um terceiro país, membro ou não membro da Associação, o produtor ou exportador do país de origem deverá indicar no formulário respectivo, na área relativa a "observações", que a mercadoria objeto de sua Declaração será faturada de um terceiro país, identificando o nome, denominação ou razão social e domicilio do operador que em definitivo será o que fature a operação a destino. Vale ainda ressaltar o Superior Tribunal de Justiça tem pronunciamento judicial favorável a esses casos de importação: RECURSO ESPECIAL Nº 1.499.856 PE (2014/03106001) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO: PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL PR000000O RECORRIDO : PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRAS ADVOGADO: TACIANA MATIAS BRAZ DE ALMEIDA E OUTRO(S) PE021487 DECISÃO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ALÍQUOTA REDUZIDA. MERCADORIA ORIGINÁRIA DE PAÍS MEMBRO DA ALADI. DECISÃO DO TRIBUNAL A QUO NO SENTIDO DE QUE OS REQUISITOS NECESSÁRIOS AO BENEFÍCIO FISCAL FORAM ATENDIDOS. MODIFICAÇÃO DO JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. REAPRECIAÇÃO DO CONJUNTO FÁTICO PROBATÓRIO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA EM FACE DA FAZENDA PÚBLICA. APLICAÇÃO DO ART. 20, §§ 3o. E 4o. DO CPC/1973. REVISÃO DO VALOR DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. REEXAME DE PROVAS. RECURSO ESPECIAL A QUE SE NEGA SEGUIMENTO. 1. Tratase de Recurso Especial, interposto pela FAZENDA NACIONAL, contra acórdão proferido pelo egrégio Tribunal Regional Federal da 5a. Região, assim ementado: TRIBUTÁRIO E INTERNACIONAL. PETROBRÁS. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. REDUÇÃO. MERCADORIA ORIGINÁRIA DE PAÍS MEMBRO DA ALADI. Fl. 386DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 14 13 VENEZUELA. TRIANGULAÇÃO VIRTUAL COM PAÍS NÃO MEMBRO. BENEFÍCIO FISCAL ASSEGURADO. 1. Hipótese em que se discute a possibilidade da Petrobrás fazer jus às preferências tarifárias do Acordo de Complementação Econômica ACE27, firmado entre Brasil e Venezuela, objeto do Decreto 1.381/95, para fins de redução do montante pago a'titulo de Imposto de Importação de produtos derivados de petróleo. 2. Não merece prosperar o argumento da Fazenda Nacional de, que não houve, prova, do recolhimento do tributo e a Juntada de documentos essenciais para fins de fruição do beneficio, tendo em vista que a Petrobrás, entre outros documentos, anexou certificados de origem, que fazem constar a República da Venezuela como pais originário do produto ali consignado, juntando, também, declarações de importação apresentadas, onde constam os valores de I.I. recolhidos. Ademais, os conhecimentos de embarque (Bili of Lading) demonstram que as mercadorias ali consignadas foram expedidas da Venezuela diretamente para o Brasil, nos termos preconizados no art. 4o., a, da Resolução 78/87. 3. O país de origem das mercadorias foi a Venezuela e não as llhas Cayman. 0 que houve foi uma triangulação comercial, na qual, inicialmente, a Petrobrás adquiriu Propano/butano da Venezuela. Em seguida, uma das suas subsidiárias, situada nas llhas Cayman, a Braspetro Qil Service Co Brasoil, pagou o preço do produto que, posteriormente, foi recomprado pela demandante. Tal procedimento tem por finalidade obter prazos maiores para pagamento. 4. 0 fato de os produtos terem sido faturados pelas subsidiárias da PETROBRÁS nas llhas Cayman, país que não é membro da ALADI, não desnatura o conceito de origem para fins de fruição do tratamento preferencial, pois o que importa é que o Certificado de Origem tenha sido emitido pelo país produtor, no caso, a Venezuela, membro efetivo da, ALADI. (AC 200481000211851, Desembargadora Federal Margarida Canitareíli, TRF5 1 Quarta Turma, DJ Data: 09/07/2009 Página169 129.) (...) Inicialmente, não merece prosperar o argumento da Fazenda Nacional de que não houve prova do recolhimento do tributo e a juntada de documentos essenciais para fins de fruição do benefício, tendo em vista que a Petrobrás, entre outros documentos, anexou certificados de origem (fls. 145 e 252), que fazem constar a República da Venezuela como país originário do produto ali consignado, juntando, também, declarações de importação apresentadas às fls. 71/74, 126/129, 164/170 e 217/220, onde constam os valores de I.I. recolhidos. Ademais, os conhecimentos de embarque (Bill of Lading) de fls. 119, 148 e 172 demonstram que as mercadorias ali consignadas foram expedidas da Venezuela diretamente para o Brasil, nos termos preconizados no art. 4º, a, da Resolução 78/87, como bem ressaltou a juíza de 1º grau. Alega a Fazenda, ainda, que o produto importado tem origem nas Ilhas Cayman, país não signatário do acordo em questão, razão pela qual é indevida a redução do tributo Ocorre que, como já visto, o país de origem das mercadorias foi a Venezuela e não as Ilhas Cayman. O que houve foi uma triangulação comercial, na qual, inicialmente, a Petrobrás adquiriu Propano/butano da Venezuela. Em seguida, uma das suas subsidiárias, situada nas Ilhas Cayman, a Braspetro Oil Service Co Fl. 387DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 15 14 Brasoil, pagou o preço do produto que, posteriormente, foi recomprado pela demandante. Tal procedimento tem por finalidade obter prazos maiores para pagamento. Essa triangulação comercial, com participação de empresa situada em país não membro do ACE 27, não acarreta a perda da preferência tarifária preconizada no aludido acordo, pois a operação comercial realizada pela Petrobrás é prática frequente no comércio internacional, sendo admitido que o produto seja faturado em outro país, desde que a origem da mercadoria seja preservada, sem descaracterização do acordo cujas preferências se desejar obter (juíza de 1º grau). 12. Como visto, o Tribunal a quo afastou todos os argumentos que seriam óbice ao benefício fiscal requerido. Ou seja, entendeuse ali que os requisitos estavam preenchidos. Assim, os elementos fáticos usados pelo Tribunal local não podem ser alterados nesta seara recursal, ante o óbice da Súmula 7/STJ. Ilustrativamente: 15. Diante do exposto, negase seguimento ao Recurso Especial. 16. Publiquese. Intimações necessárias. Brasília (DF), 21 de agosto de 2017. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO MINISTRO RELATOR (Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 28/08/2017) RECURSO ESPECIAL Nº 1.331.366 ¬ CE (2012/01334579) RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR: PROCURADORIA¬GERAL DA FAZENDA NACIONAL RECORRIDO: PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRAS ADVOGADO : CANDIDO FERREIRA DA CUNHA LOBO E OUTRO(S) DECISÃO Trata¬se de Recurso Especial (art. 105, III, "a", da CF) interposto contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região assim ementado: TRIBUTÁRIO E INTERNACIONAL. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. MERCADORIA ORIGINÁRIA DE PAÍS MEMBRO DA ALADI. TRIANGULAÇÃO VIRTUAL COM PAÍS NÃO MEMBRO. BENEFÍCIO FISCAL GARANTIDO. IA PETROBRAS PETRÓLEO BRASILEIRO S/A ajuizou a presente ação de rito ordinário contra a UNIÃO (FAZENDA NACIONAL), objetivando a repetição de valores supostamente recolhidos a maior a título de Imposto de Importação, relativamente a operações de importação de produtos derivados do petróleo de origem venezuelana. Segundo afirma, a antiga SRC Secretaria da Receita Federal desconsiderou a existência do Acordo de Alcance Parcial de Complementação Econômica n 027 (Decreto n. 1381, de 30/01/1995), celebrado entre o Brasil e a Venezuela, ao amparo do disposto no Tratado de Montevidéu 1980 e da Resolução 2 Fl. 388DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 16 15 do Conselho de Ministros da Associação Latino Americana de Integração (ALADI), e o Acordo de Preferências Tarifárias Regional n' 04 (PTR04), assinado pelos países membros da ALADI, que reduziram a alíquota do Imposto de Importação para 12% (doze por cento). II O Acordo n 91 do Comitê de Representantes, em sua redação originária, assim como a Resolução n. 78, esta em relação à Venezuela, não vedava a compra de produto de país signatário com interveniência de terceiros, com a finalidade de se fazer a alavancarem financeira da operação de importação, e sem o trânsito efetivo da mercadoria por esse terceiro país. No caso dos autos, os produtos foram comprados pela PETROBRAS na Venezuela, revendidos a empresas subsidiárias (Petrobrás Intemational Finance Company ¬ PIFCO e Braspetro Oil Services Co. BRASOIL), localizadas em terceiro pais não integrante da ALADI, no caso Ilhas Cayman, sem que, entretanto, tenha sido efetivamente transitado por este país. III O fato de os produtos terem sido faturados pelas subsidiárias da PETROBRAS nas Ilhas Cayman, país que não é membro da ALADI, não desnatura o conceito de origem para fins de fruição do tratamento preferencial, pois o que importa é que o Certificado de Origem tenha sido emitido pelo país produtor, no caso, a Venezuela, membro efetivo da ALADI. IV Apelação provida. Repetição do indébito garantida, com atualização pela SELIC. Honorários advocatíciosfixados em R$ 2.000, 00 (dois mil reais). Os Embargos de Declaração foram parcialmente acolhidos, rejeitandose a alegação de prescrição. A recorrente sustenta, em Recurso Especial, violação do art. 535 do CPC, com base na não apreciação da matéria ventilada nos Embargos de Declaração. Aduz ofensa aos arts. 23, II e §§ 2º, II, e 4º, I, do Decreto 70.235/72 e 195 do DecretoLei 5.884/43. Memorial apresentado pelo recorrido. É o relatório. Decido. Os autos foram recebidos neste Gabinete em 11.10.2014. A irresignação não merece prosperar. O Tribunal de origem, ao decidir a questão, consignou (fls. 636/STJ): No que tange à alegação de prescrição do direito de pleitear a nulidade do lançamento, assim como de requerer a repetição do indébito tributário, verificase que, de fato, o acórdão foi omisso, por se tratar de matéria sobre a qual deveria ter havido manifestação de oficio. A FAZENDA NACIONAL defende que, a PETROBRAS teria sido notificada do lançamento em 12/07/1999, razão pela qual somente poderia ter, ajuizado a ação pleiteando a nulidade do lançamento até 12/07/2004. Sem embargo, a cópia do AR Aviso de Recebimento (fi. 243), ao meu sentir, não é suficiente para comprovar a data da comunicação do lançamento do tributo, porquanto se encontra firmado por recebedor não identificado. Rejeito, pois, a alegação de prescrição da pretensão de anular o ato de lançamento. (Grifei). Extrai se do excerto acima transcrito e dos termos do Recurso Especial que o acolhimento da pretensão recursal é obstado pelo disposto na Súmula 7/STJ, porquanto implica reexame dos elementos probatórios de regularidade da notificação. Diante do exposto, nego provimento ao Recurso Especial. Publique¬se. Intimemse. Brasília (DF), 1º de abril de 2014. MINISTRO HERMAN BENJAMIN Relator” Frisese, ainda, a jurisprudência exarada pelo TRF: TRIBUTÁRIO E INTERNACIONAL. IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. MERCADORIA ORIGINÁRIA DE PAÍS MEMBRO DA ALADI. VENEZUELA. IMPORTAÇÃO. PETROBRAS. TRIANGULAÇÃO VIRTUAL COM PAÍS NÃO MEMBRO. PETROBRÁS FINANCE COMPANY SEDE ILHAS CAYMAN. Fl. 389DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 17 16 ORIGEM E DESTINO DA MERCADORIA. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO. BENEFÍCIO FISCAL EXISTENTE. APELAÇÃO PROVIDA. REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO DA UNIÃO IMPROVIDAS. 1. Tratase de remessa oficial e apelações interpostas em face de sentença que, em ação anulatória de débito fiscal, proposta pela PETROBRAS – Petróleo Brasileiro S/A para anular ato de lançamento de imposto de importação de derivados de petróleo adquiridos da Venezuela, julgou parcialmente procedente o pedido apenas para determinar a exclusão da multa isolada, aplicada. Concluiu a sentença pela existência do crédito tributário, por considerar inaplicável a redução de alíquota do Imposto de Importação, em 80%, praticada pela apelante nos termos em que prevista no acordo firmado entre países integrantes da ALADI, pelo fato de a operação de importação ter a participação de país não signatário do referido tratado. A operação de importação teve a participação da Petrobras Internacional Finance Company – PFICO, sediada nas Ilhas Cayman. 2. A razão determinante para a autuação fiscal, que descaracterizou o benefício de redução do Imposto de Importação, foi a participação na operação comercial realizada para com a Venezuela, de empresa sediada em país não integrante da ALADI. Contudo, a terceira empresa a participar faz parte do próprio grupo econômico da PETROBRAS, assim considerada não como intermediária, mas como operadora internacional dos seus interesses. Sob outro aspecto, certamente de maior relevância, não se verificam nas razões que motivaram o auto de infração, circunstância fática que descaracterizasse a origem e o destino da mercadoria importada. Não há, assim, informação de que, além da triangulação comercial realizada, houvesse descaracterização da operação comercial originariamente realizada entre a PETROBRAS e a PDVSA. Precedentes: (AGA, Desembargador Federal Reynaldo Fonseca, TRF1 ¬ Sétima Turma, eDJF1. Data: 19/10/2012, p. 1344; AC 200481000211851, Desembargadora Federal Margarida Cantarelli, TRF5 ¬ Quarta Turma, DJ ¬ Data: 09/07/2009 – p. 169 nº 129). 3. Apelação da PETROBRAS provida. Remessa oficial e apelação da União, improvidas. Honorários de sucumbência, R$ 5.000,00. TRF 1ª Região, Apelação/Reexame Necessário 2004.39.00.002359¬3/PA, julg. 07/10/2013. PROCESSUAL CIVIL – TRIBUTÁRIO – AGRAVO REGIMENTAL – LIMINAR/TUTELA ANTECIPADA – IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO – REDUÇÃO DA TARIFA EM RAZÃO DE ACORDO ENTRE PAÍSES MEMBROS DA ALADI – BENS COM ORIGEM E DESTINADOS A PAÍSES INTEGRANTES DA ALADI – TRIANGULAÇÃO VIRTUAL COM PAÍS NÃO MEMBRO – BENEFÍCIO FISCAL GARANTIDO – PRECEDENTES. 1. In casu, é perfeitamente aplicável o disposto no art. 557, § 1ºA, do CPC, em face da manifesta sintonia da decisão agravada com a jurisprudência dominante neste eg. Tribunal e no colendo Superior Tribunal de Justiça. 2. Nessa perspectiva, "O art. 557, § 1ºA, do CPC, conferindo ao relator competência para dar provimento monocraticamente ao agravo, sem que isso signifique afronta ao princípio do contraditório, da ampla defesa, e/ou violação de normas legais, porque atende à agilidade da prestação jurisdicional, não se limita aos casos de prévia jurisprudência dominante ou súmulas das Cortes Superiores". (AGTAG 006897242.2009.4.01.0000/DF; Desembargador Federal Luciano Tolentino Amaral, Sétima Turma, Decisão de 23/02/2010, Publicado no eDJF1 de 12/03/2010, p. 465). 3. No caso vertente, o Juiz oficiante, ao justificar sua decisão, esclareceu que: "(...) encontramse nos autos cópias dos Conhecimentos de Transporte (Bills of Lading), que comprovam que os produtos foram embarcados da Venezuela e transportados diretamente para o Brasil." Com efeito, "Havendo"Certificado de Origen","Bill of Landing"e"Invoice"provando que o combustível importado é de origem venezuelana (país integrante da ALADI), despachado desse país diretamente para o Brasil (também integrante da ALADI), autorizase, em princípio, a redução da tarifa do Imposto sobre Importação , nos Fl. 390DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 18 17 termos do Acordo de Complementação Econômica n.º 39 (ratificado pelo Decreto 3.138, de 16 AGO 1999)". (AG 006762940.2011.4.01.0000 / PA, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL LUCIANO TOLENTINO AMARAL, SÉTIMA TURMA, eDJF1 p.1087 de 21/09/2012).” “EMENTA TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. IMPOSTO DE IMPORTACAO. APRESENTAÇÃO DO CERTIFICADO DE ORIGEM. DOCUMENTO TIDO COMO INDISPENSÁVEL PELA NORMA FISCAL PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE REDUÇÃO DE ALÍQUOTA. RECONHECIMENTO DO TRATAMENTO DIFERENCIADO PELO DESPACHO ADUANEIRO. REVISÃO DO LANÇAMENTO POSTERIOR CALCADA EM FORMALIDADE EXARCEBADA SEM PREVISÃO EM LEI. IMPOSSIBILIDADE. 1. Embargos à execução visando afastar a cobrança de débito fiscal constituído por auto de infração lavrado com base no indeferimento da redução da alíquota do Imposto de Importação em 28% (vinte e oito por cento), incidente sobre produto originário da Colômbia em razão de benefício previsto nas regras inerentes à Associação LatinoAmericana de Integração ALADI. A Alfândega, num primeiro momento, examinou a documentação apresentada na Declaração de Importação, considerandoa hábil ao desembaraço aduaneiro com a redução da alíquota pretendida, o que resultou na liberação da mercadoria sem nenhuma questionamento. Depois, a Autoridade Fiscal procedeu à revisão do lançamento, com fundamento no art. 149, IV, do Código Tributário Nacional, considerando que o despacho de importação não se encontrava instruído com documento necessário, na espécie o original do Certificado de Origem. 2. O Certificado de Origem é documento essencial à obtenção de tratamento fiscal diferenciado na importação, nos termos pretendido pelo ora apelante. 3. O art. 434 do Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 91.030/85, o qual vigia a época da importação, estabelece que a comprovação da origem da mercadoria "será feita por qualquer meio julgado idôneo". O Auditor que revisou o lançamento não afirma que o documento apresentado é inverossímil e nem indica qualquer vício que possa afastar a idoneidade do Certificado de Origem apresentado, mas apenas se apegou em mera formalidade exacerbada de que não constava o original do documento, exigência essa que, aliás, não tem previsão expressa na legislação que rege a matéria. 4. Não é razoável a exigência feita pela Autoridade Fiscal para conceder o tratamento tributário diferenciado, uma vez que não há nenhuma cogitação de que o bem importado não adveio de país membro da ALADI, nem que o documento é inidôneo ou ainda que não se adequa ao modelo aprovado pela própria Associação. 5. A Alfândega já havia examinado a documentação apresentada na Declaração de Importação, concluindo, na ocasião, que havia preenchido os requisitos para concessão da redução da alíquota do imposto de importação por ter a mercadoria origem de país membro da ALADI. 6. Se é verdade que o ato a revisão do lançamento goza de presunção relativa de legitimidade e veracidade, também é verdade que o primeiro ato da administração, que, ao proceder ao desembaraço aduaneiro, considerou correta a documentação apresentada, também o goza da mesma presunção. Desse modo, como não é questionado nos autos o fato de a mercadoria ter sido mesmo proveniente de país integrante da ALADI (Colômbia), o contribuinte não pode ser prejudicado no caso em questão. 7. A Fazenda Nacional poderia ter trazido aos autos elementos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor (art. 333, II, do CPC), mas não o fez. 8. Inversão do ônus da sucumbência. Honorários de sucumbência arbitrados em R$ 2.000,00, nos termos do art. 20, § 4º, do CPC. 9. Apelação provida. Ora, as decisões acima caminham junto com o meu entendimento – qual seja, de que o Regulamento Aduaneiro estabelece que a comprovação da origem da mercadoria "será feita por qualquer meio julgado idôneo". Fl. 391DF CARF MF Processo nº 11128.009556/200726 Acórdão n.º 9303007.392 CSRFT3 Fl. 19 18 Cabe, assim, concluir que os documentos emitidos e devidamente apresentados demonstram a correspondência da mercadoria e mantêm a rastreabilidade, permitindo identificar sem qualquer dúvida a origem da mercadoria. Pressuposto essencial para a aplicação da preferência tarifária. Assim, entendo que não constitui descumprimento dos requisitos para a concessão do benefício de redução do imposto de importação o fato de quando do transporte de mercadoria originária de país participante, transitar justificadamente por país não participante e, quando demonstrada a operação como expedição direta e cumpridos os demais requisitos de origem, há que se reconhecer o cabimento do benefício do direito creditório proveniente do imposto recolhido a maior. À vista do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda." Importante observar que, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, nos presentes autos os "documentos emitidos e devidamente apresentados demonstram a correspondência da mercadoria e mantêm a rastreabilidade, permitindo identificar sem qualquer dúvida a origem da mercadoria". Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial da Fazenda Nacional foi conhecido e, no mérito, o colegiado negoulhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 392DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13864.720187/2014-57
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011
AUSÊNCIA DE NULIDADE. INTIMAÇÃO PRÉVIA.
A ausência de intimação prévia para prestar esclarecimentos não traz prejuízos ao sujeito passivo, desde que a Administração Tributária lhe garanta o contraditório e a ampla defesa na fase contenciosa.
Numero da decisão: 2402-006.649
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em indeferir o pleito de apresentação extemporânea de documentos, rejeitar a preliminar de nulidade suscitada, e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mario Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Mauricio Nogueira Righetti - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mario Pereira de Pinho Filho, Mauricio Nogueira Righetti, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior.
Nome do relator: MAURICIO NOGUEIRA RIGHETTI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 AUSÊNCIA DE NULIDADE. INTIMAÇÃO PRÉVIA. A ausência de intimação prévia para prestar esclarecimentos não traz prejuízos ao sujeito passivo, desde que a Administração Tributária lhe garanta o contraditório e a ampla defesa na fase contenciosa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em indeferir o pleito de apresentação extemporânea de documentos, rejeitar a preliminar de nulidade suscitada, e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mario Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mario Pereira de Pinho Filho, Mauricio Nogueira Righetti, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 86 4. 72 01 87 /2 01 4- 57 Fl. 225DF CARF MF 2 Cuida o presente de Recurso Voluntário em face do Acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ, que considerou improcedente a Impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Contra a contribuinte foram lavrados Autos de Infração em 15.09.2014, para constituição de Contribuição Previdenciária, como a seguir resumidos: DEBCAD 51.062.5053 Compensação indevida em GFIP principal de R$ 7.581.762,90 período de 12/2011 a 13/2011 acrescido de multa de mora e juros legais Selic; e DEBCAD 51.062.5061 Diferença de RAT ou FAP principal de R$ 896.313,62 período de 01/2011 a 12/2011 acrescido de multa de ofício e juros legais Selic. Para a descrição dos fatos, sirvome do Relatório Fiscal de fls. 20/21: Fl. 226DF CARF MF Processo nº 13864.720187/201457 Acórdão n.º 2402006.649 S2C4T2 Fl. 3 3 Regularmente intimado, apresentou Impugnação, que foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil DRJ, às fls. 175/180, com a seguinte ementa: AUSÊNCIA DE NULIDADE. INTIMAÇÃO PRÉVIA. A AUSÊNCIA de INTIMAÇÃO prévia para prestar esclarecimentos não prejudica o sujeito passivo desde que a Administração Tributária lhe garanta o contraditório e a ampla defesa na fase contenciosa. Em seu Recurso Voluntário às fls. 190/197 aduz, em apertada síntese: Inicialmente, que deve ser postergado o direito de apresentação de quaisquer documentos e defesas, vez que a Falida não vem cumprindo com os deveres do artigo 104 da Lei 11.101/2005; Que o início do procedimento fiscal se deu após o decreto de falência do contribuinte, sendo certo que tanto o termo de início quanto os demais termos deveriam ter sido realizados perante o Administrador Judicial, formalmente constituído no Juízo Falimentar. Assim sendo, a nulidade dos termos fiscais culminará com a nulidade do Auto de Infração. Que a multa no percentual de 75% tem caráter confiscatório e teria sido aplicada em função da ausência de apresentação de declaração. Que como apresentados os autos de infração, não é possível aferirse os critérios de arbitramento dos valores dos créditos tributários, seu valor histórico, a data inicial e final para cobrança dos juros e das multas, uma vez que, nos termos da legislação de regência, deveria ter sido apresentada memória de cálculos demonstrando o termo inicial e final da incidência de juros, assim como o critério para o seu estabelecimento, que deve se limitar à data da decretação da falência, qual seja, 20.11.2013. Fl. 227DF CARF MF 4 Ao final de seu recurso, requereu a dilação de prazo para a apresentação dos documentos comprobatórios de eventuais recolhimentos e demais documentos hábeis a impugnar o mérito das presentes autuações, inclusive para complementação do presente recurso administrativo, especialmente considerando ser impossível o cumprimento de eventual intimação para apresentação de livros e documentos fiscais, bem como para aferição dos valores dos tributos, de seus fatos geradores ou de eventuais recolhimento de créditos tributários, em função do descumprimento do artigo 104, da Lei 11.101/2005 pela Falida. É o relatório. Voto Conselheiro Mauricio Nogueira Righetti, Relator A contribuinte tomou ciência do acórdão recorrido em 02.04.2015, por meio de seu administrador judicial (da massa falida), e apresentou tempestivamente seu Recurso Voluntário em 29.04.2015. A despeito da falta do reconhecimento da firma do Sr. Luiz Eduardo Vidal Rodrigues no mandato de fls. 198, conforme noticiado no despacho de fls. 223, noto que a assinatura lá aposta guarda similaridade com aquela do documento de fls. 143, da mesma data. Confirase. Ademais, o artigo 9º do decreto 9.094/2017, que dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos serviços públicos e ratifica a dispensa do reconhecimento de firma em documentos produzidos no País, assim estabelece: Art. 9º Exceto se existir dúvida fundada quanto à autenticidade ou previsão legal, fica dispensado o reconhecimento de firma e a autenticação de cópia dos documentos expedidos no País e destinados a fazer prova junto a órgãos e entidades do Poder Executivo federal. Fl. 228DF CARF MF Processo nº 13864.720187/201457 Acórdão n.º 2402006.649 S2C4T2 Fl. 4 5 Nesses termos, conheço do recurso apresentado. Quanto ao pleito de postergação de prazo para o exercício do direito de apresentação de quaisquer documentos e defesas, vez que a Falida não estaria cumprindo com os deveres do artigo 104 da Lei 11.101/2005, vale ressaltar que além de não terem sido carreadas provas nesse sentido, o próprio dispositivo trazido pelo recorrente induz o cumprimento dos deveres lá estabelecidos, mediante a possibilidade de o falido vir a responder por crime de desobediência 1. Nesse sentido, transcorridos aproximadamente três ano e meio da ciência do auto de infração e considerando a não apresentação de qualquer documentação tendente a infirmar o lançamento, tampouco demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, imperioso o indeferimento do pleito do recorrente quanto a este ponto. Por sua vez, em preliminar, alega que o início do procedimento fiscal teria se dado após o decreto de falência do contribuinte, sendo certo que tanto o termo de início quanto os demais termos deveriam ter sido realizados perante o Administrador Judicial, formalmente constituído no Juízo Falimentar, e que assim sendo, a nulidade dos termos fiscais culminaria com a nulidade do Auto de Infração. Não vejo dessa forma. Como muito bem colocado no acórdão de piso, "Com este conjunto probatório, verificase que a intimação do termo de início do procedimento é nula. Já em relação à ciência dos Autos de Infração, verificase que essa foi regular. O AuditorFiscal encaminhou os Autos de Infração por via postal ao administrador judicial LUIZ EDUARDO VIDAL RODRIGUES (AR fl. 106). A falta de intimação regular do termo de início não acarreta a nulidade dos autos de infração, pois a fase litigiosa se inicia com a impugnação momento em que o contribuinte tem acesso à ampla defesa e ao contraditório. Tudo conforme artigo 14 do Decreto 70.235 de 6 de março de 1972: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Uma vez que a intimação para ciência do lançamento foi encaminhada ao endereço do administrador judicial, com a narrativa de todos os fatos e fundamentos dos quais se valeu o autuante para a constituição do crédito tributário, há de se convir que ao recorrente foi oportunizado o direito à ampla defesa e ao contraditório constitucionalmente assegurados. Em outras palavras: o recorrente poderia ter apresentado em seus recursos a comprovação dos pretensos créditos que utilizou em suas compensações e trazido argumentos e provas que tendessem a descaracterizar a infração apurada, no que toca aos valores devidos de RAT/FAT declarados a menor. Quanto ao mérito, sustenta que a multa no percentual de 75% tem caráter confiscatório e teria sido aplicada em função da ausência de apresentação de declaração. 1 Art. 104. A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres: (...) Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazêlo, responderá o falido por crime de desobediência. Fl. 229DF CARF MF 6 Assistelhe parcial razão. A multa de ofício, no patamar de 75%, foi lavrada somente com relação aos valores devidos de RAT/FAT declarados a menor e com arrimo nos artigos 35A da Lei 8.212/91, combinado com o artigo 44 da Lei 9.430/96. Evitandose a discussão acerca do aspecto confiscatório, ou não, da exação, eis que foge ao âmbito de atuação deste colegiado, na medida em que se trata de comando dirigido ao legislador, o fato é que a multa impingida ao autuado tem assento legal, cuja disposição deve ser observada pelas instâncias julgadoras administrativas, por força do artigo 62 do RICARF. Com efeito, constatada a não declaração dos valores (das diferenças), correta a aplicação, sobre eles, da multa de oficio em referência. Por fim, no que toca ao argumento de que como apresentados os autos de infração, não seria possível aferirse os critérios de arbitramento dos valores dos créditos tributários, seu valor histórico, a data inicial e final para cobrança dos juros e das multas, importa destacar que as duas infrações apontadas e discutidas nestes autos não decorrem de qualquer arbitramento efetuado pela Fiscalização. Ao contrário, conforme se extrai dos "DD DISCRIMINATIVO DO DÉBITO", os valores principal/original, multa e juros foram levantados a partir de informações declaradas pelo sujeito passivo em suas GFIP, observandose a competência a que se referia tal declaração, bem como a data de vencimento do débito como marco inicial da fluência dos juros e multa moratórios, consolidados em 16.09.2014. De igual sorte, sem reparos no lançamento. Ante o exposto, CONHEÇO do recurso apresentado para INDEFERIR o pleito de apresentação extemporânea de documentos, REJEITAR a preliminar de nulidade suscitada e, no mérito, em NEGARLHE provimento. (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti Fl. 230DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.000748/2004-17
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Sep 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1999
MULTA ISOLADA POR INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. IMPUTAÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO. MATÉRIA SUMULADA.
Imputação de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativas mensais, e lançamento de multa de ofício. Sendo os fatos geradores anteriores ao ano de 2007, aplica-se a Súmula nº 105 do CARF, sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007, para afastar a multa isolada.
Numero da decisão: 9101-003.778
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se aqui o decidido no julgamento do processo 10508.000384/2006-15, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araújo - Relator e Presidente em exercício
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei e Rafael Vidal de Araújo.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se aqui o decidido no julgamento do processo 10508.000384/2006-15, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araújo - Relator e Presidente em exercício Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei e Rafael Vidal de Araújo.
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score : 1.0
Numero do processo: 15374.914683/2009-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005
ESTIMATIVAS RECOLHIDAS A MAIOR OU INDEVIDAMENTE. COMPENSAÇÃO ANTES DO FINAL DO PERÍODO DE APURAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 84. AFASTAMENTO DA VEDAÇÃO PELA IN SRF Nº 600/05. POSSIBILIDADE. INDÉBITO CARACTERIZADO. DEMANDA DE NOVA ANÁLISE.
Súmula CARF nº 84: É possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa.
Verificada a legalidade da manobra de compensação pretendida pelo contribuinte, afastando-se entendimento anterior pela sua vedação, devem ser, materialmente, analisadas a procedência e a quantificação do crédito pretendido antes da sua homologação.
Numero da decisão: 1402-003.437
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com base na Súmula CARF nº 84, para afastar a vedação da compensação pretendida pela Contribuinte, determinando o retorno à Unidade Local para a prolatação de novo Despacho Decisório, considerando a materialidade e a quantificação do crédito utilizado na compensação, analisando a documentação já acostada aos autos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 15374.910035/2009-24, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni (Suplente Convocado), Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto).
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005 ESTIMATIVAS RECOLHIDAS A MAIOR OU INDEVIDAMENTE. COMPENSAÇÃO ANTES DO FINAL DO PERÍODO DE APURAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 84. AFASTAMENTO DA VEDAÇÃO PELA IN SRF Nº 600/05. POSSIBILIDADE. INDÉBITO CARACTERIZADO. DEMANDA DE NOVA ANÁLISE. Súmula CARF nº 84: É possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa. Verificada a legalidade da manobra de compensação pretendida pelo contribuinte, afastando-se entendimento anterior pela sua vedação, devem ser, materialmente, analisadas a procedência e a quantificação do crédito pretendido antes da sua homologação.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com base na Súmula CARF nº 84, para afastar a vedação da compensação pretendida pela Contribuinte, determinando o retorno à Unidade Local para a prolatação de novo Despacho Decisório, considerando a materialidade e a quantificação do crédito utilizado na compensação, analisando a documentação já acostada aos autos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 15374.910035/2009-24, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni (Suplente Convocado), Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto).
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COMPENSAÇÃO ANTES DO FINAL DO PERÍODO DE APURAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 84. AFASTAMENTO DA VEDAÇÃO PELA IN SRF Nº 600/05. POSSIBILIDADE. INDÉBITO CARACTERIZADO. DEMANDA DE NOVA ANÁLISE. Súmula CARF nº 84: É possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa. Verificada a legalidade da manobra de compensação pretendida pelo contribuinte, afastandose entendimento anterior pela sua vedação, devem ser, materialmente, analisadas a procedência e a quantificação do crédito pretendido antes da sua homologação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com base na Súmula CARF nº 84, para afastar a vedação da compensação pretendida pela Contribuinte, determinando o retorno à Unidade Local para a prolatação de novo Despacho Decisório, considerando a materialidade e a quantificação do crédito utilizado na compensação, analisando a documentação já acostada aos autos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 15374.910035/200924, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente Substituto e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni (Suplente Convocado), AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 91 46 83 /2 00 9- 50 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 15374.914683/200950 Acórdão n.º 1402003.437 S1C4T2 Fl. 3 2 Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra v. Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento a quo, que negou provimento à Manifestação de Inconformidade apresentada pela Contribuinte, mantendo o r. Despacho Decisório que deixou de homologar a compensação pretendida, por entender que estimativas recolhidas a maior/indevidamente só podem ser objeto de compensação ao final ou após o período de apuração do IRPJ e da CSLL. Em sua Manifestação de Inconformidade, em suma, alegou a ora Recorrente que a Lei nº 9430/96 garante a compensação de quaisquer indébitos, fruto de recolhimento indevido ou maior, não se sustentando legalmente a impossibilidade invocada pela Autoridade Fiscal. Traz excertos jurisprudenciais e doutrinários. Também pugna pela inconstitucionalidade da Instrução Normativa nº 600/05 e invoca do princípio da busca pela verdade material. Ao seu turno, a DRJ a quo proferiu o v. Acórdão, ora recorrido, deixando de conhecer a matéria constitucional invocada e, na parte conhecida, negando provimento à defesa, por entender haver vedação expressa no art. 10 da IN nº 600/05 que impediria essa pretensão compensatória da Contribuinte. Ressaltase lá a vinculação daqueles N. Julgadores aos entendimentos da Receita Federal do Brasil. Diante de tal revés, a Contribuinte interpôs o Recurso Voluntário, agora sob análise, em suma, abandonando as alegações de inconstitucionalidade, mas reiterando e frisando a legalidade da compensação das estimavas, no mesmo período em que apurado o indébito, trazendo novos julgados deste E. CARF que corroboram sua pretensão e infirmam o posicionamento do v. Acórdão combatido. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.428, de 20/09/2018, proferido no julgamento do Processo nº 15374.910035/2009 24, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.428): Fl. 107DF CARF MF Processo nº 15374.914683/200950 Acórdão n.º 1402003.437 S1C4T2 Fl. 4 3 "O Recurso Voluntário é manifestamente tempestivo e sua matéria se enquadra na competência desse N. Colegiado. Os demais pressupostos de admissibilidade igualmente foram atendidos. Ausentes alegações preliminares, passase ao mérito da demanda. O tema exclusivo agora sob análise é a possibilidade legal da Contribuinte utilizar em compensação, via DCOMP, crédito oriundo de estimativas recolhidas indevidamente, ainda no mesmo período de apuração. Como fica muito claro nos autos, o único fundamento para a denegação da compensação foi a suposta vedação da manobra intentada, como se verifica tanto no r. Despacho Decisório como, posteriormente, no v. Acórdão, ora recorrido, que expressamente invocam o art. 10 da IN SRF nº 600/05, vigente à época da transmissão da DCOMP. Registrese que não houve qualquer análise da materialidade do crédito ou da sua quantificação, ainda que a Recorrente tenha carreado documentação aos autos, sendo a motivação da não homologação da compensação exclusivamente jurídica. Pois bem, tal matéria sob apreço é tema há muito debatido neste E. CARF (e no predecessor E. Conselho de Contribuintes), sendo, desde 10 de dezembro de 2012, objeto da Súmula CARF nº 84, a qual, recentemente, em sessão de 03 de setembro de 2018, pela composição do Pleno da C. Câmara Superior de Recursos Fiscais, foi mantida e teve sua redação revisada: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Como se observa da leitura de tal entendimento sumular, da mesma forma como defende a Recorrente, é autorizada a compensação de estimativas recolhidas a maior (indébito) a partir do seu pagamento. Logo, o óbice imposto à Contribuinte não deve prevalecer, em obediência a tal enunciado. Inclusive, não há qualquer limitação temporal da aplicabilidade da Súmula nº 84, mostrandose, no entender deste Conselheiro, irrelevante qual normativo interno da Receita Federal do Brasil regulava a matéria à época do pleito de compensação. Contudo, apenas para robustecer o presente julgamento, esclarecese que existem inúmeros precedentes desta C. 1ª Seção que, especificamente, abordam e afastam a vedação Fl. 108DF CARF MF Processo nº 15374.914683/200950 Acórdão n.º 1402003.437 S1C4T2 Fl. 5 4 contida no art. 10 da IN nº 600/05, para promover a devida e mandatória aplicação da referida Súmula. Nesse sentido, ilustrando aquilo acima consignado, confirase o recente Acórdão nº 1301003.233, proferido pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara desta C. 1ª Seção, de relatoria do I. Conselheiro Nelso Kichel, publicado em 30/08/2018: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DCOMP. AFASTAMENTO DO ÓBICE DO ART. 10 DA IN SRF Nº 460/04 E REITERADO PELA IN SRF Nº 600/05. SÚMULA CARF Nº 84. Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação, desde que comprovado o erro de fato e desde que não utilizado no ajuste anual. Não comprovado o erro de fato, mas existindo eventualmente pagamento a maior de estimativa mensal em relação ao valor do débito apurado no encerramento do respectivo anocalendário, cabível a devolução do saldo negativo no ajuste anual. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para superar os óbices da IN SRF 600 (Súmula CARF nº 84) no que diz respeito à possibilidade de indébito relativo a pagamento de estimativas em que se basearam o despacho decisório e a decisão de primeira instância, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito do direito creditório pleiteado, retomandose, a partir daí, o rito processual habitual. (destacamos) Desse modo, merece reforma o v. Acórdão (assim como r. Despacho Decisório, digase), vez que lícita e viável a postura procedimental da Contribuinte. Porém, como já esclarecido, em momento algum houve investigação sobre a existência e quantificação do crédito empregado, fruto do alegado recolhimento a maior/indevido de estimativa (por consequência lógica do afastamento sumário da regularidade da postura da Recorrente, não havendo, então, em se falar de lapso nos julgamentos pretéritos). De forma reversa, agora, uma vez aceita a circunstância jurídica da compensação, mister proceder à devida análise de materialidade do valor utilizado. Fl. 109DF CARF MF Processo nº 15374.914683/200950 Acórdão n.º 1402003.437 S1C4T2 Fl. 6 5 Todavia, tal análise não deve ser direta e imediatamente feita por esta C. 2ª Instância, sobre pena de supressão do iter regular processual, bem como do próprio direito de defesa da Contribuinte, devendo os autos serem remetidos à Unidade Local competente para a análise da documentação acostada ao feito e de sistemas de informação internos, proferindose novo Despacho Decisório, com o prosseguimento do regular do processo (garantida, inclusive, a apresentação de nova Manifestação de Inconformidade, Recurso Voluntário e todos outros apelos contemplados pela legislação). Diante de todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com base na Súmula CARF nº 84, para afastar a vedação da compensação pretendida pela Contribuinte, invocada tanto no r. Despacho Decisório, como no v. Acórdão recorrido. Devem ser os autos encaminhados à D. Unidade Local competente para a prolatação de novo Despacho Decisório, considerando a materialidade e a quantificação do crédito utilizado na compensação, analisando a documentação já acostada aos autos e sistemas de informações internos da RFB. Deverá também ser retomado o curso natural e ordinário do processo administrativo após tal nova decisão." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com base na Súmula CARF nº 84, para afastar a vedação da compensação pretendida pela Contribuinte, determinando o retorno à Unidade Local para a prolatação de novo Despacho Decisório, considerando a materialidade e a quantificação do crédito utilizado na compensação, analisando a documentação já acostada aos autos. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 110DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.720572/2012-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/2007 a 31/12/2009
OMISSÃO NÃO IDENTIFICADA. EMBARGOS REJEITADOS
Devem ser rejeitados os embargos, pois todos os argumentos de defesa já foram apreciados pela decisão embargada. Restou nítido que a intenção é a de que a matéria seja rediscutida, o que não é possível, em sede de embargos de declaração.
Numero da decisão: 3301-005.456
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Costa Marques d'Oliveira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Candido Brandão Junior, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/09/2007 a 31/12/2009 OMISSÃO NÃO IDENTIFICADA. EMBARGOS REJEITADOS Devem ser rejeitados os embargos, pois todos os argumentos de defesa já foram apreciados pela decisão embargada. Restou nítido que a intenção é a de que a matéria seja rediscutida, o que não é possível, em sede de embargos de declaração.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
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nome_relator_s : MARCELO COSTA MARQUES D OLIVEIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Costa Marques d'Oliveira - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Candido Brandão Junior, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
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EMBARGOS REJEITADOS Devem ser rejeitados os embargos, pois todos os argumentos de defesa já foram apreciados pela decisão embargada. Restou nítido que a intenção é a de que a matéria seja rediscutida, o que não é possível, em sede de embargos de declaração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Costa Marques d'Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Ari Vendramini, Salvador Candido Brandão Junior, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). Relatório Adoto o relatório do Acórdão n° 3301002.281 ora embargado: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 72 05 72 /2 01 2- 69 Fl. 16823DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.825 2 "Cuidamse de recursos e ofício e voluntário interpostos em face da decisão da DRJ/RJ I, que julgou parcialmente procedente a impugnação aos Autos de Infração e PIS/Pasep e Cofins, do período de apuração de 01/09/2007 a 31/12/2009, lançados em face da Contribuinte, ora Recorrente, uma Fundação, entidade de previdência privada fechada, cujas bases de cálculos, a despeito da decisão judicial, continuam sujeitas às disposições estabelecidas pela Lei nº 9.718/98. Segundo a relata a decisão recorrida, a qual se reporta ao Termo de Verificação Fiscal de fls. 32/48, a interessada ingressou com Ação Declaratória nº 2007.51.01.0021983, com pedido de antecipação dos efeitos da tutela, na 19º Vara Federal do Rio de Janeiro, na qual requer a suspensão da exigibilidade das contribuições para o PIS e da COFINS, exigidas com base no §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 e Instruções Normativas SRF nº 215/2002 e 247/2002, permitindo à autora recolher o PIS e a COFINS com base no faturamento, conforme disposto nos dispositivos legais vigentes anteriores à edição da Lei nº 9.718/98. Em 06/06/2007 foi publicada sentença julgando procedente o pedido da autora para declarar a inexistência da relação jurídica que a obrigue ao recolhimento do Pis e da Cofins na forma estabelecida no §1º do art. 3º da Lei 9.718/98 e autorizandoa a compensar os valores indevidamente recolhidos, com base em tal dispositivo, nos seguintes termos: 'Do exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO, para declarar a inexistência de relação jurídica que obrigue a Autora ao recolhimento do PIS e da COFINS na forma estabelecida no §1º do art. 3º, da Lei n 9.718/98, e declarar a existência de relação jurídica a autorizála a compensar os valores indevidamente recolhidos, com base em tal dispositivo, a título das referidas contribuições, nos últimos 5 anos que precedem ao ajuizamento da ação, vale dizer, a partir de 08/02/2002, monetariamente corrigidos, mediante aplicação da taxa SELIC, com quaisquer tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal.' Em 07/01/2008 foi negado provimento ao recurso da União e foi dado parcial provimento à remessa necessária para em virtude da declaração de inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, manter a base de cálculo constituída apenas pela receita bruta das venda de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, nos termos da Lei Complementar nº 70/91 (COFINS) e com base na Lei nº 9.715/98 relativamente ao PIS, conforme depreendese da ementa do aresto abaixo transcrito: 'Acórdão Origem: TRF2 Classe: AC APELAÇÃO CÍVEL 405330 Processo: 200751010021983 UF: RJ Orgão Julgador: TERCEIRA TURMA ESPECIALIZADA Data Decisão: 11/12/2007 Documento: TRF200176774 Fonte DJU Data:07/01/2008 Ementa CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. COFINS E PIS. BASE DE CÁLCULO. LEI 9.718/98. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INEXIGIBILIDADE E DIREITO À COMPENSAÇÃO. 1. O Supremo Tribunal Fl. 16824DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.826 3 Federal, concluindo o julgamento do RE 346.084 (rel. Min. Ilmar Galvão, DJU 9.11.2005), em que se questionava a constitucionalidade das alterações promovidas pela Lei n.º 9.718/98, que ampliou a base de cálculo da COFINS e do PIS, declarou, por maioria, a inconstitucionalidade do §1o do art. 3o da Lei n.º 9.718/98. A Corte Constitucional entendeu que esse dispositivo, ao ampliar o conceito de receita bruta para toda e qualquer receita, violou a noção de faturamento prevista no art. 195, I, "b", da Constituição Federal, na sua redação original, que equivaleria ao de receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. 2. Portanto, declarada a inconstitucionalidade do §1o do art. 3o da Lei n.º 9.718/98, mantémse a base de cálculo constituída apenas pela receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, nos termos da Lei Complementar n.º 70/91 (COFINS), e com base na Lei 9.715/98, relativamente ao PIS. 3. O Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de se admitir a declaração do direito à compensação, sem exame de contas (RESP 435.489/AL, 2ª Turma, rel. Min. João Otávio de Noronha, DJU 25.04.05, p. 266; RESP 676051/AL, 1ª Turma, rel. Min. Teori Zavascki, DJU 04.04.05, p. 213; RESP 514051/CE, 2ª Turma, rel. Min. Franciulli Netto, DJU 14.03.05, p. 255). 4. Apelo conhecido e desprovido. Remessa necessária conhecida e parcialmente provida. Relator Desembargador Federal JOSÉ ANTONIO LISBÔA NEIVA Decisão A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso e deu parcial provimento à remessa necessária, nos termos do voto do Relator.' Transcrevo ainda o seguinte trecho do v. voto condutor do mencionado Acórdão do TRF/2ª Região: 'Portanto, declarada a inconstitucionalidade do §1o do art. 3o da Lei n.º 9.718/98, mantémse a base de cálculo constituída apenas pela receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, nos termos da Lei Complementar n.º 70/91 (COFINS), e com base na Lei 9.715/98, relativamente ao PIS. A autora é uma entidade privada de previdência complementar (fl. 21) e, por força do inciso I do art. 8º da lei 10.637/02 e do inciso I do art. 10 da lei 10.833/03, continua sujeita à legislação anterior às aludidas leis, tendo em vista a remissão feita ao § 6º da lei 9.718/98 (inciso III). Conheço e nego provimento ao apelo. Conheço e dou parcial provimento à remessa necessária, para esclarecer que a compensação envolverá a diferença entre os recolhimentos, com fulcro na base de cálculo ampliada em função do § 1º do art. 3º da lei 9.718/98, e aquela prevista na LC 70/91 e na lei 9.715/98.' O trânsito em julgado ocorreu em 20/08/2008. Portanto, a decisão judicial não afasta a incidência de PIS e COFINS sobre os serviços de administração e execução de planos de benefício de natureza previdenciária prestados pela PETROS, tornando improcedente, tão somente, o alargamento da base de cálculo instituído pelo §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98. Apesar do contribuinte não se enquadrar nos tipos de entidades que recolham PIS sobre a folha de salários, por ser entidade fechada de previdência privada, a mesma informou que a partir de setembro de 2008 recolhe PIS sobre a folha de pagamento. Fl. 16825DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.827 4 A base de cálculo é constituída pela receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, nos termos da Lei Complementar nº 70/91, para a COFINS, e da Lei nº 9.715/98, para o PIS. Foram considerados no levantamento os pagamentos efetuados pela empresa a título de PIS, ou informados em DCTF, ainda que calculados sobre a folha de salários. A interessada foi cientificada em 30/07/2012 e apresentou impugnação (fls. 16.235/16.262) em 28/08/2012, alegando em síntese: A decisão judicial afastou por completo a aplicação da Lei nº 9.718/98 determinando que as referidas contribuições somente poderiam recair sobre receitas que decorressem da venda de mercadorias ou serviços, nos termos da LC 70/91 (COFINS) e da Lei nº 9.715/98 (PIS). Os valores contabilizados no Programa Administrativo jamais poderiam corresponder ao valor de serviços prestados pela Impugnante, uma vez que são utilizados em benefício dos participantes dos planos, podendo uma parte deles ser, inclusive, utilizada no pagamento de benefícios previdenciários. A parcela das contribuições que são alocadas ao Programa Administrativo não corresponde à receita das EFPC, mas sim reembolso de despesas efetuados pela entidade em nome e por conta dos participantes dos planos que administram. O item 5 do Anexo E – Normas e procedimentos Contábeis da Resolução CGPC nº 5, dispõe que somente são consideradas receitas do Programa Administrativo aquelas geradas pelo próprio programa (conta 5.1) devendo os recursos oriundos dos programas previdencial e assistencial ser considerados reembolsos de despesas e/ou transferências interprogramas. Cita decisões do Conselho de Contribuintes do Município do Rio de Janeiro que entendeu que as entidades de Previdência privada não são contribuintes do ISS em razão de não auferirem receita decorrentes da prestação de serviços. Na hipótese de se entender que a IMPUGNANTE é prestadora de serviços, deverão ser expurgadas da base de cálculo do PIS e da COFINS lançados nos autos as receitas que não tem origem nas contribuições previdenciárias pagas pelos beneficiários dos planos executados pela Impugnante e também aquelas que não se destinam ao custeio do programa administrativo. Quanto à receita de alienação de bens faltou excluir o valor de R$ 2.300,00. Quanto aos valores registrados na conta 5.1.100.00.03.0002 Multas/Descontos sobre fornecedores, não se tratam de receita da prestação de serviços e sim, são decorrentes do descumprimento de obrigações contratuais a que os fornecedores da Impugnante estavam sujeitos e/ou de descontos concedidos à impugnante no pagamento de suas obrigações. Quanto aos valores registrados na conta 5.1.1.1.00.00.2.05.0002 Reavaliação de imóveis corresponde a diferença entre o valor contábil e o de provável alienação do imóvel onde está localizada a sede da impugnante e não representa receita efetivamente auferida. Cita os acórdãos nº 20312.350 de 2007 e acórdão nº 340100.600 de 17.03.2010. Fl. 16826DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.828 5 Quanto aos valores registrados na conta 6.4.2.3 Remuneração do Fundo Administrativo não podem ser considerados receita de prestação de serviço, já que não decorrem de uma obrigação de fazer, mas sim da aplicação de capital e não são pagos pelos supostos tomadores dos serviços, mas por terceiros em razão do uso de capital que já estava integrado no patrimônio da impugnante em razão da sua prévia alocação ao Plano Administrativo. Cita os acórdãos nº 20218.131 e nº 20312.067 do 2º do Conselho de Contribuintes. Quanto aos valores registrados na conta 6.1.8 rendimentos/ganhos não equiparados a aplicações financeiras, as variações positivas foram registradas nas contas 6.1.8.1.01.00.1.01.0002 atualização monetária e 6.1.8.1.01.00.1.02.0002 juros prêmio, tendo os saldos das demais contas sido negativos. Tais valores decorrem de aplicação de capital e não da prestação de serviços e não integram o Programa Administrativo, já que se destinam ao pagamento de benefícios previdenciários. Em resumo, entendendose que a impugnante preste serviços, a base de cálculo seria apenas as receitas administrativas registradas na conta 5.1.1.1.00.00.2.04.0002 e da parcela das contribuições previdenciárias transferidas para o Programa Administrativo contabilizada na conta 3.4.2.3. Custeio. Encerra requerendo o cancelamento do auto de infração ou a retificação da sua base de cálculo. A decisão recorrida, acolheu parcialmente a impugnação, julgando parcialmente procedente os autos de infração de PIS e Cofins, conforme sintetiza a ementa a seguir reproduzida: 'ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/09/2007 a 31/12/2009 RECEITA VENDA DE BENS DO ATIVO PERMANENTE. A receita decorrente da venda de bens do ativo permanente deve ser excluída da base de cálculo do PIS e da COFINS das entidades fechadas de previdência complementar. DECISÃO JUDICIAL. BASE DE CALCULO. CONTRIBUIÇÕES RECEITA DE REAVALIAÇÃO A receita de reavaliação não está compreendida na receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, base de cálculo determinada no provimento judicial obtido. RECEITA FINANCEIRA. DECISÃO JUDICIAL. Os juros e os descontos recebidos são classificados como receitas financeiras, e não integram a receita operacional do contribuinte, portanto, em razão do provimento judicial obtido não compõem a base de cálculo do PIS e da COFINS . REMUNERAÇÃO DO FUNDO ADMINISTRATIVO DECISÃO JUDICIAL. A remuneração dos recursos do Programa Administrativo que representam recursos próprios, são receitas financeiras e não integram a receita operacional do contribuinte, portanto, não podem ser consideradas receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. RENDIMENTOS GANHOS NÃO EQUIPARADOS A APLICAÇÕES FINANCEIRAS. PROGRAMA DE INVESTIMENTOS. Tais investimentos integram o Fl. 16827DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.829 6 conjunto dos negócios ou operações desenvolvidas pela impugnante no desempenho de suas atividades econômicas peculiares, portanto, estão compreendidos no conceito de receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/2007 a 31/12/2009 RECEITA VENDA DE BENS DO ATIVO PERMANENTE. A receita decorrente da venda de bens do ativo permanente deve ser excluída da base de cálculo do PIS e da COFINS das entidades fechadas de previdência complementar. DECISÃO JUDICIAL . BASE DE CALCULO. CONTRIBUIÇÕES RECEITA DE REAVALIAÇÃO A receita de reavaliação não está compreendida na receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, base de cálculo determinada no provimento judicial obtido. RECEITA FINANCEIRA. DECISÃO JUDICIAL Os juros e os descontos recebidos são classificados como receitas financeiras, e não integram a receita operacional do contribuinte, portanto, em razão do provimento judicial obtido não compõem a base de cálculo do PIS e da COFINS . REMUNERAÇÃO DO FUNDO ADMINISTRATIVO DECISÃO JUDICIAL A remuneração dos recursos do Programa Administrativo que representam recursos próprios, são receitas financeiras e não integram a receita operacional do contribuinte, portanto, não podem ser consideradas receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. RENDIMENTOS GANHOS NÃO EQUIPARADOS A APLICAÇÕES FINANCEIRAS. PROGRAMA DE INVESTIMENTOS. Tais investimentos integram o conjunto dos negócios ou operações desenvolvidas pela impugnante no desempenho de suas atividades econômicas peculiares, portanto, estão compreendidos no conceito de receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte' Tendo sido cientificada do Acórdão recorrido em 25/04/2013, conforme AR às fls. 16414, a interessada interpôs recurso voluntário de fls. 16.418, e seguintes, alegando, em síntese, reiterando as alegações constantes de sua impugnação, merecendo ressaltar os pontos a seguir delineados. De acordo com o art. 32, da Lei Complementar nº 109/2001, as entidades de previdência privada têm como objeto a administração e execução de planos previdenciários complementares, sendo vedada a prestação de quaisquer outros serviços. Nesse sentido transcreve dispositivo de seu Estatuto Social, cujos objetivos são os seguintes: 'I – instituir, administrar e executar planos de benefícios das empresas ou entidades com as quais tiver firmado convênio de adesão; II – prestar serviços de administração e execução de planos de benefícios de natureza previdenciária;' Fl. 16828DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.830 7 Assim, para determinar a base de cálculo das contribuições PIS e Cofins, será necessário identificar o montante das receitas vinculadas à sua atividadefim, que são as receitas decorrentes da prestação de serviços a que se refere o seu estatuto social, quais sejam: '(i) oriundos das contribuições dos beneficiários vertidas aos planos previdenciários, desde que os mesmos não sejam devolvidos sob a forma de benefícios (“ou seja, que estivessem voltados ao custo do Programa Administrativo”).' De forma que, as demais receitas auferidas pela Recorrente jamais poderiam ser consideradas preço de serviço prestado aos beneficiários dos planos, ainda que se destinem ao custeio do Programa Administrativo, originárias de relações com terceiros, pugnando pela reforma da decisão recorrida os valores registrados na conta “6.1.8 – RENDIMENTOS/GANHOS NÃO EQUIPARADOS À APLICAÇÕES FINANCEIRAS, as quais não decorrem das contribuições previdenciárias nem são destinados ao custeio do Programa Administrativo, mas sim, canalizadas para o pagamento de benefícios” (atualização monetária, juros, custódia de TVM, basicamente receitas financeiras). Da mesma forma, acrescenta que tais valores (grupo 6.1.8) não integram o Programa Administrativo, já que se destinam ao pagamento de benefícios previdenciários, não se referem à taxa de administração paga pelos beneficiários. Assim, em razão de não decorrerem da prestação de serviços, não poderia ser exigido PIS e Cofins sobre essas receitas financeiras, nos termos da decisão judicial transitada em julgado. Diz por fim, a título de argumentação, que ainda que se entenda que a Recorrente aufere receitas, passíveis de serem tributadas pelo PIS e Cofins, seriam restritas às receitas administrativas registradas na conta “5.1.1.1.00.00.2.04.0002 – OUTRAS” e da parcela das contribuições previdenciárias para o Programa Administrativo, contabilizadas na conta “3.4.2.3 – CUSTEIO DO PROGRAMA ADMINISTRATIVO”, os quais, decorrem das contribuições dos participantes e se destinam ao Programa Administrativo (cuja base recalculada, seria de R$208.974.909,99). É o relatório." Em 27/03/14, foi negado provimento ao recursos de ofício e voluntário e o Acórdão foi assim ementado: 'ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/09/2007 a 31/12/2009 RECEITA VENDA DE BENS DO ATIVO PERMANENTE. A receita decorrente da venda de bens do ativo permanente deve ser excluída da base de cálculo do PIS e da COFINS das entidades fechadas de previdência complementar. DECISÃO JUDICIAL. BASE DE CALCULO. CONTRIBUIÇÕES RECEITA DE REAVALIAÇÃO. A receita de reavaliação não está compreendida na receita bruta das vendas de mercadorias, Fl. 16829DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.831 8 de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, base de cálculo determinada no provimento judicial obtido. RECEITA FINANCEIRA. DECISÃO JUDICIAL Os juros e os descontos recebidos são classificados como receitas financeiras, e não integram a receita operacional do contribuinte, portanto, em razão do provimento judicial obtido não compõem a base de cálculo do PIS e da COFINS . REMUNERAÇÃO DO FUNDO ADMINISTRATIVO DECISÃO JUDICIAL. A remuneração dos recursos do Programa Administrativo que representam recursos próprios, são receitas financeiras e não integram a receita operacional do contribuinte, portanto, não podem ser consideradas receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. RENDIMENTOS GANHOS NÃO EQUIPARADOS A APLICAÇÕES FINANCEIRAS. PROGRAMA DE INVESTIMENTOS. Estes rendimentos sofrem a incidência da Cofins em função de que são decorrentes das atividades relativas ao exercício do objeto social das entidades de previdência privada. RENDIMENTOS DECORRENTES DO CUSTEIO DO PROGRAMA ADMINISTRATIVO. Tais investimentos integram o conjunto dos negócios ou operações desenvolvidas pela impugnante no desempenho de suas atividades econômicas peculiares, portanto, estão compreendidos no conceito de receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/2007 a 31/12/2009 RECEITA VENDA DE BENS DO ATIVO PERMANENTE. A receita decorrente da venda de bens do ativo permanente deve ser excluída da base de cálculo do PIS e da COFINS das entidades fechadas de previdência complementar. DECISÃO JUDICIAL. BASE DE CALCULO. CONTRIBUIÇÕES RECEITA DE REAVALIAÇÃO. A receita de reavaliação não está compreendida na receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, base de cálculo determinada no provimento judicial obtido. RECEITA FINANCEIRA. DECISÃO JUDICIAL. Os juros e os descontos recebidos são classificados como receitas financeiras, e não integram a receita operacional do contribuinte, portanto, em razão do provimento judicial obtido não compõem a base de cálculo do PIS e da COFINS . REMUNERAÇÃO DO FUNDO ADMINISTRATIVO DECISÃO JUDICIAL A remuneração dos recursos do Programa Administrativo que representam recursos próprios, são receitas Fl. 16830DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.832 9 financeiras e não integram a receita operacional do contribuinte, portanto, não podem ser consideradas receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. RENDIMENTOS GANHOS NÃO EQUIPARADOS A APLICAÇÕES FINANCEIRAS. PROGRAMA DE INVESTIMENTOS. Estes rendimentos sofrem a incidência do PIS em função de que são decorrentes das atividades relativas ao exercício do objeto social das entidades de previdência privada. RENDIMENTOS DECORRENTES DO CUSTEIO DO PROGRAMA ADMINISTRATIVO. Tais investimentos integram o conjunto dos negócios ou operações desenvolvidas pela impugnante no desempenho de suas atividades econômicas peculiares, portanto, estão compreendidos no conceito de receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Recurso de Ofício Negado Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido' Inconformado, o contribuinte interpôs embargos de declaração, os quais foram integralmente aceitos pelo então Presidente desta turma, cujo teor foi assim resumido no Despacho de Admissibilidade (fls. 16.639/16.640), datado de 06/06/17: "A Embargante alega que o Colegiado não se manifestou acerca de suas alegações em relação às contribuições exigidas pela fiscalização sobre os valores lançados nas contas "3.1.2.3 Custeio do Programa Administrativo", "5.1.1.1.00.00.2.01.002 Outras", "6.1.8 Rendimentos/ganhos Não Equiparados a Aplicações Financeiras", embora tenha trazido aos autos vários argumentos que labutam a seu favor." (g.n.) Em 29/08/17, o contribuinte protocolizou petição (fls. 16.643/16.649), por meio da qual desistiu parcialmente dos embargos. Decidiu incluir em programa de parcelamento os débitos de PIS e COFINS relativos aos meses de setembro de 2007 a dezembro de 2009 e incidentes sobre os valores lançados nas contas "3.1.2.3 Custeio do Programa Administrativo" e "5.1.1.1.00.00.2.01.002 Outras". Por outro lado, persistiu na discussão relacionada à alegada omissão cometida pelo colegiado do CARF na apreciação dos argumentos de defesa contidos no recurso voluntário, cujo objetivo é o de obter o cancelamento dos débitos de PIS e COFINS de setembro de 2007 a dezembro de 2009 calculados sobre os valores lançados na conta "6.1.8 Rendimentos/ganhos Não Equiparados a Aplicações Financeiras". É o relatório. Fl. 16831DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.833 10 Voto Conselheiro Relator Marcelo Costa Marques d'Oliveira Devem ser julgados os embargos de declaração relativos à omissão no exame dos argumentos que tem como objetivo o de afastar da incidência do PIS e da COFINS de setembro de 2007 a dezembro de 2009 os valores lançados na conta "6.1.8 Rendimentos/ganhos Não Equiparados a Aplicações Financeiras". A embargante aduziu o seguinte (fl. 16.626): Meu voto é no sentido de rejeitar os embargos. A embargante alega que o acórdão embargado não considerou a decisão judicial proferida a seu favor e tampouco a natureza da conta contábil "6.1.8 Rendimentos/ganhos Não Equiparados a Aplicações Financeiras". Entretanto, ambas foram nítida e detidamente apreciadas pelo colegiado, o que se verifica da leitura do voto vencedor do i. Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal: "O voto do conselheiro Antonio Lisboa Cardoso concluiu pela manutenção da tributação do PIS e da Cofins sobre as contas 3.4.2.3 – CUSTEIO DO PROGRAMA ADMINISTRATIVO e 5.1.1.1.00.00.2.04.0002 OUTRAS, no que foi acompanhado Fl. 16832DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.834 11 pelos demais conselheiros sob o fundamento de que estas contas são receitas decorrentes das atividades exercidas para cumprimento do seu objeto social. Quanto à conta 6.1.8 – RENDIMENTOS NÃO EQUIPARADOS À APLICAÇÕES FINANCEIRAS, o ilustre relator entendeu por afastar a tributação do PIS e da Cofins sob o fundamento de que as receitas nela registradas não decorrem da venda de mercadoria ou da prestação de serviços. Não há como concordar com esta decisão, pois entendo que estas receitas decorrem do exercício do objeto social da recorrente. O STF, apesar de declarar a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, manifestou entendimento a respeito do real alcance do que seria faturamento para fins de composição da base de cálculo dos tributos a ele incidentes. De fato, as decisões e pronunciamentos dos Ministros do STF tem deixado a entender que o faturamento corresponde ao somatório das receitas provenientes das atividades empresariais típicas. No recurso extraordinário 401.348, o Ministro Cezar Peluso em decisão monocrática deu provimento ao recurso para que não incluísse na base de incidência do PIS, receita estranha ao seu faturamento, in verbis: '1. Tratase de recurso extraordinário interposto contra acórdão que declarou a constitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, relativo ao alargamento da base de cálculo do PIS. 2. Consistente o recurso. A tese do acórdão recorrido está em aberta divergência com a orientação da Corte, cujo Plenário, em data recente, consolidou, com nosso voto vencedor declarado, o entendimento de inconstitucionalidade apenas do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que ampliou o conceito de receita bruta, violando assim a noção de faturamento pressuposta na redação original do art. 195, I, b, da Constituição da República, e cujo significado é o estrito de receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais (cf. RE nº 346.084PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO; RE nº 357.950RS, RE nº 358.273RS e RE nº 390.840MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, todos julgados em 09.11.2005. Ver Informativo STF nº 408, p. 1). 3. Diante do exposto, e com fundamento no art. 557, § 1ºA, do CPC, conheço do recurso e doulhe provimento, para, concedendo a ordem, excluir, da base de incidência do PIS, receita estranha ao faturamento do recorrente, entendido esse nos termos já suso enunciados.(Grifei)' Já no julgamento do recurso extraordinário 346.084PR, o mesmo Ministro Cezar Peluso esclareceu o seu entendimento a respeito do conceito de faturamento: 'Quando me referi ao conceito construído sobretudo no RE 150.755, sob a expressão “receita bruta de venda de mercadorias e prestação de serviço”, quis significar que tal conceito está ligado a ideia de produto do exercício de atividades empresariais típicas, ou seja, que nessa expressão se inclui todo incremento patrimonial resultante do exercício de atividades empresariais típicas.” (Grifei) (...) Fl. 16833DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.835 12 'Por isso, estou insistindo na sinonímia "faturamento" e "receita operacional", exclusivamente, correspondente àqueles ingressos que decorrem da razão social da empresa, da sua finalidade institucional, do seu ramo de negócio, enfim.' (Grifei) Extraise dos entendimentos acima exarados que a declaração de inconstitucionalidade apenas firmou o entendimento de que não é qualquer receita que pode ser considerada faturamento para fins de sua incidência, mas tão somente aquelas vinculados ao exercício de sua finalidade institucional. Ou seja, aquele conceito antigo de que faturamento restringese a emissão de faturas estaria ultrapassado. Peço licença para transcrever um trecho da decisão recorrida, quando discorreu sobre as características das contas do grupo 6.1.8: '(...) Quanto aos valores registrados na conta 6.1.8 rendimentos/ganhos não equiparados a aplicações financeiras, as variações positivas foram registradas nas contas 6.1.8.1.01.00.1.01.0002 atualização monetária e 6.1.8.1.01.00.1.02.0002 juros premio, tendo os saldos das demais contas sido negativos. A interessada alega que tais valores decorrem de aplicação de capital e não da prestação de serviços e não integram o Programa Administrativo, já que se destinam ao pagamento de benefícios previdenciários. Não há previsão legal para exclusão dessas receitas da base de cálculo do PIS e da COFINS. Então, cabe analisar o alcance do provimento judicial em relação às receitas de atualização monetária e de juros prêmio do Programa de Investimento. Tal decisão determinou que a base de cálculo das contribuições, para a interessada, seria apenas a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Tais rubricas compõem o programa de Investimentos, que segundo a Resolução MPAS/CGPC nº 5 “é o programa destinado ao gerenciamento das aplicações de recursos da EFPC”. A interessada alega que tais valores decorrem de aplicação de capital e não da prestação de serviços. Não tem razão a interessada. Tais receitas, apesar de serem relativas à aplicação de recursos, tal aplicação, é necessária a sua atividade que é a gestão financeira dos recursos depositados pelos participantes, com o objetivo de formação de uma reserva, que após o prazo contratado, dará direito ao recebimento de prestações mensais continuadas e vitalícias. A receita de prestação de serviços é a soma das receitas oriundas de suas atividades empresariais, ou seja, da atividade constante do seu objeto social. Assim deve ser mantida a tributação das contas 6.1.8.1.01.00.1.01.0002 atualização monetária e 6.1.8.1.01.00.1.02.0002 juros premio porque tais investimentos integram o conjunto dos negócios ou operações desenvolvidas pela impugnante no desempenho de suas atividades econômicas peculiares.' Diante do exposto e estando de acordo com a decisão recorrida, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Fl. 16834DF CARF MF Processo nº 16682.720572/201269 Acórdão n.º 3301005.456 S3C3T1 Fl. 16.836 13 Portanto, não há a alegada omissão, pelo que rejeito os embargos de declaração. É como voto. (assinado digitalmente) Marcelo Costa Marques d'Oliveira Fl. 16835DF CARF MF
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