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Numero do processo: 10120.011491/2007-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/12/2000
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO RETENÇÃO DOS 11% O instituto da retenção de 11% está previsto no art. 31 da Lei n ° 8.212/1991, com redação conferida pela Lei n° 9.711/1998.
A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mão de obra deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada, observado o disposto no § 5º do art. 216.
O dever de reter os 11% é da tomadora de serviços, a presunção do desconto sempre se presume oportuna e regularmente realizado.
RECURSO REPETIÇÃO DE ARGUMENTOS JÁ APRECIADOS EM DILIGÊNCIA FISCAL AUSÊNCIA DE FATOS OU DOCUMENTOS NOVOS.
Em sendo o processo baixado em diligência e tendo o auditor rebatido pontualmente os argumentos trazidos pelo recorrente, prevalece o entendimento exposto na informação fiscal, quando não apresente o recorrente qualquer fato ou documento para desconstituir o lançamento.
RETENÇÃO 11% EMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES INAPLICABILIDADE
Não cabe retenção em restando demonstrada a contratação de empresa optante pelo SIMPLES.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-002.533
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial para que se ajuste o lançamento de acordo com a planilha DE/PARA fl. 651.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mãodeobra deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada, observado o disposto no § 5º do art. 216. O dever de reter os 11% é da tomadora de serviços, a presunção do desconto sempre se presume oportuna e regularmente realizado. RECURSO REPETIÇÃO DE ARGUMENTOS JÁ APRECIADOS EM DILIGÊNCIA FISCAL AUSÊNCIA DE FATOS OU DOCUMENTOS NOVOS. Em sendo o processo baixado em diligência e tendo o auditor rebatido pontualmente os argumentos trazidos pelo recorrente, prevalece o entendimento exposto na informação fiscal, quando não apresente o recorrente qualquer fato ou documento para desconstituir o lançamento. RETENÇÃO 11% EMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES INAPLICABILIDADE Não cabe retenção em restando demonstrada a contratação de empresa optante pelo SIMPLES. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 683DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial para que se ajuste o lançamento de acordo com a planilha DE/PARA fl. 651. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 684DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 2 3 Relatório A presente NFLD, lavrada sob o n. DEBCAD 35.415.1770, em desfavor da recorrente, decorrente da falta da retenção e recolhimento previdenciários de 11% incidente sobre as remunerações pagas aos segurados empregados das empresas cedentes de mãode obra, conforme notas fiscais de prestação de serviços, na forma prevista no art. 31 da Lei ri° 8.212/91, ou da retenção efetuada em desconformidade com as orientações emanadas das Ordens de Serviço/INSS — n° 203 e 209/99. O lançamento compreende competências entre o período de 02/1999 a 12/2000. Importante, destacar que a lavratura da NFLD deuse em 14/08/2001, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 24/08/2001. Inconformado com o lançamento a empresa apresentou impugnação, fls. 75/78, com alegações genéricas e desacompanhada de provas, reclamando do curto prazo para se defender. Foi exarada DecisãoNotificação n° 08.401.4/0150, fls. 94/96, julgando totalmente procedente o lançamento fiscal. Porém a referida DN fora expedida sem o conhecimento, por parte do órgão julgador, de uma complementação de defesa entregue pela empresa em 05/02/2002, fls. 101/145, antes, portanto, da emissão da DN. Assim, para apreciação e análise dos novos argumentos e documentos juntados, foi emitida a Reforma de DecisãoNotificação n° 08.401.4/0356, em 04/08/2003, que também concluiu pela procedência total do lançamento, por absoluta improcedência dos novos argumentos e insuficiência dos documentos trazidos pela impugnante no intuito de se eximir da responsabilidade pelas contribuições lançadas, conforme se pode ver às fls. 153/159. Em 26/09/2003, a empresa formalizou recurso ao Conselho de Recursos da Previdência Social — CRPS, apenas pedindo a juntada posterior de documentos e novas alegações, fl. 163, tendo, na oportunidade, efetuado o depósito prévio recursal, fls. 166/167. 0 processo foi, a seguir, encaminhado ao então Serviço de Análise de Defesas e Recursos, em 06/11/2003, fl. 169. Em 02/12/2003, conforme despacho de fl. 170, além de documentos relativos a procuração e do substabelecimento desta, foi anexada aos autos uma nova peça recursal, fls. 171/180, com alegações também novas. Na oportunidade, informou a recorrente que estava colocando à disposição da Fiscalização, na sede da empresa, toda a documentação comprobatória dos argumentos apresentados, esclarecendo que, devido ao grande números de documentos, não os juntava ao recurso. Os autos foram, então, baixados em diligência, para a apreciação dos argumentos trazidos pelo recorrente, o que culminou com a Informação Fiscal de fls. 212/214, de 12/08/2005, anexados os documentos e planilhas de fls. 215/310. Fl. 685DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 4 Segundo a referida informação, após análise dos esclarecimentos prestados pela recorrente, dos documentos juntados aos autos e daqueles colocados à. disposição da fiscalização na sede da empresa, e, ainda, após pesquisas nos sistemas de dados informatizados da Secretaria da Previdência Social — SRP, bem como no site da Secretaria da Receita Federal — SRF, concluiu o notificante por sugerir a retificação do débito conforme a Planilha 05, à fl. 292. Cientificado da supracitada Informação Fiscal, o contribuinte apresentou nova complementação recursal, fls. 315/325, juntando os documentos de fls. 326/371, que também foram encaminhados, em diligência fiscal, para análise do notificante, fl. 372. Em cumprimento à. referida diligencia, o Auditor notificante exarou a Informação Fiscal de fls. 373/379, concluindo não haver nenhuma outra retificação a ser efetuada no presente lançamento, considerando os esclarecimentos anteriores, a diligência já realizada pela auditoria previdenciária e os documentos probatórios por esta trazidos aos autos, e que a recorrente não apresentou nenhum fato novo que comprovasse serem indevidas as contribuições lançadas. Conforme Termo de fl. 381, a recorrente obteve vista dos autos em 29/03/2006, apresentando, em seguida, nova manifestação, fls. 384/393, reafirmando suas alegações anteriores de que houve equívocos no lançamento fiscal e juntando documentos, fls. 394/606. Em 18/08/2006, foi expedida a Reforma de DecisãoNotificação n° 08.401.4/142/2006, julgando o lançamento parcialmente procedente, com base na retificação proposta pelo auditor notificante, ficando o crédito previdenciário de acordo com o Discriminativo Analítico do Débito Retificado — DADR de fls. 626/629. Tendo sido reaberto o prazo recursal, o contribuinte formalizou novo recurso, fls. 634/641, reportandose as suas alegações anteriores, que foi encaminhado ao Serviço do Contencioso Administrativo da DRP, em 24/01/2007. Este, conforme despacho de fl. 661, decidiu solicitar novo pronunciamento da autoridade notificante, especificamente sobre as alegações referentes aos serviços prestados pela empresa Constroluz Eletrificação Ltda., por ter sido verificado ser a mesma optante pelo SIMPLES, em período abrangido pelo lançamento e pela Instrução Normativa INSS/DC — n° 08, de 21/01/2000. Em atendimento, o notificante expediu a Informação Fiscal de fl. 650, acrescentando nova planilha com sugestão de alteração do débito na competência 07/2000, f1. 651, que foi cientificada ao contribuinte, com abertura de prazo para nova manifestação, fl. 653. Não houve manifestação do recorrente. Entendeu a DRF/GO entendeu que, por haver uma diligência fiscal cumprida por solicitação do julgador do antigo Serviço do Contencioso Administrativo, deve ser o processo ainda submetido a novo julgamento em primeira instância. Todavia, entendeu aquela autoridade julgadora que o julgamento de la instância, realizado pelo então Serviço de Análise de Defesas e Recursos, posteriormente Serviço do Contencioso Administrativo Previdenciário, ocorreu em plena conformidade legal e regulamentar, considerando todos os elementos constantes dos autos na fase em que se encontrava. Entendeu aquela autoridade que todos os elementos trazidos aos autos, na fase de impugnação, foram considerados no julgamento de 1' instância consubstanciado na Reforma de Decisão Notificação n° 08.401.4/0356, de 04/08/2003, e ainda na Reforma de DecisãoNotificação 08.401.4/142/2006. Fl. 686DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 3 5 Assim, devese considerar as razões recursais trazidas pelo recorrente em sua última manifestação, ou seja após a realização das diligências e reforma da Decisão Notificação. Em síntese, a recorrente em seu recurso, fl. 620 a 628, alega o seguinte: 1. As empresas contratadas que não possuem empregados são isentas de sofrerem a retenção, de acordo com o dispositivo A O.S. 209/1999, no item 26. Todas estas empresas prestadoras de serviços apresentaram a declaração informando a inexistência de empregados, portanto não existem débitos originados por estas prestações de serviços, segundo a O.S. 209/1999. 2. A O.S. 209/1999, no item 16, alínea "b", exclui os serviços de assessorias e consultorias da obrigação de retenção: Ocorre que a fiscalização, em total desobediência ao dispositivo citado, contabilizou a retenção nos valores pagos as assessorias e consultoria técnicas. 3. Prevê ainda, a O.S. 209/1999, as deduções da base de cálculo da retenção: "17 A contratada que esteja obrigada a fornecer material ou dispor de equipamentos próprios ou de terceiros indispensáveis à execução do serviço, cujos valores estejam estabelecidos contratualmente, sendo as parcelas correspondentes discriminadas na nota.” A fiscalização, em momento algum, fez as deduções previstas nos dispositivos acima descritos. Nos processos de pagamento onde previa o gasto com material e equipamentos, nenhuma dedução foi realizada, sendo contabilizado o valor global da nota. 4. Nestes casos houve dois equívocos da fiscalização, primeiro a negativa da dedução dos valores gastos com materiais e equipamentos, em segundo não se compensou o valor retido sobre o valor da mãodeobra, tendo neste último caso, ocorrido a incidência do valor contabilizado pela fiscalização sobre o valor global da nota fiscal, sendo que. houve a retenção sobre parte do valor da nota (mãodeobra), ocorrendo portanto duplicidade sobre parte do valor da nota a ser retido os 11%. 5. Foram contabilizados também na NFLD, ora defendida, as empresas optantes pelo SIMPLES, portanto, não sendo devido a retenção dos 11%, conforme a Instrução Normativa 08 de janeiro de 2000. 6. Pelas razões e fundamentos discorridos, requer a Vossa Senhoria a reforma da Decisão Notificação n.° 08.401.4/142/2006, haja vista a evidência da maioria dos valores apurados não poder prosperar por ausência de fundamentação legal, com a consequente revisão dos valores arbitrados. É o Relatório. Fl. 687DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 6 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 664. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DO MÉRITO Em primeiro lugar cumprenos destacar que o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não havendo, pois, nulidade por cerceamento de defesa ou falta de definição clara dos fatos geradores que ensejaram o lançamento. No mesmo sentido, não existe qualquer nulidade na decisão de 1. Instância, tendo em vista que o julgador promoveu a apreciação dos fatos dentro do que prevê a legislação pertinente. Em se tratando de contratação de serviços mediante cessão ou empreitada de mão de obra é clara a legislação vigente à época, acerca da responsabilidade do contratante em reter 11% do valor da nota fiscal, recolhendo o fruto da retenção no CNPJ da empresa contratada. Pelas informações trazidas no relatório fiscal, bem como pelo que restou demonstrado nas informações fiscais, a recorrente não cumpriu a obrigação de reter e recolher as contribuições previdenciárias correspondentes sobre a totalidade dos serviços que lhe foram prestados. O instituto da retenção de 11% está previsto no art. 31 da Lei n ° 8.212/1991, com redação conferida pela Lei n ° 9.711/1998, nestas palavras: Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida até o dia dois do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, em nome da empresa cedente da mãodeobra, observado o disposto no § 5º do art. 33. (Redação dada pela MP nº 1.66315, de 22/10/98 e convertida no art. 23 da Lei nº 9.711, de 20/11/98). Vigência a partir de 01/02/99, conforme o art. 29 da Lei nº 9.711/98. A recorrente tomou serviços que envolveram cessão de mãodeobra, prova disso são os contratos e as notas fiscais anexadas aos presentes autos, bem como o fato de em momento algum contestar ditos fatos. Desse modo, a recorrente deveria ter retido o valor de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal/fatura e recolher a importância até o dia dois do mês subseqüente à emissão da respectiva nota fiscal/fatura. Ao apreciarmos os argumentos trazidos pelo recorrente observamos que inicialmente tanto sua impugnação, quanto o primeiro recurso apresentado junto ao CRPS foram totalmente genéricos, alegando ora a inconstitucionalidade dos dispositivos legais, ora requerendo a apresentação posterior de documentos. Apenas em 02/12/2003, conforme descrito no relatório deste voto, além de documentos relativos a procuração foi anexada aos autos uma nova peça recursal, fls. 171/180, com alegações também novas. Na oportunidade, informou a recorrente que estava colocando à disposição da Fiscalização, na sede da empresa, toda a Fl. 688DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 4 7 documentação comprobatória dos argumentos apresentados, esclarecendo que, devido ao grande números de documentos, não os juntava ao recurso. Mesmo considerando a inovação dos argumentos e documentos colacionados aos autos, observamos que a autoridade julgadora promoveu a baixa do processo em diligência para que fossem apreciadas as razões trazidas pelo recorrente. E isso não se deu em um único momento. Após as cientificações das diligência requeridas foi o recorrente devidamente cientificado, tendo a oportunidade de destacar pontualmente dos elementos trazidos aos autos e não contemplados, elementos de prova para afastar o posicionamento do auditor fiscal. Assim, entendo que todos os argumentos trazidos pelo recorrente foram suficientemente apreciados e rebatidos pela fiscalização em diligências relacionadas, onde após a cientificação dos ditos fatos resumiuse o recorrente a novamente argumentar, como o fez no recurso após a reforma da Decisão Notificação mas sem apresentar qualquer novo elemento que rebatesse os argumentos da autoridade fiscal. Os principais argumentos trazidos pelo recorrente no último recurso apresentado são: CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS SEM EMPREGADOS Segundo o recorrente as empresas contratadas que não possuem empregados são isentas de sofrerem a retenção, de acordo com o dispositivo A O.S. 209/1999, no item 26. Todas estas empresas prestadoras de serviços apresentaram a declaração informando a inexistência de empregados, portanto não existem débitos originados por estas prestações de serviços, segundo a O.S. 209/1999. Quanto a esse primeiro ponto entendo que não logrou o recorrente êxito em comprovar suas alegações. Ainda na primeira diligência informou a autoridade fiscal, fl. 213 Após a análise dos esclarecimentos prestados pela recorrente, após o exame dos documentos juntados aos autos pela mesma e dos documentos colocados à disposição da Auditoria nas dependências da empresa, e após as pesquisas nos sistemas de dados informatizados da Secretaria da Previdencia Social SRP e no site da Secretaria da Receita Federal SRF, foram observadas as seguintes ocorrências: 4.1 — A recorrente não comprovou mediante qualquer documento, que as notas fiscais relativas aos itens relacionados à fl. 173, pertencentes à planilha original do débito (fls. 33 a 71), foram emitidas por empresas que não possuíam empregados. Apesar de afirmar, à mesma fl. 173, que "Todas estas empresas prestadoras de seiviços apresentaram a declaração informando a inexistência de empregados (...)", tais declarações não foram apresentadas a esta auditoria, o que ensejou a lavratura do Auto de Infração referenciado no item 3.3 anterior. Notese que após ditas alegações o recorrente em todas as suas manifestações posteriores resumise a novamente tecer os mesmos argumentos, sem conseguir rebater os fatos trazidos pelo auditor. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSULTORIA Segundo o recorrente a O.S. 209/1999, no item 16, alínea "b", exclui os serviços de assessorias e consultorias da obrigação de retenção: Ocorre que a fiscalização, em Fl. 689DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 8 total desobediência ao dispositivo citado, contabilizou a retenção nos valores pagos as assessorias e consultoria técnicas. Também nessa seara entendo que o recorrente após os argumentos trazidos pela autoridade fiscal, não apresentou qualquer fato novo capaz de alterar o lançamento. A recorrente não comprovou que os serviços constantes das notas fiscais relativas aos itens relacionados As fls. 174175, pertencentes à planilha original do débito (fls. 33 a 71), se referem a serviços assessoria e consultoria. Cabe esclarecer que esta fiscalização elaborou novas planilhas, a partir das originais constantes das fls. 33 a 71, conforme descritas no item 5 a seguir, acrescentando a coluna intitulada "Observação 01". Nos casos devidos esta coluna contém indicações que confirmam tratarse de inequívoca prestação de serviços com cessão de mãodeobra, sujeitos, portanto, ao disposto na Lei 9.711/98. Relativamente aos serviços prestados pelo SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial deve ser ressaltado ainda, que durante a ação fiscal original e durante a presente diligência, a auditoria previdenciária foi atendida por pessoas abrangidas pelo contrato firmado com a empresa. Tais pessoas estavam desempenhando atividades técnicasoperacionais, continuas e rotineiras, próprias de empregados normais da recorrente, atividades que não se enquadram como de assessoria e consultoria. Exemplificando o acima exposto indicamos a seguir os nornegffcle,4iguns segurados com as atividades que a auditoria observou realizarem. Bruno Miwa Alves segurado de nível técnico, responsável pelas atividades do Arquivo da recorrente, sobretudo as de consulta e localização de processos, arquivamento e desarquivamento dos mesmos, incluindo, também, as rotinas de transporte de processos e obtenção de cópias de documentos. Atendeu à auditoria original durante vários meses executando os serviços acima. Aprigio Correa Neto atividades operacionais junto ao departamento de contabilidade. Atendeu à auditoria original e a esta diligência apresentando as informações relativas a ações trabalhistas, esclarecendo os dados e cálculos contidos nas planilhas por ele preparadas, originadas de suas atividades rotineiras. Aurelio Gonçalves Pinheiro serviços operacionais no setor de processamento de dados, tendo atendido a auditoria original, em diversas oportunidades, na geração rotineira de dados em meio digital. Estão sendo juntadas (Anexo II fls. 302 303) cópias, fornecidas pela recorrente, de faturas emitidas SENAI, nas quais consta relação de segurados. Após ditas alegações reprisa o recorrente as mesmas razões anteriores sem apresentar novos fatos, ou mesmo rebater as informações trazidas pelo auditor, que seriam fatos capazes alterar o entendimento ali disposto. QUANTO A EXCLUSÃO DE MATERIAIS DA BASE DE CÁLCULO No que concerne a base de cálculo alegou o recorrente em todas as suas manifestações que conforme prevê ainda, a O.S. 209/1999, as deduções da base de cálculo da retenção: "17 A contratada que esteja obrigada a fornecer material ou dispor de equipamentos Fl. 690DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 5 9 próprios ou de terceiros indispensáveis à execução do serviço, cujos valores estejam estabelecidos contratualmente, sendo as parcelas correspondentes discriminadas na nota.” A fiscalização, em momento algum, fez as deduções previstas nos dispositivos acima descritos. Nos processos de pagamento onde previa o gasto com material e equipamentos, nenhuma dedução foi realizada, sendo contabilizado o valor global da nota. Nestes casos, segundo o recorrente houve dois equívocos da fiscalização, primeiro a negativa da dedução dos valores gastos com materiais e equipamentos, em segundo não se compensou o valor retido sobre o valor da mãodeobra, tendo neste último caso, ocorrido a incidência do valor contabilizado pela fiscalização sobre o valor global da nota fiscal, sendo que. houve a retenção sobre parte do valor da nota (mãodeobra), ocorrendo portanto duplicidade sobre parte do valor da nota a ser retido os 11%. Novamente quanto a esse ponto não há como atribuir razão ao recorrente. Novamente da análise de todos os argumentos trazidos nas informações fiscais e das manifestações colocadas pelo recorrente, o mesmo não conseguiu atacar pontualmente os elementos trazidos pelo auditor notificante, novamente apresentando recurso nos mesmos moldes dos anteriores, sem atacar pontualmente, ou fazer prova documental e pontual de suas alegações. Valhome dos termos das informações fiscais trazidas pelo auditor em que aborda a questão: Informação fiscal, fl. 214 e 215 9.3. A recorrente não comprovou que os valores constantes das notas fiscais relativas aos itens relacionados às fls. 176, pertencentes à planilha original do débito (fls. 33 a 71), incluem, além de mãodeobra, parcelas de material e equipamento utilizados. Apenas para os itens relacionados na planilha do Anexo III, fls. 305, as AFS — Autorizações para Fornecimento de Serviços emitidas pela CELG contêm a previsão de parcelas relativas a material, além de mãodeobra. Informação fiscal, fl. 277 a 279 4 — Após a análise dos argumentos da recorrente, e após o exame dos escassos documentos por ela juntados ao "adendo ao recurso", nos itens a seguir esclarecemos e concluímos: 4.1 — Quanto ao argumento do item 3.1 anterior, da não consideração de redução nas bases relativas As notas fiscais cujas AFS Autorizações para o Fornecimento de Serviço não faziam previsão do uso de material e equipamentos, esclarecemos que a afirmativa da apelante é confusa e protelatória. Além de não demonstrar que as contribuições não são devidas, não comprovou que as mesmas foram corretamente recolhidas. As referidas AFS Autorizações para Fornecimento de Serviços são emitidas pela recorrente e têm efeito substitutivo de contratos por ela firmados com seus prestadores. De acordo com os itens 17.1 e 18 da OS 209/99 temos: 17.1 Na hipótese de não constar no contrato os valores referentes material ou equipamentos, deverão ser discriminadas as respectivas parcelds` na nota fiscal, fatura ou recibo, não se Fl. 691DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 10 admitindo que o valor relativo aos serviços seja inferior a 50% (cinqüenta por cento) do valor bruto. 18 Na falta de discriminação do valor da parcela relativa a material ou equipamento na nota fiscal, fatura ou recibo, a base de cálculo para a retenção será o seu valor bruto. A consideração da base de cálculo da contribuição devida como sendo igual o valor bruto da nota fiscal 6, portanto, correta e atende ao prescrito nas normas, visto que as An não previam o uso de material e equipamentos, e a notas não discriminaram tais valores. Ressaltese que a notificada, em momento algum, apresentou qualquer documento que comprovasse que os referidos serviços tenham sido executados com a utilização de material ou equipamento ou que estes lhes eram inerentes. Na verdade, como ela própria afirma As fls. 315 e 316, para as notas fiscais cujas AFS previam um percentual de mãode obra, a fiscalização realizou as devidas considerações. Cabe ainda, destacar que os documentos juntados pela apelante, no "adendo ao recurso", às fls. 326 a 371, supostamente referentes aos itens 216 e 222 (fls. 282) da planilha da diligência fiscal realizada, não têm maiores relações com o presente processo nem trazem qualquer nova informação. Conforme consta da referida planilha á fl. 282, o item 216 se refere à nota fiscal 610 emitida em 05/04/2000 e o item 222 A nota fiscal 631 emitida em 22/05/2000, ambas do mesmo prestador. À folha 332 é apresentada uma cópia de uma GPS Guia da Previdencia Social, que supostamente comprova o recolhimento de contribuições. A referida GPS, entretanto, não trás em seu campo 12 a devida autenticação bancária. À fl. 336, a apelante apresenta outra cópia da mesma GPS, agora como campo 12 preenchido. Contudo, como se pode observar neste mesmo campo, a GPS, quando recolhida, deveria ser associada à nota fiscal número 605, emitida em 13/03/2000. Esta GPS, portanto, nenhuma relação possui com as notas fiscais 610 e 631 acima referidas. Conclusão: Considerando os esclarecimentos deste item, considerando a não apresentação, pela apelante, de fato novo ou de provas de suas alegações, considerando a não comprovação de que as contribuições não são devidas ou que foram corretamente recolhidas, informamos que não há qualquer retificação a ser feita no débito relativo aos serviços prestados por estas empresas. 4.2 — Quanto à suposta existência de duplicidade de cobrança de contribuição, a alegação é confusa e não procede. Esclarecemos que tal duplicidade só ocorreria em duas hipóteses: Primeira: No caso do contribuinte ter recolhido a contribuição devida e o órgão fiscalizador estar exigindo este mesmo valor em documento de crédito previdenciário. Tal situação não ocorreu. A apelante não comprovou ter recolhido os valores devidos, fato pelo qual a auditoria constituiu o crédito tributário. Segunda: No caso da cobrança da contribuição devida estar sendoexigida em mais de um documento de constituição de crédito previdenciario Tal situação, identicamente, não ocorreu. Fl. 692DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 6 11 Os valores das referidas retenções estão sendo exigidos apenas na presente NFLD Notificação Fiscal de Lançamento de Débito. Conclusão: Considerando os esclarecimentos acima a não apresentação, pela apelante, de fato novo ou de provas de suas alegações, informamos que não há qualquer retificação a ser feita no débito relativo aos serviços prestados por estas empresas. 4.3 — Quanto à não consideração, em todas as notas fiscais emitidas por uma empresa, do percentual de mãodeobra previsto em algumas AFS Autorização para Fornecimento de Serviços: A consideração de existência de material e mãodeobra aplicados em determinado serviço não está vinculada à empresa contratada, mas, sim, ás características dos serviços executados. Portanto, o abatimento de valores relativos a equipamentos e materiais não pode ser feito por empresa, mas individualmente por serviço, visto que um mesmo prestador pode executar serviços de características diferentes, com o uso parcial ou total de mãodeobra. Importante ressaltar que as AFS Autorizações para Fornecimento de Serviços têm efeito substitutivo de contratos firmados pela recorrente com seus prestadores, sendo emitidas para determinado serviço, para o qual, normalmente, o contratado emite uma (mica nota fiscal. Assim, conforme já apreciado pela auditoria durante a diligência fiscal, nos casos cabíveis, a auditoria relacionou às fls. 240 a 270 da planilha que acompanha a Informação Fiscal da diligência, todas as notas vinculadas a AFS que previam o uso de material ou equipamento nos serviços contratados. Para estas notas esses valores foram deduzidos no cálculo da mãodeobra para fins da determinação da contribuição devida. Cabe, ainda, destacar que em todos os demais casos a recorrente, durante a diligência fiscal e no "adendo ao recurso", não comprovou que os referidos serviços foram executados com a utilização de material ou equipamento. Conclusão: Considerando os esclarecimentos acima e a não apresentação, pela apelante, de fato novo ou de provas de suas alegações, informamos que não há qualquer retificação a ser feita no débito relativo aos serviços prestados por estas empresas. Assim, conforme detalhado pelo recorrente, teve o mesmo por diversas oportunidades, a possibilidade de pontualmente apresentar os contratos, descrição dos serviços executados, e notas com o detalhamento acerca da utilização da mão de obra e material. Entendo que também neste ponto a questão restou devidamente enfrentada e esclarecida pelo auditor sendo que meros argumentos do recorrente (já apresentados e rebatidos) não desconstituem o lançamento. EXCLUSÃO DE SERVIÇOS PRESTADOS POR EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES Fl. 693DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 12 Por fim, entendo que o último ponto que merece ser apreciado diz respeito a alegação de que foram incluídos no débito, valores referentes a contribuição sobre serviços prestados por empresas optantes pelo SIMPLES. Quanto a este ponto, observamos a manifestação da autoridade fiscal, que ao apreciar o fato descreveu realmente existir contribuição a ser excluída do lançamento, inclusive anexando planilha de/para propondo a retificação do débito, a qual entendo deva ser observa para ajuste do lançamento em questão. Despacho fl. 248 2.Segundo a recorrente, as empresas Océlio Rezende, Constroluz Eletrificação Ltda., Construtora Elétrica Saba Ltda e Empreiteira de Conservação Cândido de Morais Ltda eram optantes pelo SIMPLES à época das prestações dos respectivos serviços à contratante. 3.Em consulta realizada no sistema informatizado da Secretaria da Receita Federal —CONSIMPLES, verificamos que as empresas Construtora Elétrica Saba Ltda e Empreiteira Cândido de Morais Ltda não são e jamais foram optantes pelo SIMPLES. Já a empresa Océlio Rezende é optante pelo SIMPLES, porém as contribuições originadas em virtude dos serviços prestados por esta empresa já foram excluídas do débito em referência, conforme se verifica no item 29 da ON acima citada. Por sua vez, constatamos que a empresa Constroluz Eletrificação Ltda foi optante pelo SIMPLES no período de 01/01/1997 a 31/12/2001. Informação fiscal 650 3 Para este período foi identificada, pela fiscalização, uma única nota fiscal de pagamento por serviços prestados, cujo registro, nas planilhas de apuração do credito previdenciário original, é o de no. 243, conforme fls. 54, 55 e 56. Para esta nota fiscal, o valor da retenção originalmente apurada é de R$ 2.896,36, conforme fl. 55. 4 Apresentamos a seguir, f1.304, duas tabelas esclarecendo a situação. 3.1 — A primeira, TAB 01, contendo os valores do débito remanescente após a retificação proposta em virtude da Diligência realizada nos meses de maio a agosto de 2.005 (fl. 292), os valores a serem excluídos, e os valores a serem mantidos, discriminados por competência. 3.2 — A segunda, TAB 02, contendo o discriminativo "DE — PARA", que especifica, por competência, os valores do débito anteriormente retificados, e os valores a serem mantidos, obtidos da TAB 01 descrita no item anterior. De acordo com o previsto no art. 33, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, o desconto sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa, sendo a responsabilidade direta de quem tinha o dever de realizálo. Art. 33 (...) §5ºO desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente Fl. 694DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 7 13 responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei. No caso da retenção de 11% não há que se falar em solidariedade, tampouco em benefício de ordem, como alega a recorrente, pois o comando legal impôs a responsabilidade à tomadora de serviços, assim como o fez em relação ao desconto dos segurados empregados. Essa é uma presunção legal absoluta que milita em favor da fiscalização previdenciária. Entendo que no caso de retenção há duas obrigações: a primeira, acessória, que é o desconto dos 11%; a segunda é a principal, que é o recolhimento das contribuições retidas. Uma vez que as contribuições previdenciárias são tributos, o objeto da retenção dos 11% também possui natureza tributária, haja vista ser uma antecipação das contribuições, possuindo natureza de substituição tributária. Por todo o exposto, entendo que o lançamento fiscal seguiu os ditames previstos, devendo ser mantido nos termos acima propostos. CONCLUSÃO Voto pelo CONHECIMENTO DO RECURSO, para DARLHE PROVIMENTO PARCIAL para que se ajuste o lançamento de acordo com a planilha DE/PARA fl. 651. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 695DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 15983.000010/2010-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2401-000.211
Decisão: RESOLVEM os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o
julgamento do recurso em diligência. Vencidos os conselheiros Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira (Relator) e Marcelo Freitas de Souza Costa, que negavam provimento ao recurso de ofício. Designado para redigir o voto vencedor a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Ausente momentaneamente o conselheiro Igor Araújo Soares.
Nome do relator: RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA
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Vencidos os conselheiros Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira (Relator) e Marcelo Freitas de Souza Costa, que negavam provimento ao recurso de ofício. Designado para redigir o voto vencedor a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Ausente momentaneamente o conselheiro Igor Araújo Soares. Elias Sampaio Freire Presidente Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira Relator Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Redatora Designada Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 629DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 623 2 Relatório INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO SANTA CECÍLIA ISESC, contribuinte, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos autos do processo administrativo em referência, teve contra si lavrado Auto de Infração nº 37.258.5540, referente às contribuições sociais devidas ao INSS pela autuada, correspondentes à parte da empresa e do financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre as remunerações pagas ou creditadas aos segurados empregados, em relação ao período de 12/2000 a 11/2003, conforme Relatório Fiscal, às fls. 20/29. Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, lavrada em 20/01/2010, contra a contribuinte acima identificada, constituindose crédito no valor de R$ 30.373.908,73 (Trinta milhões, trezentos e setenta e três mil, novecentos e oito reais e setenta e três centavos). De conformidade com o Relatório Fiscal, em 01/06/2006, fora expedido Mandado de Procedimento Fiscal, com ciência em 06/06/2006, dando início à fiscalização na entidade, com o requerimento de documentos e esclarecimentos pertinentes às contribuições previdenciárias relativamente ao período de 05/2000 a 05/2006. Informa, ainda, o fiscal autuante que naquela oportunidade constatouse haver óbice judicial à constituição do crédito previdenciário, em face de provimento judicial em sede de antecipação de tutela concedida pela 2a Vara Federal de Santos, às fls. 52/54, nos autos do processo n° 99.61.04.0052998, onde a autora pleiteia à imunidade contemplada no artigo 7° do artigo 195 da Constituição Federal, razão pela qual efetuouse o lançamento provisório relacionado àquele período, cientificandose o contribuinte em 27/09/2006 dos valores apurados pelo Fisco, consoante Informação Fiscal de fl. 32. Ato contínuo, confirmando que a Instituição não observa os requisitos que garantem o status de entidade acobertada pela imunidade tributária conforme previsto no art. 14 do Código Tributário Nacional, não sendo portanto imune à exação tributária, foi o procedimento fiscalizatório reaberto com vistas a se consumar o lançamento já iniciado, a teor do que determina o parágrafo único do art. 142 da norma geral tributária citada, como se verifica do Mandado de Procedimento Fiscal datado de 12/02/2008, às fls. 570/572. Após regular processamento, interposta impugnação contra exigência fiscal consubstanciada na peça vestibular do feito, a 8ª Turma da DRJ em Campinas/SP, achou por bem julgar improcedente o lançamento, acolhendo a decadência total do crédito, o fazendo sob a égide dos fundamentos inseridos no Acórdão nº 0531.536/2010, às fls. 579/586, sintetizados na seguinte ementa: “Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2000 a 30/11/2003 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. Aplicase o prazo decadencial do Código Tributário Nacional para os créditos em que não houve constituição definitiva, quanto aos fatos geradores ocorridos há mais de cinco anos do efetivo lançamento do crédito. Fl. 630DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 624 3 Impugnação Procedente. Crédito Tributário Exonerado.” Em observância ao disposto no artigo 25, inciso II, do Decreto n° 70.235/72, na redação dada pela Lei n° 11.941/2009, a autoridade julgadora de primeira instância recorreu de ofício da decisão encimada, que declarou improcedente o lançamento fiscal. É o Relatório. Fl. 631DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 625 4 Voto Vencido Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, em razão do crédito desonerado se encontrar sob o manto do limite de alçada, conheço do recurso de ofício e passo a analise matéria posta nos autos. Consoante se positiva do Relatório Fiscal, a lavratura do Auto de Infração deveuse a constatação de contribuições previdenciárias devidas pela contribuinte ao INSS, correspondentes à parte da empresa e do financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre as remunerações pagas ou creditadas aos segurados empregados. Após apresentação da impugnação da autuada, o lançamento fora julgado improcedente, nos termos do Acórdão nº 0531.536/2010, da 8ª Turma da DRJ em Campinas/SP, acima ementado, razão pela qual a autoridade julgadora de primeira instância recorreu de ofício daquele decisum, com arrimo no artigo 25, inciso II, do Decreto n° 70.235/72, na redação dada pela Lei n° 11.941/2009. Com mais especificidade, a DRJ competente, ora guerreada, em síntese, achou por bem rechaçar a pretensão fiscal, excluindo a totalidade das contribuições previdenciárias, uma vez alcançadas pelo instituto da decadência, nos termos do artigo 173, inciso I, do CTN, consoante se extrai do excerto do Acórdão recorrido abaixo transcrito: “[...] Como já observado, a constituição efetiva do presente crédito só se deu em 20/01/2010, data da ciência do Auto de Infração ao contribuinte. Assim sendo, considerandose a data da concretização do lançamento em 20/01/2010, e ainda que se efetue a contagem da decadência pelo prazo mais dilatado, que é o do art. 173, I, do CTN, os fatos geradores ocorridos de 12/2000 a 11/2003 estão decadentes, pois já se passaram mais de cinco anos do primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, que no caso da competência mais recente, de 11/2003, seria 31/12/2008. Tendo em vista a prejudicial descrita, em face da constatação da ocorrência de decadência do crédito lançado, não serão analisados os demais argumentos apresentados na impugnação. Enfim, diante do exposto, voto, portanto, pela improcedência do lançamento. [...]” Do exame dos elementos que instruem o processo, concluise que a decisão recorrida apresentase incensurável, devendo ser mantida em sua plenitude, pelas razões de fato e de direito a seguir desenvolvidas. O exame dessa matéria impõe sejam levadas a efeito algumas considerações, senão vejamos. O artigo 45, inciso I, da Lei nº. 8.212/91, estabelece prazo decadencial de 10 (dez) anos para a apuração e constituição das contribuições previdenciárias, como segue: Fl. 632DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 626 5 “Art. 45 – O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após 10 (dez) anos contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; [...]” Por outro lado, o Código Tributário Nacional em seu artigo 173, caput, determina que o prazo para se constituir crédito tributário é de 05 (cinco) anos, contados do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado, in verbis: “Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; [...]” Com mais especificidade, o artigo 150, § 4º, do CTN, contempla a decadência para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, nos seguintes termos: “Art. 150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” O núcleo da questão reside exatamente nesses três artigos, ou seja, qual deles deve prevalecer para as contribuições previdenciárias, tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Ocorre que, após muitas discussões a respeito do tema, o Supremo Tribunal Federal, em 11/06/2008, ao julgar os RE’s nºs 556664, 559882 e 560626, por unanimidade de votos, declarou a inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, oportunidade em que aprovou a Súmula Vinculante nº 08, abaixo transcrita, rechaçando de uma vez por todas a pretensão do Fisco: “Súmula nº 08: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.” Registrese, ainda, que na mesma Sessão Plenária, o STF achou por bem modular os efeitos da declaração de inconstitucionalidade em comento, estabelecendo, em suma, que somente não retroagem à data da edição da Lei em relação a pedido de restituição judicial ou administrativo formulado posteriormente à 11/06/2008, concedendo, por Fl. 633DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 627 6 conseguinte, efeito ex tunc para os créditos pendentes de julgamentos e/ou que não tenham sido objeto de execução fiscal. Consoante se positiva da análise dos autos, a controvérsia a respeito do prazo decadencial para as contribuições previdenciárias, após a aprovação/edição da Súmula Vinculante nº 08, passou a se limitar a aplicação dos artigos 150, § 4º, ou 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Indispensável ao deslinde da controvérsia, mister se faz elucidar, resumidamente, as espécies de lançamento tributário que nosso ordenamento jurídico contempla, como segue. Primeiramente destacase o lançamento de ofício ou direto, previsto no artigo 149 do CTN, onde o fisco toma a iniciativa de sua prática, por razões inerentes a natureza do tributo ou quando o contribuinte deixa de cumprir suas obrigações legais. Já o lançamento por declaração ou misto, contemplado no artigo 147 do mesmo Diploma Legal, é aquele em que o contribuinte toma a iniciativa do procedimento, ofertando sua declaração tributária, colaborando ativamente. Alfim, o lançamento por homologação, inscrito no artigo 150 do Códex Tributário, em que o contribuinte presta as informações, calcula o tributo devido e promove o pagamento, ficando sujeito a eventual homologação por parte das autoridades fazendárias. Dessa forma, estando às contribuições previdenciárias sujeitas ao lançamento por homologação, defende parte dos julgadores e doutrinadores que a decadência a ser aplicada seria aquela constante do artigo 150, § 4º, do CTN, levandose em consideração a natureza do tributo atribuída por lei, independentemente da ocorrência de pagamento, entendimento compartilhado por este conselheiro. Ou seja, a regra para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação é o artigo 150, § 4º, do Código Tributário, o qual somente não prevalecerá nas hipóteses de ocorrência de dolo, fraude ou conluio, o que ensejaria o deslocamento do prazo decadencial para o artigo 173, inciso I, do mesmo Diploma Legal. Não é demais lembrar que o lançamento por homologação não se caracteriza tão somente pelo pagamento. Ao contrário, tratase, em verdade, de um procedimento complexo, constituído de vários atos independentes, culminando com o pagamento ou não. Observese, pois, que a ausência de pagamento não desnatura o lançamento por homologação, especialmente quando a sujeição dos tributos àquele lançamento é conferida por lei. E, esta, em momento algum afirma que assim o é tão somente quando houver pagamento. Não fosse assim, o que se diria quando o contribuinte apura prejuízos e não tem nada a recolher, ou mesmo quando encontrase beneficiado por isenções e/ou imunidades, onde, em que pese haver o dever de elaborar declarações pertinentes, informando os fatos geradores dos tributos dentre outras obrigações tributárias, deixa de promover o pagamento do tributo em razão de uma benesse fiscal? Cabe ao Fisco, porém, no decorrer do prazo de 05 (cinco) anos, contados do fato gerador do tributo, nos termos do artigo 150, § 4º, do CTN, proceder à análise das informações prestadas pelo contribuinte homologandoas ou não, quando inexistir concordância. Neste último caso, promover o lançamento de ofício da importância que imputar devida. Fl. 634DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 628 7 Aliás, como afirmado alhures, a regra nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação é o prazo decadencial insculpido no artigo 150, § 4º, do CTN, o qual dispôs expressamente os casos em que referido prazo deslocarseá para o artigo 173, inciso I, na ocorrência de dolo, fraude ou simulação comprovados. Somente nessas hipóteses a legislação específica contempla a aplicação de outro prazo decadencial, afastandose a regra do artigo 150, § 4º. Como se constata, a toda evidência, a contagem do lapso temporal em comento independe de pagamento. Ou seja, comprovandose que o contribuinte deixou efetuar o recolhimento dos tributos devidos e/ou promover o auto lançamento com dolo, utilizandose de instrumentos ardilosos (fraude e/ou simulação), o prazo decadencial será aquele inscrito no artigo 173, inciso I, do CTN. Afora essa situação, não se cogita na aplicação daquele dispositivo legal. É o que se extrai da perfunctória leitura das normas legais que regulamentam o tema. Por outro lado, alguns julgadores e doutrinadores entendem que somente aplicarseia o artigo 150, § 4º, do CTN quando comprovada a ocorrência de recolhimentos relativamente ao fato gerador lançado, seja qual for o valor. Em outras palavras, a homologação dependeria de antecipação de pagamento para se caracterizar, e a sua ausência daria ensejo ao lançamento de ofício, com observância do prazo decadencial do artigo 173, inciso I. Ressaltase, ainda, o entendimento de outra parte dos juristas, suscitando que o artigo 150, 4º, do Código Tributário Nacional, prevalecerá quando o contribuinte promover qualquer ato tendente a apuração da base de cálculo do tributo devido, seja pelo pagamento, escrituração contábil, declaração do imposto em documento próprio, etc. Melhor elucidando, o contribuinte deverá adotar algum procedimento com o fito de apurar o tributo para que pudesse se cogitar em “homologação”. Afora posicionamento pessoal a propósito da matéria, por entender que as contribuições previdenciárias devem observância ao prazo decadencial do artigo 150, § 4o, do Códex Tributário, independentemente de antecipação de pagamento, salvo quando comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o certo é que a partir da alteração do Regimento Interno do CARF (artigo 62A), introduzida pela Portaria MF nº 586/2010, os julgadores deste Colegiado estão obrigados a “reproduzir” as decisões do STJ tomadas por recurso repetitivo, razão pela qual deixaremos de abordar aludida discussão, mantendo o entendimento que a aplicação do dispositivo legal retro depende da existência de recolhimentos do mesmo tributo no período objeto do lançamento, na forma decidida por aquele Tribunal Superior nos autos do Resp n° 973.733/SC, assim ementado: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício Fl. 635DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 629 8 seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” Na esteira desse raciocínio, uma vez delimitado pelo STJ e, bem assim, pelo Regimento Interno do CARF que nos lançamentos por homologação a antecipação de pagamento é indispensável à aplicação do instituto da decadência, nos cabe tão somente nos quedar a aludida conclusão e constatar ou não a sua ocorrência. Fl. 636DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 630 9 Entrementes, a controvérsia em relação a referido tema encontrase distante de remansoso desfecho, se fixando agora em determinar o que pode ser considerado como antecipação de pagamento nas contribuições previdenciárias, sobretudo em face das diversas modalidades e/ou procedimentos adotados por ocasião do lançamento fiscal. Na hipótese dos autos, porém, despiciendas maiores elucubrações a propósito da matéria, ou seja, relativamente à existência ou não de antecipação de pagamento para efeito de aplicação do prazo decadencial, uma vez que a simples análise dos autos nos leva a concluir pela ocorrência da decadência, sob qualquer fundamento legal que se pretenda aplicar (artigo 150, § 4º ou 173, inciso I, do CTN). Com efeito, tendo a fiscalização constituído o crédito previdenciário em 20/01/2010, com a devida ciência da contribuinte constante da folha de rosto da notificação, a exigência fiscal resta totalmente fulminada pela decadência, eis que os fatos geradores ocorreram durante o período de 12/2000 a 11/2003, fora, portanto, do prazo decadencial de 05 (cinco) anos do CTN, seja com base no artigo 150, § 4º ou 173, inciso I, impondo seja mantida a improcedência do feito. No caso vertente, o que torna digno de realce e, de certa forma sensibilizou este Relator, é que, a princípio, o Fisco não se apresentou intempestivamente para fiscalizar a contribuinte. Destarte, como restou devidamente explicitado no Relatório do Auto de Infração, a ação fiscal teve início, originalmente, em 01/06/2006, com a emissão de MPF, cientificado pela contribuinte em 06/06/2006. Ocorre que, naquela oportunidade a autuada se encontrava sob o pálio de provimento judicial, às fls. 52/54, rechaçada e, porterioremente, revigorada a partir de agravo de instrumento, impossibilitando o lançamento das contribuições previdenciárias em comento, o que ensejou a constituição provisória do débito relacionado àquele período, cientificandose o contribuinte em 27/09/2006, consoante Informação Fiscal de fl. 32. Nesta toada, somente com a confirmação de que a instituição não gozava de imunidade pretendida teve a fiscalização a possibilidade de restabelecer a ação fiscal, com a expedição do MPF datado de 12/02/2008, às fls. 570/572, e encerrála com a lavratura do presente Auto de Infração, constituindo o crédito sob análise. É bem verdade que o marco judicial para a reabertura do procedimento fiscalizatório, ou seja, a decisão que afastou a imunidade da entidade ou cassou a tutela antecipada, não se encontra devidamente esclarecido nos autos, na linha do que fora exposto na decisão recorrida, o que uma simples diligência seria capaz de elucidar. No entanto, como afirmado alhures, em que pese o fato de a impossibilidade do lançamento, fazendo correr o prazo decadencial, ter partido de provimento Judicial e não da inércia do Fisco sensibilizar este Julgador, não vislumbramos na legislação de regência dispositivo legal capaz de afastar, suspender e/ou interromper aludido lapso temporal, razão pela qual sua contagem segue o caminho convencional adotado nos demais casos, sem tantas especificidades. Por todo o exposto, estando a Autuação Fiscal sub examine em dissonância com os dispositivos legais que regulamentam a matéria , VOTO NO SENTIDO E CONHECER DO Fl. 637DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 631 10 RECURSO DE OFÍCIO E NEGARLHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 638DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 632 11 Voto Vencedor Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora Designada DAS QUESTÕES PRELIMINARES: Em que pese toda a argumentação trazida pelo ilustre conselheiro, entendo, assim como mencionado por ele próprio no corpo do seu voto, haver uma questão prejudicial ao presente julgamento. A decisão da procedência ou não do presente autodeinfração está diretamente relacionado a medida liminar que impossibilitava o fisco de efetivar o lançamento, porém ditas informações não constam do processo. Assim manifestouse o ilustre conselheiro Rycardo Destarte, como restou devidamente explicitado no Relatório do Auto de Infração, a ação fiscal teve início, originalmente, em 01/06/2006, com a emissão de MPF, cientificado pela contribuinte em 06/06/2006. Ocorre que, naquela oportunidade a autuada se encontrava sob o pálio de provimento judicial, às fls. 52/54, rechaçada e, posteriormente, revigorada a partir de agravo de instrumento, impossibilitando o lançamento das contribuições previdenciárias em comento, o que ensejou a constituição provisória do débito relacionado àquele período, cientificandose o contribuinte em 27/09/2006, consoante Informação Fiscal de fl. 32. Nesta toada, somente com a confirmação de que a instituição não gozava de imunidade pretendida teve a fiscalização a possibilidade de restabelecer a ação fiscal, com a expedição do MPF datado de 12/02/2008, às fls. 570/572, e encerrála com a lavratura do presente Auto de Infração, constituindo o crédito sob análise. É bem verdade que o marco judicial para a reabertura do procedimento fiscalizatório, ou seja, a decisão que afastou a imunidade da entidade ou cassou a tutela antecipada, não se encontra devidamente esclarecido nos autos, na linha do que fora exposto na decisão recorrida, o que uma simples diligência seria capaz de elucidar. No entanto, como afirmado alhures, em que pese o fato de a impossibilidade do lançamento, fazendo correr o prazo decadencial, ter partido de provimento Judicial e não da inércia do Fisco sensibilizar este Julgador, não vislumbramos na legislação de regência dispositivo legal capaz de afastar, suspender e/ou interromper aludido lapso temporal, razão pela qual sua contagem segue o caminho convencional adotado nos demais casos, sem tantas especificidades. Dessa forma, para que se possa proceder ao julgamento, devem ser prestadas informações acerca da medida judicial que amparava a empresa, bem como em que momento dita medida perdeu validade, seja pela decisão de mérito, ou mesmo pela cassação da medida liminar. Neste ponto, relevante ser colacionado aos autos a integra da medida liminar, bem como a decisão de mérito, sendo possível estabelecer um cronograma acerca da efetiva ação da auditoria fiscal na constituição do crédito. Fl. 639DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15983.000010/201086 Resolução n.º 2401000.211 S2C4T1 Fl. 633 12 CONCLUSÃO: Voto pela CONVERSÃO do julgamento EM DILIGÊNCIA, devendo ser prestadas as informações nos termos acima descritos. Do resultado da diligência, antes de os autos retornarem a este Colegiado deve ser conferida vista ao recorrente, abrindose prazo normativo para manifestação. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 640DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 04/06/2 012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ELAINE CRISTINA MO NTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 15586.000991/2010-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2401-000.231
Decisão: RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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Assunto Solicitação de Diligência Recorrente CIA IMPORTADORA E EXPORTADORA COIMEX Recorrida FAZENDA NACIONAL RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 615DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/07 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Relatório Tratase do Auto de Infração AI n.º 37.291.9600, lavrado contra o sujeito passivo acima identificado, para a exigência de contribuições patronais para a Seguridade Social, inclusive a destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – RAT De acordo com o Relatório Fiscal, fls. 120 e segs., os fatos geradores de contribuições sociais objeto do lançamento foram: a) pagamento de seguro de vida em grupo para os empregados e diretores da empresa, sem que o benefício fosse previsto em norma coletiva de trabalho; b) pagamento de plano de assistência médica para os dependentes dos segurados a serviço da empresa; e c) pagamentos a cooperativas de trabalho por serviços realizados pelos cooperados. Acrescentase ainda que a multa foi aplicada levandose em conta a alteração legislativa promovida pela MP n.º 449/2008, optandose pela regra mais favorável ao sujeito passivo, no comparativo entre o cálculo efetuado de acordo com a legislação vigente quando da ocorrência dos fatos geradores e aquele previsto nas regras atualmente aplicáveis. A empresa ofertou impugnação, fls. 365 e segs., tendo a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I, fls. 457 e segs, mantido integralmente o lançamento. Inconformado, o sujeito passivo interpôs recurso, fls. 494 e segs., no qual, em apertada síntese, alegou que: a) é equivocado o entendimento da Autoridade Fiscal de que a verba paga a título de seguro de vida em grupo somente poderia ser excluída do saláriodecontribuição, caso estivesse prevista em norma coletiva de trabalho; b) sobre a citada verba não se verifica a ocorrência dos requisitos de retributividade pelo trabalho executado ou habitualidade no pagamento, sem os quais inexiste no mundo fático a hipótese de incidência de contribuições sociais; c) o pagamento do seguro de vida independe dos serviços prestados à empresa, sendo fornecido por esta como mero conforto psicológico para o empregado ou dirigente e a sua família; d) os valores pagos pela empresa a esse título não são recebidos pelo segurado, mas pela seguradora, sendo que o eventual recebimento da indenização somente ocorrerá, caso se concretizem os eventos mórbidos previstos no contrato, afastandose, assim, por completo a sua natureza salarial; e) a jurisprudência é uníssona quando o tema é a não incidência de contribuições sociais sobre os valores relativos a seguro de vida em grupo; f) nem mesmo para fins trabalhistas pode se incluir a referida verba no conceito de salário; Fl. 616DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/07 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15586.000991/201044 Resolução n.º 2401000.231 S2C4T1 Fl. 616 3 g) as exigências para exclusão do seguro de vida em grupo da tributação previdenciária previstas no Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/1999, são ilegais, posto que esse ato normativo não poderia inovar no ordenamento, criando empecilhos a fruição de uma benesse, os quais não foram previstos em lei.É esse o entendimento que tem prevalecido no Judiciário; h) do mesmo modo, o oferecimento de planos de saúde pelas empresas aos seus empregados e dependentes não tem finalidade de retribuir o trabalho prestado, sendo considerado um benefício social. Por esse motivo, inadmissível a sua inclusão no saláriode contribuição; i) a jurisprudência tem manifestado reiteradamente o entendimento contrário à natureza salarial do fornecimento de assistência médica aos segurados; j) considerando que a utilização do plano de saúde pelos segurados e dependentes somente ocorre nos casos de doença, afastase da verba sob comento o requisito da habitualidade; k) não havendo habitualidade, não há de se inserir o fornecimento de assistência à saúde no conceito de remuneração, inexistindo incidência de contribuições sobre a mesma; l) nem mesmo a interpretação literal da alínea “q” do § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991 justifica a tributação da verba sob enfoque; m) a jurisprudência do STJ e do TST não faz qualquer distinção entre a natureza jurídica do fornecimento de plano de saúde aos trabalhadores e aos dependentes destes; n) a invocada interpretação literal do dispositivo da Lei n.º 8.212/1991 não se aplica a situação sob comento, posto que não se está diante de norma de isenção, mas clara situação que não se situa no campo de incidência das contribuições sociais; o) mesmo que se considere a norma inserta na alínea “q” do § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991 regra de isenção, devese adotar a interpretação teleológica para afastar a tributação, posto que seria grande a incoerência de se desestimular a concretização do valor fundamental da saúde, que recebeu da Carta Magna a mais alta consideração; p) por outro lado, há de se convir que a regra que exclui a incidência de contribuição sobre a assistência médica fala na concessão ao trabalhador, que engloba a saúde do próprio obreiro, mas também daqueles que dele dependam; q) a jurisprudência tem se inclinado nesse sentido, reconhecendo que não tem natureza de salário nem o plano de saúde ofertado ao trabalhador, tampouco o disponibilizado aos dependentes; r) a norma que instituiu a contribuição das empresas tomadoras de serviços de cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho deve ser afastada, posto que padece de gritante inconstitucionalidade formal, haja vista que deveria ter sido veiculada por lei complementar em respeito aos ditames dos artigos 154 e 195 da Lei Maior; Fl. 617DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/07 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 s) há também uma inconstitucionalidade substancial na referida contribuição, na medida que a mesma desestimula o ato cooperativo, contrariando o § 2.º do art. 174 da Constituição Federal; t) tendose em conta a pendência de julgamento da ADI n.º 2.594, devese sobrestar o presente processo até que o STF dê a palavra final sobre a questão; u) o cálculo da multa nos termos da legislação precedente foi feito de forma incorreta, acabando por prejudicar o sujeito passivo, quando da comparação da multa mais benéfica, portanto, não pode prevalecer o patamar de 75% imposto no presente lançamento; v) não tem amparo legal a aplicação de multa progressiva no tempo, devendo o seu limite ser 24% da contribuição devida; w) é ilegítima e inconstitucional a aplicação da taxa SELIC para fins tributários; x) a legislação prevê a aplicação de juros apenas sobre o tributo, não se concebendo que os mesmos incidam sobre a multa de ofício. Ao final, requer o cancelamento do AI. É o relatório. Fl. 618DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/07 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15586.000991/201044 Resolução n.º 2401000.231 S2C4T1 Fl. 617 5 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo Relator O recurso merece conhecimento, por atender às exigências de tempestividade e legitimidade. Compulsando cuidadosamente os autos pude perceber uma informação que pode alterar o destino da lide e que não está suficientemente esclarecida. Explico. Consta na fl. 474 tela do sistema informatizado da RFB dando conta de que o crédito discutido encontrase incluído no parcelamento especial da Lei n.º 11.941/2009, malgrado o órgão preparador em suas manifestações em nenhum momento tenha se reportado a esse fato. Diante dessa circunstância, é prudente que o processo seja devolvido à origem para que haja pronunciamento sobre a atual situação do crédito objeto da lide. Assim, voto por converter o julgamento em diligência, nos termos acima propostos. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 619DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/07 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 16004.001596/2008-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/10/2006
SUBROGAÇÃO NA PESSOA DO ADQUIRENTE DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS INCIDENTES SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL POR PESSOAS
FÍSICAS. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO STF.
IMPROCEDÊNCIA
Declarada pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão plenária (RE n.º 363.852/MG), a inconstitucionalidade do art. 1.º da Lei n. 8.540/1992 e as atualizações posteriores até a Lei n. 9.528/1997, as quais, dentre outras, deram redação ao art. 30, IV, da Lei n. 8.212/1991, são improcedentes as contribuições sociais exigidas dos adquirentes da produção rural da pessoa física na condição de subrogado.
AGROINDÚSTRIAS ENQUADRADAS NO CAPUT DO ART. 2.º DO DECRETO-LEI
N.º 1.146/1970. CONTRIBUIÇÃO PARA TERCEIROS.
ALÍQUOTA.
A alíquota da contribuição para os “terceiros” aplicável às agroindústrias enquadradas no “caput” do art. 2.º do Decreto-lei
n.º 1.146/1970 é de 5,2%, sendo 2,5% para o Salário educação
e 2,7% para o INCRA.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2401-002.433
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade, em dar provimento ao recurso.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO STF. IMPROCEDÊNCIA Declarada pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão plenária (RE n.º 363.852/MG), a inconstitucionalidade do art. 1.º da Lei n. 8.540/1992 e as atualizações posteriores até a Lei n. 9.528/1997, as quais, dentre outras, deram redação ao art. 30, IV, da Lei n. 8.212/1991, são improcedentes as contribuições sociais exigidas dos adquirentes da produção rural da pessoa física na condição de subrogado. AGROINDÚSTRIAS ENQUADRADAS NO CAPUT DO ART. 2.º DO DECRETOLEI N.º 1.146/1970. CONTRIBUIÇÃO PARA TERCEIROS. ALÍQUOTA. A alíquota da contribuição para os “terceiros” aplicável às agroindústrias enquadradas no “caput” do art. 2.º do DecretoLei n.º 1.146/1970 é de 5,2%, sendo 2,5% para o SalárioEducação e 2,7% para o INCRA. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade, em dar provimento ao recurso. Fl. 4729DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 4730DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16004.001596/200821 Acórdão n.º 2401002.433 S2C4T1 Fl. 4.730 3 Relatório Tratase do Auto de Infração AI n.º 37.128.7960, mediante o qual são exigidas do sujeito passivo acima identificado as contribuições destinadas a outras entidades e fundos, nos percentuais a seguir indicados: a) 0,6% diferença de alíquota sobre a remuneração constante da folha de salários. A empresa recolhia o percentual de 5,2% e o fisco entendeu que a alíquota correta seria 5,8%, com destinação ao Sal. Educação; INCRA; SENAI; SESI; SEBRAE e SENAR; b) 0,2% destinada ao SENAR e incidente sobre a aquisição de produção rural de pessoas físicas, na condição de subrogado. De acordo com o relatório fiscal, fls. 154 e segs., a auditoria que deu ensejo ao presente lançamento decorreu de ordem judicial, que determinou a fiscalização de todas as pessoas físicas e jurídicas que foram identificadas, por investigação da Polícia Federal, como integrantes de suposta organização criminosa criada com intuito de fraudar a Administração Tributária. Essa organização foi identificada como “Grupo Nivaldo”, da qual fazia parte a empresa autuada e as pessoas físicas e jurídicas arroladas no relatório fiscal. Todos foram considerados devedores solidários pelo crédito tributário consignado no AI sob enfoque, por ter entendido o fisco que as mesmas integravam grupo econômico de fato. Foram apresentadas as impugnações pelas seguintes pessoas físicas e jurídicas: Antônio Giglio Sobrinho; CMG Transporte Rio Preto Ltda.; Sebo Sol Indústria de Subprodutos de Bovinos Ltda; Sol Empreendimentos Imobiliários Rio Preto Ltda; José Roberto Giglio; Pedro Giglio Sobrinho; Fortes Empreendimentos Imobiliários São Paulo Ltda; Nivaldo Fortes Peres; Luciano da Silva Peres; Maria Helena La Retondo; Rodrigo da Silva Peres; Sol Importadora e Exportadora de Couros Ltda; além da própria autuada – Rio Preto Abatedouro de Bovinos Ltda. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Ribeirão Preto julgou, fls. 3.360 e segs., improcedente as defesas apresentadas, mantendo integralmente o crédito, com a ressalva de que no momento do pagamento ou parcelamento do crédito deve o órgão competente da RFB verificar a aplicação da multa mais benéfica, tendose em conta as alterações legislativas trazida pela Lei n.º 11.941/2009. Inconformados foram apresentados os recursos abaixo mencionados. José Roberto Giglio interpôs recurso, no qual pugna pela nulidade do AI, posto que não foi citado no MPF, nem teve a oportunidade de se manifestar na fase instrutória do procedimento. Afirma que o fisco não se desincumbiu do ônus de comprovar que o recorrente teria vínculo com as empresas citadas na lavratura. Assevera também que a decisão de primeira instância deixou de apreciar a documentação que comprovaria que o recorrente não tinha qualquer poder de gerência em quaisquer da empresas que compunham o suposto grupo econômico, tendo recebido recurso de algumas delas por motivo de herança. Fl. 4731DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Outro recurso apresentado é o da Valentim Gentil Abatedouro de Bovinos Ltda., no qual nega a participação no grupo econômico apontado na autuação. Recorreu no mesmo sentido a empresa Sol Importadora e Exportadora de Couros Ltda. Rodrigo da Silva Peres demonstrou o seu inconformismo contra a decisão da DRJ. Em sua peça recursal alega nulidade da decisão recorrida em razão do indeferimento do seu pedido para a realização de prova pericial, fato que prejudicou o seu direito de defesa. Alega ainda impedimento dos Agentes Fiscais, posto que os mesmos teriam sido representados na Corregedoria da RFB pelo recorrente. Assevera que o procedimento é nulo, posto que não havia MPF em seu nome, de modo que, não havendo essa autorização, o fisco estaria carente de competência para incluí lo no polo passivo do lançamento em questão. Sustenta que o fisco não dispõe de instrumentos legais para desconsiderar negócios jurídicos efetuados sob o manto da legalidade. Afirma que a falta de MPF válido invalida todas as provas obtidas no procedimento. Alega que a autoridade julgadora agiu com parcialidade, descrevendo fatos inverídicos, com o objetivo de validar as falhas do procedimento fiscal. Depois, desenvolve sua argumentação no sentido desconstituir a tese da existência de grupo econômico entre as empresas listadas pelo fisco. Assevera que é frágil a alegação de que o recorrente se beneficiou com recebimento de recursos do suposto grupo econômico, haja vista que sequer foi lançado o Imposto de Renda da Pessoa Física, decorrente desse ganho patrimonial. Os argumentos acima foram repetidos pela empresa Fortes Empreendimentos Imobiliários São Paulo Ltda e pelas pessoas físicas Nivaldo Fortes Peres e Luciano Silva Peres. Pedro Giglio Sobrinho afirmou em seu recurso que não tem relação com os fatos geradores lançados, tampouco com a empresa autuada, sendo ilegal a sua responsabilização. Teve o seu direito de defesa cerceado por não haver sido cientificado da fase instrutória do processo. A negativa de produzir provas pelo órgão recorrido, alega, feriu o seu direito ao contraditório. A DRJ também teria deixado de apreciar alegações defensórias. Assevera ainda que o fisco não conseguiu comprovar os fatos alegados no Termo de Sujeição Passiva. Consta recurso de Antônio Giglio Sobrinho, no qual alegou que a decisão da DRJ é nula por cercear seu direito de defesa, quando não considerou os argumentos e provas trazidas na impugnação e indeferiu seu pedido para realização de diligência e de perícia técnica. No mérito, afirma que nunca participou da gestão das empresas integrantes do suposto grupo econômico, tendo tido participação societária em alguma delas por força de aquisição de cotas por sucessão hereditária. Ao final, pede também a exclusão dos juros e da multa. Consta recurso da empresa Sebo Sol Indústria de Subprodutos de Bovinos Ltda, na qual apresenta a alegação da ocorrência de erro na identificação do sujeito passivo do presente lançamento, posto que não pode ser responsabilizada pelos créditos tributários lançados, haja vista que não tem ou teve qualquer vinculação com os produtores rurais em comento, nem adquiriu deles ou da autuada qualquer produção rural. Recorreu a empresa Sol Empreendimentos Imobiliários Rio Preto Ltda., no qual suscita que o Acórdão ora recorrido seguiu o mesmo sentido do AI, inclusive quanto à falta de indicação e prova a revelarem consistentemente o interesse comum da recorrente na situação que constituiu o fato gerador da obrigação tributária cuja responsabilidade lhe foi Fl. 4732DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16004.001596/200821 Acórdão n.º 2401002.433 S2C4T1 Fl. 4.731 5 atribuída por solidariedade. Alega o prejuízo a defesa por não haver sido cientificada da fase instrutória. Maria Helena La Retondo, apresentou recurso, alegando, em apertada síntese, que o indeferimento de seu pedido para produção de prova pericial feriu o seu direito de defesa, por isso é nula a decisão recorrida. Assevera que os Auditores Fiscais responsáveis pela lavratura estariam impedidos de atuar em ação junto à recorrente e seus filhos, posto que esses, diante de abuso de autoridade cometido pelos Agentes do Fisco, haviam representado os mesmos na Corregedoria da RFB por infração disciplinar. Sustenta que não foi cientificada mediante Mandado de Procedimento Fiscal – MPF de que seria sujeito passivo da relação tributário em tela, por isso o procedimento deve ser nulificado. Afirma que o fisco não dispõe, de per si, de instrumentos legais para desconsiderar os negócios jurídicos praticados pelo sujeito passivo. Advoga que a decisão de primeira instância encontrase permeada pela parcialidade, na medida em que se preocupou apenas em corroborar especulações trazidas pelo fisco, as quais são totalmente desprovidas de comprovação. Por fim, sustenta que à recorrente foram transferidos imóveis, decorrente de meação do patrimônio que constitui com seu companheiro, fato que não autoriza o fisco concluir que tais bens foram incorporados ao seu patrimônio em razão de sua relação com pessoa jurídica. A empresa Agro Rio Preto Representações Comerciais Ltda também interpôs recurso, no qual alega que não tem vinculação com os fatos geradores que deram ensejo à lavratura. Por fim, a empresa autuada, Rio Preto Abatedouro de Bovinos Ltda., também interpôs recurso, alegando que não pode ser exigida da mesma a contribuição ao INCRA, uma vez que é empresa vinculada à previdência urbana. Afirma não poder ser compelida a recolher a contribuição para o SENAI, SESI e SEBRAE, posto que não é empresa filiada a entidades sindicais vinculadas a Confederação Nacional da Indústria – CNI. Sustenta que, tendo em seus quadros menos de 500 funcionários, não estaria obrigada a recolher a contribuição destinada ao SENAI, em obediência ao que dispõe o art. 6.º do Decreto n.º 4.048/1942. Ao final, pediu o cancelamento do Auto de Infração. É o relatório. Fl. 4733DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade Os recursos merecem conhecimento, posto que preenchem os requisitos de tempestividade e legitimidade. As preliminares Embora tenham sido suscitadas inúmeras preliminares nos recursos interpostos, passarei de imediato à análise meritória da contenda, já que a mesma será resolvida em benefício do sujeito passivo, posto que enxergo na presente autuação um caso de inconstitucionalidade e outro de ilegalidade vinculadas à legislação que fundamenta a lavratura. Esse procedimento é autorizado pelo Decreto n.º 70.235/1972: Art. 59 (...) § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (...) O mérito da contenda resumese em verificar a legitimidade na exigência por subrogação das contribuições aos terceiros incidentes sobre a aquisição da produção rural de pessoa física e sobre as remunerações constantes da folha de pagamento. Vejamos. Aplicação do Recurso Extraordinário RE n. 363.852/MG ao lançamento A aplicação do entendimento do STF exarado no RE n.º 363.852/MG ao presente caso é uma exigência do inciso I do art. 62 do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF n. 256/2009, assim redigido: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou (...) O RE transitou em julgado em 06/05/2011 e, tendo o mesmo contado com a manifestação do Plenário da Corte, deve a referida decisão ser observada nos julgamentos do CARF. Fl. 4734DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16004.001596/200821 Acórdão n.º 2401002.433 S2C4T1 Fl. 4.732 7 Assim a solução da presente lide passa pela delimitação do alcance do que ficou decidido pela Corte Máxima no bojo do RE n.º 363.852/MG, no qual discutiuse a constitucionalidade da exigência de contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta da comercialização da produção rural do empregador pessoa física, prevista no art. 25, I e II, da Lei n.º 8.212/1991, com redação dada pela Lei n.º 8.540/1992, e da subrogação do adquirente na obrigação de recolher o tributo devido, conforme art. 30, IV, da Lei n.º 8.212/1991, na redação dada pela Lei n.º 9.528/1997. Ali a empresa recorrente, adquirente de produtos rurais de produtores pessoas físicas, não concordando com a exação suscitou ofensa do dispositivo atacado aos artigos 195, e §§ 4. e 8. , 154, I e 146, III, todos da Constituição Federal. O Pretório Excelso deu provimento ao RE, conforme abaixo: Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, conheceu e deu provimento ao recurso extraordinário para desobrigar os recorrentes da retenção e do recolhimento da contribuição social ou do seu recolhimento por subrogação sobre a “receita bruta proveniente da comercialização da produção rural” de empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate, declarando a inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com a redação atualizada até a Lei nº 9.528/97, até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional nº 20/98, venha a instituir a contribuição, tudo na forma do pedido inicial, invertidos os ônus da sucumbência. Em seguida, o Relator apresentou petição da União no sentido de modular os efeitos da decisão, que foi rejeitadta por maioria, vencida a Senhora Ministra Ellen Gracie. Votou o Presidente, Ministro Gilmar Mendes. Ausentes, licenciado, o Senhor Ministro Celso de Mello e, neste julgamento, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa, com voto proferido na assentada anterior. Plenário, 03.02.2010. Contra essa decisão a Procuradoria da Fazenda Nacional manejou embargos de declaração, os quais foram rejeitados pela Corte, nos seguintes termos: A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acórdão os Ministros do Supremo Tribunal Federal em rejeitar os embargos de declaração o recurso extraordinário, nos termos do voto do relator e por unanimidade, em sessão presidida pelo Ministro Cezar Peluzo, na conformidade da ata do julgamento e das respectivas notas taquigráficas. Analisando a ementa do acórdão exarado pelo STF no citado RE, percebese que o mesmo é explícito em declarar a inconstitucionalidade da contribuição incidente sobre a receita bruta da comercialização dos produtores rurais pessoas física, e vai além, também afastando a possibilidade de se responsabilizar o adquirente na condição de subrogado. Eis as exatas palavras contidas na parte dispositiva do decisum: “... para desobrigar os recorrentes da retenção e do recolhimento da contribuição social ou do seu recolhimento por subrogação sobre a “receita bruta proveniente da Fl. 4735DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 comercialização da produção rural” de empregadores, pessoas naturais...” Percebese, então, que a decisão da Corte Maior atingiu não somente as contribuições sociais previstas no art. 25, I e II, da Lei n.º 8.212/1991, mas também a forma de arrecadação, afastando a responsabilidade da empresa adquirente na condição de subrogada, esta estampada no inciso IV do art. 30 da mesma Lei. Verificase, no entanto, que a contribuição exigida na presente NFLD, a qual é aquela destina ao SENAR, não foi atingida pela referida decisão da Corte Máxima, posto que a mesma tem como fundamento o inciso I do art. 3.º da Lei n.º 8.315/1991, não tendo esse dispositivo sido objeto do RE n.º 363.852. Portanto, é plenamente exigível a contrição ora lançada, posto que alicerçada em lei vigente e eficaz. O mesmo não se pode falar acerca da subrogação do adquirente dos produtos rurais de pessoa física na obrigação de pagar o tributo, posto que o único dispositivo que autorizava essa técnica de arrecadação era o inciso IV do art. 30 da Lei n.º 8.212/1991, na redação dada pela Lei n.º 9.528/1997, o qual foi declarado inconstitucional pelo STF, como se pode ver da parte dispositiva do acórdão exarado no bojo do RE n.º 363.852, conforme se extrai do texto: “...declarando a inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com a redação atualizada até a Lei nº 9.528/97...” Eis os textos do inciso IV do art. 30 da Lei de Custeio da Seguridade Social desde a redação original até a que vige atualmente: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (...) IV o adquirente, o consignatário ou a cooperativa ficam sub rogados nas obrigações do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; (redação original) IV o adquirente, o consignatário ou a cooperativa ficam sub rogados nas obrigações da pessoa física de que trata a alínea a do inciso V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta lei, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada pela Lei nº 8.540, de 1992). IV a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa ficam subrogadas nas obrigações da pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta Lei, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) Fl. 4736DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16004.001596/200821 Acórdão n.º 2401002.433 S2C4T1 Fl. 4.733 9 Percebase que quando a decisão faz menção ao dispositivo declarado inconstitucional ela reportase também às atualizações legais trazidas ao ordenamento pela Lei n. 9.598/1997, posto que essas são anteriores a edição da EC n.º 20/1998. Assim, considerando que o inciso IV do art. 30 da Lei n.º 8.212/1991, nas redações dadas pelas Leis n.º 8.540/1992 e n.º 9.548/1997, foram declarados inconstitucionais, não pode subsistir o crédito tributário arrimado nesses dispositivos. E nem se fale que a decisão do Supremo não atingiu esse dispositivo, posto que na inicial foi requerida a declaração de inconstitucionalidade de todo o art. 1.º da Lei n.º 8.540/1992, o qual alterou dispositivos da Lei n.º 8.212/1991, inclusive trazendo nova regra que previa a subrogação do adquirente de produtos rurais de pessoa física. Embora se possa argumentar que a subrogação da empresa adquirente na responsabilidade de recolher as contribuição ao SENAR não decorre do inciso IV do art. 30 da Lei n.º 8.212/1991, mas no Decreto n.º 790/1993, devese ter em conta que o sistema tributário nacional, estruturado no princípio da legalidade, confere apenas à lei em sentido estrito o poder para criar responsabilidade tributária. Eis o que dispõe o art. 128 do CTN: Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindoa a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Não poderia, então, o fisco apresentar, como fundamento legal para justificar a possibilidade de se arrecadar o tributo por subrogação, norma criada pelo Poder Executivo. Isso fica mais evidente quando analisamos o Relatório FLD – Fundamentos Legais do Débito, que apresenta como base legal para subrogação da contribuição do SENAR o inciso IV do art. 30 da Lei n.º 8.212/1991. Tendo sido declarada inconstitucional pelo STF, em decisão plenária, a norma que previa a subrogação do adquirente de produtos oriundos de produtor rural pessoa física na obrigação de recolher a contribuição ao SENAR, deve este Tribunal Administrativo, em obediência ao seu Regimento Interno, declarar a improcedência do lançamento. Da contribuição das agroindústrias para outras entidades fundos Alega o fisco que a autuada recolheu sobre a folha de salários as contribuições destinadas ao terceiros à alíquota de 5,2% (FPAS 531), quando o percentual correto seria 5,8% (FPAS 507). Exigese no presente AI, portanto, o diferencial de alíquota de 0,6%. Verificase dos autos que a atividade da empresa autuada, a partir da 1.ª Alteração Contratual, em 12/08/2002, é: CLÁUSULA SEGUNDA O objeto da sociedade e ABATE PRÓPRIO DE BOVINOS E SUÍNOS, PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO ABATE DE BOVINOS E SUÍNOS A TERCEIROS, BEM COMO A Fl. 4737DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 COMERCIALIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE CARNES E SUBPRODUTOS DERIVADOS D O ABATE. Como se percebe da informação acima, tratase de um típico abatedouro, sem dúvida relacionado no art. 2.º do “caput” do DecretoLei n.º 1.146/1970, assim redigido: Art. 2º A contribuição instituída no “caput” do artigo 6º da Lei nº 2.613, de 23 de setembro de 1955, é reduzida para 2,5% (dois e meio por cento), a partir de 1º da janeira de 1971, sendo devido sobre a soma da folha mensal dos salários de contribuição previdenciária dos seus empregados pelas pessoas naturais e jurídicas, inclusive cooperativa, que exerçam as atividades abaixo enumeradas: I Indústria de canadeaçúcar; II Indústria de laticínios; III Indústria de beneficiamento de chá e de mate; IV Indústria da uva; V Indústria de extração e beneficiamento de fibras vegetais e de descaroçamento de algodão; VI Indústria de beneficiamento de cereais; VII Indústria de beneficiamento de café; VIII Indústria de extração de madeira para serraria, de resina, lenha e carvão vegetal; IX Matadouros ou abatedouros de animais de quaisquer espécies e charqueadas. Nos termos do § 1.º do mesmo artigo, as pessoas arroladas no inciso do “caput” não se sujeitam ao recolhimento das contribuições destinadas ao SESI, SESC, SENAI e SENAC, como se pode ver: § 1º Os contribuintes de que trata êste artigo estão dispensados das contribuições para os Serviços Sociais da Indústria (SESI) ou do Comércio (SESC) e Serviços Nacionais de Aprendizagem Industrial (SENAI) ou do Comércio (SENAC), estabelecidas na respectiva legislação. Considerando que para financiamento do SEBRAE é exigido das empresas industriais o adicional de 0,3% sobre as alíquotas destinadas ao SENAI e ao SESI (art. 8.º, § 3.º da Lei n.º 8.029/1990), não há também de se exigir o referido adicional para as empresas listadas no “caput” do art. 2.º do DecretoLei n.º 1.146/1970, o que é o caso da autuada. Feito esse apanhado legislativo, sou forçado a concordar que a exigência no presente AI da diferença de alíquota não tem amparo na legislação. Verifico que o FPAS em que se enquadra a autuada é o 825, devendo as empresas enquadradas no mesmo recolherem as contribuições de “terceiros” apenas para o Salário Educação (2,5%) e para o INCRA (2,7%), perfazendo uma alíquota total de 5,2%. Nesse sentido o recolhimento efetuado pela recorrente está em perfeita consonância com a legislação de regência. Conclusão Fl. 4738DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16004.001596/200821 Acórdão n.º 2401002.433 S2C4T1 Fl. 4.734 11 Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 4739DF CARF MF Impresso em 31/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 22/05 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 10783.724810/2011-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
LANÇAMENTO QUE CONTEMPLA A DESCRIÇÃO DOS FATOS GERADORES, A QUANTIFICAÇÃO DA BASE TRIBUTÁVEL E OS FUNDAMENTOS LEGAIS DO DÉBITO. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA OU DE FALTA DE MOTIVAÇÃO.
O fisco, ao narrar os fatos geradores e as circunstâncias de sua ocorrência, a base tributável e a fundamentação legal do lançamento, fornece ao sujeito passivo todos os elementos necessários ao exercício da ampla defesa, não havendo o que se falar em nulidade ocasionada por prejuízo ao direito de defesa ou falta de motivação do ato.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-002.944
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire - Presidente Kleber Ferreira de Araújo - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
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DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 LANÇAMENTO QUE CONTEMPLA A DESCRIÇÃO DOS FATOS GERADORES, A QUANTIFICAÇÃO DA BASE TRIBUTÁVEL E OS FUNDAMENTOS LEGAIS DO DÉBITO. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE POR CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA OU DE FALTA DE MOTIVAÇÃO. O fisco, ao narrar os fatos geradores e as circunstâncias de sua ocorrência, a base tributável e a fundamentação legal do lançamento, fornece ao sujeito passivo todos os elementos necessários ao exercício da ampla defesa, não havendo o que se falar em nulidade ocasionada por prejuízo ao direito de defesa ou falta de motivação do ato. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 72 48 10 /2 01 1- 18 Fl. 349DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 11/04 /2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 350DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 11/04 /2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10783.724810/201118 Acórdão n.º 2401002.944 S2C4T1 Fl. 350 3 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo acima identificado contra o Acórdão n.º 1243.587 da 11.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ no Rio de Janeiro I, que declarou improcedentes as impugnações em face de três Autos de Infração – AI, aos quais passamos a nos reportar: a) AI n.º 37.328.1587: contribuições para a Seguridade Social, inclusive aquela destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – RAT; b) AI n.º 37.328.1560: contribuições dos segurados empregados; c) AI n.º 37.328.1595: contribuições destinadas a outras entidades ou fundos (Salário Educação, SESI, SENAI, INCRA e SEBRAE). De acordo com o relatório fiscal, fls. 35/42, os fatos geradores que ensejaram o lançamento foram as remunerações pagas a segurados empregados constantes nas folhas de pagamento exibidas pela autuada. Informase que a empresa teve a sua inclusão no SIMPLES indeferida em 01/10/2007, porém, a despeito disso, declarou na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP a condição de optante do SIMPLES NACIONAL, para todo o exercício de 2008. A multa, ressaltase no relatório fiscal, foi imposta, para as competências de 01 a 11/2008, levandose em consideração as alterações promovida s pela Lei n.º 11.941/2009, optandose pelo valor mais favorável ao sujeito passivo, quando se comparou a multa aplicada com base na legislação vigente no momento da ocorrência dos fatos geradores e aquela calculada com esteio na norma atual. Foram lavradas Representações Fiscais para Fins Penais – RFFP em razão da falta de declaração de contribuições na GFIP e pelo não recolhimento integral da contribuição descontada dos segurados. Na decisão recorrida, fls. 325/332, afastouse a alegação de nulidade dos lançamentos, uma vez que, segundo a DRJ, os fatos geradores foram suficientemente caracterizados pelo fisco, que tomou como base as folhas de pagamento apresentadas pelo sujeito passivo. No recurso de fls. 337/344, a autuada, após breve relato do transcurso processual do AI n.º 37.328.1595, alegou que os atos administrativos devem respeito ao princípio da legalidade para que possam produzir seus efeitos. Alega que, nos termos do art. 114 do CTN, o fato gerador decorre da lei e que somente há a incidência tributária quando a norma que define a hipótese do fato gerador se concretiza no mundo fenomênico. Fl. 351DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 11/04 /2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Assevera que o lançamento guerreado não trouxe carreado em seu bojo nenhuma prova que sustente a imputação, posto que não foram analisados elementos essenciais, a exemplo do Livro de Registro de Empregados e folhas de pagamento, carteira de trabalho. Assim, afirma, não foi caracterizado o nexo de casualidade entre a infração imputada e o fato concreto. A recorrente aduz ainda ser do fisco o dever de provar a ocorrência do fato gerador, o que não ocorreu no caso sob enfoque, devendo ser anulada a decisão recorrida e a autuação. É relatório. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 11/04 /2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10783.724810/201118 Acórdão n.º 2401002.944 S2C4T1 Fl. 351 5 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. A suscitada nulidade A questão trazida ao recurso diz respeito à nulidade decorrente da falta de clareza e precisão no relatório de trabalho do fisco. Asseverase que o fisco não desvencilhou se do ônus de provar a ocorrência do fato gerador, por esse motivo o lançamento estaria irremediavelmente marcado com a pecha da nulidade. Embora o recurso se refira apenas à lavratura relativa à exigência das contribuições destinadas aos terceiros, trataremos da alegação como se fora direcionada para todos os AI, haja a vista a conexão existente. A princípio cabe verificar se os presentes lançamentos foram confeccionados em consonância com as normas que regem a matéria. Iniciemos pela análise do art. 142 do CTN, in verbis: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Do dispositivo transcrito verificase que um dos requisitos indispensáveis ao lançamento é a verificação da ocorrência do fato gerador. De fato, tem razão a recorrente ao mencionar que, se o fisco não se desincumbir do ônus de demonstrar que efetivamente a hipótese de incidência tributária se concretizou no mundo fático, o lançamento é imprestável. Todavia, não é essa situação que os autos revelam. O relato da auditoria aponta que os fatos geradores das contribuições lançadas foram as remunerações pagas ou creditadas a segurados empregados Na seqüência, indica expressamente as evidências que culminaram com a conclusão acerca da ocorrência dos mesmos. Nas palavras da Autoridade Fiscal, a comprovação do pagamento de remuneração por serviços prestados à empresa, que é o fato gerador dos tributos lançados, foi obtida com esteio nas folhas de pagamento fornecidas pela autuada no decorrer da auditoria Fl. 353DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 11/04 /2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 Nesse sentido, vejo que os AI e seus anexos demonstram a contento a situação fática que deu ensejo à exigência fiscal, inclusive os elementos que foram analisados para se chegar a reconstituição dos fatos geradores praticados pela empresa. As bases de cálculo também encontramse bem apresentadas, tanto nos anexos colacionados, quanto nos Relatórios de Lançamentos. As alíquotas podem ser visualizadas sem dificuldades pela leitura dos Discriminativos dos Débitos – DD. O relatório Fundamentos Legais do Débito traz a discriminação, por período, da base legal utilizada para constituição do crédito previdenciário. Não deve ser dada razão ao sujeito passivo quando alega que o fisco deixou de analisar os Livros de Registro de Empregados LRE, as folhas de pagamento e as Carteiras de Trabalho e Previdência Social CTPS. É que, conforme já afirmamos, os fatos geradores foram visualizados nas folhas de pagamento exibidas e, com base nestas, o fisco indicou a fonte de dados que o levou a concluir pela ocorrência dos fatos geradores e discriminou todos os valores envolvidos no procedimento de apuração. Não haveria necessidade de análise do LRE e da CTS, posto que as folhas de pagamento, que inclusive foram acostadas por amostragem, já evidenciam o pagamento das remunerações. Notase ainda que a empresa em nenhum momento questionou os valores que foram calculados pelo fisco ou mesmo que tivesse havido erros nos documentos exibidos. Vejamos o que falou o Relator do processo no julgamento de primeira instância: “14. Ao relacionar os segurados nos anexos 1 e 2, a autoridade fiscal detalha informações de cada segurado, por competência, tais como NIT/PIS/PASEP, Nome do Trabalhador, Data de Admissão, Data de Demissão, Base de Cálculo, Valor da Remuneração e Contribuição do Segurado.” Esta afirmação não foi contestada no recurso, o que demonstra que o fisco apresentou em anexo discriminativos das remunerações para cada um dos segurados a serviço da empresa, descabendo o argumento de falta de individualização dos saláriosdecontribuição. Quanto à juntada de provas ao autos, tenho a afirmar que é certo que a auditoria tem o dever de juntar as provas das suas afirmações, todavia essa assertiva não é aplicável quando esses os elementos probatórios consistem na própria documentação exibida pelo sujeito passivo. Na espécie, o trabalho teve como lastro papéis apresentados pela própria empresa, não havendo de se querer que o fisco devesse juntar aos autos cópia de toda a documentação analisada, ressaltandose que a juntada por amostragem foi efetuada. É certo que a empresa, sendo possuidora da documentação mencionada, teria ao seu dispor todos os elementos para se contrapor a peça de acusação. Poderia a recorrente apontar falha nas conclusões do fisco ou mesmo erros quanto aos valores lançados. Todavia, o que se colhe da recursal são alegações genéricas, sem a indicação precisa de qual ponto do procedimento de confecção do AI está em descompasso com a documentação apresentada ou com as normas que regem a matéria. Fl. 354DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 11/04 /2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10783.724810/201118 Acórdão n.º 2401002.944 S2C4T1 Fl. 352 7 Também não há o que se falar em nulidade da decisão da DRJ, uma vez que as motivações nela expressas estão em perfeita consonância com as provas do autos e com o direito aplicável. Assim, por entender que o fisco demonstrou a contento os elementos essências do lançamento, possibilitando à empresa o exercício do seu amplo direito de defesa e que a alegação de nulidade não se funda em dados e fatos, afasto a suscitada nulidade do lançamento, não merecendo também acolhida o requerimento para nulificação da decisão recorrida. Conclusão Voto por negar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 355DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 11/04 /2013 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/04/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 17460.000135/2007-35
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/03/2001 a 31/08/2006
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Constitui falta passível de multa, deixar a
empresa de exibir à Fiscalização qualquer documento ou livros relacionados com as contribuições para a Seguridade Social.
APRECIAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. De acordo com os artigos 62 e 72, § 4º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos
Fiscais CARF, c/c a Súmula nº 2 do antigo 2º CC, às instâncias
administrativas não compete apreciar questões de ilegalidade ou de inconstitucionalidade, cabendo-lhes apenas dar fiel cumprimento à legislação vigente, por extrapolar os limites de sua competência..
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-002.521
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Matéria: Outras penalidades (ex.MULTAS DOI, etc)
Nome do relator: MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/2001 a 31/08/2006 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Constitui falta passível de multa, deixar a empresa de exibir à Fiscalização qualquer documento ou livros relacionados com as contribuições para a Seguridade Social. APRECIAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. De acordo com os artigos 62 e 72, § 4º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, c/c a Súmula nº 2 do antigo 2º CC, às instâncias administrativas não compete apreciar questões de ilegalidade ou de inconstitucionalidade, cabendolhes apenas dar fiel cumprimento à legislação vigente, por extrapolar os limites de sua competência.. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Marcelo Freitas de Souza Costa Relator Fl. 100DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Participaram do presente de julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire; Kleber Ferreira de Araújo; Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 17460.000135/200735 Acórdão n.º 2401002.521 S2C4T1 Fl. 96 3 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado contra o contribuinte acima identificado, com fundamento na inobservância da obrigação tributária acessória prevista na Lei nº 8.212/1991, no art. 32, inciso I, que consiste em a empresa deixar de exibir à Fiscalização qualquer documento ou livros relacionados com as contribuições para a Seguridade Social. De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 46/49, a empresa deixou de apresentar à fiscalização, os seguintes documentos: Livros Diários relativos ao período de janeiro/2005 a agosto/2006; Contrato Social e suas alterações; Contratos de prestação de serviços com terceiros; Contrato realizado com cooperativa de trabalho; Arquivos Digitais da DIRF; Arquivos Digitais da DIRPJ / DIPJ; Relação de Imóveis integrantes do Ativo Imobilizado, com respectivos valores e cópia das escrituras; Contratos com terceiros relativos a comissões sobre vendas;.Arquivos Digitais da DIRF; Arquivos Digitais da DIRPJ 1 DIPJ; Livro de Inspeção do Trabalho; Informa ainda o RF que, consoante teor do Ofício DRT/9 n° 391/2005, de 27/12/2005, encaminhado pela Delegacia Regional Tributária de Araçatuba à Receita Previdenciária em Araçatuba (cópia fls. 59/69), a empresa Teones Laurindo Fernandes Plásticos teve sua inscrição estadual cassada em 25/02/2002, junto ao Posto Fiscal de Penápolis, com efeitos a partir de 10/11/2000, tendo em vista a sua constituição ser considerada fraudulenta, cuja atividade era uma extensão da empresa Pevi Comercial Ltda e cuja administração da nova empresa era exercida exclusivamente pelos titulares da Pevi Comercial Ltda., figurando o titular apenas como um mero "presta nome". Inconformada com a decisão de fls. 66 a 70 que julgou procedente a autuação, a empresa recorre à este conselho alegando em síntese: Aduz que, nas contribuições previdenciária o lançamento é por homologação, se não haviam empregados registrados na empresa naquela ocasião, evidente que não havia como registrar as contribuições. Afirma sem qualquer parâmetro, o fisco entendeu por bem em arbitrar uma multa exacerbada no valor de R$ 11.569,44 sendo esta escorchante e de caráter confiscatório. Que a multa exigida em percentual tão elevado agride o patrimônio do contribuinte, residindo aí sua natureza confiscatória, algo que é vedado e repudiado pelo sistema constitucional em vigor, até porque se a mesma prevalecer estará havendo, em boa verdade, séria restrição ao exercício de atividade profissional e do comércio, algo que, conforme é de todos sabido, é muitíssimo estimado pela Constituição Federal. Por fim, sustenta a impossibilidade de cumulação da taxa SELIC com juros de mora, citando jurisprudência acerca do assunto. Requer o provimento do recurso, julgando improcedente o lançamento. É o relatório. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Voto Conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa Relator O recurso é tempestivo e estão presentes os pressupostos de admissibilidade. Embora a recorrente afirme que no período do lançamento não haviam empregados registrados na empresa naquela ocasião, razão pela qual não havia como registrar as contribuições, temos que, conforme consta no relatório Fiscal, a presente autuação fora lavrada em nome da recorrente em face da empresa Teones Laurindo Fernandes Plástico em face a constatação de fraude. Vejamos o contido no Relatório: “...consoante teor do Ofício DRT/9 n° 391/2005, de 27/12/2005, encaminhado pela Delegacia Regional Tributária de Araçatuba à Receita Previdenciária em Araçatuba (cópia fls. 59/69), a empresa Teones Laurindo Fernandes Plásticos teve sua inscrição estadual cassada em 25/02/2002, junto ao Posto Fiscal de Penápolis, com efeitos a partir de 10/11/2000, tendo em vista a sua constituição ser considerada fraudulenta, cuja atividade era uma extensão da empresa Pevi Comercial Ltda e cuja administração da nova empresa era exercida exclusivamente pelos titulares da Pevi Comercial Ltda., figurando o titular apenas como um mero "presta nome" Tal fato, em nenhum momento fora questionado pela recorrente, seja na defesa de primeira instância, seja no recurso ora sob análise, o que implica em aceitação tácita da imputação à ela feita pela fiscalização. Sobre as manifestações acerca da do caráter confiscatório da multa e de que deva ser afastada a incidência de Juros e a Multa SELIC cumulativamente por ser ilegal e inconstitucional, cumpre esclarecer que não compete aos órgãos julgadores da Administração Pública exercer o controle de constitucionalidade e legalidade de normas legais. Sobre este aspecto, além das razões já expostas na decisão de primeira instância, temos que vários dispositivos legais vedam a análise do julgador administrativo para se manifestar acerca do assunto. Dentre eles temos o art. 62 da Portaria MF 256/2009, a Súmula 02 do então Segundo Conselhos de Contribuintes, o art. 72 § 4º do Regimento Interno do CARF e o art. 102, I da Constituição Federal: Portaria 256/2009 “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: Fl. 103DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 17460.000135/200735 Acórdão n.º 2401002.521 S2C4T1 Fl. 97 5 a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar nº 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar nº 73, de 1993.” Sumula nº 02 “O Segundo Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária.” Constituição Federal “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendolhe: I – processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de Lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de Lei ou ato normativo federal; [...]” Sendo assim, as alegações acerca de inconstitucionalidades e ilegalidades não serão objeto de apreciação por esta turma de julgamento. Ante ao exposto, Voto no sentido de Conhecer do Recurso, e no mérito Negarlhe provimento. Marcelo Freitas de Souza Costa Fl. 104DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 14751.001767/2009-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO – AUTO DE INFRAÇÃO – OBRIGAÇÃO PRINCIPAL GFIP TERMO DE CONFISSÃO DE DÍVIDA SEGURADOS EMPREGADOS INCLUÍDOS EM FOLHA DE PAGAMENTO CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES AUTÔNOMOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS NÃO IMPUGNAÇÃO EXPRESSA INCONSTITUCIONALIDADE.
A GFIP é termo de confissão de dívida em relação aos valores declarados e não recolhidos.
Os requisitos para determinação da condição de isenta encontra-se
descrito no art. 55 da lei 8212/91.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006
AUTO DE INFRAÇÃO OSCIP EQUIPARADA A EMPRESA MANUTENÇÃO DE DOCUMENTOS CONTÁBEIS LIVRO DIÁRIO OBRIGATORIEDADE PARA ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVAS
As organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, assim, como as associações ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras são equiparadas a empresa para cumprimento da legislação tributária As OSCIP nos termos dos art. 4 e 5 da Lei 9790 deverão ter observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de
Contabilidade;
AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL NULIDADE DA AUTUAÇÃO CERCEAMENTO DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES.
Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente não só no relatório de lançamentos, no DAD, bem como no relatório fiscal.
Todo o procedimento fiscal adotado pelo auditor, seguiu os ditames legais, não existindo qualquer vício no procedimento realizado.
TRABALHO DO AUDITOR ATIVIDADE VINCULADA
Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-002.383
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar a preliminar de nulidade; e II) no mérito, negar provimento ao recurso.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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A GFIP é termo de confissão de dívida em relação aos valores declarados e não recolhidos. Os requisitos para determinação da condição de isenta encontrase descrito no art. 55 da lei 8212/91. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006 AUTO DE INFRAÇÃO OSCIP EQUIPARADA A EMPRESA MANUTENÇÃO DE DOCUMENTOS CONTÁBEIS LIVRO DIÁRIO OBRIGATORIEDADE PARA ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVAS As organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, assim, como as associações ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras são equiparadas a empresa para cumprimento da legislação tributária As OSCIP nos termos dos art. 4 e 5 da Lei 9790 deverão ter observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL NULIDADE DA AUTUAÇÃO CERCEAMENTO DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 2 Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente não só no relatório de lançamentos, no DAD, bem como no relatório fiscal. Todo o procedimento fiscal adotado pelo auditor, seguiu os ditames legais, não existindo qualquer vício no procedimento realizado. TRABALHO DO AUDITOR ATIVIDADE VINCULADA Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar a preliminar de nulidade; e II) no mérito, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 288DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 2 3 Relatório O presente Auto de infração de Obrigação Principal, lavrada sob o n. 37.215.6410, tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo da empresa, incluindo a relativa ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incapacidade laborativa em virtude dos riscos ambientais do trabalho, sobre a remuneração paga aos segurados empregados que lhe prestaram serviços na competências 10/2005, 12/2005 e 06/2006. Conforme descrito no relatório fiscal, fls. 16 a 26, segundo o seu Estatuto Social firmado através de Ata de Fundação O CENEAGE Centro Nacional de Educação Ambiental e Geração de Emprego, fundada em 02 de janeiro de 2004, é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos, de direito privado de caráter social, educativo, de saúde básica, técnico, cultural, cientifico •e assistencial, tendo finalidade fundamentada no desenvolvimento humano. Consta, apresentada pela entidade, cópia xerográfica de Certidão emitida pelo Departamento de Justiça, classificação, títulos e qualificação Secretaria Nacional de Justiça Ministério da Justiça certificado que qualifica a CENEAGE como "Organização da Sociedade Civil de Interesse Público por despacho do Secretário Nacional de Justiça DOU de 12.03.2004 tendo sua condição de OSCIP, nestes termos, renovada até 28.02.2008. Para constituição do credito previdenciário, acima citado, alem das informações extraídas dos Sistemas Informatizados da Previdência Social e da Receita Federal do Brasil, foram examinados os seguintes documentos: • Extrato disponibilizado pelo Tribunal de Contas do Estado da Paraiba, contendo os empenhos da entidade; • • Termos de Parceria com Municípios; • Comprovantes de Recolhimentos GP5uia da Previdência Social; • Guias de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social GFIP; • Demais documentos pertinentes, constantes no Termo de Inicio do Procedimento Fiscal (TIPF) e/ou no(s) Termo(s) de Intimação Fiscal (TIF) e disponibilizados pela empresa; A entidade, indevidamente declarou em suas GFIP' s em várias competências FPAS incorretos/indevidos ao invés do FPA5 515 agindo desta forma, os valores calculados, como devidos a Previdência Social, através destas declarações em GFIP foram indevidamente reduzidos, a saber: FPAS 639: • competências: 10 e 12 de 2005 e 06 de 2006; Fl. 289DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 4 • Redução indevida: em toda .a parte patronal do valor devido a Previdência Social e aquele devido as Outras Entidades e Fundos / Terceiros; FPAS 566: . Competências: 01, 03 a 12 de 2006 e todo o ano 2007; • Redução indevida: diferença na alíquota devida as Outras Entidades e Fundos / Terceiros, notadamente em relação 'a diferença de 1,3% (SENAC =1,0 e ao SEBRAE =0,3). Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 13/07/2009, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no mesmo dia 17/07/2009. Não conformada com a autuação, foi apresentada impugnação, fls. 195 a 209. Foi proferida Decisão de 1 instância às fl. 260 a A DecisãoNotificação confirmou a procedência do lançamento, fls. 290 a 307. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/2005 a 30/06/2006 AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIAS. BASES DE CALCULO. GFIP. DECLARAÇÃO. Conforme autorização legal expressa, as informações constantes da GFIP servirão como base de cálculo das contribuições previdenciárias. IMUNIDADE. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. IMPOSSIBILIDADE DE EXTENSÃO. A imunidade do art. 150, VI, "c" da Constituição Federal somente alcança impostos, e não contribuições, como é o caso dos autos. Ademais, devem ser interpretadas restritivamente as normas que estabelecem imunidades e isenções, não podendo o julgador administrativo estender as hipóteses legalmente previstas. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso, conforme fls. 267 a . Em síntese, o recorrente em seu recurso alega o seguinte: 1. Desde o inicio das suas atividades, a Entidade defendente atuou com recursos exclusivamente públicos, assim não se deveria exigir livros contábeis de natureza privada, mas sim nos termos da Lei d. 4.320/64, como procedido pela instituição, inclusive pautada em determinação do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba. 2. Ao longo dos dois anos de atuação no Estado da Paraíba a Instituição Ré desenvolveu projetos voltados as populações desprivilegiadas, em parceria com alguns Municípios, bem como, com o próprio Estado da Paraíba, por meio de Termos de Parceria e Convênios. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 3 5 3. Lega cerceamento do direito de defesa, visto que o auto de infração está baseado unicamente em alegações que não foram comprovadas documentalmente, numa tentativa de inversão do ônus da prova; 4. Com isso, viciou de nulidade o Auto de Infração em questão, onde, na tentativa de mascarar a sua omissão e inverter o ônus da prova para a Recorrente, o autuante apenas menciona o número de outro Auto de Infração anteriormente lavrada também sem subsistência. 5. Portanto, em havendo omissões ou a falta de uma descrição minuciosa da infração de forma que não possibilite o exercício do direito de defesa do contribuinte, o lançamento tornase NULO "pleno jure". 6. Ao contrário do que pensa o auditor, as pessoas contratadas pelo CENEAG não eram empregadas, mas sim prestadores de serviços contratados com base no código civil, com vinculo de cooperação e não de subordinação; 7. Iliquidez do crédito tributário: ao determinar a base de cálculo, o auditor não precisou os valores e tão pouco os identificou, vez que seu singelo demonstrativo de crédito tributário apenas dispõe o valor final, sem explicar como chegou à determinação do valor tributável, deixando ainda de determinar a alíquota aplicada para o caso; 8. Os efeitos da isenção tributária conferidos pelo art. 150, VI, "c" da Constituição Federal, devem ser estendidos ao Impugnante, pelo principio da isonomia. Não existindo nada que distinga uma OSCIP para uma entidade com titulo de utilidade pública, não há que se falar em cobrança de contribuição patronal, quanto mais, quando ela é dupla, conforme AI n°. 37.215.6444. 9. Ser imune de impostos é estar a salvo de qualquer cobrança. Ê estar seguro de que nada lhe será imposto, não poderá ser criado qualquer imposto que incida sobre as atividades e patrimônio de sua instituição. Como se pode ver, algumas das entidades do setor já são abarcadas pela imunidade, como é o caso das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público OSCIP. 10. Disserta acerca da isenção de Imposto de renda e de outras contribuições, para entidades sem fins lucrativos. 11. Ao final, requer a improcedência da autuação, protestando provar o alegado pela juntada de novos documentos e a realização de perícia técnicocontábil. Requer seja declarada a nulidade do lançamento. A Delegacia da Receita Federal do Brasil, encaminhou o processo a este Conselho para julgamento. É o relatório. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 6 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 105. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DAS PRELIMINARES AO MÉRITO AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO PARA O LANÇAMENTO – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Alegando nulidade, argumenta o recorrente que o procedimento administrativo adotado não poderia ser realizado da forma como foi, sem a discriminação precisa dos fatos geradores e das multas aplicadas, o que malfere o princípio do devido processo legal, pois não houve fundamentação para que se apurasse determinadas verbas como salário de contribuição. Quanto as ditas alegações, em primeiro lugar cumprenos destacar que o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não havendo, pois, quaisquer das nulidades avençadas pelo recorrente. Observase anexo ao relatório fiscal e mencionado no corpo do próprio relatório as autorizações por meio da emissão do Termo de Início de Procedimento Fiscal, fls. 45 a 46, com a competente designação do auditor fiscal responsável pelo cumprimento do procedimento. Foi realizada a devida intimação para a apresentação dos documentos conforme Termos de Intimação Fiscal, fl. 184, intimando o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária. Foi realizada a conclusão dos trabalhos com a emissão do Termo de Encerramento, fl. 188, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores, indicados de forma detalhada no relatório fiscal, fl. 16 a 26 e fundamentação legal que constituíram a lavratura do auto de infração ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes, inclusive anexando Neste sentido, as alegações de que o procedimento não poderia prosperar por não ter a autoridade realizado a devida descrição dos fatos geradores, implicando cerceamento do direito de defesa não lhe confiro razão. Por meio das informações trazidas no relatório e nas planilhas é possível ao recorrente identificar todos os fatos geradores apurados. Notese que a empresa não mantinha livros contábeis regulares, tanto que ofreu autuação pela não apresentação de folhas e livro diário. Dessa forma, como consta do relatório os dados foram apurados por meio de informações fornecidas pelo tribunal de contas por meio de empenhos. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 4 7 Simplesmente alegar, sem demonstrar o cumprimento da legislação, ou mesmo quais os vícios contidos no lançamento, não servem como meio para anular o lançamento. Notese que o relatório fiscal, encontrase detalhado, permitindo ao recorrente o exercício do amplo direito de defesa, razão porque correto foi o procedimento adotado. O cerceamento do direito de defesa enseja a impossibilidade do recorrente identificar os valores apurados no lançamento, ou mesmo de identificar qual o fato gerador apurado, o que não é o caso do lançamento em questão, onde, conforme mencionado acima, identificou devidamente o crédito apurado. Ademais, não compete ao auditor fiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, ou a ausência de contabilização do movimento real da empresa, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. DO MÉRITO Em primeiro lugar o procedimento adotado pelo AFPS na aplicação do presente autodeinfração seguiu a legislação previdenciária, conforme fundamentação legal descrita. Importante destacar que as associações em relação aos segurados que contrata, ou mesmo no caso de contratação de cooperativas, possui as mesmas obrigações que as empresas em geral, tendo em vista sua equiparação. Art. 12. Consideramse: I empresa a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; e II empregador doméstico aquele que admite a seu serviço, mediante remuneração, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Parágrafo único. Equiparamse a empresa, para os efeitos deste Regulamento: (Redação alterada pelo Decreto nº 3.265/99) I o contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço; (Redação alterada pelo Decreto nº 3.265/99) II a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras; Fl. 293DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 8 III o operador portuário e o órgão gestor de mãodeobra de que trata a Lei nº 8.630, de 1993; e IV o proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviço. Assim, independente da missão de contribuir para a formação da cidadania ambiental e promover o desenvolvimento sócio econômico, cultural, ampliando o mercado de trabalho e a qualidade de vida das pessoas, possuía empresa obrigações trabalhistas e previdenciárias em relação aos segurados que mantém com ela relações de trabalho. Ademais, tratase de AIOP que tomou por base documentos do próprio recorrente, sendo que os fatos geradores estão discriminados mensalmente de modo claro e preciso no Discriminativo Analítico de Débito – DAD. Os valores objeto da presente notificação foram lançados com base na GFIP declaradas com código incorreto e segurados empregados vinculados a empresa e não , declaração realizada pela própria empresa. Conforme dispõe o art. 225, § 1º do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999, abaixo transcrito, os dados informados em GFIP constituem termo de confissão de dívida quando não recolhidos os valores nela declarados. Portanto, não há que se falar que não foi possível identificar os fatos geradores. Art.225. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, na forma por ele estabelecida, dados cadastrais, todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse daquele Instituto; (...) § 1º As informações prestadas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social servirão como base de cálculo das contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social, comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários, bem como constituir seão em termo de confissão de dívida, na hipótese do não recolhimento. A base da argumentação de mérito do recorrente diz respeito ao fato que atuou com recursos exclusivamente público, razão porque não se deveria exigir livros contábeis de natureza privada, mas sim, nos termos da lei 4320/64. As Organ iz açõe s da Soc i edade C iv i l d e In t e r e s s e Púb l i co (OSCIP ) s ão entidades formalizadas através de um título fornecido pelo Ministério da Justiça, cuja finalidade é facilitar parcerias tanto com o setor público, através da formação de convênios e parcerias, tanto com o setor privado. Assim, os art. 4 e 5 da lei 9790 definem obrigações acerca da gestão contábil e financeira: Art. 4o Atendido o disposto no art. 3o, exigese ainda, para qualificaremse como Organizações da Sociedade Civil de Fl. 294DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 5 9 Interesse Público, que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre: I a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência; II a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório; III a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; IV a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta; V a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social; VI a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação; VII as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo: a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindose as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocandoos à disposição para exame de qualquer cidadão; c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento; d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 10 Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na composição de conselho de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, vedada a percepção de remuneração ou subsídio, a qualquer título.(Incluído pela Lei nº 10.539, de 2002) Art. 5o Cumpridos os requisitos dos arts. 3o e 4o desta Lei, a pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular requerimento escrito ao Ministério da Justiça, instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos: I estatuto registrado em cartório; II ata de eleição de sua atual diretoria; III balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício; IV declaração de isenção do imposto de renda; V inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes. Quanto a alegação de imunidade em relação a contribuição patronal, considerando o objeto da recorrente, bem como sua condição de entidade sem fins filantrópicos não há como lhe conferir razão. Conforme mencionado no relatório de trabalho a auditoria teve por desiderato apurar as diferenças entre a contribuição devida declarada pelo sujeito passivo na GFIP (com código FPAS e os valores efetivamente recolhidos). Pois bem, enxergase sem dificuldade que o enquadramento da empresa notificada foi efetuado pela própria, na guia declaratória, quando registrou os códigos FPAS 639 e 566, os quais não são destinados as entidades beneficentes de assistência social que gozam da imunidade prevista no art. 150 da Constituição Federal. E bom que se diga que perante o banco de dados da Previdência Social a empresa defendente não figura como entidade beneficente de assistência social, entendendo porém que deveria gozar de isenção em relação a parcela patronal. Quanto ao argumento levantado pelo recorrente de que é imune conforme previsão no art. 150, VI, “a” da Constituição Federal, e dessa forma não deveria ter pago o tributo, razão não confiro ao recorrente. É notório que a imunidade disposta no art. 150, VI, “a” referese apenas a impostos, e mais do que isso restringe a imunidade a impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades mencionadas nessa alínea, conforme prevê o art. 150, § 4º da CF/1988. Definitivamente as contribuições em tela não são impostos. A própria Constituição Federal em seu art. 150, § 7º reconhece a distinção entre as espécies tributárias impostos e contribuições, nestas palavras: Art. 150 (...) § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de impostos ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido.(grifei) Fl. 296DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 14751.001767/200914 Acórdão n.º 2401002.383 S2C4T1 Fl. 6 11 Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, houve a previsão, em seu art.195 §7º, da permissão de isenção de contribuições para a seguridade social das entidades beneficentes de assistência social que atendam aos requisitos estabelecidos em lei. Esse dispositivo constitucional foi regulado por meio da Lei n º 8.212 de 24/07/1991. Em outra linha, para fazer jus a imunidade prevista pelo parágrafo 7° do art 195 da CF/88, deveria a notificada cumprir os requisitos estabelecidos no art 55 da lei n° 8.212/91, abaixo transcritos: Art. 55. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; 11 seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; Ill promova a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes; IV não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios a qualquer titulo; V aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais apresentando, anualmente ao órgão do INSS competente, relatório circunstanciado de suas atividades. §I 0 Ressalvados os direitos adquiridos, a isenção de que trata este artigo será requerida ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, que terá o prazo de 30 (trinta) dias para despacharo pedido. Além de tudo já exposto, observese que para que a defendente pudesse gozar da imunidade tributária, após cumprir os requisitos contidos no artigo 55 da Lei n.° 8.212/1991, deveria ter procedido na forma do § 10 do mesmo artigo, requerendo ao INSS a isenção (imunidade) das contribuições previdenciárias a seu cargo. Pois bem, a impugnante não traz aos autos nenhum elemento que nos leve a convicção do cumprimento dos citados requisitos, tampouco de haver requerido ao órgão previdenciário o beneficio fiscal invocado. No que concerne a apresentação de provas a Portaria RFB n° 10.875, a qua! regula o processo administrativo fiscal concernente à exigência das contribuições previdenciárias, é taxativa quando dispõe sobre o momento processual para apresentaçãoda prova documental. De acordo com o citado normativo, a faculdade processual de juntada de documentos aos autos encerrase com o término do prazo para impugnação. No entanto, em situações excepcionais, previstas pela própria norma, a autoridade julgadora poderá admitir a Fl. 297DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 12 prova documental, mesmo depois de esgotado o prazo de defesa. Eis a dicção da Portaria em comento: Art. 9°A impugnação mencionará: § I° A prova documental será apresentada na impugnação. precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor Já/os ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 2" A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de urna das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Para a juntada posterior de provas, a defendente teria que comprovar a ocorrência de uma das hipóteses previstas nas três alíneas acima transcritas, o que não se verifica dos autos. Por fim, o fato da empresa enquadrarse como OSCIP, e mesmo que por encontrarse devidamente registrada, estar gozando de imunidade em relação ao Imposto de Renda, não lhe atribui o mesmo direito em relação as contribuições previdenciárias, que, conforme descrito acima, possuem legislação própria. Assim, entendo que a fiscalização seguiu o trâmite correto, sendo que as alegações da recorrente em sua totalidade foram incapazes de desconstituir o lançamento. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para rejeitar a preliminar de nulidade e no mérito NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 298DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 15586.001608/2010-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Data do fato gerador: 24/11/2010
CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, I DA LEI N.º 8.212/91
C/C ARTIGO 225, I DO REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL,
APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 NÃO ELABORAÇÃO DE FOLHA DE PAGAMENTOS DE ACORDO COM OS PADRÕES.
A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar a SRP na administração previdenciária.
Inobservância do artigo 32, I da Lei n.º 8.212/91 c/c artigo 225, I do RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99.
A empresa não comprovou sua inscrição no PAT, passando os valores a constituírem salário de contribuição. Estando, portanto, no campo de incidência do conceito de remuneração e não havendo dispensa legal para não incidência de contribuições previdenciárias sobre tais verbas, no período objeto do presente lançamento, devida a contribuição e por consequência a
obrigação acessória a ela correspondente.
A empresa é obrigada a preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-002.446
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso. Ausente momentaneamente o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do autode infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar a SRP na administração previdenciária. Inobservância do artigo 32, I da Lei n.º 8.212/91 c/c artigo 225, I do RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99. A empresa não comprovou sua inscrição no PAT, passando os valores a constituírem salário de contribuição. Estando, portanto, no campo de incidência do conceito de remuneração e não havendo dispensa legal para não incidência de contribuições previdenciárias sobre tais verbas, no período objeto do presente lançamento, devida a contribuição e por consequência a obrigação acessória a ela correspondente. A empresa é obrigada a preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Ausente momentaneamente o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 250DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 2 Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa. Fl. 251DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 15586.001608/201075 Acórdão n.º 240102.446 S2C4T1 Fl. 2 3 Relatório O presente Auto de Infração de Obrigação Acessória AIOA, lavrado sob n. 35.745.3409 em desfavor da recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 32, I da Lei n ° 8.212/1991 c/c art. 225, I e § 9º e art. 283, I, “a” do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. Segundo a fiscalização previdenciária, a recorrente deixou de elaborar folha de pagamento com todas as remunerações dos segurados que lhe prestaram serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidas pelo INSS. As remunerações que deixaram de ser informadas NAS FOLHAS DE PAGAMENTO, referemse a pagamentos realizados na forma de alimentação e referemse aos valores lançados a débito das contas de despesa mencionadas (representativos dos pagamentos às empresas fornecedoras de alimentação ao trabalhador), deduzidos dos valores lançados a crédito (representativos dos descontos efetuados em folhas de pagamento de segurados empregados). A natureza remuneratória de ditos valores decorre do fato da empresa não estar aderida, no período, ao Programa de Alimentação do Trabalhador PAT instituído pela Lei 6.321/76. A inscrição da empresa no mencionado Programa somente se deu a 13/09/2010, operando, a partir dai, de forma proativa. Assim as parcelas pagas têm natureza remuneratória, não incidindo a hipótese de exclusão do salário de contribuição prevista no art. 28, parágrafo 9° , alínea "c" da Lei 8.212/91. A empresa, como dito, não declarou em GFIP os valores da remuneração ao trabalhador, não fez constar das folhas de pagamento de empregados ditos valores e tampouco fez o recolhimento das contribuições previdenciárias sobre eles incidentes. Importante, destacar que a lavratura do AIOA, deuse em 24/11/2010, tendo a cientificação ao sujeito passivo tomadora dos serviços ocorrido no dia 26/11/2010. Inconformada, a empresa notificada apresentou impugnação à fls. 191 a 200. Foi exarada Decisão que determinou a procedência do lançamento, fls. 224 a 229. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Constitui infração deixar de informar em folha de pagamento a totalidade dos valores pagos a segurados empregados. BIS IN IDEM. INOCORRÊNCIA. Inexiste bis in idem entre as multas decorrentes do descumprimento da obrigação acessória e inadimplemento da obrigação principal. Fl. 252DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 4 Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não conformado com o resultado proferido e a tomadora apresentou recurso, fl. 236 a 246. Em síntese alega: 1. Que a autuação não pode prosperar, visto que foi lavrado por descumprimento de dever instrumental, sendo que nos autos lavrados concomitantemente a este, que exigem adimplemento de tributo, também se exige o pagamento de multa de caráter punitivo, configurandose, por óbvio, em bis in idem; 2. A infração decorrente do auto ora questionado foi formalizada através de auto de infração autónomo, já a multa que decorre da outra autuação foi imputada juntamente com o valor do tributo que supõese devido. Para um mesmo fato está se aplicando, duas multas, portanto, nítida é a conduta do"bis in idem" praticada pela autoridade fiscal, que é contraria à legislação tributária pátria; 3. Que ao deixar de inscrever o fornecimento de alimentação, no Programa de Alimentação do Trabalhador, do Ministério do Trabalho e Emprego, não gerou qualquer prejuízo ao erário, vez que incorreu em simples descumprimento de obrigação de natureza acessória; 4. Extrema é a exigência de tributo em razão de a empresa autuada ter incorrido em simples descumprimento de obrigação de natureza acessória. 5. Cita ainda decisões do Superior Tribunal de Justiça, para corroborar seu entendimento, quanto a não incidência da contribuição previdenciária sobre verbas que não têm natureza salarial; 6. Não deve prosperar a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário in natura, em decorrência da não informação da inscrição no PAT, conforme já se manifestou de forma reiterada os a tribunais pátrios, sob o argumento trazido no acordão ora questionado, de que a administração encontrase proibida de trazer ao âmbito interno os efeitos judiciais. Foi proferido despacho com a indicação da tempestividade do recurso. O processo foi encaminhado para julgamento no âmbito deste Conselho. É o relatório. Fl. 253DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 15586.001608/201075 Acórdão n.º 240102.446 S2C4T1 Fl. 3 5 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme já apreciado a fl. 264. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DO MÉRITO QUANTO A INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO SOBRE A ALIMENTAÇÃO PAGA EM DESACORDO COM A LEI De acordo com o previsto no art. 28 da Lei n ° 8.212/1991, para o segurado empregado entendese por saláriodecontribuição a totalidade dos rendimentos destinados a retribuir o trabalho, incluindo nesse conceito os ganhos habituais sob a forma de utilidades, nestas palavras: Art.28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) Existem parcelas que não sofrem incidência de contribuições previdenciárias, seja por sua natureza indenizatória ou assistencial, tais verbas estão arroladas no art. 28, § 9º da Lei n ° 8.212/1991, nestas palavras: Art. 28 (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) c) a parcela "in natura" recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976; m) os valores correspondentes a transporte, alimentação e habitação fornecidos pela empresa ao empregado contratado Fl. 254DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 6 para trabalhar em localidade distante da de sua residência, em canteiro de obras ou local que, por força da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo Ministério do Trabalho; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97)Grifo nosso No que tange ao auxílio alimentação, o dispositivo que trata do mesmo é a alíneas “c” do § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/1991, acima transcrita. A Lei nº 6.321/1976 em seu artigo 3º dispõe que “ não se inclui como salário de contribuição a parcela paga in natura, pela empresa, nos programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho.” Por sua vez o Decreto nº 05/1991 que regulamentou a Lei nº 6.321/1976, define com precisão como se dá a aprovação dos programas de alimentação pelo Ministério do Trabalho, conforme de verifica no § do art. 1º, in verbis: “§ 4° Para os efeitos deste Decreto, entendese como prévia aprovação pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, a apresentação de documento hábil a ser definido em Portaria dos Ministros do Trabalho e Previdência Social; da Economia, Fazenda e Planejamento e da Saúde” Art. 4º Para a execução dos programas de alimentação do trabalhador, a pessoa jurídica beneficiária pode manter serviço próprio de refeições, distribuir alimentos e firmar convênio com entidades fornecedoras de alimentação coletiva, sociedades civis, sociedades comerciais e sociedades cooperativas. (alterado pelo Dec. 2.101, de 23.12.96) Parágrafo único. A pessoa jurídica beneficiária será responsável por quaisquer irregularidades resultantes dos programas executados na forma deste artigo. Portanto, enquanto a empresa não efetuar a apresentação do documento hábil, ao qual se refere o decreto encimado, não se pode dizer que seu programa de alimentação está aprovado pelo Ministério do Trabalho, para fins de não incidência da contribuição previdenciária. Ao não apresentar a devida inscrição no PAT, deixou o recorrente de cumprir o disposto na legislação para excluir a verba da base de cálculo. Estando, portanto, no campo de incidência do conceito de remuneração e não havendo dispensa legal para incidência de contribuições previdenciárias sobre tais verbas, no período objeto do presente lançamento, conforme já analisado, deve persistir o lançamento. Ressalto apenas, para efeitos de esclarecimentos que o pagamento hora em julgamento não se enquadra na exclusão prevista no Parecer PGFN/CRJ/Nº 2117/2011 da Procuradoria da Fazenda Nacional, aprovado pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda que ensejou a publicação do Ato Declaratório 03/2011, posto que a alimentação mencionada no dito Parecer é “in natura”. DA INOCORRÊNCIA DE BIS IN IDEM O procedimento adotado pelo AFPS na aplicação do presente autode infração seguiu a legislação previdenciária, conforme fundamentação legal descrita. Fl. 255DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 15586.001608/201075 Acórdão n.º 240102.446 S2C4T1 Fl. 4 7 No presente caso, a obrigação acessória está prevista na Lei n ° 8.212/1991 em seu artigo 32, I, nestas palavras: Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhasdepagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; Como se percebe, a própria lei conferiu poderes a DRFB para definir o padrão e as normas de elaboração dos documentos. A elaboração das folhas de pagamentos está disciplinada no art. 225 do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999, nestas palavras: Art.225. A empresa é também obrigada a: I preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; (...) § 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput, elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: I discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado; IIagrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99) III destacar o nome das seguradas em gozo de salário maternidade; IV destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e V indicar o número de quotas de saláriofamília atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso. Assim, era obrigação da recorrente o preparo das folhas de pagamentos. Conforme comprovado nos autos, tal elaboração não foi realizada na forma estabelecida, tendo em vista que o recorrente não reconhecia os pagamentos de valores pagos à título alimentação como salário de contribuição. Destacase que as obrigações acessórias são impostas aos sujeitos passivos como forma de auxiliar e facilitar a ação fiscal. Por meio das obrigações acessórias a fiscalização conseguirá verificar se a obrigação principal foi cumprida. Como é sabido, a obrigação acessória é decorrente da legislação tributária e não apenas da lei em sentido estrito, conforme dispõe o art. 113, § 2º do CTN, nestas palavras: Fl. 256DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 8 Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. A legislação engloba as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes, conforme dispõe o art. 96 do CTN. Observase que desnecessária seria a apreciação dos valores serem incluídos no conceito de salário de contribuição, como acontece com os autos de infração pela não informação em GFIP, uma vez que a legislação previdenciária exige a inclusão em folha de pagamento de todos os valores pagos aos segurados que lhe prestam serviços, mesmo que estes valores não constituíssem base de cálculo de contribuição, senão vejamos: “§ 9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput, elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: IV destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e” Assim, foi correta a aplicação do auto de infração ao presente caso pelo órgão previdenciário. O relatório fiscal, indicou de maneira clara e precisa todos os fatos ocorridos, havendo subsunção destes à norma prevista no art. 32, I, da Lei n ° 8.212/1991. Os valores aplicados em auto de infração pela omissão justificamse pelo fato da importância dos esclarecimentos para administração previdenciária. As informações prestadas auxiliarão na fiscalização das contribuições arrecadadas pela Previdência Social. Não há de se confundir a multa pelo descumprimento de obrigação acessória aqui imposta, com o auto de infração de obrigação principal. Neste último lança a autoridade fiscal a contribuição devida e não recolhida, enquanto no auto de infração de obrigação acessória o objeto e o descumprimento de obrigação de fazer. Isto posto, não há de se falar em “bis in idem”. Vale destacar, ainda, que a responsabilidade pela infração tributária é em regra objetiva, isto é independe de culpa ou dolo. Desse modo, a autuação deve persistir. CONCLUSÃO: Voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO, julgando procedente o lançamento efetuado. É como voto. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 15586.001608/201075 Acórdão n.º 240102.446 S2C4T1 Fl. 5 9 É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 258DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 10665.721327/2011-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2009
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL DIFERENÇA DE RAT SEGURADOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS MEMBROS
DE CONSELHOS DE COOPERATIVA INCONSTITUCIONALIDADE INCABÍVEL
APRECIAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA
Equipara-se a empresa, nos termos do art. 15 da lei 8212/90, a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade.
O pagamento aos contribuintes individuais como contraprestação pelo serviço prestado, independente da condição de membros de direção de cooperativa, é fato gerador de contribuições previdenciárias.
A exigência da contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade é prevista no art. 22, II da Lei n° 8.212/1991, alterada pela Lei n° 9.732/199.
Considerando a publicação do Ato Declaratório n. 11/2011 da PGFN, a alíquota SAT (RAT) deverá ser calculada em relação a cada estabelecimento da recorrente.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2009
CERCEAMENTO DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES
Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, e de toda a fundamentação legal aplicável, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente , tanto que o recorrente pode defender-se dos fatos geradores apurados.
INCONSTITUCIONALIDADE ILEGALIDADE DE LEI E CONTRIBUIÇÃO IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA.
A verificação de inconstitucionalidade de ato normativo é inerente ao Poder Judiciário, não podendo ser apreciada pelo órgão do Poder Executivo.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-002.405
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar a preliminar de nulidade; e II) no mérito, dar provimento parcial ao recurso para que calcule a alíquota RAT pela atividade preponderante por estabelecimento.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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O pagamento aos contribuintes individuais como contraprestação pelo serviço prestado, independente da condição de membros de direção de cooperativa, é fato gerador de contribuições previdenciárias. A exigência da contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade é prevista no art. 22, II da Lei n ° 8.212/1991, alterada pela Lei n ° 9.732/199. Considerando a publicação do Ato Declaratório n. 11/2011 da PGFN, a alíquota SAT (RAT) deverá ser calculada em relação a cada estabelecimento da recorrente. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2009 CERCEAMENTO DE DEFESA FALTA DE DEFINIÇÃO DOS FATOS GERADORES Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, e de toda a fundamentação legal aplicável, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente , tanto que o recorrente pode defenderse dos fatos geradores apurados. Fl. 160DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 2 INCONSTITUCIONALIDADE ILEGALIDADE DE LEI E CONTRIBUIÇÃO IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. A verificação de inconstitucionalidade de ato normativo é inerente ao Poder Judiciário, não podendo ser apreciada pelo órgão do Poder Executivo. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar a preliminar de nulidade; e II) no mérito, dar provimento parcial ao recurso para que calcule a alíquota RAT pela atividade preponderante por estabelecimento. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira de Araújo, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10665.721327/201110 Acórdão n.º 2401002.405 S2C4T1 Fl. 2 3 Relatório O presente Auto de Infração de Obrigação Principal AIOP, lavrada sob o n. 37.302.1844 e 37.302.1852 tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo da empresa, levantadas sobre os valores pagos a pessoas que lhe prestaram serviços enquanto segurados empregados e contribuintes individuais. Conforme descrito no relatório fiscal, 24 a 28, o lançamento compreende competências entre o período de 06/2007 a 12/2009, sendo que os fatos geradores incluídos neste AIOP foram apurados por meio da análise dos documentos apresentados. Conforme consta do relatório fiscal a empresa notificada é operadora de planos de saúde e possui uma filial 000243, que é uma farmácia e possuía 8 empregados na competência 12/2009. A matriz possui acima de 100 segurados empregados. Foi constatado que o estabelecimento matriz informou o código CNAE 6550200, porém no período de 06/2007 a 04/2009 informou o campo alíquota RAT 1%, sendo o correto 2% e para a filial informou como CNAE preponderante o código 4771701 comércio varejista de produtos farmacêuticos sem manipulação de fórmulas, e alíquota RAT 1% de 06/2007 a 13/2009, sendo o correto, o CNAE preponderante o mesmo da matriz e alíquota RAT de 2%. Considerase atividade preponderante da empresa aquela que possuir o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, conforme previsto no artigo 22, inciso II, alíneas ‘a’, ‘b’ e ‘c’ da Lei 8.212/91 e artigo 202, incisos I, II e III e §§ 3º a 5º do Regulamento da Previdência Social –RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99.Importante, destacar que a lavratura da NFLD deuse em 24/05/2007, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 30/05/2007. Assim o lançamento foi dividido em dois levantamentos: • AIOP DEBCAD 37.302.1844 são apuradas as contribuições devidas pela empresa para financiamento dos benefícios decorrentes de incapacidade para o trabalho (RAT), apuradas sobre os totais pagos aos segurados empregados, previstas na Lei 8.212/91, artigo 22, incisos II, alínea ‘b’. Foi constituído o crédito relativo a diferença de alíquota RAT de 1% não declarada e não recolhida pela empresa, através dos seguintes levantamentos. • AIOP DEBCAD 37.302.1852 são lançados as contribuições devidas pela empresa sobre os valores pagos aos segurados contribuintes individuais que prestaram serviços para a empresa nos conselhos administrativo, fiscal, técnico e medicina ocupacional e diretoria da empresa. Os valores pagos foram apurados dos livros diário e razão apresentados. Foram utilizados os seguintes levantamentos: A11 (de 01/2008 a 11/2008) e A2 (em 12/2008) PGTO CONSELHOS, P11PGTO PROLABORE . Neste levantamento foram lançados os valores pagos aos diretores da empresa na conta HONORÁRIOS DA DIRETORIA, a título de bônus referente à participação nos resultados de 2007, Fl. 162DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 4 Importante ressaltar que a lavratura do AI deuse em 08/06/2011, tendo a cientificação ocorrido em 14/06/2011. Não conformada com a notificação, a recorrente apresentou defesa, fls. 57 a 69. Foi emitida DecisãoNotificação confirmando a procedência do lançamento, fls. 133 a 140.. Também não concordando com os termos da decisão notificação o recorrente apresenta recurso às fls. 135 a 144, alegando em síntese: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2009 ENQUADRAMENTO NO GRAU DE RISCO. O enquadramento no correspondente grau de risco é de responsabilidade da empresa, observada a sua atividade econômica preponderante, cabendo à autoridade fiscal rever o autoenquadramento a qualquer tempo. COOPERADO. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. Enquadrase na categoria de contribuinte individual o associado eleito para cargo de direção na cooperativa, assim como o integrante de conselho ou órgão de deliberação em relação à essa função. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. É devida contribuição a cargo da empresa sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados contribuintes individuais, para a Seguridade Social, nos termos da legislação pertinente. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso pela notificada, conforme fls. 143 a 154 , contendo em síntese os mesmo argumentos da impugnação, senão vejamos: 1. Apesar de haver a separação no DAD da diferença de RAT referente a filial, tal fato não é suficiente para se deixar de anular o lançamento, considerando que a apuração das contribuições previdenciárias, declaradas por meio de GFIP, se dá por estabelecimento, por consequência, a autuação também deve ocorrer por estabelecimento, razão pela qual é nulo o lançamento da diferença de RAT referente à filial. (transcreve os artigos 202, §13 e 225, §9º, do Decreto nº 3.048, de 1999). 2. Portanto, como o AI debcad nº 37.302.1844 foi lavrado em nome do estabelecimento matriz, mas, em contrapartida há diferença de RAT referente ao estabelecimento filial, como se pode observar das páginas 5 a 10 do Discriminativo do Débito, o auto de infração deve ser declarado nulo em relação a tal cobrança. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10665.721327/201110 Acórdão n.º 2401002.405 S2C4T1 Fl. 3 5 3. Que a diferença de RAT exigida se deu exclusivamente em decorrência de erro operacionais da RFB e não por atos da impugnante, pois apenas seguiu a legislação tributária, e que se declarasse o novo CNAE estipulado 6550200, ficaria inadimplente com o Sescoop. A atitude do Fisco constitui verdadeira violação ao princípio constitucional da segurança jurídica e aos artigos 100, parágrafo único, e 161, §2º, do CTN. 4. Que a cobrança de contribuição previdenciária sobre valores pagos aos cooperados eleitos como membros dos conselhos administrativo fiscal técnico e medicina ocupacional, é indevida, por falta de previsão legal, assim como os acréscimos legais. Fundamenta o entendimento no artigo 12, inciso V, alínea “f”, da Lei 8.212, de 1991 e Acórdão do Conselho de Recursos da Previdência Social que transcreve. 5. Que improcede a cobrança de contribuição sobre os valores pagos aos diretores da impugnante na conta “ Honorários da Diretoria”, tendo em vista que o lançamento se baseou em suposição da fiscalização já que o Fisco não apresentou nenhuma prova de que tal lançamento feito pela impugnante não se refere à produção médica dos profissionais. 6. Diante de todo o exposto, esperase seja declarado nulo o lançamento da diferença de RAT, referente ao estabelecimento filial, bem como, no mérito, sejam julgados improcedentes todos valores exigidos por meio dos AIs impugnados. A delegacia da receita federal do Brasil, encaminhou o recurso a este Conselho para julgamento. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 6 Voto Conselheiro Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 142. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DAS PRELIMINARES AO MÉRITO NULIDADE PELA FALTA DE AUTUAÇÕES POR ESTABELECIMENTO. Quanto ao argumento da recorrente, de que a fiscalização previdenciária deixou de realizar autuações distintas por estabelecimento, principalmente considerando a diferença de RAT apurada na filial, o que acabou cerceando o direito de defesa, provocando a nulidade do estabelecimento, não lhe confiro razão. Os fatos geradores objeto das presente notificação, bem como as bases de cálculo foram devidamente descritas no relatório fiscal, fls. 24 a 28, e nos relatórios que acompanham o Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP,, dentre eles o Discriminativo Análitico de Débito – DAD, emitido por fato gerador, e dentro do relatório identificamos a separação por estabelecimento. Assim, correto o procedimento adotado, tendo o auditor cumprido os ditames legais quanto ao procedimento fiscal realizado. Observase anexo ao relatório fiscal e mencionado no corpo do próprio relatório cópias com a devida intimação para a apresentação dos documentos conforme Termos de Intimação Fiscal, intimando o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária. Assim, o contribuinte teve a oportunidade de apresentar todos os documentos pertinentes a comprovação da obrigação. Foi realizada a conclusão dos trabalhos com a emissão do Termo de Encerramento, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores por estabelecimento e fundamentação legal que constituíram a lavratura do auto de infração ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes, tanto que o fez. Não existe obrigatoriedade de que os AI sejam feitos por estabelecimento, pelo contrário a própria definição da alíquota RAT descreve que o enquadramento da empresa no correspondente grau de risco será feito pela atividade preponderante na empresa, ou seja, aquela que ocupe o maior número de empregados. Simplesmente alegar, sem demonstrar o cumprimento da legislação, ou mesmo quais os vícios contidos no lançamento não servem como meio para anular o lançamento. Notese que o relatório fiscal, encontrase detalhado, permitindo ao recorrente o exercício do amplo direito de defesa, razão porque correto foi o procedimento adotado. Ainda quanto a alegação acerca da impossibilidade de enquadramento no CNAE descrito pela IN, posto que deixaria a empresa de recolher para o SESCOOP, entendo Fl. 165DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10665.721327/201110 Acórdão n.º 2401002.405 S2C4T1 Fl. 4 7 que ditos argumentos poderiam até ser apreciados caso estivéssemos apreciando auto de infração de obrigação acessória, porém tratase de diferença de SAT, cuja decisão da empresa em não deixar de não alterar seu CNAE para não deixar de recolher para o SESCOOP, acabou ensejando uma diferença de recolhimento à título de RAT, ou seja, o que fez o auditor simplesmente foi cobrar essa diferença, sendo sua atividade vinculada nos termos da legislação aplicável. Superadas as preliminares, passo ao exame do mérito. DO MÉRITO No mérito, os argumentos do recorrente são no sentido de que incabível a exigência de contribuições sobre os valores destinados aos membros de Conselho, posto que não exercem cargo de direção, bem como os valores repassados a diretores à título de Honorários da Diretoria. Outro ponto, que entendo importante esclarecer, até porque constitui núcleo central do recurso, referese ao argumento de incompatibilidade de exigência de contribuições, tendo em vista não se enquadrarem os membros do conselho como segurados obrigatórios da previdência social, alvo no caso de cargo de direção em cooperativa. Contudo, neste ponto, entendo que razão também não assiste ao recorrente. A cooperativa pode ter regras próprias para sua constituição, ou mesmo para forma como irá repassar pagamentos pela prestação de serviços, mas isso em nada a afasta da condição de equiparada a empresa. Ou seja, em relação aos trabalhadores contratados como empregados, ou mesmo trabalhadores autônomos, e em relação aos seus cooperados, dirigentes ou não, possui a cooperativa obrigações, cujo descumprimento resultou na lavratura do AI em questão. A lei 8212/91, em seu art. 15, assim dispõe acerca da matéria: Art. 15. Considerase: I empresa a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; II empregador doméstico a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Parágrafo único. Equiparase a empresa, para os efeitos desta Lei, o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. (grifo nosso) Dessa forma, nenhum dos argumentos do recorrente são capazes de desconstituir o lançamento. Os pagamentos seja aos conselheiros, ou aos dirigentes, restaram comprovados, razão porque constituise hipótese de incidência de contribuições previdenciários. O relatório fiscal, assim como o relatório de Fundamento Legal, traz toda a fundamentação legal que consubstancia a presente AI. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 8 Ademais, as contribuições da empresa sobre os serviços prestados por contribuintes individuais, em qualquer de suas modalidades e não apenas enquanto dirigente, para o período posterior à competência março de 2000, inclusive, às contribuições da empresa sobre a remuneração dos contribuintes individuais é regulada pelo art. 22, III da Lei n ° 8.212/1991, com redação conferida pela Lei n ° 9.876/1999, nestas palavras: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: (...) III vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços; (Inciso acrescentado pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99 vigência a partir de 02/03/2000 conforme art. 8º da Lei nº 9.876/99). De acordo com o previsto no § 4º do art. 201 do Regulamento da Previdência Social na redação conferida pelo Decreto n ° 4.032/2001: Art. 201. A contribuição a cargo da empresa, destinada à seguridade social, é de: II vinte por cento sobre o total das remunerações ou retribuições pagas ou creditadas no decorrer do mês ao segurado contribuinte individual; (Redação alterada pelo Decreto nº 3.265/99) O fato do art. 12, V, ‘f” da lei 8212/91, não descrever de forma expressa o membro de conselho de cooperativa como contribuinte individual, não o afasta da condição de segurado obrigatório, visto que toda pessoa física que prestar serviço em vínculo de emprego, mesmo em caráter eventual, e receber como contraprestação por esse serviço remuneração, enquadrase no conceito de segurado obrigatório. Basta verificar a alínea “g” do mesmo dispositivo legal. como contribuinte individual: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). Quanto ao pagamento de “honorários da diretoria” (AIOP DEBCAD 37.302.1852 outro não pode ser o raciocínio, senão enquadrar ditas verbas como salário de contribuição. Demonstrou o auditor no relatório a conta contábil onde foram apuradas as bases de cálculo, sendo que não conseguiu o recorrente demonstrar que tratavamse de pagamento Fl. 167DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10665.721327/201110 Acórdão n.º 2401002.405 S2C4T1 Fl. 5 9 por serviços médicos prestados. Não presumiu o auditor, conforme alegado pelo recorrente, mas tão somente constatou a ocorrência do fato gerador, não se desincumbido a recorrente de afastar a incidência de contribuição. Destacase que o relatório fiscal, indicou propriamente as bases de cálculo. Neste levantamento foram lançados os valores pagos aos diretores da empresa na conta HONORÁRIOS DA DIRETORIA, a título de bônus referente à participação nos resultados de 2007, Entendendo esta Auditoria que este bônus referese aos serviços prestados na diretoria da empresa e não sobre a produção médica dos mesmos, sendo que estes valores não constam da folha de pagamento da produção médica dos mesmos e, por exemplo, o Sr. Evangelista José Miguel recebeu produção médica somente em 12/2007 e 11/2008, conforme demonstrado: Os valores apurados foram lançados como prolabore recebido pelos mesmos e estão abaixo discriminados:02/08, conta 2140 Honorários da Diretoria, valor 15.765,74 (Vr. pagto. bônus referente a participação nos resultados de 2007 a DR EVANGELISTA JOSÉ MIGUEL) 02/08, conta 2140, Honorários da Diretoria, Valor 7.882,87( Vr.pagto. bônus ref. participação nos resultados do ano 2007 a JOSÉ OSVALDO LEITE ALVIM); 02/0, conta 2140, Honorários da Diretoria , Valor 7.882,87 (Vr.pagto. bônus ref. participação nos resultados do ano 2007 a CLOVES SILVA.) 02/08, conta 2140, Honorários da Diretoria 7.882,87 ( Vr.pagto. bônus ref. participação nos resultados do ano 2007 a JOSÉ CARLOS FARIA) No que tange a argüição de inconstitucionalidade de legislação previdenciária que dispõe sobre o recolhimento de contribuições, frisese que incabível seria sua análise na esfera administrativa, assim, como já afastado pela autoridade julgadora de 1 instância. Dessa forma, quanto à inconstitucionalidade/ilegalidade na cobrança das contribuições previdenciárias sobre os valores destinados aos membros da diretoria, não há razão para a recorrente. Como dito, não é de competência da autoridade administrativa a recusa ao cumprimento de norma supostamente inconstitucional, razão pela qual são exigíveis a contribuição, bem como a aplicação da taxa de juros SELIC, e a multa pela inadimplência. Toda lei presumese constitucional e, até que seja declarada sua inconstitucionalidade pelo órgão competente do Poder Judiciário para tal declaração ou exame da matéria, deve o agente público, como executor da lei, respeitála. No mesmo sentido posicionase este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF ao publicar a súmula nº. 2 aprovada em sessão plenária de 08/12/2009, sessão que determinou nova numeração após a extinção dos Conselhos de Contribuintes. SÚMULA N. 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 10 QUANTO A APLICAÇÃO DA ALÍQUOTA SAT POR ESTABELECIMENTO AIOP DEBCAD 37.302.1844 A exigência da contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho RAT é prevista no art. 22, II da Lei n ° 8.212/1991, alterada pela Lei n ° 9.732/1998, nestas palavras: Art.22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: (...) II para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11/12/98) a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. Regulamenta o dispositivo acima transcrito o art. 202 do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999, com alterações posteriores, nestas palavras: Art.202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso: I um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; II dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou III três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. (...) Fl. 169DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10665.721327/201110 Acórdão n.º 2401002.405 S2C4T1 Fl. 6 11 § 3º Considerase preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos. § 4º A atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V. § 5º O enquadramento no correspondente grau de risco é de responsabilidade da empresa, observada a sua atividade econômica preponderante e será feito mensalmente, cabendo ao Instituto Nacional do Seguro Social rever o autoenquadramento em qualquer tempo. § 6º Verificado erro no autoenquadramento, o Instituto Nacional do Seguro Social adotará as medidas necessárias à sua correção, orientando o responsável pela empresa em caso de recolhimento indevido e procedendo à notificação dos valores devidos. Assim, embora entenda que os conceitos de atividade preponderante, bem como, a graduação dos riscos de acidente de trabalho, não precisariam estar definidos em lei. O Decreto é ato normativo suficiente para definição de tais conceitos, uma vez que são complementares e não essenciais na definição da exação, importante apresentar o entendimento externado pela Procuradoria da Fazenda Nacional por meio do Ato Declaratório n. 11/2011. Senão vejamos. Neste ponto, embora entenda que a decisão de 1 instância encontrase em perfeita consonância com os dispositivos legais, entendo existir uma questão nova que deve ser levado em consideração para o julgamento da referida contribuição, qual seja a publicação do Parecer PGFN/CRJ da Procuradoria da Fazenda Nacional, aprovado pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda que ensejou a publicação do Ato Declaratório 11/2011, abaixo transcrito? ATO DECLARATÓRIO Nº 11 /2011 A PROCURADORAGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19, da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2120 /2011, desta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 15/12/2011, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: “nas ações judiciais que discutam a aplicação da alíquota de contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro.” Fl. 170DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 12 Face o exposto, embora entenda ter sido correto o entendimento apresentado pela autoridade julgadora, conforme dito anteriormente, subsumo meu posicionamento ao entendimento acima, devendo o cálculo da alíquota RAT ser realizada em relação aos estabelecimentos da empresa notificada. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para rejeitar a preliminar de nulidade e no mérito DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para que se calcule a alíquota RAT pela atividade preponderante por estabelecimento, mantendo inalterado o lançamento nos demais pontos. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 171DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 12/06/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE
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Numero do processo: 11030.001686/2010-03
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Apr 05 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 24/11/2010
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - AUTO DE INFRAÇÃO - ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 - NFLD CORRELATAS
A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos AIOP lavrados sobre os mesmos fatos geradores.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2401-002.802
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire - Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2052; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11030.001686/201003 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401002.802 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 22 de novembro de 2012 Matéria COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL Recorrente COOPERATIVA AGRÍCOLA MISTA LAGOENSE Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 24/11/2010 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 OMISSÃO EM GFIP NÃO IMPUGNAÇÃO EXPRESSA Inobservância do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999.: “ informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)”. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 24/11/2010 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 NFLD CORRELATAS A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos AIOP lavrados sobre os mesmos fatos geradores. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 03 0. 00 16 86 /2 01 0- 03 Fl. 54DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 55DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11030.001686/201003 Acórdão n.º 2401002.802 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Trata o presente auto de infração, lavrado sob o n° 37.115.7358, em desfavor do recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. O presente Auto de infração de Obrigação Principal, lavrada sob o n. 35.309.3357, em desfavor do recorrente e tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela devida pelo produtor rural, pessoa física, e segurado especial, incidentes sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, bem como da contribuição destinada ao SENAR e ao SAT/RAT no período de 11/2005 a 12/2008. Segundo Relatório Fiscal (fls. 20 a ), o lançamento corresponde ao valor da comercialização na aquisição de produtos rurais de Produtor Rural Pessoa Física – não declarado em GFIP. O fato gerador das contribuições sobre a comercialização de produto rural do empregador rural pessoa e exigida por força do disposto no art. 25, I e II da lei 8212/91, com redação dada pela lei 10.256/01. Já a obrigação da empresa adquirente de reter e recolher a contribuição social previdenciária sobre a comercialização da produção rural está disposta no art. 30, III e IV da lei 8212/91. Assim, a contribuição devida pelo produtor pessoa física e o segurado especial incidente sobre a comercialização da sua produção e também a subrrogação desta obrigação tributária na pessoa do adquirente pessoa jurídica. Os valores que resultaram na constituição deste AI são aqueles que não estão declarados em GFIP. Referemse à diferença entre o valor da comercialização da produção rural contabilizada e que teve valor da contribuição previdenciária descontado dos produtores, apurado na contabilidade e Notas Fiscais de Entradas, bem como o valor declarado na GFIP. O lançamento já contemplou as alterações introduzidas pela MP 449, convertida na lei 11.941/2008. Importante, destacar que a lavratura do AI deuse em 24/11/2010, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no mesmo dia 29/11/2010. Não conformada com a autuação, foi apresentada impugnação, fls. 306 a 310, alegando a inconstitucionalidade do FUNRURAL, assim, inexistindo possibilidade de cobran;a da contribuição incidente sobre o valor da comercialização do produto dos associados empregadores rurais, conforme RE 363.852/MG no STF. Foi proferida Decisão de 1 instância às fl. 353 a 355 que confirmou a procedência do lançamento. Fl. 56DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso, conforme fls360 a . Em síntese, o recorrente em seu recurso traz exatamente as alegações da impugnação, quais sejam: A matéria já se encontra pacificada no âmbito do STF que agora, em agosto de 2011, decidiu em sede de repercussão geral no RE 596.177, onde o Tribunal Pleno manteve a inconstitucionalidade da malfada contribuição, inclusive no período posterior a Lei Federal 10.256/2001.Como a decisão deuse em caráter de repercussão geral, aplicase a todos os demais casos envolvendo a matéria, inclusive administrativos A Delegacia da Receita Federal do Brasil, encaminhou o processo a este Conselho para julgamento. É o relatório. Fl. 57DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11030.001686/201003 Acórdão n.º 2401002.802 S2C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 155. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DO MÉRITO Toda e argumentação do recorrente está baseada na inconstitucionalidade da contribuição para o FUNRURAL, não constituindo salário de contribuição bem como questiona irregularidades na multa aplicada, requerendo o cancelamento da autuação. Primeiramente, o procedimento adotado pelo AFPS na aplicação do presente autodeinfração seguiu a legislação previdenciária, conforme fundamentação legal descrita, inclusive observando a aplicação de norma mais benéfica para cálculo da multa aplicada. Conforme prevê o art. 32, IV da Lei n ° 8.212/1991, o contribuinte é obrigado informar ao INSS, por meio de documento próprio, informações a respeito dos fatos geradores de contribuições previdenciárias, nestas palavras: Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97) (grifo nosso) Justificável apenas a necessária apreciação do desfecho do julgamento da AIOP que apreciou a questão da procedência das contribuições sobre a comercialização da produção rural por subrrogação, tendo em vista que o resultado dos autos de infração de obrigação acessória estão diretamente ligados ao resultado das obrigações principais. Senão vejamos: Processos 11030001682201017, Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias. Período de apuração: 01/11/2005 a 31/12/2008 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO – OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA NÃO DESCONTO DA CONTRIBUIÇÃO DE CONTRIBUINTE INDIVIDUAIS DIRIGENTE PÚBLICO AUTUAÇÃO PESSOAL LEI 11.941/2009 RECURSO INTEMPESTIVO NÃO CONHECIDO Fl. 58DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 É de trinta dias o prazo para interposição de recursos e para o oferecimento de contrarrazões, contados da ciência da decisão e da interposição do recurso, respectivamente, conforme descrito no art. 56 do Decreto 70.235/1972. Recurso Voluntário Não Conhecido Processos 11030.001683/201061, em julgamento nesta sessão, já julgado por essa turma. Vejamos ementa do acordão proferido em relação a parcela patronal. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO – AUTO DE INFRAÇÃO – AQUISIÇÃO DE PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA – SUBROGAÇÃO – CONTRIBUIÇÃO TERCEIROS SENAR A subrogação descrita nesta NFLD está respaldada no que dispõe o art. 30, IV, da Lei 8.212/91, com redação da lei 9528/97: O egrégio Supremo Tribunal Federal apontou pela inconstitucionalidade da exação questionada, conforme decisão proferida no RE 363.852, no sentido de que houve a criação de uma nova fonte de custeio da Previdência Social e que tal iniciativa teria de ser tomada mediante a aprovação de lei complementar. Em função de a subrogação ter sido considerada inconstitucional pelo Pleno do STF referente à comercialização da produção rural, e considerando que o presente auto de infração referese à falta de recolhimento da contribuição para o SENAR pelo sujeito passivo, substituto tributário; não há como ser mantido o presente lançamento. Embora as contribuições para o SENAR não tenham sido objeto de reconhecimento de inconstitucionalidade no Recurso Extraordinário n 363.852. face serem eram recolhidas pelo substituto tributário e não pelos produtores rurais; devese destacar que transferência da responsabilidade para os substitutos está prevista no art. 94 da Lei n 8.212, art. 3º da Medida Provisória n 222 de 2004, combinado com o art. 30, inciso IV da Lei n 8.212 de 1991. Uma vez reconhecido que o art. 30, inciso IV é inconstitucional, em função da decisão plenária do STF, não cabe exigir do responsável tributário a contribuição destinada ao SENAR. Recurso Voluntário Provido Processos 11030.001684/201014, em julgamento nesta sessão, já julgado por essa turma. Vejamos ementa do acordão proferido em relação a parcela patronal. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/06/2005 a 31/2008 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO – AUTO DE INFRAÇÃO – AQUISIÇÃO DE PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA – SUBROGAÇÃO – CONTRIBUIÇÃO TERCEIROS SENAR A subrogação descrita nesta NFLD está respaldada no que dispõe o art. 30, IV, da Lei 8.212/91, com redação da lei 9528/97: O egrégio Supremo Tribunal Federal apontou pela inconstitucionalidade da exação questionada, conforme decisão proferida no RE 363.852, no sentido de que houve a criação de uma nova fonte de custeio da Previdência Social e Fl. 59DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11030.001686/201003 Acórdão n.º 2401002.802 S2C4T1 Fl. 5 7 que tal iniciativa teria de ser tomada mediante a aprovação de lei complementar. Em função de a subrogação ter sido considerada inconstitucional pelo Pleno do STF referente à comercialização da produção rural, e considerando que o presente auto de infração referese à falta de recolhimento da contribuição para o SENAR pelo sujeito passivo, substituto tributário; não há como ser mantido o presente lançamento. Embora as contribuições para o SENAR não tenham sido objeto de reconhecimento de inconstitucionalidade no Recurso Extraordinário n 363.852. face serem eram recolhidas pelo substituto tributário e não pelos produtores rurais; devese destacar que transferência da responsabilidade para os substitutos está prevista no art. 94 da Lei n 8.212, art. 3º da Medida Provisória n 222 de 2004, combinado com o art. 30, inciso IV da Lei n 8.212 de 1991. Uma vez reconhecido que o art. 30, inciso IV é inconstitucional, em função da decisão plenária do STF, não cabe exigir do responsável tributário a contribuição destinada ao SENAR. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/1999 a 31/10/2004 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO – NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO – DECADÊNCIA O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991, tendo inclusive no intuito de eximir qualquer questionamento quanto ao alcance da referida decisão, editado a Súmula Vinculante de n º 8, senão vejamos: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário””. Ante a ausência de recolhimento antecipado de contribuições a decadência deve ser avaliada a luz do art. 173 do CTN. Recurso Voluntário Provido Processos 11030.001685/201051 , em julgamento nesta sessão, já julgado por essa turma. Vejamos ementa do acordão proferido em relação a parcela patronal. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO – AUTO DE INFRAÇÃO – AQUISIÇÃO DE PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA – SUBROGAÇÃO – CONTRIBUIÇÃO TERCEIROS SENAR A subrogação descrita nesta NFLD está respaldada no que dispõe o art. 30, IV, da Lei 8.212/91, com redação da lei 9528/97: O egrégio Supremo Tribunal Federal apontou pela inconstitucionalidade da exação questionada, conforme decisão proferida no RE 363.852, no sentido de que houve a criação de uma nova fonte de custeio da Previdência Social e que tal iniciativa teria de ser tomada mediante a aprovação de lei complementar. Fl. 60DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 Em função de a subrogação ter sido considerada inconstitucional pelo Pleno do STF referente à comercialização da produção rural, e considerando que o presente auto de infração referese à falta de recolhimento da contribuição para o SENAR pelo sujeito passivo, substituto tributário; não há como ser mantido o presente lançamento. Embora as contribuições para o SENAR não tenham sido objeto de reconhecimento de inconstitucionalidade no Recurso Extraordinário n 363.852. face serem eram recolhidas pelo substituto tributário e não pelos produtores rurais; devese destacar que transferência da responsabilidade para os substitutos está prevista no art. 94 da Lei n 8.212, art. 3º da Medida Provisória n 222 de 2004, combinado com o art. 30, inciso IV da Lei n 8.212 de 1991. Uma vez reconhecido que o art. 30, inciso IV é inconstitucional, em função da decisão plenária do STF, não cabe exigir do responsável tributário a contribuição destinada ao SENAR. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/08/2004 a 31/12/2004 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO – AUTO DE INFRAÇÃO – AQUISIÇÃO DE PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA – SUBROGAÇÃO – CONTRIBUIÇÃO TERCEIROS – SENAR – AÇÃO JUDICIAL – MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO – NULIDADE DO LANÇAMENTO. A apreciação da nulidade do lançamento pode ser ultrapassada, quando observado que a apreciação do mérito é capaz dar solução a lide de forma definitiva. Recurso Voluntário Provido Dessa maneira, o resultado deste AI deve acompanhar os resultados das NFLD descritas acima, em julgamento nessa mesma sessão, as quais exoneraram o recorrente da obrigação principal Destacase que as obrigações acessórias são impostas aos sujeitos passivos como forma de auxiliar e facilitar a ação fiscal. Por meio das obrigações acessórias a fiscalização conseguirá verificar se a obrigação principal foi cumprida. Como é sabido, a obrigação acessória é decorrente da legislação tributária e não apenas da lei em sentido estrito, conforme dispõe o art. 113, § 2º do CTN, nestas palavras: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Fl. 61DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11030.001686/201003 Acórdão n.º 2401002.802 S2C4T1 Fl. 6 9 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Dessa forma, em sendo provido o recurso em relação aos fatos geradores lançados na obrigação principal, igual destino deve ser dado aos autos de infração de obrigação acessória. CONCLUSÃO: Voto pelo CONHECIMENTO DO RECURSO para no mérito DARLHE PROVIMENTO, considerando a improcedência das obrigações principais correlatas.. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 14/03/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 28/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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