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Numero do processo: 10980.012973/2007-33
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/09/2006 a 30/09/2006 DESISTÊNCIA. RECURSO VOLUNTÁRIO. Em face à desistência expressa da empresa em recorrer à segunda instância administrativa, torna-se definitiva a sentença de primeiro grau.
Numero da decisão: 1801-001.123
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso, nos termos do voto da Relatora. Ausente momentaneamente o Conselheiro Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira.
Matéria: DCTF - Multa por atraso na entrega da DCTF
Nome do relator: ANA DE BARROS FERNANDES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/09/2006 a 30/09/2006 DESISTÊNCIA. RECURSO VOLUNTÁRIO. Em face à desistência expressa da empresa em recorrer à segunda instância administrativa, tornase definitiva a sentença de primeiro grau. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso, nos termos do voto da Relatora. Ausente momentaneamente o Conselheiro Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira. (documento assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Maria de Lourdes Ramirez, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Ana de Barros Fernandes. Relatório A empresa recorre do Acórdão nº 0622.569/09 exarado pela Terceira Turma de Julgamento da DRJ em Curitiba/PR, fls. 43 e 44, que manteve a exigência de multa por atraso na entrega de DCTF – Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, Fl. 66DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 14/08/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 consubstanciada no Auto de Infração lavrado às fls. 22, no valor de R$ 24.834,53, relativa ao mês de setembro/2006. Aproveito trechos do relatório e do voto condutor do aresto vergastado para historiar os fatos: “[...] Em 22/10/2007, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 01/09, instruída com os documentos de fls. 10/39, onde alega, em síntese, que a DCTF foi entregue espontaneamente. Apresenta jurisprudência e afirma que, nos termos do art. 138 do CTN, a denúncia espontânea da infração exclui a responsabilidade. Aduz, ainda, que a multa é confiscatória. Salienta que os tributos foram pagos tempestivamente e, ao final, requer o cancelamento do lançamento. [...] Antes da análise das questões específicas, convém destacar que existindo dispositivos que estabelecem uma obrigação acessória por parte do sujeito passivo, e que impõem uma multa pelo seu descumprimento, sendo tais dispositivos integrantes da legislação tributária, conforme estabelecido nos arts. 96 e 100, I, do CTN, a sua observância é obrigatória por parte das autoridades administrativas; assim, em relação à legislação que fundamenta a autuação, arrolada no auto de infração em comento, os agentes do fisco estão plenamente vinculados, e sua desobediência pode causar a responsabilização funcional, conforme previsão do parágrafo único do art. 142 do CTN. A respeito da entrega espontânea de que trata o art. 138 do CTN, não se aplica ao presente caso, pois a multa em discussão é decorrente da satisfação extemporânea de uma obrigação acessória (entrega de declaração) à qual, frisese, estão sujeitos todos os contribuintes, e obrigações dessa espécie, pelo simples fato de sua inobservância, convertemse em obrigação principal, relativamente à penalidade pecuniária (art. 113, § 3o do CTN). [...] Quanto às demais alegações, relativas ao pagamento tempestivo dos tributos declarados, não podem ser consideradas, pois, conforme consta do auto de infração, existe legislação determinando o lançamento (cuja atividade, segundo o parágrafo único do art. 142 do CTN é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional). A impugnante, com apoio na doutrina e na jurisprudência, também argumenta que a multa aplicada ofende o princípio do nãoconfisco. De plano, cabe esclarecer que, apesar da discordância da impugnante, o que está vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, pelo art. 150, IV, da Constituição Federal, é utilizar tributo com efeito de confisco, e, a teor do art. 5o do CTN, multa por atraso na entrega de declaração não caracteriza tributo. Mesmo relevandose a interpretação literal do citado dispositivo constitucional, e perscrutandose sua interpretação teleológica e lógicosistêmica, não há falar em confisco relativamente à imposição de multas. [...] Por outro lado, a garantia insculpida naquele dispositivo constitucional não é endereçada à Fazenda Pública, circunscrita que está ao ordenamento legal vigente, Fl. 67DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 14/08/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10980.012973/200733 Acórdão n.º 180101.123 S1TE01 Fl. 61 3 mas, isso sim, ao legislador, como limite ao seu poder de inovar em matéria tributária. No caso, como a presente multa encontra respaldo na legislação e como a atividade administrativa deve ser vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilização funcional (art. 142, par. único do CTN), não há como, no presente âmbito, considerar confiscatória a multa em questão. A propósito, o fórum para discussões dessa natureza é o Poder Judiciário. Quanto à jurisprudência apresentada, em face da inexistência de norma legal que lhe confira eficácia normativa e, ainda, do caráter inter partes das decisões judiciais, não pode ser estendida administrativamente. [...]” Tempestivamente, a empresa interpôs o Recurso de fls. 48 a 56 reprisando os termos da defesa inicial. Às fls. 58 protocolizou petição argüindo a quitação do débito tributário em discussão no presente processo, objetivando os benefícios fiscais instituídos pela Lei nº 11.941/2009, requerendo o arquivamento dos autos. Anexa ao presente o comprovante de arrecadação de fls. 59, no valor de R$ 24.339,77, vinculado aos autos e à receita específica (multa por atraso na entrega de DCTF – 1345). É o suficiente para o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheira Ana de Barros Fernandes, Relatora Conheço do recurso interposto, por tempestivo. A recorrente expressamente desiste do recurso voluntário às fls. 58, mas efetua o pagamento, em parte, do débito tributário consignado no Auto de Infração de fls. 22. Destarte, o acórdão proferido em primeira instância administrativa deve ser integralmente confirmado. Acato o pedido de desistência, mas os autos não podem ser arquivados antes de a recorrente ser intimada a recolher a diferença entre o valor exigido – R$ 24.834,53 – e o efetivamente recolhido – R$ 24.339,77. Voto em dar provimento parcial ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes – Relatora Fl. 68DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 14/08/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 14/08/2 012 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10435.720214/2007-24
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2002
PER/DCOMP. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Para que haja direito à compensação, a Recorrente deve comprovar, de maneira inequívoca, a liquidez e a certeza do valor da restituição pleiteada para fins de reconhecimento do direito creditório e consequente homologação da compensação dos débitos.
Numero da decisão: 1302-000.867
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA
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ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2002 PER/DCOMP. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. LIQUIDEZ E CERTEZA. Para que haja direito à compensação, a Recorrente deve comprovar, de maneira inequívoca, a liquidez e a certeza do valor da restituição pleiteada para fins de reconhecimento do direito creditório e consequente homologação da compensação dos débitos.
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Matéria DCOMP SALDO NEGATIVO DE IRPJ Recorrente TUPAN CONSTRUÇÕES INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 PER/DCOMP. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. LIQUIDEZ E CERTEZA. Para que haja direito à compensação, a Recorrente deve comprovar, de maneira inequívoca, a liquidez e a certeza do valor da restituição pleiteada para fins de reconhecimento do direito creditório e consequente homologação da compensação dos débitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Marcos Rodrigues de Mello Presidente (assinado digitalmente) Guilherme Pollastri Gomes da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Diniz Raposo e Silva, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade, Lavínia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira e Marcos Rodrigues de Mello. Fl. 149DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente e m 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RO DRIGUES DE MELLO Processo nº 10435720214/200724 Acórdão n.º 1302000.867 S1C3T2 Fl. 150 2 Relatório Processo iniciado com MPF para apurar à procedência do Saldo Negativo de IRPJ, do anocalendário 2002, no montante de R$ 416.153,23, conforme os PER/DCOMP´s discriminados na tabela abaixo, uma vez que o saldo negativo da CSLL, referente aquele exercício, estava sendo compensado através das PER/DCOMP´s constantes do processo nº 10435720.215/200779 : PER/DCOMP TIPO CRÉDITO DÉBITO 06901.99836.261107.1.7.020060 RETIFICADOR 416.153,23 215.825,03 03895.38691.171106.1.7.020125 RETIFICADOR 416.153,23 215.825,03 39680.27222.150107.1.3.028008 ORIGINAL 416.153,23 221.533,61 21246.06906.151206.1.3.027700 ORIGINAL 416.153,23 232.908,77 09708.33523.300307.1.3.025177 ORIGINAL 416.153,23 215.825,03 Na diligência realizada pela DRF/Caruaru (fl. 62), após apresentação de documentação fiscal, concluiu a fiscalização pela existência do crédito apontado de R$ 416.153,23. De posse da documentação anexada e da conclusão a DRJ, através do Despacho Decisório nº 10435.720214/200724, homologou parcialmente o crédito apurado alegando em síntese que: De conformidade com os a Lei n° 9.430/96, a pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada. Caso os pagamentos por estimativa sejam superiores ao imposto de renda a pagar, apurado ao final do anocalendário, constituirão o chamado "saldo negativo' do período, o qual poderá ser compensado ou restituído a partir do período seguinte. Com base no exposto acima e tendo em vista que o crédito utilizado para as compensações em análise satisfaz aos requisitos legais e foi comprovado em procedimento de Diligência, há que se homologar parcialmente, as DCOMP's, transmitidas pela empresa conforme tabela abaixo: PER/DCOMP CREDITO DÉBITO 416.153,23 DECLARADO VENC. COMPENSADO SALDO DEVEDOR 06901.99836.261107.1.7.020060 157.076,19 31/01/06 157.076,19 58.748,84 31/01/06 16.140,23 42.608,61 21246.06906.151206.1.3.027700 191.362,88 15/12/06 191.362,88 41.545,89 15/12/06 41.545,89 39680.27222.150107.1.3.028008 191.533,61 15/01/07 191.533,61 30.000,00 15/01/07 30.000,00 A DCOMP nº 06901.99836.261107.1.7.020060 retifica a nº 29658.60667.300106.1.3.027966, para a qual foi pedido cancelamento (DCOMP nº 01341.79208.231107.1.8.026600), que não deve ser deferido visto que os débitos estão declarados em DCTF vinculados à DCOMP (fls.66/67). Fl. 150DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente e m 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RO DRIGUES DE MELLO Processo nº 10435720214/200724 Acórdão n.º 1302000.867 S1C3T2 Fl. 151 3 Assim deve ser deferido o pedido de cancelamento da DCOMP nº 30621.58804.231107.1.8.020157, tendo em vista que os débitos já estavam compensados na DCOMP n° 06901.99836.261107.1.7.020060. Pelos motivos expostos, foi deferida parcialmente a compensação requerida, sendo indeferido, o pedido de cancelamento constante da DCOMP nº 01341.79208.231107.1.8.026600 e deferido o cancelamento da DCOMP nº 30621.58804.231107.1.8.020157. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 75178), alegando, em síntese, que a DRF/Caruaru considerou débito já prescrito por meio de decisão judicial no montante de R$ 292.010,94, o qual foi objeto de compensação no processo n° 10435.720213/200780. Requereu, ao final, o reconhecimento do crédito da retificação da decisão promovida naquele processo (10435720213/200780) para que seja compensado o valor de R$ 4.608,61, a apensação dos processos e a homologação de todos os débitos. A 3ª Turma da DRJ/Recife julgou improcedente a solicitação, por unanimidade de votos alegando em síntese que: Todo o crédito postulado pela empresa foi reconhecido pela Receita Federal. O crédito oferecido nas compensações foi todo ele originado do saldo negativo do IRPJ apurado em 31/12/2002, integralmente reconhecido pela autoridade a quo, no montante de R$ 416.153,23. Os débitos informados pela contribuinte nos PERDCOMPs, foram por ele relacionados no demonstrativo de fl. 70 e, deixou de ser homologado tão somente no PERDCOMP n° 06901.99836.261107.1.7.020060, o valor de R$ 42.608,61, correspondente à parte da CSLL pleiteada (R$ 58.748,84). Não procede a alegação da impugnante de que a DRF/Caruaru teria compensado débitos já prescritos nos autos do processo n° 10435.720213/200780, uma vez que se tratam de débitos do PIS, apurados nos anoscalendário 1993 a 1995 no valor de R$ 292.010,94, cuja compensação foi integralmente homologada pela autoridade a quo. A afirmação da impugnante que tais débitos já haviam sido inscritos em Dívida Ativa, por força de pedido de compensação não aceito, e que já estariam prescritos em face de decisão judicial e da Súmula Vinculante n° 8, editada pelo Supremo Tribunal Federal, não foi considerada, por não haver nenhum vínculo entre aquele processo e o que ora se examina. Naquele processo, de n° 10435.7202131200780, foram transmitidas compensações tendo como crédito o saldo negativo do IRPJ apurado no anocalendário 2001, enquanto que neste processo o crédito é decorrente do saldo negativo apurado no anocalendário 2002 . Por outro lado, o débito cuja compensação não foi homologada neste processo (CSLL vencida em 31/01/2006), não foi relacionado para compensação nos autos do processo n° 10435.720213/200780, ínexístíndo, portanto, qualquer vínculação. Que o alegado saldo de crédito no processo n° 10435.7202131200780, poderá, observados os requisitos legais, ser pleiteado sua restituição ou compensação em procedimento próprio. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente e m 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RO DRIGUES DE MELLO Processo nº 10435720214/200724 Acórdão n.º 1302000.867 S1C3T2 Fl. 152 4 No presente processo, o crédito oferecido nos PERDCOMPs, embora integralmente reconhecido pela autoridade a quo, não foi suficiente para compensar todos os débitos, homologandose as compensações até o limite do direito creditório. Intimada da decisão da DRJ/Recife em 08/03/10 a contribuinte apresenta recurso voluntário, tempestivo, em 05/04/10, alegando em síntese que: o delegadoadjunto desconsiderou créditos da manifestante, mas considerou débito no montante nominal de R$292.010,94, já prescrito, por meio de decisão judicial (processo n. 2005.83.03.0005800), o qual foi imputado nos autos do processo administrativo de n. 10435.720213/200780. em consequência foi gerado um saldo devedor contra a manifestante nos seguintes valores e códigos de receita: 1 R$10.559,26 cód. 6912; 2 R$98.000,00 cód. 5856; 3 R$42.608,61 cód. 6012. o débito no valor de R$42.608,61 (cód. 6012), foi resultante deste processo administrativo (10435.720214/200724), o qual se pede o apensamento ao processo nº. 10435.720213/200780, para julgamento em conjunto. assim, a não consideração de crédito da manifestante resultou em um saldo devedor indevido que deveria ser extinto, neste ato, com a homologação do pedido de compensação. não buscou confundir os nobres julgadores quanto à natureza jurídica dos débitos e créditos a serem compensados, mas apenas valerse do art. 156, inc. II e Art. 170, ambos do CTN, assim como, o art. 34, da IN RFB 900/2008. desta forma, efetuar cobrança de débitos existindo crédito suficiente para compensálos, é desconsiderar as normas vigentes de direito tributário sobre a compensação. diante do exposto requer seja reformada a decisão da DRJ para que seja compensado o crédito reconhecido nos autos do processo n. 10435.720213/200780 com o débito deste processo de R$ 42.608,61. É o relatório. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente e m 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RO DRIGUES DE MELLO Processo nº 10435720214/200724 Acórdão n.º 1302000.867 S1C3T2 Fl. 153 5 Voto Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva O recurso voluntário é tempestivo e dotado dos pressupostos de recorribilidade previstos em lei, motivo pelo qual o admito para julgamento. No mérito acompanho o entendimento da DRJ. Nos autos se observa que o crédito oferecido nas compensações foi todo ele originado do saldo negativo do IRPJ apurado em 31/12/2002 e foi integralmente reconhecido pela autoridade a quo, no montante de R$ 416.153,23. Alega a impugnante que a DRF/Caruaru teria compensado débitos já prescritos nos autos do processo n° 10435.720213/200780, no valor de R$ 292.010,94, arguindo, assim, que haveria saldo de crédito para compensar o débito não homologado no presente processo. Diz, também, que tais débitos já haviam sido inscritos em Dívida Ativa, por força de pedido de compensação não aceito, e que já estariam prescritos em face de decisão judicial e da Súmula Vinculante n° 8, editada pelo Supremo Tribunal Federal. Porém a DRJ já se pronunciou sobre o assunto e em seu julgado afirma, corretamente, que não há nenhum vínculo entre aquele processo e o que ora se examina. Naquele processo, de n° 10435.7202131200780, foram transmitidas compensações tendo como crédito o saldo negativo do IRPJ apurado no anocalendário 2001, enquanto que neste processo o crédito é decorrente do saldo negativo apurado no anocalendário 2002. Além do mais, o débito cuja compensação não foi homologada neste processo, CSLL vencida em 31/01/2006, não foi relacionado para compensação nos autos do processo n° 10435.720213/200780, ínexístíndo, portanto, qualquer vinculação. O que observo nos autos é que o crédito oferecido nos PER/DCOMPs, embora integralmente reconhecido pela autoridade a quo, não foi suficiente para compensar todos os débitos, e por isso foram homologadas as compensações até o limite do direito creditório. Se, como alega a impugnante, houver saldo de crédito no processo n° 10435.7202131200780, poderá a empresa, observados os requisitos legais, pleitear sua restituição ou compensação em procedimento próprio. Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Guilherme Pollastri Gomes da Silva Relator Fl. 153DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente e m 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RO DRIGUES DE MELLO Processo nº 10435720214/200724 Acórdão n.º 1302000.867 S1C3T2 Fl. 154 6 Fl. 154DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente e m 09/05/2012 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SIL, Assinado digitalmente em 14/05/2012 por MARCOS RO DRIGUES DE MELLO
score : 1.0
Numero do processo: 19647.001242/2006-47
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2002
IRPF. DÉBITO APURADO EM AUDITORIA INTERNA PAGO DENTRO DE VINTE DIAS DA CIÊNCIA DO AUTO DE INFRAÇÃO. SUBSTITUIÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO PELA DE MORA.
Comprovado que o contribuinte recolheu a quantia apurada no julgamento de 1a instância dentro do prazo de vinte dias da ciência do auto de infração, correta a substituição da multa de ofício pela de mora de mora de 20%, nos
termos do art. 2º, §2o, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 077, de 24 de julho de 1998, e do art. 47 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2101-001.091
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO
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DÉBITO APURADO EM AUDITORIA INTERNA PAGO DENTRO DE VINTE DIAS DA CIÊNCIA DO AUTO DE INFRAÇÃO. SUBSTITUIÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO PELA DE MORA. Comprovado que o contribuinte recolheu a quantia apurada no julgamento de 1a instância dentro do prazo de vinte dias da ciência do auto de infração, correta a substituição da multa de ofício pela de mora de mora de 20%, nos termos do art. 2o, §2o, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 077, de 24 de julho de 1998, e do art. 47 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Presidente. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator. EDITADO EM: 16/05/2011 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage, José Evande Carvalho Araujo (convocado), José Raimundo Tosta Santos, Odmir Fernandes (convocado) e Walter Reinaldo Falcão Lima (convocado). Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 6 a 12, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2002, para glosar deduções indevidas de incentivo e de imposto de renda retido na fonte, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$6.732,55, acrescidos de multa de ofício e juros de mora. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 1 a 3), acatada como tempestiva. Alegou, consoante relatório do acórdão de primeira instância (fls. 65 a 66), que: a) foi intimado e apresentou no prazo legal os documentos solicitados composto de 8 comprovantes de rendimentos tributáveis e 35 outros comprovantes, após 5 meses da entrega dos documentos foi surpreendido com o auto de infração.para cobrança do IRPF/2002 Suplementar, em decorrência das glosas do imposto de renda na fonte de R$ 1.995,10, da empresa Cabanga Veículos S/A e R$ 3.011,35, da empresa Almeida Veículos S/A, sob a alegação que as empresas não apresentaram DIRF. Embora os documentos comprobatórios desses recolhimentos tenham sido entregue quando da intimação; b) reconhece que os valores declarados foram superior aos valores recolhidos pelas fontes pagadoras, que as referidas empresas encerraram suas atividades em agosto e setembro respectivamente, e os comprovantes de rendimentos foram fornecidos no início de 2002; c) entende o autuado que não é motivo justo a alegação que a falta das DIRF seja motivo da glosa do imposto de renda já que houve o desconto e o recolhimento do imposto e com relação a ser acionista dessas empresas e não ter portanto apresentado as DIRF, o que não é verdade pois o autuado é apenas acionista minoritário da Cabanga Veículos S/A.; d) de conformidade com os documentos acostados aos autos as fontes pagadoras Cabanga Veículos S/A.e Almeida Veículos S/A, ALVESA, recolheram imposto de renda na fonte referente aos meses de janeiro a junho na quantia de R$ 3.011,35; e) que reconhece ser devedor do IRPF/2002 no valor de R$ 3.721,20, tanto que este valor já está devidamente quitado, conforme DARF em anexo; ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou o lançamento procedente em parte, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 64 a 68): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2002 Fl. 2DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 19647.001242/200647 Acórdão n.º 210101.091 S2C1T1 Fl. 93 3 IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. SÓCIO DA PESSOA JURIDICA. COMPROVAÇÃO DO RECOLHIMENTO. Em se comprovando que houve o recolhimento, por parte da fonte pagadora, do imposto retido na fonte referente aos rendimentos recebidos pelo sócio, no limite do valor recolhido. DEDUÇÃO E INCENTIVO .MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Consolidase, na esfera administrativa, o crédito tributário correspondente à matéria que não houver sido expressamente contestada pelo impugnante. SALDO DO IMPOSTO A PAGAR DECLARADO. Deverá ser excluído do crédito tributário apurado o valor do saldo do imposto a pagar declarado pelo contribuinte, ainda que não tenha havido incidência da multa de ofício. Lançamento Procedente em Parte O julgador de 1a instância concordou com o impugnante que o imposto de renda retido na fonte foi de R$ 3.011,35, e que o imposto devido seria de R$ 3.721,20, mas discordou que o pagamento fosse acompanhado de multa de mora, mantendo a exigência com a cobrança de multa de ofício. RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificado da decisão de primeira instância em 29/05/2008 (fl. 73), o contribuinte apresentou, em 10/06/2008, o recurso de fls. 76 a 88, onde afirma que pagou o imposto devido menos de 20 dias após a ciência do auto de infração, e que isso lhe garantiria o direito de pagar a dívida com multa de mora, e que o DARF para pagamento foi emitido pela própria Receita Federal. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 91, que também trata do envio dos autos ao então Primeiro Conselho de Contribuintes. É o Relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 Tanto o julgador de 1a instância quanto o recorrente estão de acordo que o principal do crédito tributário devido é de R$ 3.721,20, quantia já recolhida (fl. 48). A disputa está sobre se esse valor deve ser acompanhado de multa de mora ou de ofício. Com razão o recorrente. A ciência do lançamento se deu em 03/02/2006 (fl. 51), e o recolhimento ocorreu em 13/02/2006 (fl. 48). Ora, o próprio auto de infração continha orientação de que, para pagamento do débito até o vigésimo dia contado da ciência do Auto de Infração, a multa de ofício seria substituída pela multa de mora de 20% (fl. 11), nos termos do art. 2o, §2o, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 077, de 24 de julho de 1998, e do art. 47 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996. É verdade que o contribuinte não recolheu todo o valor cobrado no lançamento, por não concordar com sua totalidade. Mas isso não impede a aplicação da multa reduzida, pois a própria Administração Tributária reduziu o crédito tributário para a mesma quantia paga espontaneamente. Assim, recolhido o tributo devido 10 dias após a ciência do lançamento, correto o procedimento de substituição da multa de ofício pela de mora. Diante do exposto, voto por DAR provimento ao recurso voluntário, para que se reduza a multa aplicada para o percentual de 20%, alocandose o pagamento de fl. 48 ao débito deste processo. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 4DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 11128.003005/2007-59
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do Fato Gerador: 3/3/2007 Ementa: NULIDADE. DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA JULGAMENTO. A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei n. 11.457/2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF n. 11). DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ENTREGA DE MANIFESTO E CONHECIMENTO PELO AGENTE DE CARGA A DESTEMPO. Não se opera a denúncia espontânea para excluir a multa prevista no art. 107, IV, “e” do Decreto-Lei n. 37/66, por descumprimento da obrigação de apresentar documentos na forma e no prazo estabelecidos pela RFB. Tal multa pode ser aplicada ao agente de carga.
Numero da decisão: 3403-001.655
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA JULGAMENTO. A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei n. 11.457/2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal (Súmula CARF n. 11). DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ENTREGA DE MANIFESTO E CONHECIMENTO PELO AGENTE DE CARGA A DESTEMPO. Não se opera a denúncia espontânea para excluir a multa prevista no art. 107, IV, “e” do DecretoLei n. 37/66, por descumprimento da obrigação de apresentar documentos na forma e no prazo estabelecidos pela RFB. Tal multa pode ser aplicada ao agente de carga. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso Antonio Carlos Atulim Presidente. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/07/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN 2 Rosaldo Trevisan Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Raquel Motta Brandão Minatel, Marcos Tranchesi Ortiz, e Domingos de Sá Filho. Relatório Versa a autuação a que se refere o presente processo sobre exigência de multa pela prestação em atraso de informações pelo agente de carga. No Auto de Infração, lavrado em 7/5/2007 (fls. 1 a 34), narrase basicamente que: (a) o agente de carga autuado protocolizou junto à Alfândega do Porto de Santos, no dia 5/3/2007, Registro de Manifesto de Carga Consolidada referente a 1 conhecimento de carga “Master”, e 10 conhecimentos de carga “House”, relativos a navio atracado naquele porto em 1/3/2007; (b) a Ordem de Serviço ALF/STS no 4, de 5/11/2001 estabelece que o agente deve entregar à autoridade aduaneira o manifesto acompanhado de cópias dos conhecimentos até o final do expediente do dia útil seguinte ao da efetiva atracação (ou seja, no caso concreto, dia 2/3/2007); (c) a base legal para a exigência dos documentos é o DecretoLei no 37/1966, com a redação dada pela Lei no 10.833/2003; e (d) a base legal para aplicação da penalidade é o mesmo DecretoLei no 37/1966, art. 107, IV, “e”, também com a redação dada pela Lei no 10.833/2003. Cientificado em 21/5/2007 (fls. 37), o agente de carga, sujeito passivo da presente autuação, apresentou impugnação tempestiva em 18/6/2007 (fls. 38 a 48), alegando, em suma, que: (a) não houve a falta do manifesto, mas tãosomente atraso insignificante na entrega do manifesto de carga, antes do início de qualquer ação fiscal, caracterizandose a denúncia espontânea; (b) a penalidade desrespeita o princípio da reserva legal, pois a Ordem de Serviço não é lei em sentido estrito, e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade; Fl. 158DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/07/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 11128.003005/200759 Acórdão n.º 3403001.655 S3C4T3 Fl. 2 3 (c) o Terceiro Conselho de Contribuintes já reconheceu a inaplicabilidade da multa por atraso na entrega de manifesto; e (d) a multa foi enquadrada em valor incorreto, visto que o atraso ocorreu na entrga de um único manifesto, tendo a autoridade multiplicado o valor da multa fixa (R$ 5.000,00) pelo número de conhecimentos de carga “house”. A impugnação foi apreciada em 11/8/2011, pela DRJ/São Paulo II (fls. 111 a 120), que concluiu, em síntese, pela procedência em parte da autuação, mantendose uma única multa de R$ 5.000,00, em acolhimento ao destacado na letra “e” da síntese da impugnação aqui efetuada. Em relação aos demais tópicos, manifestouse o órgão julgador de primeira instância no sentido de que é ponto incontroverso o fato de o agente de carga ter entregue o Registro de Manifesto ao setor competente fora do prazo determinado pela legislação em vigor;e que o ato normativo editado pela Alfândega do Porto de Santos complementa o art. 107, IV, “e” do DecretoLei no 37/1966, com a redação dada pela Lei no 10.833/2003. Cientificada da decisão de primeira instância (AR às fls. 124, com data de recebimento indicada como 1/9/2011), a autuada apresenta RECURSO VOLUNTÁRIO tempestivo em 29/9/2011 (fls. 127 a 137), reiterando a argumentação exposta na impugnação, e adicionando que: (a) o lançamento é nulo, tendo em vista o decurso do prazo (360 dias) indicado no art. 24 da Lei no 11.457/2007 (a impugnação apresentada em 2007 só veio a ser julgada em 2011); (b) ocorreu prescrição intercorrente, de acordo com o disposto na Lei no 9.873/1999; (c) a recorrente tinha a intenção de prestar as informações no prazo regulamentar, não logrando êxito por circunstâncias superiores à sua vontade; e (d) não houve embaraço à atividade fiscal, tendo ocorrido o simples descumprimento de obrigação acessória, que pode ser abarcado pela denúncia espontânea, ou pela aplicação análoga do art. 736 do Decreto no 6.759/2009. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Fl. 159DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/07/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN 4 O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. No recurso voluntário, apresentase questão preliminar, levantando eventual nulidade do lançamento, seguida de três discussões a respeito do conteúdo da autuação. Passa se, a seguir, à análise e manifestação sobre cada um dos tópicos apontados pela recorrente. Da preliminar de nulidade Sustenta a recorrente que o lançamento é nulo, tendo em vista a decorrência de aproximadamente 4 anos entre o protocolo de sua impugnação e o julgamento pelo órgão colegiado de primeira instância. Indica como amparo o art. 24 da Lei no 11.457/2007, que dispõe: “Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.” É cediço que o comando legal indicado inserese em um contexto que busca dotar de maior celeridade o processo administrativo, em consonância com os princípios constitucionais que regem a matéria. Contudo, é preciso reconhecer que não atribuiu o legislador efeito de nulidade ao processo em desacordo com o comando. E poderia têlo feito, se o desejasse, visto que a mesma Lei no 11.457/2007 promove alterações ao Decreto no 70.235/1972, que disciplina o processo administrativo fiscal. Neste Decreto é que se arrolam (art. 59) as causas de nulidade, entre as quais não se encontra a aqui indicada pela recorrente. Também é sabido que no processo há prazos próprios e impróprios, e que estes não acarretam consequências processuais, embora possam ensejar discussões sobre responsabilização funcional, caso o retardo não seja justificável. Vejase, a título ilustrativo, o art. 189 do Código de Processo Civil, que também tem por escopo a celeridade nos julgados: “Art. 189. O juiz proferirá: I os despachos de expediente, no prazo de 2 (dois) dias; II as decisões, no prazo de 10 (dez) dias.” Embora se possa entender o escopo do artigo, afigurase irrazoável dele deduzir que um processo com decisão judicial proferida após dez dias seria objeto de nulidade. No mesmo sentido as observações em relação ao art. 4o do Decreto no 70.235/1972 e ao 24 da Lei no 11.457/2007. Ademais, o art. 24 da Lei no 11.457/2007 possuía dois parágrafos que foram vetados pelo Poder Executivo (veto mantido). Um deles exatamente porque atribuía efeitos ao processo no caso de descumprimento (o § 2o dispunha que “haverá interrupção do prazo, pelo período máximo de 120 dias, quando necessária à produção de diligências administrativas, que deverá ser realizada no máximo em igual prazo, sob pena de seus resultados serem presumidos favoráveis ao contribuinte”). Fl. 160DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/07/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 11128.003005/200759 Acórdão n.º 3403001.655 S3C4T3 Fl. 3 5 Na mensagem no 140, de 16/3/2007, são esclarecidas as razões do veto presidencial, proposto pelos Ministérios da Fazenda e da Justiça: “Razões do veto “Como se sabe, vigora no Brasil o princípio da unidade de jurisdição previsto no art. 5o, inciso XXXV, da Constituição Federal. Não obstante, a esfera administrativa tem se constituído em via de solução de conflitos de interesse, desafogando o Poder Judiciário, e nela também são observados os princípios do contraditório e da ampla defesa, razão pela qual a análise do processo requer tempo razoável de duração em virtude do alto grau de complexidade das matérias analisadas, especialmente as de natureza tributária. Ademais, observase que o dispositivo não dispõe somente sobre os processos que se encontram no âmbito do contencioso administrativo, e sim sobre todos os procedimentos administrativos, o que, sem dúvida, comprometerá sua solução por parte da administração, obrigada a justificativas, fundamentações e despachos motivadores da necessidade de dilação de prazo para sua apreciação. Por seu lado, devese lembrar que, no julgamento de processo administrativo, a diligência pode ser solicitada tanto pelo contribuinte como pelo julgador para firmar sua convicção. Assim, a determinação de que os resultados de diligência serão presumidos favoráveis ao contribuinte em não sendo essa realizada no prazo de cento e vinte dias é passível de induzir comportamento não desejável por parte do contribuinte, o que poderá fazer com que o órgão julgador deixe de deferir ou até de solicitar diligência, em razão das conseqüências de sua não realização. Ao final, o prejudicado poderá ser o próprio contribuinte, pois o julgamento poderá ser levado a efeito sem os esclarecimentos necessários à adequada apreciação da matéria.” Derradeiramente, não devemos confundir a celeridade procedimental com a duração razoável do processo (ambas garantidas pelo Texto Constitucional): “Embora seja difícil conceituar precisamente a noção de razoável duração do processo, percebese que tal conceito não está relacionado única e exclusivamente ao “processo rápido” propriamente dito. O processo deve ser rápido o suficiente para dar a resposta apropriada à lide, porém adequadamente longo para garantir a segurança jurídica da demanda. Por tal motivo, o princípio da razoável duração do processo é dúplice, pois tanto a abreviação indevida como o alongamento excessivo são potencialmente danosos ao indivíduo.” 1 Rejeitase, assim, a preliminar de nulidade, passandose à análise de mérito. Da prescrição intercorrente 1 MARINS, James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial). 6.ed. São Paulo: Dialética, 2012, p.173. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/07/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN 6 Alegase ainda no recurso voluntário que houve prescrição intercorrente, de acordo com o disposto na Lei no 9.873/1999. Não merece prosperar tal argumentação. A uma, por estar o processo tributário literalmente excluído do universo de aplicação da lei citada, em seu art. 5o: “Art.5oO disposto nesta Lei não se aplica às infrações de natureza funcional e aos processos e procedimentos de natureza tributária.” (g.n.) E, derradeiramente, por já estar o tema sumulado no âmbito deste CARF: “Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal” Acórdãos paradigmas: Acórdão nº 10321113, de 05/12/2002 Acórdão nº 10419410, de 12/06/2003 Acórdão nº 10419980, de 13/05/2004 Acórdão nº 10515025, de 13/04/2005 Acórdão nº 10707733, de 11/08/2004 Acórdão nº 20207929, de 22/08/1995 Acórdão nº 20302815, de 23/10/1996 Acórdão nº 20304404, de 11/10/1997 Acórdão nº 20173615, de 24/02/2000 Acórdão nº 20176985, de 11/06/2003. Da denúncia espontânea Aduz a recorrente que entregou em atraso a documentação (manifesto de carga e conhecimentos de carga “master” e “house”) à autoridade aduaneira, mas o fez antes do início de qualquer procedimentos fiscal. E acrescenta que o atraso na prestação da informação não trouxe consequências ao Erário, e constituiu apenas descumprimento de obrigação acessória. Inicialmente, destaquese que a visão de que a ocupação da Secretaria da Receita Federal do Brasil nas importações é tributária reflete ideia vetusta e superada. A real finalidade de receber antecipadamente as informações e documentos referentes às cargas não é tributária, estritamente vinculada ao Erário, mas aduaneira, buscando efetuar uma verdadeira gestão prévia da informação de modo a possibilitar uma análise de risco e melhor seleção para conferência durante o despacho de importação. No final do século passado as Aduanas descobriram que não se pode esperar que as cargas cheguem ao País para agir. É preciso obter informações antecipadas para que se possa efetuar uma adequada gestão de risco, de modo a selecionar para conferência as mercadorias que efetivamente tenham um maior potencial de cometimento de irregularidades. Dada a impossibilidade de fiscalização de todo o universo de importações, é preciso selecioná las da melhor forma, e grande parte dos critérios de seleção demandam informação prévia. Daí a necessidade de informação antecipada sobre as cargas. A norma da Alfândega de Santos antecipa algo que veio a se estender ao País todo em 2008, com o início da produção de efeitos da Instrução Normativa RFB no 800/2007: a sistemática análise de risco nas importações, de modo a melhorar a seleção em matéria aduaneira. E quando se trata de matéria aduaneira, não se está envolvendo somente os tributos aduaneiros, mas a defesa da concorrência, do meio ambiente, da saúde, da segurança nacional. Assim, absoltamente improcedente a afirmação de que a não apresentação (ou a apresentação intempestiva) de uma informação antecipada sobre carga seja irrelevante. Pode sêlo sob a ótica do usuário, mas não de uma Aduana preocupada em, de posse de tal Fl. 162DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/07/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 11128.003005/200759 Acórdão n.º 3403001.655 S3C4T3 Fl. 4 7 informação, efetuar análise de risco para aprimoramento da seleção voltada à conferência aduaneira. O fato de a informação prestada constituirse em obrigação acessória, como argumentado pela recorrente, não lhe retira o grau de importância, tendo em vista o aqui já exposto. Da mesma forma, o descumprimento desta obrigação acessória de prestar a informação sobre a carga na forma e no prazo estabelecidos não se coaduna com o instituto tributário da denúncia espontânea. Daí o DecretoLei no 37/1966 disciplinar a denúncia espontânea, em seu art. 102, com enfoque sensivelmente diferente do art. 138 do Código Tributário Nacional. Da mesma forma, o Regulamento Aduaneiro: diante de diversas manifestações de tribunais administrativos e judiciais, e do Ato Normativo CST no 4, de 17/1/1986, o Regulamento Aduaneiro vigente à época dos fatos (Decreto no 4.543/2002), em seu art. 612, § 3o, dispunha que “depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior não mais se tem por espontânea a denúncia de infração imputável ao transportador”. Endossese que este CARF já pacificou entendimento de que a denúncia espontânea não se aplica em caso semelhante (obrigação acessória): “Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.” Assim, rechaçase a inclusão da situação apresentada (entrega intempestiva de documentos à autoridade aduaneira pelo agente de carga) no âmbito do instituto da denúncia espontânea. Da prestação de informações fora do prazo Tratase, por fim, do fato menos controverso destes autos: a prestação de informações, pelo agente de carga, fora dos prazos estabelecidos pela legislação. Desde a impugnação o autuado confirma a entrega dos documentos (manifesto de carga e conhecimentos de carga) fora do prazo normativamente estabelecido. No recurso voluntário, afirmase que “a recorrente tinha a intenção de prestar as informações no prazo regulamentar, não logrando êxito por circunstâncias superiores à sua vontade”. De início, argumentava o autuado que a conduta na qual incidiu era atípica, visto que não deixou de entregar as informações, mas apenas a entregou fora do prazo, o que a figura sancionatória não contemplava. Procedente seria tal argumentação se a infração tivesse ocorrido antes da vigência da Lei no 10.833/2003, que deu nova redação ao art. 107 do DecretoLei no 37/1966. A redação anterior do inciso VI do art. 107 (correpondente ao art. 522, III do Regulamento Aduaneiro de 1985, referido na jurisprudência trazida pela recorrente), com a redação dada pelo DecretoLei no 751/1969, era: “Art. 107... ... VI de NCr$ 50,00 a NCr$ 100,00 (cinqüenta cruzeiros novos a cem cruzeiros novos) por volume, na hipótese do art.102, pela falta de manifesto ou documento de efeito equivalente ou Fl. 163DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/07/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN 8 ausência de sua autenticação, ou ainda, falta de declaração quanto à carga;” Contudo, a redação dada ao art. 107, IV, “e”, pela Lei no 10.833/2003 (que é a penalidade aplicada na autuação) abarca explicitamente a figura da prestação de informações a destempo: “Art. 107... ... IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): ... e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; e A Lei no 10.833/2003 não estabelece só a penalidade, mas também a obrigatoriedade da prestação das informações, ao dar nova redação ao art. 37 do DecretoLei no 37/1966: “Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. § 1o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. ...” Assim, resta perfeitamente tipificada a conduta no enquadramento indicado na autuação, sendo o agente de carga sujeito passivo da relação tributária instaurada, e mantido o quantum objeto de análise pelo julgador a quo. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. Rosaldo Trevisan Fl. 164DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/07/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 11128.003005/200759 Acórdão n.º 3403001.655 S3C4T3 Fl. 5 9 Fl. 165DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/07/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 18/07/2012 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 13738.000573/2007-45
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 30/05/2007
Ementa: ALIMENTAÇÃO FORNECIDA PELO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA E ISENÇÃO COM REQUISITOS NO INTERESSE DA SAÚDE DO TRABALHADOR.
A alimentação fornecida pelo empregador tem natureza salarial e está no campo da incidência da contribuição previdenciária, mas goza de isenção segundo o requisito legal. O requisito de inscrição no PAT atende à proporcionalidade, pois objetiva proteger a saúde do trabalhador e não representa óbice excessivamente gravoso para a empresa. Sem obediência ao requisito legal não há como reconhecer o direito à isenção.
MATÉRIA OBJETO DE ATO DECLARATÓRIO DA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL DISPENSANDO A CONTESTAÇÃO JUDICIAL. ART. 19 DA LEI 10.522/2002 QUE NÃO VINCULA O CARF.
Ato da PGFN que dispensa a contestação de matérias em virtude de jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal, ou do Superior Tribunal de Justiça, não vincula as decisões deste Colegiado, pois o §5º do art. 19 da lei 10.522/2002 não trata de decisões do CARF, mas apenas prevê a revisão de ofício para os créditos tributários já constituídos a ser feita pela autoridade lançadora. Ademais, o ato não diz respeito ao direito material e sim ao desinteresse da União em insistir com recursos que, mantido o estado atual da jurisprudência, não teriam êxito, o que diz respeito ao direito processual tributário.
MULTA MORA. PERCENTUAL DO ART. 61 DA LEI 9.430/96. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996.
Recurso Voluntário Provido.em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2301-002.667
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em negar provimento na questão do auxílio alimentação, nos termos do voto da Redatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento nesta questão; II) Por maioria de votos: a) em manter a aplicação da multa, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva, que votou pelo afastamento da multa; b) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votam em manter a multa aplicada; III) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a) Redator designado: Mauro José Silva.
Nome do relator: DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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ementa_s : Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 30/05/2007 Ementa: ALIMENTAÇÃO FORNECIDA PELO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA E ISENÇÃO COM REQUISITOS NO INTERESSE DA SAÚDE DO TRABALHADOR. A alimentação fornecida pelo empregador tem natureza salarial e está no campo da incidência da contribuição previdenciária, mas goza de isenção segundo o requisito legal. O requisito de inscrição no PAT atende à proporcionalidade, pois objetiva proteger a saúde do trabalhador e não representa óbice excessivamente gravoso para a empresa. Sem obediência ao requisito legal não há como reconhecer o direito à isenção. MATÉRIA OBJETO DE ATO DECLARATÓRIO DA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL DISPENSANDO A CONTESTAÇÃO JUDICIAL. ART. 19 DA LEI 10.522/2002 QUE NÃO VINCULA O CARF. Ato da PGFN que dispensa a contestação de matérias em virtude de jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal, ou do Superior Tribunal de Justiça, não vincula as decisões deste Colegiado, pois o §5º do art. 19 da lei 10.522/2002 não trata de decisões do CARF, mas apenas prevê a revisão de ofício para os créditos tributários já constituídos a ser feita pela autoridade lançadora. Ademais, o ato não diz respeito ao direito material e sim ao desinteresse da União em insistir com recursos que, mantido o estado atual da jurisprudência, não teriam êxito, o que diz respeito ao direito processual tributário. MULTA MORA. PERCENTUAL DO ART. 61 DA LEI 9.430/96. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Recurso Voluntário Provido.em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte
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Recorrida Fazenda Nacional Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 30/05/2007 Ementa: ALIMENTAÇÃO FORNECIDA PELO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA E ISENÇÃO COM REQUISITOS NO INTERESSE DA SAÚDE DO TRABALHADOR. A alimentação fornecida pelo empregador tem natureza salarial e está no campo da incidência da contribuição previdenciária, mas goza de isenção segundo o requisito legal. O requisito de inscrição no PAT atende à proporcionalidade, pois objetiva proteger a saúde do trabalhador e não representa óbice excessivamente gravoso para a empresa. Sem obediência ao requisito legal não há como reconhecer o direito à isenção. MATÉRIA OBJETO DE ATO DECLARATÓRIO DA PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL DISPENSANDO A CONTESTAÇÃO JUDICIAL. ART. 19 DA LEI 10.522/2002 QUE NÃO VINCULA O CARF. Ato da PGFN que dispensa a contestação de matérias em virtude de jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal, ou do Superior Tribunal de Justiça, não vincula as decisões deste Colegiado, pois o §5º do art. 19 da lei 10.522/2002 não trata de decisões do CARF, mas apenas prevê a revisão de ofício para os créditos tributários já constituídos a ser feita pela autoridade lançadora. Ademais, o ato não diz respeito ao direito material e sim ao desinteresse da União em insistir com recursos que, mantido o estado atual da jurisprudência, não teriam êxito, o que diz respeito ao direito processual tributário. MULTA MORA. PERCENTUAL DO ART. 61 DA LEI 9.430/96. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova Fl. 259DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA 2 redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Recurso Voluntário Provido.em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em negar provimento na questão do auxílio alimentação, nos termos do voto da Redatora. Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em dar provimento nesta questão; II) Por maioria de votos: a) em manter a aplicação da multa, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva, que votou pelo afastamento da multa; b) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votam em manter a multa aplicada; III) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a) Redator designado: Mauro José Silva. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Bernadete De Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13738.000573/200745 Acórdão n.º 230102.667 S2C3T1 Fl. 2 3 Relatório 1. Tratase de recurso voluntário interposto por FERRAGENS 3F DO BRASIL LTDA. em face do acórdão da DRJ que manteve o lançamento, negando provimento à impugnação apresentada. 2. Narra o relatório fiscal que a apuração se deu com base no levantamento de créditos de contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e A parte destinada a Terceiros, no período de 01/2006 a 05/2007 (ff. 67 a 73). 3. O acórdão de primeira instância restou ementado nos termos em que se transcreve: “Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 30/05/2007 Ementa: ALIMENTAÇÃO. AUSÊNCIA DE INSCRIÇÃO NO PAT. RISCOS OCUPACIONAIS. APOSENTADORIA ESPECIAL. ALÍQUOTA ADICIONAL. Integram o saláriodecontribuição os valores despendidos no fornecimento de alimentação, por empresa não inscrita no Programa de Alimentação do Trabalhador. A comprovação da existência de riscos ocupacionais que autorizem a concessão de aposentadoria especial implica na obrigatoriedade do recolhimento da aliquota adicional para custeála. Lançamento Procedente” (f. 492) 4. Buscando a reforma da decisão, o contribuinte apresentou recurso voluntário (ff. 228 a 235) aduzindo, em síntese: a) que a base de cálculo apurada não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), o pagamento de auxilio alimentação, e por extensão os gêneros alimentícios que compõem a cesta básica, quando este decorra de acordo ou convenção b) a juntada do recibo que comprovaria a inscrição no PAT; c) que a direção da empresa iniciou a implementação de um programa para eliminação de agentes nocivos identificados no Laudo Técnico de Fl. 261DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA 4 Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT, que embasou a incidência do adicional RAT de 6%. 5. Sem contrarrazões. Os autos foram encaminhados à apreciação deste Conselho. É o relatório. Fl. 262DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13738.000573/200745 Acórdão n.º 230102.667 S2C3T1 Fl. 3 5 Voto Vencido Conselheiro Relator Damião Cordeiro de Moraes DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. Conheço do recurso voluntário, uma vez que atende aos pressupostos de admissibilidade. DO LANÇAMENTO 2. Apesar de o lançamento ter sido efetuado sobre várias rubricas (ff. 67 a 73), o contribuinte só se insurge contra duas delas: Levantamento CBO, em razão de a empresa não está inscrita no Programa de Alimentação do Trabalhador — PAT; e Levantamento ADR, em razão do grau de exposição a agentes nocivos químicos e fisicos, sujeita ao recolhimento da alíquota adicional, conforme constatação no Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho — LTCAT. 3. Como narrado no relatório fiscal, a empresa disponibilizou, conforme previsão em Acordo Coletivo de Trabalho, o benefício da alimentação a seus empregados, mediante fornecimento de cestas básicas. 4. E a despeito do bom arrazoado trazido pelo fisco, a meu ver, o débito não merece prosperar, conforme passarei a demonstrar a seguir. 5. Tenho firmado entendimento no sentido de que o pagamento do auxílio alimentação “in natura” não sofre a incidência da contribuição previdenciária, haja vista a ausência de sua natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no PAT. 6. Corroborando o posicionamento ora exposto, temse a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificando o entendimento no sentido de que o pagamento ‘in natura’ do auxílioalimentação não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não constituir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Com tal atitude, a empresa planeja, apenas, proporcionar o aumento da produtividade e eficiência funcionais. (Precedentes. EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 08/11/2004, REsp 719.714/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006). 7. Confirase, a propósito, recente julgado da Primeira Turma deste Colendo Tribunal, in verbis: “TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO. VALEALIMENTAÇÃO. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR PAT. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. NÃOINCIDÊNCIA. 1. O valor concedido pelo empregador a título de vale alimentação não se sujeita à contribuição previdenciária, Fl. 263DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA 6 mesmo nas hipóteses em que o referido benefício é pago em dinheiro. 2. A exegese hodierna, consoante a jurisprudência desta Corte e da Excelsa Corte, assenta que o contribuinte é sujeito de direito, e não mais objeto de tributação. 3. O Supremo Tribunal Federal, em situação análoga, concluiu pela inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o valor pago em espécie sobre o vale transporte do trabalhador, mercê de o benefício ostentar nítido caráter indenizatório. (STF RE 478.410/SP, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, julgado em 10.03.2010, DJe 14.05.2010) 4. Mutatis mutandis, a empresa oferece o ticket refeição antecipadamente para que o trabalhador se alimente antes e ir ao trabalho, e não como uma base integrativa do salário, porquanto este é decorrente do vínculo laboral do trabalhador com o seu empregador, e é pago como contraprestação pelo trabalho efetivado. 5. É que: (a) ‘o pagamento in natura do auxílioalimentação, vale dizer, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito, ou não, no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, ou decorra o pagamento de acordo ou convenção coletiva de trabalho’ (REsp 1.180.562/RJ (grifo nosso) (...) 6. Recurso especial provido.” (STJ REsp 1185685/SP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/12/2010, DJe 10/05/2011) (g.n.) 8. Salientase, ainda, que para firmar esse entendimento fazse mister a referência de acórdão cuja relatoria é do Ministro José Delgado que tratou da matéria em questão, conforme ementa abaixo transcrita: “TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. REFEIÇÃO REALIZADA NAS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA. NÃOINCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PRECEDENTES. DÉBITOS PARA COM A SEGURIDADE SOCIAL. PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ DA CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA. PRECEDENTES. 1. Recurso especial interposto pelo INSS contra acórdão proferido pelo TRF da 4ª Região segundo o qual: a) o simples inadimplemento da obrigação tributária não constitui infração Fl. 264DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13738.000573/200745 Acórdão n.º 230102.667 S2C3T1 Fl. 4 7 à lei capaz de ensejar a responsabilidade solidária dos sócios; b) o auxílioalimentação fornecido pela empresa não sofre a incidência de contribuição previdenciária, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Em seu apelo, o INSS aponta negativa de vigência dos artigos 135 e 202, do CTN, 2º, § 5º, I e IV, 3º da Lei 6.830/80, 28, § 9º, da Lei n. 8.212/91 e divergência jurisprudencial. Sustenta, em síntese, que: a) a) o ônus da prova acerca da não ocorrência da responsabilidade tributária será do sócio executado, tendo em vista a presunção de legitimidade e certeza da certidão da dívida ativa; b) é pacífico o entendimento no STJ de que o auxílioalimentação, caso seja pago em espécie e sem inscrição da empresa no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, é salário e sofre a incidência de contribuição previdenciária. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de que o pagamento in natura do auxílioalimentação, isto é, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não constituir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Com tal atitude, a empresa planeja, apenas, proporcionar o aumento da produtividade e eficiência funcionais. Precedentes. EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 08/11/2004, REsp 719.714/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006. 3. Constando o nome do sóciogerente na certidão de dívida ativa e tendo ele tido pleno conhecimento do procedimento administrativo e da execução fiscal, responde solidariamente pelos débitos fiscais, salvo se provar a inexistência de qualquer vínculo com a obrigação. 4. Presunção de certeza e liquidez da certidão da dívida ativa. Ônus da prova da isenção de responsabilidade que cabe ao sóciogerente. Precedentes: EREsp 702.232/RS, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 26/09/2005; EREsp 635.858/RS, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 02/04/2007. 5. Recurso especial parcialmente provido.” (REsp 977.238/RS, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 13.11.2007, DJ 29.11.2007 p. 257) [grifo nosso] 9. Inclusive, a argumentação da Fazenda Nacional nos autos acima (REsp 977.238/RS) era de que o auxilio alimentação, pago em espécie e sem inscrição da empresa no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), possuía natureza salarial sendo, portanto, passível de recolhimento de tributo. No entanto, sua sustentação não foi provida em razão da Fl. 265DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA 8 orientação jurisprudencial pacífica do STJ em sentido contrário, qual seja não incidência de contribuições previdenciárias sobre os valores pagos a título de auxilio alimentação. 10. Digase, também, pelo que se indica nestes casos, que a concessão da alimentação é desvinculada do salário por força da própria Lei nº 8.212/91 que determina a não integração do saláriodecontribuição às importâncias recebidas a título de ganhos expressamente desvinculados do salário (art. 28, §9º, letra “e”, número 7). 11. Outrossim, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional recentemente aprovou parecer vinculativo em que atesta que: “Não incide contribuição previdenciária quando a empresa não tem inscrição no PAT” (Parecer n. 2117 de 10/11/2011, Despacho do Ministro de Estado da Fazenda de 22/11/2011, publicado em 24/11/2011). 12. É oportuno dizer que as empresas, na verdade, estão desempenhando enorme papel social ao fornecerem alimentação a seus trabalhadores, notadamente para aqueles de menor renda. Ressaltase que cobrar contribuições sociais sobre o fornecimento próprio de alimentação é penalizar as empresas e desestimular a colaboração da sociedade na saúde do trabalhador. 13. É o caso, portanto, de dar provimento ao recurso nesta parte. 14. Por fim, no que diz respeito ao fato de a direção da empresa ter iniciado a implementação de um programa para eliminação de agentes nocivos identificados no Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT, que embasou a incidência do adicional RAT de 6%, a recorrente não trouxe aos autos nenhuma prova que determine a retificação do débito. 15. O contribuinte não logrou êxito em afastar a presunção de legalidade do lançamento. Assim, melhor sorte não merece o apelo nesse ponto. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. 16. Ressaltase que, em respeito ao art. 106 do CTN, inciso II, alínea “c”, deve o Fisco perscrutar, na aplicação da multa, a existência de penalidade menos gravosa ao contribuinte. No caso em apreço, esse cotejo deve ser promovido em virtude das alterações trazidas pela Lei nº 11.941/2009 ao art. 35 da Lei nº 8.212/1991, que instituiu mudanças à penalidade cominada pela conduta da Recorrente à época dos fatos geradores. 17. Assim, identificando o Fisco benefício ao contribuinte na penalidade nova, essa deve retroagir em seus efeitos, conforme ocorre com a nova redação dada ao art. 35 da Lei nº 8.212/1991 que assim dispõe: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 18. Por sua vez, o art. 61 da Lei nº 9.430/96 reza: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem Fl. 266DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13738.000573/200745 Acórdão n.º 230102.667 S2C3T1 Fl. 5 9 a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (...) § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. 19. Confrontando a penalidade retratada na redação original do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 com a que ora dispõe o referido dispositivo legal, vêse que a primeira permitia que a multa atingisse o patamar de 100%, dado o estágio da cobrança do débito, ao passo que a nova limita a multa a vinte por cento. 20. Sendo assim, diante da inafastável aplicação da alínea “c”, inciso II, art. 106, do CTN, concluise pela possibilidade de aplicação da multa prevista no art. 61 da Lei nº 9.430/1996, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ao art. 35 da Lei nº 8.212/1991, se for mais benéfica para o contribuinte. CONCLUSÃO 21. Nestes termos, conheço do recurso para, no mérito, Darlhe provimento parcial, a fim decotar do lançamento a parte relativa ao pagamento de auxilio alimentação, e por extensão os gêneros alimentícios que compõem a cesta básica, bem como aplicar a multa prevista no art. 61, § 2º da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica ao contribuinte, nos termos acima delineados. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator Fl. 267DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA 10 Voto Vencedor Conselheiro Mauro José Silva, Redator Designado Apresentamos nossas considerações em sintonia com os aspectos do Acórdão para os quais fomos designados como Redator do voto vencedor Auxílio alimentação. Necessidade de inscrição no PAT. Conforme previsto no caput do art. 458 da CLT, a alimentação fornecida ao trabalhador está compreendida no conceito de salário. Apesar do dispositivo legal suscitar poucas dúvidas, temos que acrescentar que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) já editou a Súmula 241 sobre o assunto, in verbis: Súmula Nº 241 do TST SALÁRIOUTILIDADE. ALIMENTAÇÃO O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração do empregado, para todos os efeitos legais. Estando compreendida no conceito de salário, é verba que está no campo de incidência da contribuição previdenciária. No entanto, quis o legislador, no art. 28, §9º, alínea “c” instituir uma isenção para a alimentação concedida in natura, ou seja, para a alimentação fornecida pela própria empresa. Como requisito para o gozo da isenção, foi estabelecido que a parcela in natura seja “recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976”. A referida Lei, em seu art. 3º, traz texto similar à Lei 8.212/91, conforme segue: Art 3º Não se inclui como salário de contribuição a parcela paga in natura , pela empresa, nos programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho. Vêse, pois, que a exigência de que a alimentação fornecida in natura esteja de acordo com programa de alimentação aprovado pelo Ministério do trabalho tem dupla previsão legal. Tal constatação, por si só, já seria suficiente para afastarmos qualquer possibilidade de afastarmos, na aplicação da lei, a exigência de tal requisito para o reconhecimento da isenção. No entanto, a título argumentativo, compulsamos a legislação do Ministério do Trabalho que trata do assunto para verificarmos quais as exigências do referido programa, de modo a concluirmos se seriam exigências que atendem ao princípio da proporcionalidade. No art 1º da Portaria 03/2002 há a previsão de que o Programa de Alimentação do Trabalhador “tem por objetivo a melhoria da situação nutricional dos Fl. 268DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13738.000573/200745 Acórdão n.º 230102.667 S2C3T1 Fl. 6 11 trabalhadores, visando a promover sua saúde e prevenir as doenças profissionais.”. Notase, portanto, que a regulamentação do PAT traz em si uma preocupação com o bem estar dos trabalhadores. Nesse sentido, o art 5º da mesma Portaria estabelece critérios para garantir que o trabalhador receba uma alimentação saudável, com respeito aos alimentos regionais e ao significado socioeconômico e cultural dos vários alimentos. Prossegue a norma infralegal com preocupações sobre os macronutrientes que devem estar contidos em cada uma das refeições do dia. Quanto às formalidades necessárias para adesão ao PAT, não vislumbramos serem demasiadamente excessivas de modo a, consideradas as finalidades de interesse público do PAT, ferirem a proporcionalidade. A necessidade de obediência ao PAT, portanto, é uma exigência legal para o benefício da isenção que tem objetivo proteger o trabalhador, evitando que o empregador forneça alimentação inadequada para sua saúde e bem estar, e que foi regulada atendendo ao princípio da proporcionalidade. Desconsiderar a adesão ao PAT, além de afrontar o texto legal, é operar em desfavor do trabalhador na medida em que implicaria afastar norma que tenta preservar sua saúde. A par disso, não ignoramos que o STJ tem jurisprudência que afasta a incidência da contribuição previdenciária sobre a alimentação in natura, estando ou não a empresa vinculada ao PAT. No entanto, ao analisarmos os vários Acórdãos nesse sentido, observamos, mais uma vez, um encadeamento de referências a precedentes que acabam por tomar como leading case o RESP 85.306DF de 1996 com a seguinte ementa: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ALIMENTAÇÃO FORNECIDA POR EMPRESA.PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO AO TRABALHADOR (PAT). NATUREZA NÃO SALARIAL. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE PELA VIA ELEITA DO ESPECIAL. I AFIGURASE ESCORREITO O V. ACÓRDÃO VERGASTADO AO DECIDIR QUE A ALIMENTAÇÃO PAGA, ESTEJA O EMPREGADOR INSCRITO OU NÃO NO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR (PAT), NÃO E SALÁRIO "IN NATURA", NÃO E SALÁRIO UTILIDADE, POR ISSO QUE NÃO PODE, NUM OU NOUTRO CASO, HAVER INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ADEMAIS, NÃO E O RECURSO ESPECIAL O MEIO HABIL PARA REEXAMINAR PROVAS. II RECURSO NÃO CONHECIDO. Indo além da ementa, o voto condutor do leading case assumiu as conclusões do Parecer do Ministério Público Federal que fez considerações sobre a alimentação fornecida de maneira não gratuita aos funcionários de uma empresa. Ora, é fora de dúvidas que se o trabalhador paga pela alimentação que recebe, não podemos cogitar que isso seja salário. Não sendo salário, não seria mesmo necessário cogitar da inscrição ou não no PAT, pois não faz parte do campo de incidência da contribuição previdenciária. Mas veja que o leading case, tantas vezes repetido no STJ, tratava de uma situação específica de alimentação paga pelo trabalhador e não pela empresa em benefício do trabalhador. Apesar disso, a partir de tal Acórdão foram se multiplicando os Acórdãos que tomavam tal decisum como precedente para, Fl. 269DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA 12 em situação diversa, não exigir o registro no PAT em casos de alimentação in natura fornecidas gratuitamente ao trabalhador. Escapando da reiterada confusão, o RESP 476.194 fez uma clara distinção da situação para a qual não se exige o PAT: REsp 476194 / PR TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EMPREGADOR NÃO INSCRITO NO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO AO TRABALHADOR. FORNECIMENTO DE REFEIÇÕES DECORRENTE DE CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. NÃO INCIDÊNCIA. TAXA SELIC. 1. Empresa não cadastrada no Programa de Alimentação ao Trabalhador não faz jus aos benefícios fiscais previstos na Lei 6.321/76, que exclui o custo da alimentação fornecida pelo empregador da parcela incorporada ao salário para fins de contribuição previdenciária. 2. Fornecida a alimentação pelo empregador não inscrito no PAT e havendo desconto do salário do empregado que a usufrui, para cobrir custos dos alimentos auferidos, não se caracteriza como salário in natura, e, por isso, como salário de contribuição para a receita da seguridade. Por outro lado, não sendo integral o pagamento da refeição, fica caracterizada como parcela salarial a diferença do que foi pago, integrando este excedente a base de cálculo da contribuição previdenciária. 3. É pacífico na jurisprudência da Corte o entendimento segundo o qual é legítima a incidência, tanto na cobrança de dívida fiscal,quanto na repetição de indébito tributário, da Taxa SELIC. 4. Recurso especial a que se nega provimento. Lamentavelmente, o Acórdão acima não prevaleceu, tendo sido objeto de Embargos de divergência que acabaram por retomar o conteúdo da jurisprudência reiterada que não exige a inscrição no PAT. De nossa parte, com a devida vênia, assinalamos que a repetida jurisprudência do STJ que dispensa a vinculação ao PAT em qualquer caso está amparada em premissa específica que não permitiria sua aplicação genérica como vem sendo feita. Assim, nossa posição é, seguindo a expressa determinação legal, no sentido de exigir a inscrição no PAT como requisito para desfrutar da isenção em relação à alimentação in natura. A propósito, não desconhecemos o teor do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2.117/2011 que concluiu pela dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e pela desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, com relação às ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in natura do auxílio alimentação não há incidência de contribuição previdenciária. No entanto, aquele parecer não vincula as decisões deste Colegiado, pois o §5º do art. 19 da lei 10.522/2002 não trata de decisões do CARF, mas apenas prevê a revisão de ofício para os créditos tributários já constituídos a ser feita pela autoridade lançadora. Ademais, o parecer não diz respeito ao direito material e sim ao desinteresse da União em insistir com recursos que, mantido o estado atual da jurisprudência, não teriam êxito, o que, fora de dúvida, diz respeito ao direito processual tributário. Pelas razões acima aventadas, continuamos com o resultado da Fl. 270DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 13738.000573/200745 Acórdão n.º 230102.667 S2C3T1 Fl. 7 13 interpretação da legislação, no campo do direito material tributário, que conclui pela necessidade da inscrição no PAT para desfrutar da isenção em relação à alimentação in natura. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator Fl. 271DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/06/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 14/06/2012 por MAURO JOSE SILVA
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Numero do processo: 19707.000039/2008-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2005
DEDUÇÕES. DEPENDENTES. DESPESAS MÉDICAS. Deve-se restabelecer as despesas quando a regularidade das deduções for comprovada
por documento hábil e idôneo.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2101-001.721
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Nome do relator: JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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DEPENDENTES. DESPESAS MÉDICAS. Devese restabelecer as despesas quando a regularidade das deduções for comprovada por documento hábil e idôneo. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ___________________________________ Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Fl. 62DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 13/0 7/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/07/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS 2 O recurso voluntário em exame pretende a reforma do Acórdão nº 0419.424, (fl. 34), que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a impugnação, para restabelecer a dedução de despesa médica no valor de R$ 37.874,12. A matéria em litígio foi sintetizada pelo Órgão julgador a quo nos seguintes termos: A Notificação de Lançamento de fls. 16/20, exige do contribuinte, já qualificado nos autos, o recolhimento do crédito tributário consolidado em 01/2008 no valor de R$ 28.992,09 (vinte e oito mil, novecentos e noventa e dois reais e nove centavos). O lançamento originouse da revisão da DIRPF/2005, na qual foi constatada dedução indevida de despesa médica e dependente. Na impugnação oferecida, à fl. 01/02, o autuado alegou, em síntese, que: • Não foi regularmente intimado, requer seja aberto novo prazo para apresentar as informações; • Apresenta os documentos comprobatórios das despesas glosadas; • Requer o cancelamento do lançamento. Ao apreciar o litígio, o Órgão julgador de primeiro grau consubstanciou o seu entendimento na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005 DESPESAS DEPENDENTES. São dedutíveis as despesas com dependentes, quando comprovadas as relações de dependência, consoante a legislação tributária. DESPESAS MÉDICAS Para que o contribuinte comprove que as despesas médicas são dedutíveis deve demonstrar o efetivo pagamento, o tratamento efetuado e quem é o paciente do tratamento para que se subsuma à norma que prevê a dedução. INTIMAÇÃO PARA ESCLARECIMENTOS Não se configura hipótese de nulidade do lançamento o fato de a fiscalização não intimar o contribuinte a prestar esclarecimentos antes da lavratura do auto de infração, pois a fase do contraditório, instaurada com a impugnação, abre oportunidade para o oferecimento de todos os esclarecimentos por parte do autuado, não se configurando, tampouco, a hipótese de cerceamento do direito de defesa. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Fl. 63DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 13/0 7/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/07/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS Processo nº 19707.000039/200863 Acórdão n.º 210101.721 S2C1T1 Fl. 2 3 Em seu apelo ao CARF (fls. 50/53), o recorrente analisa os fundamentos da decisão recorrida, complementa os elementos de prova já apresentados em sede de impugnação e questiona, tãosomente, a manutenção das seguintes glosas: Com relação à glosa por dependentes a documentação juntada não foi suficiente para o convencimento de que a Srª Cléa Ceres Fialho de Oliveira — CPF n° 298.283.50106 é esposa e dependente do Recorrente, pois entendeuse ser essencial a certidão de casamento para comprovar a relação de dependência. Dessa forma, anexase a certidão de casamento (doc. n° 1). Com referência às despesas médicas, não foi aceita a despesa declarada e demonstrada pelo recibo do Dr. Fernando de Vasconcelos Dias, porque no recibo não constou o nome da pessoa que recebeu o tratamento e a descrição dos serviços prestados pelo médico, além de que o documento foi considerado insuficiente para demonstrar tratarse de despesa médica dedutível, haja vista, o seu valor elevado, no montante de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais). Junta Declaração do próprio médico (doc. 2). Esclarece que sua mãe, Benedita Figueiró de Oliveira, em 204 com 90 anos foi acompanhada em sua residência e em internações hospitalares pelo Dr. Fernandes Dias no período de julho de 2003 até janeiro de 2004, com consultas mensais para avaliar sua condição física e psíquica e para prescrever medicamentos para controlar a depressão, retardar a evolução do Mal de Alzheimer, e para minimizar os efeitos debilitantes provocados pela doença ao organismo. Relativamente ao Plano de Saúde da Unimed, os dignos julgadores entenderam insuficiente a documentação apresentada, posto que não discriminava os beneficiários. Como o documento, realmente, não traz a discriminação dos dependentes, juntase a declaração do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul, que traz os beneficiários do Plano, que são o próprio Recorrente e sua mãe Benedita Figueiró de Oliveira, discriminando a contribuição mensal, referente a cada um. É o Relatório. Voto Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, Relator. O recurso atende os requisitos de admissibilidade. Inicialmente, verificase que a decisão recorrida manteve a glosa da dedução de dependente referente a Cléa Ceres Fialho de Oliveira, pois inexistente nos autos a certidão de casamento, documento essencial para comprovar a relação de dependência. Devese Fl. 64DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 13/0 7/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/07/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS 4 restabelecer a dedução com esta dependente, tendo em vista a certidão de casamento à fl. 54, que espanca qualquer dúvida a esse respeito. Da mesma forma, os documentos às fls. 55/56 complementam a prova apresentada em sede de impugnação e afastam os óbices suscitados na decisão recorrida: Confirase: FERNANDO DE VASCONCELLOS DIAS VALOR DE R$ 1.500,00. O recibo apresentado não consta quem é a pessoa que recebeu tratamento para que fique comprovado que estas pessoas são o próprio contribuinte ou seu dependente; E, além disso, no recibo médico apresentado de valor elevado, não há descrição dos serviços prestados para que fique caracterizado se tratar de despesas médicas dedutíveis. UNIMED VALOR DE R$ 7.387,80 O impugnante traz aos autos comprovação da despesa com o plano de saúde, entretanto por não haver discriminação de quem são os beneficiários do plano, a despesa não será aceita. Com efeito, devese restabelecer a dedução das despesas médicas nos valores de R$1.500,00 e R$7.387,80, relacionadas ao Dr. Fernando de Vasconcellos Dias e ao Plano de Saúde UNIMED, tendo em vista que referidas despesas decorrem de serviços médicos e pagamento de plano de saúde, incorridos em proveito do contribuinte e da mãe deste, Benedita Figueiró de Oliveira, cuja dedução de dependente foi restabelecida no julgamento de primeiro grau. Em face ao exposto, dou provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José Raimundo Tosta Santos Fl. 65DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 13/0 7/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/07/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS
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Numero do processo: 10218.000118/2007-21
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 2004,2005,2006 NULIDADE. No caso de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e estando a decisão motivada de forma explícita, clara e congruente, não há que se falar em nulidade dos atos em litígio. PRODUÇÃO DE PROVAS. ASPECTO TEMPORAL. A peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses de defesa e instruída com os todos documentos em que se fundamentar, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legais. LUCRO PRESUMIDO.OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido fica sujeita à presunção legal de omissão de receita caracterizada pelos valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. LUCRO PRESUMIDO.OMISSÃO DE RECEITAS. Caracteriza-se como omissão a falta de registro de receita, ressalvada à pessoa jurídica a prova da improcedência, oportunidade em que a autoridade determinará o valor dos tributos a serem lançados de acordo com o sistema de tributação a que estiver submetida no período de apuração correspondente. JUROS DE MORA. Tem cabimento a incidência de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Selic sobre débitos tributários não pagos nos prazos legais.
MULTA DE OFÍCIO PROPORCIONAL.
A multa de ofício proporcional é uma penalidade pecuniária aplicada em
razão de inadimplemento de obrigações tributárias apuradas em lançamento
direto com a comprovação da conduta culposa.
DOUTRINA.JURISPRUDÊNCIA.
Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e
jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa.
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade
de lei tributária.
LANÇAMENTOS DECORRENTES.
Os lançamentos de PIS, de Cofins e de CSLL sendo decorrentes das mesmas
infrações tributárias, a relação de causalidade que os informa leva a que os
resultados dos julgamentos destes feitos acompanhem aqueles que foram
dados à exigência de IRPJ.
Numero da decisão: 1801-001.011
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 2004,2005,2006 NULIDADE. No caso de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e estando a decisão motivada de forma explícita, clara e congruente, não há que se falar em nulidade dos atos em litígio. PRODUÇÃO DE PROVAS. ASPECTO TEMPORAL. A peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses de defesa e instruída com os todos documentos em que se fundamentar, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legais. LUCRO PRESUMIDO.OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido fica sujeita à presunção legal de omissão de receita caracterizada pelos valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. LUCRO PRESUMIDO.OMISSÃO DE RECEITAS. Caracteriza-se como omissão a falta de registro de receita, ressalvada à pessoa jurídica a prova da improcedência, oportunidade em que a autoridade determinará o valor dos tributos a serem lançados de acordo com o sistema de tributação a que estiver submetida no período de apuração correspondente. JUROS DE MORA. Tem cabimento a incidência de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Selic sobre débitos tributários não pagos nos prazos legais. MULTA DE OFÍCIO PROPORCIONAL. A multa de ofício proporcional é uma penalidade pecuniária aplicada em razão de inadimplemento de obrigações tributárias apuradas em lançamento direto com a comprovação da conduta culposa. DOUTRINA.JURISPRUDÊNCIA. Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. LANÇAMENTOS DECORRENTES. Os lançamentos de PIS, de Cofins e de CSLL sendo decorrentes das mesmas infrações tributárias, a relação de causalidade que os informa leva a que os resultados dos julgamentos destes feitos acompanhem aqueles que foram dados à exigência de IRPJ.
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No caso de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e estando a decisão motivada de forma explícita, clara e congruente, não há que se falar em nulidade dos atos em litígio. PRODUÇÃO DE PROVAS. ASPECTO TEMPORAL. A peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses de defesa e instruída com os todos documentos em que se fundamentar, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legais. LUCRO PRESUMIDO.OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido fica sujeita à presunção legal de omissão de receita caracterizada pelos valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. LUCRO PRESUMIDO.OMISSÃO DE RECEITAS. Caracterizase como omissão a falta de registro de receita, ressalvada à pessoa jurídica a prova da improcedência, oportunidade em que a autoridade determinará o valor dos tributos a serem lançados de acordo com o sistema de tributação a que estiver submetida no período de apuração correspondente. JUROS DE MORA. Tem cabimento a incidência de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Selic sobre débitos tributários não pagos nos prazos legais. Fl. 907DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.000118/200721 Acórdão n.º 180101.011 S1TE01 Fl. 755 2 MULTA DE OFÍCIO PROPORCIONAL. A multa de ofício proporcional é uma penalidade pecuniária aplicada em razão de inadimplemento de obrigações tributárias apuradas em lançamento direto com a comprovação da conduta culposa. DOUTRINA.JURISPRUDÊNCIA. Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. LANÇAMENTOS DECORRENTES. Os lançamentos de PIS, de Cofins e de CSLL sendo decorrentes das mesmas infrações tributárias, a relação de causalidade que os informa leva a que os resultados dos julgamentos destes feitos acompanhem aqueles que foram dados à exigência de IRPJ. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (documento assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente em Exercício Composição do Colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria de Lourdes Ramirez, Marcos Vinicius Barros Ottoni, Jaci de Assis Junior, Edgar Silva Vidal, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Carmen Ferreira Saraiva. Relatório I Contra a Recorrente acima identificada foi lavrado o Auto de Infração às fls. 515526, com a exigência do crédito tributário no valor de R$57.152,21, a título de Imposto Sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), juros de mora e multa de ofício proporcional apurado pelo regime de tributação com base no lucro presumido dos anoscalendário de 2003. 2004 e 2005. O lançamento se fundamenta nas seguintes infrações: omissão de receitas decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada, em relação aos quais a Recorrente titular, regularmente intimada, não demonstra a origem dos recursos utilizados nessas operações mediante documentação hábil e idônea coincidente em datas e valores na conta corrente nº 27.9749 da agência nº 5657 do Banco do Fl. 908DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.000118/200721 Acórdão n.º 180101.011 S1TE01 Fl. 756 3 Brasil S/A e na conta corrente 711272 da agência 34 do Banco da Amazônia S/A, cujos extratos foram fornecidos por ela, fls. 148192, 211358 e 388405; omissão de receitas apurada em razão da falta de registro de compras decorrente de pagamentos não escriturados constatadas a partir da Nota Fiscal nº 33327, emitida em 18.08.2004 pela pessoa jurídica GE Equipamentos Médicos Ltda no valor total de R$193.780,00 dos quais houve adiantamentos nos valores de R$80.000,00, R$16.080,00 R$15.900,00 e R$15.720,00 pagos respectivamente em 22.07.2004, 04.10.2004, 04.11.2004 e 03.12.2004, fls. 418427. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: art. 25 e art. 42 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 e art. 247, art. 248, inciso II do art. 249, art. 251, art. 277, art. 279, art. 280, art. 281, art. 288 e art. 528 do Regulamento do Imposto de Renda constante no Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR, de 1999). Em decorrência de serem os mesmos elementos de provas indispensáveis à comprovação dos fatos ilícitos tributários foram constituídos os seguintes créditos tributários pelos lançamentos formalizados neste processo: II – O Auto de Infração às fls. 527537 a exigência do crédito tributário no valor de R$4.383,93 a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), juros de mora e multa de ofício proporcional. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: §§ do art. 2º da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, art. 29 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, bem como art. 37 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. III O Auto de Infração às fls. 540551 com a exigência do crédito tributário no valor de R$21.995,94 a título de Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), juros de mora e multa de ofício proporcional. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: art. 1º e art. 3º da Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, § 2º do art. 24 da Lei nº 9.349, de 26 de dezembro de 1995, bem como parágrafo único, alínea “a” do inciso I do art. 2º, parágrafo único do art. 3º, art. 10, art. 22 e art. 51 do Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002. IV – O Auto de Infração às fls. 552563 com a exigência do crédito tributário no valor de R$101.521,95 a título de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), juros de mora e multa de ofício proporcional. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: parágrafo único do inciso II do art. 2º, art. 3º, art. 10, art. 22, art. 51 e art. 91 do Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002. Cientificada em 15.03.2007, fl. 565, a Recorrente apresentou a impugnação em 29.03.2007, fls.566582, com as alegações abaixo sintetizadas. Aduz que os Autos de Infração são nulos, haja vista que atendeu a todas as solicitações e que fixar a presunção de omissão de receitas antes do encerramento da ação fiscal não é cabível, por ser ilegal. Suscita que as informações contidas no Livro Caixa não podem servir de parâmetro face aos dados assinalados nos documentos emitidos pelas instituições bancárias, já que naquele não se permite o controle contábil completo e nem de toda a movimentação financeira. Fl. 909DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.000118/200721 Acórdão n.º 180101.011 S1TE01 Fl. 757 4 Defende que é ilegítimo o lançamento com base em extratos bancários, Procura demonstrar que a presunção de omissão de receitas com base em depósitos não é válida sem a comprovação dos sinais exteriores de riqueza. Alega que exigência é carecedora de elementos fáticos imprescindíveis a lhe conferir a certeza. Destaca que evidenciou parte da origem dos recursos utilizados, e os demais que foram supostamente não comprovados decorrem de valores destinados a despesas necessárias ao exercício de sua atividade econômica. Explica que as informações constantes na DIPJ não são compatíveis com os valores do hipotético aumento de rendimento averiguado de ofício. Apresenta argumentos contra a incidência dos juros de mora equivalentes à taxa Selic e em oposição à aplicação da multa de ofício proporcional e ainda solicita produção de todos os meios de prova. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referências a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que os Autos de Infração devem ser anulados. Está registrado como resultado do Acórdão da 1ª TURMA/DRJ/BEL/PA nº 0121.174, de 24.03.2011, fls. 708731: “Impugnação Procedente em Parte”, uma vez que foi excluída a parcela da omissão de receitas decorrente de rendimentos de pessoas físicas. Restou ementado Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2003,2004,2005 DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. ENTENDIMENTO DOMINANTE DOS TRIBUNAIS SUPERIORES. VINCULAÇÃO ADMINISTRATIVA. É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais, quando comprovado que o contribuinte não figurou como parte na referida ação judicial. A autoridade julgadora administrativa não se encontra vinculada ao entendimento dos Tribunais Superiores, pois não faz parte da legislação tributária de que fala o artigo 96 do Código Tributário Nacional, salvo quando tenha gerado uma súmula vinculante, nos termos da Emenda Constitucional n.° 45, DOU de 31/12/2004. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. São improfícuos os julgados administrativos trazidos pelo sujeito passivo, pois tais decisões não constituem normas complementares do Direito Tributário, já que foram proferidas por órgãos colegiados sem, entretanto, uma lei que lhes atribuísse eficácia normativa, na forma do art. 100, I I , do Código Tributário Nacional. NORMAS PROCESSUAIS. NULIDADE – INOCORRÊNCIA Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto n° 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo. NULIDADE DO LANÇAMENTO OCORRÊNCIA. O auto de infração deverá conter, obrigatoriamente, entre outros requisitos formais, a capitulação legal e a descrição dos fatos. Comprovado que a infração descrita no Termo de Fl. 910DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.000118/200721 Acórdão n.º 180101.011 S1TE01 Fl. 758 5 Verificação Fiscal não corresponde a Infração lançada, e por conseguinte inadequado o enquadramento legal, enseja a nulidade do lançamento, para esta infração, por vicio material. SIGILO BANCÁRIO. É lícito ao fisco, mormente após a edição da Lei Complementar n° 105/2001, examinar informações relativas ao contribuinte, constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras e entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitose de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial. A obtenção de informações junto às instituições financeiras, por parte da administração tributária, não implica quebra de sigilo bancário, mas simples transferência deste, porquanto em contrapartida está o sigilo fiscal a que se obrigam os agentes fiscais por dever de ofício. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITAS. Os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações são caracterizados como omissão de receitas.Exoneramse os valores comprovados na Impugnação. PRESUNÇÃO JÚRIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal júris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao auferimento de rendimentos (fato jurídico tributário), nos termos do art. 334, IV, do Código de Processo Civil. Cabe ao contribuinte provar que o fato presumido não existiu na situação concreta. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. EFEITO CONFISCATÓRIO. PAF. JULGADOR ADMINISTRATIVO. O Processo Administrativo Fiscal não é o palco apropriado para discussão sobre qual critério ou percentual seria mais seguro para que a multa de ofício e os juros de mora não afetem o direito de propriedade. A norma que veda a instituição de tributo com caráter confiscatório é dirigida ao legislador, cabendo aos julgadores administrativos examinar a validade jurídica dos atos praticados pelos agentes do Fisco, sem perscrutar da legalidade ou constitucionalidade das normas que fundamentam aqueles atos. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITAS FALTA DE ESCRITURAÇÃO DE PAGAMENTOS. A não comprovação da contabilização dos pagamentos, referente à aquisição de ativo imobilizado, autoriza a presunção de que os valores dessa aquisição foram pagos com recursos oriundos de omissão de receitas anteriores pela pessoa jurídica. TRIBUTAÇÃO REFLEXA Aplicase às contribuições sociais reflexas, no que couber, o que foi decido para a obrigação matriz, dada a íntima relação de causa e efeito que os une. Notificada em 19.05.2011, fl. 735verso, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 16.06.2011, fls. 736752, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge e reitera os argumentos apresentados na peça impugnatória. É o Relatório. Fl. 911DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.000118/200721 Acórdão n.º 180101.011 S1TE01 Fl. 759 6 Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência. Assim, dele tomo conhecimento. A Recorrente alega que os atos administrativos são nulos. Cabe ao AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil, no exercício da competência da RFB, em caráter privativo constituir o crédito tributário pelo lançamento. Esta atribuição é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, ainda que ele seja de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo. É a autoridade legitimada para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. Nos casos em que dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário, os Autos de Infração podem ser lavrados sem prévia intimação à pessoa jurídica no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do seu estabelecimento, os quais devem estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. Estes atos administrativos, sim, não prescindem da intimação válida para que se instaure o processo, vigorando na sua totalidade os direitos, deveres e ônus advindos da relação processual de modo a privilegiar as garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes1. Os Autos de Infração foram lavrados por AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil, que verificou a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinou a matéria tributável, calculou o montante do tributo devido, identificou o sujeito passivo, aplicou a penalidade cabível e determinou a exigência com a regular intimação para que a Recorrente pudesse cumprila ou impugnála no prazo legal. A decisão de primeira instância está motivada de forma explícita, clara e congruente e da qual a pessoa jurídica foi regularmente cientificada. Assim, estes atos contêm todos os requisitos legais, o que lhes conferem existência, validade e eficácia. As formas instrumentais adequadas foram respeitadas, os documentos foram reunidos nos autos do processo, que estão instruídos com as provas produzidas por meios lícitos, em observância às garantias ao devido processo legal. O enfrentamento das questões na peça de defesa denota perfeita compreensão da descrição dos fatos e dos enquadramentos legais que ensejaram os procedimentos de ofício. A proposição afirmada pela defendente, desse modo, não tem cabimento. A Recorrente solicita a realização de todos os meios de prova. Sobre a matéria, vale esclarecer que no presente caso se aplicam as disposições do processo administrativo fiscal que estabelece que a peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses e instruída com os todos documentos em que se fundamentar, precluindo o direito de a Recorrente praticar este ato e apresentar novas razões 1 Fundamentação legal: inciso LIV e inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, art. 142 e art. 195 do Código Tributário Nacional. art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, art. 9º, art. 10, art. 23 e 59 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, Decreto nº 6.104, de 30 de abril de 2007, art. 2º e art. 4º da Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999 e Súmulas CARF nºs 6, 8, 27 e 46. Fl. 912DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.000118/200721 Acórdão n.º 180101.011 S1TE01 Fl. 760 7 em outro momento processual, salvo a ocorrência de quaisquer das circunstâncias ali previstas. Embora lhe fossem oferecidas várias oportunidade no curso do processo, a Recorrente não apresentou a comprovação inequívoca de quaisquer fatos que tenham correlação com as situações excepcionadas pela legislação de regência 2. A realização desses meios probantes é prescindível, uma vez que os elementos probatórios produzidos por meios lícitos constantes nos autos são suficientes para a solução do litígio. A justificativa arguida pela defendente, por essa razão, não se comprova. A Recorrente discorda da apuração da omissão de receitas presumida com base em depósitos bancários. A autoridade fiscal tem o direito de examinar a escrituração e os documentos comprobatórios dos lançamentos nela efetuados e a pessoa jurídica tem o dever de exibilos e conserválos até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial, bem como de prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor dela dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. Fica sujeita a todas as presunções de omissão de receitas existentes na legislação tributária a pessoa jurídica que adota o regime de tributação com base no lucro real. Caracteriza omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Positivada em uma norma com os atributos de ser abstrata, geral, imperativa e impessoal, há presunção de ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, o que afasta a obrigatoriedade de a Fazenda Pública comprovar a relação de causalidade entre o fato e o ilícito tributário. Cabe à pessoa jurídica o ônus de provar a veracidade de fatos registrados na sua escrituração de modo a desconstituir inequivocamente a relação jurídica presumida. É determinada mensalmente pelo somatório de cada crédito, que deve ser analisado de forma individual, observando que os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes. A sua titularidade, via de regra, pertence à pessoa jurídica indicada nos dados cadastrais. Podem ser excluídos, mediante demonstração inequívoca, os créditos decorrentes de transferências de outras contas do própria pessoa jurídica, de mútuos destinados a fins econômicos, de cheques objeto de devolução e de resgates de aplicações financeiras. Assim, é regular o procedimento de fiscalização que, após a análise da sua escrituração, examina os documentos referentes à sua movimentação financeira para verificar a compatibilidade entre as informações. Constatada a disparidade a pessoa jurídica é intimado a demonstrar a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito. Os valores, em relação aos quais não foram evidenciadas as origens, presumem receitas omitidas, o que dispensa a autoridade 2 Fundamentação legal: art. 16 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Fl. 913DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.000118/200721 Acórdão n.º 180101.011 S1TE01 Fl. 761 8 administrativa de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada3. No presente caso houve omissão de receitas decorrente de depósitos bancários de origem não comprovada, em relação aos quais a Recorrente titular, regularmente intimada, não demonstra a origem dos recursos utilizados nessas operações mediante documentação hábil e idônea coincidente em datas e valores na conta corrente nº 27.9749 da agência nº 5657 do Banco do Brasil S/A e na conta corrente 711272 da agência 34 do Banco da Amazônia S/A, cujos extratos foram fornecidos por ela, fls. 148192, 211358 e 388405. Não foram produzidos no processo novos elementos de prova, de modo que o conjunto probatório já produzido evidencia que o procedimento de ofício está correto. A alegação relatada pela defendente, consequentemente, não está justificada. A Recorrente discorda da apuração da omissão de receitas apurada em razão da falta de registro de compras e que o Livro Caixa não permite o controle contábil completo e nem de toda a movimentação financeira. O regime de tributação com base no lucro presumido trimestral é uma opção da pessoa jurídica para todo anocalendário, desde que observados os requisitos legais, devendo ser manifestada com o pagamento do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada anocalendário. É determinado pelo somatório do ganho de capital, da receita financeira e das demais receitas auferidas, bem como do valor resultante da aplicação do coeficiente legal correspondente a sua atividade econômica sobre a receita bruta total auferida no período de apuração. Quando se tratar de pessoa jurídica com atividades diversificadas serão adotados os percentuais específicos para cada uma das atividades econômicas, cujas receitas deverão ser apuradas separadamente. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia incluído o ICMS. Somente podem ser excluídos da receita bruta as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante, uma vez que se presume que uma parcela da receita bruta foi consumida na produção dos rendimentos decorrentes da atividade econômica. A pessoa jurídica deve manter o Livro Registro de Inventário, bem como a escrituração contábil nos termos da legislação comercial, ressalvada a hipótese, neste caso, de escriturar o Livro Caixa, incluindo toda a movimentação financeira, inclusive bancária. Caracterizase como omissão a falta de registro de receita, ressalvada à pessoa jurídica a prova da improcedência, oportunidade em que a autoridade determinará o valor dos tributos a serem lançados de acordo com o sistema de tributação a que estiver submetida no período de apuração correspondente4. O lançamento decorre da constatação de omissão de receitas apurada em razão da falta de registro de compras decorrente de pagamentos não escriturados constatadas a 3 Fundamentação legal: art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 16 e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995,art. 1º, art. 25, art. 27 e art. 42 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 e Súmulas CARF nºs 06, 30, 32 e 61. 4 Fundamentação legal: art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 15 e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 1º, art. 25 e art. 26 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 914DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.000118/200721 Acórdão n.º 180101.011 S1TE01 Fl. 762 9 partir da Nota Fiscal nº 33327, emitida em 18.08.2004 pela pessoa jurídica GE Equipamentos Médicos Ltda no valor total de R$193.780,00, dos quais houve adiantamentos nos valores de R$80.000,00, R$16.080,00 R$15.900,00 e R$15.720,00 pagos respectivamente em 22.07.2004, 04.10.2004, 04.11.2004 e 03.12.2004, que foram objeto do fls. 418427. Não foram produzidos no processo novos elementos de prova, de modo que o conjunto probatório já produzido evidencia que o procedimento de ofício está correto. A inferência denotada pela defendente, nesse caso, não é acertada. A Recorrente discorda da incidência de juros de mora equivalentes à taxa Selic. Os débitos tributários não pagos nos prazos legais são acrescidos de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic, seja qual for o motivo determinante da falta. Este é o entendimento constante na decisão definitiva de mérito proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em recurso especial repetitivo nº 1.111.175/SP, cujo trânsito em julgado ocorreu em 09.09.20095 e que deve ser reproduzido pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF6. A proposição afirmada pela defendente, desse modo, não tem cabimento. A Recorrente discorda da aplicação da multa de ofício proporcional. Via de regra, a norma jurídica secundária impõe uma sanção em decorrência da inobservância da conduta prescrita na norma jurídica primária. A multa de natureza tributária é uma penalidade procedente da lei em razão do inadimplemento de uma obrigação legal principal ou acessória e expressa a obrigação de dar determinada quantia em dinheiro ao sujeito passivo. A aplicação da multa de ofício proporcional pressupõe a constituição do crédito tributário pelo lançamento direito, diante da constatação da falta de pagamento ou recolhimento, pela falta de declaração e pela declaração inexata de obrigações tributárias pelo sujeito passivo. Tem como requisito necessário a comprovação, de plano, da conduta culposa do agente, que é a falta cometida contra um dever, por ação ou omissão, de forma a evidenciar a inobservância de diligência que deveria ser observada quando da prática de um ato a que se está obrigado7. No presente caso, houve constituição do crédito tributário pelo lançamento direito, de modo que está correta a aplicação da multa de ofício proporcional. A conclusão oferecida pela defendente, porém, não pode subsistir. No que concerne à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais indicados pela Recorrente, cabe esclarecer que somente devem 5 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial Repetitivo nº 1111175/SP. Ministra Relatora: Denise Arruda. Primeira Seção, Brasília, DF, 10 de junho de 2009. Disponível em: < https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=892437&sReg=200900188256&sData=20090 701&formato=PDF>. Acesso em: 31 ago.2011. 6 Fundamentação legal: art. 161 do Código Tributário Nacional, art. 5º e art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, Súmulas CARF nºs 4 e 5 e art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF. 7 Base legal: art. 142, art. 149 e art. 150 do Código Tributário Nacional, art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 915DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.000118/200721 Acórdão n.º 180101.011 S1TE01 Fl. 763 10 ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso8. A alegação relatada pela defendente, consequentemente, não está justificada. Atinente aos princípios constitucionais que a Recorrente aduz que supostamente foram violados, cabe ressaltar que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, uma vez que no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade9. A proposição afirmada pela defendente, desse modo, não tem cabimento. O nexo causal entre as exigências de créditos tributários, formalizados em autos de infração instruídos com todos os elementos de prova, determina que devem ser objeto de um único processo no caso em que os ilícitos dependam da mesma comprovação e sejam relativos ao mesmo sujeito passivo10. Os lançamentos de PIS, de Cofins e de CSLL sendo decorrentes das mesmas infrações tributárias, a relação de causalidade que os informa leva a que os resultados dos julgamentos destes feitos acompanhem aqueles que foram dados à exigência de IRPJ. Em face do exposto voto por negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva 8 Fundamentação legal: art. 100 do Código Tributário Nacional e art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. 9 Fundamentação legal: art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e Súmula CARF nº 2. 10 Fundamentação Legal: art. 9º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Fl. 916DF CARF MF Impresso em 19/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 16/05/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Numero do processo: 10120.010257/2010-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2402-000.341
Decisão:
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Julio Cesar Vieira Gomes - Presidente
Ronaldo de Lima Macedo - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões.
Nome do relator: RONALDO DE LIMA MACEDO
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Julio Cesar Vieira Gomes Presidente Ronaldo de Lima Macedo Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 20 .0 10 25 7/ 20 10 -4 7 Fl. 169DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/04/20 13 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10120.010257/201047 Resolução nº 2402000.341 S2C4T2 Fl. 3 2 RELATÓRIO Tratase de Auto de Infração lavrado com fundamento na inobservância da obrigação tributária acessória prevista no art. 32, inciso IV e § 5º, da Lei 8.212/1991, acrescentados pela Lei 9.528/1997, c/c o art. 225, inciso IV e § 4º, do Decreto 3.048/1999, que consiste em a empresa apresentar a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, nas competências 12/2005 a 12/2008. Segundo o Relatório Fiscal da Infração (fls. 26), a empresa apresentou a GFIP sem os fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Relata que a empresa deixou de informar a totalidade da remuneração recebida por todos os segurados (empregados e comissionados), vinculados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) a seu serviço, ou informou remunerações com valores menores que os constantes em folha de pagamento no período de 12/2005 a 12/2008, inclusive 13º salários, bem como informou, com incorreção, a alíquota GILRAT no período de 12/2005 a 12/2008, gerando um valor a menor na GPS conforme demonstrado na planilha em anexo. Os valores não declarados estão discriminados no anexo deste relatório e foram objetos de lançamento da obrigação principal (processos 10120.010254/201011 e 10120.010256/201001). O Relatório Fiscal da Aplicação da Multa (fls. 27) informa que foi aplicada a multa no valor de R$57.271,20 (cinquenta e sete mil, duzentos e setenta e um reais e vinte centavos), fundamentada no art. 32, inciso IV, parágrafo 5o, da Lei 8.212/1991, com a redação dada pela Lei 9.528/1997, e no art. 284, inciso II, do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto 3.048/1999. Essa multa aplicada correspondente a 100% (cem por cento) do valor devido relativo à contribuição apurada sobre os fatos geradores não declarados, limitada, por competência, aos valores previstos no § 4° do art. 32 da Lei 8.212/1991 (em função do número de segurados da empresa), conforme demonstrado na planilha em anexo(fls. 31/34). A ciência do lançamento fiscal ao sujeito passivo deuse em 17/12/2010 (fls. 01 e 80), mediante correspondência postal com Aviso de Recebimento (AR). A Recorrente interpôs impugnação (fls. 135/136) requerendo a total improcedência do lançamento e alegando, em síntese, que: 1. não houve divergências de informações prestadas por meio das GFIP e MANAD, e que os recolhimentos foram feitos tempestivamente conforme informações geradas pela GFIP; 2. aduz se reservar no direito de fazer a juntada de outras provas documentais com base na Lei n° 9.532, de 10.12.1997; 3. à vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência do Auto de Infração, espera e requer que seja acolhida a presente Fl. 170DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/04/20 13 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10120.010257/201047 Resolução nº 2402000.341 S2C4T2 Fl. 4 3 impugnação para o fim de assim ser decidido, cancelandose o AI DEBCAD: 37.292.0969. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em Brasília/DF – por meio do Acórdão no 0348.606 da 5a Turma da DRJ/BSB (fls. 145/149) – considerou o lançamento fiscal procedente em sua totalidade, eis que ele se coaduna com os preceitos legais que disciplinam a sua lavratura, posto que traz em seu conteúdo todos os requisitos necessários a sua validade. A Recorrente interpôs recurso voluntário argumentando que: (i) servidores do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) foram computados como segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS); (ii) não foram realizadas as deduções pagas de forma indevida; (iii) na competência 13, há valores em duplicidade; e (iv) ocorreu valores apurados de servidores que estão com remuneração acima do teto do RGPS. A Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) em Goiânia/GO informa que o recurso interposto é tempestivo e encaminha os autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) para processamento e julgamento. É o relatório. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/04/20 13 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10120.010257/201047 Resolução nº 2402000.341 S2C4T2 Fl. 5 4 VOTO Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, Relator Analisando o processo, verificase que há questões que devem ser devidamente dirimidas pela autoridade administrativa competente (Fisco). Isso porque, um dos argumentos suscitados nas razões de recurso do contribuinte diz respeito à matéria fática relacionada com a base de cálculo, acompanhada de cópias de documentos juntados aos autos. No que tange à matéria submetida à controvérsia instaurada, o Fisco informa que objeto do lançamento fiscal seria o seguinte (Relatório Fiscal, fls. 26/27): “[...] DA APURAÇÃO DO CREDITO PREVIDENCIÁRIO 5. Os valores dos créditos previdenciários objeto do presente AI Auto de Infração foram apurados com base nos Arquivos Magnéticos de Folha de Pagamento de Folha de Pagamento com código de validação no fab06b1f1 fbdf0edb77724061c27e25e de 19/10/2010 em confronto com as Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP entregues pelo contribuinte, constantes dos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil SRFB, em 16/03/2010. [...]” Em sentido contrário, a Recorrente afirma na peça recursal (processos 10120.010254/201011 e 10120.010256/201001) que: (i) servidores do Regime Próprio de Previdência Social do Estado de Goiás foram computados como segurados do RGPS; (ii) rubrica de deduções referentes a exonerações dos servidores não foi computada na apuração da base de cálculo lançada; (iii) ocorreu divergência da alíquota SAT sobre a base de cálculo; (iv) na competência 13, há duplicidade de base de cálculo; (v) há segurados que já contribuem acima do teto do RGPS; e (vi) há incongruência das informações em razão de números de identificação dos segurados (PIS/PASEP). Assim, necessitamos que a AuditoriaFiscal (Fisco) examine e emita Parecer Fiscal sobre os argumentos trazidos na peça recursal que foram acompanhados de várias cópias de documentos, juntados aos autos na peça recursal. Isso decorre do fato de que o trabalho de auditoria fiscal, em caso de verificação de descumprimento de obrigações tributárias, poderá acarretar o lançamento tributário, ato administrativo impositivo, de império, gravoso para os administrados. Por isso, o trabalho da fiscalização deve sempre demonstrar, com clareza e precisão, como determina a legislação, os motivos fáticos e jurídicos da lavratura da exigência. Lei 5.172/1966 – Código Tributário Nacional (CTN): Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Fl. 172DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/04/20 13 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10120.010257/201047 Resolução nº 2402000.341 S2C4T2 Fl. 6 5 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Decreto 70.235/1972 – Processo Administrativo Fiscal (PAF): Art. 9°. A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Tal entendimento também está em consonância com o art. 50, § 1o, da Lei 9.784/1999, que estabelece a exigência de motivação clara, explícita e congruente. Lei 9.784/1999 – processo administrativo federal: Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; (...) §1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou garantia dos interessados. Com isso, decido converter o presente julgamento em diligência, a fim de que o Fisco emita Parecer Fiscal sobre os argumentos trazidos na peça recursal, acompanhada de um conjunto probatório – inclusive, para a competência 13/2007, deverá verificar se efetivamente foram realizados os recolhimentos das contribuições noticiados pela Recorrente, por meio de cópias de GPS e de GFIP’s acostadas aos autos –, submetidos à controvérsia instaurada no presente processo. Segundo a Recorrente, esses documentos foram devidamente acostados ao processo no prazo estabelecido pela legislação de regência. Após essa providência, o Fisco deve elaborar Parecer Fiscal conclusivo sobre a necessidade, ou não, de retificação de valores contidos em cada competência, com os motivos que justificam sua posição. Por fim, após a emissão do Parecer, o Fisco deverá dar ciência à Recorrente desta decisão e do Parecer, com os demonstrativos e cópias que se fizerem necessários, e concederá prazo de 30 (trinta) dias, da ciência, para que a Recorrente, caso deseje, apresente recurso complementar. CONCLUSÃO: Diante do exposto, voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para as providências solicitadas. Ronaldo de Lima Macedo. Fl. 173DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/04/2013 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/04/20 13 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 11684.001653/2006-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 31 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 16/03/2005 a 15/06/2005 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MEDIDA JUDICIAL. LANÇAMENTO. Por expressa previsão legal, cabe ao Fisco proceder à constituição do crédito tributário cuja exigibilidade houver sido suspensa por medida judicial favorável ao contribuinte, por meio do lançamento destinado a prevenir a decadência. JUROS DE MORA. DEPÓSTIO INTEGRAL. INEXIGIBILIDADE. São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral - Súmula CARF nº 5. Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3102-001.174
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Cofins - Ação Fiscal - Importação
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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MEDIDA JUDICIAL. LANÇAMENTO. Por expressa previsão legal, cabe ao Fisco proceder à constituição do crédito tributário cuja exigibilidade houver sido suspensa por medida judicial favorável ao contribuinte, por meio do lançamento destinado a prevenir a decadência. JUROS DE MORA. DEPÓSTIO INTEGRAL. INEXIGIBILIDADE. São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral Súmula CARF nº 5. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Ricardo Paulo Rosa Relator. EDITADO EM: 07/10/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Relatório Fl. 292DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2011 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 07/10/2011 por RICARDO PAULO ROSA 2 Por bem descrever os fatos, adoto o relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Trata o presente processo dos Autos de Infração de fls. 01 a 06 e 07 a 13 por meio dos quais são feitas as exigências de: fls. 01 a 06 1 R$ 853.945,00 (oitocentos e cinqüenta e três mil e novecentos e quarenta e cinco reais) de Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior COFINSImportação, instituída pelo art. 1o, da Lei no 10.865 de 30/04/2004 DOU 30/04/2004 ed. extra, com detalhamentos em outros artigos dessa mesma Lei; 2 juros de mora; fls. 07 a 13 3 R$ 185.395,95 (cento e oitenta e cinco mil trezentos e noventa e cinco reais e noventa e cinco centavos) de Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços PIS/PASEPImportação, instituída pelo art. 1o, da Lei no 10.865 de 30/04/2004 DOU 30/04/2004 ed. extra, com detalhamentos em outros artigos dessa mesma Lei; 4 juros de mora. Conforme constam nas Descrições dos Fatos e Enquadramentos Legais de fls. 02 e 08 os motivos das exigências foram os fatos de a autuada não haver recolhido referidas contribuições quando das importações listadas às fls. 02 e 08. Lavrados os autos de infração em tela e intimada a firma em 01/12/2006 (fl. 152) em 26/12/2006 ela ingressou com a impugnação de fls. 153 a 159 por meio da qual invoca os arts. 7o e 62, do Decreto no 70.235 de 06/03/1972 DOU 07/03/1972, alegando que como não se deve instaurar procedimento fiscal contra o sujeito passivo amparado por medida judicial os lançamentos em questão são nulos. Alega, também, que descabe a exigência dos acréscimos moratórios nos casos em que a exigência já se encontra devidamente depositada em juízo. Pede que se julguem nulos os autos de infração em tela. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 16/03/2005 a 15/06/2005 AÇÃO JUDICIAL A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, importa a renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Como a constituição de ofício do crédito tributário é de competência exclusiva da autoridade administrativa fiscal sua discussão em juízo não substitui o Fl. 293DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2011 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 07/10/2011 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 11684.001653/200684 Acórdão n.º 310201.174 S3C1T2 Fl. 2 3 lançamento que deve ser efetuado, mesmo nos casos de medida judicial suspensiva da ação fiscal, como medida preventiva da decadência. Embora os juros de mora já corram automaticamente sobre as quantias depositadas administrativa ou judicialmente e o percentual de incidência, nessa esfera apurada, prefira aos do lançamento não há óbices no sentido de que eles sejam ali indicados (no lançamento). Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a recorrente apresenta recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio do qual repisa em parte os argumentos contidos na impugnação ao lançamento. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. Conforme se depreende do teor do recurso voluntário apresentado a este colegiado, a recorrente sequer intenta discutir o mérito do litígio, mas “somente as questões referentes à nulidade dos lançamentos e ilegitimidade das cobranças dos juros de mora”, razão pela qual deixo de examinar a ocorrência de concomitância entre processos administrativo e judicial, já que tratase de matéria não recorrida. Não pode prosperar o entendimento manifesto quando, ao evocar o artigo 62 do Decreto 70.235/72, a autuada pretende demonstrar a impossibilidade de constituição do crédito tributário nos casos de medida judicial favorável ao administrado. Art. 62. Durante a vigência de medida judicial que determinar a suspensão da cobrança do tributo não será instaurado procedimento fiscal contra o sujeito passivo favorecido pela decisão, relativamente à matéria sobre que versar a ordem de suspensão. Não há como escapar ao entendimento de que o procedimento fiscal ao qual a norma faz menção é o procedimento de apuração e exigência do crédito tributário, conduta oposta à medida judicial que garante ao sujeito passivo o direito à discutir a exigência com a garantia de suspensão da cobrança, e não o procedimento de lavratura de auto de infração com vistas à prevenção da decadência, já que este último está expressamente previsto em Lei, tal como a seguir transcrito. Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) § 1º O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Fl. 294DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2011 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 07/10/2011 por RICARDO PAULO ROSA 4 § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. Noutro giro, nos termos da súmula CARF nº 05, de fato, não cabe a incidência de juros de mora nos casos de depósito do montante integral. Súmula CARF nº 5 São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. De se observar, contudo, que, em relação aos fatos geradores ocorridos em 16 de março de 2005, o depósito parece ter sido feito com um dia de atraso. Pelas razões acima, VOTO DAR PARCIAL provimento ao recurso voluntário apresentado pela recorrente, para afastar a incidência de juros de mora desde a data de efetivação dos depósitos judiciais. Sala de Sessões, 31 de agosto de 2011. Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2011 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2011 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 07/10/2011 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 35011.004063/2006-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2005 a 30/06/2006 CONTRIBUIÇÕES - AFERIÇÃO INDIRETA Deve ser mantida a autuação, cujo crédito fora apurado por meio de aferição indireta, quando o sujeito passivo reconhece equívocos no cumprimento dos seus deveres instrumentais, bem como da obrigação principal. MULTA - RETROATIVIDADE BENIGNA Em princípio houve beneficiamento da situação do contribuinte, motivo pelo qual incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente NFLD ser calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte.
Numero da decisão: 2301-002.638
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em manter a aplicação da multa, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva, que votou pelo afastamento da multa; b) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2005 a 30/06/2006 CONTRIBUIÇÕES AFERIÇÃO INDIRETA Deve ser mantida a autuação, cujo crédito fora apurado por meio de aferição indireta, quando o sujeito passivo reconhece equívocos no cumprimento dos seus deveres instrumentais, bem como da obrigação principal. MULTA RETROATIVIDADE BENIGNA Em princípio houve beneficiamento da situação do contribuinte, motivo pelo qual incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente NFLD ser calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em manter a aplicação da multa, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva, que votou pelo afastamento da multa; b) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do Relator. Marcelo Oliveira Presidente. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/05 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Adriano Gonzales Silvério Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Damião Cordeiro de Moraes, Bernadete de Oliveira Barros, Leonardo Henrique Pires Lopes, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério. Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito nº 35.979.2243, a qual exige contribuições sociais a cargo da empresa e as contribuições previdenciárias relativas a parte dos segurados, destinadas ao custeio Seguridade Social, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e as destinadas a outras Entidades e Fundos (Salário Educação e INCRA), incidentes sobre as remunerações pagas aos segurados empregados. De acordo com o Relatório Fiscal essas contribuições foram apuradas por meio da adoção da técnica de aferição indireta, uma vez que foi constatada a seguinte situação fática pela Fiscalização: “Em ação fiscal na empresa, ao serem examinados os documentos relacionados com as contribuições para a Seguridade Social — Folhas de pagamento, Fichas de Registro de Empregados, contratos de execução de obras de construção civil, termo de recebimento, ordem de execução, Cadastro Específico do INSS (matrículas CEI), ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica), notas fiscais de serviço, em confronto com os Livros Diário e Razão de 200412005 / Balancete de janeiro a junho/2006, ficou constatado que a contabilidade, nesse período, não registrou, nas contas de custo/despesa, a totalidade das remunerações pagas aos segurados a serviço da empresa.” A empresa autuada apresentou sua impugnação fazendo, ao transcrever citações doutrinárias e legislativas, alegações genéricas sobre o procedimento do lançamento do crédito tributário. Além disso, sustentou que, com base no princípio da boafé, deveria ser excluída a sua culpa, pois, à época dos fatos, havia agido com base nas informações que julgava ser correta. No mais, questionou alguns valores apurados por meio da aferição indireta. A DRJ de Belém/PA proferiu voto no sentido de julgar procedente o lançamento do crédito tributário, uma vez que a empresa não apresentou provas suficientemente capazes de elidir crédito tributário constituído. A empresa devidamente intimada interpôs recurso voluntário, praticamente, renovando todos os argumentos articulados na impugnação, inclusive, aquele que alega aplicabilidade do princípio da boafé, como forma de exclusão da culpa pela falta de recolhimento das contribuições previdenciárias em cobrança, uma vez que a prática infracional do não pagamento do tributo se deu por conta da negligência dos seus funcionários. É o relatório. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/05 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 35011.004063/200694 Acórdão n.º 2301002.638 S2C3T1 Fl. 216 3 Voto Conselheiro Adriano Gonzales Silvério O recurso é tempestivo e não há óbice para seu conhecimento. Para o deslinde da questão de mérito sob apreciação, basta registrar inicialmente que, da mera leitura do Relatório Fiscal anexo ao NFLD nº 35.979.2243, verifica se que o lançamento do presente crédito tributário se originou em decorrência da constatação, por meio da aplicação da aferição indireta, da ausência de pagamento das contribuições sociais a cargo da empresa e as contribuições previdenciárias relativas a parte dos segurados, destinadas ao custeio Seguridade Social, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho e as destinadas a outras Entidades e Fundos (SalárioEducação e INCRA), incidentes sobre as remunerações pagas aos segurados empregados. Já em relação ao trâmite processual do presente processo administrativo cabe assinalar que, conforme dito linhas atrás, a empresa devidamente intimada apresentou tempestivamente a sua impugnação, sobre a qual sobreveio decisão proferida pela DRJ que julgou totalmente procedente o lançamento do crédito tributário em julgamento, o que ensejou, por parte da empresa, a interposição de Recurso Voluntario ora apreciado. Em seu recurso, a empresa sustenta com base no princípio da boafé a exclusão da culpa pela falta de recolhimento das contribuições previdenciárias em cobrança, uma vez que a prática infracional do não pagamento do tributo se deu por conta da negligência dos seus funcionários, motivo pelo qual deveria ser integralmente cancelado a cobrança das contribuições previdenciárias lançadas no NFLD nº 35.979.2243. Nesse sentido, vale transcrever os trechos extraídos do recurso que, ao sustentar aquela tese, acabou reconhecendo o não recolhimento das contribuições previdenciárias: “É exatamente com este fundamento, no princípio da boafé, e portanto, pela exclusão da culpa, que não pode a IMPUGNANTE ser punida, pois agiu baseado em instrução ou informação que julgava ser correta. ‘Infração culposa: Quando o infrator, embora sem intenção, agiu ou se omitiu por negligência, imprudência ou pericia , sendo portanto culpado.’ Ela, responde neste caso pelo ato do preposto, por culpa: foi ela que escolheu os empregados (culpa in eligendo), a ela incumbia fiscalizar seus empregados (culpa in vigilando). Há ainda, o fato, que para as obras locais, mencionadas na Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, a IMPUGNANTE utilizouse de empregados que faziam e ainda fazem parte de seu quadro de funcionários, e suas contribuições foram recolhidas junto com as dos demais funcionários, mas tal fato apenas foi descoberto, quando após a lavratura dos Autos de Fl. 3DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/05 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 4 Infrações e Notificações, a IMPUGNANTE terceirizou seus serviços contábeis, onde á constatado tais fatos, até então desconhecidos pelo agente fiscal. A IMPUGNANTE reconhece sua negligência e sua imprudência, ao deixar de fiscalizar os empregados encarregados do seu departamento de pessoal e contabilidade, respectivamente, no entanto.” Como se vê, a empresa expressamente declara, ao sustentar a negligência dos seus funcionários na realização das tarefas que lhes foram incumbidas, que não houve o recolhimento das contribuições ora exigidas, tampouco os registros contábeis cujas falhas ensejaram a aferição indireta, reconhecendo, assim, claramente a prática de descumprimento das obrigações fiscais de responsabilidade da empresa. Com efeito, o fato dos funcionários não terem realizados, como alega a empresa, diligentemente os trabalhos, isso, no entanto, não tem o poder, com base no princípio da boafé, de eximir a empresa do pagamento do tributo, já que a lei impõe à empresa a respectiva obrigação. Portanto, considerando que a empresa não trouxe elementos de modo a fazer contraprova da não ocorrência dos fatos geradores das contribuições em tela, deve ser, assim, mantido lançamento do crédito tributário tal como constituído no auto de infração, pois o sujeito passivo não arguiu em seu recurso argumento plausível que pudesse impedir, modificar ou extinguir a obrigação que lhe foi imputada. Multa Há de se registrar que o dispositivo legal da multa aplicada foi alterado pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, merecendo verificar a questão relativa à retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Segundo as novas disposições legais, a multa de mora que antes respeitava a gradação prevista na redação original do artigo 35, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, passou a ser prevista no caput desse mesmo artigo, mas agora limitada a 20% (vinte por cento), uma vez que submetida às disposições do artigo 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Incabível a comparação da multa prevista no artigo 35A da Lei nº 8.212/91, já que este dispositivo veicula multa de ofício, a qual não existia na legislação previdenciária à época do lançamento e, de acordo com o 106 do Código Tributário Nacional deve ser verificado o fato punido. Ora se o fato “atraso” aqui apurado era punido com multa moratória, consequentemente, com a alteração da ordem jurídica, só pode lhe ser aplicada, se for o caso, a novel multa moratória, prevista no caput do artigo 35 acima citado. Em princípio houve beneficiamento da situação do contribuinte, motivo pelo qual incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/05 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 35011.004063/200694 Acórdão n.º 2301002.638 S2C3T1 Fl. 217 5 Pelo exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao RECURSO VOLUNTÁRIO para determinar a aplicação da multa nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. Adriano Gonzales Silvério Relator Fl. 5DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/05 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 24/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
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