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Numero do processo: 10240.001228/2006-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2003
IRPF. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS.
É tributável o montante recebido em decorrência de reclamatória trabalhista, mormente se inexistir prova de que o rendimento está alcançado pela isenção ou não incidência do imposto de renda.
IRPF. MULTA. EXCLUSÃO.
Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos.
Numero da decisão: 2201-001.655
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, DAR
PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo, que negaram provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. É tributável o montante recebido em decorrência de reclamatória trabalhista, mormente se inexistir prova de que o rendimento está alcançado pela isenção ou não incidência do imposto de renda. IRPF. MULTA. EXCLUSÃO. Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo, que negaram provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Fl. 131DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada) e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2003, consubstanciado no Auto de Infração, fls. 08/15, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 53.365,32. A fiscalização apurou omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, decorrente do Processo Trabalhista nº 5579702, no valor de R$ 82.547,00. Cientificado do lançamento, o autuado apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, que: 1. Tal cobrança referese a valores recebidos a título de indenização no processo trabalhista nº 0557/9702, cujos valores foram lançados em minha declaração IRPF como rendimentos isentos ou não tributáveis conforme informe de rendimentos fornecido pela reclamada no processo, Distribuidora Cummins Amazonas Ltda, CNPJ 04.278.834/000114; 2. Mesmo considerando que os valores oriundos de tal processo trabalhista são tributados pelo imposto de renda, esse imposto devia ser de responsabilidade da reclamada, pois nos cálculos da liquidação da sentença consta o valor de R$ 20.167,95 a título de IRRF, valor esse que deveria ser considerado como antecipação do valor devido na declaração; 3. Peço que a Delegacia da Receita Federal intime a reclamada no processo trabalhista, para apresentar o informe de rendimentos e o comprovante do pagamento do imposto retido na fonte de acordo com os cálculos de fl.663 do referido processo trabalhista, no sentido de que eu possa retificar minha declaração. A 2ª Turma da DRJ em Belém/PA julgou procedente em parte o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Cabível a tributação de valores recebidos via reclamação trabalhista, referentes a salários atrasados, férias e seguro desemprego. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA NA FONTE. Deve ser excluído dos rendimentos sujeitos ao ajuste anual o 13º salário, por se tratar de rendimento sujeito a tributação exclusiva na fonte. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10240.001228/200641 Acórdão n.º 2201001.655 S2C2T1 Fl. 2 3 Cabível a glosa de IRRF pelo fato do contribuinte ter efetuado acordo no âmbito da Justiça do Trabalho sem a retenção do IRRF. Também cabível a glosa de IRRF declarado e não constante nos sistemas da RFB. Lançamento Procedente em Parte Intimado da decisão de primeira instância em 21/08/2008 (fl. 114), Pedro Roberto Zangrando apresenta Recurso Voluntário em 22/09/2008 (fls. 117/120), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Segundo se colhe dos autos o recorrente ingressou com reclamatória trabalhista contra a Distribuidora Cummins Amazonas Ltda, CNPJ 04.278.834/000114, pleiteando o recebimento de diferenças salariais, FGTS, 13º salário, seguro desemprego, entre outros. (fls. 43/54) Por sua vez, o Juiz do Trabalho, Dr. Jairo Silva Santana, determinou o pagamento ao recorrente das verbas trabalhistas sendo que, de acordo com a sentença de fl. 52, o rendimento tributário representou o montante de R$ 78.522,00 (68,28% de R$ 115.000,00 recebidos em 2002). Contudo, visando a quitação das parcelas trabalhistas, as partes firmaram um acordo, onde o recorrente receberia parte em dinheiro e outra através de um imóvel no valor de R$ 100.000,00. Todavia, do acordo firmado entre as partes, fls. 36 e 38/39, não houve destaque do IRRF, em que pese conste do contrato o seguinte: “A Executada comprovará nos autos o recolhimento de todos os encargos oriundos da presente ação trabalhista, notadamente o que se refere ao IRPF e INSS devidos pelo Exeqüente, em 30 dias após o cumprimento do acordo”. Assim, em sua peça recursal alega o recorrente que a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto é única e exclusivamente da fonte pagadora, portanto, é dela que deve ser exigido o imposto. Pois bem, sem prejuízo da responsabilidade de reter e recolher o imposto permanece o dever do beneficiário dos rendimentos de declarálos para fins de apuração do imposto devido, quando do ajuste anual. O contribuinte, na qualidade de beneficiário dos rendimentos, não pode se furtar à tributação porque a fonte pagadora não procedeu à retenção do imposto. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 Em verdade, sendo a retenção do imposto pela fonte pagadora mera antecipação do imposto devido na declaração de ajuste anual, não há que se falar em responsabilidade pelo imposto concentrada exclusivamente na fonte pagadora. É neste sentido que este Órgão Administrativo tem reiteradamente decidido, conforme se colhe da leitura da Súmula CARF nº 12: Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. Ressaltese, ainda, que no regime de retenção do imposto por antecipação, a legislação determina que a apuração definitiva do imposto de renda seja efetuada pelo contribuinte, pessoa física, na Declaração de Ajuste Anual. Neste sentido, se o Fisco constatar antes do prazo fixado para a entrega da Declaração de Ajuste Anual que a fonte pagadora não procedeu à retenção do imposto de renda na fonte, o imposto deve ser dela exigido, pois não terá surgido ainda para o contribuinte o dever de oferecer tais rendimentos à tributação. Todavia, se somente após a data prevista para a entrega da Declaração de Ajuste Anual, no caso de pessoa física, for constatado que não houve a retenção do imposto, o destinatário da exigência passa a ser o contribuinte. Destarte, pelos fundamentos expostos entendo que a exigência tributária em exame deve ser mantida. Quanto à multa de ofício aplicada assevera o suplicante que “... foi levado a erro pela reclamada, por que esta lhe enviou Comprovante de Rendimentos Pagos e Retenção do Imposto de Renda na Fonte, DIRF referente ao exercício de 2.002 (...) valores correspondentes a indenização trabalhista (...) onde consta que os valores recebidos seriam Rendimentos Isentos e não Tributados...” No que tange a aplicação da multa de ofício entendo, da mesma forma que o suplicante, que sua imposição não é possível, visto que o recorrente, concretamente, foi induzido ao erro pela fonte pagadora. Com efeito, compulsandose o Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte, fl. 101, verificase a fonte pagadora classificou o rendimento como sendo “Indenizações por Rescisão do Contrato de Trabalho”. Assim, o recorrente de posse do referido documento apresentou sua declaração informando a verba como isenta, acreditando estar agindo de forma correta. Portanto, se houve erro no apontamento da natureza do rendimento tributável, este erro é escusável e não foi provocado pelo recorrente. Deste modo, deve ser excluída a multa de ofício aplicada ao lançamento em exame. Diante de todo o exposto, voto no sentido de DAR provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a aplicação da multa de ofício. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 134DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10240.001228/200641 Acórdão n.º 2201001.655 S2C2T1 Fl. 3 5 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10240.001228/200641 Recurso nº: 168.374 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2201001.655. Brasília/DF, 20 de junho de 2012 Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 135DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 10980.005631/2007-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: IRPF. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. INCIDÊNCIA
DO IMPOSTO. Sujeitam-se à incidência do imposto, na fonte e na
declaração de ajuste anual, os valores recebidos a título de recebidos a título resgate de previdência privada, salvo parcelas correspondentes a contribuições cujo ônus tenha sido da pessoa física, e realizadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995, que são isentas.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.543
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: IRPF. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. Sujeitam-se à incidência do imposto, na fonte e na declaração de ajuste anual, os valores recebidos a título de recebidos a título resgate de previdência privada, salvo parcelas correspondentes a contribuições cujo ônus tenha sido da pessoa física, e realizadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995, que são isentas. Recurso negado.
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RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. Sujeitamse à incidência do imposto, na fonte e na declaração de ajuste anual, os valores recebidos a título de recebidos a título resgate de previdência privada, salvo parcelas correspondentes a contribuições cujo ônus tenha sido da pessoa física, e realizadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995, que são isentas. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Presidente em exercício e Relator EDITADO EM: 26/03/2012 Participaram da sessão: Pedro Paulo Pereira Barbosa (Presidente em exercício e Relator), Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Rayana Alves de Oliveira França e Margareth Valentini (suplente convocada). Ausente justificadamente o Conselheiro Eduardo Tadeu Farah. Fl. 51DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 2 Relatório ARTHUR IORIO JUNIOR interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJCURITIBA/PR (fls. 27) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 09/11, que alterou o resultado da Declaração de Rendimentos apresentada pelo Contribuinte, referente ao exercpicio de 2002, de imposto a restituir de R$ 35.461,94 para imposto a restituir de R$ 12.929,54. A infração que ensejou o lançamento foi a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, conforme descrição dos fatos do auto de infração, a seguir reproduzida: Omissão de rend. pelo resgate de contrib. de previdência privada.do total de R$ 109.243,86, recebido da prever, o contribuinte considerou R$ 81.936,00 como rend. isentos alegando depósitos efetuados entre 1993/95. Segundo os extratos individuais do fundo gerador de benefícios, comprovante de rendimentos apresentados pelo contribuinte, e DIRF, os rendimentos são tributáveis, pois o ônus dos depósitos foi suportado exclusivamente pela empresa, e não há que se falar de isenção nos termos do art 39,XXXVIII, do rir/99, que exige que o ônus dos depósitos seja do contribuinte. O Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que o auto de infração padece de equívoco na capitulação legal, e diz que como "Diretor Estatutário", aderiu a um plano de previdência privada, à época firmado entre o conglomerado BAMERINDUS e a PREVER S/A SEGUROS E PREVIDÊNCIA; que foi beneficiado pela Lei n° 6.919, de 1981, que lhe facultou ingressar no referido plano sob o regime do FGTS, sendo que aquela lei foi posteriormente complementada pela Lei n° 8.036, de 1990; que, pelos textos legais, é pacífico que as verbas depositadas a título de previdência privada foram equiparadas ao FGTS. Aduz que a partir da Lei n° 7.713, de 1988 (da qual destaca o art. 61, VII, "b", e VIII), os participantes de fundos de previdência privada gozavam de isenção legal referente ao imposto de renda, devendo as suas verbas, quando do saque, serem percebidas sem desconto a título de tributos, porquanto a lei não lhe restrinja esse direito. Refuta a afirmação de que foi a empresa que suportou o ônus da contribuição, e cita o art. 6% VIII, da Lei n° 7.713, de 1988, e reafirma que os depósitos efetuados pelo BAMERINDUS em período anterior à vigência da Lei n° 9.250, de 1995, eram isentos. A DRJCURITIBA/PR julgou procedente o lançamento com base nas considerações a seguir resumidas. Sobre a alegação da defesa quanto à relação entre o plano de previdência privada e o FGTS, a DRJCURITIBA/PR observou que a Lei n° 6.919, de 1981, apenas e tão somente, facultou às empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista estender a seus "diretores não empregados" o regime do FGTS, o que implicaria o depósito em conta vinculada, nos moldes em que previstos para esse fundo pela Lei n° 5.107, de 1966; que essas leis em momento algum estabeleceram alguma espécie de equiparação ao FGTS de contribuições à previdência privada pagas pelos empregadores. Observou também que o impugnante não identificou o texto legal que fundamentaria a sua tese de "equiparação" e nem revelou a base de sustentação do entendimento que diz "pacífico". A DRJ anota que, pela Lei n° 8.036, de 1990, que revogou a Lei no 7.839, de 1989, que, por sua vez, havia revogado a Lei n° 5.107, de 1966, o FGTS era previsto como Fl. 52DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 10980.005631/200767 Acórdão n.º 220101.543 S2C2T1 Fl. 2 3 sendo "constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações" (art. 2°); que a Lei n° 8.036, de 1990, previu, ainda, que "os depósitos feitos na rede bancária, a partir de 1 ° de outubro de 1989, relativos ao FGTS, serão transferidos à Caixa Econômica Federal no segundo dia útil subseqüente à data em que tenham sido efetuados" (art. 11); que "no prazo de um ano, a contar da promulgação desta lei, a Caixa Econômica Federal assumirá o controle de todas as contas vinculadas, nos termos do item 1 do art. 7, passando os demais estabelecimentos bancários, findo esse prazo, à condição de agentes recebedores e pagadores do FGTS, mediante recebimento de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador" (art. 12), que "Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador..." (art. 15) e que, da mesma forma como previsto na Lei n° 6.919, de 1981, "Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS" (art. 16). Daí, arremata a DRJ, o FGTS é inconfundível com a simples adesão do contribuinte a um plano de previdência privado custeado com recursos de seu empregador, não havendo que se cogitar, por conseguinte, que a isenção conferida às operações com recursos do FGTS seja estendida aos resgates de previdência privada, por absoluta falta de previsão legal. Quanto aos dispositivos da legislação tributária invocados, a DRJ também não reconheceu razão ao impugnante. Sobre este ponto, observou que a norma legal invocada, consubstanciada nos incisos VII, "b", e VIII do art. 61 da Lei n° 7.713, de 1988, é clara ao restringir a isenção então vigente aos benefícios recebidos de entidades de previdência privada em relação às contribuições cujo ônus tenha sido do participante, o que exclui, portanto, benefícios gerados a partir de contribuições dos empregadores. Observa que a isenção do inciso VII, tal como prevista originariamente, deixou de existir a partir da edição da Lei n° 9.250, de 1995, que alterou a sua redação (art. 32) e, pari passu, estabeleceu que "Sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os benefícios recebidos de entidade de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições" (art. 33). Ressalta também que, em face da mudança legislativa implementada pela Lei n° 9.250, de 1995, no regime de tributação das contribuições à previdência privada, o art. 81 da Medida Provisória n° 1.459, de 1996 (atual Medida Provisória n° 2.15970, de 2001), previu que a exclusão, também elencada no inciso XXXVIII do art. 39 do RIR/1999 como isenção, restringese ao resgate de contribuições que tenham sido ônus da pessoa física, recebido por ocasião de seu desligamento do plano de benefícios, e desde que essas tenham sido efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. Portanto, inexiste, em qualquer hipótese, isenção em relação a benefícios de previdência privada proporcionados a partir de contribuições de empregadores. Por outro lado, acrescenta, a isenção do inciso VIII do art. 61 da Lei no 7.713, de 1988, referese às contribuições pagas pelos empregadores aos programas de previdência privada, o que não alcança os resgates ou benefícios que, posteriormente, são gerados. E Conclui: “o impugnante equivocase ao confundir hipóteses diametralmente opostas, eis que pretende isenção no resgate das contribuições, ao passo que a norma trata de isenção no momento da contribuição. Na realidade, a razão para a existência da isenção sobre as contribuições pagas pelo empregador, que constituiriam benefícios e vantagens tributáveis nos moldes do inciso XVII do art. 43 do RIR/1999, é justamente o fato de os rendimentos Fl. 53DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 4 proporcionados pelas contribuições serem tributados no momento do resgate/benefício das contribuições.”. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 24/11/2009 (fls. 33) e, em 08/12/2009, interpôs o recurso voluntário de fls. 34/45, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, o lançamento decorre da reclassificação de rendimentos declarados como isentos para rendimentos tributáveis. Tais rendimentos referem se a resgate de previdência privada. O Contribuinte sustenta a isenção do imposto. O Contribuinte se diz beneficiário da Lei nº 6.919, de 1981 que, segundo seu entendimento, teria equiparado as contribuições ao fundo de previdência privada específico ao regime do FGTS. Também aduz que os resgates de previdência privada referente a contribuições efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995 estariam isentas e, ainda, que a partir da Lei nº 7.713, de 1988, em seu art. 61, os participantes dos fundos de previdência privada gozavam de isenção. Como se vê, são três questões a serem examinadas. Conforme relatório, a DRJCURITIBA/PR apreciou cada uma das questões levantadas, com clareza e precisão, e suas conclusões não merecem reparos. Sobre a alegada equiparação ao FGTS, de fato, a Lei n° 6.919, de 1981, apenas facultou às empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista estender a seus "diretores não empregados" o regime do FGTS, devendo fazer os depósitos em conta vinculada, conforme previsto na Lei n° 5.107, de 1966. A Lei n° 6.919, de 1981, assim dispôs: Art. 1º As empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão estender a seus Diretores nãoempregados o regime do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGTS . § 1º As empresas que exercerem a faculdade prevista neste artigo içarão obrigadas a depositar, até o último dia de expediente bancário do 1º (primeiro) decêndio de cada mês, em nome de cada um dos Diretores abrangidos pela decisão, importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida no mês anterior, aplicandose, no que não contrariar esta Lei,o disposto na Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966. Fl. 54DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 10980.005631/200767 Acórdão n.º 220101.543 S2C2T1 Fl. 3 5 Como se vê, não há nisso nada que autorize a interpretação defendida pelo Recorrente, e este, vale ressaltar, não menciona nenhum dispositivo que se refira, expressamente, à equiparação por ele pretendida. Sobre a isenção dos resgates feitos nos período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, este se refere apenas à parte dos resgates das contribuições cujo ônus tenha sido do Contribuinte e, neste caso, tratase de contribuição cujo ônus foi da empresa. Para que não pairem dúvidas, reproduzo a seguir os incisos VII, "b", e VIII do art. 61 da Lei n° 7.713, de 1988, que dispuseram sobre a matéria: Art.6º. Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: VII os benefícios recebidos de entidades de previdência privada: a) quando em decorrência de morte ou invalidez permanente do participante; b) relativamente ao valor correspondente às contribuições cujo ônus tenha sido do participante, desde que os rendimentos e ganhos de capital produzidos pelo patrimônio da entidade tenham sido tributados na fonte; [...] VIII as contribuições pagas pelos empregadores relativas a programas de previdência privada em favor de seus empregados e dirigentes; Vale repetir: a isenção apenas alcança os benefícios cujas contribuições tenha sido ônus do participante, o que não é o caso. E, finalmente, sobre a alegada isenção das contribuições, o inciso VIII, acima reproduzido, é bastante claro quando se refere à isenção das contribuições e não dos benefícios. Assim, em conclusão, a pretensão do Recorrente não encontra respaldo na legislação e, portanto, os benefícios em questão são efetivamente tributáveis. Correto o lançamento. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 55DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 6 Fl. 56DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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Numero do processo: 10293.720053/2008-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR
Exercício: 2006
MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. É exigível a multa de ofício no
percentual de 75% na forma do art. 44, § 1º, I da Lei nº 9430 de 1996, por expressa determinação legal.
Numero da decisão: 2201-001.552
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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LEGALIDADE. É exigível a multa de ofício no percentual de 75% na forma do art. 44, § 1º, I da Lei nº 9430 de 1996, por expressa determinação legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Presidente Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Márcio de Lacerda Martins, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Pedro Paulo Pereira Barbosa (Presidente). Relatório Fl. 119DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício 2006, consubstanciado na Notificação de Lançamento (fls. 16/20), pela qual se exige o pagamento do crédito tributário no valor total de R$ 889.415,37, relativo ao imóvel rural denominado "Seringal Santo Elias" com 7.943,5 ha, localizado no município de Sena Madureira/AC. A fiscalização alterou o VTN declarado de R$ 2.000,00 para R$ 2.274.859,53, com base no SIPT Sistema de Preços de Terra (fl. 19). Cientificada do lançamento, a interessada apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: • apresenta um relato dos fatos que culminaram com a presente Notificação de Lançamento; • verifica a existência de excesso no valor do crédito tributário na ordem de R$ 889.415,37 eis que o valor do imóvel apurado por este escorreito órgão está excessivamente elevado (R$ 2.482.859,53); • a constatação de excesso no valor do VTN atribuído pela autoridade fiscal pode ser alterada com a apresentação do laudo técnico elaborado de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas; • não busca o Estado, através do tributo, cuja compulsoriedade lhe é inerente, reivindicar a propriedade do particular, mas também não se justifica a incidência de tributo que equivalha à própria extinção do bem tributado e, nesse sentido, cita ensinamentos de Kiyoshi Harada; • o arbitramento do valor da terra nua apurado pelo sistema de Preços de Terra é de valor excessivamente elevado, ensejando a real possibilidade de ofensa ao princípio da legalidade e da vedação do tributo com efeito de confisco (art.l50, I da CF); • depreendese dos termos do laudo técnico de avaliação do imóvel denominado: SERINGAL SANTOS ELIAS, confeccionado por profissional habilitado e credenciado no CREA que o valor do imóvel é de R$ 147.720,12 no ano de 2006; • requer o recebimento do presente recurso administrativo, no seu efeito suspensivo, declarandoo provido e determinando a revisão de lançamento para adequála, eis que o valor do crédito tributário é excessivo, eis que não corresponde a realidade do valor do imóvel rural, conforme se extrai do laudo técnico de avaliação com ART/CREA a teor das normas da ABNT, para que assim possa voltar ao status quo da legalidade. A 1ª Turma da DRJ Brasília/DF julgou procedente em parte o lançamento, consubstanciado na ementa abaixo transcrita: DO VALOR DA TERRA NUA VTN. Cabe ser acatado VTN apurado por Laudo Técnico emitido por profissional habilitado, com ART devidamente anotado no CREA, demonstrando, de maneira inequívoca, o valor fundiário do imóvel rural avaliado, a preços da época do fato gerador do Fl. 120DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10293.720053/200811 Acórdão n.º 220101.552 S2C2T1 Fl. 2 3 imposto, bem como as suas características particulares desfavoráveis, que justificam o VTN pretendido. Impugnação Procedente Crédito Tributário Mantido em Parte Em relação ao julgamento de primeira instância, destacase: Portanto, cabe acatar o “Laudo Técnico de Avaliação”, doc. de fls. 60/77, e seus anexos, doc de fls. 78/83, apresentado para revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, passando a ser aceito o VTN/ha de R$ 18,60/ha, o quê corresponde a um VTN de R$ 147.720,12. Desta forma, em face dos elementos de prova constantes dos autos, cabe tributar o imóvel com base no VTN de R$ 147.720,12, equivalente a R$ 18,60 por hectare, indicado no “Laudo Técnico de Avaliação”, doc. de fls. 60/77, e seus anexos, doc de fls. 78/83, devendo ser alterados os dados apurados e utilizados pela fiscalização na lavratura da Notificação de Lançamento de fls. 16/20, no sentido de adequar a exigência tributária à realidade dos fatos... Intimada da decisão de primeira instância em 01/09/2011 (fl. 98), a autuada apresenta Recurso Voluntário em 03/10/2011 (fls. 208/210), insurgindose apenas contra a multa de ofício aplicada. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. A controvérsia cingese, nesta segunda instância, a multa de oficio aplicada de 75%. Argumenta a recorrente, em apertada síntese, que o percentual da multa exigido no lançamento ofende aos princípios constitucionais da razoabilidade, proporcionalidade e da proibição do confisco, o que é vedado pelo art. 150 da Constituição Federal. Pois bem, o percentual de 75% da multa de ofício foi aplicado no presente caso conforme disposto no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que a seguir se transcreve: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: Fl. 121DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 I – de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte. (...) A autoridade fiscal verificou que a contribuinte deixou de recolher o imposto correspondente, sujeitandose, portanto, à imposição da multa de 75%. Por outro lado, insta frisar que o exame da obediência das leis tributárias aos princípios constitucionais é matéria que não deve ser abordada na esfera administrativa, conforme se infere da Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Como se vê, os julgamentos administrativos não contemplam o exame de constitucionalidade de leis tributárias, razão pela qual deixo de apreciar a alegação da recorrente de ofensa aos princípios constitucionais de proporcionalidade, razoabilidade e de nãoconfisco. Destarte, correta a imposição da multa de ofício. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 122DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 13706.001718/2007-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2004
Ementa:
LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. LIMITE. As deduções de livro caixa estão
limitadas ao valor dos rendimentos de trabalho não assalariado recebidos e não aos rendimentos recebidos de pessoa física.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2201-001.717
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a dedução de livro-caixa declarada, no valor de R$ 30.325,06.
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1825; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13706.001718/200701 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201001.717 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 11 de julho de 2012 Matéria IRPF Recorrente JULIO HENRIQUE TELLES MIGUEZ Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2004 Ementa: LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. LIMITE. As deduções de livro caixa estão limitadas ao valor dos rendimentos de trabalho não assalariado recebidos e não aos rendimentos recebidos de pessoa física. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a dedução de livrocaixa declarada, no valor de R$ 30.325,06. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO– Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 19/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Relatório Contra o contribuinte acima identificado, foi lavrada Notificação de Lançamento (fls.02/04), relativo ao IRPF, exercício 2004, tendo sido apurado crédito tributário Fl. 65DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 2 no montante total de R$13.569,14, incluindo multa e juros pertinentes, originado da omissão de rendimentos auferidos Petrobrás, no valor de R$21.875,30 e glosa da compensação a título de CarnêLeão de R$1.848,76 Intimado do lançamento, o contribuinte apresentou sua impugnação, fls.01, acompanhado os documentos de fls. 02/29, cujos principais argumentos estão assim sintetizados acórdão de primeira instância, o qual adoto nessa parte: “não houve omissão de rendimentos, visto que o valor recebido da PETROBRÁS S/A, no valor de R$ 21.875,30, foi oferecido a. tributação, mês a mês, como rendimento tributável recebido de pessoas físicas, como escriturado no Livro Caixa de fls.9/23. Em relação a glosa da compensação dos valores a titulo de CarnêLedo informou que esta deveuse a orientação recebida do seu contador para fins de compensação do imposto retido na fonte por ocasião da auferição dos rendimentos recebidos da Petrobras.” Após analisar a matéria, os Membros da 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília, acordaram, por unanimidade de votos, julgar procedente em parte a impugnação, nos termos do Acórdão DRJ/BSB n° 0333.800 de 13/10/2009, em decisão assim ementada: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. É dever do contribuinte consignar na Declaração de Ajuste Anual todos os rendimentos tributáveis auferidos. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. ERRO NO PREENCHIMENTO Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de oficio pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. Cientificado dessa decisão em 09/04/2010, (“AR” fls.50 verso), apresentou Recurso Voluntário na data de 05/05/2010, fls.52, ratificando os termos das peças de defesa apresentadas e insurgindose, in verbis: “Saliento também que, salvo melhor juízo, os artigos 75 e 76 do RIR/99 mencionados no acórdão 0333.800, que trata de minha impugnação parcial, não fazem nenhuma alusão a obrigatoriedade da limitação das deduções das despesas escrituradas em Livro Caixa apenas aos valores dos rendimentos recebidos de pessoa física pelo autônomo.” O processo foi distribuído a esta Conselheira, numerado até as fls.55 (última). É o Relatório. Voto Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. A matéria posta à apreciação deste Colegiado referese a limitação da dedução de livro caixa. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 13706.001718/200701 Acórdão n.º 2201001.717 S2C2T1 Fl. 2 3 Dos documentos acostados aos autos e das conclusões da decisão de primeira instância, depreendese que são fatos incontroversos do presente processo: a) O lançamento referese exclusivamente ao rendimento recebido pelo contribuinte da Petróleo Brasileiro S/A, no montante de R$21.875,30 e ao imposto de renda retido na fonte de R$1.680,46, cuja natureza é trabalho sem vínculo empregatício, conforme comprovante de rendimentos pagos (fls.08); b) O total desse rendimento integrou as receitas escrituradas no Livro Caixa (fls.9/23); c) O valor declarado de carnêleão no montante de R$1.680,46, referese a retenção acima especificada. d) O total do rendimento escriturado no livro de R$33.760,56 (fls.22), foi oferecido a tributação como rendimento auferido de pessoa física na Declaração de Ajuste Anual 2004 (fls.35/38); e) Não há glosa das despesas apresentadas. a) O contribuinte recebeu rendimentos de outras pessoas jurídicas, no montante de R$49.359,89 que foram devidamente declarados. Partindo desses pressupostos, a decisão de primeira instância alterou o lançamento, pelas razões a seguir consignadas: “Necessário, pois, alterar os dados erroneamente consignados na declaração originariamente apresentada pelo contribuinte, para o fim de excluir dos rendimentos declarados como auferidos de pessoa física o valor de R$ 21.875,30 e, em contrapartida, fazer o registro desse mesmo valor de R$ 21.875,30 como auferido de pessoa jurídica, compensandose, contudo, o valor do imposto retido na fonte no valor de R$ 1.680,45 quando do pagamento do referido valor por parte da PETROBRAS S/A (doc.fls.43). Destarte, em face das razões de defesa apresentadas na impugnação e diante dos equívocos verificados na Declaração de Ajuste Anual apresentada pelo contribuinte no exercício de 2004, lid que se adequar o Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido de fls.4 para o fim de excluir dos rendimentos declarados como auferidos de pessoa física o valor de R$ 21.875,30, e, em contrapartida, consignar o mesmo valor de R$ 21.875,30 como auferidos de pessoa jurídica, compensandose o imposto de renda na fonte no valor de R$ 1.680.45, e, por força das disposições constantes nos artigos 75 e 76 do Regulamento do Imposto de Renda baixado com o Decreto n° 3.000 — RIR199, limitar o valor da dedução das despesas escrituradas no Livro Caixa ao valor remanescente dos rendimentos tributáveis recebidos de pessoa física, (...)” (Grifei) Fl. 67DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 4 Para deslinde da questão importante se ater ao último trecho da decisão acima, grifado. A decisão recorrida limitou a dedução do livrocaixa aos rendimentos recebidos de pessoas físicas, no montante de R$11.885,26. A base legal evocada para essa limitação foi os arts.75 e 76 do RIR/99, a seguir transcrito: Seção II Despesas Escrituradas no Livro Caixa Art. 75. O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho nãoassalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso I): I a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; II os emolumentos pagos a terceiros; 111 as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 1º, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 34): I a quotas de depreciação de instalações, máquinas e equipamentos, bem como a despesas de arrendamento; II a despesas com locomoção e transporte, salvo no caso de representante comercial autônomo; III em relação aos rendimentos a que se referem os arts. 47 e 48. Art. 76. As deduções de que trata o artigo anterior não poderão exceder à receita mensal da respectiva atividade, sendo permitido o cômputo do excesso de deduções nos meses seguintes até dezembro (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 3º). § 1º O excesso de deduções, porventura existente no final do anocalendário, não será transposto para o ano seguinte (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 3º). § 2º O contribuinte deverá comprovar a veracidade das receitas e das despesas, mediante documentação idônea, escrituradas em Livro Caixa, que serão mantidos em seu poder, à disposição da fiscalização, enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 2º) § 3º O Livro Caixa de que trata o parágrafo anterior independe de registro. Da análise atenta dos referidos dispositivos, não há qualquer embasamento legal para a restrição imposta pela decisão recorrida. Efetivamente, pelo art.76 se depreende a limitação das deduções ao valor dos rendimentos de trabalho não assalariado e a compensação dos excessos de dedução nos meses seguintes, vedada a inclusão no ano seguinte. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 13706.001718/200701 Acórdão n.º 2201001.717 S2C2T1 Fl. 3 5 Assim, excluído a limitação imposto pela decisão de primeira instância, sem qualquer amparo legal e não havendo qualquer glosa das despesas escrituradas, devese revisar o quadro apresentado na fls.47, para incluir o valor total da dedução do livro caixa declarado pelo contribuinte, no montante de R$30.325,06: DDA Original Decisão 1a Instância Correção Rend. Tributáveis Recebidos de PJ 49.359,89 71.235,19 71.235,19 Rend. Tributáveis Recebidos de PF 33.760,56 11.885,26 11.885,26 Rend. Tributáveis Recebidos do Exterior Total de Rendimentos Tributáveis 83.120,45 83.120,45 83.120,45 Contribuição Previdenciária Oficial 2.885,45 2.885,45 2.885,45 Contrib.Á Previdência Privada/FAPI 2.254,80 2.254,80 2.254,80 Dependentes Despesas com instrução Despesas Médicas 7.374,86 7.374,86 7.374,86 Pensão Alimentícia Judicial Livro Caixa 30.325,06 11.885,26 30.325,06 Total de Deduções 42.840,17 24.400,37 42.840,17 Base de Cálculo 40.280,28 58.720,08 40.280,28 Imposto Calculado Dedução de Incentivo Imposto Devido 6.000,17 11.071,12 6.000,17 Imposto de Renda Retido na Fonte 3.939,79 5.620,24 5.620,24 CarnêLeão 1.848,76 Imposto Complementar Impostos pago no Exterior Total Imposto Recolhido 5.788,55 5.620,24 5.788,55 Imposto a pagar 211,62 5.450,88 211,62 Imposto a pagar declarado 211,62 211,62 211,62 Saldo de Imposto a Pagar 0 5.239,26 168,30 Do quadro acima, verificase que o saldo de imposto a pagar é a diferença do valor glosado referente a dedução de carnêleão, no montante de R$1.848,72 e de R$1.680,46, correspondente ao imposto de renda retido pela Petrobrás. Isto posto, como não houve glosa de despesas, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a dedução de livro caixa declarada de R$30.325,06. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Fl. 69DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 6 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. Brasília/DF, 19/09/2012 __________(assinado digitalmente)_____________ MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 70DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 13896.720020/2007-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR
Exercício: 2003
Ementa:
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. COPROPRIETÁRIO.
Por responsabilidade solidária, é válido o lançamento lavrado contra um dos coproprietários. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. A comprovação da área de preservação permanente, para efeito de sua exclusão da base de cálculo do ITR, não depende exclusivamente de seu reconhecimento pelo IBAMA por meio de Ato Declaratório Ambiental ADA ou da protocolização tempestiva do requerimento do ADA, uma vez que a efetiva existência pode ser comprovada por meio de Laudo Técnico e outras provas documentais idôneas.
ÁREA DE RESERVA LEGAL. COMPROVAÇÃO. A averbação à margem
da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, faz prova da existência da área de reserva legal, independentemente da apresentação tempestiva de Ato Declaratório Ambiental (ADA).
ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. A exclusão da área de interesse
ecológico ou imprestável para exploração depende do reconhecimento por ato dos órgãos ambientais do Poder Público Federal ou Estadual (art. 11, parágrafo 1º, inciso II, alíneab´ e ‘c’ da Lei n. 9.393, de 1996).
ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. DIVERGÊNCIA ENTRE A MEDIÇÃO E O REGISTRO. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO DO REGISTRO. Na apuração do ITR, deve prevalecer, como área do imóvel, aquela constante do seu Registro. No caso de alegada divergência entre o registro e a área efetiva, o Contribuinte deve providenciar a retificação daquele.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2201-001.375
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a integralidade da área de reserva legal de 96,8ha e a área de preservação permanente comprovada através de Laudo Técnico de 24,92ha. Vencidos os conselheiros Rayana Alves de Oliveira França (relatora) e Rodrigo Santos Masset Lacombe que davam provimento em maior extensão e o conselheiro Eduardo Tadeu Farah que negava provimento pela ausência do ADA. Designado para elaborar o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa em relação à retificação da área total do imóvel
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
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ementa_s : Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2003 Ementa: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. COPROPRIETÁRIO. Por responsabilidade solidária, é válido o lançamento lavrado contra um dos coproprietários. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. A comprovação da área de preservação permanente, para efeito de sua exclusão da base de cálculo do ITR, não depende exclusivamente de seu reconhecimento pelo IBAMA por meio de Ato Declaratório Ambiental ADA ou da protocolização tempestiva do requerimento do ADA, uma vez que a efetiva existência pode ser comprovada por meio de Laudo Técnico e outras provas documentais idôneas. ÁREA DE RESERVA LEGAL. COMPROVAÇÃO. A averbação à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, faz prova da existência da área de reserva legal, independentemente da apresentação tempestiva de Ato Declaratório Ambiental (ADA). ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. A exclusão da área de interesse ecológico ou imprestável para exploração depende do reconhecimento por ato dos órgãos ambientais do Poder Público Federal ou Estadual (art. 11, parágrafo 1º, inciso II, alíneab´ e ‘c’ da Lei n. 9.393, de 1996). ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. DIVERGÊNCIA ENTRE A MEDIÇÃO E O REGISTRO. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO DO REGISTRO. Na apuração do ITR, deve prevalecer, como área do imóvel, aquela constante do seu Registro. No caso de alegada divergência entre o registro e a área efetiva, o Contribuinte deve providenciar a retificação daquele. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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COPROPRIETÁRIO. Por responsabilidade solidária, é válido o lançamento lavrado contra um dos co proprietários. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. A comprovação da área de preservação permanente, para efeito de sua exclusão da base de cálculo do ITR, não depende exclusivamente de seu reconhecimento pelo IBAMA por meio de Ato Declaratório Ambiental ADA ou da protocolização tempestiva do requerimento do ADA, uma vez que a efetiva existência pode ser comprovada por meio de Laudo Técnico e outras provas documentais idôneas. ÁREA DE RESERVA LEGAL. COMPROVAÇÃO. A averbação à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, faz prova da existência da área de reserva legal, independentemente da apresentação tempestiva de Ato Declaratório Ambiental (ADA). ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. A exclusão da área de interesse ecológico ou imprestável para exploração depende do reconhecimento por ato dos órgãos ambientais do Poder Público Federal ou Estadual (art. 11, parágrafo 1º, inciso II, alíneab´ e ‘c’ da Lei n. 9.393, de 1996). ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. DIVERGÊNCIA ENTRE A MEDIÇÃO E O REGISTRO. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO DO REGISTRO. Na apuração do ITR, deve prevalecer, como área do imóvel, aquela constante do seu Registro. No caso de alegada divergência entre o registro e a área efetiva, o Contribuinte deve providenciar a retificação daquele. Recurso Voluntário Provido em Parte. Fl. 217DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a integralidade da área de reserva legal de 96,8ha e a área de preservação permanente comprovada através de Laudo Técnico de 24,92ha. Vencidos os conselheiros Rayana Alves de Oliveira França (relatora) e Rodrigo Santos Masset Lacombe que davam provimento em maior extensão e o conselheiro Eduardo Tadeu Farah que negava provimento pela ausência do ADA. Designado para elaborar o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa em relação à retificação da área total do imóvel (Assinado Digitalmente) Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente. (Assinado Digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Relatora. (Assinado Digitalmente) Pedro Paulo Pereira Barbosa Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Júnior (Presidente). Relatório Contra o contribuinte acima identificado, foi lavrado Notificação de Lançamento (fls.01/02) para exigir crédito tributário de ITR, exercício 2003, no montante total de R$255.981,00, incluído multa de ofício de 75% e juros de mora, incidente sobre o imóvel rural, denominado Sítio ItaqueriSerra do Voturuna ou Boturuna (NIRF 4.774.2186), localizado no município de Pirapora do Bom Jesus/SP e cuja área total declarada é 484ha. Conforme se depreende do Demonstrativo de Apuração de ITR (fls.06), que acompanhou o Auto de Infração foi alterado, com base no menor valor da tabela SIPT (fls.14), o VTN do imóvel declarado de R$404.812,50 para R$3.439.076,00 e glosadas integralmente as seguintes áreas: 80,0ha de preservação permanente e 273,0ha de área de utilização limitada. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou tempestivamente impugnação, acostada às fls.50/66, acompanhada dos documentos de fls.67/117. Após analisar a matéria, os Membros da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande/MS, acordaram, por unanimidade de votos, em julgar procedente o lançamento para rejeitar as preliminares de nulidade arguidas pelo interessado, indeferir pedido de juntada de documentos e realização de diligencia e, no mérito, considerar procedente o lançamento, nos termos do Acórdão DRJ/CGE n°04 17.405, fls.124/137 de 17 de abril de 2009, em decisão assim ementada: “ILEGALIDADE/INCONSTITUCIONALIDADE. Em processo administrativo é defeso apreciar argüições de ilegalidade e/ou inconstitucionalidade dos Atos Públicos, por tratarse de matéria reservada ao Poder Judiciário. Fl. 218DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 2 3 CONDOMÍNIO. A responsabilidade do recolhimento do crédito tributário lançado sobre um bem em condomínio, pelo principio da solidariedade, cabe a qualquer um dos condôminos. PRESERVAÇÃO PERMANENTE UTILIZAÇÃO LIMITADA RESERVA LEGAL. Para que a Área de Preservação Permanente APP seja isenta, além do laudo técnico especificando em quais artigos da legislação se enquadram, é necessário seu reconhecimento mediante o Ato Declaratório Ambiental ADA, cujo requerimento deve ser protocolado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, em até seis meses após o prazo final para entrega da Declaração do ITR. Da mesma forma as Áreas de Utilização Limitada AUL, como a Reserva Legal ARL, necessitam do ADA no prazo legal para sua isenção, além de estarem devidamente averbadas na matricula do imóvel até a data da ocorrência do fato gerador. ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – APA. As Áreas de interesse ecológico, de preservação permanente ou APA, assim declaradas em caráter geral, por região local ou nacional, não serão isentas do ITR se estiverem embasadas, somente, nessa declaração genérica, mas, sim, apenas as comprovadas e declaradas, em caráter especifico, para determinadas Áreas da propriedade particular e estarem devidamente regularizadas VALOR DA TERRA NUA VTN LAUDO TÉCNICO. O lançamento que tenha alterado o VTN declarado, utilizando valores de terras constantes do Sistema de Pregos de Terras da Secretaria da Receita Federal SIPT, nos termos da legislação, é passível de modificação somente se, na contestação, forem oferecidos elementos de convicção, embasados em Laudo Técnico elaborado em consonância com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, que apresente valor de mercado diferente ao do lançamento, relativo ao mesmo município do imóvel e ao ano base questionado. Lançamento Procedente.” Cientificado da decisão da DRJ em 16/10/2009 (fls.140), o interessado apresentou na data de 16/11/2009, tempestivamente, o Recurso Voluntário de fls. 143/159, acompanhado dos documentos de fls.162/191, alegando em síntese, preliminarmente a violação ao princípio legal da verdade material e a inexistência de responsabilidade do recorrente pelo pagamento do ITR do imóvel rural, por ser proprietário de apenas 12,5%, além dos seguintes pontos: a) Equívoco quanto à base de calculo, quando da entrega da Declaração do ITR em 2004, foi informado que o imóvel rural possuía área de 484,0ha. Contudo, em novembro de 2003, foi requerido a uma empresa de consultoria especializada, um parecer técnico sobre as dimensões reais da propriedade, parecer este juntado aos autos, no qual foi constatado que a área real do imóvel é de 314,54 ha, sendo o referido laudo o fundamento da Ação de Retificação de Área e Registro ajuizada pelo Espólio de Thereza Cassettari Angelini, dando origem ao Processo n° Fl. 219DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 4 290/2004, em trâmite perante a 2a Vara Cível da Comarca de Barueri, cujas cópias foram juntadas aos autos. b) Indevido arbitramento do valor da terra nua, nos termos do artigo 14 da Lei n° 9.393/1996. Apenas em casos de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas é que a Secretaria da Receita Federal do Brasil poderia arbitrar o Valor da Terra Nua. c) O lançamento desconsiderou as áreas do imóvel que foram tombadas pelo Estado de São Paulo; destinadas à reserva legal e a área de servidão utilizada pela USELPA (Usinas Elétricas do Paranapanema S/A), violando o disposto nos artigos 10 e 11 da Lei no 9.393/96; d) Foi demonstrado, por meio de laudo técnico que o Recorrente juntou nos autos, a existência de uma Faixa de Servidão da linha de transmissão de energia que corta a propriedade em sua porção Norte, com cerca de 1.328,44m de perímetro, perfazendo uma área de 29.435,36 m2, o que é confirmado pela Certidão emitida pelo Oitavo Oficio de Registro de Imóveis também juntada aos autos. Por isso, tal área deveria ter sido excluída da base de cálculo para fins de quantificação do valor do ITR, nos termos da alínea "d", do inciso II, do artigo 10 da Lei 9.393/96. e) O Acórdão recorrido, no entanto, desconsiderou os documentos apresentados, mencionando a necessidade de laudo atestando a localização da servidão de passagem. f) Além da servidão, a Resolução do Estado de São Paulo n° 17, de 04 de agosto de 1983, determinou o tombamento da Serra do Boturuna, onde está localizada a propriedade rural objeto da autuação, o que comprova que parte da mesma é de utilização limitada e de interesse ecológico, nos termos da alínea "h" do inciso II do artigo 10, supracitado e deveria ter sido considerado para fins de quantificação do ITR. Se fosse necessário fazer esta prova, bastaria à Delegacia de Julgamento determinar a realização de diligência. g) Para demonstrar claramente este seu direito, requer a juntada do Relatório de Distribuição das Áreas de Interesse Ecológico e de Preservação Permanente da Propriedade Sitio Itaqueri, que demonstra a área abrangida pelo tombamento da Serra do Botoruna. Conforme a conclusão do laudo, tratase de 216,22 ha, praticamente 70% da área do imóvel, considerado o valor retificado (314,54 ha). h) Por fim, a Escritura Pública Declaratória emitida pelo Cartório de Pirapora também juntada aos autos, comprova que a Área de Reserva Legal do Sitio Itaqueri é de 20% da Área Total do Imóvel, o que também deveria ter sido excluído da base de cálculo do imposto federal, nos termos da alínea "a", do inciso II, do artigo 10 da Lei n° 9.393/96. i) A decisão de primeira instancia desconsiderou as áreas de reserva legal, por entender necessária a protocolização tempestivamente do ADA. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 3 5 j) O contribuinte requer a juntada do Ato Declaratório Ambiental — ADA (fls.280), obtido no exercício de 2008, cuja área informada para a Reserva Legal já considera a Área de Interesse Ecológica mencionada no Relatório de Distribuição das Áreas de Interesse Ecológico e de Preservação Permanente da Propriedade Sitio Itaqueri. O processo foi distribuído a esta Conselheira, numerado até as fls.193 (última). É o relatório. Voto Vencido Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora O Recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. A.1) DA INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO RECORRENTE PELO PAGAMENTO DO ITR DO IMÓVEL RURAL Antes de adentrarmos no mérito, devemos analisar a preliminar de nulidade por ilegitimidade passiva. Em linhas gerais alega o recorrente que o lançamento deveria ter sido feito em nome de cada um dos coproprietários, visto que é proprietário de apenas 12,5% do imóvel. Não obstante, esse entendimento não pode prosperar, devido a solidariedade entre todos os condomínios, enquanto indiviso o imóvel, nos termos do art. 124, I do CTN que dispõe: “SEÇÃO II Solidariedade Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.” A solidariedade aplicase a todas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Referente expressamente ao ITR, o art. 1º da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996 prescreve: Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o Fl. 221DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 6 domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. (grifei) Como se depreende da leitura do referido artigo, o fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel, todavia, a lei não acolheu qualquer forma de benefício de divisão, de tal sorte que o ITR poderá ser exigido de qualquer das pessoas que se prenda ao imóvel rural, em uma das modalidades elencadas. Assim, a Fazenda Pública está autorizada a exigir o tributo de qualquer co proprietários, posto que, repise, não há na referida legislação, ordem de preferência quanto à responsabilidade pelo pagamento do imposto. Sob este aspecto, portanto, o lançamento processouse nos limites da legalidade, devendo ser afastada a preliminar A.2) DO EQUÍVOCO QUANTOÀ BASE DE CALCULO O Recorrente, afirma que quando da entrega da Declaração do ITR em 2004, informou que o imóvel rural possuía área de 484,0ha. Contudo, em novembro de 2003, antes de iniciado o procedimento fiscal, conforme a data do Termo de Intimação Fiscal, 05/10/2007 (fls.09/10) foi requerido a uma empresa de consultoria especializada, um parecer técnico sobre as dimensões reais da propriedade (fls.171/181), no qual foi constatado que a área real do imóvel é de 314,54 ha, sendo o referido laudo o fundamento da Ação de Retificação de Área e Registro ajuizada pelo Espólio de Thereza Cassettari Angelini, dando origem ao Processo n° 290/2004, em trâmite perante a 2a Vara Cível da Comarca de Barueri, cujas cópias foram juntadas aos autos. A área do imóvel informada na DITR deve ser a mesma da escritura, sendo constatada que a mesma está incorreta, inclusive havendo ação judicial para retificação do mesmo, entendo que diante da verdade material deve ser esta a área considerada no lançamento. Até mesmo porque a retificação da declaração só poderá ocorrer quando transitado em julgado o processo judicial. Em vários outros julgados nesse Conselho, tenho acompanhado situações em que diante do georeferenciamento, o cartório altera a matrícula do imóvel, sem se fazer necessário qualquer demanda judicial. Essa diferença apurada entre as áreas foi assim explicada no Laudo: "Considerase que a retificação de limites identificados, dentro dos limites da técnica empregada, representa de forma precisa as divisas existentes da propriedade Sitio Itaqueri. "Devese ressaltar porém, o novo valor encontrado para a área da propriedade, significativamente menor em relação aos cerca de 484,08 ha, indicados no registro do imóvel de 1954. Atribui se esta diferença.a eventuais erros de cálculos ou escalas, haja visto que podese observar uma grande semelhança entre na forma do perímetro apresentado e o demarcado na planta de 1938" Ademais, a atual obrigatoriedade do georeferenciamento está prevista em Lei, conforme preceito do art.176, § 4º, da Lei 6.015/75, com redação dada pela Lei 10.267/01. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 4 7 Neste tocante, entendo que cabe razão ao recorrente, devendo ser considerada como base de cálculo da área do imóvel passível de tributação, a área constante no Laudo de 314,54 ha. B) DO INDEVIDO ARBITRAMENTO DO VALOR DA TERRA NUA Referente ao valor do VTN, o contribuinte não trouxe aos autos qualquer Laudo Técnico. É entendimento pacífico desse colegiado que para fazer prova do valor da terra nua é imprescindível laudo de avaliação expedido por profissional qualificado e deve atender aos padrões técnicos recomendados pela ABNT. A decisão de primeira instância procedeu a um julgamento minucioso neste ponto. Apesar das inúmeras considerações constantes do Acórdão recorrido, o contribuinte não apresentou no seu recurso voluntário Laudo Técnico ou qualquer documento novo que levasse ao convencimento que sua terra valeria bem menos do que as terras da mesma região. Assim, não há reparos a fazer nesse tocante. C) DA ISENCÃO DAS ÁREAS DE PRESERVACÁO PERMANENTE E DE UTILIZACAO LIMITADA Como é do conhecimento dos Nobres Conselheiros desse Colegiado, discordo do entendimento de que para exclusão das áreas de reserva legal e preservação permanente seja imprescindível a apresentação tempestiva do ADA, sendo esse mais um elemento de prova a pretensão do contribuinte. Analisando a legislação concluo que a finalidade precípua do ADA foi a instituição de uma Taxa de Vistoria que deve ser paga sempre que o proprietário rural se beneficiar de uma redução de ITR com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA, não tendo portanto o condão de definir áreas ambientais, de disciplinar as condições de reconhecimento de tais áreas e muito menos de criar obrigações tributárias acessórias ou regular procedimentos de apuração do ITR. A obrigatoriedade do ADA está prevista no art. 1º da Lei nº 10.165, de 27/12/2000, que deu nova redação ao artigo 17O da Lei nº 6.938/81, in verbis: “Art. 170. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental — ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei nº 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. [...] § 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória.” Da leitura em conjunto dos dispositivos legais acima, verificase que o § 1º instituiu a obrigatoriedade apenas para situações em que o benefício de redução do ITR ocorra com base no ADA, ou seja, depende do reconhecimento ou declaração por ato do Poder Público. Por outro lado, a exclusão de áreas ambientais cuja existência decorre diretamente da Fl. 223DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 8 lei, independentemente de reconhecimento ou declaração por ato do Poder Público, não pode ser entendida como uma redução “com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA”. Assim, a apresentação tempestiva do ADA não é condição indispensável para a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, de que tratam os art.2º e 16 da Lei n.4.771/65 da base de cálculo do ITR, que dispõem, ex legis: Art. 2° Consideramse de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2 de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; 3 de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4 de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5 de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. (...) Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) (...) §8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou Fl. 224DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 5 9 de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001). No caso específico, relativa a análise das áreas declaradas de preservação permanente e interesse ecológico, assim se pronunciou a decisão recorrida: “39. Com base nisso, para verificar a correição da declaração, o interessado foi regularmente intimado a apresentar documentos comprobatórios das áreas de florestas, tais como: Laudo Técnico, para comprovar a existência da Preservação Permanente, Matriculas do imóvel para comprovar averbação de AUL e ADA para comprovar a regularização para obtenção da isenção do ITR, bem como Laudo Técnico de Avaliação para demonstrar as fontes de pesquisas e critérios utilizado para obtenção do VTN declarado. 40. Os documentos apresentados pelo interessado são diversos ao solicitados, não sendo trazidos nenhum dos comprovantes necessários sendo, então, glosadas as áreas isentas e alterado o VTN, com a utilização dos valores constantes da tabela do SIPT, o menor de todos.” Sobre cada uma das áreas glosadas foram apresentadas as seguintes provas: Preservação permanente (80,0ha) Relatório de Distribuição das Áreas de Interesse Ecológico e de Preservação Permanente da Propriedade Sítio Itaqueri (fls.163/169), acompanhado da devida ART (fls.170), ADA protocolado em 2008, nos quais consta como área de preservação permanente área de 24,92ha. Reserva Legal (96,8ha) – Averbação de 20% na matricula do imóvel, fls.105/106, consubstanciado no Memorial Descritivo da Área de Reserva Legal (fls.117), no total de 968.000 m2, ou seja, os 96,8ha e pelo Termo de Responsabilidade de Preservação de Reserva Legal (fls.83/84). Interesse ecológico (176,2ha) – Na fl. 167 do Laudo consta área de Interesse Ecológico de 216,22ha, compreendida pela Área Tombada e seu entorno imediato de 300 metros (Zona Tampão). Referida área se sobrepõe as áreas anteriormente declarada de Reserva Legal e Preservação Permanente, conforme Mapa CONDEPHAAT — Resolução 17 do Tombamento da Serra do Boturuna ou Voturuna. (fls.186). Servidão de Passagem utilizada pela USELPA (Usinas Elétricas do Paranapanema S/A) Certidão emitida pelo Oitavo Oficial de Registro de Imóveis, cuja área registrada é de 29.435,36 m2, a qual indica expressamente: “Consta do titulo, entre outras condições, que a presente servidão foi instituída, sobre o terreno descrito, para a passagem dos cabos de transmissão de energia elétrica, ficando assegurado aos devedores o direito à exploração do subsolo de tal terreno, obrigandose estes a respeitar uma Área circular com um eixo de 40ms, em volta das torres, a fim de não prejudicar a solidez e segurança das mesmas. Averbações: Não há” Passemos a analise de cada uma das áreas acima especificadas. No que se refere a área de Preservação Permanente dos 80,0ha, declarados, apenas 24,92ha foram comprovados através de Laudo. Por sua vez, a integralidade da área Fl. 225DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 10 96,8ha de Reserva Legal está averbada. Desse modo, referidas áreas que estão devidamente comprovadas devem ser afastadas do lançamento. No que se refere a Área de Interesse Ecológico, instituída pela Resolução do Estado de São Paulo n° 17, de 04 de agosto de 1983, que determinou o tombamento da Serra do Boturuna, onde está localizada a propriedade rural objeto da autuação, a mesma não pode ser reconhecida como área de interesse ecológico para fins de exclusão da base de cálculo do ITR. A área de interesse ecológico para proteção dos ecossistemas e comprovadamente imprestáveis para atividade rural, são aquelas declaradas mediante ato do órgão competente federal ou estadual, conforme previsão das alíneas “b” e “c do art.10, § 1º, II da lei nº 9.393/96: “b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual;” A legislação do ITR não prevê a exclusão de áreas genericamente inseridas em Áreas de Proteção Ambiental (APA), sem que se examine, em cada caso, o tipo de restrição da propriedade, o que deverá ser estabelecida por meio de ato específico. A norma, acima transcrita, referese explicitamente a ato do poder público reconhecendo a área como sendo de interesse ecológico. O ato que, genericamente, cria uma Área de Proteção Ambiental APA não exclui, automaticamente, a possibilidade de exploração econômica da propriedade, apenas a submete a um regime especial, com certas restrições e limitações, como as impostas Resolução do Estado de São Paulo n° 17, de 04 de agosto de 1983, no art.11 do Decreto 99.278/90 que proibiu instalações industriais e núcleos de carvoaria (art.10), mas permitiu a exploração de projetos turísticos (art. 04), base de pesquisa cientificas, parques industriais (art.05), inclusive permitiu a continuação das mineradoras, que tenham autorização do D.M.P.N e determinando que madeiras retiradas de glebas de sivilcutura, devem ser trabalhada fora da área de tombamento (art.10). A jurisprudência deste E. Colegiado é pacífica no sentido da necessidade de ato do órgão público especifico reconhecendo a área como de interesse ecológico, sob pena de glosa dos valores declarados a esse título, como se verifica das ementas abaixo transcritas: “ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. O sujeito passivo deve comprovar que a área que pretende excluir da base de cálculo do ITR foi reconhecida como de interesse ecológico por ato do Poder Público Federal ou Estadual. Recurso voluntário negado.” (Acórdão n° 220200.540 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária , Sessão de 13 de maio de 2010) “ÁREAS DE DECLARADO INTERESSE ECOLÓGICO. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO ESPECIFICO. Ainda que o imóvel rural se encontre dentro de área declarada em caráter geral como de interesse ecológico, para fins de isenção do ITR, é necessário também o reconhecimento específico de órgão competente federal ou Fl. 226DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 6 11 estadual para a área da propriedade particular. Recurso negado.” (Acórdão nº 220200.580 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária , Sessão de 17 de junho de 2010 ) No tocante a Servidão de Passagem utilizada pela USELPA (Usinas Elétricas do Paranapanema S/A), conforme explicitado na Certidão emitida pelo Oitavo Oficial de Registro de Imóveis, trata de um compromisso assumido pelo proprietário da terra que transmitiu , via contrato particular, a USELPA o direito da utilização da servidão de passagem. Assim não há que se falar em servidão ambiental, nos termos da alínea "d", do inciso II, do artigo 10 da Lei 9.393/96, mas de servidão contratada entre interesses particulares, inclusive ficou assegurado aos proprietários o direito a exploração do subsolo do terreno, obrigandose estes a respeitar uma área circular com um eixo de 40ms, em volta das torres, a fim de não prejudicar a solidez e segurança das mesmas. Neste ponto também não cabe razão ao recorrente. Quanto ao Valor do VTN arbitrado, não há reparos a fazer a decisão recorrida, pois sequer o contribuinte apresentou Laudo Técnico elaborado por engenheiro agrônomo ou florestal, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica ART, devidamente registrada no CREA, com a devida observância dos requisitos da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Não cabendo, portanto revisão do arbitramento feito pela fiscalização, com base na tabela SIPT. Diante do exposto, dou provimento PARCIAL ao recurso para considerar como base de cálculo da área do imóvel passível de tributação 314,54 ha e restabelecer a integralidade da área de reserva legal de 96,8ha e a área de preservação permanente comprovada através de Laudo Técnico de 24,92ha. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Voto Vencedor Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Redator designado Fundamentação Divergi do bem articulado voto da i. Relatora apenas quanto à retificação da área total do imóvel. É que tanto o registro do imóvel, quanto o Cadastro do ITR apontam uma área de 484,0ha. Se, de fato, conforme alega o Recorrente, a área efetiva do imóvel é menor do que esta, deveria ter providenciado, primeiramente, a retificação do registro, e, em seguida o Cadastro do ITR. Notese que o Registro do Imóvel é o documento por excelência que define as características, localização e ocorrências relevantes do imóvel, não sendo mera formalidade que possa ser desprezada diante de informações prestadas por terceiros. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 12 Por estas razões, entendendo que deve prevalecer a área constante do Registro, é que não dou provimento ao recurso quanto a este aspecto. Conclusão Ante o exposto, dou provimento parcial ao recurso para restabelecer a integralidade da área de reserva legal de 96,8ha e a área de preservação permanente comprovada através de Laudo Técnico de 24,92ha. (assinado digitalmente) Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 228DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 7 13 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. __________(assinado digitalmente)_____________ Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 229DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 10245.720122/2011-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007
PRELIMINAR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Pelos elementos constantes dos autos, fica sem fundamento a alegação de cerceamento do direito de defesa, na medida em que o interessado, tanto na fase de autuação, quanto na fase impugnatória, teve oportunidade de carrear aos autos documentos, informações, esclarecimentos, no sentido de ilidir a tributação contestada.
PRESUNÇÃO JÚRIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO.
A presunção legal júris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao auferimento de rendimentos (fato jurídico tributário), nos termos do art. 334, IV, do Código de Processo Civil. Cabe ao contribuinte provar que o fato presumido não existiu na situação concreta.
LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FATOS GERADORES A PARTIR DE 01/01/1997. A Lei nº 9.430/1996, vigente a partir de 01/01/1997, estabeleceu em seu art. 42, uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente quando o titular da conta bancária não comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados em sua conta de depósito.
Impugnação Improcedente
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 2202-002.234
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Odmir Fernandes Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2007 PRELIMINAR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Pelos elementos constantes dos autos, fica sem fundamento a alegação de cerceamento do direito de defesa, na medida em que o interessado, tanto na fase de autuação, quanto na fase impugnatória, teve oportunidade de carrear aos autos documentos, informações, esclarecimentos, no sentido de ilidir a tributação contestada. PRESUNÇÃO JÚRIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal júris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao auferimento de rendimentos (fato jurídico tributário), nos termos do art. 334, IV, do Código de Processo Civil. Cabe ao contribuinte provar que o fato presumido não existiu na situação concreta. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FATOS GERADORES A PARTIR DE 01/01/1997. A Lei nº 9.430/1996, vigente a partir de 01/01/1997, estabeleceu em seu art. 42, uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente quando o titular da conta bancária não comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados em sua conta de depósito. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido
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CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Pelos elementos constantes dos autos, fica sem fundamento a alegação de cerceamento do direito de defesa, na medida em que o interessado, tanto na fase de autuação, quanto na fase impugnatória, teve oportunidade de carrear aos autos documentos, informações, esclarecimentos, no sentido de ilidir a tributação contestada. PRESUNÇÃO JÚRIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal júris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao auferimento de rendimentos (fato jurídico tributário), nos termos do art. 334, IV, do Código de Processo Civil. Cabe ao contribuinte provar que o fato presumido não existiu na situação concreta. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FATOS GERADORES A PARTIR DE 01/01/1997. A Lei nº 9.430/1996, vigente a partir de 01/01/1997, estabeleceu em seu art. 42, uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente quando o titular da conta bancária não comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados em sua conta de depósito. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 5. 72 01 22 /2 01 1- 68 Fl. 392DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Fl. 393DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10245.720122/201168 Acórdão n.º 2202002.234 S2C2T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário da decisão 2ª Turma de Julgamento da DRJ de Belém/PA, que manteve a autuação do Imposto de Renda de Pessoa Física IRPF, sobre a omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, exercício de 2008, anocalendário de 2007. Auto de infração (fls. 03/09), com ciência em 07/07/2011 (AR fls. 97), foi lavrado após a constatação da omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em contas de depósito e de investimento, mantidos em instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, intimado, não comprovou a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme consta no Relatório Fiscal (fls. 79/86). Impugnação (fls. 102/111). Decisão recorrida (fls. 354/370), com ciência em 30/01/2012 (AR fls. 375), manteve a autuação relativa ao anocalendário de 2007, pela falta de comprovação da correlação entre cada valor depositado em sua conta bancária e a origem dos recursos. A decisão esta assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 Ementa: PRELIMINAR. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Pelos elementos constantes dos autos, fica sem fundamento a alegação de cerceamento do direito de defesa, na medida em que o interessado, tanto na fase de autuação, quanto na fase impugnatória, teve oportunidade de carrear aos autos documentos, informações, esclarecimentos, no sentido de ilidir a tributação contestada. PRESUNÇÃO JÚRIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal júris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao auferimento de rendimentos (fato jurídico tributário), nos termos do art. 334, IV, do Código de Processo Civil. Cabe ao contribuinte provar que o fato presumido não existiu na situação concreta. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FATOS GERADORES A PARTIR DE 01/01/1997. A Lei nº 9.430/1996, vigente a partir de 01/01/1997, estabeleceu em seu art. 42, uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente quando o Fl. 394DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 4 titular da conta bancária não comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados em sua conta de depósito. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Recurso Voluntário (fls. 376/380), protocolado em 29/02/2012, em síntese, alega cerceamento de defesa, pela falta de apreciação das provas dos autos, onde se constata de forma inequívoca pelas demonstrações contábeis e notas fiscais de produtor rural: a) da origem dos depósitos bancários (supostos rendimentos), as receitas da atividade rural, os recebimentos de receitas da atividade rural de anos anteriores (já oferecidos à tributação), os saques demonstrados pelos registros contábeis; b) os extratos bancários constantes dos autos comprovam tanto os créditos bancários quanto os saques; c) os livros e os princípios contábeis na formação da verdade real dos fatos apontados como omissão de receita, pois o contribuinte não pretende ampliar os conceitos, apenas demonstrar a verdade real. É o breve relatório. Fl. 395DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10245.720122/201168 Acórdão n.º 2202002.234 S2C2T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Odmir Fernandes Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Cuidase da omissão de rendimentos apurada por meio de depósitos bancários de origem não comprovada. Conforme consta do Relatório de Fiscalização, não contrariado, o contribuinte intimado, por seu advogado, e aprestou os extratos bancários que permitiram a fiscalização apurar a omissão de rendimentos. Diante da entrega dos extratos bancários à fiscalização, esta Turma de Julgamento vem entendendo que não há quebra do sigilo bancário. Passo ao exame das alegações recursais. Sustenta inicialmente preliminar de cerceamento de defesa pela falta de apreciação das provas constantes dos autos onde poderá ser constatada a origem dos depostos bancários. Referida preliminar exige necessariamente o exame da prova constante dos autos e assim confundese com o mérito e dessa forma deve ser decidida. Alega também que os depósitos bancários decorrem da atividade rural. Pelo que consta do Relatório de Fiscalização, não contrariado nos autos, todos os depósitos bancários que, comprovadamente, decorriam da atividade rural (Anexo I e II), foram justificados e não constam da autuação. Com constatação feita pelo Relatório de Fiscalização, não contrariado, cai por terra o principal argumento da Recorrente. Houvesse alguma razão na alegação deveria, com provas consistentes, a contrariar o Relatório de Fiscalização, demonstrando fato modificativo ou extintivo desse direito. Notese que apenas os depósitos bancários relacionados no Anexo III foram objeto do lançamento – autuação pela omissão de rendimentos. Também neste item nada foi comprovado de foi elidira presunção da omissão de rendimento tributáveis. Para contrariar o trabalho realizado pela fiscalização somente caberia a prova técnica para comprovar o desacerto da autuação. Fl. 396DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 6 Sem provas firmes e seguras do erro ou desacerto da autuação, as razões de recurso são meras alegações vazias e destituídas de qualquer fundamento pela falta de comprovação. Alegar e não provar é o mesmo que não alegar. Não havendo justificativa para os depósitos bancários contatados na conta do autuado, temos a presunção legal de se tratar de renda tributável omitida, sujeitandose, portanto, a autuação. Ante o exposto, pelo meu voto, conheço e nego provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator Fl. 397DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10245.720122/201168 Acórdão n.º 2202002.234 S2C2T2 Fl. 5 7 Fl. 398DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 19740.000173/2007-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2002
Ementa: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ.
1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e
Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando outras providências por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo.
2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.
Numero da decisão: 2201-001.795
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2002 Ementa: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando outras providências por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.
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TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando outras providências por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Fl. 131DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 EDITADO EM: Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França. Relatório PRECE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJRIO DE JANEIRO/RJO I (fls. 102) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 83/92, para exigência de multa de mora, no valor de R$ 13.167,63, pelo recolhimento com atraso de tributo declarado em DCTF. A infração que ensejou o lançamento, portanto, foi o recolhimento fora do prazo de vencimento de tributo declarado em DCTF. A Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que como o recolhimento foi feito de forma espontânea, ainda que fora do prazo, descabe a imputação de multa, nos termos do art.138 do CTN; que, além disso, falta suporte legal para a exigência tendo em vista a alteração do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996 pelas Medidas Provisórias nº 303, de 2006 e 351, de 2007. A DRJRIO DE JANEIRO/RJ I julgou procedente o lançamento com base, em síntese, na consideração de que, diferentemente do alegado, há previsão legal para a incidência da multa de mora, que pode ser exigida isoladamente, nos termos do art. 43 da Lei nº 9.430, de 1996; que não se aplica ao caso o art. 138 do CTN que versa sobre situação diversa da mera inadimplência. Observou que a MP nº 351 afastou a incidência da multa isolada nos casos de recolhimento de tributo com atraso sem a multa de mora, passando a incidir nestes casos a própria multa de mora, isoladamente. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 19/08/2009 (fls. 111) e, em 18/09/2009, interpôs o recurso voluntário de fls. 112/124, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Fl. 132DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19740.000173/200777 Acórdão n.º 2201001.795 S2C2T1 Fl. 2 3 Como se colhe do relatório, cuidase de exigência de multa de mora pelo recolhimento com atraso de tributo declarado em DCTF. O cerne da questão a ser aqui decidida é se os efeitos da denúncia espontânea de que trata o art. 138 do CTN alcança, também, a multa moratória. É dizer, se o pagamento ou recolhimento de tributo com atraso, mas por iniciativa do próprio contribuinte, afasta a possibilidade de exigência da multa moratória. Para maior clareza, reproduzo a seguir os artigos 44, caput e § 1º, II, e 61 da Lei nº 9.430, de 1996, que prevêem, respectivamente, a incidência da multa de ofício isolada no caso de pagamento de tributo ou contribuição, em atraso, sem a multa de mora, e a própria incidência da multa de mora, verbis Lei nº 9.430, de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributos ou contribuições: I – de 75% (setenta e cinco por cento), nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo da multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; (...) § 1º. As multas de que trata este artigo serão exigidas: (...) II – isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo, mas sem o acréscimo de multa de mota; Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora calculada à taxa de 0,33 (trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso. § 1º. A multa de que trata este artigo será calculada a partir de 1º (primeiro) dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a 20% (vinte por cento). § 3º. Sobre o débito a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º a partir do 1º (primeiro) dia do Mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.” Fl. 133DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 Como se vê, o simples fato do pagamento do tributo ter sido feito após a data do vencimento, sem a multa de mora, é hipótese típica de incidência da multa de ofício, no caso, exigida isoladamente. Tratase, portanto, de exigência baseada em disposição expressa de lei. Sobre a aplicação dos efeitos da denúncia espontânea no caso de ocorrência da hipótese típica, porém por iniciativa do próprio contribuinte, penso que a questão se resolve pela verificação da natureza da multa moratória, se esta tem caráter punitivo ou apenas moratório. Essa distinção foi feita com muita clareza pelo Parecer Normativo CST nº 61, de 26 de outubro de 1979, verbis: “4.1 As multas fiscais ou são punitivas ou são compensatórias. 4.2 Punitiva é aquela que se fundamenta no interesse público de punir o inadimplente. É a multa proposta por ocasião do lançamento E aquela mesma cuja aplicação é excluída pela denúncia espontânea a que se refere o art. 138 do Código Tributário Nacional, onde o arrependimento, oportuno e formal, da infração faz cessar o motivo de punir. 4.3 A multa de natureza compensatória destinase, diversamente, não a afligir o infrator, mas a compensar o sujeito ativo pelo prejuízo suportado em virtude do atraso no pagamento do que lhe era devido. É penalidade de caráter civil, posto que comparável à indenização prevista no direito civil. Em decorrência disso, nem a própria denúncia espontânea é capaz de excluir a responsabilidade por esses acréscimos, via de regra chamados moratórios.” Pois bem, penso que o art. 138 do CTN alcança apenas as penalidades de caráter punitivo. Vejamos o que dispõe o referido artigo: Art. 138 A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. (grifei). Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. É certo que o referido dispositivo não faz distinção expressa entre a multa punitiva e a moratória. Por outro lado, é fato, também, que o texto do art. 138 se refere à exclusão da responsabilidade pela infração, e não à exclusão da penalidade. Com essa dicção o dispositivo restringe seu alcance às penalidades de caráter punitivo, uma vez que a multa de mora, tendo caráter indenizatório, não é devida em decorrência de infração, mas apenas do dano causado pelo atraso no pagamento. Não tem sentido, portanto, falarse em exclusão de multa moratória pelo pagamento em atraso, pelo simples fato de que esse pagamento foi feito espontaneamente, posto que o dano ocorre tendo sido o pagamento espontâneo, ou não. A prevalecer a tese de que a multa de mora também deve ser afastada quando o pagamento é espontâneo, não haverá hipótese de aplicação dessa multa. É que ou o pagamento será feito espontaneamente, e por Fl. 134DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19740.000173/200777 Acórdão n.º 2201001.795 S2C2T1 Fl. 3 5 esse entendimento não incidirá multa de mora, ou será ex officio, e aí será devia sempre a multa punitiva. No caso concreto, com mais razão ainda, era devida a multa de mora pelo pagamento em atraso. É que se trata de mero recolhimento intempestivo de tributo que a Recorrente, na condição de fonte pagadora, reteve de terceiros. Não houve confissão de infração porque não havia infração a ser confessada, mas apenas tributo retido a ser recolhido. Este entendimento, aliás, foi consolidado pelo STJ que no Resp nº 962.379 confirmou entendimento anterior de que não configura denúncia espontânea o recolhimento a destempo de débito informado em DCTF, conforme ementa a seguir reproduzida: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Devida a multa de mora, e não tendo sido esta paga, resta configurada a hipótese de exigência da penalidade, isoladamente, por meio de auto de infração. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 135DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 Fl. 136DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 14120.000163/2007-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2003
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. AMBIGUIDADE. ACÓRDÃO. DISPOSITIVO.
Tendo o acórdão embargado, por obscuro, deixado de expressamente citar na parte dispositiva do decisum tributo cujo entendimento vazado nas razões de decidir a ele também se aplicava, no caso, a COFINS, devem ser acolhidos os embargos de declaração para aclarar a obscuridade apontada pela Embargante.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACÓRDÃO. DECISÃO SUFICIENTE. EFEITOS INFRINGENTES.
Os embargos declaratórios somente são cabíveis para modificar o julgado que se apresentar omisso, contraditório ou obscuro, bem como para sanar possível erro material existente no acórdão. O Código de Processo Civil contenta-se com a composição da controvérsia nos limites em que foi apresentada. Não constitui dever legal do órgão jurisdicional a exaustiva abordagem de todos os argumentos articulados pelas partes, bastando apenas que a decisão adote fundamentação suficiente para dirimir a controvérsia. Excetuadas hipóteses restritas, como a de erro manifesto do julgado, não cabem embargos de declaração com efeitos infringentes.
Embargos de declaração conhecidos e providos em parte.
Numero da decisão: 3202-000.601
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer e dar provimento parcial aos embargos de declaração.
Irene Souza da Trindade Torres - Presidente
Gilberto de Castro Moreira Junior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Rodrigo Cardozo Miranda.
Nome do relator: GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2003 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. AMBIGUIDADE. ACÓRDÃO. DISPOSITIVO. Tendo o acórdão embargado, por obscuro, deixado de expressamente citar na parte dispositiva do decisum tributo cujo entendimento vazado nas razões de decidir a ele também se aplicava, no caso, a COFINS, devem ser acolhidos os embargos de declaração para aclarar a obscuridade apontada pela Embargante. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACÓRDÃO. DECISÃO SUFICIENTE. EFEITOS INFRINGENTES. Os embargos declaratórios somente são cabíveis para modificar o julgado que se apresentar omisso, contraditório ou obscuro, bem como para sanar possível erro material existente no acórdão. O Código de Processo Civil contenta-se com a composição da controvérsia nos limites em que foi apresentada. Não constitui dever legal do órgão jurisdicional a exaustiva abordagem de todos os argumentos articulados pelas partes, bastando apenas que a decisão adote fundamentação suficiente para dirimir a controvérsia. Excetuadas hipóteses restritas, como a de erro manifesto do julgado, não cabem embargos de declaração com efeitos infringentes. Embargos de declaração conhecidos e providos em parte.
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Interessado FAZ\ENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. AMBIGUIDADE. ACÓRDÃO. DISPOSITIVO. Tendo o acórdão embargado, por obscuro, deixado de expressamente citar na parte dispositiva do decisum tributo cujo entendimento vazado nas razões de decidir a ele também se aplicava, no caso, a COFINS, devem ser acolhidos os embargos de declaração para aclarar a obscuridade apontada pela Embargante. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACÓRDÃO. DECISÃO SUFICIENTE. EFEITOS INFRINGENTES. Os embargos declaratórios somente são cabíveis para modificar o julgado que se apresentar omisso, contraditório ou obscuro, bem como para sanar possível erro material existente no acórdão. O Código de Processo Civil contentase com a composição da controvérsia nos limites em que foi apresentada. Não constitui dever legal do órgão jurisdicional a exaustiva abordagem de todos os argumentos articulados pelas partes, bastando apenas que a decisão adote fundamentação suficiente para dirimir a controvérsia. Excetuadas hipóteses restritas, como a de erro manifesto do julgado, não cabem embargos de declaração com efeitos infringentes. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2003 Ementa: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 12 0. 00 01 63 /2 00 7- 15 Fl. 609DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 14120.000163/200715 Acórdão n.º 3202000.601 S3C2T2 Fl. 610 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. AMBIGUIDADE. ACÓRDÃO. DISPOSITIVO. Tendo o acórdão embargado, por obscuro, deixado de expressamente citar na parte dispositiva do decisum tributo cujo entendimento vazado nas razões de decidir a ele também se aplicava, no caso, a COFINS, devem ser acolhidos os embargos de declaração para aclarar a obscuridade apontada pela Embargante. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. ACÓRDÃO. DECISÃO SUFICIENTE. EFEITOS INFRINGENTES. Os embargos declaratórios somente são cabíveis para modificar o julgado que se apresentar omisso, contraditório ou obscuro, bem como para sanar possível erro material existente no acórdão. O Código de Processo Civil contentase com a composição da controvérsia nos limites em que foi apresentada. Não constitui dever legal do órgão jurisdicional a exaustiva abordagem de todos os argumentos articulados pelas partes, bastando apenas que a decisão adote fundamentação suficiente para dirimir a controvérsia. Excetuadas hipóteses restritas, como a de erro manifesto do julgado, não cabem embargos de declaração com efeitos infringentes. Embargos de declaração conhecidos e providos em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer e dar provimento parcial aos embargos de declaração. Irene Souza da Trindade Torres Presidente Gilberto de Castro Moreira Junior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Rodrigo Cardozo Miranda. Relatório Tratase de embargos de declaração interpostos contra o acórdão nº 3202 000.297, que por unanimidade de votos, deu provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator, em face das seguintes obscuridade e omissão: Fl. 610DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 14120.000163/200715 Acórdão n.º 3202000.601 S3C2T2 Fl. 611 a) embora as razões de decidir do acórdão reconheçam que o crédito presumido do IPI deva ser excluído da base de cálculo da PIS e da COFINS, a parte dispositiva da referida decisão determina apenas a exclusão da base de cálculo do PIS, o que acarrearia obscuridade dessa decisão; b) ao apreciar o recurso voluntário, a Turma teria deixado de examinar os itens 02.1 (improcedência da exigência – operação realizada no exterior – não incidência da legislação brasileira), 02.2 (improcedência das exigências de PIS sobre a venda do ativo permanente – não incidência do PIS sobre o que não é faturamento ou receita) e 02.3 (erro na eleição da base de cálculo – impossibilidade de tributação do valor integral da operação de venda do investimento) do referido recurso, o que implicaria em omissão do acórdão embargado Transcrevo, a seguir, o trecho da ementa do acórdão objeto dos presentes embargos: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL PIS E CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Período de Apuração: 2003 COFINS. BASE DE CÁLCULO. CONCEITO DE RECEITA BRUTA. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RECUPERAÇÃO DE CUSTO DE EXPORTAÇÃO. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei n° 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Supremo Tribunal Federal, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543B do Código de Processo Civil, entendeu que o alargamento da base de cálculo do PIS, pelo artigo 3o da Lei n° 9.718/98, é inconstitucional por alterar o conceito de faturamento devidamente consagrado no direito privado. O conceito de crédito presumido de IPI relacionase, em casos de operações de exportação, com recuperação dos custos incorridos pelo contribuinte exportador. Dessa forma, não pode ser qualificado como receita na medida em que tais ingressos financeiros têm como causa recuperação de despesa anteriormente suportada pelo contribuinte, neutralizandose a anterior diminuição patrimonial. PIS. BASE DE CÁLCULO. ISENÇÃO RELATIVAS ÀS RECEITAS AUFERIDAS COM VENDA DE ATIVO. FALTA DE AMPARO LEGAL. Não havia na época dos fatos base legal para a exclusão de receitas auferidas com venda de ativo permanente da base de cálculo do PIS, mas apenas com a venda de ativo imobilizado. Fl. 611DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 14120.000163/200715 Acórdão n.º 3202000.601 S3C2T2 Fl. 612 MULTA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI. Não há que se falar em aplicação retroativa no caso de lei superveniente incluir hipótese de exclusão de receitas da base de cálculo da contribuição para o PIS, aplicandose ao caso o art. 144 do CTN. OFENSA A PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF N° 2. O controle de constitucionalidade da legislação que fundamenta o lançamento é de competência exclusiva do Poder Judiciário, não podendo ser objeto de pronunciado pelo CARF. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.” É o relatório. Voto Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior, Relator. Os embargos foram apresentados tempestivamente, motivo pelo qual deles tomo conhecimento e passo a analisar as questões apontadas pela Embargante. Exclusão do crédito presumido de IPI da base de cálculo do PIS e da COFINS Alega a Embargante, em síntese, que embora as razões de decidir do acórdão embargado tenham discorrido sobre a não incidência do PIS e da COFINS sobre créditos presumidos de IPI, a formulação da parte dispositiva daquela decisão leva ao entendimento de que o recurso voluntário fora provido apenas em relação ao PIS. In verbis: Ante o exposto, conheço do recurso voluntário e dou parcial provimento apenas em relação à incidência da contribuição para o PIS sobre os créditos presumidos de IPI, mantendo a decisão da DRJ/CGE nos demais tópicos. Embora cotejo entre texto (dispositivo) e contexto (razões de decidir) autorize o entendimento de que a conjunção apenas pode figurar como provimento parcial da exclusão dos créditos de IPI de ambas as contribuições, uma vez que as razões de decidir em várias passagens abarcam também a COFINS (restariam não providas, portanto, as outras matérias recorridas, como ressaltado no último período do parágrafo), não se pode olvidar que a Embargante tem razão ao afirmar que o texto acima também desperta no leitor o entendimento de que o recurso fora provido apenas em relação à contribuição ao PIS. Fl. 612DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 14120.000163/200715 Acórdão n.º 3202000.601 S3C2T2 Fl. 613 À vista da ambiguidade apontada pela Embargante, conheço dos embargos e a eles, nessa parte, DOU PROVIMENTO, para aclarar a obscuridade apontada, integrando a redação da parte dispositiva do acórdão embargado, cuja formulação passa a ser a seguinte: Ante o exposto, conheço do recurso voluntário e dou parcial provimento apenas em relação à incidência das contribuições para o PIS e para a COFINS sobre os créditos presumidos de IPI, mantendo a decisão da DRJ/CGE nos demais tópicos. Receitas decorrentes da alienação de investimento Alega ainda a Embargante que o acórdão embargado foi omisso, pois deixou de pronunciarse sobre os itens 02.1 (improcedência da exigência – operação realizada no exterior – não incidência da legislação brasileira), 02.2 (improcedência das exigências de PIS sobre a venda do ativo permanente – não incidência do PIS sobre o que não é faturamento ou receita) e 02.3 (erro na eleição da base de cálculo – impossibilidade de tributação do valor integral da operação de venda do investimento) de seu recurso voluntário. Em que pese o inconformismo da Embargante, entendo que a questão foi satisfatoriamente decidida dentro dos limites que a controvérsia comportava, pois o acórdão embargado aponta todas as razões pelas quais prosperou o entendimento de que a conta de investimento correspondia a outras subespécie do ativo permanente e, de tal sorte, para estar isenta da incidência da contribuição para o PIS, deveria haver expressa previsão legal para tal, o que não ocorreu no momento da ocorrência do fato gerador. Sobre consistir dever legal de o julgador examinar ponto a ponto as alegações da parte, o Superior Tribunal de Justiça tem entendido que: TRIBUTÁRIO CPMF ALEGADA CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – AUSÊNCIA DE EIVA NO JULGADO – PRETENSÃO DE EFEITOS INFRINGENTES – IMPOSSIBILIDADE. 1. Ao tribunal toca decidir a matéria impugnada e devolvida. A função teleológica da decisão judicial é a de compor, precipuamente, litígios. Não é peça acadêmica ou doutrinária, tampouco se destina a responder a argumentos, à guisa de quesitos, como se laudo pericial fosse. Contentase o sistema com a solução da controvérsia, observada a res in iudicium de ducta, o que se deu no caso ora em exame. Fl. 613DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 14120.000163/200715 Acórdão n.º 3202000.601 S3C2T2 Fl. 614 2. Nítido é o caráter modificativo que a embargante, inconformada, busca com a oposição destes embargos declaratórios, uma vez que pretende ver reexaminada e decidida a controvérsia de acordo com sua tese. 3. Os embargos declaratórios não podem ser interpostos, tãosomente, para fins de prequestionamento do Recurso Extraordinário. Embargos de declaração rejeitados. (STJ. Segunda Turma. Rel. Min. Humberto Martins. EDcl no AgRg no Ag 585.154/SP. Dj de 31/08/2006. P. 305) PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AMBIENTAL. AUSÊNCIA DE OMISSÕES NO ACÓRDÃO PROFERIDO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICOPROBATÓRIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. Não há falar em violação do art. 535, II, do Código de Processo Civil quando o aresto recorrido adota fundamentação suficiente para dirimir a controvérsia, sendo desnecessária a manifestação expressa sobre todos os argumentos apresentados pelos litigantes. 2. No caso dos autos, o Tribunal de origem expressamente asseverou a negligência do Município, que mesmo recebendo diversas reclamações, não adotou medidas para conter a poluição/degradação no córrego Bons Olhos. 3. Logo, para se acolher a pretensão recursal, no sentido de que a existência de políticas de conservação impede a condenação do Município a realizar medidas reparatórias desse córrego, com a consequente reforma do acórdão impugnado, é necessário realizar prévio exame do conjunto fático probatório dos autos, o que não é possível em sede de recurso especial por força da Súmula 7/STJ. 4. Agravo regimental não provido. (STJ. Segunda Turma. Rel. Min. Mauro Campbell Marques. AgRg no AREsp 227.204/MG. Dje 24/10/2012) Como visto, a lei processual civil contentase com a solução da controvérsia nos limites em que se apresenta, sem a necessidade, portanto, de que o órgão julgador enfrente, argumento a argumento, as alegações trazidas pelas partes. Também verifico que os embargos ora manejados, a despeito de apontarem omissão do julgado, pretendem retomar o exame de argumentos articulados no recurso e já decididos, assumindo, assim, autênticos efeitos infringentes, o que somente é admitido por Fl. 614DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 14120.000163/200715 Acórdão n.º 3202000.601 S3C2T2 Fl. 615 nossos Tribunais em hipóteses excepcionais, onde há manifesto erro no julgado, o que não se verifica no caso dos autos. Pacífica jurisprudência de nossos Tribunais Superiores corrobora esse entendimento: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. COMPETÊNCIA. ISENÇÃO DE ICMS NA IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ADVINDOS DE PAÍSES SIGNATÁRIOS DO GATT. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRETENSÃO DE REFORMA DO JULGADO: IMPOSSIBILIDADE. 1. Os embargos de declaração não constituem meio processual cabível para reforma do julgado, não sendo possível atribuirlhes efeitos infringentes, salvo em situações excepcionais. 2. Inexistência de omissão, contradição ou obscuridade a sanar. A parte embargante repisa argumentos já devidamente apreciados por esta Turma. 3. Os dispositivos constitucionais tidos como violados não foram abordados pelo acórdão recorrido, nem foram opostos embargos de declaração para satisfazer o requisito do prequestionamento. Incidência das Súmulas STF 282 e 356. 4. Embargos de declaração rejeitados. (STF. Segunda Turma. Rel. Min. Ellen Gracie. EDcl no AgRg no RE.n° 603.012/PE. Julgamento em 07/06/2011). EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. EMBARGOS REJEITADOS. I Os Embargos de Declaração são recurso de natureza particular, cujo objetivo é esclarecer o real sentido de decisão eivada de obscuridade, contradição ou omissão. II A alteração do resultado do julgamento em razão do acolhimento dos Embargos de Declaração é situação excepcional, que se dá quando o efeito infringente decorre necessariamente do suprimento do vício, mas não quando se entende que a solução proposta nos Embargos é mais justa do que aquela constante da decisão embargada. III Embargos de Declaração rejeitados. (STJ. Terceira Turma. Rel. Min. Sidnei Beneti EDcl no AgRg no REsp n° 897.271/AC. DJe 24/02/2011). Em face de todo o exposto, conheço dos embargos, dandolhes PARCIAL PROVIMENTO para aclarar a obscuridade apontada pela Embargante em relação à inclusão da COFINS na parte dispositiva do acórdão embargado. Gilberto de Castro Moreira Junior Fl. 615DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 14120.000163/200715 Acórdão n.º 3202000.601 S3C2T2 Fl. 616 Fl. 616DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por GILBERTO DE CASTRO MOREIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por IRENE S OUZA DA TRINDADE TORRES
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Numero do processo: 10835.000218/2006-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2001
MULTA ISOLADA. FALTA DE RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA DE IMPOSTO DE RENDA DEVIDO TÍTULO DE ANTECIPAÇÃO. LANÇAMENTO APÓS O ENCERRAMENTO DO PERÍODO DE APURAÇÃO.
Com a edição da Medida Provisória no 16, de 27/12/2001, convertida na Lei no 10.426, de 2002, passou a existir previsão legal para a cobrança de multa isolada da fonte pagadora pela falta de retenção de imposto de renda sob a sua responsabilidade, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação (art. 9o).
A Lei no 11.488, de 2007, não revogou o art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, ao contrário, ajustou sua redação à alteração feita no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, excluindo apenas a multa isolada devida pelo recolhimento em atraso de tributo ou contribuição a título de antecipação, sem o acréscimo da multa moratória.
JUROS ISOLADOS. FALTA DE RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA DE IMPOSTO DE RENDA DEVIDO TÍTULO DE ANTECIPAÇÃO. LANÇAMENTO APÓS O ENCERRAMENTO DO PERÍODO DE APURAÇÃO. INEXIGIBILIDADE.
Incabível a exigência de juros isolados incidentes sobre o imposto de renda não retido pela fonte pagadora a título de antecipação, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação, por falta de previsão legal.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA.
Institutos que não se confundem. Prescrição é perda do direito de ação, cujo prazo somente começa após o vencimento da obrigação ou da decisão definitiva na esfera administrativa, contagem que sequer se iniciou. Decadência é perda do próprio direito (ou aquisição), pelo falta do seu exercício em determinado prazo. Inocorre a decadência do direito de a Fazenda constituir o crédito tributário pelo lançamento, com a notificação feita em 02.03.2006 do IRPF do ano-base de 2001, cujo prazo teve inicio em 01.01.2002.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA TRIBUTÁRIA.
Podem responder subsidiariamente ou solidariamente com a empresa autuada os responsáveis pelo créditos tributários não satisfeito pela sociedade mediante necessidade surgida na fase da execução do julgado.
Numero da decisão: 2202-002.214
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, QUANTO A PRELIMINAR: Por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar suscitada pela Recorrente. QUANTO AOS JUROS ISOLADOS: por maioria de votos, dar provimento ao recurso para excluir da exigência os juros isolados. Vencidos os Conselheiros Antonio Lopo Martinez e Nelson Mallmann, que negaram provimento ao recurso nesta parte. QUANTO A MULTA ISOLADA: Por maioria de votos, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Odmir Fernandes e Pedro Anan Junior, que proviam o recurso nesta parte. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Odmir Fernandes Relator
(Assinado digitalmente)
Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Redatora Designada.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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FALTA DE RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA DE IMPOSTO DE RENDA DEVIDO TÍTULO DE ANTECIPAÇÃO. LANÇAMENTO APÓS O ENCERRAMENTO DO PERÍODO DE APURAÇÃO. Com a edição da Medida Provisória no 16, de 27/12/2001, convertida na Lei no 10.426, de 2002, passou a existir previsão legal para a cobrança de multa isolada da fonte pagadora pela falta de retenção de imposto de renda sob a sua responsabilidade, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação (art. 9o). A Lei no 11.488, de 2007, não revogou o art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, ao contrário, ajustou sua redação à alteração feita no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, excluindo apenas a multa isolada devida pelo recolhimento em atraso de tributo ou contribuição a título de antecipação, sem o acréscimo da multa moratória. JUROS ISOLADOS. FALTA DE RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA DE IMPOSTO DE RENDA DEVIDO TÍTULO DE ANTECIPAÇÃO. LANÇAMENTO APÓS O ENCERRAMENTO DO PERÍODO DE APURAÇÃO. INEXIGIBILIDADE. Incabível a exigência de juros isolados incidentes sobre o imposto de renda não retido pela fonte pagadora a título de antecipação, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação, por falta de previsão legal. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 5. 00 02 18 /2 00 6- 07 Fl. 190DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 2 Institutos que não se confundem. Prescrição é perda do direito de ação, cujo prazo somente começa após o vencimento da obrigação ou da decisão definitiva na esfera administrativa, contagem que sequer se iniciou. Decadência é perda do próprio direito (ou aquisição), pelo falta do seu exercício em determinado prazo. Inocorre a decadência do direito de a Fazenda constituir o crédito tributário pelo lançamento, com a notificação feita em 02.03.2006 do IRPF do anobase de 2001, cujo prazo teve inicio em 01.01.2002. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA TRIBUTÁRIA. Podem responder subsidiariamente ou solidariamente com a empresa autuada os responsáveis pelo créditos tributários não satisfeito pela sociedade mediante necessidade surgida na fase da execução do julgado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, QUANTO A PRELIMINAR: Por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar suscitada pela Recorrente. QUANTO AOS JUROS ISOLADOS: por maioria de votos, dar provimento ao recurso para excluir da exigência os juros isolados. Vencidos os Conselheiros Antonio Lopo Martinez e Nelson Mallmann, que negaram provimento ao recurso nesta parte. QUANTO A MULTA ISOLADA: Por maioria de votos, negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Odmir Fernandes e Pedro Anan Junior, que proviam o recurso nesta parte. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes – Relator (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga – Redatora Designada. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Fl. 191DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário da decisão da 3ª Turma de Julgamento da DRJ de Ribeirão Preto/SP, que manteve a autuação do Imposto de Renda pela falta de retenção e recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF. Consta do Termo de Verificação Fiscal (fls. 106/111), em síntese, que Ivan Gomes Acanjo, sócio gerente da empresa na época dos fatos, apresentou resposta em atendimento ao Termo de Intimação Fiscal com a relação dos pagamentos efetuados pela empresa fiscalizada acompanhado de algumas cópias de cheques, onde foi detectado pagamentos relativos a prólabore e honorários advocatícios. Pagamento de prólabore R$ 691.751,16 Pagamento de honorários advocatícios R$ 350.700,00 Em pesquisas nos controles da Receita Federal foi constatado que não foi retido o IRRF incidente sobre estes pagamentos. Tendo em vista que tal verificação ocorreu após a entrega das Declarações de Ajuste Anual – Pessoa Física do Declarante, cabe ao responsável pela falta de retenção do imposto, apenas a Multa de Ofício e dos Juros de Mora, denominados de isolados. Em razão da paralisação das atividades da empresa desde fevereiro de 2001 e a entrega de todo o ativo imobilizado a CEESP, inclusive com o recebimento de indenização de valor vultoso (R$ 3.600.000,00), os sócios proprietários deveriam providenciar o encerramento da empresa nos órgãos públicos. A Multa e os Juros Isolados são exigidos da empresa e também do sócio, Ivan Gomes Arcanjo, pelo lançamento de ofício (auto de infração), tendo em vista a sua função de sócio gerente à época dos fatos e a transferência do controle da empresa sem a quitação dos tributos e sem patrimônio e capacidade operacional. Auto de infração (fls.119 a 124), com ciência do contribuinte em 02/03/2006 (AR fls. 128/129), tendo Ivan Gomes Arcanjo apresentado impugnação (fls. 131 a 136). Decisão recorrida (fls. 01 a 07), com ciência em 13/04/2012 (AR fls. 170), manteve a autuação pela falta de retenção e recolhimento do tributo pela fonte pagadora. Verificada a falta após a data para a entrega da declaração da pessoa física, exigese da fonte pagadora a multa de ofício e os juros de isolados. A decisão manteve também Ivan Gomes Arcanjo no polo passivo da obrigação, por ter função de sócio gerente à época dos fatos, e ainda, pela transferência intencional do controle da empresa sem a quitação dos tributos devidos e sem patrimônio e capacidade operacional para responder pelo debito. Referida decisão esta assim ementada: Fl. 192DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 4 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE – IRRF Anocalendário: 2001 IRRF. MULTA DE OFÍCIO E JUROS DE MORA EXIGIDOS ISOLADAMENTE. Cabível a aplicação da multa de ofício e juros de mora, isoladamente, quando constatado pelo Fisco, após o prazo fixado para a entrega da declaração de rendimento da pessoa física, que a fonte pagadora deixou de fazer a retenção e o pagamento do imposto ao qual estava obrigada. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2001 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA TRIBUTÁRIA. Respondem solidariamente, com a empresa autuada, pelos créditos tributários as pessoas que agiram com excesso de poderes e/ou infração à lei, nos termos do artigo 135, III, do CTN. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2001 PROVA TESTEMUNHAL No rito do processo administrativo fiscal inexiste previsão legal para audiência de instrução na qual seriam ouvidas testemunhas, devendo, se tidas a seu favor, ser apresentadas sob forma de declaração escrita, quando da impugnação. APRESENTAÇÃO DE PROVAS NO PROCESSO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindose o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna por motivo de força maior, se refira a fato ou a direito superveniente ou se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. PERÍCIA. Considerase não formulado o pedido de perícia que não foi formalizado de acordo com o disposto no PAF e não haver justificativa para sua realização. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Recurso Voluntário (fls. 171 a 187) protocolado em 09/05/2012 da empresa Navegação Fluvial São Paulo Mato Grosso Ltda., sustenta, em preliminar: Fl. 193DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 4 5 1) As verbas objeto da autuação decorrem de indenização por desapropriação, não podendo haver incidência do IR Fonte; 2) Houve baixa/cancelamento da inscrição da empresa pelo auditor fiscal, de forma ilegal e arbitrária; 3) O sócio Ivan é senhor absoluto na gestão da empresa, não quitou suas dívidas tributárias e, após receber a indenização transferiu intencionalmente a empresa, ou melhor as dívidas tributárias aos novos proprietários; 4) Decadência, a atuação é do ano de 2001, assim a partir de 01.01.2002 corre prazo decadencial para o lançamento, que se findou em 2007, ou seja, cinco anos do dia em que o lançamento poderia ter sido efetuado; 5) Prescrição, considerandose apurado o crédito tributário no dia 22.02.2006. É o breve relatório. Fl. 194DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 6 Voto Vencido O recurso preenche os requesitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Cuidase da exigência da multa e dos juros isolados exigidos pela falta de pagamento do IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte. Sustenta inicialmente preliminar de decadência e de prescrição. Passo ao exame da matéria. Prescrição é perda do direito de ação judicial de cobrança executiva do crédito constituído, sem mais existir discussão administrativa, pelo decurso de prazo; enquanto decadência é o perecimento (ou aquisição) do próprio direito, pelo decurso de prazo. Prescrição tem inicio a contagem com a constituição definitiva do crédito tributário. Na pendência de recurso administrativo não se conta prazo de prescrição. A propósito confirase a didática decisão do C. STF, Pleno, RE, 94.4621 SP, j. 17.12.1982. Assim, não há qualquer sentido falar em prescrição, porque seu prazo sequer começou a contar, nada afetando o autuado. Decadência também não há. A exigência é do anobase de 2001. A notificação do lançamento ocorreu em 02.03.2006 (AR fls. 128/129). Ainda que a contagem do início do prazo decadencial tivesse inicio no dia 01.01.2002, o prazo extintivo somente ocorreria em 31.12.2006. A notificação se deu bem antes desse prazo e o próprio Recorrente diz que o prazo decadencial se findou em 31.12.2007, não havendo se sem falar em decadência. Tocante a responsabilidade tributária dos sócios pela autuação não cabe a aqui o seu exame, sendo matéria própria da execução do julgado administrativo e/ou judicial, exatamente por se cuidar de responsabilidade subjetiva e subsidiaria, isto é, responde a empresa. Não satisfeito o crédito caberá exame da possível responsabilização dos dirigentes, na forma do art. 135, do CTN. No mérito, temos posição fixada de não ser possível a exigência de multa e de juros isolados. Vamos ao exame da matéria. Juros isolados Conforme consta da autuação, a exigência dos juros isolados teve por fundamento o § 3º, do art. 61, da Lei n° 9.430, de 1996: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, Fl. 195DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 5 7 serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Para exame da matéria é necessário verificar a origem da multa isolada, cujo fundamento,vemos, é o art. 9°, da Lei 10.426, de 2002: Art. 9o Sujeitase às multas de que tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a fonte pagadora obrigada a reter tributo ou contribuição, no caso de falta de retenção ou recolhimento, ou recolhimento após o prazo fixado, sem o acréscimo de multa moratória, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Esse dispositivo sofreu alteração pela Lei n° 11.488, de 2007, assim redigido: Art. 9o Sujeitase à multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicada na forma de seu § 1o, quando for o caso, a fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. O art. 44, da Lei 9.430, de 1996 possui a seguinte redação: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinquenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: Fl. 196DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 8 I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; II isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste; IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente; V Revogado pela Lei nº 9.716, de 1998 § 2º As multas a que se referem os incisos I e II do caput passarão a ser de cento e doze inteiros e cinco décimos por cento e duzentos e vinte e cinco por cento, respectivamente, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: a)prestar esclarecimentos; b) apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991, com as alterações introduzidas pelo art. 62 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991; c) apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38. Não há na lei a exigência de juros isolados para a hipótese da falta de retenção ou de pagamento do IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte. Por essa razão, em nosso modo de entender eles não podem ser exigidos. A ilustre Conselheira Dra. Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, tem posição fixada em diversos votos proferidos neste Conselho, especialmente nesta Turma de julgamento sobre a impossibilidade da exigência dos juros isolados. Sustenta em resumo, que “os juros exigidos isoladamente em razão da falta de retenção do IRRF, tendo por fundamento legal o art. 84, I, §§ 1o e 2o, da Lei no 8.981, de 1985, e o art. 61, § 3o, da Lei no 9.430, de 1996, não possuem exigibilidade por falta de previsão legal.” No entender da i. Conselheira, “o CTN determina a cobrança de juros de mora à taxa de 1% ao mês, sobre o crédito pago após o vencimento, caso a lei não disponha de modo diverso. Atualmente, exigese a Taxa Selic sobre os valores pagos em atraso” ‘ Por sua vez o art. 61, da Lei no 9.430, de 1996, assim dispõe: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três Fl. 197DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 6 9 centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Lei nº 9.716, de 1998)’ E continua a nobre Conselheira, ‘O dispositivo prevê os acréscimos moratórios (multa e juros de mora) incidentes sobre os débitos decorrentes de tributos e contribuições não pagos nos prazos, ou seja, pressupõe a exigência de um débito pago em atraso. ‘Não obstante prevê o art. 43 da Lei no 9.430, de 1996 autorize o lançamento dos juros isolados, entendo que, a teor da legislação anteriormente transcrita, os juros de mora só podem ser exigidos quando o pagamento do imposto tiver sido efetuado em atraso ou quando ainda puder ser exigido do contribuinte.” ‘Ora, se o lançamento do imposto de renda a título de antecipação do imposto devido pelo beneficiário dos rendimentos não pode mais ser exigido da fonte pagadora depois do encerramento do anocalendário ou do período de apuração do fato gerador, conforme jurisprudência pacificada neste Tribunal, não cabe mais a exigência dos juros de mora uma vez que o principal tornouse inexigível. ‘Situação semelhante ocorre quando do lançamento da multa isolada pela falta de pagamento do carnêleão devido ou da multa isolada pela falta de pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido devido por estimativa (art. 44, inciso II, alíneas “a” e “b”, da Lei no 9.430, de 1996), em que não se exige os juros de mora devidos pela falta de antecipação do tributo ou contribuição. ’ E conclui a ilustre Conselheira: ‘Nestes termos, entendo que não existe previsão legal para exigência dos juros de mora isolados pela falta de retenção do imposto de renda quando o imposto não tiver sido pago em atraso ou não puder mais ser exigido da fonte pagadora omissa.” Multa isolada A Dra. Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, entende que a multa isolada pela falta de retenção ou pagamento do IRFonte, ainda que se cuide de antecipação, continua com a exigência no nosso sistema normativo vigente. Faz minucioso estudo para concluir que as alterações trazidas pelo art. 9° da Lei n° 10.426, de 2002 e ao art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996, pela Lei n ° 11.488, de 2007, Fl. 198DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 10 positivaram a omissão legislativa para exigir, no lugar da multa isolada, a multa de ofício de 75% (ou de 150%) na falta de retenção e/ou recolhimento do IRFonte, mesmo em se tratado de antecipação, sem exigência da fonte pagadora, após o encerramento do período e a transferência da responsabilidade pelo pagamento ao beneficiário do rendimento. O estudo possui enorme relevância e merece reflexão, diante do texto normativo, cuja conclusão é no sentido de as alterações da MP 351, de 2007, convertidas na Lei n° 11.488, de 2007, deixou de exigir a multa isolada e passou a exigir a multa de oficio de 75% (ou 150%), pela falta de retenção ou pagamento do IR Fonte pela fonte pagadora. Pelo interesse da matéria passamos a transcrever o voto da i. Conselheira, Dra. Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, pelo brilhantismo das suas colocações, clareza e didática: “A multa exigida isoladamente (...) em razão da falta de retenção do IRRF tem como fundamento o art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, c/c o art. 44, inciso I, da Lei no 9.430, de 27 1996. ‘Encontrase pacificado neste Conselho, o entendimento, ao qual me filio, de que quando existe previsão de tributação na fonte, a título de antecipação do imposto devido pelo beneficiário dos rendimentos, e a ação fiscal for instaurada após o encerramento do anocalendário ou do período de apuração do fato gerador, incabível a constituição de crédito tributário através do lançamento de imposto de renda na fonte na pessoa jurídica pagadora dos rendimentos. A jurisprudência é no sentido de que, nesse caso, o rendimento deveria ser tributado pelo beneficiário do rendimento, exigindose da fonte pagadora a multa de ofício de forma isolada, prevista no art. 9o da Lei no 10.426, de 2002’. ‘Muito embora exista uma corrente neste Tribunal que defenda que, com o advento da Lei no 11.488, de 2007, a aplicação da multa isolada em razão da falta de retenção e/ou recolhimento do imposto pela fonte pagadora deva ser afastada, por força do princípio da retroativa benigna prevista no art. 106, inciso II, alínea “a”, do CTN, visto que a mesma teria excluída das hipóteses de incidência, entendo que a referida multa continua existindo no nosso ordenamento jurídico. ‘Para o deslinde da questão, há que se fazer uma análise sistemática da legislação pertinente, em especial dos dois artigos que fundamentam o lançamento e suas alterações. ‘O art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, tinha a seguinte redação original (grifos nossos): Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Fl. 199DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 7 11 §1o As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; II isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste; IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente; V isoladamente, no caso de tributo ou contribuição social lançado, que não houver sido pago ou recolhido. [...] ‘Como se percebe, o art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, além da multa de ofício vinculada (exigida juntamente com o tributo ou contribuinte não pago), previa quatro hipóteses para incidência da multa isolada (incisos II a V): (a) quando o tributo ou a contribuição houvesse sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; (b) no caso de pessoa física, na falta de pagamento do carnêleão devido, ainda que o contribuinte não apurasse imposto a pagar na declaração de ajuste correspondente; (c) no caso de pessoa jurídica, na falta de pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido devido por estimativa, ainda que fosse apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente; e (d) no caso de tributo ou contribuição lançado, que não houvesse sido pago ou recolhido. Esta última hipótese foi expressamente revogada pelo art. 7o da Lei no 9.716, de 26 de novembro de 1998. ‘Até aquele momento, a aplicação de penalidade à fonte pagadora que não efetuava a retenção de tributos ou contribuição não encontrava amparo em lei ordinária ou ato de igual estatura. ‘Somente com o advento da Medida Provisória no 16, de 27 de dezembro de 2001, convertida na Lei no 10.426, de 24 de abril de 2002, é que a falta de retenção de tributo ou contribuição pela fonte pagadora passou a ensejar a aplicação de multa de ofício isolada, como se verifica pelo teor do art. 9o da Lei no 11.488, de 2007: Fl. 200DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 12 Art.9o Sujeitase às multas de que tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a fonte pagadora obrigada a reter tributo ou contribuição, no caso de falta de retenção ou recolhimento, ou recolhimento após o prazo fixado, sem o acréscimo de multa moratória, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado. ‘Na verdade, houve a criação de novas hipóteses de incidência de multas de ofício, a serem exigidas da fonte pagadora obrigada a reter tributo ou contribuição, quando verificada a falta de retenção ou recolhimento ou de recolhimento após o prazo legal fixado, sem o acréscimo de multa moratória. Nesse sentido, cabe reproduzir o item 7 da exposição de motivos da Medida Provisória no 16, de 2001, que deixa claro que a inserção no ordenamento jurídico do artigo 9o teve como finalidade preencher lacuna da legislação em vigor (grifos nossos): 7. Os arts. 7o a 9o ajustam as penalidades aplicáveis a diversas hipóteses de descumprimento de obrigações acessórias relativas a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, reduzindoas ou, no caso do art. 9º, instituindo nova hipótese de incidência, preenchendo lacuna da legislação em vigor.” ‘Concluise, assim, que somente com a edição da lei específica, criando a penalidade para punir a conduta omissiva da fonte pagadora pela falta de retenção do imposto por antecipação, é que passou a ser exigível a multa isolada nessa situação, o que é corroborado por diversos precedentes administrativos: FALTA DE RETENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA PELA FONTE PAGADORA IMPOSTO POR ANTECIPAÇÃO VERIFICAÇÃO DA FALTA APÓS ENCERRAMENTO DO PERÍODO DE APURAÇÃO – MULTA ISOLADA PREVISÃO LEGAL Somente com a edição da Medida Provisória nº 16, de 27/12/2001, publicada no D.O.U de 28/12/2001, convertida na Lei nº. 10.426, de 2002 é que passou a existir previsão legal para a cobrança de multa isolada da fonte pagadora pela falta de retenção de imposto de renda sob a sua responsabilidade, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação. Tal multa será calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida, sem o reajustamento da base de cálculo. (Acórdão no 10616798, de 06/03/2008). FALTA DE RETENÇÃO OU RECOLHIMENTO DE IMPOSTO DE RENDA PELA FONTE PAGADORA IMPOSTO POR ANTECIPAÇÃO MOMENTO DE VERIFICAÇÃO DA FALTA MULTA EXIGIDA DE FORMA ISOLADA PREVISÃO LEGAL Somente com a edição da Medida Provisória nº. 16, de 27/12/2001, publicada no D.O.U de 28/12/2001, convertida na Lei nº. 10.426, de 2002, é que passou a existir previsão legal para a cobrança de multa isolada da fonte pagadora, pela falta de retenção ou recolhimento de imposto de renda sob a sua responsabilidade, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o Fl. 201DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 8 13 beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação. (Acórdão no 10421857, de 20/09/2006) ‘Convém lembrar que houve uma tentativa de alteração da redação do art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, por meio da Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, que perdeu sua eficácia conforme Ato do Presidente da Mesa do Congresso Nacional nº 57, de 2006, publicado no DOU de 01/11/2006. Apenas com a edição da Medida Provisória no 351, de 22 de janeiro de 2007, posteriormente convertida na Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007, houve a alteração do art. 44 da Lei no 9430, assim como do art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, os quais passaram a ter a seguinte redação: Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. [...] Lei no 10.426, de 24 de abril de 2002: Art. 9o Sujeitase à multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicada na forma de seu § 1o, quando for o caso, a fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou Fl. 202DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 14 contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado. ‘Numa leitura atenta dos dois artigos, observase que as alterações foram introduzidas de forma harmoniosa. ‘O art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, foi reformatado, mantendo a aplicação das multas de ofício vinculadas de 75% e 150%, a primeira prevista no inciso I e a segunda, no inciso I c/c §1o. O inciso II, que anteriormente previa a multa aplicação de multa de 150%, passou a prever a multa isolada, no percentual de 50%, nos casos de falta de pagamento do carnêleão devido pela pessoa física e de falta de pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido devido por estimativa, ainda que fosse apurado pela pessoa jurídica (alíneas “a” e “b”). O pagamento de tributo ou a contribuição após o prazo legal previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora, deixou de configurar hipótese de incidência de multa isolada. ‘De forma semelhante, o recolhimento do imposto ou contribuição a título de antecipação pela fonte pagadora, após o vencimento, deixou de ensejar a exigência de multa de ofício isolada. ‘Entretanto, apesar de o art. 9o, da Lei no 10.426, de 2002, ter sido alterado, foi mantida a exigência da multa de ofício de 75% ou 150% quando a fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição não efetuar a retenção ou o recolhimento. ‘O argumento de que a nova alteração teria afastado a aplicação da multa isolada, no caso de falta de retenção ou recolhimento, por não fazer referência a multa isolada prevista no art. 44, inciso II, da Lei no 9.430, de 1996, s.m.j., não se sustenta. ‘A redação original do art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, mencionava apenas os incisos I e II do caput do art. 44 que, à época, referiamse às multas de ofício de 75% de 150%, enquanto que as hipóteses de multas isoladas previstas no artigo 44 encontravamse descritas no §1o, incisos II a IV (o inciso V já havia sido revogado), ou seja, conforme já dito anteriormente, o mencionado artigo 9o criou novas hipóteses de incidência para a multa isolada, fazendo menção ao art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, tão somente para fixar os percentuais a serem aplicados: 75%, no caso geral, e 150%, nos casos de evidente intuito de fraude. ‘A alteração introduzida pela Lei no 11.488, de 2007, no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, deslocando as multas de ofício de 75% e 150% dos incisos I e II do caput para o inciso I e o §1o, foi acompanhada pela alteração promovida no art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, cuja redação passou de “Sujeitase às multas de que tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, [...].” para “Sujeitase à multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicada na forma de seu §1o, quando for o caso,[...] (grifos nossos). Importa ressalta que a parte final do artigo em comento foi alterada, apenas, para excluir a multa isolada devida pelo recolhimento em atraso de tributo ou contribuição a título de antecipação, sem o acréscimo da multa moratória, de forma semelhante à alteração feita no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a exclusão da multa isolada prevista originalmente no inciso II do §1o do referido artigo. ‘Na verdade, a única multa isolada revogada com a edição da Lei no 11.488, de 2007, foi aquela devida pelo recolhimento em atraso de tributo ou contribuição, sem o acréscimo da multa de mora, quer se trate de tributo ou contribuição devido ou não a título de antecipação. Fl. 203DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 9 15 ‘Todas essas considerações podem ser melhor evidenciadas no quadro abaixo em que se coloca os dispositivos legais acima analisados lado a lado com suas alterações: Redação original Redação dada pela MP no 351, de 2007, convertida na Lei no 11.488, de 2007 Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. §1o As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; II isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou Fl. 204DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 16 Redação original Redação dada pela MP no 351, de 2007, convertida na Lei no 11.488, de 2007 pagar na declaração de ajuste; IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente; [...] criminais cabíveis. [...] Lei no 10.426, de 24 de abril de 2002: Art.9o Sujeitase às multas de que tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a fonte pagadora obrigada a reter tributo ou contribuição, no caso de falta de retenção ou recolhimento, ou recolhimento após o prazo fixado, sem o acréscimo de multa moratória, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado. Lei no 10.426, de 24 de abril de 2002: Art. 9o Sujeitase à multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicada na forma de seu § 1o, quando for o caso, a fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado. De fato, a análise literal os textos normativos vigentes citados nos conduzem a interpretação e conclusão feita com maestria pela Dra. Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga. Enfim, é correto afirmar que a sanção segue a regra geral da multa de ofício? Pelo texto literal não temos dúvida da correção do brilhante voto da i. Conselheira Dra. Maria Lúcia. Contudo, com a devida vênia, pesamos de forma diversa. Diversa porque direito não é texto de lei, mas o sistema normativo. Direito não é nunca foi texto de lei. Direito é o sistema normativo vigente, o conjunto de normas, regras e princípios construídos pelos interprete e aplicador da lei. Daí em nosso modo de ver houve revogação da multa isolada, pela falta de tipificação expressa da Fl. 205DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 10 17 conduta omissiva, na hipótese de a fonte pagadora responsável pela retenção deixar de reter e recolher o imposto. Exigir a multa de oficio de 75%, idêntica à feita a penalidade imposta ao sonegador contumaz, para sancionar a simples falta de retenção e antecipação do imposto, sem a exigência do tributo pela fonte pagadora, soa muito estranho e causa verdadeira aversão aos sentidos deste interprete e aplicador da lei. Falar em multa de oficio de 75% (ou 150%, se qualificada) não é o mesmo da multa isolada. Isolada por quê? Certamente para diferenciála da multa de oficio, onde há exigência pela sonegação do imposto. Aqui não há sonegação, não se exige imposto. O sistema continua com a exigência da multa isolada na hipótese da falta de pagamento do imposto no carnêleão e em outras situações fora do IR Fonte. Qual seria a razão de não se fazer a mesma exigência expressa da multa de ofício nas condutas sem exigência do imposto? Autuar a fonte pagadora pela falta de retenção, sem a exigência do imposto, satisfeito pelo beneficiário do rendimento com a mesma penalidade do sonegador, é situação grave pela indevido tratamento igual dos desiguais, esbarrado com isso proporcionalidade e razoabilidade na reprovação da conduta. Alguma coisa esta fora de sintonia, ou a tipificação esta equivocada, foi gravosa ou não observou a proporcionalidade, razoabilidade e igualdade, no sentido de tratar igual os iguais e desigual os desiguais, aspectos necessários para a tipificação de qualquer sanção, especialmente de natureza penal, como corre aqui. Outro aspecto relevante neste exame é a falta de objetividade e clareza dos textos legais citados. Toda tipificação penal, como de resto da legislação, mas a penal em especial, exige clareza e objetividade, exatamente para evitar dúvida do interprete e aplicador da lei, além da igualdade, razoabilidade e proporcionalidade para permitir a sanção da conduta. Com toda falta de clareza e objetividade e dúvidas na aplicação da norma tributária penal, pela igualdade, razoabilidade e proporcionalidade, vemos que a disposição normativa deve ser interpretada de forma mais favorável ao acusado, a teor do art. 112, do CTN. Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I – à capitulação legal do fato; II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação Não é possível, cremos, exigir a multa de ofício de 75%, quando há falta de pagamento do tributo sonegado e penalizar, em legislação confusa e obscura, com a mesma Fl. 206DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 18 tipificação a omissão da retenção do tributo e pagamento, sem a exigência do tributo, por essa razão a decisão recorrida deve ser reformada e a autuação cancelada. Ante o exposto, conheço e dou provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator Fl. 207DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 11 19 Voto Vencedor Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Redatora Designada Em que pese o merecido respeito a que faz jus o Ilustre Relator, ouso divergir quanto à Multa Isolada exigida pela falta de retenção, matéria em que o mesmo ficou vencido. A multa exigida isoladamente no presente lançamento em razão da falta de retenção do IRRF tem como fundamento o art. 9o da Lei no 10.426, de 24 de abril de 2002, c/c o art. 44, inciso I, da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme consignado no Auto de Infração à fl. 1799. Encontrase pacificado neste Conselho, o entendimento, ao qual me filio, de que quando existe previsão de tributação na fonte, a título de antecipação do imposto devido pelo beneficiário dos rendimentos, e a ação fiscal for instaurada após o encerramento do ano calendário ou do período de apuração do fato gerador, incabível a constituição de crédito tributário através do lançamento de imposto de renda na fonte na pessoa jurídica pagadora dos rendimentos. A jurisprudência é no sentido de que, nesse caso, o rendimento deveria ser tributado pelo beneficiário do rendimento, exigindose da fonte pagadora a multa de ofício de forma isolada, prevista no art. 9o da Lei no 10.426, de 2002. Muito embora exista uma corrente neste Tribunal que defenda que, com o advento da Lei no 11.488, de 2007, a aplicação da multa isolada em razão da falta de retenção e/ou recolhimento do imposto pela fonte pagadora deva ser afastada, por força do princípio da retroativa benigna previsto no art. 106, inciso II, alínea “a”, do CTN, visto que a mesma teria excluída das hipóteses de incidência, entendo que a referida multa continua existindo no nosso ordenamento jurídico. Para o deslinde da questão, há que se fazer uma análise sistemática da legislação pertinente, em especial dos dois artigos que fundamentam o lançamento e suas alterações. O art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, tinha a seguinte redação original (grifos nossos): Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Fl. 208DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 20 §1o As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; II isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste; IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente; V isoladamente, no caso de tributo ou contribuição social lançado, que não houver sido pago ou recolhido. [...] Como se percebe, o art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, além da multa de ofício vinculada (exigida juntamente com o tributo ou contribuinte não pago), previa quatro hipóteses para incidência da multa isolada (incisos II a V): (a) quando o tributo ou a contribuição houvesse sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; (b) no caso de pessoa física, na falta de pagamento do carnêleão devido, ainda que o contribuinte não apurasse imposto a pagar na declaração de ajuste correspondente; (c) no caso de pessoa jurídica, na falta de pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido devido por estimativa, ainda que fosse apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente; e (d) no caso de tributo ou contribuição lançado, que não houvesse sido pago ou recolhido. Esta última hipótese foi expressamente revogada pelo art. 7o da Lei no 9.716, de 26 de novembro de 1998. Até aquele momento, a aplicação de penalidade à fonte pagadora que não efetuava a retenção de tributos ou contribuição não encontrava amparo em lei ordinária ou ato de igual estatura. Somente com o advento da Medida Provisória no 16, de 27 de dezembro de 2001, convertida na Lei no 10.426, de 24 de abril de 2002, é que a falta de retenção de tributo ou contribuição pela fonte pagadora passou a ensejar a aplicação de multa de ofício isolada, como se verifica pelo teor do art. 9o da Lei no 11.488, de 2007: Art.9o Sujeitase às multas de que tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a fonte pagadora obrigada a reter tributo ou contribuição, no caso de falta de retenção ou recolhimento, ou recolhimento após o prazo fixado, sem o acréscimo de multa moratória, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou Fl. 209DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 12 21 contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado. Na verdade, houve a criação de novas hipóteses de incidência de multas de ofício, a serem exigidas da fonte pagadora obrigada a reter tributo ou contribuição, quando verificada a falta de retenção ou recolhimento ou de recolhimento após o prazo legal fixado, sem o acréscimo de multa moratória. Nesse sentido, cabe reproduzir o item 7 da exposição de motivos da Medida Provisória no 16, de 2001, que deixa claro que a inserção no ordenamento jurídico do artigo 9o teve como finalidade preencher lacuna da legislação em vigor (grifos nossos): 7. Os arts. 7o a 9o ajustam as penalidades aplicáveis a diversas hipóteses de descumprimento de obrigações acessórias relativas a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, reduzindoas ou, no caso do art. 9º, instituindo nova hipótese de incidência, preenchendo lacuna da legislação em vigor.” Concluise, assim, que somente com a edição da lei específica, criando a penalidade para punir a conduta omissiva da fonte pagadora pela falta de retenção do imposto por antecipação, é que passou a ser exigível a multa isolada nessa situação, o que é corroborado por diversos precedentes administrativos: FALTA DE RETENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA PELA FONTE PAGADORA IMPOSTO POR ANTECIPAÇÃO VERIFICAÇÃO DA FALTA APÓS ENCERRAMENTO DO PERÍODO DE APURAÇÃO – MULTA ISOLADA PREVISÃO LEGAL Somente com a edição da Medida Provisória nº 16, de 27/12/2001, publicada no D.O.U de 28/12/2001, convertida na Lei nº. 10.426, de 2002 é que passou a existir previsão legal para a cobrança de multa isolada da fonte pagadora pela falta de retenção de imposto de renda sob a sua responsabilidade, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação. Tal multa será calculada sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida, sem o reajustamento da base de cálculo. (Acórdão no 10616798, de 06/03/2008). FALTA DE RETENÇÃO OU RECOLHIMENTO DE IMPOSTO DE RENDA PELA FONTE PAGADORA IMPOSTO POR ANTECIPAÇÃO MOMENTO DE VERIFICAÇÃO DA FALTA MULTA EXIGIDA DE FORMA ISOLADA PREVISÃO LEGAL Somente com a edição da Medida Provisória nº. 16, de 27/12/2001, publicada no D.O.U de 28/12/2001, convertida na Lei nº. 10.426, de 2002, é que passou a existir previsão legal para a cobrança de multa isolada da fonte pagadora, pela falta de retenção ou recolhimento de imposto de renda sob a sua responsabilidade, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação. (Acórdão no 104 21857, de 20/09/2006) Fl. 210DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 22 Convém lembrar que houve uma tentativa de alteração da redação do art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, por meio da Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, que perdeu sua eficácia conforme Ato do Presidente da Mesa do Congresso Nacional nº 57, de 2006, publicado no DOU de 01/11/2006. Apenas com a edição da Medida Provisória no 351, de 22 de janeiro de 2007, posteriormente convertida na Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007, houve a alteração do art. 44 da Lei no 9430, assim como do art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, os quais passaram a ter a seguinte redação: Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. [...] Lei no 10.426, de 24 de abril de 2002: Art. 9o Sujeitase à multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicada na forma de seu § 1o, quando for o caso, a fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado. Numa leitura atenta dos dois artigos, observase que as alterações foram introduzidas de forma harmoniosa. O art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, foi reformatado, mantendo a aplicação das multas de ofício vinculadas de 75% e 150%, a primeira prevista no inciso I e a segunda, no Fl. 211DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 13 23 inciso I c/c §1o. O inciso II, que anteriormente previa a multa aplicação de multa de 150%, passou a prever a multa isolada, no percentual de 50%, nos casos de falta de pagamento do carnêleão devido pela pessoa física e de falta de pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido devido por estimativa, ainda que fosse apurado pela pessoa jurídica (alíneas “a” e “b”). O pagamento de tributo ou de contribuição após o prazo legal previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora, deixou de configurar hipótese de incidência de multa isolada. De forma semelhante, o recolhimento do imposto ou contribuição a título de antecipação pela fonte pagadora, após o vencimento, deixou de ensejar a exigência de multa de ofício isolada. Entretanto, apesar de o art. 9o, da Lei no 10.426, de 2002, ter sido alterado, foi mantida a exigência da multa de ofício de 75% ou 150% quando a fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição não efetuar a retenção ou o recolhimento. O argumento de que a nova alteração teria afastado a aplicação da multa isolada, no caso de falta de retenção ou recolhimento, por não fazer referência a multa isolada prevista no art. 44, inciso II, da Lei no 9.430, de 1996, s.m.j., não se sustenta. A redação original do art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, mencionava apenas os incisos I e II do caput do art. 44 que, à época, referiamse às multas de ofício de 75% de 150%, enquanto que as hipóteses de multas isoladas previstas no artigo 44 encontravamse descritas no §1o, incisos II a IV (o inciso V já havia sido revogado), ou seja, conforme já dito anteriormente, o mencionado artigo 9o criou novas hipóteses de incidência para a multa isolada, fazendo menção ao art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, tão somente para fixar os percentuais a serem aplicados: 75%, no caso geral, e 150%, nos casos de evidente intuito de fraude. A alteração introduzida pela Lei no 11.488, de 2007, no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, deslocando as multas de ofício de 75% e 150% dos incisos I e II do caput para o inciso I e o §1o, foi acompanhada pela alteração promovida no art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, cuja redação passou de “Sujeitase às multas de que tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, [...].” para “Sujeitase à multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicada na forma de seu §1o, quando for o caso,[...] (grifos nossos). Importa ressalta que a parte final do artigo em comento foi alterada, apenas, para excluir a multa isolada devida pelo recolhimento em atraso de tributo ou contribuição a título de antecipação, sem o acréscimo da multa moratória, de forma semelhante à alteração feita no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a exclusão da multa isolada prevista originalmente no inciso II do §1o do referido artigo. Na verdade, a única multa isolada revogada com a edição da Lei no 11.488, de 2007, foi aquela devida pelo recolhimento em atraso de tributo ou contribuição, sem o acréscimo da multa de mora, quer se trate de tributo ou contribuição devido ou não a título de antecipação. Todas essas considerações podem ser melhor evidenciadas no quadro abaixo em que se coloca os dispositivos legais acima analisados lado a lado com suas alterações: Fl. 212DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES 24 Redação original Redação dada pela MP no 351, de 2007, convertida na Lei no 11.488, de 2007 Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. §1o As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; II isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste; IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente; [...] Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. [...] Lei no 10.426, de 24 de abril de 2002: Art.9o Sujeitase às multas de que tratam os Lei no 10.426, de 24 de abril de 2002: Art. 9o Sujeitase à multa de que trata o inciso I Fl. 213DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10835.000218/200607 Acórdão n.º 2202002.214 S2C2T2 Fl. 14 25 Redação original Redação dada pela MP no 351, de 2007, convertida na Lei no 11.488, de 2007 incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a fonte pagadora obrigada a reter tributo ou contribuição, no caso de falta de retenção ou recolhimento, ou recolhimento após o prazo fixado, sem o acréscimo de multa moratória, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado. do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicada na forma de seu § 1o, quando for o caso, a fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado. Diante do acima exposto, forçoso concluir que: (a) com a edição da Medida Provisória no 16, de 27/12/2001, convertida na Lei no 10.426, de 2002, passou a existir previsão legal para a cobrança de multa isolada da fonte pagadora pela falta de retenção de imposto de renda sob a sua responsabilidade, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação (art. 9o); e (b) a Lei no 11.488, de 2007, que alterou o art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, deslocando as multas de ofício de 75% e 150% dos incisos I e II do caput para o inciso I e o §1o, também modificou a redação do art. 9o da Lei no 10.426, de 2002, mantendo a exigência da multa isolada “no caso de falta de retenção ou recolhimento” e excluindoa no caso de “recolhimento após o prazo fixado, sem o acréscimo de multa moratória”. Pelos fundamentos expostos, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário, no que diz respeito à Multa Isolada exigida pela falta de retenção do IRRF. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Fl. 214DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORG A, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ODMIR FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 10530.720164/2007-05
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2004 ITR. DO VALOR DA TERRA NUA. SUBAVALIAÇÃO MANTIDA Para
fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no VTN/ha apontados no SIPT, exige- se que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT (NBR 14.6533),demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel, bem como, a existência de características particulares desfavoráveis em relação aos imóveis circunvizinhos.
MULTA DE OFÍCIO. JUROS SELIC. APLICABILIDADE. A exigência apurada pela autoridade fiscal ensejou a imposição da multa de ofício de 75%, na forma do art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, penalidade esta que somente poderá ser dispensada ou reduzida nas hipóteses previstas em lei, conforme preceito do art. 97, VI, do CTN. No mesmo sentido, o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996, determina o emprego da taxa Selic, a título
de juros moratórios.
Numero da decisão: 2201-001.520
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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ementa_s : Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2004 ITR. DO VALOR DA TERRA NUA. SUBAVALIAÇÃO MANTIDA Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no VTN/ha apontados no SIPT, exige- se que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT (NBR 14.6533),demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel, bem como, a existência de características particulares desfavoráveis em relação aos imóveis circunvizinhos. MULTA DE OFÍCIO. JUROS SELIC. APLICABILIDADE. A exigência apurada pela autoridade fiscal ensejou a imposição da multa de ofício de 75%, na forma do art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, penalidade esta que somente poderá ser dispensada ou reduzida nas hipóteses previstas em lei, conforme preceito do art. 97, VI, do CTN. No mesmo sentido, o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996, determina o emprego da taxa Selic, a título de juros moratórios.
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DO VALOR DA TERRA NUA. SUBAVALIAÇÃO MANTIDA Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no VTN/ha apontados no SIPT, exigese que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT (NBR 14.6533), demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel, bem como, a existência de características particulares desfavoráveis em relação aos imóveis circunvizinhos. MULTA DE OFÍCIO. JUROS SELIC. APLICABILIDADE. A exigência apurada pela autoridade fiscal ensejou a imposição da multa de ofício de 75%, na forma do art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, penalidade esta que somente poderá ser dispensada ou reduzida nas hipóteses previstas em lei, conforme preceito do art. 97, VI, do CTN. No mesmo sentido, o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996, determina o emprego da taxa Selic, a título de juros moratórios. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente Fl. 191DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Júnior (Presidente). Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício 2004, consubstanciado na Notificação de Lançamento (fl. 01), pela qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 4.472,14, calculados até 30/11/2007, relativo ao imóvel rural denominado “Fazenda Frigoprata” com 3.954,7 ha, localizado no município de Riachão das Neves BA. A fiscalização alterou o VTN declarado de R$ 45.000,00 (R$ 11,38/ha) para R$ 718.924,91 (R$ 181,79/ha), com base no SIPT (fl. 02verso). Cientificada do lançamento, a empresa autuada apresentou tempestivamente Impugnação, fls. 24/35, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: considera aceitável arbitrar o VTN da DITR/2004 com base no SIPT, cabendo provar o VTN declarado por meio de laudo técnico, mas discorda do procedimento fiscal, pois o imóvel foi adquirido somente em 21/12/2004 e não poderia o ITR/2004 estar em seu nome, tendo havido erro de fato também quanto ao uso do solo, VTN e calculo do imposto; o imóvel se localiza em região de baixos índices pluviométricos que o desvalorizam, com uma área de reserva legal em cerrado de 2.879,3 ha, assegurada pela MP 2.16667, apesar de não ter sido informada em ADA e estar sem averbação em cartório; transcreve acórdãos do antigo Conselho de Contribuintes, em apoio às suas teses; apresenta quadro demonstrativo (fls. 33), com as retificações pretendidas nos dados declarados e apurados na DITR/2004, de acordo com parecer técnico. Ao final, o contribuinte requer, com o conseqüente ajuste do VTN, seja recalculado o ITR/2004 suplementar apurado, com a subtração do valor já pago. A 1ª Turma da DRJ em Brasília/DF julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: DA AREA DE RESERVA LEGAL. Para ser excluída do ITR, exigese que a pretendida área de utilização limitada esteja averbada tempestivamente à margem da matricula do imóvel, além de ter sido objeto de Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado em tempo hábil no IBAMA. DO VALOR DA TERRA NUA VTN. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10530.720164/200705 Acórdão n.º 220101.520 S2C2T1 Fl. 2 3 Caracterizada a subavaliação do valor da terra nua informado na DITR/2003, deverá ser mantido o VTN arbitrado com base no SIFT pela autoridade fiscal, considerandose que o laudo de avaliação apresentado, além de não ter sido elaborado em consonância com as normas da ABNT (NBR 14.6533), apresenta um VTN maior do que o arbitrado. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Intimada da decisão de primeira instância em 25/11/2009 (fl. 131), a interessada apresenta Recurso Voluntário em 08/12/2009 (fls. 132/145), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação, sobretudo, verbis: (...) No relatório que acompanha o referido Acórdão, não considera o Parecer Técnico como Laudo Técnico no teor da NBR 14.653 da ABNT com fundamentação e grau de precisão II. (...) 2. De todos os itens do "Quadro de Fundamentação", apenas o item 1 Número de dados de mercado efetivamente utilizados é que literalmente ficaria abaixo de 05 (cinco fontes), por ter empregado no Parecer Técnico que acompanha a impugnação, apenas as informações do Instituto FNP. 3. O Instituto FNP é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que visa a contribuir com o fomento do agronegócio por meio de fornecimento de dados, levantamentos estatísticos, análises e tendências de mercado. A instituição foi constituída por iniciativa da FNP Consultoria & AgroInformativos, empresa de consultoria que há 15 anos atende ao agronegócio brasileiro, gestora do maior banco de dados do setor, desde setembro de 2006, incorporado pela multinacional Informa. (...) O engenheiro agrônomo responsável pelo Parecer Técnico, abordou, portanto sim, pelo entendimento e clareza que possamos analisar que poderia ter enquadrado como Laudo Técnico de acordo com o solicitado, pois os mapas e imagens, nos trás a convicção o "uso do solo e seus valores", pois o Instituto FNP já utilizara mais de cinco fontes de informação para levantamento de preços. (...) 7. Como se vê, a inexistência do ADA não tem influencia alguma na aceitação de área com mata natural ou de cerrado ser considerada como "Utilidade Limitada" desde que provado sua existência. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 O mesmo ocorre quando à área de mata natural ou cerrado não estiver averbado na matricula para que seja aceito como "Utilidade Limitada", tanto pelo ponto de vista administrativo do Conselho do Contribuinte, quanto da Justiça Federal(...) (...) 13. Desta forma, fica evidenciada a pretensão da acolhida deste petitório, onde a "Área de Utilidade Limitada" deve fazer parte da Declaração dos ITR/2003 e conseqüentemente ser esta área isento. (...) 15. Portanto, o imposto suplementar a ser recolhido para o ITR/2003 é de R$ 707,61. 16. Quanto a exigências de juros moratórios e multa moratória não houve de parte dos recorrentes qualquer inflação à legislação tributaria quando, no momento oportuno, exerceu a sua faculdade legal de reclamar. Não se pode dizer, também, que os juros moratórios têm caráter meramente compensatório e que devem ser cobrados inclusive no período em que o crédito tributário estiver com sua exigibilidade suspensa pela impugnação administrativa ou judicial. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Segundo se colhe dos autos a autoridade fiscal alterou o VTN declarado pela recorrente, relativo ao imóvel rural denominado Fazenda Frigoprata, de R$ 45.000,00 (R$ 11,38/ha) para R$ 718.924,91 (R$ 181,89/ha), com base no SIPT Sistema de Preços de Terra praticados no município de Riachão das Neves/BA. De acordo com a “Descrição dos Fatos”, fl. 01, “Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou por meio de laudo de avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.653 da ABNT, o valor da terra nua declarado (...) Na DITR do exercício fiscalizado, o contribuinte declarou que o valor da terra nua (VTN) do imóvel rural fiscalizado era de R$ 45.000,00 em 1° de janeiro de 2004(...)Ressalto que nas DITRs dos exercícios 2005, 2006 e 2007 o valor da terra nua declarada deste imóvel foi R$ 3.674.700,00, o que corrobora o entendimento de subavaliação no exercício fiscalizado”. Por outro lado, em sua peça recursal alega a suplicante que o Parecer Técnico elaborado pelo engenheiro agrônomo identificou na propriedade 2.879,3 ha como sendo relativo à área de utilização limitada, 25 ha de área ocupada com benfeitoria e 1.050,4 ha referente à área ocupada por produtos vegetais e de descanso. Finalmente, em relação ao Valor da Terra Nua o Parecer Técnico concluiu que para o ano de 2004 o VTN corresponde a R$ 718.924,91 (fl. 142). Fl. 194DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10530.720164/200705 Acórdão n.º 220101.520 S2C2T1 Fl. 3 5 Pois bem, quanto ao montante de 2.879,3 ha identificado pelo Parecer Técnico como sendo relativo à área de utilização limitada/reserva legal, entendo, pois, que o parágrafo 8° do art. 16 da Lei n° 4.771/65 (com a redação dada pela MP nº 2.16667, de 24 de agosto de 2001) determina expressamente a averbação da área no cartório de registro de imóvel. Portanto, ante a ausência da averbação não é possível exclusão da referida área. Da mesma forma, não é possível considerar o montante de 25 ha como sendo relativo à área ocupada com benfeitoria, pois o Parecer Técnico não teve o cuidado de discriminálas, ou seja, o referido documento apenas apontou a existência de benfeitorias na propriedade (fl. 58). Quanto à área informada no Recurso Voluntário como sendo ocupada por produtos vegetais e de descanso no valor de 1.050,4 ha, por falta de comprovação efetiva da utilização da referida área não é possível considerála. (fl. 58) Em relação Valor da Terra Nua a autoridade fiscal alterou o valor informado pela recorrente em sua DITR/2003 de R$ 45.000,00 (R$ 11,38/ha) para R$ 718.924,91 (R$ 181,79/ha). Por sua vez, o valor encontrado pela contribuinte, conforme Parecer Técnico de fls. 51/66, representou o montante de R$ 717.092,10 (R$ 181,32/ha), valor este bem próximo do VTN apurado pela autoridade fiscal com base no SIPT Sistema de Preços de Terra (fl. 04). Em que pese à proximidade dos valores o VTN apurado com base no Parecer Técnico de fls. 51/66 representou, essencialmente, informações obtidas pela empresa FNP Consultoria & AgroInformativos e não, valores apurados segundo requisitos da NBR 146533 da ABNT. Deste modo, o Parecer Técnico carreado às fls. 51/66 não atende aos requisitos técnicos mínimos de validade, ou seja, não fornece elementos que justifiquem a discrepância entre o preço médio das terras apurado pelo SIPT e o preço sugerido para o imóvel em particular. Assim, concluo no mesmo sentido da decisão de primeira instância dada a fragilidade do Parecer em questão, devendo prevalecer, portanto, o valor apurado pela fiscalização com base no SIPT. Relativamente ao Parecer Técnico elaborado cumpre registrar mais uma observação. Em que pese alegue o engenheiro agrônomo, Rogério Andrade Giovanini, que “Para a elaboração de Laudo Técnico com base na NBR 14.653, o custo se torna bastante oneroso para o contribuinte, pois o mesmo é complexo e o trabalho a ser realizado, ocupa o mesmo tempo com dados e informações, tanto para uma área de 100 hectares, quanto para uma área de 1.000 hectares”, deve ser esclarecido que o Laudo Técnico elaborado de acordo com as normas da ABNT NBR 14.653 se reveste de rigor científico suficiente para firmar convicção ao julgador. Portanto, o Parecer Técnico em questão carece de maiores detalhamentos de forma a obtemperar as glosas perpetradas pela autoridade fiscal. Por fim, a exigência apurada pela autoridade fiscal ensejou a imposição da multa de ofício de 75%, na forma do art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, penalidade esta que somente poderá ser dispensada ou reduzida nas hipóteses previstas em lei, conforme preceito do art. 97, VI, do CTN. Portanto, no caso em tela, não há previsão legal para dispensa ou redução da multa de ofício aplicada. No mesmo sentido, o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996, determina o emprego da taxa Selic, a título de juros moratórios, conforme Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Fl. 195DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 6 Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 196DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
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